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TRABALHO DE INVESTIGAÇÃO Celina Freitas Tavares Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal avaliação do nível de conhecimento de algumas organizações portuguesas PORTO ® FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO UNIVERSIDADE DO PORTO

Celina Freitas Tavares - Repositório Aberto€¦ · No entanto, o património genético das espécies tem vindo a sofrer ... (alteração do conteúdo em ... - informar os laboratórios

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TRABALHO DE INVESTIGAÇÃO

Celina Freitas Tavares

Os Alimentos Geneticamente Modificados

em Portugal — avaliação do nível de conhecimento

de algumas organizações portuguesas

PORTO ® FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO

UNIVERSIDADE DO PORTO

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ÍNDICE

Lista de Abreviaturas

I) RESUMO 1

II) INTRODUÇÃO 2

III) OBJECTIVOS 13

IV) MATERIAL E MÉTODOS 14

V) RESULTADOS 17

VI) DISCUSSÃO 31

VII) CONCLUSÕES 36

Referências Bibliográficas 37

índice de Anexos

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LISTA DE ABREVIATURAS

ADN - Ácido Desoxirribonucleico

AGM's - Alimentos Geneticamente Modificados

CONFAGRI - Confederação das Cooperativas Agrícolas e do Crédito de

Portugal

CE - Comunidade Europeia

CEE - Comunidade Económica Europeia

EC - European Community

EEC - Economic European Community

ENGL - European Network of G MO Laboratories

GM - Geneticamente Modificado(a)

IBET - Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica

INETI - Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial

ISAAA - International Service for the Acquisition of Agri-biotech Applications

LCMMP - Laboratório de Controlo de Materiais de Multiplicação de Plantas

N° QE - Número de Questionários Enviados

N° QR - Número de Questionários Recebidos

OGM's - Organismos Geneticamente Modificados

PCR - Polymerase Chain Reaction

SPSS - Statistical Package for the Social Sciences

Tx Rsp - Taxa de Resposta

U.E. - União Europeia

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Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 1

I) RESUMO

A biotecnologia moderna tem assumido, nas iJ l^^^pecadas, um papel

importante, especialmente na área agro-alimentar. Os alimentos geneticamente

modificados (AGM's) são o fruto de vários anos de investigação e trabalho.

A União Europeia (U.E.) possui o quadro regulamentar que é considerado o

mais exigente do mundo nesta matéria. Em Portugal, a situação tem vindo a

tomar contornos mais definidos e vários organismos têm vindo a desenvolver

esforços nesse sentido.

No presente estudo, foi aplicado um questionário a 123 organizações:

Câmaras Municipais, Estabelecimentos do Ensino Superior, Cooperativas

Agrícolas e Associações Comerciais e Industriais. O objectivo foi avaliar o nível de

conhecimento dos inquiridos sobre os AGM's em Portugal. A taxa de resposta foi

de 65,9%. Os resultados sugerem que é necessário divulgar mais informação

sobre o assunto a estas organizações. É, muitas vezes, através delas que a

informação é divulgada para o cidadão comum, para o investigador, para o

agricultor, para o comerciante, e não só. É importante que todos façamos parte

desta cadeia e, para isso, é necessário que estejamos informados.

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2 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal

II) INTRODUÇÃO

A biotecnologia moderna, nomeadamente a Engenharia Genética, deu os

seus primeiros passos por volta dos anos 70 através da utilização de técnicas de

ácido desoxirribonucleico (ADN) recombinante para transferência de genes(1)

, por

Paul Berg(2)

. O Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança(3) define

"biotecnologia moderna" como sendo a aplicação de:

■ Técnicas in vitro de ácidos nucleicos, incluindo ADN recombinante e

injecção directa de ácidos nucleicos em células ou organelos, ou

■ Fusão de células para além da família taxonómica, que ultrapassa

barreiras reprodutivas fisiológicas naturais ou de recombinação e que

não são técnicas usadas em selecção e reprodução tradicional.

No entanto, o património genético das espécies tem vindo a sofrer

alterações há mais de 10 mil anos, quando o Homem começou a domesticar

animais e a seleccionar espécies vegetais para a agricultura.(1) Hoje em dia, a

engenharia genética ocupa um lugar de destaque em várias áreas, incluindo a

agricultura e a alimentação humana.

A legislação portuguesa define um "organismo geneticamente modificado

(OGM)" como sendo "qualquer organismo, com excepção do ser humano, cujo

material genético foi modificado de uma forma que não ocorre naturalmente por

meio de cruzamentos ou de recombinação natural"(4) admitindo apenas

determinadas técnicas específicas.

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Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal

Sendo assim, um "género alimentício geneticamente modificado"a) é aquele

que contém, é constituído por, ou é produzido a partir deb) OGM's

(5).

A 1a geração de alimentos geneticamente modificados (AGM's) trouxe,

essencialmente, benefícios agronómicos(6)

, nomeadamente:

■ Resistência biológica aumentada a doenças e pestes específicas

(incluindo as que são causadas por vírus);

■ Adaptabilidade a condições adversas de crescimento;

■ Tolerância a herbicidas;

■ Características funcionais desejáveis (alergenicidade e toxicidade

reduzidas, maturação retardada, prazo de validade superior)(7)

.

Mais tarde, surgiu uma 2a geração, focada em características qualitativas

dos alimentos, numa perspectiva mais benéfica para o consumidor(6)

. O objectivo

era obter características nutricionais desejáveis (alteração do conteúdo em

proteínas ou gordura, aumento do conteúdo em nutrientes e fitoquímicos)(7)

.

No que diz respeito aos AGM's, apenas espécies vegetais estão a ser

comercializadas, embora estejam a decorrer vários ensaios experimentais com

animais aquáticos e de interesse pecuário.(1)

a) Considera-se que a expressão "género alimentício geneticamente modificado" é equivalente a

"aumento geneticamente modificado (ou AGM)".

w Entende-se por "género alimentício produzido a partir de organismos geneticamente

modificados" aquele "que é derivado, no todo ou em parte, de OGM's, mas não contém nem é

constituído por OGM<5)

".

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4 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal

Produção e comercialização dos OGM's

Em 2003, cerca de 99% da produção global de transgénicos dizia respeito

apenas a 6 países (Estados Unidos da América (E.U.A.), Argentina, Canadá,

Brasil, China e África do Sul) 4 culturas (rebentos de soja, milho, algodão e colza)

e 2 características específicas (tolerância a herbicidas e resistência a insectos)(1).

Segundo o Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em

Agrobiotecnologia, 17 países cultivaram transgénicos até ao final de 2004, ano

em que o n° de países em desenvolvimento (onze) que cultivaram plantas

geneticamente modificadas (GM) foi quase o dobro do n° de países

industrializados (seis). A maior área de plantação situa-se nos EUA (59% do total

mundial), seguida da Argentina (20%). Todos os outros países, considerados

individualmente, detêm menos de 6% da área de plantação mundial (Mapa 1 -

Anexo 1)(8).

No que diz respeito à comercialização, os AGM's actualmente em

circulação no mercado mundial apresentam uma enorme diversidade de

características (Tabela 1 - Anexo 2)(9).

-> Os AGM's na União Europeia

O 1o OGM a ser aprovado para comercialização na União Europeia (U.E.)

foi a vacina contra a doença de Aujeszky's, em Dezembro de 1992(10). Contudo,

só em 1996 é que foi autorizada a comercialização do 1o AGM na Europa: o

concentrado de tomate da empresa Zeneca, em 1996(2). Em 1997, foi aprovada a

venda de 4 espécies de variedades vegetais: colza, milho, soja e chicória, cujo

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Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 5

do Parlamento Europeu, todos os países da U.E., à excepção de Portugal,

Espanha e Irlanda, assumem uma moratória de 18 meses para a aprovação de

sementes geneticamente modificadas. Contudo, apesar de Portugal não ter

assumido a moratória, suspendeu a experimentação, produção e comercialização

de duas variedades de milho BéU).

Esta moratória teve consequências visíveis na origem das importações da

U.E.. Enquanto que em 1994, 80% do milho era importado dos E.U.A., em 2000,

92% era proveniente da Argentina. Este facto poderá ser explicado pela moratória

mas também pelo preço de mercado mais competitivo apresentado pela

Argentina. Quanto aos rebentos de soja, embora o maior exportador para a U.E.

continue a ser os E.U.A., o Brasil tem vindo a ganhar cada vez mais espaço no

mercado europeu, por ser o maior fornecedor de rebentos de soja não-

transgénica. As sementes de colza, por sua vez, eram tradicionalmente

importadas do Canadá. No entanto, a partir de 1998 essas importações foram

substituídas quase na totalidade por sementes de colza provenientes da

Polónia(12).

Entretanto, e em plena moratória, a U.E. cria a Autoridade Europeia para a

Segurança Alimentar, que inicia a sua actividade em Março de 2003 e inclui um

painel específico para os OGM's.

Actualmente, esta situação está a tomar diferentes contornos. Com o fim

da moratória, em Março de 2004, foram aprovados para comercialização mais

AGM's, perfazendo um total de 18 para fins alimentares (Tabela 2 -Anexo 3)(11).

A "oposição" da U.E. face aos OGM's deriva, em parte, da falta de

benefícios visíveis e comprovados para o consumidor, da incerteza relativa aos

possíveis efeitos negativos para a saúde e para o meio ambiente e da percepção

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6 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal

alargada de que apenas algumas organizações constituirão os poucos

beneficiários da biotecnologia moderna para a agricultura(13). Por outro lado, uma

liberalização mais ou menos repentina dos OGM's na U.E. poderia ter impactos

negativos na sua economia. Isto porque, sendo os E.U.A. mais avançados nesta

matéria, os seus preços poderiam ser mais vantajosos para os agricultores da

U.E..

A legislação da União Europeia (U.E.) relativa aos OGM's vigora desde

1990 (Tabela 3 - Anexo 4). Os principais objectivos baseiam-se em proteger a

saúde e o meio ambiente e em assegurar o movimento liberal de produtos GM

saudáveis e seguros no espaço comunitário.(10).

Em Fevereiro de 2000, foi criada uma rede de laboratórios europeus

(European Network ofGMO Laboratories - ENGL) que trabalham nesta matéria de

modo a:

- desenvolver métodos de detecção e identificação de material GM;

- suportar a implementação da legislação comunitária acerca dos OGM's;

- distribuir informações acerca do uso correcto do material de referência

certificado em matéria de OGM's;

- suportar a validação de métodos através desse material de referência;

- informar os laboratórios acerca das produções presentes e futuras do

material referido.

Trata-se de uma iniciativa que vai ao encontro dos propósitos da U.E. no

que diz respeito a medidas de controlo rigorosas, consideradas das mais

exigentes do mundo em matéria de avaliação dos riscos.

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Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 7

■> Os AGM's em Portugal

Os principais diplomas que regulam os OGM's em Portugal derivam da

transposição para a ordem jurídica nacional das Directivas comunitárias (Tabela 4

- Anexo 5). Todavia, os Regulamentos são de aplicação imediata a partir do

momento em que entram em vigor.

Em Portugal, as principais entidades competentes em matéria de AGM's

são:

■ O Instituto do Ambiente (IA) - responsável pela aplicação da legislação

europeia relacionada com os produtos GM e pela avaliação dos riscos

dos OGM's para o ambiente.

■ A Direcção Geral de Protecção das Culturas (DGPC) - responsável

pela certificação, qualidade e fiscalização das plantações de produtos

GM, nomeadamente sementes e material de propagação. Também

conduz investigação nesta área.

■ A Direcção Geral de Fiscalização e Controlo da Qualidade Alimentar

(DGFCQA) - responsável pela aprovação de todos os produtos

destinados à alimentação humana para o mercado português(14)

.

■ A Direcção Geral de Veterinária (DGV) - responsável pela aprovação

de todos os produtos destinados à alimentação animal para o mercado

português.

■ A Agência Portuguesa de Segurança Alimentar (APSA) - responsável

pela emissão de pareceres científicos e técnicos, recomendações e

avisos em matérias relacionadas com os OGM's e pela avaliação e

comunicação pública dos riscos inerentes a estes últimos(15)

.

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8 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal

Desde 1993, têm vindo a ser realizados ensaios de campo em Portugal, em

que ocorreu libertação deliberada no ambiente de plantas GM, nomeadamente de

milho, batata, tomate e goma de eucalipto. Até 1999, existiam em Portugal 24

campos de ensaio e 17 de demonstração, mais de metade relativos a milho GM.

Em Março de 1999, a DGPC autorizou a inscrição de 2 espécies de milho GM no

Catálogo Nacional de Variedades, utilização esta posteriormente suspensa, em

Dezembro do mesmo ano. Em 2000, o único campo experimental em curso era

de eucalipto (Tabela 5 - Anexo 6)(16).

A partir de 2005, os agricultores portugueses já podem cultivar qualquer

uma das 17 variedades de milho transgénico (com base no evento MON 810(8))

inscritas no Catálogo Comum das variedades das espécies de plantas agrícolas

da U.E. e publicadas a 17 de Setembro de 2004 no Jornal Oficial da União

Europeia. O Decreto-Lei n.° 160/2005, de 21 de Setembro, estabelece, contudo,

algumas medidas que visam compatibilizar as diferentes formas de produção

agrícola. Sendo assim, define determinadas normas técnicas, entre as quais se

destacam:

— Medidas de minimização da presença acidental de pólen: é obrigatório

cumprir uma distância mínima de isolamento entre culturas de 200

metros, aquando da prática vizinha do sistema de produção

convencional e de 300 metros, quando a cultura vizinha for,

comprovadamente, realizada segundo o modo de produção biológico;

estas distâncias podem ser substituídas por linhas de bordadura de

milho: 24 linhas no 1o caso e 28 no 2o; deve também ser feita a

utilização de ciclos vegetativos diferentes e/ou sementeiras

escalonadas;

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Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 9

— Medidas de minimização da presença acidental derivada de misturas

mecânicas, no que se refere às embalagens de sementes,

equipamentos agrícolas e armazenagem, transporte e identificação dos

produtos produzidos.

Relativamente às obrigações gerais dos agricultores, foi estabelecido que:

- É obrigatório que o agricultor frequente acções de formação

específicas, promovidas pelas organizações de agricultores ou pelos

produtores ou acondicionadores de sementes, antes de adquirir as

variedades GM e iniciar o seu cultivo;

— O agricultor tem de cumprir todo o processo de notificação à

organização de agricultores ou à Direcção Regional de Agricultura

(DRA) da área de localização da sua exploração agrícola;

- É obrigatório comunicar por escrito aos agricultores vizinhos cujas

explorações se situem a uma distância igual ou inferior a 200m ou

300m, consoante se trate de modo de produção convencional ou

biológico, respectivamente;

O controlo e a inspecção das explorações agrícolas de variedades GM são

efectuados aleatoriamente. É também implementado, pela DGPC, um plano de

acompanhamento que abrange ensaios laboratoriais de amostras de materiais

vegetais produzidos nas explorações vizinhas, para determinar níveis de

presença acidental de OGM's. Este plano também tem em consideração as

possíveis dificuldades manifestadas pelos agricultores relativamente a estas

normas.

Para além disso, serão objecto de regulamentação posterior a criação de

zonas livres de cultivo de variedades GM e o estabelecimento de um fundo de

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10 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal

compensação para suportar eventuais danos económicos causados, resultantes

da contaminação acidental do cultivo de variedades GM(17).

A DGPC propôs no seu Plano de Actividades para 2005 coordenar acções

de formação dirigidas a associações de agricultores, associações de produtores

de sementes e agricultores, proceder ao acompanhamento do cultivo em

colaboração com as Direcções Regionais de Agricultura, elaborar o respectivo

Plano de Acompanhamento e proceder a acções de controlo, a nível laboratorial,

que se afigurem adequadas. A nível de consultadoria jurídica, a DGPC propôs-se

(entre Janeiro e Dezembro de 2005) colaborar na elaboração da regulamentação

do Decreto-Lei que regula o cultivo de variedades GM, visando assegurar a sua

coexistência com culturas convencionais e com o modo de produção biológico. No

que concerne a acções de certificação e controlo, a DGPC previu analisar (entre

Fevereiro e Maio de 2005) lotes de sementes de variedades de milho

convencional para detecção da presença de sementes GM, nomeadamente em

15 amostras de lotes de sementes de milho importados. Ainda se propôs, no que

respeita a actividades de Investigação e Desenvolvimento Experimental (IDE),

identificar impactes biológicos do cultivo de variedades de milho GM nos

ecossistemas agrícolas(18).

De acordo com o plano de actividades para 2005, a DGPC encontra-se a

realizar acções de formação sobre a "Coexistência entre culturas de variedades

GM e outros modos de produção agrícola", quer para técnicos de empresas de

sementes e de organizações de agricultores, quer para os agricultores que

pretendam cultivar variedades GM(19). Quanto à elaboração da regulamentação do

Decreto-Lei que regula o cultivo de variedades GM, este já se encontra

promulgado(17).

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Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal -| -|

Em Portugal, existem 3 laboratórios da ENGL:

♦ Laboratório de Controlo de Materiais de Multiplicação de Plantas

(LCMMP), da DGPC;

♦ Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (IBET);

♦ Departamento de Biotecnologia do Instituto Nacional de Engenharia e

Tecnologia Industrial (INETI)(20)

.

O LCMMP efectua várias análises com o objectivo de detectar, identificar e

semi-quantificar sementes geneticamente modificadas, quando presentes em

lotes de sementes convencionais de milho e soja, por métodos baseados na

análise de DNA e recurso à Polymerase Chain Reaction (PCR) convencional e

quantitativa. Para além disso, desenvolve investigação nesta área,

nomeadamente, a avaliação do efeito dos métodos de extracção de DNA nos

resultados finais da quantificação de OGM, a avaliação do efeito da origem do

transgene na quantificação final de OGM e a detecção e avaliação de

instabilidades genéticas das construções utilizadas na criação de OGM em

populações F2 resultantes de auto-polinizações e em populações resultantes de

polinizações.

O IBET efectua também a detecção e a quantificação de OGM's em

alimentos e ingredientes alimentares utilizando métodos de detecção baseados

na PCR(21)

.

O INETI, por sua vez, realiza anualmente cerca de uma centena de

análises, a pedido de empresas que comercializam produtos alimentares, no

sentido de avaliar s,e os alimentos são GM ou não. É uma análise qualitativa que

demora cerca de & dias. Pode ser efectuada a amostras de matérias-primas,

como o milho ou a sqjp, ou realizada aos próprios alimentos, tais como enlatados

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12 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal

e pizzas. Nos poucos casos ainda verificados em que mais de 1% da amostra é

GM, não se sabe ao certo qual o seu destino, uma vez que não é da

responsabilidade dos investigadores, mas sim da própria empresa<22).

A rastreabilidade dos AGM's

As regras de rotulagem da U.E. exigem que um alimento que contenha,

seja constituído ou produzido a partir de OGM numa proporção superior a 0.9%

dos ingredientes que o compõe, considerados individualmente, ou do próprio

género alimentício, se este consistir num único ingrediente, seja rotulado como

tal(5). Se o produto for pré-embalado, o rótulo tem de conter a menção "Este

produto contém organismos geneticamente modificados" ou "Este produto contém

[nome do(s) organismo(s)] geneticamente modificado". Se o produto não for pré-

embalado, estas menções devem ser indicadas no expositor ou no local

imediatamente adjacente ao produto, de forma legível e clara(23). É de realçar que

não é recomendável a indicação no rótulo da menção "livre de OGM" ou outra

semelhante, uma vez que isso implicaria a ausência total (dentro dos limites de

detecção) de contaminação cruzada com OGM e a disponibilidade simultânea no

mercado de produtos semelhantes mas produzidos a partir de OGM(24).

Segundo estas mesmas regulamentações(5),(23), aplicáveis em todos os

Estados-Membros, incluindo Portugal, o operador que fornece o produto deve

assegurar por escrito ao operador que o recebe as seguintes informações:

— A indicação de cada um dos ingredientes alimentares produzidos a

partir de OGM;

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Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 13

— A indicação de cada um dos ingredientes ou aditivos alimentares para

animais produzidos a partir de OGM;

— A indicação de que o produto é produzido a partir de OGM, no caso de

produtos para os quais não exista uma lista de ingredientes.

É, por isso, necessário que este tipo de informação seja o mais exacto e

transparente possível a todos os níveis, de modo a fazer cumprir as regras de

controlo estabelecidas.

^ FCNAUP' BIBLIOTECA

III) OBJECTIVOS

Com o final da moratória da U.E. e com a aprovação do cultivo de AGM's

em Portugal a partir de 2005, estará Portugal preparado face à entrada de AGM's

no território e na mesa dos portugueses? Estaremos devidamente informados?

O presente estudo pretende avaliar o nível de conhecimento que algumas

organizações nacionais possuem acerca deste assunto, nomeadamente Câmaras

Municipais, Estabelecimentos do Ensino Superior, Cooperativas Agrícolas e

Associações Comerciais e Industriais.

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14 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal

IV) MATERIAL E MÉTODOS

Selecção da amostra

O presente estudo incluiu na amostra 4 tipos de organizações portuguesas,

nomeadamente, Câmaras Municipais, Estabelecimentos do Ensino Superior,

Cooperativas Agrícolas e Associações Comerciais e Industriais.

A amostra foi seleccionada segundo os seguintes critérios:

Câmaras Municipais :

■ Correspondem às capitais de distrito.

Estabelecimentos do Ensino Superior.

■ São públicos;

■ Ministram, pelo menos, um curso na área alimentar e/ou agrícola;

■ Ministram mais do que um curso na área das Ciências, excepto no

caso de cursos da área alimentar e/ou agrícola.

Cooperativas Agrícolas:

■ São associadas da Confederação das Cooperativas Agrícolas e do

Crédito de Portugal (CONFAGRI)(25>

;

■ Têm a designação inicial de "Cooperativa Agrícola";

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Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 15

■ Seleccionou-se uma cooperativa por indicativo telefónico diferente;

■ Nos casos em que havia mais do que uma cooperativa por indicativo

telefónico a selecção foi efectuada da seguinte forma: foi escolhida

aquela que possuía a designação do local onde se situava; quando

isso não foi possível seleccionou-se a que aparecia em 1o lugar;

■ Foram também incluídas as cooperativas cujo concelho onde se

situavam apresentava em 2002, uma densidade populacional igual

ou superior a 500 habitantes/km2, segundo o Serviço de Informação

Online do Instituto Nacional de Estatística (INE)<26)

.

Associações Comerciais e Industriais:

■ A lista está disponível mediante uma pesquisa nas Páginas

Amarelas na Internet (www.pai.pt) utilizando a expressão

"Associação Comercial e lndustrial"(27)

;

■ Têm a designação inicial de "Associação Comercial e Industrial";

■ Seleccionou-se uma associação por indicativo telefónico

diferente;

■ Nos casos em que havia mais do que uma associação por

indicativo telefónico a selecção foi efectuada da seguinte forma:

foi escolhida aquela que possuía a designação do local onde se

situava; quando isso não foi possível seleccionou-se a que

aparecia em 1o lugar;

■ Foram também incluídas as associações cujo concelho onde se

situavam apresentava, em 2002, uma densidade populacional

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16 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal

igual ou superior a 500 habitantes/km2, segundo o Serviço de

Informação Online do INE(26).

Questionário

Para a realização deste trabalho de investigação foi elaborado inicialmente

um questionário-piloto acerca dos AGM's em Portugal e aplicado a 12 indivíduos

de diversas áreas científicas. Após a detecção de algumas incorrecções e

formulações gramaticais e sintácticas susceptíveis de dúvidas no preenchimento

do mesmo, foram efectuadas as alterações necessárias.

O questionário final (Anexo 7) foi posteriormente enviado, a 26 de Abril de

2005, para 123 organizações a nível nacional, acompanhado de uma carta de

pedido de preenchimento e contextualização do mesmo, assinada pelo vereador

António Teixeira Alves do Município de Fafe e de um envelope com a taxa paga

para a devolução do questionário já preenchido.

Na parte inicial do questionário, foi perguntado o tipo de organização e o

distrito. De seguida, as questões referiam-se, especificamente, à definição de

AGM, à principal razão do aparecimento dos AGM's e ao conhecimento da

legislação portuguesa sobre este tema. Questionou-se também acerca da

produção e comercialização de AGM's em Portugal. As questões finais incidiram

sobre as fontes utilizadas para obter informação acerca dos AGM's e sobre o

aumento do interesse pelo estudo dos AGM's após o preenchimento do referido

questionário.

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Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 17

Tratamento estatístico

Apesar da data limite estabelecida para a recepção dos questionários ter

sido 30 de Maio de 2005, as respostas recebidas até 15 de Agosto foram também

consideradas, de modo a obter uma amostra maior.

O tratamento dos dados foi efectuado no programa Statistical Package for

the Social Sciences (SPSS), versão 13.0, e baseou-se, principalmente, no cálculo

das frequências para todas as questões, excepto para a que dizia respeito à

definição de AGM's. Foi também calculado o qui-quadrado para avaliar a

dependência existente entre as variáveis qualitativas. Contudo, este teste foi

apenas utilizado nas questões n° 5 e n° 10, pois as restantes apresentavam mais

de 20% das células com frequências esperadas menores que 5, um dos critérios

pelos quais não se utiliza o teste do qui-quadrado. Na questão n° 3 ("Sabe o que

são alimentos geneticamente modificados?"), como todos os inquiridos

responderam "sim", a variável é constante, não se aplicando também o teste

referido. A hipótese nula foi rejeitada sempre que o nível de significância crítico

para a sua rejeição (p) era inferior a 0,05.

V) RESULTADOS

Os resultados deste estudo estão apresentados por questões efectuadas.

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Universidade do Porto

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18 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal

Questão n° 1 : "Indique o tipo de organização a que pertence. "

As taxas de resposta ao questionário de cada tipo de organização (Tabela

1) foram as seguintes:

Tipo de Organização N°QE N°QR TxRsp

Câmara Municipal

Estabelecimento de Ensino Superior Público

Cooperativa Agrícola

Associação Comercial e Industrial

20

38

35

30

11

27

25

18

55%

71,1%

71,4%

60%

TOTAL 123 m 65,9%

Tabela 1 - N° de questionários enviados e recebidos e taxa de resposta,

por cada tipo de organização.

A taxa de resposta (Tx Rsp) foi calculada através da fórmula (N° QR/ N°

QE) x 100 = Tx Rsp. Verificou-se que a maior foi das Cooperativas Agrícolas

(71,4%), no entanto muito semelhante à dos Estabelecimentos do Ensino

Superior (71,1%). A menor foi das Câmaras Municipais.

Questão n° 2: "Por favor, indique o distrito onde se localiza a organização a que

pertence. "

Foram enviados questionários para todos os distritos do país, incluindo as

Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. Uma vez que a amostra é pequena

c) Dos 81 questionários recebidos foram apenas incluídos neste estudo 80, uma vez que um deles

(relativo a uma Cooperativa Agrícola) apresentava mais de 20% das respostas em branco.

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Universidade do Porto

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Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 19

e se distribui pelos 20 distritos existentes, o n° de respostas por cada tipo de

organização e por distrito é bastante reduzido. Sendo assim, não há muito

interesse em tratar esta questão.

Questão n° 3: "Sabe o que são alimentos geneticamente modificados?"

Todos os inquiridos afirmam saber o que são alimentos geneticamente

modificados.

Questão n° 3.1: "Se SIM, escreva uma definição sucinta."

Nenhum dos inquiridos respondeu com uma definição idêntica à do

Regulamento (CE) n.° 1829/2003, de 22 de Setembro. Contudo, a maioria inclui

expressões como "genética" e "genes". Cerca de 30% não respondeu a esta

questão.

Questão n° 4: "Qual a principal razão do aparecimento dos alimentos

geneticamente modificados?"

As razões assinaladas pela amostra total (Gráfico 1) foram as seguintes:

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20 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal

15,0% 15,0%

5,0%

22,5%

36,3% 6,3%

■ Acabar com a fome no mundo

D Lutar contra as doenças que afectam as plantas e os animais

D Melhorar a qualidade e o valor nutritivo dos produtos alimentares

a Satisfazer os interesses económicos de grandes empresas

■ Outra razão

□ Não responderam

Gráfico 1 - "Qual a principal razão do aparecimento dos alimentos geneticamente modificados?"

A razão mais apontada para o aparecimento dos AMG's foi a satisfação

dos interesses económicos de grandes empresas (36,3%) seguida da luta contra

as doenças que afectam as plantas e os animais (22,5%).

Quando comparamos por tipo de organização (Gráfico 2), verificamos o

seguinte:

Câmara Municipal

Estabelecimento do Ensino Superior

Cooperativa Agrícola

Associação Comercial e

Industrial

I I

V W . - V V J

I

SBHBf̂ ^™

; ■ ; ; ■ : , ; ' ■ ; : !

■ :

] ] ]

0% 30% 60%

D Acabar com a fome no mundo

I Lutar contra as doenças que afectam as plantas e os animais

! Melhorar a qualidade e o valor nutritivo dos produtos alimentares

l Satisfazer os interesses económicos de grandes empresas

H Outra razão

D Não responderam

Gráfico 2 - "Qual a principal razão do aparecimento dos alimentos geneticamente modificados?",

comparado por tipo de organização.

O gráfico 2 mostra que a 1a razão apontada pela amostra total continua a

ser a mesma em cada tipo de organização, embora partilhe o 1 o lugar no caso das

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Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 21

Câmaras Municipais e dos Estabelecimentos do Ensino Superior. No 1o caso,

aparece ao lado da luta contra as doenças que afectam as plantas e os animais e,

no 2o, é referido que os AGM's foram criados para acabar com a fome no mundo.

Questão n° 5: "Conhece o conteúdo da legislação portuguesa sobre os alimentos

geneticamente modificados?"

Gráfico 3 - "Conhece o conteúdo da legislação portuguesa

sobre os alimentos geneticamente modificados?"

Cerca de 2/3 da amostra total refere não conhecer o conteúdo da

legislação portuguesa no que respeita aos AGM's.

Quando comparamos por tipo de organização, verificamos o seguinte:

100% n

Câmara Estabelecimento Cooperativa Associação Municipal do Ensino Agrícola Comercial e

Superior Industrial

Gráfico 4 - "Conhece o conteúdo da legislação portuguesa sobre os alimentos geneticamente

modificados?", comparado por tipo de organização.

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22 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal

O gráfico 4 mostra que em todas as organizações, a legislação portuguesa

sobre os AGM's não é conhecida em mais de 50% de cada amostra. Contudo, o

desconhecimento atinge níveis superiores ao nível das Cooperativas Agrícolas e

das Associações Comerciais e Industriais.

Através da aplicação do teste do qui-quadrado, verificou-se não existir

dependência com significado estatístico (p=0,086) entre o tipo de organização e o

conhecimento da legislação portuguesa sobre os AGM's (Tabela 2).

Valor P

6,597(19) 0,086

Tabela 2 - Resultados da aplicação do teste do qui-quadrado à questão n° 5.

Contudo, notou-se uma certa tendência para que as Câmaras Municipais e

os Estabelecimentos do Ensino Superior tivessem um maior conhecimento sobre

essa mesma legislação, uma vez que apresentaram uma frequência observada

superior à frequência esperada na resposta "sim" (Tabela 3).

-• íf;*-f

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Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 23

"Conhece o conteúdo da legislação

portuguesa sobre os alimentos

geneticamente modificados?"

Tipo de organização Frequência Não Sim TOTAL

Observada S 5 11 Câmara Municipal Esperada 7,3 3,7 11,0

Estabelecimento do Observada i l l 13 27 Ensino Superior Esperada 17,9 9,1 27,0

Cooperativa Agrícola Observada 20 4 m Esperada 15,9 8,1 24,0

Associação Comercial Observada 13 5 18 e Industrial Esperada 11,9 6,1 18,0

TOTAL Observada 53 27 80 Esperada 53,0 27,0 80,0

Tabela 3 - Frequências observadas e frequências esperadas para cada tipo de organização para

a resposta à questão n° 5.

Questão n° 5.1: "Se SIM, acha que existem em Portugal os meios necessários

para pôr em prática essa mesma legislação?"

Aproximadamente 30% dos que responderam que conheciam a legislação

portuguesa sobre os AGM's, afirmam que Portugal possui os meios necessários

para a pôr em prática. Os restantes afirmam o contrário. Apenas um respondeu

que não sabe.

Questão n° 6: "Existe produção de alimentos geneticamente modificados em

Portugal?"

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24 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal

Não sei 32,5%

Não 20,0%

Gráfico 5 - "Existe produção de alimentos geneticamente modificados em Portugal?"

Quase metade da amostra afirma existir produção de AGM's em Portugal.

Apenas 1/5 refere que não existe e cerca de 1/3 não sabe.

Questão n° 7: "O mercado português dispõe de alimentos geneticamente

modificados para consumo animal?"

Não sei 28,8%

Não\

2 . 5 % \ / Sim 68,7%

Gráfico 6 - "O mercado português dispõe de alimentos geneticamente modificados

para consumo animal?"

Mais de 2/3 da amostra afirmam que o mercado português dispõe de

AGM's para consumo animal. Apenas 2,5% dizem que não e 28,8% não sabem.

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Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 25

Questão n° 8: "O mercado português dispõe de alimentos geneticamente

modificados para consumo humano directo?"

Não 13,8%

Gráfico 7 - "O mercado português dispõe de alimentos geneticamente modificados

para consumo humano directo?"

A percentagem de indivíduos que referem que o mercado português dispõe

de AGM's para consumo humano directo e aqueles que não sabem é quase

idêntica (mais de 40%). Os que respondem negativamente à questão são apenas

13,8%.

Questão n° 9: "Quais as 3 principais fontes que utiliza para obter informação

sobre os alimentos geneticamente modificados?"

O gráfico 8 mostra que as fontes mais indicadas pelos indivíduos da

amostra (n=65) como uma das 3 principais que utilizam para obter informação

acerca de AGM's são, em primeiro lugar, a Internet (60%), seguida das

revistas/jornais científicos (43,8%) e da televisão (42,5%). A fonte menos

consultada é a rádio (2,5%). Quanto a outras fontes, apenas 2 organizações

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26 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal

referiram consultá-las. Uma delas referenciou a Comissão Europeia e a outra a

DGPC.

Revistas/jornais científicos 100%^-

Não responderam

Outra fonte

Profissionais desta área

Outras revistas/jornais

Legislação

Livros

Rádio Internet

Televisão

Gráfico 8 - "Quais as 3 principais fontes que utiliza para obter informação

sobre os alimentos geneticamente modificados?"

As respostas são, no entanto, um pouco diferentes quando as

comparamos por tipo de organização.

100%

54,5% 50%

0%

63,6%

18,2% 27,3%

9,1% n

36,4% 27,3%

9,1% 0,0% 0,0%

*sf <& áf J? é$~ #° J? .«** & ^

«f>

^-

4?

Gráfico 8 - "Quais as 3 principais fontes que utiliza para obter informação sobre os alimentos

geneticamente modificados?", relativamente às Câmaras Municipais.

No que diz respeito às Câmaras Municipais, a Internet, as revistas/jornais

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Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 27

científicos e a televisão são as respostas mais apontadas como uma das 3

principais fontes de informação sobre AGM's consultadas, tal como na amostra

total e também pela mesma ordem percentual decrescente.

100% T—

74,1%

50%

0%

63,0%

14,8%

XL 25,9%

11,1%

XL

-M,7°/o-

14,8% n o,o%

18,5%

0,0% I

J0

sssssys* ■• ■> ^ ** f v

\ ® ë & <?

^ &

Gráfico 9 - "Quais as 3 principais fontes que utiliza para obter informação sobre os alimentos

geneticamente modificados?", relativamente aos Estabelecimentos do Ensino

Superior.

Quanto aos Estabelecimentos do Ensino Superior, as fontes mais indicadas

são, em 1o lugar, as revistas/jornais científicos, em 2

o a Internet e em 3o os

profissionais desta área. A distribuição das respostas é, neste caso, diferente da

amostra total.

100%

50%

58,3%58,3%

20,8% 1 6 7 o / o 8,3% ,—| 8,3% '

<§> & '<£> J& Jfr ' # *P „* .íP ~<S"

y , / , / <ry./ <^ y J xf *? • " • y

, # ê " 4

Gráfico 10 - "Quais as 3 principais fontes que utiliza para obter informação sobre os alimentos

geneticamente modificados?", relativamente às Cooperativas Agrícolas.

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28 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal

No que concerne as Cooperativas Agrícolas, a Internet e a televisão

surgem ambas em 1o lugar. Seguidamente aparecem as outras revistas/jornais

como uma das 3 principais fontes de informação consultadas.

100%

50%

16,7% 0,0% 5 , 6 % 0,0% n

t# J& *£ jtS> jè" 'TP *P Jb iS> J$

<p & <$

#° Jr

Gráfico 11 - "Quais as 3 principais fontes que utiliza para obter informação sobre os alimentos

geneticamente modificados?", relativamente às Associações Comerciais e

Industriais.

No que se refere às Associações Comerciais e Industriais, as outras

revistas/jornais e a televisão surgem também em 1o lugar ex aequo, seguidas da

Internet.

Apesar das diferenças verificadas consoante o tipo de organização, é de

notar que a Internet aparece em todas como uma das 3 respostas mais

assinaladas.

Questão n° 10: "O preenchimento deste questionário aumentou o seu interesse

pelo estudo dos alimentos geneticamente modificados?"

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Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 29

Os resultados quanto ao aumento do interesse de cada indivíduo pelo

estudo dos AGM's depois de efectuado o questionário são indicados no gráfico

12.

100%

50%

0%

60%

40%

Sim Não

Gráfico 12 - "O preenchimento deste questionário aumentou o seu interesse pelo estudo dos

alimentos geneticamente modificados?"

Verificamos que mais de metade da amostra (60%) refere que o

preenchimento deste questionário aumentou o seu interesse pelo estudo dos

AGM's.

Câmara Municipal

Estabelecimento do Ensino Superior a Sim

^Não Cooperativa Agrícola

Associação [:.:.:.:.:. Comercial e

Industrial

0,0% 50,0% 100,0%

Gráfico 13 - "O preenchimento deste questionário aumentou o seu interesse pelo estudo dos

alimentos geneticamente modificados?", comparado por tipo de organização.

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30 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal

Quando estratificamos a amostra no que se refere a esta questão, notamos

que o preenchimento deste questionário aumentou o interesse pelo estudo dos

AGM's em mais de 50% dos inquiridos em todos os tipos de organização, excepto

nos Estabelecimentos de Ensino Superior.

Com a aplicação do teste do qui-quadrado verificou-se existir dependência

com significado estatístico (p<0,001) entre o tipo de organização e o aumento do

interesse pelo estudo dos AGM's após o preenchimento do questionário (Tabela

4).

Valor P

17,823(8) <0,001

Tabela 4 - Resultados da aplicação do teste do qui-quadrado à questão n° 10.

Há uma tendência para que as Câmaras Municipais, as Cooperativas

Agrícolas e as Associações Comerciais e Industriais tenham um aumento do

interesse maior, pois apresentam uma frequência observada superior à esperada

na resposta "sim". Os Estabelecimentos do Ensino Superior, por sua vez, têm

uma tendência para um menor aumento do interesse, visto apresentarem uma

frequência observada inferior à esperada na resposta "sim".

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Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 31

Tipo de organização

Frequência

"0 preenchimento deste

questionário aumentou o seu

interesse pelo estudo dos alimentos

geneticamente modificados?"

Não Sim TOTAL

Câmara Municipal

Observada

Esperada

|

4,4

8

6,6

11

11,0

Estabelecimento do

Ensino Superior

Observada

Esperada 10,8 8

16,2

27

27,0

Cooperativa Agrícola Observada

Esperada 1

9,6

16

14,4

24

24,0

Associação Comercial

e Industrial

Observada

Esperada 7,2 ■

10,8

18

18,0

TOTAL Observada

Esperada 53,0

27

27,0

80

80,0

Tabela 5 - Frequências observadas e frequências esperadas para cada tipo de organização para

a resposta à questão n° 5.

VI) DISCUSSÃO

O futuro dos AGM's é ainda incerto, numa altura em que se tentam avaliar

os riscos inerentes à sua libertação no ambiente e ao seu consumo. Na U.E., as

autoridades competentes têm vindo a desenvolver esforços no sentido de criar

uma regulamentação exigente nesta matéria. A informação que estas possuem é,

naturalmente, um dos pontos-chave para a realização destes mesmos esforços.

Concretamente em Portugal, será importante que a informação seja

divulgada não só a níveis superiores, mas também a níveis intermédios como é o

caso da amostra estudada. Isto porque são estes que poderão trabalhar mais

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32 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal

directamente com os AGM's: o poder local, as universidades, as cooperativas

agrícolas e as associações comerciais e industriais, estando, de certa forma, mais

ligados ao último elemento da cadeia: o consumidor.

Apesar de não serem apresentados os resultados estatísticos relativos aos

distritos onde se localizam as organizações inquiridas, devido às razões já

apresentadas, esta questão demonstra que a amostra não se concentra em

determinadas regiões, por exemplo, nas grandes áreas urbanas (Porto e Lisboa),

mas apresenta uma distribuição geográfica bastante alargada.

Quando se questiona se o indivíduo sabe o que são alimentos

geneticamente modificados, todos respondem "sim". Contudo, quanto à questão

n°3.1, se considerarmos a definição do Regulamento (CE) n.° 1829/2003, de 22

de Setembro, nenhuma das definições lhe corresponde e, para além disso, mais

de 30 % não deu uma definição para AGM's. Este último facto poderá transmitir a

ideia de um nível de conhecimento relativamente não consistente pois o inquirido,

apesar de saber o que são AGM's, não é capaz de o definir por palavras.

No que concerne o aparecimento dos AGM's, as opiniões dividem-se. A

razão mais apontada é a de satisfazer os interesses económicos de grandes

empresas, resposta mais visivelmente adoptada pelas Associações Comerciais e

Industriais. A luta contra as doenças que afectam as plantas e os animais, que

corresponde à 1a geração de AGM's, surge apenas em 2o lugar. Nesta questão

temos de ter em conta, principalmente, dois aspectos: em primeiro lugar, os

inquiridos podem não conhecer o "percurso histórico" dos AGM's; em segundo,

mesmo tendo conhecimento do que é descrito na literatura científica, e não só, o

nível de confiança nessa informação poderá ser baixo, o que os leva a optar pela

questão dos interesses económicos.

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Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 33

A respeito do enquadramento legal dos AGM's em Portugal, cerca de 2/3

dos inquiridos diz não conhecer a legislação portuguesa sobre este assunto. A

tendência apresentada pelas Câmaras Municipais e pelos Estabelecimentos do

Ensino Superior para um maior conhecimento da legislação poderá ter a ver com

uma maior acessibilidade ao conteúdo da mesma ou com o facto dos inquiridos

terem a necessidade de a consultar no âmbito de outras questões e estarem, por

isso, mais familiarizados com esse procedimento e até com o tipo de linguagem

que é utilizado na legislação. Contudo, esta dependência entre o tipo de

organização e o conhecimento da legislação não é estatisticamente significativa.

Possivelmente, aumentando o tamanho da amostra, esta dependência pudesse

alcançar um significado estatístico. De qualquer forma, é importante que

conheçam esta legislação específica. Porque não disponibilizá-la a estas

organizações? Uma das formas possíveis seria em forma de resumo, para ser de

mais fácil leitura. Assim, pelo menos, poderiam a ficar a conhecer os aspectos

mais importantes do enquadramento legal dos AGM's em Portugal, podendo

contribuir de uma melhor forma para que este seja cumprido. Isto porque, quando

se pergunta aos que dizem conhecer a legislação portuguesa sobre os AGM's, se

existem em Portugal os meios necessários para a pôr em prática cerca de 1/3

responde "sim" e 2/3 "não". Embora o número de respostas seja muito reduzido,

porque poucos disseram conhecer a legislação, seria de todo o interesse

questionar que meios são necessários, quais as acções que estão a ser

desenvolvidas pelas autoridades competentes nesta matéria e como é que cada

organização, em particular, pode contribuir para tal.

Quanto à questão da produção e comercialização em Portugal de AGM's, o

nível de desconhecimento (resposta = "não sei") atinge cerca de 1/3 dos

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34 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal

inquiridos, desconhecimento esse mais marcado quando se trata de AGM's para

consumo humano directo. Apesar disso, mais de 40% afirma existir, atingindo

mesmo mais de 2/3 de respostas no que respeita a AGM's destinados ao

consumo animal. Relativamente à produção de AGM's em Portugal, não era

suposto que os inquiridos considerassem os ensaios experimentais que já são

efectuados desde 1993. Contudo, como a ressalva não foi feita, poderão tê-lo

feito. Quanto à comercialização de AGM's em Portugal, já estão autorizados 18

OGM's na U.E. que poderão ser utilizados na alimentação humana. A DGFCQA,

quando contactada por e-mail, referiu existirem no mercado português AGM's

para consumo animal e humano, devidamente rotulados. Contudo, não forneceu

qualquer lista dos produtos em questão, desafiando a uma visita aos

supermercados para tentar descobri-los.

Relativamente à questão acerca das 3 principais fontes que os inquiridos

utilizam para obter informação sobre os AGM's, o seu interesse prende-se com o

facto de saber qual o melhor meio para transmitir informação sobre este tema a

cada tipo de organização. No caso das Câmaras Municipais, os inquiridos referem

a Internet, as revistas/jornais científicos e a televisão; estes meios seriam então

os mais indicados para divulgar informação relevante sobre este assunto. Para as

outras organizações sugere-se o mesmo. No caso dos Estabelecimentos do

Ensino Superior, as fontes mais indicadas seriam as revistas/jornais científicos, a

Internet e os profissionais desta área (por exemplo, através de conferências,

congressos, debates sobre os AGM's). A Internet, a televisão e as outras

revistas/jornais (que não as científicas), seriam os meios mais adequados no que

concerne as Cooperativas Agrícolas e as Associações Comerciais e Industriais.

Seria importante estudar também a acessibilidade e a credibilidade das fontes de

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Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 35

informação relativamente a este tema, para que a comunicação acerca dos

AGM's seja mais eficaz.

Após o preenchimento deste questionário, apenas os Estabelecimentos do

Ensino Superior revelaram, em maior percentagem, não ter aumentado o seu

interesse pelo estudo dos AGM's. Quanto às restantes organizações, pelo

contrário, houve mais de 50% das respostas no sentido de um interesse

aumentado pelo estudo dos AGM's após o preenchimento do questionário.

Poderemos pensar que estes resultados se devem a várias razões. Em primeiro

lugar, isto não significa que estejam muito ou pouco interessados, mas sim que o

seu interesse aumentou ou não. Ou seja, como não quantificámos o nível de

interesse dos inquiridos não podemos dizer que o seu interesse seja baixo ou

elevado. O importante é que este estudo poderá ter despertado a curiosidade dos

inquiridos para este tema e aumentar a sua receptividade à informação que é ou

que pode ser divulgada acerca dos AGM's.

Futuramente, será importante estudar o papel que a comunicação social

tem desempenhado nesta matéria. Terá informado ou "desinformado"? As

notícias que são divulgadas trazem sempre algo de novo ou noticiam sempre os

mesmos factos? Estarão a atingir um público-alvo específico ou têm divulgado

informação para a população em geral? De que meios se servem? Que fontes

utilizam? Para além disso, que acções têm desenvolvido as associações

ambientalistas e de defesa do consumidor nesta matéria? Todas estas questões

poderão ser importantes como objectos posteriores de estudo.

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36 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal

VII) CONCLUSÕES

Após a avaliação do conhecimento dos inquiridos acerca dos AGM's em

Portugal, podemos concluir, em 1o lugar, que é necessário divulgar mais

informação sobre o assunto a estas organizações. É, muitas vezes, através delas

que a informação é divulgada para o cidadão comum, para o investigador, para o

agricultor, para o comerciante, e outros mais. É importante que todos façamos

parte desta cadeia e, para isso, é necessário que estejamos informados. É claro

que os meios a utilizar para divulgar essa informação não devem ser os mesmos

para todos, nem o próprio conteúdo. Por exemplo, para as Cooperativas Agrícolas

seria mais importante divulgar todos os aspectos relativos à produção, às

Câmaras, a legislação, às Associações Comerciais e Industriais, os

procedimentos de comercialização e regras de rotulagem, ao Ensino Superior,

todo o processo científico e tecnológico envolvente, ao consumidor, uma

informação mais geral que inclua a definição de AGM's, os benefícios/riscos, o

que está a ser produzido/comercializado em Portugal e como ler um rótulo para

identificação de AGM's, embora não se dispense a restante informação.

O dever de informar e o direito à informação é da responsabilidade de cada

um de nós, independentemente do local da cadeia onde nos encontremos. É, no

entanto, necessário divulgar ou procurar uma informação clara, científica e

transparente, para que todos saibamos qual o nosso papel e a melhor forma de o

tornarmos realidade.

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Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 37

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ambiente de organismos geneticamente modificados para qualquer fim

diferente da colocação no mercado, bem como a colocação no mercado de

Celina Freitas Tavares FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO

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38 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal

produtos que os contenham ou por eles sejam constituídos, em

conformidade com o princípio da precaução e tendo em vista a protecção

da saúde humana e do ambiente. Disponível em:

http://dre.pt/cgi/dr1 s.exe?t=d&cap=1-

203&doc=20031017&v02=&v01 =2&v03=2003-01 -01 &v04=2003-12-

31 &v05=&v06=&v07=&v08=&v09=&v10=&v11 =%27Decreto-

Lei%27&v12=72%2F2003&v13=&v14=&v15=&sort=0&submit=Pesquisar&d

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Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 41

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Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas.

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Desenvolvimento Rural e das Pescas, Direcção-Geral de Protecção das

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Celina Freitas Tavares FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO

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42 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal

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Biotechnology: Microbiology Laboratory [Internet], [citado em 2005 Set 20].

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(23) Parlamento Europeu e Conselho da União Europeia. Regulamento (CE) n.°

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[citado em 2005 Jan 20]: 24-28. Relativo à rastreabilidade e rotulagem de

organismos geneticamente modificados e à rastreabilidade dos géneros

alimentícios e alimentos para animais produzidos a partir de organismos

geneticamente modificados e que altera a Directiva 2001/18/CE. Disponível

em:1830/2003:http://europa.eu.int/eur-

lex/pri/pt/oj/dat/2003/1_268/1_26820031018pt00240028.pdf

(24) Cheftel JC. Food and nutrition labelling in the European Union. Food

Chemistry. 2005; 93: 543.

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Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 43

Confederação Nacional de Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de

Portugal, CCRL. Cooperativas [Internet]. Confederação Nacional de

Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal, CCRL: [citado

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www. confag ri. pt/Associadas/Cooperativas/

Serviço de Informação Online do INE. Estatísticas Gerais, Anuários

Estatísticos [Internet]. Instituto Nacional de Estatística, Portugal: [citado em

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http://www.ine.pt/prodserv/quadros/public.asp?ver=por&tema=A&subtema=

28

Páginas Amarelas [Internet], [citado em 2005 Jan 20]. Disponível em:

www.pai.pt

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Indice de Anexos

Anexo 1 - Área mundial de plantações GM (1996 a 2004).

Anexo 2 - AGM's actualmente comercializados no mundo.

Anexo 3 - AGM's autorizados para comercialização na União Europeia.

Anexo 4 - Principais diplomas que legislam os OGM's na U.E..

Anexo 5 - Principais diplomas que legislam os OGM's em Portugal.

Anexo 6 - Plantas geneticamente modificadas autorizadas em Portugal

para fins de investigação ou de desenvolvimento.

Anexo 7 - Questionário final.

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Anexo 1

Área mundial de plantações GM (1996 a 2004).

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ai

Área Global de Lavouras G M Milhões de hectares (1996 a 2004)

:■ i 17 países que cultivam lavouras C M

Total Países desenvolvidos Países cm desenvolvimento

'

Ȏ^

! 1 .200 J ÍCOI 1995 5*t9é !99.< W S l t m J-IK» XKV. 2002

4umenfo de 20%, / S,i milhões de hectares ou J2,'> milhões de acres entre _'W.í e 2004.

Fonte: Clivt- lames, 2004

Mapa 1 -Area mundial de plantações GM (1996 a 2004).

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a2

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Anexo 2

AGM's actualmente comercializados no mundo.

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AGM Características Aipo e cenoura - Mais estaladiços no momento do corte Alfaces - Resistentes a pragas Algodão (óleo) - Com maior resistência a insectos

- Tolerante a herbicidas Amendoins e girassol

- Óleos para culinária que mantêm a textura a temperaturas elevadas, com menores requisitos de processamento

Batatas - Mais resistentes a vírus - Com maior resistência a insectos - Com menor capacidade de absorver o óleo de fritura - Variedades mais doces

Café - Com maior resistência a insectos - Com maior rendimento - Com melhor aroma - Com menor conteúdo de cafeína

Chicória - Mais doce Colza - Com a composição de óleos modificada de modo a aumentar a

proporção de gorduras insaturadas - Com maior resistência a pragas

Framboesas - Resistentes a geadas Girassol - Com melhor composição de ácidos gordos Maçãs - Resistentes a insectos Melões - Com maior tempo médio de vida Milho - Resistente a insectos e a herbicidas Papaia - Resistente a vírus Soja - Com menores necessidades de fertilizantes

- Com resistência acrescida a herbicidas mais selectivos - Com maior valor nutritivo obtido por alteração da sua composição proteica - Em que se eliminam os componentes causadores de alergias

Tomates - Resistentes a doenças de origem virai - Com melhor rendimento recorrendo a um menor tratamento químico - Com maior conteúdo de matéria sólida - Com o processo de maturação alterado (maiores aroma e resistência â putrefacção) - Variedades mais doces

Trigo - Farinha mais apropriada para o fabrico de pão Uvas - Novas variedades sem grainhas Animais * Está ainda em fase experimental, mas prestes a passar à fase

comercial. Fonte: www.aqenciaalimentar.pt

Tabela 1 - AGM's actualmente comercializados no mundo.

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a4

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Anexo 3

AGM's autorizados para comercialização na União Europeia.

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a5

Réf. Cultura Empresa

candidata

Característica Potencial

utilização em alimentos

Data de

aprovação Base legal

GTS

40/3/2

Soja Monsanto Protecção

contra insectos

e tolerância a

herbicidas

Bebidas de soja,

tofu, óleo de soja,

farinha de soja,

lecitina

03.04.1996 Dir.

90/220/E

EC Art. 13

Bt176 Milho Ciba-Geigy Protecção

contra insectos

e tolerância a

herbicidas

Milho em grão,

óleo, farinha de

milho, açúcar,

xaropes

23.01.1997 Dir.

90/220/E

EC Art. 13

TOPAS

19/2

Colza AgrEvo Tolerância a

herbicidas

Óleo de semente

de colza.

Produtos

confeccionados

com óleo de

colza: alimentos

fritos, assados e

snacks

26.06.1997 Reg. (EC)

258/97

Art. 5

MS1/

RF2

Colza Plant

Genetics

Systems

Tolerância a

herbicidas

Óleo de semente

de colza.

Produtos

confeccionados

com óleo de

colza: alimentos

fritos, assados e

snacks

24.06.1997 Reg. (EC)

258/97

Art. 5

MS1/RF

1

Colza Plant

Genetics

Systems

Tolerância a

herbicidas

Óleo de semente

de colza.

Produtos

confeccionados

com óleo de

colza: alimentos

fritos, assados e

snacks

24.06.1997 Reg. (EC)

258/97

Art. 5

GT73 Colza Monsanto Tolerância a

herbicidas

Óleo de semente

de colza.

Produtos

confeccionados

com óleo de

colza: alimentos

fritos, assados e

snacks

21.11.1997 Reg. (EC)

258/97

Art. 5

MON

810

Milho Monsanto Protecção

contra insectos

Derivados de

milho: óleo,

farinha de milho,

açúcar e xarope.

Produtos

confeccionados

com derivados de

milho: alimentos

fritos, assados e

snacks, produtos

de confeitaria e

refrigerantes

06.02.1998 Reg. (EC)

258/97

Art. 5

T25 Milho AgrEvo Tolerância a

herbicidas

Derivados de

milho: óleo,

farinha de milho,

açúcar e xarope.

Produtos

confeccionados

com derivados de

milho: alimentos

fritos, assados e

snacks, produtos

de confeitaria e

refrigerantes

06.02.1998 Reg. (EC)

258/97

Art.5

Bt 11 Milho Novartis Protecção

contra insectos

Derivados de

milho: óleo,

farinha de milho,

açúcar e xarope.

Produtos

confeccionados

com derivados de

milho: alimentos

fritos, assados e

snacks, produtos

de confeitaria e

refrigerantes

06.02.1998 Reg. (EC)

258/97

Art.5

MON

809

Milho Pioneer Protecção

contra insectos

Derivados de

milho: óleo,

farinha de milho,

açúcar e xarope.

Produtos

confeccionados

com derivados de

milho: alimentos

fritos, assados e

snacks, produtos

de confeitaria e

refrigerantes

23.10.1998 Reg. (EC)

258/97

Art.5 Falcon

GS

40/90

Colza Hoechst /

AgrEvo

Tolerância a

herbicidas

Óleo de semente

de colza.

Produtos

confeccionados

com óleo de

08.11.1999 Reg. (EC)

258/97

Art.5 Liberator

L62

Colza Hoechst /

AgrEvo Tolerância a

herbicidas

Óleo de semente

de colza.

Produtos

confeccionados

com óleo de 08.11.1999 Reg. (EC)

258/97

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semente de

colza: alimentos

fritos, assados e

snacks

Art. 5

MS8/RF

3

Colza Plant

Genetic

Systems

Tolerância a

herbicidas

semente de

colza: alimentos

fritos, assados e

snacks

26.04.2000 Reg. (EC)

258/97

Art. 5

1445 Algodão Monsanto Tolerância a

herbicidas

Óleo de semente

de algodão.

Produtos

confeccionados

com óleo de

semente de

algodão:

alimentos fritos,

assados e snacks

19.12.2002 Reg. (EC)

258/97

Art. 5

531 Algodão Monsanto Protecção

contra insectos

Óleo de semente

de algodão.

Produtos

confeccionados

com óleo de

semente de

algodão:

alimentos fritos,

assados e snacks

19.02.2002 Reg. (EC)

258/97

Art. 5

pRF69/p

RF93

Bacillus

subtilis

F.

Hoffmann

- La Roche

Riboflavina Vitamina B2 23.03.2000 Reg. (EC)

258/97

Art.5

Bt 11 Milho Syngenta Resistência a

insectos

Milho doce 19.05.2004 Reg. (EC)

258/97

Art.7

NK603 Milho Monsanto Tolerância a

herbicidas

Alimentos e

ingredientes

derivados do

milho NK603

26.10.2004 Reg. (EC)

258/97

Art.7

Fonte: www.aqenciaalimentar.pt

Tabela 2 - AGM's autorizados para comercialização na União Europeia.

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Anexo 4

Principais diplomas que legislam os OGM's na U.E..

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a7

DIPLOMA: VISA:

Directiva Regular o uso limitado de microrganismos geneticamente modificados.

90/219/CEE,

de 23 de Abril

Directiva Regular a libertação deliberada de organismos geneticamente

2001/18/CE, modificados no ambiente.

de 12 de Março

Regulamento (CE) Regular os géneros alimentícios e alimentos para animais

N° 1829/2003, geneticamente modificados.

de 22 de Setembro

Regulamento (CE) Regular a rastreabilidade e rotulagem de organismos geneticamente

N° 1830/2003, modificados e a rastreabilidade dos géneros alimentícios e alimentos

de 22 de Setembro para animais produzidos a partir de organismos geneticamente

modificados, alterando a Directiva 2001/18/CE.

Regulamento (CE) Regular o movimento transfronteiriço de organismos geneticamente

N° 1946/2003, modificados.

de 15 de Julho

Regulamento (CE) Estabelecer um sistema para criação e atribuição de identificadores

N° 65/2004, únicos aos organismos geneticamente modificados.

de 14 de Janeiro

Regulamento (CE) Estabelecer normas de execução do Regulamento (CE) N° 1829/2003

N° 641/2004, do Parlamento Europeu e do Conselho no que respeita aos pedidos de

de 6 de Abril autorização de novos géneros alimentícios e alimentos para animais

geneticamente modificados, à comunicação de produtos existentes e à

presença acidental ou tecnicamente inevitável de material

geneticamente modificado que tenha sido objecto de uma avaliação de

risco favorável.

Tabela 3 - Principais diplomas que legislam os OGM's na U.E..

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a8

i

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Anexo 5

Principais diplomas que legislam os OGM's em Portugal.

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DIPLOMA: REGULA:

Decreto-Lei n.° 72/2003,

de 10 de Abril

A libertação deliberada no ambiente de organismos geneticamente

modificados para qualquer fim diferente da colocação no mercado,

bem como a colocação no mercado de produtos que os contenham ou

por eles sejam constituídos, em conformidade com o principio da

precaução e tendo em vista a protecção da saúde humana e do

ambiente.

Transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.° 2001/18/CE, do

Parlamento e do Conselho.

Decreto-Lei n.° 168/2004,

de 7 de Julho

Assegurar a execução e garantir o cumprimento, na ordem jurídica

interna, das obrigações decorrentes para o Estado Português do

Regulamento (CE) n.° 1830/2003, do Parlamento Europeu e do

Conselho, de 22 de Setembro, que estabelece as regras relativas à

rastreabílidade e rotulagem aplicáveis aos produtos que contenham ou

sejam constituídos por organismos geneticamente modificados (OGM),

aos géneros alimentícios e aos alimentos para animais produzidos a

partir de OGM.

Decreto n.° 7/2004,

de 17 de Abril

Aprovar o Protocolo de Cartagena sobre Segurança Biológica à

Convenção sobre a Diversidade Biológica.

Decreto- Lei n.°

164/2004,

de 3 de Julho

Aditar o artigo 15.° A, o n.° 3 do Artigo 26.° e os artigos 26.° A e 38.° A

ao Decreto- Lei n.° 72/2003, de 10 de Abril.

Decreto-Lei n.° 160/2005,

de 21 de Setembro

Regular o cultivo de variedades geneticamente modificadas, visando

assegurar a sua coexistência com culturas convencionais e com o

modo de produção biológico.

Tabela 4 - Principais diplomas que legislam os OGM's em Portugal.

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Anexo 6

Plantas geneticamente modificadas autorizadas em Portugal

para fins de investigação ou de desenvolvimento.

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Planta GM Característica Empresa/Ano

da notificação

Período de

cultura

Concelhos dos

ensaios e áreas de

cultura

Tomate

(Lycopersicon

lycopersicum)

Alteração das

características da

maturação

Idal-Heinz

1993e1994

Primavera -

Verão

Vila Franca de Xira

350 m2

Batata (Solanum

tuberosum)

Resistente à traça

da batateira

Germicopa

1993, 1994e

1995

Maio -

Novembro

Torres Vedras

1993-800 m2

1994-500 m2

1995-1500 m2

Milho (Zea mays) Tolerante ao

herbicida

glufosinato de

amónio

AgrEvo e

Pioneer 1997 e

1998

Março -

Novembro

Alpiarça

Golegã

Santarém Montemor-

o-Velho

1997- 4440 m2

1998-19700 m2

Milho (Zea mays) Resistente à broca

do milho

Pioneer Hi-

Bred

1997-1998

Março -

Novembro

Alpiarça

Golegã

1997-1330 m2

1998-20000 m2

Eucalipto

(Eucalyptus

globulus)

Marcador genético Stora Celbi

1997

Maio 1998

- Maio

2001

Óbidos

3150 m2

Milho (Zea mays) Resistente à broca

do milho

Novartis

1998

Abril -

Outubro

Viana do Castelo

Amares

Coimbra

Celorico de Basto

12000 m2

Batata (Solanum

tuberosum)

Alteração do

metabolismo do

Instituto de

Tecnologia

Primavera Santarém

200 m2

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fosfato Química e

Biológica -

ITQB 1998

Milho (Zea mays) Tolerante ao

herbicida glifosato

Monsanto

1998e1999

Maio-

Dezembro

Póvoa do Varzim

Elvas

1998- 7000 m2

1999- 8500 m2

Milho (Zea mays) Resistente à broca

do milho

AgrEvo

1999

Maio-

antes da

floração

Mora

1200 m2

Fonte: www.iambiente.pt

Tabela 5 - Plantas geneticamente modificadas autorizadas em Portugal para fins de

investigação ou de desenvolvimento.

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Anexo 7

Questionário final.

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Questionário

Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal

O presente questionário decorre no âmbito de um trabalho de investigação inserido

no último ano da licenciatura em Ciências da Nutrição da Faculdade de Ciências da

Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto.

Consta de 10 questões de resposta rápida sobre os alimentos geneticamente

modificados em Portugal.

O questionário será aplicado a diversas organizações portuguesas, nomeadamente

Câmaras Municipais, Estabelecimentos do Ensino Superior Público, Cooperativas Agrícolas

e Associações Comerciais e Industriais.

A sua colaboração é essencial para a realização deste trabalho.

Fafe, 26 de Abril de 2005

Com os melhores cumprimentos,

< PT (Celina Tavares - Estagiária de Nutrição

no Gabinete Médico Veterinário Municipal de Fafe)

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Questionário

Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal

Por favor, assinale as suas respostas com uma cruz £3 o u escreva por extenso, se for esse o caso.

1. Indique o tipo de organização a que pertence:

a) Câmara Municipal D

b) Estabelecimento do Ensino Superior □

c) Cooperativa Agrícola □

d) Associação Comerciai e Industrial □

2. Por favor, indique o distrito onde se localiza a organização a que pertence:

3. Sabe o que são alimentos geneticamente modificados? SIM □ NÃO □

3.1. Se SIM, escreva uma definição sucinta:

4. Qual a principal razão do aparecimento dos alimentos geneticamente modificados?

a) Acabar com a fome no mundo D

b) Lutar contra as doenças que afectam as plantas e os animais D

c) Melhorar a qualidade e o valor nutritivo dos produtos alimentares D

d) Satisfazer os interesses económicos de grandes empresas D

e) Outra D

Qual?

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5. Conhece o conteúdo da legislação portuguesa sobre os alimentos geneticamente modificados?

SIM □ NÃO □

5.1. Se SIM, acha que existem em Portugal os meios necessários para pôr em prática essa mesma

legislação?

SIM □ NÃO □ NÃO SEI □

6. Existe produção de alimentos geneticamente modificados em Portugal?

SIM □ NÃO □ NÃO SEI □

7. O mercado português dispõe de alimentos geneticamente modificados para consumo animal?

SIM □ NÃO □ NÃO SEI □

8. O mercado português dispõe de alimentos geneticamente modificados para consumo humano directo?

SIM □ NÃO □ NÃO SEI □

9. Quais as 3 principais fontes que utiliza para obter informação sobre os alimentos geneticamente

modificados?

a) Revistas/jornais □

científicos D

b) Outras revistas/jornais Q

c) Legislação D

d) Livros

e) Internet □

f) Televisão O

g) Rádio □

h) Profissionais desta área □

i) Outra(s)

Qual(ais)?_ a

10 .0 preenchimento deste questionário aumentou o seu interesse pelo estudo dos alimentos geneticamente

modificados?

SIM □ NÃO □

Obrigada pela sua colaboração!

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