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Professores e Educadores de Oleiros recuperam Vivências Tradição do S. Sebastião revivida em Oleiros Jornal de OLEIROS INFLUENTE NA REGIÃO DO PINHAL INTERIOR SUL, BEIRA INTERIOR SUL E COVA DA BEIRA www.jornaldeoleiros.com Ano 2, Nº14, Janeiro/Fevereiro de 2011 Preço: 0,60€ (inclui IVA) • Edição Mensal Director Paulino B. Fernandes Director convidado Ana Neves PÁGINA 7 PÁGINA 11 PÁGINA 5 PÁGINA 5 PÁGINA 3 PÁGINA 2 JORNAL DE OLEIROS ESTÁ DE LUTO Faleceu o Dr. João Ramos, Presidente do Conselho Editorial NOTA DO DIRECTOR João Ramos, Magistrado, Presidente do Conselho Editorial do Jornal de Oleiros, faleceu. É uma perda que muito la- mentamos, importante. De João Ramos muito ha- via a esperar. Pela cultura que possuia, pela visão a- vançada para a Sua região. Deus não permitiu a conti- nuidade da Sua actividade, por razões que só Ele co- nhece. A perda para o nosso jor- nal é enorme. Cumpre-me prometer ao Amigo João Ramos que tudo faremos para merecer a Sua dádiva e apoio. Até um dia, Amigo. Director Sucedendo a ele próprio, Cavaco Silva vence logo na primeira volta sem surpresas. Manuel Alegre confirma o fiasco de uma candidatura imposta ao próprio partido, que os portugue- ses liminarmente derrotaram. Já Fernando Nobre, sem apoio partidário explícito, exibe uma exce- lente performance. José Manuel Coelho surpreende tanto a nível nacional como, espe- cialmente na Madeira com resul- tado superior a 30% que deve ser ponderado com tranquilidade. mas em todo o caso, uma vitória pes- soal explícita. A abstenção é enorme e deve suscitar a preocupação dos agentes políticos.CAVACO SILVA É O NOVO PRESIDENTE da REPÚBLICA CENTRO DE SAÙDE DE OLEIROS INAUGURADO OFICIALMENTE Ana Jorge, Ministra da Saúde e José Santos Marques descerram placa relativa à inauguração do Centro de Saúde de Oleiros.Estrada Sertã-Oleiros vai ser realidade Estaleiros já instalados, obras ini- ciam em abril. É uma boa notícia que saudamos.Raízes da Cultura Ocidental - donde vimos e para onde vamos? Viajar para Oleiros Introdução – A emigração Capela de Santa Margarida e Horta da Santa locais incontornáveis Geologia à nossa volta Director Convidado Ana Neves PÁGINA 12 Rally Rota do Medronho quase na estrada

CAVACO SILVA É O NOVO PRESIDENTE da REPÚBLICA · afirmou Arnold Toynbee, um dos mais respeitados filósofos da História. Segundo ele, porque a “matéria não produz moral ou

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Professores e Educadores deOleiros recuperam Vivências

Tradição do S. Sebastiãorevivida em Oleiros

Jornal deOLEIROSINFLUENTE NA REGIÃO DO PINHAL INTERIOR SUL, BEIRA INTERIOR SUL E COVA DA BEIRA

www.jornaldeoleiros.com • Ano 2, Nº14, Janeiro/Fevereiro de 2011 • Preço: 0,60€ (inclui IVA) • Edição MensalDirectorPaulino B. FernandesDirector convidado Ana Neves

PÁGINA 7

PÁGINA 11

PÁGINA 5

PÁGINA 5

PÁGINA 3

PÁGINA 2

JORNAL DE OLEIROS ESTÁ DE LUTO

Faleceu o Dr. João Ramos,

Presidente do Conselho Editorial

NOTA DO DIRECTOR

João Ramos, Magistrado,Presidente do ConselhoEditorial do Jornal deOleiros, faleceu.É uma perda que muito la-mentamos, importante.De João Ramos muito ha-via a esperar. Pela culturaque possuia, pela visão a-vançada para a Sua região.Deus não permitiu a conti-nuidade da Sua actividade,por razões que só Ele co-nhece.A perda para o nosso jor-nal é enorme.Cumpre-me prometer aoAmigo João Ramos quetudo faremos para merecera Sua dádiva e apoio.Até um dia, Amigo.Director

Sucedendo a ele próprio, CavacoSilva vence logo na primeira voltasem surpresas.

Manuel Alegre confirma o fiascode uma candidatura imposta aopróprio partido, que os portugue-ses liminarmente derrotaram.

Já Fernando Nobre, sem apoiopartidário explícito, exibe uma exce-lente performance.

José Manuel Coelho surpreendetanto a nível nacional como, espe-cialmente na Madeira com resul-tado superior a 30% que deve serponderado com tranquilidade. masem todo o caso, uma vitória pes-soal explícita.

A abstenção é enorme e devesuscitar a preocupação dos agentespolíticos.n

CAVACO SILVA É O NOVO PRESIDENTE

da REPÚBLICACENTRO DE SAÙDE

DE OLEIROSINAUGURADOOFICIALMENTE

Ana Jorge, Ministra da Saúde eJosé Santos Marques descerramplaca relativa à inauguração doCentro de Saúde de Oleiros.n

Estrada Sertã-Oleirosvai ser realidade

Estaleiros já instalados, obras ini-ciam em abril. É uma boa notíciaque saudamos.n

Raízes da CulturaOcidental - donde vimos e para onde vamos?

Viajar para OleirosIntrodução – A emigração

Capela de SantaMargarida e Horta da Santa locaisincontornáveis

Geologia à nossa volta

Director ConvidadoAna Neves

PÁGINA 12

Rally Rota do Medronhoquase na estrada

País com “novo”Presidente

Acabaram as eleições presidenci-ais. O país tem agora um “novo”Presidente da República.

Menos votos, menos mobilização,não impediram a vitória normal noscasos de recandidatura.

As surpresas, pela positiva deFernando Nobre que, sem máquina

partidária chega a números importantes.Pela negativa, Manuel Alegre cujavotação é inferior aos votantes do PS e do BE, patenteando o equívoco quefoi esta candidatura imposta ao seu partido.

Defensor Moura, Francisco Lopes e José Coelho, cumpriram com odesígnio de cidadania.

• Um jornal em afirmação continuadaO Jornal de Oleiros ruma ao futuro.Mais Colaboradores qualificados, em diferentes partes do mundo,

correspondem a mais leitores, maior penetração, respeitabilidade eafirmação no Distrito e na Emigração.

Num ano negativo para o país, curiosamente afirmamo-nos pelainversa, com confiança.

O futuro está aí à frente.n

[email protected]

Nesta série de artigosabordaremos o que julgoserem as propostas maisrelevantes para reinventar ereformar Portugal. Porcerto que a maioria dopovo português nutre sen-timentos profundos pelapátria, muitas vezes semsaber bem porquê. São-lheincutidos pelos fluxoshistóricos a que estáintrinsecamente ligado.Porque a sua história par-ticular não começa quandonasceu, mas incorpora ostraços mais relevantes dosseus antepassados diretos eremotos.

A história dos seres hu-manos implica que estesforam criados e não quesejam produto do acaso, oude algum processo evolutivo comoafirmou Arnold Toynbee, um dosmais respeitados filósofos daHistória. Segundo ele, porque a“matéria não produz moral ouética a evolução é impossível deter acontecido visto que o estudoda história é essencialmente oestudo da moral e da ética dahumanidade”.

O conceito da eventual “evo-lução das espécies” é assim maisreligioso-filosófico do queverdade científica, porque as-senta em pressupostos absolu-tamente nada científicos como“crê-se que a terra tem x milhõesde anos”, usando ainda termos

como “presume-se”, “julga-se”, e“pensa-se”.

Ora a ciência é exata e portantoexclui esse tipo de incertezafilosófica impossível de provar emlaboratório. Além disso, oconceito da eventual “evoluçãodas espécies” não subsiste face àoperação da segunda lei determodinâmica que inviabiliza porcompleto a proposta evolucioni-sta.

Então, acreditar por acreditar,prefiro acreditar nos registoscriacionistas do Livro mais res-peitado e lido de todos os tempos,bem como nos relatos do que eramas ideias de todas as civilizações

antigas quanto à criação.Era esta a cren;a a con-vicção de todas as civili-zações, de antigos povoscomo os hussana, os ubai-dianos, os sumérios, os in-dianos, os chineses, osmahoris, os maias e afinalviviam em tempos muitomais próximos do início dahistória humana.

Se a questão de onde osseres humanos surgiram éuma questão de “crê-se” éentão do domínio dareligião e da crença, e as-sim prefiro a religião cristãà do evolucionismo.

Prefiro o pensamentocriacionista - que como aproposta evolucionista nãopode ser provada em labo-ratório - apesar de este não

ser ensinado nas escolas, pagaspelo erário público também comos meus impostos.

E protesto que o meu dinheiroseja gasto a pagar professores quegastam preciosas horas a ensinarasneiras religioso-evolucionistas aque chamam de “teoria da evolu-ção das espécies” e não ensinempelo menos também a alternativacriacionista.

Porque nenhum de nós poderegressar ao passado e verificarexatamente como tudo aconteceuno princípio de forma absoluta-mente científica.

Proponho assim que comecemospelo princípio a assentar o quejulgo serem as bases acertadas dopensamento coletivo acerca deonde vimos e de para onde vamos.

Mas infelizmente talvez algunsme deixem de ler devido às suasconvicções religiosas evolucio-nistas, e a esses peço a gentileza deme “escutarem” um pouco mais (enão apenas de me “ouvirem”).

Procurarei apresentar propostasconcretas para o futuro glorioso dopovo de Portugal, que, confesso,se forem “escutadas” pelasociedade, produzirão mudança deparadigma do quadro de referênciado pensamento português. E esseserá a base que proponho para odesenvolvi-mento e o progressodo nosso povo neste mundo globa-lizado atual, uma verdadeirarevolução mental e comportamen-tal.n

Por Fernando Caldeira da SilvaEmail: [email protected]

Correspondente e Representante do Jornal de OleirosNa África Austral

Jornal de OLEIROS JANEIRO/FEVEREIRO 20112

EDITORIAL

RENOVAÇÃO DE ASSINATURAS

Chamamos a atenção para os nossos Assinantes e Amigospara a necessidade de renovarem as assinaturas.

É indispensável e importante que nos divulguem junto deoutros Amigos.

Ao renovarem, indiquem (se possível) o número deassinante que consta sempre no rótulo de envio de correio.

Poderão fazê-lo depositando na conta bancária,transferindo para o NIB ou enviando para o endereço,dados constante na ficha de assinantes no jornal.n

O Seu Jornal de Oleiros à distância de um CLICClic em: www.jornaldeoleiros.com

Acompanhe-nos diáriamente e promova junto de AmigosEscreva-nos também para:

[email protected]

REINVENTAR PORTUGAL

Raízes da Cultura Ocidental- donde vimos

e para onde vamos?

Vivendo numa região monta-nhosa, agreste, isolada, de parcariqueza e muito trabalho, na almadas gentes das nossas terras, aaspiração de melhorar a vida e deencontrar melhor sorte para osseus é tão velha como o povoa-mento e o labor do desbravar dasserranias, vales e pequenasplanícies, no esforço de fabricar daterra a subsistência, o pão de cadadia.

Das aldeias e casais sempresaíram homens que tentaram asorte noutras paragens. Semprecom o secreto desejo do regressocom pecúlio acumulado, paramelhorar a vida dos seus e garantiruma velhice menos apertada. Nemsempre regressaram. Nem sempremelhoraram a vida. Mas sempreforam decisivos no progresso edesenvolvimento das nossascomunidades. Todos nós temos outivemos familiares emigrados ecompreendemos bem esse ímpeto,a inquietude e a angústia de quemdeixa o lugar da sua infância. Talcomo conhecemos e já partici-pámos na alegria do regresso.

Sem preocupação de grande mi-núcia, podemos destacar váriosperíodos e fenómenos migratóriosaté ao presente.

Até aos finais do século dezoito,saíram para integrar milícias eexércitos, para exercerem funçõeseclesiásticas, ou para ingressar emordens religiosas. No segundoquartel desse século, deu-se osurto de emigração para Lisboa eBrasil. Ao longo do século XX,continuou a saída para Lisboa,sobretudo até finais dos anoscinquenta. O grande surto de emi-gração para a Europa, para Françae outros países ocorreu nos anossessenta. África tornara-se outrodestino importante, desde os anoscinquenta, mas, sobretudo nosanos sessenta.

Na actualidade e já desde osanos oitenta, com excepção decasos pontuais e da emigraçãosazonal para países europeus, aemigração acentuou-se. Asmudanças na economia local, ofim da agricultura de subsistência,da exploração da resina e daspequenas actividades locais,ditaram a saída para a procura deemprego para as cidades, nomea-damente para capital de distrito.Essa tendência reforçou-se com ageneralização do acesso ao ensinosuperior que leva os jovens para ascidades universitárias e daí paraoutros pontos do país ondeencontram o emprego adequadoou possível.

As mobilizações militares doséculo vinte merecem referência elugar muito especial nas nossasmemórias. São realidades migra-tórias específicas, forçadas e tem-

porárias. A mais recente afectou ageneralidade dos jovens nascidosnos anos de 1940 a 1954 com amobilização para as guerrascoloniais de Angola, Guiné eMoçambique. A anterior e jálongínqua, fora a mobilização paraa Primeira Grande Guerra, de1914-1914. Nesta, partiram para abarbárie das trincheiras daFlandres, no Corpo Expedicioná-rio Português. Outros partiram pe-los mares até ambientes inóspitosde aventura mas também dedesconforto e sobrevivênciadifícil, na defesa ou recuperaçãode parcelas das colónias deMoçambique e Angola, disputadaspelo exército inimigo alemão,inicialmente com discreta compla-cência e acordo do aliado inglês.

2. – Emigração, viagens e viasde comunicação

Registar a odisseia da diásporadas gentes do concelho, de todo oconcelho é quase uma obrigaçãopara os oleirenses de Hoje.Registar os êxitos e realizaçõesdos emigrados, mas também assuas lutas, frustrações einsucessos. O seu regresso ou asua fixação nos países e regiõesque os acolheram. Desafiamos osleitores a contar as suas históriaspessoais, ou de pessoas suasconhecidas, através do Jornal deOleiros.

O conhecimento das nossasemigrações é fundamental para apercepção da nossa identidadehistórica, cultural, social e econó-mica.

Esta é uma primeira referênciasobre a nossa diáspora (emigra-ção). Um desafio aos leitores paranovos artigos ou envio deinformação sobre os emigrados.

Sob o título “Viajar para Olei-ros” agruparemos um conjunto detextos através dos quais vamosrelembrar a evolução nas vias decomunicação e meios de trans-porte para o concelho.

3. – A utopia

“Viajar para Oleiros” será,ainda, uma oportunidade para darenfoque à necessidade de com-pletar o processo de construção emelhoria de vias de comunicaçãoque ainda possam reverter a actualdesertificação de pessoas gerandonovas actividades económicas.Estamos certos de que asautoridades locais estão atentas edespertas e lutam pela concre-tização das vias mais relevantes,financeira e politicamente realizá-veis. Perdoar-se-nos-á uma certadigressão pela utopia, própria doexercício diletante e da ausênciade responsabilidades de poder.

Utopia que terá, ao menos, avirtude de inspirar reflexão, am-bição colectiva e esforço de acçãocomum no desenvolvimento doconcelho. Ao futuro competedistinguir na utopia o realizável eo inviável.

A utopia de que falamos ficacircunscrita às vias rodoviárias.Está longe a utopia do caminho-de-ferro defendida nas primeirasdécadas do século vinte, porregionalistas e políticos convictos,versada em numerosos artigos deimprensa e objecto de iniciativaspolíticas muito concretas. Umalinha férrea com diversificadaspropostas de trajecto. Ora, par-tindo da região de Tomar passandopor Ferreira do Zêzere em dire-cção a Cernache do Bonjardim,Sertã, Oleiros, Estreito, CasteloBranco. Ora, com início mais anorte, na região de Ourém, pas-sando por Figueiró dos Vinhos,Cernache, Sertã, Oleiros, Orvalho,Fundão, Espanha (por Monfor-tinho). Dessa utopia fica, também,a constatação de que o objectivocentral que a ditava, de quebrar oisolamento desta vasta região deserras e florestas, ainda não estáconcretizado. Todas as estradasmodernas, entretanto construídas,contornaram Oleiros que nãobeneficia, ainda, de itinerários defácil e rápido acesso à rede deauto-estradas, itinerários princi-pais e complementares mais pró-ximos.

Uma boa estrada para a Sertã,Cernache, Ferreira do Zêzere,completaria a ligação adequada emais curta a Lisboa. Uma boaestrada de Oleiros a Castelo Bran-co, com percurso cómodo e detempo reduzido de uma hora paracerca de vinte minutos permitiriaresidir no concelho e trabalhar naárea de Castelo Branco. Afigura-ram-se, agora, como prioridadesessenciais, para o desenvolvimen-to local. Parecem projectos con-cretos que poderão realizar-se nocurto e médio prazo.

Vias melhoradas para Coimbra epara o Fundão seriam factores dediversificação de actividades co-merciais e de progresso turístico.

Utopia, que, se concretizada,seria a chave de uma nova econo-mia local e da coesão concelhia,

com a neutralização dos riscos defragmentação e dispersão dosserviços públicos essenciais (comoa saúde e justiça) e mesmo dosriscos de extinção do concelho.Parece decisivo para o futuro criaruma rede integrada de vias decomunicação interna concelhia, apartir das vias já existentes, com aconstrução de outras comple-mentares. No quadro de um planode desenvolvimento local, essarede inserir-se-ia na concretizaçãode dois objectivos de desenvolvi-mento.

O primeiro desses objectivosseria o desenvolvimento e apro-veitamento das potencialidadeseconómicas oferecidas pelo rioZêzere. De Cambas à Madeirã,deveria poder circular-se ao longodo rio, o mais próximo possíveldas águas da albufeira. Deveriamconstruir-se pontos de acesso aorio e outras estruturas de apoiopara actividades fluviais e turismode natureza. A orografia dasencostas ribeirinhas apresenta-secomo obstáculo difícil. Porém, hásoluções para ultrapassar essesobstáculos, contornando esforçosfinanceiros incomportáveis.

O segundo objectivo prende-secom a coesão social e demográficado concelho. É necessário viabi-lizar actividades económicas emtodas as áreas do concelho e nãoapenas na sede. Seja a recuperaçãode actividades e produções agro-pecuárias tradicionais, com apostana qualidade e genuinidade locais.Seja a viabilização de indústrias deprestação de serviços, por peque-nos empresários locais e comer-cialização nos maiores centros

regionais e nacionais. Seja a pro-moção de actividades de turismorural e da natureza. Seja a insta-lação de prestadores de serviçosem teletrabalho. É necessáriomanter e melhorar as condiçõesde fixação de pessoas nos povoa-dos e aldeias, pelo menos em al-guns dos mais importantes, faci-litando-lhes o acesso às condiçõesde vida a que, nos dias de hoje,com inteira justiça, todo o cidadãoaspira.

Um plano de desenvolvimentolocal que persiga esses doisobjectivos tem de propor amelhoria da rede de estradasconcelhia e a sua articulação comestradas melhoradas de ligaçãopara os centros populacionais egrandes mercados de consumo ede emprego exteriores: Lisboa,Castelo Branco, Sertã. (Lamen-tavelmente, a Sertã descura a suahistória e a sua natural condiçãode líder da sub-região numaultrapassada visão mais própriade tempos de relações de domíniosenhorial. Alheia-se da definição edefesa de objectivos e interessesda sub-região, diluindo a funçãoaglutinadora que daria força atodos os concelhos. Ao limitar-seà defesa de interesses exclusivos,circunstanciais e imediatos,constitui-se força centrífuga edesagregadora da sub-região,com cada vez maiores ligações aCastelo Branco e Abrantes, emprejuízo das naturais ligações àSertã).

Uma tal rede concelhia signifi-caria o encurtamento e melhoriade ligações das três distintas áreasgeográficas do concelho. O fun-cionamento de três eixos de cir-culação a convergir em pontosestratégicos do eixo centralconstituída por uma estrada me-lhorada no itinerário Sertã-Olei-ros-Castelo Branco.

Em próximo artigo continuare-mos na divagação sobre esses trêseixos da rede concelhia de vias decomunicação.n

João H. Santos [email protected]

2011 JANEIRO/FEVEREIRO Jornal de OLEIROS 3

Viajar para Oleiros (I)1. Introdução – A emigração

Afirmar que a floresta é umaimportante fonte de riqueza para o país jánão constitui novidade para osportugueses. As florestas ocupam 38%do território nacional – 3,4 milhões dehectares que garantem o sequestro de280 milhões de toneladas de CO2. Alémdisso, renovam o ar, fornecem água dequalidade, conservam os solos dasencostas das serras e são o habitat deespécies ameaçadas como o lince-ibéricoou a águia-de-Bonelli. Das dunas dolitoral às nossas serras, passando pelascharnecas e planícies do Sul do país, apresença da floresta é um denominadorcomum da nossa paisagem.

O sector florestal nacional criaemprego, gera 3% do PIB, mais de 9 milmilhões de euros anuais. A floresta estána base de uma indústria com empresasde referências mundiais natransformação de cortiça, na produção depasta de papel ou na indústria mobiliáriaque são responsáveis por 11% dasexportações nacionais. Valores quedemonstram a importância económicaque este sector representa para o país eque são expressivos no contextoeuropeu.

Mas as florestas representam muitomais. São parte da nossa cultura ehistória como um povo. É por tudo isto

que a floresta é importante. É por tudoisto que é importante conhecer a florestae, sobretudo, dar a conhecer a floresta e asua importância aos portugueses. Quemnão conhece não ama!

Em 2011 celebra-se o Ano Inter-nacional das Florestas. Também em Por-tugal iremos celebrar as florestas. Que-remos mostrar aos Portugueses o que re-presenta hoje a floresta portuguesa e,juntos, construir os caminhos para o de-senvolvimento sustentável da floresta.n

Rui BarreiroSecretário de Estado das Florestas eDesenvolvimento Rural

Jornal de OLEIROS JANEIRO/FEVEREIRO 20114

CC OO NN TT AA BB II LL II DD AA DD EE CC OO NN TT AA BB II LL II DD AA DD EE ee SS EE GG UU RR OO SSee SS EE GG UU RR OO SSJosé Mateus & Filho - Contabilidade, Lda

Rua Cabo da Deveza6160-412 Oleiros

A PALAVRA…No país real que somos, num mundo de concepções algo

grotescas daquilo que são verdades indiscutíveis, é só por sium «atrevimento» escrever. Hoje, mais do que nunca, aPalavra é o símbolo do paradoxo; porque antagónica, porquedúbia, ela jamais exprime o sentimento simplista de quemescreve, tornando-se também o reflexo de espíritos magoad-os que não lhe souberam dar a verdadeira interpretação.Enaltece-se todo aquele que nos defende as ideias, idolatra-se o que nos eleva as convicções; porém, vagueamos peloódio quando nos contrariam, mesmo que o rigor, a sensatezdo verbo e a ilustração do adjectivo nos possam trazer, nomínimo, a razão inteligente da dúvida. Estamos conscientesda existência efémera da irreverência, embora lutadorespertinentes da causa real, daquela que está visível no terreno;nada nos diz a controvérsia do discurso universal, ainda quereconheçamos que somos parte integrante de uma cadeia dedemocracias, qual delas a mais de cócoras atrás de um tojo!

Falar, escrever sobre o todo Nacional, esquecendo opequeno paraíso em que vivemos, quando Estadistas, quiçá,as mais altas Instituições, adoptam um discurso como sefizéssemos parte do seu bar de alterne, onde a impunidaderepresenta no assumo de uma gargalhada, mais uma taça quese ergueu por entre a corja de miseráveis que têm como lemaa demagogia; trinta e cinco anos a ver as varejeiras a saltar demonte em monte, clamando num zumbido enfático, amiséria dos pobrezinhos; esperai que não tardará ouvirmos ozumbido cortante do chicote, porque é desta massa que sefazem os ditadores, das varejeiras !

…é pois, na simplicidade de um concelho, porque simplese boas são as suas gentes, na sequência das jornadas dacastanha e do medronho, como vem sendo hábito, promovi-das pela Autarquia que alerto, ainda que fazendo meia culpapela parte que me cabe, para o risco que se corre de nãosermos rigorosos no propósito, fazendo a apresentação deum «filme antigo». Para que as iniciativas resultem, oesforço tem de ser de todos, com dinâmica e entusiasmocolectivo em crescendo. As autarquias, em iniciativas maisou menos interessantes, representam simplesmente o motor;a sociedade civil é que não se pode dar ao luxo de fazer opapel de uma carroça velha. E, se as oposições, eventual-mente, se auto excluem de um papel activo, desaproveitandoa oportunidade, remetendo-se para a atitude simplória dacoscuvilhice, nem o nosso paraíso se livra das moscas!

…no direito à palavra, qualquer um pode dizer que a pesteestá instalada, onde o parasitismo se torna inamovível;enquanto uns esperam pelo próximo fósforo, refastelados noinsano movimento estático de nada de novo fazerem; outros,esquecendo a sua condição social mais avançada,desperdiçam aquilo que mais nobre têm para dar: asolidariedade humana. Ser solidário, também é aquele quepromove ou discute ideias que arrancam o povo domarasmo, que o faz mexer, que o faz andar com esperançaem direcção ao Sol nascente. Somos um concelho sucessiva-mente martirizado por vagas de incêndios, temos de dar asmãos, conjugarmos estratégias para de uma forma simples,cada um na dimensão das suas possibilidades, se sentirintegrado e realizado.

…se olharmos para uma colmeia ou para um formigueiro,encontramos a deslumbrante harmonia de seres vivos que secompletam.

…se olharmos para a condição humana, deparamos comum grande problema: a inteligência do Homem…n

Jorge Simões

Antigamente, no início de cada ano,era costume dizer-se “ Ano Novo, vidanova”, num ritual de esperança demudanças positivas no ano que entãocomeçava.

O autor destas linhas gostaria depoder dizer o mesmo, antevendo apossibilidade de um 2011 positivo paraos portugueses. Infelizmente, pelosmotivos que são públicos, a fase maisadequada passou a ser “ Ano Novo ,vida velha”.

Na verdade, as perspectivas para oAno que agora começou parecetrazerem poucos sinais positivos para opaís, isto apesar do discurso de Natal doprimeiro-ministro, feito e lido para elepróprio e da mensagem de Ano Novo doPresidente da República, acto de meroprotocolo.

A verdade é que a economia nacional,no fundo o que faz andar o país,continuará doente, devendo agravar oseu estado, devido às medidas deausteridade contidas no chamado PEC3.Muito embora o governo assegure queela vai crescer, a verdade é que irádecrescer, conforme, aliás o prevê oBanco de Portugal.

Isto significa que vamos assistir a umaumento do desemprego, das falências

e do número de famílias no limiar dapobreza. É demasiado mau para serignorado pelos responsáveis pelagovernação do país.

Entretanto Portugal necessita definanciar continuamente a sua dívidapública, porque não cria riqueza paraviver o seu dia-a-dia.

O preço a que está a conseguir essefinanciamento é desastroso para ofuturo do país, e, apenas por ignorância,inconsciência ou incompetência, sepode festejar o facto de se obter finan-ciamento a 6,7%, contra os 6,8% da

operação anterior. São taxas incom-portáveis para a nossa economia. Signi-ficam que, daqui a dez anos, o país pa-gará de juros quase 70 euros por cada100 euros de empréstimo.

É lógico que, com juros deste nível,haverá investidores e especuladoresdispostos a correr o risco, até nósinvestiríamos, daí a procura verificada.

Pior ainda. Dizer que esta colocação dadívida é um sinal de que a economia por-tuguesa está no caminho certo é um errogrosseiro, apenas explicado por uma von-tade de deter o poder a qualquer custo.

Mas, nem tudo é negativo. O título demelhor treinador do mundo atribuído aJosé Mourinho é um oásis no meio dodeserto da situação portuguesa. Éverdade que não faz baixar os juros dadívida nacional, nem subir a notaçãodas agências de “rating”, mas distingue,com todo o mérito, o profissionalismo,as qualidades humanas e de liderança ea seriedade profissional do treinadorportuguês. Um exemplo que deveria serseguido por quem tem nas mãos acondução dos destinos deste país.

Até breve. n

A. Graç[email protected]

Ano Novo… Vida Velha

O FAROL

A Floresta é para todos!

2011 JANEIRO/FEVEREIRO Jornal de OLEIROS 5

HISTÓRIA DE OLEIROS

No dia 2 de Fevereiro de 1811ocorreu a passagem de tropasfrancesas pela vila de Oleiros, nasequência da terceira invasão dosfranceses, que teve início em1810. Um dos grupos de reforçosseguiu pela estrada nova, que tinhasido aberta pelo cume das serras,entre as vilas do Fundão eAbrantes, para se reunir aoexército nas linhas de TorresVedras. Assim que constou queesta divisão iria passar por estaestrada, a população de Oleiroscomeçou a fugir, de modo a deixaras casas inteiramente despidas. Apopulação retirou-se na direcçãoda margem esquerda do Zêzere,flanqueando a divisão francesa,dirigindo-se para os lugares deAbitureira, Rouco e Cambas.

Com a vinda dos soldadosfranceses vieram também imensasmunições para fornecimento decanhões e espingardas. Os oficiaisescolheram para paióis os lugaresmais seguros e de mais fácilvigilância. Um dos sítios que lhespareceu ideal terá sido a Capela deSanta Margarida, dada a suasituação altaneira. A capela ficourepleta de explosivos até que osfranceses se decidiram ir embora.

Mas, ao retirarem-se deixaram ládentro alguns barris de pólvora e,de seguida, pegaram fogo à capela.Na deflagração foi “levada pelosares” a imagem da padroeira dacapela, Santa Margarida, queacabou por ser encontrada, no sítioque ainda hoje se denomina “hortada Santa”, estranhamente intacta.Os Oleirenses consideraram ofacto como um novo milagre. Estenovo milagre sucedeu-se a umoutro que tem sido transmitido degeração em geração desde háséculos. Em tempos, toda a regiãofoi assolada por uma terrível pragade gafanhotos que nada poupavamO povo começou então a fazerromarias constantes à ermida deSanta Margarida implorando ajudapara um combate que nãoconseguia vencer. A santa atendeu-os pois algum tempo depoiscomeçou-se a ver grandes filas degafanhotos encaminhando-se paraa ribeira onde morriam afogados.Nem um escapou, ficando Oleiroslivre de tão grande flagelo. Emagradecimento, os seus habitantesdecidiram celebrar todos os anosuma grandiosa festa em honra deSanta Margarida, o que têmfielmente cumprido.n

Oleiros é um dos seis muni-cípios que compõem o GeoparkNaturtejo, um território que inte-gra as Redes Europeia e Global deGeoparques, pelo reconhecidovalor do seu património geológico.

Com o início do novo ano,apesar de continuarmos a ser asmesmas pessoas, sentimo-nossempre a entrar numa nova etapa.Os nossos hábitos mantêm-se, anossa rotina quotidiana não sealtera, porém vemos a passagemdo ano como um período demudança. Com esta nova rubricade Geologia, que aqui começa,sugerimos que olhe à sua volta,para as paisagens que o rodeiam,para os edifícios por onde passa,para o interior da sua própria casa,para os alimentos que usa no seudia-a-dia… mas de forma di-erente! Observe o quotidiano deOleiros à luz da Geologia, perspe-ctivando as coisas que lhe sãofamiliares e desbravando-as de umângulo diferente: desde os mo-numentos funerários antigos, aosvestígios de Arte Rupestre, aosmuros e outras construções ser-ranas, às tradicionais aldeias deÁlvaro e da Isna, até aos monu-mentos mais antigos como ascascatas da Fraga da Água D’Alta,as curvas e contracurvas do rioZêzere e a sua estreita passagem

pela imponente Serra do Moradal.A ocupação humana na região

de Oleiros foi sempre condicio-nada pela sinuosidade dos profun-

dos vales e pelo vigor das serrasxistentas, pelos pontos estra-tégicos de vigia, no cume de pode-rosa muralha quartzítica natural de

Moradal, pela proximidade ao rioZêzere, pelos recursos mineraisexplorados e pelos produtos que ossolos foram capazes produzir. A

título de curiosidade, durante aPrimeira Guerra Mundial as Minasdas Fragas do Cavalo foram umimportante núcleo de exploraçãode volfrâmio usado no fabrico dearmas, devido aos impressionantesfenómenos geológicos geradoresde filões ricos neste minério. Estahistória remonta a tempos muitolongínquos, quando todos oscontinentes do planeta Terra seestavam a juntar para formar ummegacontinente, a Pangea. Poroutro lado, o próprio topónimoOleiros, remete para os “olheiros”,as numerosas nascentes de águacuja existência se deve às cara-cterísticas das rochas e ao relevo.

Os estudos geológicos sobre aregião de Oleiros são escassos,tendo começado nos anos 40 doséculo XX, com Orlando Ribeiroe, não muito mais tarde, comDécio Thadeu e Carlos Teixeira,grandes vultos da geologia por-tuguesa. Esta rubrica é tambémum novo olhar para as diferentespotencialidades da geologia deOleiros face às necessidades edesafios actuais.

Embarque connosco nestaaventura intemporal…n

Joana Castro RodriguesGeóloga do Geopark Naturtejo

Geologia à nossa volta

A impressionante escarpa quartzítica da garganta do Zêzere, erguendo-se 350 metros acima do Rio Zêzere

Capela de Santa Margarida e Horta da Santa locais incontornáveis

Sempre achei curiosa a semelhançaentre o nome Olericultura e Oleiros, puracoincidência, talvez... Se consultarmos odicionário, Olericultor é aquele quecultiva legumes e entende-se porOleiricultura um dos ramos da Horti-cultura, uma disciplina científica queestuda as técnicas de produção de plantascom o objectivo de retirar proveitoseconómicos. Esta abrange cinco ramosdistintos: Fruticultura (produção de fru-teiras), Floricultura (produção de flores),Olericultura (produção de hortaliças),Silvicultura (produção de árvores paradiversos fins) e Paisagismo (produção devárias espécies hortícolas para fins deinstalação em parques e jardins, tambémconhecida por alguns como “horticulturaornamental”).

Tendo em conta os registos ancestrais,a cultura da hortaliça sempre teve grandeexpressão em Oleiros e segundo asMemórias da Villa de Oleiros, era-lhedestinada “a terra que desce desde aFonte do Seixo até ao Ribeiro que vem daCorg´alta, chamado antigamente RibeiroGrande e que é cortado ao meio no seucomprimento por um regato precedenteda dita fonte, chamado Ribeiro dasHortas. Esse terreno, de um lado e outrodo regato, era constituído por pequenasporções quase iguais, tendo cada uma 30a 50 m2, as quais terão sido divididasquando foram distribuídas as terraspelos moradores da Povoação de Olei-ros. Essa divisão, pela sua antiguidade e

origem, representava um agradável mo-numento da antiguidade rural (…) AsPosturas de 1628 mandavam que noRibeiro Grande, à entrada do Ribeiro dasHortas, e no sítio das Lages houvesse umpau, para indicar certamente que erasítio coutado”.

Reportando para a Olericultura e tendoem conta o seu objecto de estudo, estadedica-se à produção de hortaliças(também conhecidas vulgarmente porlegumes, verduras ou “verdes”), sendoplantas cultivadas em horta e reservadaspara uso culinário. Desta categoria deplantas fazem parte culturas folhosas,raízes (cenoura), bolbos (cebola), tubér-culos (batata), frutos diversos (como asvagens verdes, por exemplo, do feijão),sementes (como o caso da fava) e outraspartes comestíveis da planta. Já no casodas verduras, estas usualmente incluemapenas folhas (alface, almeirão e couve,por exemplo), caules (espargos) e raízes.

Tomando como exemplo a família dasBrássicas, da qual também fazem parte onabo e a mostarda, esta é composta poruma grande variedade de couves per-tencentes à espécie Brassica oleracea, daqual fazem parte couves famosas como agalega (utilizada no caldo verde), derepolho, tronchuda, portuguesa, lombar-da, roxa, chinesa, rábano, de Bruxelas,couve-flor ou brócolos.

Sabe-se que a generalidade das couvesaprecia elevados teores de Humidade,temperaturas baixas e que a ocorrência de

uma determinada temperatura estimula aformação de açúcares e proteínas nassuas folhas. Do mesmo modo, éconhecido que esta espécie não gosta detemperaturas diurnas superiores a 35 ºC,nem de noites quentes, o que talvezjustifique que se adapte tão bem emOleiros.

Por outro lado, estas verduras ricas emvitaminas C, A, K, Cálcio, ‚-caroteno, fi-bras e antocianinas, encontram nos solosoleirenses condições favoráveis ao seudesenvolvimento.

Na verdade, as couves que se obtêmem Oleiros, a partir da agricultura desubsistência, são bastante apreciadas esempre tiveram um lugar de destaquecomo acompanhantes dos mais variadospratos regionais. Quem nunca ouviu falardas “couves de Oleiros”, tão afamadaspelo seu sabor e textura? Estas possuemum leve pico ácido (talvez devido àscaracterísticas do solo onde são pro-duzidas), aliado a um ligeiro toque ado-cicado (favorecido, presumivelmente,por determinada temperatura que a certaaltura do seu desenvolvimento promovea formação de açúcares e proteínas aonível das suas folhas). É da conjugaçãodestes factores que resultam determi-nadas características que diferenciamestas couves das demais, o que se traduznum paladar muito próprio.n

Inês MartinsEngenheira Agrónoma

Os verdes de Oleiros

Jornal de OLEIROS JANEIRO/FEVEREIRO 20116

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A VALNOR, em colaboraçãocom a Câmara Municipal deOleiros, colocou novos Oleõesonde poderão ser lançados os ÓleosAlimentares Usados (OAU). Só navila de Oleiros foram instalados 5receptores, nos quais deverão serdepositados os óleos alimentaresusados, sempre em garrafas deplástico devidamente fechadas. Sobo lema “Óleo no Oleão é MenosPoluição”, os OAU passam assim aintegrar o Sistema de Recolha eReciclagem de Óleos AlimentaresUsados daquela empresa respon-sável pela gestão, valorização etratamento dos Resíduos.

Quando despejados directamentenas redes de esgoto, os Óleos Ali-mentares Usados são muito prejudiciais àpureza da água e às estruturas de

saneamento. A recolha dos OAU, emrecipientes próprios para o efeito, é maisuma actividade da VALNOR que bene-

ficia o ambiente, através da recu-peração dos OAU, da diminuiçãodas emissões de partículas de car-bono e de compostos de enxofre,permitindo (através da sua transfor-mação em Biodíesel), substituirparte da importação de gasóleo e,graças à sua superior capacidadelubrificante, aumentar o tempo devida útil dos motores. A VALNORtem actualmente capacidade para arecolha de 200 000 litros de OAU,que representa uma produção decombustível (Biodíesel) de 150 000litros/ano, usado integralmente nosseus equipamentos.

Utilizando os novos Oleões,ajuda a evitar a poluição e aproduzir energia. Seja um

ECOcidadão e coloque o seu óleo noOleão.n

Recolha de óleos alimentares usados em Oleiros

2011 JANEIRO/FEVEREIRO Jornal de OLEIROS 7

Voltamos, nesta ediçãodo Jornal de Oleiros adeixar algumas sugestõesde leitura para os nossosleitores.

Convirá notar que, oslivros que sugerimos nãoserão forçosamente novi-dades literárias, sãoapenas obras que, dentrodo género respectivo,consideramos interes-santes e dignas de realce.

Agatha Christie é famo-síssima pelos seus roman-ces policiais, contudo, epor motivos relacionadoscom a profissão do ma-rido, o arqueólogo MaxMallowan, a escritorapassou largas temporadasna Síria, onde o maridoprocedia a intensaspesquisas arqueológicas.Dessas estadias, nasceuum livro, Na Síria noqual a escritora relata assuas memórias da vivência nessas expedições. Um livro muitointeressante, recheado de episódios pitorescos descritos com aqualidade literária, numa vertente literária pouco conhecida de AgathaChristie Mallowan.

Também o antigo primeiro-ministro britânico Winston Churchill fez asua incursão em géneros literários fora da política. “ A minha viagempor África”, relata as experiências do jovem Churchill, na suapassagempelas terras altas da África Oriental.

Na Córdova da segunda metade do século XVI, à beira da expulsãodos últimos muçulmanos da Península Ibérica, um jovem mouroprocura a sua identidade entre duas culturas e duas religiões, tudo istoem “ A mão de Fátima”, um livro de Ildefonso Falcones.

A guerra do Ultramar, foi um acontecimento que marcouprofundamente uma geração, a quem Portugal muito deve e à qualnunca prestou a devida justiça.

“A Última Missão”, de José Moura Calheiros ( coronel pára-quedistana reserva), para além de um documento fundamental para oconhecimento daquela epopeia nacional, é o testemunho da entrega e dacoragem dos jovens da geração que a combateu, escrito por quemesteve no terreno, e não por autores de sofá, que não fazem a menorideia das realidades então vividas.

António de Oliveira Salazar, continua, 40 anos após a sua morte, aser uma figura controversa e recordada, no panorama políticoportuguês. “ Salazar, uma biografia política” da autoria de FilipeRibeiro de Menezes, doutorado em história pelo Trinity College deDublin, é o produto de sete anos de trabalho num projecto académicofinanciado pelo governo irlandês. Um livro escrito sem preconceitospolíticos, que relata o percurso do estadista português.

Finalmente, “ Disse-me um adivinho”, do jornalista italianoTiziano Terzani. O joralista, correspondente do Der Spiegel na Ásiaconsultou um adivinho, que lhe disse que, no ano de 2009, nãodeveria viajar de avião. O livro relata as viagens feitas por terra nesseano e a descoberta de locais que apenas seria possível desfrutarviajando por terra. A descrição pode ser um pouco vaga, mas o livroé muito interessante.n

LEITURAS

O Agrupamento de EscolasPadre António de Andrade,nomeadamente a Escola Básicade Oleiros e o Jardim-de-Infânciade Oleiros, com a participação doInfantário da Santa Casa daMisericórdia de Oleiros, D. MariaAugusta da Silva, promoveramno dia 20 de Janeiro a recriaçãoda secular tradição associada aosfestejos de S. Sebastião, na vilade Oleiros. Com o apoio da Juntade Freguesia de Oleiros, serárecriada a tradição das castanhaspiladas e das broas de milho, a par

da realização da já habitual missa,a ter início pelas 12 horas, nacapela do Santo, em Oleiros.

Recorde-se que antigamenteesta era uma festa que envolviacentenas de pessoas, entre asquais, os alunos da EscolaPrimária que se situa nasimediações da capela. Noutrostempos, os proprietários de soutosde castanheiros prometiamoferecer ao Santo sacas de panocom castanhas piladas, as quaiseram atiradas no adro da capela,para grande alegria da criançada

que se empenhava em apanharcastanhas como se fossemrebuçados.

Para além das castanhas secasnos caniços – ou piladas, os fiéisofereciam ainda broas de milho egalos, os quais eram posterior-mente vendidos pelas ruas da vilae cuja receita revertia para oSanto. A festa durava pela tardefora, com a actuação daFilarmónica Oleirense, o queproporcionava animados bailari-cos, muitas vezes, em cima deneve.n

Admirável mundo rural, em que asfontes da memória resistem,aparentemente adormecidas, masdisponíveis a jorrar saber sempre queacontece a revisitação emocionada.

A par do avanço científico e doprogresso tecnológico, tantas vezesfrio e desumano, transitório e indivi-dualista, perturbador e consumistanas grandes concentrações urbanas,é da maior importância redescobrir evalorizar o mundo rural; mundo dastradições, das tecnologias humani-zadas, do equilíbrio na diversidadebiológica e paisagística; mundonosso, de todos, mesmo de quemhabita o espaço urbano concentrado,já que é na matriz rural que mergu-lham e se podem renovar as raízesculturais do nosso tempo. O espaço eo tempo rurais identificam-se com afertilidade e a criatividade, permitin-do às pessoas usufruírem de liber-

dade fecunda e realizarem-se deforma integral. É a sabedoria popularque exprime a partilha e a comunhãocom a natureza, numa relação inter-dependente e equilibrada entre omundo animal e o mundo vegetal,onde o homem deve ser parceiro,humanizando as paisagens e nãoagente dominador e predador.

O suporte do mundo rural napreservação da diversidade bioló-gica, no equilíbrio do território e nahumanização da diversidade bioló-gica, no equilíbrio do território e nahumanização da paisagem é a acti-vidade agrícola, pecuária e florestal,que no nosso país interfere com maisde dois terços do território e na BeiraBaixa representa mais de noventapor cento do território. No processoprodutivo agrícola, a par daspotencialidades do solo e do saber-fazer das tecnologias humanizadas, o

elemento essencial é a água.Assume, assim, uma importânciaverdadeiramente estratégica odesafio de preservar os valores daruralidade, ameaçados pelos proces-sos de despovoamento e de crescentedesertificação. A revitalização dotecido social e produtivo implica queo urbano e o rural deixem de serconsiderados como opostos econcorrentes, mas, antes,complementares. É nesta interacçãoe rede de cumplicidades, que sepoderá fomentar uma ruralidademoderna em que o progresso e obem-estar não representem o seufim, nem se comprometam pelamorte dos valores, características epotencialidades em que a culturarural é fecunda e promissora.n

*in Cozinhados lembrados – Tradiçõesgastronómicas da Beira Baixa - Penamacor

Mundo RuralPor Lopes Marcelo*

Professores e Educadores de Oleiros recuperam Vivências

Tradição do S. Sebastiãorevivida em Oleiros

Um novo ano civil se inicia paratodos, que se deseja próspero eauspicioso, embora saibamos deantemão quão difícil será, commuitos problemas, constrangi-mentos e poucas soluções. Ora, navida de uma escola, o ano lectivoterminou o seu primeiro trimestre einiciou o segundo e também seencontra a braços com imensasdificuldades e mesmo algumasnovas alterações que já fervem no“panelão” do Ministério da Edu-cação, ao qual é preciso constan-temente relembrar que o melhorinvestimento de um país são as suascrianças, como afirmava CarolBellamy, ex-directora da UNICEF,e que por isso é preciso tratá-lasbem, formá-las bem, educá-lasmelhor. Os jovens precisam demodelos a seguir e a sociedadeactual, infelizmente, comportapoucos modelos…

O trimestre anterior terminoucom um evento que a todoscomove pelo simbolismo de que sereveste, o Natal. E a esse aconte-cimento estão sempre associadasas tradicionais festas de Natal dasescolas, motivo da elaboração

deste artigo. Nem sempre interessafalar daquilo que vai mal entrenós, mas interessa, sim, revelar oque de melhor existe, mesmo quenão seja mediático ou sensacio-nalista, mas simples e verdadeiro,onde não se gastam milhares deeuros, mas uns parcos “tostões”,cujo resultado ultrapassa qualquercampanha política, exactamenteporque se reveste de valores esentimentos que já não existemnesses circos politiqueiros. Asfestas natalícias com a partici-pação da comunidade servem parareafirmar que há vida nas escolas,lamentavelmente ainda desconhe-cida para alguns, contudo bastanteparticipada por outros, porque abeleza das coisas está no espíritode quem as contempla. Profes-sores, alunos, funcionários e pais,todos se deixam inspirar econtagiar (é epidémico, graças aDeus!) pela época natalícia e maisnenhuma outra festa, ao longo doano, tem tamanho simbolismo, deunião e solidariedade. Comempenho e trabalho se prepara afesta para que as crianças ganhemasas e possam voar na imaginação,

com os pais por perto. Assim sepassa em quase todas as escolas dopaís, porém, a mim, interessa oAEPAA (Agrupamento de EscolasPadre António de Andrade), onosso Agrupamento, e mostrar queseguimos um lema muito impor-tante para nós: Não me digas omuito que trabalhas; fala-meantes do muito que fazes.

E que muito e que bem fazem os

docentes do AEPAA em prol daformação dos seus alunos, quernas aulas, quer nas AEC (Activi-dades de Enriquecimento Curri-cular), quer nas actividades extra-curriculares (Clubes e Projectos).É pelo Teatro, pelo Desporto, pelaMúsica, pelas Expressões, pelasdisciplinas que se associam a estasvertentes que as nossas crianças ejovens se enriquecem e enrique-cem a escola e o concelho.

No gabinete da Direcção doAgrupamento foi construído umpequeno presépio, com um espaçopróprio, para receber todos ospostais das entidades, mas tambéme com muita expectativa os postaiselaborados pelos alunos dasescolas básicas do primeiro ciclo edos jardins-de-infância e tambémda escola sede, que nos encheramde orgulho e carinho. Apesar deser necessário olhar nos olhos deuma criança para saber o que lhevai na alma, aqueles postais sãosempre elucidativos das aprendi-zagens levadas a cabo pelos dis-centes e do perfeccionismo e em-penho com que são elaborados.

A festa de Natal de AEPAA de-correu nos espaços dos edifíciosrespectivos à excepção da escolasede que levou o seu espectáculoaos idosos da Santa Casa daMisericórdia, local onde tambémdecorreu a festa do JI de Oleiros.No Estreito e no Orvalho a festadecorreu em instalações cedidaspela Junta de Freguesia. Em todas,estiveram presentes membros daautarquia local e pais, professo-res/educadores e ainda as senhorasDirectora e Subdirectora doAEPAA.

Todos os alunos desenvolveramacções para apresentação públicadas suas actividades, todos. Tantoos que revelam mais dificuldadesna aprendizagem, como os querevelam menos ou mesmo aquelesque acompanham mais facilmenteo trabalho escolar. Todos os que,

pelo seu comportamento, maisafligem os docentes, mas que nahora se portam como querubins eserafins. Todos os que, por falta decarinho e atenção em casa, exigemmuito mais, para além da capa-cidade científica do professor, de-mandam o seu amor. E tudo istoporque o vento fala com a mesmaforça, tanto aos robles gigantescoscomo às ervas mais insignifican-tes. (K. Gibran)

O nosso Agrupamento foi alvode uma acção inspectiva por parteda Inspecção Geral da Educação –Avaliação Externa das Escolas2010/2011 – entre os dias 10 e 12de Janeiro e essa acção tende,especialmente, a fomentar a inter-pelação sistemática sobre a quali-dade das suas práticas e dos seusresultados e também contribuirpara um melhor conhecimento dasescolas e do serviço público deeducação, estimulando a partici-pação social na vida das escolas.

Torna-se óbvio que qualquerDirecção se orgulha do seutrabalho, dos seus professores,funcionários, dos seus alunos eresultados e a nossa não é excepção.Concordamos que deve existiravaliação no sentido de melhorar,cada vez mais, a todos os níveis, oserviço prestado pela escola que sequer dinâmico e equitativo. Quere-mos ser sempre uma escola inova-dora e tudo faremos para o conse-guir. Esperaremos o relatório deavaliação com serenidade, na certe-za do dever cumprido com integri-dade e profissionalismo e na convi-cção de que o resultado nos prestaráum grande serviço na vida da co-munidade escolar, conquanto nãoesqueçamos que há uma diferençaentre a vida e a escola, já que naescola se aprende uma lição e se fazum teste e na vida os testes é quenos ensinam grandes lições! n

A professora Manuela [email protected]

Jornal de OLEIROS JANEIRO/FEVEREIRO 20118

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DE ”OLHO” NA EDUCAÇÃO

Vida Escolar

2011 JANEIRO/FEVEREIRO Jornal de OLEIROS 9

Director: Paulino B. Fernandes • Director Convidado: Ana Neves • Fundador: Paulino B. Fernandes • Registo legal: ERC nº 125 751 • Proprietário:Paulino B. Fernandes • Periodicidade: Mensal • Sede: Rua 9 de Abril, 531, 1º Dtº., 2765-543 S. Pedro do Estoril • www.jornaldeoleiros.com • emailda redacção: [email protected] • Telefone: 922 013 273 • Site: www.jornaldeoleiros.com • Tiragem: 3 000 exemplares • Redacção: Oleiros •Distribuição: Massiva através dos CTT nas residências e postos de venda • Colaboradores: João H. Santos Ramos, Inês Martins, António Mendes,Manuela Marques, António Romão de Matos, Rui Pedro Brás, Ana Maria Neves, Ivone Roque, Feliciano Barreiras Duarte, Hugo Francisco, Hugo deFreitas Andrade, Miguel Marques, Soraia Tomaz, Augusto Matos, António Graça, Cristina Ferreira de Matos, Cátia Afonso, Ana Faria •Correspondentes: Silvino Potêncio (Natal, Brasil) • Fernando Caldeira da Silva (África Austral) • Correspondente em Castelo Branco: Rui ManuelAlmeida Nunes (www.ruianunes.no.sapo.pt) • Catarina Fernandes (Lisboa) • Fotografia: Rute Antunes, email: [email protected] • Vale do Souto(Mosteiro): Sílvia Martins, email: [email protected] • Impressão: Gráfica: Coraze, Oliveira de Azeméis • Paginação: [email protected]

Jornal de Oleiros - 922 013 273Agrupamento de Escolas do concelho de Oleiros – 272 680 110Bombeiros Voluntários de Oleiros – 272 680 170Centro de Saúde – 272 680 160Correios – 272 680 180G.N.R – 272 682 311

Farmácias

Estreito – 272 654 265Farmácia – Oleiros – 272 681 015Farmácia – Orvalho – 272 746 136

Postos de Abastecimento

Galp (Oleiros) – 272 682 832Galp (Ameixoeira) – 272 654 037Galp (Oleiros) – 272 682 274António Pires Ramos (Orvalho) – 272 746 157

Infra-Estruturas

Câmara Municipal – 272 680 130Piscinas Municipais//Ginásio – 272 681 062Posto de Turismo/Espaço net – 272 681 008Casa da Cultura//Biblioteca – 272 680 230Campo de Futebol – 272 681 026Pavilhão Gimnodesportivo (Oleiros) – 272 682 890

CONTACTOS ÚTEISOOnnddee ppooddee eennccoonnttrraarr oo SSeeuu JJoorrnnaall ddee OOlleeiirrooss

• LISBOA- Papelaria Tabacaria SampaioRua Reinaldo dos Santos, 12-C1500-505 Lisboa• Jardins da Parede- Papelaria Tabacaria ResumosDiáriosAv. das Tílias, nº 136, Lj B• OLEIROS- Papelaria JARDIM• ESTREITO- Café “O LAPACHEIRO”Estreito - 6100 Oleiros.• PROENÇA-A-NOVA- Da Idalina de JesusAvenida do Colégio, nº 16150-410 Proença-a-Nova- Tabacaria do CentroLargo do Rossio6150-410 Proença-a-Nova• CASTELO BRANCO- Quiosque da CláudiaZona Industrial, lote P-6 CLoja nº 4, Edifício Intermarché6000 Castelo Branco• CERNACHE DO BONJARDIM- Papelaria Boa Nova Mercado Municipal• AMEIXOEIRA- BIG barEstação de Serviço, Estª Nacional238, Ameixoeira 6 100 Oleiros• COVILHÃ- Pedro LuzRua General Humberto DelgadoQuiosque - 6200-014 Covilhã• PEDROGÃO GRANDE- Papelaria 100 RiscosLg. do Encontro, 47-A• VILAVELHA DE RÓDÃO- Galp na A23 nos dois sentidos• SERTÃ- Papelaria Paulino & IrmãoAv. Gonçalo Rodrigues Caldeira, 46-A

INFLUENTE NA REGIÃO DO PINHAL INTERIOR SUL, BEIRA INTERIOR SUL E COVA DA BEIRA

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Desejo receber em minha casa, mensalmente, o Jornal de OleirosAno 2011q Nacional 15,00€q Estrangeiro 25,00€

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Ficha técnica

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SEJA CORRESPONDENTE NA SUA FREGUESIAO Jornal de Oleiros tem vindo a alargar a cobertura

a todo o território, evidentemente com especialpreocupação à nossa região.

Possuimos já alguns CORRESPONDENTES emdiferentes freguesias que passarão a constar na fichatécnica do jornal.

Queremos alargar e cobrir todo o território.

Deixamos este convite que serve para divulgar aSua terra, costumes, cultura, necessidades erealizações.

Aqui fica o convite e esperamos adesões através doemail:

[email protected]

O ano que começou foiconsagrado pelas Nações Unidas oAno Internacional das Florestas.Sob o lema “Floresta para Todos”,a efeméride pretende dar enfoqueao papel central das pessoas para agestão, conservação e desenvolvi-mento sustentado de todos os tiposde florestas, realçando que estassão vitais para a sobrevivência ebem-estar de 7 biliões de habi-tantes do planeta.

Fazendo jus a todo o conceitoque envolve a celebração, ologótipo definido oficialmentepara 2011 – Ano Internacional dasFlorestas, editado em váriaslínguas, pretende destacar o papelcentral das pessoas, ao mesmotempo que chama a atenção para ofacto de as florestas forneceremabrigo para as pessoas e umhabitat para a diversidade bioló-gica, sendo uma fonte dealimentos, medicamentos e águapotável, desempenhando um papelvital na estabilização do clima edo meio ambiente mundial. Aunião de todos esses elementos,reforça a ideia de que as florestassão vitais para a sobrevivência e o

bem-estar de todos.Esta é assim uma celebração

que pretende chamar a atenção daopinião pública e das váriascomunidades para a importânciadesta riqueza. No caso do nossopaís, a floresta ocupa 38 % doterritório nacional, representando3,4 milhões de hectares deterrenos florestados, os quais ga-rantem o sequestro de 280 milhõesde toneladas de CO2, renovam oar, fornecem água de qualidade,conservam os solos das encostasdas serras e constituem o habitatde muitas espécies.

A floresta, para além de ser

parte da cultura e história do país,constitui uma fileira muitoimportante em termos econó-micos. O sector florestal criamuitos empregos, gerando 3% doPIB (mais de 9 mil milhões deeuros anuais), ao mesmo tempoque está na base de uma indústriacom empresas de referênciamundial, responsáveis por 11 %das exportações nacionais.

A dinamização das comemora-ções do Ano Internacional dasFlorestas em Portugal é coordenadapor uma Comissão Executiva, daqual fazem parte: a ComissãoNacional da UNESCO; o Ministérioda Agricultura, do DesenvolvimentoRural e das Pescas e outras entida-des, entre as quais a AssociaçãoNacional de Municípios Portugue-ses, da qual o Presidente da CâmaraMunicipal de Oleiros, José SantosMarques, é o digníssimo represen-tante. Esta é uma nomeação quemerece o orgulho de todos, repre-sentando o reconhecimento de todoo esforço e trabalho desenvolvido,ao mesmo tempo que enaltece ofacto de Oleiros ser um concelhoexcepcionalmente florestado.n

Floresta para Todos!

Certo dia um pequeno paíschamado Portugal sonhou comdemocracia, liberdade, saúde eeducação para todos, com umajustiça célere, com segurança,bem-estar, progresso e igualdadede oportunidades para os seuscidadãos.

Passados cerca de 35 anos, omesmo país acordou do sonho quese transformou em pesadelo. Opaís viveu sonâmbulo e quandodespertou encontrou pobreza,corrupção, assimetrias, insegu-rança e pior que tudo, desânimogeneralizado por parte dos seuscidadãos.

Será que o pequeno país aindavai a tempo de tornar o sonho emrealidade?

Quando escrevo estes aponta-mentos decorre a campanha para aeleição do Presidente da Repúbli-ca, o mais alto magistrado daNação, que garante a indepen-dência nacional, a unidade doEstado e o regular funcionamentodas Instituições Democráticas.

Teme-se que mais de metade dosportugueses prefiram passar o diade eleições a passear com a famíliae amigos, ao invés de exerceremum dever cívico que custou a vidaa muitos portugueses.

Sinais dos tempos, da descrença

na política, nas promessas vãs e doafastamento dos governantes dopaís real.

Porém, quanto maior o afasta-mento dos cidadãos da política, daintervenção e dos deveres decidadania, menor a responsabili-dade dos governantes, porque asua legitimidade advém do voto.

Não podemos desmobilizar,também é nosso dever assegurar ofuturo das gerações vindouras.

É possível realizar o sonho.Como escreveu um dia o poeta

António Gedeão “o sonho coman-da a vida”.n

Miguel Marques

APONTAMENTOS

Um dia – já há uns anos –mexendo em documentos e relí-quias do passado, encontrei uns“escritos” muito curiosos, do meuavô paterno – João de Mattos –que não cheguei a conhecer, poismorreu quando eu tinha algunsmeses.

Entre outros, encontrei uns, queconsidero preciosos, referentes ànossa Filarmónica, e que pela suaoriginalidade e simplicidade comoestão redigidos, não resisto de osdar a conhecer.

Estes documentos inserem-se nahistória primitiva da FilarmónicaOleirense, e pela sua autentici-dade, atestam veracidade em mar-cos importantes da sua existência.

Num deles conta-se, com grandesimplicidade e singeleza, os pri-meiros passos desta associação, daforma como começou e quando,terminando com o relato da suainauguração, relato delicioso quetermina com uma frase mostrandoa sinceridade e a satisfação dequem escreve: “GRANDE DIA!!!”.

E deve ter sido, certamente!A fundação de uma filarmónica,

na Vila de Oleiros, no ano de 1894,deve ter sido um acontecimentobastante importante, como hojetambém seria, mas naquele temporecuado, em que não havia nada doque hoje é técnica avançada, leva-nos a perceber quanto transcen-dente deve ter sido este acon-tecimento. Adivinha-se que foi umdia de festa rija na Vila de Oleiros,ao ponto de todas as casas teremcomida melhorada para obsequiara sua nova Filarmónica: “EN-TROU-SE EM 35 CASAS, ACOMER E A BEBER”. Foi obra,realmente! E isto só em grandesdias poderia acontecer. Este foi,sem dúvida, um marco importantena vida de Oleiros e enquadra-seperfeitamente, nos hábitos dosseus habitantes.

A Banda começou com 25executantes, como se pode ver poroutro apontamento, e tambémficamos a saber os seus nomes,entre os quais consta o do meu avôe mais dois ou três que aindaconheci e com eles convivi.

Recordo com saudade, os meustempos de menino, quando demãos dadas com outros “cacho-pos”, percorria as ruas da Vila,atrás da “música”, quando estadava uma “arruada” nos dias as-sinalados ou de festa. Já, então,gostávamos de música e nummundo em que não abundavamoutros divertimentos, era para nós– miúdos – uma alegria seguir aBanda ao som das suas alegresmarchas.

Nos arraiais dos SantosPopulares e Santa Margarida,quando ainda não havia aparelha-gens de som, quanta alegria,quanta animação, nos era trans-mitida com as actuações, noitedentro, da Filarmónica!

Nesse tempo era dirigida pelocompetente Sr. José Augusto –Zé do Moucho – que por vezes sevia na necessidade de sertambém executante, em virtudedo escasso número de músicos –cerca de 15 a 20.

Por essa época, a Banda per-corria habitualmente, as principaisruas da Vila, no dia primeiro deDezembro e no dia do Ano Novo,dando as Boas Festas aos sócios,chegando, até, a entrar em algu-mas casas. Estes dias, já por si pró-prios assinaláveis, eram elevados aum ambiente festivo, com a actua-ção da Filarmónica.

Durante o Verão, três ou quatrodomingos, mesmo sem coreto, aBanda tocava na Devesa – ondehoje é o jardim – e fazia o encantodo povo oleirense, com o seu jámuito variado repertório, onde osmais novos, rapazes e raparigas,dançavam em alegres bailaricos.

Mas regressando à actualidade,lançamos um olhar pela nossabanda actual. Hoje são cerca de 50executantes – o dobro da fundação– a grande maioria jovens, o que éum número considerável, aindamais se atendermos a que vivemosnuma região afectada pelos efeitosda desertificação.

É muito gratificante verificar, ointeresse desta juventude, por umainstituição que, como já vimosatravés do seu passado, merece omaior carinho e apoio de todos.

Num tempo presente, em que háinúmeros chamamentos aliciantespara desviar os jovens do caminhocerto, nunca é demais realçar oexemplo destes rapazes e rapari-gas, executantes, que envergandoa sua farda e com os seus instru-mentos reluzentes, sentem orgulhode fazer boa música e dignificar asua filarmónica.

Devo dizer que vou seguindo,sempre que posso, com bastanteatenção as actuações da nossa ban-da, e verifico com grande satisfa-ção, a progressiva qualidade dassuas execuções.

Sou um amador de Música egosto de boa música, excluindo,portanto, aqueles sons barulhentose dissonantes – a que algunschamam música – que são autên-tica poluição sonora, inimigos doouvido humano e que em termosmusicais são puro lixo.

Contudo, hoje, continua a fazer-se boa música, que ouvimos comagrado, música ligeira a sério demuito boa qualidade, para já nãofalar da música clássica, que per-dura sempre e é sempre actual.

A música, quando melodia, é alinguagem dos anjos, e para sermúsica a sério, deve causar bem-estar a quem a ouve.

A música da nossa filarmónica –como, aliás, de outras bandas – éessa música muito especial, que dáprazer ouvir, e como tal, deve serouvida com atenção.

A música é um diálogo de sons.É uma delícia ouvir a conversaçãotravada entre os vários naipesinstrumentais, autêntica conversa-ção musical, como se um grupo deamigos debatesse um assuntosério, cada qual com o seu argu-mento, isto é, com o seu som.

A música deve ser entendidadesta maneira.Quero aqui deixarum forte aplauso aos executantesda nossa Banda, alguns já commuitos anos de “casa”, massobretudo aos mais jovens, aminha admiração e simpatia, porterem sacrificado alguns momen-tos das suas vidas, em que podiamter outras distracções, para sededicarem a uma arte tão sublimee maravilhosa como é a MÚSICA.

Nesta saudação, não podiaesquecer o seu dedicado regenteactual – Sr. José Mateus – que como seu bairrismo, capacidade de tra-balho e competência, tem sabidomanter a nossa filarmónica, numnível bastante aceitável, e sabemosque isto, só se consegue com mui-to trabalho e muita dedicação.

Devemos todos estar gratos, porestes dignos representantes dosfundadores de há 116 anos, quecom o seu brio e compostura, dãodignidade e presença honrosa àSOCIEDADE FILARMÓNICAOLEIRENSE.n

Augusto de Matos

Jornal de OLEIROS JANEIRO/FEVEREIRO 201110

VAI ACONTECER

INFLUENTE NA REGIÃO DO PINHAL INTERIOR SUL, BEIRA INTERIOR SUL E COVA DA BEIRA

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Jornal deOLEIROS

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PREÇOS PARA 1 EDIÇÃOTítulo Texto

A Nossa Filarmónica

UMAS LINHAS DE VEZ EM QUANDO

26 de Janeiro (Quarta-feira) - Hora do Conto “David vai à Escola”, da autoriade David Shannon. Actividade destinada aos alunos do Ensino Pré-Escolar deEstreito, Oleiros, Orvalho e Infantário Maria Augusta da Silva (S. C.Misericórdia de Oleiros). Local: Biblioteca Municipal de Oleiros.

29 de Janeiro (Sábado) - Montaria ao Javali promovida pelo Clube de Caça ePesca de Cambas. Local: Zona de Caça Municipal de Cambas.

- 8.ª Jornada do Campeonato Distrital de Seniores Masculino de Futsal: CasaBenfica Oleiros - Carvalhal Formoso (16 H).

30 de Janeiro (Domingo) - Montaria ao Javali promovida pelo Clube deCaçadores e Pescadores de Amieira. Local: Zona de Caça Municipal deAmieira.

- 16.ª Jornada do Campeonato Nacional de Futebol: 3.ª Divisão - Série D:Sourense - Águias do Moradal (15 H).

- 19.ª Jornada do Campeonato Distrital de Seniores de Futebol (Liga Covifil)1.ª Fase: A.R.C. Oleiros - Vila velha de Ródão (15 H).

31 de Janeiro (Segunda-feira) - Início da competição “Oleiros a Pedalar”promovida pelo corpo técnico da área do Desporto do Município. Local:Ginásio Municipal de Oleiros.

• Cantar dos Reis - interpretação da melodia “Vamos cantar as Janeiras”promovida pelo professor de Educação Musical e Alunos do 7.º Ano doagrupamento de Escolas Padre António de Andrade. Local: Escola Sede doAgrupamento (Oleiros) (1.ª Semana de Janeiro).• Final do Torneio de Sueca da Casa do Benfica em Oleiros.n

Nos próximos dias 12 e 13 deMarço, vai para a estrada asegunda edição do RALI ROTADO MEDRONHO, nosconcelhos de Oleiros e Proença-a-Nova.

Esta prova, sob a égide da fe-deração Portuguesa de Automo-bilismo e Karting, pontua paraCampeonato Nacional OPEN deRalis, Campeonato de PortugalJúnior de Ralis, Troféu Nacionalde Clássicos - Ralis e Campe-onato Regional de Ralis - Centro.

O headquarter (base da prova)situa-se na Vila de Oleiros. Aocontrário da I edição do Rali Rotado Medronho (2010), este ano aprova inicia-se em Oleiros, seguepara Proença-a-Nova e volta aOleiros para concretizar o seutérmino.

Integrados nesta competiçãoestão também o “Desafio Models-

tand” (Peugeot 206), o “TroféuFastbravo” (Seat Marbella) e o“Troféu Fiat(e) em nós e acelera...“(Fiat Uno).

Os motores fazem-se ouvir logono sábado, (dia 12), pelas 14:00h,com uma Prova-Teste / Shake-down, a decorrer nas imediaçõesde Oleiros,a qual estará aberta aosconcorrentes durante três horas,onde todos poderão testar eultimar as afinações das suas“máquinas”, num percurso pre-parado para o efeito e com todas ascondições de segurança.

Domingo de manhã (dia 13), oscarros partem rumo a Proença-a-Nova, zona onde decorre as

primeiras quatro provas especiaisde classificação.

Pela hora de almoço, os carrosde competição irão estar paradosno centro desta localidade, emParque Fechado, permitindo, as-sim, aumentar fluxos de visitantese de turistas no centro de Proença-a-Nova. Efectua-se um Parque deAssistência, de 30 minutos, (emProença-a-Nova), e, posteriormen-te, os concorrentes rumam à zonade Oleiros, onde são disputadas asúltimas quatro provas “contra ocronómetro”.

Ao fim da tarde, tendo o pódioda prova como palco do espe-ctáculo, é feita a consagração dosvencedores, na Praça do Municí-pio, em Oleiros.

A exemplo do ano passado, oJornal de Oleiros terá duas via-turas e duas equipas a acompanhare a cobrir o Rally.n

[email protected]

2011 JANEIRO/FEVEREIRO Jornal de OLEIROS 11

DESPORTO

CCoonnttaabbiilliiddaaddee .. SSaalláárriiooss .. IIRRSS//IIRRCC .. PPooccaallRRuuaa CCaabboo ddaa DDeevveessaa,, 66116600--441122 OOlleeiirrooss

eemmaaiill:: ccoonnttoolleeiirroo@@mmaaiill..tteelleeppaacc..pptt •• TTeelleeffoonnee 227722 668822 779955

EDITORA POVO DE PORTUGAL

Como corolário da actividade editorial no planojornalístico,porque imensos compatriotas no exterior

têm vindo a solicitar e mesmo a enviar obras parapublicação, estamos a constituir a

EDITORA POVO DE PORTUGAL.Caso possua obras para publicar, questões para

colocar,agradecemos o favôr de nos contactar através de:email: [email protected]

telemóvel (00351) 922 013 273

BAR CALADO: [email protected]. Nac. 238, Alverca, Oleiros

Telefone 936 355 742 (Frente à zona indústrial)

Rally Rota do Medronhoquase na estrada

A Ameixoeira realiza as suas festas anuais, este ano sob aresponsabilidade dos Amigos Jorge Gonçalves, João Moreira e JoséMoreira.

Dias 4, 5, 6 e 7 de Fevereiro, a não perder.O programa é diversificado e muito bom.Miguel Agostinho e Sons do Zêzere, bem como o Rancho Folclórico

do Mosteiro vão animar as festas a que nos juntaremos e cobriremos.n

FESTA ANUAL EM HONRA DE NOSSA

SENHORA DAS CANDEIAS

Jornal de OLEIROS JANEIRO/FEVEREIRO 201112

Rua do Ramalhal, Lj 2, r/c esq, 6160-418 OleirosTelefones 272688023/925228223Fax 272688024E-mail: [email protected]

Especialidades: Exame de Densitometria Óssea, Exames Auditivos, Electrocardiograma, Fisioterapia, Massagem facial eCorporal, Medicina Dentária, Podologia, Hidrotox, Acupunctura, Terapia da Fala, Psicologia ClínicaConsultas Médicas de Clínica Geral ( Dra. Graça Veiga e Dr. Carlos David), Fisiatria (Dr. JoãoSaraiva), Pediatria (Dra. Almerinda Silva ), Ginecologia/Obstetrícia ( Dr. Luis Abreu -Maternidade Bissaya Barreto/Coimbra ), Oftalmologia (Dr. Pedro Nunes) e Analises ClínicasAcordos com, ADSE, PT, Médis, Multicare, Mondial Assistance, CGD, Clinicard, Fidelidade, Mundial, Império Bonança

O Café Boaventura, também conhecidopor “Zé do Café”, festejou no dia 13 deJaneiro cinquenta e sete anos de existência.Durante aquele dia, os clientes forambrindados com café, bolo e champanhe,numa confraternização que reuniu dezenasde amigos que, espontaneamente, iamchegando para felicitar os seus proprie-tários.

Sendo um café familiar, tem sabidomanter, com muito trabalho e dedicação, umespaço simpático e acolhedor que funcionamuitas vezes como local de convívio esolidariedade. A sua existência tem marcadopositivamente muitas vidas, tornando-asmais agradáveis, não deixando lugar para asolidão. É também um local de acolhimentopara quem chega de novo e se sente bemintegrado.

Com a história deste café, cruzam-seepisódios da vida de todos os Oleirenses.Pessoalmente, recordo os primeiros “ga-rotos” saboreados em família, empolgantesfinais internacionais de futebol, a chegada

do Homem à Lua, os primeiros Festivais daCanção e os encontros com os amigos desempre, em épocas festivas e especiais.

Parabéns e muita saúde para toda afamília Boaventura, num agradecimentomuito sentido, de todos os amigos, pelo

profissionalismo e óptimo serviço públicoque prestam. É uma família que soubeacompanhar a evolução dos tempos, nãodeixando ninguém indiferente.n

Ana [email protected]

Há em quase toda as terras, comalguma importância, um CaféCentral. Quando viajo, depois devisitar a Sé ou a Igreja Matriz e osmonumentos locais, gosto de entrarno café que como o nome indica,fica muito bem situado, normal-mente na praça maior, na zonahistórica da vila ou cidade. Estão adesaparecer estes locais de tectosaltos e largos espaços, bons paratransformar em rentáveis bancos,pizzarias ou lojas chinesas.

Em Tomar, por exemplo, quandose pensou em transformar o antigocafé situado bem no centro dacidade, povoado das memórias deilustres tomarenses, numa agênciabancária, a população e a autarquiamanifestaram-se e o histórico cafélá continua cumprindo a suamissão.

Sinto nestes locais o pulsar dopassado e do presente da terra deque fazem parte. Há nas madeirasum brilho que o uso e o tempo

deixaram e nos espelhos memóriasde rostos e vivências que fizeram ahistória local. Pelo ambiente decariz marcadamente intelectual ecultural, estes cafés eram tambémselectivos na sua clientela.

Tenho um colega e amigo que foipor vários mandatos Presidente daCâmara da sua terra natal. Um diaprecisámos na escola de umainformação da sua autarquia ecombinámos um encontro no CaféCentral da vila que eu frequentava,de passagem, por achar acolhedor ebem situado. Recusou o localsugerido, onde só entrava com osseus munícipes, em serviço. Foradisso, reservava-se o direito deescolher outro café que não lherecordasse as vezes que na infânciaera “enxotado” pelos empregadosde casaca branca.

Aquele espaço tão acolhedorpara os passeantes, tinha para elerecordações do passado poucosimpáticas que nem um currículo

invejável, onde figuravam duas li-cenciaturas, uma vasta cultura e umreconhecimento inegável dos seusconterrâneos, fizeram esquecer.

Nesse encontro, disse-nos aindaque o seu avô que ele admirava co-mo um homem sábio, tinha cavadoà enxada todo o concelho e tinhamorrido sem conseguir comprar,como era seu desejo, um palmo deterra.

Era um Ribatejo de latifúndioonde pontuavam as grandes pro-priedades, num contexto bemdiferente do nosso onde a distri-buição das terras em pequenas par-celas, muitas vezes em troca deserviços prestados, faziam doOleirense o digno proprietário dasua casa, horta e pequeno pinhal.

Esta realidade marcou os homensda nossa região no seu porteorgulhoso e sóbrio que MiguelTorga tão bem caracterizou.n

Ana Neves

Para o Jornal de Oleiros, neste iníciodo ano em que é costume fazer votos eformular intenções, desejo uma longavida e a sua consolidação como umespaço informativo, de cultura eopinião que defenda e divulgue o que égenuíno e verdadeiramente Oleirense.

O Jornal precisa de todos, numaépoca pautada por uma crise económi-ca e de valores que merecem reflexõesprofundas na sociedade e que juntospodemos ultrapassar.n

Ana [email protected]

O “Café do Zé” fez 57 anos

Café Central

PÁGINA DO DIRECTOR CONVIDADODrª. Ana Neves