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CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE MESTRADO EM ODONTOLOGIA VIVIANE GARCIA SEGURA RELAÇÃO DE FATORES MICROBIOLÓGICOS E SÓCIO- DEMOGRÁFICOS NA EXPERIÊNCIA DE CÁRIE EM MÃES E FILHOS DE CENTROS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL NA CIDADE DE LONDRINA-PR LONDRINA 2006

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CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE MESTRADO EM ODONTOLOGIA

VIVIANE GARCIA SEGURA

RELAÇÃO DE FATORES MICROBIOLÓGICOS E SÓCIO-DEMOGRÁFICOS NA EXPERIÊNCIA DE CÁRIE EM MÃES E

FILHOS DE CENTROS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL NA CIDADE DE LONDRINA-PR

LONDRINA 2006

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VIVIANE GARCIA SEGURA

RELAÇÃO DE FATORES MICROBIOLÓGICOS E SÓCIO-DEMOGRÁFICOS NA EXPERIÊNCIA DE CÁRIE EM MÃES E

FILHOS DE CENTROS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL NA CIDADE DE LONDRINA-PR

Dissertação apresentada à Universidade Norte do Paraná como parte integrante dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Odontologia.

Orientadora: Profa. Dra. Flaviana B. de Andrade Ferreira

LONDRINA 2006

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VIVIANE GARCIA SEGURA

Filiação Elso Garcia Segura Adinir Marion Garcia Segura

Naturalidade Cambé-PR

Nascimento 06 de Julho de 1975

1993-1996 Graduação – Universidade do Oeste Paulista

1998- 1999 Especialização em Periodontia- ABO- Ponta Grossa- PR

2002 Atualização em Odontologia Adesiva Estética-UEM-Maringá-PR

2004-2006 Curso de Pós-Graduação na área de Dentística, nível Mestrado, na Universidade Norte do Paraná – UNOPAR

ABO – Associação Brasileira de Odontologia Associações SBPqO -Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica

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VIVIANE GARCIA SEGURA

RELAÇÃO DE FATORES MICROBIOLÓGICOS E SÓCIO-DEMOGRÁFICOS NA EXPERIÊNCIA DE CÁRIE EM MÃES E

FILHOS DE CENTROS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL NA CIDADE DE LONDRINA-PR

Dissertação apresentada à Universidade Norte do Paraná como parte integrante dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Odontologia.

Comissão Examinadora

________________________

Prof. Orientador Universidade Norte do Paraná

_________________________ Prof. Membro 2

Universidade Norte do Paraná

_________________________ Prof. Membro 3

Universidade Norte do Paraná

Londrina,___ de __________de 20__.

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DEDICO

A Deus, por ter caminhado comigo, dando-me forças e me reanimando quando estava prestes a desistir, pela certeza de que cada dia é um recomeço no seu infinito amor.Te agradeço, pois só por tuas mãos cheguei até aqui.

Pai e Mãe, Pessoas escolhidas por Deus para nos dar a vida e ensinar os passos que devemos traçar... Por mais que eu tente, jamais encontraria no mundo palavras que conseguissem expressar o que vocês representam para mim. Com vocês aprendi que carinho acalma e protege, que respeito dignifica, que humildade impulsiona ao crescimento e que o amor edifica, enfim, vocês me ensinaram os pilares necessários para que eu pudesse me consolidar como pessoa... Sempre presentes e incentivadores do meu crescimento profissional, olho para trás e vejo o quão importante era vocês acreditarem no meu potencial. Às duas pessoas mais importantes da minha vida, resultado dessa tão valiosa conquista. Amo vocês!!!!!!!

Ao meu querido irmão Elso Júnior ...que se alegra quando estou alegre ...que se entristece quando fico triste ... o amor que existe entre nós faz com

que tenhamos certeza de que podemos

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contar um com o outro. Deus abençoe a sua família.

A minha querida Vovó Maria, hoje posso dizer

minha companheira, meu espelho de fé, amor, paz,

compreensão... Com quem aprendo todos os dias como vale a pena

viver. Te Amo........

A você meu Vovô Aladim ... a vontade de Deus não o faz presente, mas a saudade constante é testemunho vivo da sua presença. Da sua existência resta comigo o exemplo, a saudade imensa, o eterno agradecimento, além do pesar de não poder abraçá-lo agora e partilharmos juntos da alegria desta tarefa cumprida.

A você Eduardo, quem muito me incentivou para a realização deste sonho. Sempre comigo....nos momentos de alegria e principalmente nos difíceis....o que fez com que me sentisse forte e confiante; o apoio, amor e companheirismo que eu precisava para alcançar mais esta importante conquista.

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AGRADECIMENTOS

Deus

“ Você Se fez presente em todos os momentos firmes e trêmulos. E, passo a passo, pude sentir a Sua mão na minha, transmitindo-me a segurança necessária para enfrentar meu caminho a seguir.... A Tua presença é qualquer coisa como luz e a vida, e sinto que em meu gesto, existe o Teu gesto e em minha voz, a Tua voz.” ( Vinícius de Moraes)

PAIS

Ao meu Pai e minha Mãe, que me deram o dom mais precioso: A VIDA. Obrigada por encontrar em vocês os sentimentos mais puros que sempre desejei receber: amor, ternura e compreensão. Sempre lhes serei eternamente grata. O que colho hoje é fruto que vocês semearam durante toda minha vida quando me ensinaram os valores mais nobres e os princípios que norteiam minhas escolhas. Obrigada pelo incentivo e presença constante... Esta conquista é para vocês: meus exemplos de vida, a razão do meu viver.

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À minha orientadora Profª Drª Flaviana, por ter caminhado comigo passo a passo, pelo seu exemplo de esforço e dedicação, pela amizade, pela capacidade de transmitir seus conhecimentos de forma leal e esperançosa, que privou-se muitas vezes de momentos em família para estar comigo e me ajudar; transmitindo sua experiência e apoiando em minhas dificuldades, fazendo-me sempre acreditar que eu seria capaz. Segundo Penny Mc Lean....... “Os homens que emprestam sua existência para melhorar a vida dos outros serão eternamente reconhecidos”. De coração o meu muito obrigada!!!!!!!!!!!!!!!!!

A todos os Professores, o meu carinho, respeito e gratidão a vocês que souberam, além de transmitir seus conhecimentos, compartilharam suas experiências colaborando para meu crescimento profissional, principalmente às Profªs Drªs Regina C. Poli-Frederico e a Sandra Mara Maciel, pela colaboração neste projeto.

A Profª Drª Linda Wang, minha admiração pela sua humildade, conhecimento e capacidade. O meu muito obrigada pelo incentivo a buscar novos conhecimentos e pelo encorajamento a sempre olhar para frente.

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Aos colegas da turma de Mestrado: Adriana, Fabiana, Fávio, Herbert, Hermes, Patrícia Lanza, Patrícia Navarro, Walter Busch pelo carinho, incentivo e apoio recebidos nessa jornada.

Liliam, Valter Scalco e Teresa... O que importa... amizade, companheirismo e apoio... O que ficará... nossas conversas, nossas risadas, as conquistas que conseguimos uns com os outros... Vou sentir saudades...

Minha secretária e amiga Cristiane... apoio, incentivo e paciência... Obrigada por estar comigo nesses momentos tão significativos desta conquista.

Ás funcionárias do laboratório, Dione e Elaine, meu reconhecimento pelo auxílio que prestaram.....Foram tarefas dificeis, mas vocês colaboraram para torná-las menos árduas.

Aos Profissionais, Mães e Crianças dos CEMEIs de Londrina-PR, pela colaboração valiosa para a realização desta pesquisa.

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À Universidade Norte do Paraná, UNOPAR, representada pelo Chanceler, Sr. Marco Antonio Laffranchi, e pela Reitora, Profª Elisabeth Bueno Laffranchi; À Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, representada pelo Prof. Dr. Aloísio José Antunes; Ao Centro de Ciências Biológicas Saúde, representada pelo Prof. Ruy Moreira da Costa Filho; À Coordenadoria do Curso de Odontologia, representada pelos Profs. Drs. Luiz Reynaldo de Figueiredo Walter e Fernão Hélio Campos Leite Júnior;

À Coordenadoria de Pesquisa, representada pelo Prof. Hélio Hiroshi Suguimoto; Á todos os funcionários da UNOPAR.

Muito Obrigada........................

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“ Cada pessoa, em sua existência, pode ter duas atitudes: Construir ou Plantar.

Os construtores podem demorar anos em suas tarefas, mas um dia terminam aquilo que estavam fazendo. Então param e ficam

limitados por suas próprias paredes. A vida perde sentido quando a construção acaba.

Os que plantam sofrem as tempestades, as estações e raramente descansam. Mas, ao contrário de um edifício, o jardim jamais pára de crescer. E, ao mesmo tempo que exige a atenção do jardineiro, também permite que, para ele, a vida seja uma grande aventura.”

(Omar Simão Chuveiri)

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SEGURA, V.G.S. Relação de fatores microbiológicos e sócio-demográficos na experiência de cárie de mães e filhos de Centros Municipais de Educação Infantil na cidade de Londrina – PR. 2006. 75p. Dissertação (Mestrado em Odontologia) Universidade Norte do Paraná, Londrina.

RESUMO

A cárie é uma doença infecto-contagiosa cuja etiologia está relacionada à presença e associação dos seguintes fatores: o hospedeiro (dentes e saliva), a microbiota da cavidade bucal e a dieta consumida. Estudos diversos comprovam que níveis de estreptococos mutans na saliva relacionam-se com o risco de cárie tanto em crianças, como em adultos. Inúmeros trabalhos têm confirmado a transmissão da doença cárie através da saliva com altos níveis de estreptococos do grupo mutans (EGM), principalmente da mãe. Este estudo teve por objetivo avaliar níveis salivares de EGM em 169 pares mãe/filho e correlacionar com índices CPO-D (mãe), ceo-d (criança), índice de placa bacteriana e também as condições sócio-demográficas em centros municipais de educação infantil na cidade de Londrina-PR. A metodologia utilizada foi a descrita por Kölher; Bratthal (1979) que utilizou o meio seletivo ágar mitis-salivarius acrescido de sacarose e bacitracina (MSB), para o crescimento de EGM da saliva coletada por meio de espátula de madeira. As coletas foram armazenadas em jarra de anaerobiose com a chama de vela e inseridos em estufa a 37oC por 48 horas para a sua contagem. Foi aplicado também um questionário às mães para avaliação do nível sócio-demográfico desta população. Utilizando o programa estatístico SPSS foi possível observar a correlação entre os fatores de risco à cárie de mães e seus filhos. Analisando-se os fatores biológicos (IHOS - índice de higiene bucal simplificado e UFC – número de unidades formadoras de colônias) e os sócio-demográficos (idade, renda familiar e escolaridade), com relação ao índice CPOD, observou-se que os fatores sócio-demográficos foram menos determinantes para que ocorresse a doença. IHOS e UFCs (presença de EGM) foram determinantes tanto nas mães como nas crianças. O nível salivar de EGM das mães influenciou a experiência de cárie de seus respectivos filhos, assim como a maior quantidade de placa bacteriana, sugerindo que a saliva materna é responsável pela transmissão. Diante desses resultados, foi possível concluir que a doença cárie é de origem multifatorial, não estando atrelada a uma única causa, corroborando os dados da literatura.

Palavras-chave: estreptococos mutans, transmissão, saliva, pares mãe-filho

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SEGURA, V.G. The relation of microbiologic and socio-demographic factors in the experience of caries between mother and children in local borough nurseries in the city of Londrina – PR. 2006. 75p. Dissertação (Mestrado em Odontologia) Universidade Norte do Paraná, Londrina.

ABSTRACT

Carie is a contagious disease which cause is related to the presence of the following factors in conjunction: the host (teeth and saliva), oral microbiota and the diet of the subject. Various studies have shown that the level of mutans estreptococci in the saliva is related to the risk of caries both in children and adults. Research have confirmed that the transmission of caries to children, is greater through the mother´s saliva with presence of the mutans streptococci group. The aim of this work was to evaluate the levels of mutans streptococci in the saliva of 169 pairs of mother/child and correlate these results to the DMFT (mother) and dmft (child) index, levels of dental plaque and finally the social-demographics in local borough´s nurseries in the city of Londrina (PR). The methodology used was that described by Kölher; Bratthal (1979) who utilized the selective medium mitis-salivarius agar with saccharose and bactracin (MSB), to grow of the mutans streptococci of the saliva, gathered from the subject with a wooden spatula. The samples where collected in anaerobiose jars, with the flame of a candle and incubated at 37º C for 48 hours, thereafter counting the results. Furthermore, a questionnaire was given to the mothers to evaluate the social-demographics of these population. With the use of SPSS program, it was possible to observe a correlation between the factors that cause risk of caries between mother and child. Analyzing the biological factors (OHI-S – simplified oral hygiene index and number of CFU – colony forming units) and the social-demographics (age, education and income) with relation to the DMFT index, it was reveled that the social-demographic factors where less determinative in the cause of the disease. In contrast, OHI-S and CFU (the presence of mutans streptococci) where determinative in both mother and children. The level of saliva containing mutans streptococci of the mothers, influenced the presence of caries on their respective children as a larger quantity of dental plaque did, suggesting that the maternal saliva is responsible for the transmission of caries. In view of these results, it was possible to conclude that the caries is of multifactorial origin, not being related to a single cause, confirming the literature findings.

Key-words: mutans streptococci, transmission, saliva, mother/child pairs

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Realização do questionário às mães................................................................35 FIGURA 2 - Verificação dos índices ceo, CPO-D, IHO-S e O’Leary.................................36 FIGURA 3 - Película de parafilme.......................................................................................37 FIGURA 4 - Coleta da saliva...............................................................................................38

FIGURA 5 - Ágar mitis-salivarius bacitracina (MSB) e impressão da amostra de saliva...39

FIGURA 6 - Exemplos de baixo, médio e alto risco............................................................40

FIGURA 7 – Códigos dos índices ceo-d e CPO-D segundo a Organização Mundial de

Saúde (1997)........................................................................................................................73

FIGURA 8 – Esquema representativo da quantidade de placa dentária e seus respectivos

escores, adaptado de Pinto (2003)......................................................................................74

FIGURA 9 – Ficha de controle de placa segundo O’Leary et al.(1972)...........................75

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LISTA DE TABELAS TABELA 1 - Características sócio-demográficas das crianças e respectivas famílias.........43

TABELA 2 – Distribuição dos indivíduos nos grupos de alto, médio e baixo risco segundo

o número de unidades formadoras de colônias por mL de saliva

(UFC/mL)............................................................................................................44

TABELA 3 - Distribuição de indivíduos em relação a quantidade de placa bacterian IHO-S

e índice O’Leary..................................................................................................44

TABELA 4 - Valores médios dos índices de cárie da população avaliada...........................45

TABELA 5 - Distribuição de indivíduos com experiência de cárie.....................................45

TABELA 6 – Distribuição da população conforme a severidade de cárie ( OMS 1997 )....45

TABELA 7 - Correlações entre os fatores biológicos avaliados das mães ..........................46

TABELA 8 - Correlação de Pearson entre alguns fatores sócio-demográficos e biológicos

das mães ...............................................................................................................................47

TABELA 9 - Associação da renda materna com o número de unidades formadoras de colônias da mãe ...................................................................................................................48

TABELA 10 - Associação da escolaridade materna com o número de unidades formadoras de colônias da mãe..................................................................................48

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TABELA 11 - Correlações entre os fatores biológicos avaliados dos

filhos....................................................................................................................49

TABELA 12 - Correlações de Pearson entre os fatores biológicos avaliados das mães e seus

filhos quanto à experiência de cárie ...................................................................... .............50

TABELA 13 - Associação do número de unidades formadoras de colônia (contagens de

EGM) entre mães e filhos ....................................................................................................51

TABELA 14 - – Correlação de fatores sócio-demográficos com fatores biológicos nas crianças ......... ..... ..... .........................................................................................................52 TABELA 15 - Associação da renda familiar com a experiência de cárie da

criança.................................................................................................................52

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LISTA DE ABREVIATURAS

CEMEI - Centros Municipais de Educação Infantil

ceo -d – índice de dentes cariados, extração indicada e obturados (dentadura decídua)

CO2 – dióxido de carbono

CPO-D – índice de dentes cariados, perdidos e obturados (aos 12 anos)

EGM - estreptococos do grupo mutans

IHO-S – índice de higiene oral simplificado

MSB- ágar mitis-salivarius bacitracina

n.s. – não significante

p – índice de significância

UFC – número de unidades formadoras de colônias

UFC/mL – unidades formadoras de colônia por mililitro

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................17

2 REVISÃO DE LITERATURA.........................................................................................19

2.1 Cárie: fatores que a favorecem e a questão da transmissibilidade.............................19 2.2 Medidas preventivas como estratégia para redução do risco de cáries: xilitol,

clorexidina e fluoretos..............................................................................................22

2.3 Mãe: principal fonte de transmissão............................................................................25

2.4 A transmissão horizontal..............................................................................................29

2.5 A questão da imunidade...............................................................................................30 2.6 A coleta e o cultivo da saliva e contagem das colônias de EM para a realização de experimentos.........................................................................................................................31

3 PROPOSIÇÃO...................................................................................................................34

4 MATERIAL E MÉTODO..................................................................................................35

4.1. Avaliação da saúde bucal e dos dados sócio-demográficos........................................35 4.2 Avaliação dos níveis salivares de estreptococos do grupo mutans nos pares mãe-filho.......................................................................................................................................37 4.2.1 Estimulação da saliva.............................................................................................37 4.2.2 Coleta da saliva......................................................................................................37 4.2.3 Semeadura da saliva...............................................................................................38 4.2.4 Leitura e interpretação dos resultados....................................................................39 4.3 Análise Estatística..........................................................................................................41 4 RESULTADOS..............................................................................................................42

5 DISCUSSÃO..................................................................................................................53

6 CONCLUSÕES..............................................................................................................61

7 REFERÊNCIAS.............................................................................................................62

8 ANEXOS........................................................................................................................68

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_____________________________________________________________Introdução 17

1. INTRODUÇÃO

A cárie é uma doença infecto-contagiosa de etiologia multifatorial decorrente da

interação dos fatores do hospedeiro, microbiota e substrato durante um determinado tempo,

ou seja, a cárie é uma doença transmissível, fortemente modificada pela dieta. (THYLSTRUP;

FEJERSKOV 1994).

Existe uma microbiota fortemente associada com a etiologia da cárie dentária. A

placa ou biofilme dentário se inicia sobre as superfícies dentárias por espécies bacterianas

capazes de se aderirem à película adquirida, chamados de colonizadores precoces. Por meio

de relações de coagregação entre diferentes espécies esta placa aumenta, os precoces se

agregam com estreptococos e/ou actinomyces, os dois tipos bacterianos que constituem mais

de 90% das células viáveis na placa dentária em formação (KOLENBRANDER; LONDON,

1993).

Para que a placa se torne cariogênica ocorre uma seleção nesta microbiota. Com o

metabolismo dos carbohidratos e grande produção de ácidos, começam a predominar espécies

acidúricas, capazes de sobreviver ao meio ácido. Em sítios de cárie, o pH da placa bacteriana

é mais baixo do que em sítios não-cariados e o Streptococcus mutans é mais ativo do que

outras espécies no metabolismo dos carbohidratos e na reserva de polissacarídeos em

ambiente de pH 5,0 do que pH 7,0. Desta forma este microrganismo é mais competitivo nesta

condição que culmina em desmineralização do esmalte. Também o gênero lactobacilo possui

esta aciduricidade, sendo então os microrganismos mais envolvidos com a cárie (LÖESCHE,

1986).

Com a microbiota cariogênica determinada, assume-se que a cárie é uma doença

controlável (LÖESCHE, 1986). No entanto, é uma doença de grande prevalência em vários

países ainda, e sendo de etiologia multifatorial, muitas pesquisas procuram avaliar os fatores

mais determinantes para que ela ocorra.

Vários estudos confirmam esta associação de estreptococos do grupo mutans

(EGM) com cárie (LÖESCHE, 1986), assim como Bretz et al. (1992), que verificaram a

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_____________________________________________________________Introdução 18

correlação dos níveis salivares de EGM e lactobacilos com a taxa de prevalência de cárie em

crianças brasileiras de 4 e 5 anos de idade.

Köhler et al., (1983) citam que em seus estudos ficou demonstrado que a redução

no nível salivar de EGM em mães altamente infectadas pode inibir ou retardar o

estabelecimento desse microrganismo em seus bebês. Em crianças e adolescentes, existe uma

correlação significativa entre os índices CPOD (índice de dentes cariados, perdidos e

obturados) nos pares mãe-filho. Isto se deve à possibilidade de transmissão de estreptococos

do grupo mutans da mãe para a criança. Considera-se, como principal fonte de transmissão, a

saliva materna, como afirmam Mayer; De Lorenzo, (2004).

A falta de informação das mães, na maioria das vezes, pode se constituir como

cerne do problema. Desse modo, uma boa política é a abordagem preventiva, com o objetivo

de esclarecer as mães no intuito de criar hábitos saudáveis que resultarão em benefícios para

elas próprias e, principalmente, para seus filhos, diminuindo e, muitas vezes, eliminando a

possibilidade de virem a ter cárie.

Nesse contexto, se faz interessante a pesquisa de uma outra população para

confrontar estes dados da literatura. Optou-se então por Centros Municipais de Educação

Infantil (CEMEIs) inseridas em diversas regiões da cidade de Londrina – PR, para avaliar a

relação entre microrganismos e o risco de cárie.

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______________________________________________________Revisão de Literatura 19

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Cárie: fatores que a favorecem e a questão da transmissibilidade

A cárie dentária é uma das doenças crônicas da humanidade de grande incidência

em todas as populações (ISOKANGAS et al., 2000; WEYNE; HARARI 2002).

De acordo com Pagnoncelli; Piva (1998), a cárie é uma doença infecto contagiosa,

transmissível, que resulta em uma perda mineral causada por ácidos orgânicos provenientes

da fermentação de alimentos. A doença, de etiologia multifatorial (fatores primários e

secundários) tem como causas imprescindíveis a interação entre os seguintes fatores: 1-

Primários: microrganismos cariogênicos e dietas ricas em carboidratos; 2-Secundários:

higiene bucal deficiente e ausência de flúor no ambiente; 3- Gerais: fenômenos sócio

econômicos e culturais.

Esta conceituação, hoje, é aceita por inúmeros estudiosos, entre eles, Mayer;

Lorenzo (2004) e Weyne; Harari (2002) que confirmam a natureza multifatorial da sua

etiologia, estando associada a fatores interativos, como acima exposto: hospedeiro, microbiota

da cavidade bucal e dieta consumida.

A grande preocupação, desse modo, da clínica odontológica é com a identificação

dos indivíduos vulneráveis à doença, com o objetivo de levantar os mecanismos de

transmissão, as condições ideais de desenvolvimento e os meios de prevenção.

Sabe-se, hoje, que o fator primário para o desenvolvimento da doença cárie é a

presença do microrganismo Streptococcus mutans, ou melhor, de estreptococos do grupo

mutans (EGM) na saliva. Desse grupo, fazem parte as espécies S. mutans, S. rattus, S.

sobrinus, S. cricetus, S. ferus, S. downei e S macacae sendo que o 1º e o 3º são encontrados

no homem, S. rattus em ratos e o S. cricetus em macacos (LOESCHE 1986).

De acordo com Köhler et al., (1998), vários estudos têm relatado que os níveis de

EGM em amostras da saliva relacionam-se com o risco de cárie. Azevedo et al., (1998)

afirmaram que o risco de cárie na dentição decídua aumenta significantemente frente a uma

infecção precoce pelos EGM, o que também foi confirmado por Grindefjord et al., (1995),

Packer et al., (1999), Köhler et al., (1983), Köhler; Andreén (1994), Söderling et al., (2000).

Entretanto, Pagnoncelli; Piva (1998) esclareceram que, para que a doença se

desenvolva, é preciso que haja condições favoráveis à ação dos EGM. A presença do

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______________________________________________________Revisão de Literatura 20

microrganismo na saliva, sem nenhum outro fator associado, por si só, pode não levar a lesões

de cárie.

A condição fundamental para o estabelecimento dos microrganismos EGM é a

presença de dentes, condição esta confirmada por inúmeros estudiosos (BRAMBILLA et

al.,1998; MAYER; DE LORENZO 2004; WEYNE; HARARI 2002, PACKER et al.,1999,

CAUFIELD et al., 1993), entre outros. Entretanto Wan et al. (2001) afirmam a colonização de

EGM pode ocorrer antes da erupção dentária.

O estabelecimento inicial de EGM é menos freqüente antes da erupção dos

primeiros dentes, porque as superfícies dentárias são facilitadoras para o habitat destas

bactérias. Para os EGM permanecerem na boca é interessante a existência de uma superfície

dura não descamativa, no caso, os dentes. O risco de colonização por EGM na criança

aumenta sensivelmente após a erupção dentária. A colonização bacteriana inicia-se logo que a

primeira superfície de esmalte de um dente em erupção fica exposto à saliva

(PAGNONCELLI; PIVA 1998; BRAMBILLA et al., 1998; ISOKANGAS et al., 2000).

Segundo Wan et al., (2001), a prevalência da colonização de EGM nas crianças

sem dentes na boca era de 64%. A prevalência aumentou para 84% após a erupção dos dentes

e a média de idade de colonização por EGM foi de 15 meses.

Aqui devem ser ressaltados duas situações distintas e fundamentais: primeiro, que

a erupção, por inicial que seja, já constitui-se como hospedeiro; segundo, que, como

afirmaram Matos-Graner et al., (2001), cepas infecciosas de EGM, podem persistir por muitos

anos na boca de crianças.

A saliva da mãe constitui-se como uma das principais e fundamentais formas de

transmissão de EGM e, conseqüentemente, da possibilidade do desenvolvimento da cárie em

crianças de pouca idade (KÖHLER et al., 1983; PACKER et al., 1999,; GRINDEFJORD et

al., 1995; AZEVEDO et al., 1998; CAUFIELD et al., 1989).

Brambilla et al., (1998) demonstraram que mães com altas concentrações salivares

de EGM tendiam a ter filhos altamente infectados. Esta infecção se dá principalmente nos

primeiros meses e anos de vida, diminuindo à medida que a criança avança em idade.

Mattos-Graner et al., (2001) salientaram, por meio de estudos da impressão digital

do DNA, que a transmissão vertical das bactérias da mãe para o filho é a maior rota para a

aquisição precoce.

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______________________________________________________Revisão de Literatura 21

Suhonen et al., (1995) afirmam que após a colonização inicial, o crescimento do

número de bactérias é rápido, ocorrendo entre 8 e 48 horas. Após 10 horas, cerca de 104

microrganismos/mm² são encontrados na superfície do esmalte, havendo uma multiplicação a

cada 3 a 5 horas. Após 48 horas, a placa dentária fica mais complexa, ocorrendo a presença de

espécies importantes (S mutans, S sanguis, S sobrinus, Actinomyces sp. e alguns

microrganismos anaeróbios). Entretanto, a cárie é um processo lento e longo e pode levar

meses ou anos para apresentar-se como tal. (PAGNONCELLI; PIVA, 1998)

Brambilla et al. (1998), Söderling et al. (2000), Isokangas et al. (2000) e Mattos-

Graner et al. (2001), demonstraram também, que, quanto mais cedo a criança for infectada

por EGM, maior será a possibilidade de lesões por cárie. Isto deve-se à adesão prematura das

bactérias, antes que a fase pós-eruptiva da superfície do esmalte tenha sido terminada.

A mãe é o indivíduo que desenvolve, com a criança, um contato bastante direto,

principalmente nos primeiros meses e anos de vida, e vários experimentos têm tentado

levantar a questão da transmissibilidade precoce, analisando a saliva da mãe e a do filho, em

diferentes idades ou situações (AZEVEDO et al., 1998; MATTOS-GRANER et al., 2001;

PACKER et al., 1999).

Köhler; Bratthal (1978) concluíram que quando vários adultos com níveis

diferentes de EGM contaminavam uma colher, havia uma correlação entre a contagem salivar

e o número de microrganismos transferidos para a colher. É então através desses

comportamentos que indivíduos contaminam-se uns aos outros, a exemplo de mães

contaminando seus filhos ainda bebês. Entretanto, embora contaminadas, as crianças podem

não desenvolver lesões de cárie se não tiverem na cavidade bucal, outras condições

ambientais que desencadeiem a doença: falta de higiene bucal, ausência de uso de flúor e

consumo de alimentos ricos em sacarose.

Pagnoncelli; Piva (1998) afirmam que o meio de transmissão da mãe para o bebê

pode ocorrer diretamente através do beijo ou, indiretamente, através da colher, da chupeta, do

bico da mamadeira ou, através de gotículas de saliva.

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______________________________________________________Revisão de Literatura 22

2.2. Medidas preventivas como estratégia para redução do risco de cáries: xilitol,

clorexidina e fluoretos

Brambilla et al., (1998) fizeram experimentos com gestantes, acompanhando-as

por 30 meses e buscaram levantar a eficácia de programas preventivos desenvolvidos junto a

esse público, para a redução da transmissibilidade na relação mãe-filho. Foram selecionadas

as mães altamente infectadas, após coleta de saliva no 3º, 6º e 9º mês de gravidez que

buscavam atendimento na clínica de obstetrícia do Hospital São Paulo em Milão-Itália. Foram

divididas em dois grupos, receberam orientações, tratamento clínico e aplicação de flúor e

clorexidina, o que comprovou a diminuição dos níveis salivares de EGM. De acordo com este

estudo, uma redução nos níveis salivares de EGM nas mães durante a emergência da dentição

decídua de seus filhos tem uma influência de longo prazo sobre a colonização de EGM e

sobre a incidência de cáries nas crianças. O estudo concluiu que é possível reduzir-se os riscos

de cárie com medidas preventivas e informativas baratas e bem feitas e que o bochecho com

clorexidina a 0,12% e fluoreto de sódio a 0,05% conduzem a uma redução considerável do

risco de cáries para a mãe e, conseqüentemente, na transmissibilidade de EGM.

Os riscos de lesões de cárie estão associados à baixa ingestão de fluoretos, a

hábitos de higiene oral da família e da comunidade e ao alto consumo de açúcar e/ou

deficiência na higiene bucal. O nível salivar de lactobacilos tem estreita relação com o

consumo de carboidratos, em geral, e a alteração dos hábitos dietéticos leva a uma redução

nos números dessa bactéria (MAYER; DE LORENZO 2004).

Köhler; Andreén (1994), em um experimento envolvendo medidas preventivas,

selecionaram mães e seus filhos com 3 anos de idade, trabalhando com dois grupos: as mães

do grupo de teste que recebiam, além do acompanhamento da higiene oral e da dieta,

tratamento clínico e aplicação de fluoreto. Nos casos de alta contaminação (superior a 3X105

UFC/mL), também recebiam uma prescrição de um gel de clorexidina. Propositalmente, o

tratamento foi interrompido até as crianças completarem 7 anos de idade para, posteriormente,

testar-se a eficácia do mesmo. Os estudos concluíram que um tratamento preventivo precoce

tem bons resultados para as crianças e que as mães tratadas e bem informadas mantiveram

níveis baixos de EGM. Concluíram também que as crianças colonizadas tinham mães e

irmãos mais velhos altamente colonizados.

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______________________________________________________Revisão de Literatura 23

Dasanayake et al., (2002) desenvolveram uma experimento para verificar o efeito

de um verniz de clorexidina na transmissão de EGM de mãe para filho. As mães foram

divididas em dois grupos e, quando seus bebês completaram seis meses, o primeiro grupo

recebeu aplicações de verniz de clorexidina a 10% e o outro um verniz placebo. Este

experimento estendeu-se até as crianças completarem 4 anos. Os níveis salivares maternos de

EGM no grupo de tratamento mantiveram-se significantemente baixos, comparados ao outro

grupo, após 12 meses da primeira aplicação. O objetivo do estudo era testar a eficácia da

aplicação repetida de verniz de clorexidina a 10%, entretanto, essa intervenção não alterou

significativamente a colonização de EGM em crianças, ou o incremento de cáries tanto nas

mães quanto nos filhos.

Para Mayer; De Lorenzo (2004), os fluoretos devem ser considerados como

agentes importantes no controle de níveis salivares de EGM, pois a relação

desmineralização/mineralização é alterada com a sua aplicação.

Wayne; Harari (2002) salientam os resultados de estudos que indicam a ação

anticárie do flúor, podendo incluir também o seu papel na estabilização e no equilíbrio da

microbiota do biofilme. Pela diminuição da atividade glicolítica, a utilização de fluoretos

subtrai dos EGM e de alguns outros microrganismos acidúricos, as vantagens ecológicas

decorrentes de episódios de baixo pH, evitando dessa forma, a sua seleção.

Söderling et al., (2000) realizaram um experimento com antimicrobianos para

levantar se o consumo de xilitol pelas mães, poderia prevenir a transmissão mãe-filho de

EGM. Para o experimento, 195 mulheres grávidas foram acompanhadas por dois anos,

incluindo seus bebês, após o nascimento, até completar o tempo da pesquisa. Foram

divididos, aleatoriamente, em três grupos: o 1º usava goma de xilitol; o 2º, gel de clorexidina,

e o 3º, gel de fluoreto. Todos receberam prevenção básica e tratamentos restauradores. A

pesquisa concluiu que o consumo habitual de xilitol, pelas mães, reduz drasticamente a

transmissão mãe-filho, mas não reduz os níveis de EGM salivar das mães. No grupo de

fluoreto, a transmissibilidade girou em torno de 50% e, no grupo de clorexidina, a redução de

transmissibilidade não foi significativa. Desse modo, conclui-se que o uso de xilitol reduz,

significativamente, a possibilidade de transmissão.

Isokangas et al., (2000) realizaram um outro experimento envolvendo mulheres

grávidas altamente infectadas: 120 delas usaram goma de xilitol após o terceiro mês do

nascimento da criança; 32 receberam tratamento a base de clorexidina três vezes e 32

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______________________________________________________Revisão de Literatura 24

receberam tratamento com fluoreto aos 6, 12 e 18 meses após o nascimento do bebê. O uso do

xilitol comprovou-se bastante eficiente, reduzindo significativamente a colonização de EGM

nos dentes dos filhos, comparando com as mães que receberam o tratamento com o verniz ou

com o fluoreto. Concluiu este estudo que o efeito do uso materno de xilitol na ocorrência de

cáries na dentição primária de seus filhos foi superior ao obtido pelo uso de tratamentos de

verniz de clorexidina ou de flúor, sendo, desse modo, importante a intervenção contra a

colonização precoce de EGM.

Pagnoncelli; Piva (1998) reforçam a importância dos cuidados higiênicos

preventivos e alimentares: a supressão de EGM com clorexidina em mães de alto risco

impede ou atrasa o desenvolvimento de cárie em seu filho. Reforçam ainda que instruções

simples para as mães, podem ajudar a diminuir ou evitar a transmissão de bactérias

cariogênicas, tais como não provar alimentos na colher que vai dar à criança, não assoprar a

sopa, não limpar com saliva a chupeta ou dar beijo na boca, pelo menos até a idade de 4 anos.

Crianças com alto índice de EGM devem evitar o uso de mamadeiras durante a noite, onde os

substratos fermentáveis do conteúdo da mamadeira favorecerão a multiplicação das bactérias,

facilitadas pela redução do fluxo salivar neste horário.

Köhler; Andréen (1994) concluem que a detecção tardia de EGM poderia também

ser resultado de mudanças em hábitos alimentares que favoreceram um crescimento maior de

bactérias já estabilizadas. Em um outro estudo Köhler; Krasse (1983) associam os casos de

baixo nível salivar de EGM a uma baixa ingestão de sacarose, concluindo que bons hábitos

alimentares, como no caso, pouca sacarose, evitam a implantação de EGM.

Köhler; Andreén (1994); Köhler; Krasse (1983); e Söderling et al. (2000)

concluem de um modo geral, que, mudanças de hábitos alimentares, como, baixa ingestão de

sacarose e bons hábitos de higiene bucal funcionam como fatores preventivos da doença cárie.

Em um estudo com crianças de um ano de idade, filhas de imigrantes da Suécia

para a Holanda, Grindefjord et al., (1993), concluíram que o fator imigração, geralmente

associado a um baixo nível sócio-econômico-cultural pode conter comportamentos de má

higiene bucal, dietas alimentares inadequadas e falta de uso de flúor, o que desencadeia a

possibilidade de estabelecimento da cárie. Desse modo, puderam concluir que inúmeros

fatores associados se integram, propiciando o aparecimento da doença cárie.

Grindefjord et al., (1995), ao realizarem um estudo com crianças de um ano, de

famílias de imigrantes na Suécia, concluíram que, o fator nível sócio-econômico-cultural das

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______________________________________________________Revisão de Literatura 25

mães, que pode sugerir maus hábitos alimentares e poucos cuidados com a higiene bucal e

com a prevenção, é determinante quanto à ocorrência da transmissibilidade mãe-filho. Os

hábitos de higiene e de alimentação que a mãe propicia à criança vão, aliados ao fator

prevenção ou não através do flúor, desencadear ou impedir, na criança, lesões cariosas.

Num estudo realizado com crianças pré-escolares, Rocha (1998) concluiu que a

correlação entre altos níveis de EGM maternos e de seus filhos foi independente de nível

sócio-econônico-cultural.

Packer et al., (1999) realizaram um estudo em que levantam a prevenção evitando

hábitos como beijar na boca, compartilhar talheres, colocar mãos sujas na boca; o uso de

antibióticos e o consumo de sacarose. Este estudo concluiu que estes fatores aumentam em

porcentagens elevadas o estabelecimento da doença cárie.

PINTO (2003) realizou um estudo transversal que tinha como objetivo

verificar a associação de fatores microbiológicos, comportamentais e socioeconômicos-

culturais, com o desenvolvimento da cárie dentária em crianças de 4 e de 6 anos de idade,

atendidas em um programa educativo-preventivo na cidade e de Londrina-PR. Foram

avaliados os índices de placa (IHOS) e a coleta da saliva para analisar os níveis de EGM em

466 crianças, assim como um questionário aplicado aos pais com dados comportamentais e

socioeconômico-culturais. Houve uma forte associação entre o índice de higiene bucal

deficiente e os níveis elevados de estreptococos do grupo mutans na saliva. Observaram que

fatores comportamentais (dificuldades em seguir orientações sugeridas pelo programa,

conhecimento dos pais sobre o desenvolvimento da doença) merecem ser reavaliados, pois

mostraram interferir no risco da cárie, como higiene bucal deficiente e maus hábitos de

alimentação. A baixa renda per capta mostrou ser fator de risco para a cárie dentária, mesmo

para essa população que recebe tratamento educativo-preventivo.

2.3. Mãe: principal fonte de transmissão

Nos primeiros anos de vida de um indivíduo, a mãe constitui-se como a principal

cuidadora e acompanhante, isto é, convive 24 horas por dia com seu bebê. É com a mãe que a

criança aprende as primeiras palavras, é também a mãe que transmite os hábitos familiares.

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______________________________________________________Revisão de Literatura 26

Sendo o principal contato humano da criança, vários estudos comprovam que é ela a mais

importante transmissora da cárie (PACKER et al., 1999).

Alaluusua; Renkonen (1983) em um experimento realizado na Finlândia, através

de monitoramento microbiológico de 39 crianças entre 2 e 4 anos, observaram a precocidade

da detecção de EGM, pois 13% delas evidenciaram ser EGM positivas antes de 2 anos de

idade. Aos 4 anos, 33% delas eram EGM positivas. Este estudo concluiu que as crianças que

adquirem o microrganismo cariogênico mais precocemente, apresentam uma experiência de

cárie mais severa aos 4 anos de idade, sendo menor a incidência naquelas que adquirem EM

entre 2 e 4 anos ou que nessa faixa de idade são EGM negativas.

Wayne; Harari (2002) afirmam ser a mãe um reservatório natural de EGM. A

magnitude do inóculo proveniente da mãe tem importância decisiva no sucesso da

colonização das crianças pelos estreptococos do grupo mutans. Observaram que, quando os

níveis salivares da mãe eram superiores a 100.000 unidades formadoras de colônias (UFC) de

EGM por mL, a freqüência da colonização em seus filhos era nove vezes maior do que em

casos de níveis salivares mais baixos.

Parece unânime entre inúmeros experimentos realizados (CAUFIELD et al.,

1998; PACKER et al., 1999; ISOKANGAS et al., 2000 SÖDERLING et al., 2000) que a

precocidade da colonização por EGM é fundamental para que se desenvolvam lesões de cárie.

Neste sentido Köhler; Andréen (1994), em um estudo realizado com crianças, concluíram que

nenhuma delas foram colonizadas aos 4 anos de idade, mas sim, antes de atingir esta idade.

As mães e seus primeiros filhos foram acompanhados até as crianças completarem 3 anos de

idade. Nesse momento, o experimento foi interrompido e retomado quando a criança

completasse 7 anos para uma avaliação da experiência. As mães receberam orientações sobre

higiene bucal e alimentação e, tratamentos preventivos. O experimento concluiu que a criança

é propensa a receber os microrganismos cariogênicos da mãe e que medidas preventivas

reduziram os níveis salivares de EGM das mães, o que resultou no retardamento da

colonização em seus primeiros filhos.

Em outro estudo Köhler; Bratthal (1978) afirmam que a colonização por EGM em

irmãos foi associada a altos níveis de EGM nas mães e nos primeiros filhos. Essas afirmações

confirmam a difusão intra-familiar de EGM e a importância da quantidade do inóculo.

Em 1983, Köhler et al. realizaram um experimento com a finalidade de avaliar se

a redução do número de EGM em mães altamente infectadas poderia prevenir o

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______________________________________________________Revisão de Literatura 27

estabelecimento oral desses microrganismos em seus primeiros bebês, entre 3 e 8 meses de

idade, atendidas no Centro da Criança em Oskarshamm, Suécia. Foram amostradas para a

concentração de EM e de lactobacilos, 249 mães e foram selecionadas as que hospedavam 106

ou mais UFC de EGM. As mães, divididas em grupo de controle e grupo de teste, receberam

orientações sobre higiene oral, alimentação e tratamento com o flúor. Este estudo concluiu

que a redução do nível salivar de EGM das mães altamente infectadas pode inibir ou retardar

o estabelecimento de EGM nos bebês. Em casos de bebês infectados, cujas mães tinham

baixos níveis salivares de EGM, o estudo coloca a hipótese de que o pai ou outra pessoa de

contato próximo com o bebê possa ter servido como fonte de infecção. Concluíram também

que o número de bebês infectados cresce com o aumento da idade, o que pode estar

relacionado a hábitos alimentares e o crescente número de locais retentivos que favorecem a

colonização.

Caufield et al. (1993) realizaram um estudo longitudinal com 46 pares mãe-filho

desde o nascimento da criança até ela completar 5 anos. Foi verificada a aquisição de EGM

durante este tempo, o que ocorreu em 38 crianças. O microrganismo foi detectado em 25%

delas aos 19 meses e em 75% aos 31 meses de idade, o que caracterizou um período mais

propício para a sua instalação, a que os autores denominaram de “janela de infectividade”. É

um período em que ocorre a erupção dentária, favorecendo a colonização dentro de uma

microbiota oral não totalmente estabelecida ainda. As oito crianças livres de EGM, assim

permaneceram até 56 meses e, eram aquelas cujas mães possuíam menores índices de EGM

salivar e/ou maior contato com babás do que as próprias mães no primeiro ano de vida.

Azevedo et al., (1998), realizaram um estudo com crianças entre 2 e 12 anos de

idade, concluindo que há uma evidente relação entre níveis salivares de EGM da cavidade

bucal das mães e o de seus filhos e que estes níveis podem implicar na extensão da

colonização nas crianças. O resultado do experimento apontou que o EGM estava presente em

94% na saliva das crianças e 100% na saliva das mães, apresentando o seguinte quadro: 62%

apresentavam as mesmas bactérias (24% albergavam a espécie S. mutans e 38% albergavam

S. mutans e S. sobrinus).

Matos-Granner et al., (2001), num estudo sobre diversidade genotípica de EGM

em crianças brasileiras, levantaram que a freqüência de genótipos semelhantes entre pares

mãe-filho decresce assim que a idade da criança avança.

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______________________________________________________Revisão de Literatura 28

Outro estudo realizado no Brasil, o de Pimenta et al., (2001) tinha o objetivo de

levantar a presença de EGM na saliva de 93 membros de seis famílias em Ribeirão Preto,

com, pelo menos, três gerações. Foram coletadas amostras de saliva de 73 adultos e 20

crianças. Todos os 73 adultos estavam colonizados com EGM, mas a bactéria foi detectada

apenas em 7 (35%) crianças. O EGM foi identificado em 72 (97,5%) dos indivíduos adultos e

51 (63,7%) eram monocolonizados; com S. mutans e S. sobrinus. Este estudo mostrou uma

elevada prevalência (86%) de EGM na saliva dos membros das famílias, sugerindo risco de

transmissão familiar (vertical).

Mayer; De Lorenzo (2004) ao comentarem o risco de cárie, confirmam a

transmissibilidade mãe-filho, afirmando que em crianças e adolescentes, existe uma

correlação significativa entre os índices CPO-D nos pares mãe-filho, mas não entre pai e

filho. Isto se deve à possibilidade de transmissão de estreptococos do grupo mutans da mãe

para a criança, além de outros fatores hereditários e ambientais, que incluem hábitos

relacionados à higiene bucal e à dieta.

Num estudo realizado com crianças pré-escolares, Rocha (1998) pesquisou a

quantificação de níveis salivares entre mãe-filho, sua amostra foi de 248 mães e seus filhos de

5 anos de idade matriculados em 22 creches municipais de Maringá-PR, totalizando 496

amostras de saliva. Levantou também dados sócio-demográficos das mesmas como: nível de

escolaridade, idade e renda familiar, assim como conhecimentos a respeito da cárie. A maioria

das crianças (77%) e das mães (85%) apresentou níveis elevados de EGM na saliva, sendo

classificados como alto risco à cárie. Concluiu que a transmissibilidade materna independe do

nível sócio-econômico-cultural, existindo em todas as classes sociais ou níveis culturais.

Pagnoncelli; Piva (1998) ressaltam, através da literatura, que crianças cuidadas

inicialmente por outra pessoa que não a mãe, apresentam menores riscos de colonização

inicial com EGM. Caufield et al., (1993) também afirmam que metade das crianças entre 1 e 2

anos que não foram colonizadas por EGM eram cuidadas por babás ou por outras pessoas.

Isto demonstra que a intimidade e a cumplicidade que existe entre a mãe e o bebê,

principalmente do sexo feminino, leva a mãe a desenvolver hábitos que podem desencadear a

transmissão de EGM via saliva. Li; Caufield (1995) salientam o grau de similaridade genética

que pode existir entre as diferentes amostras de EGM, e há indícios de que existe uma grande

semelhança entre as amostras da mãe e a de seus filhos, em especial no caso das meninas, o

que denominam de fidelidade de transmissão.

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______________________________________________________Revisão de Literatura 29

Thorild et al., (2002) realizaram um experimento numa clínica pública em

Varberg, Suécia com o objetivo de estabelecer a prevalência e a possível relação de

colonização oral de EGM em pares mãe-filho. Participaram do experimento, 200 crianças, das

quais, 100 tinham, inicialmente, 18 meses, e 100, 3 anos de idade, sendo, em ambos os

grupos, 50 meninos e 50 meninas. Para verificar os níveis salivares de mães e filhos de 3

anos, foi utilizado o Teste Strip Mutans. 52% dos filhos de mães com alta contagem de EGM

estavam colonizados aos 3 anos de idade e somente 15% dos de mãe com baixa contagem. O

estudo concluiu que há uma relação positiva entre os níveis salivares de EGM dos pares mãe-

filho, fato reforçado por outras variáveis como maus hábitos de higiene e alimentação

incorreta.

2.4. A tranmissão horizontal

A transmissão mãe-filho é denominada vertical. Entende-se por transmissão

horizontal aquela que ocorre no ambiente social da criança: creches, escolas, não estando

entre pessoas da família.

Mattos-Granner et al., (2001) evidenciam, através da determinação de genótipos

nas crianças, não encontrados em suas mães ou em outros familiares, que o EGM também

pode ser adquirido por outras fontes. Nesse experimento, os pesquisadores trabalharam com

crianças que, embora não tenham nenhum parentesco, convivem por longas horas, durante

vários dias da semana, em creches, portanto, longe de suas mães. O estudo selecionou 35

crianças, com idades entre 19 e 30 meses, das quais, 20 já estavam previamente infectadas por

EGM. Foram incluídas na análise estatística, para a comparação da diversidade genotípica em

espécies de EGM isoladas, duas crianças que, embora não tinham sido relacionadas,

apresentavam cepas idênticas e eram do sexo masculino e atendidas na mesma creche. Esse

experimento vem confirmar que a transmissibilidade vertical decresce com a idade ou com as

circunstâncias de vida da criança, aumentando a transmissão horizontal, concluindo que a

vida de compartilhamento entre crianças num mesmo ambiente também favorece a

transmissibilidade, aquela que foge dos laços de parentesco. Entretanto, este mesmo estudo

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______________________________________________________Revisão de Literatura 30

também salienta que é necessário que haja outros fatores para que o ambiente bucal da criança

torne-se propício para o estabelecimento e desencadeamento da doença.

2.5. A questão da imunidade

De acordo com Grindefjord et al., (1995), riscos de desenvolvimento precoce de

cáries podem ser identificados em crianças com idade de um ano, baseando-se em

informações combinadas de fatores sócio-econômico-demográficos, hábitos da dieta, higiene

oral e ocorrência de estreptococos. Assim os autores colocam, entre os fatores, a possível

baixa imunidade da mãe, muitas vezes, por esta ter nascido em regiões onde a ocorrência de

cárie seja pequena, não desenvolvendo, assim a resistência necessária o que, segundo eles,

afeta a criança, pois essa hipótese é baseada no conceito de que a imunidade materna ao EGM

pode ser transferida para o feto.

Em outro estudo Aaltonen et al., (1994), concluíram que altas concentrações de

EGM na saliva materna induzem à produção de uma concentração maior de anticorpos nas

crianças, havendo a necessidade da interação de outros fatores para que a implantação da

doença cárie tenha sucesso. Esse modelo de transmissão pode explicar os casos de filhos sem

cáries com mães apresentando a doença. Pode-se concluir, desse modo, que o fator imunidade

é mais um a ser levado em conta quando se trata da transmissibilidade da doença cárie.

Koga-Ito et al. (2004) avaliando a relação entre anticorpos IgA anti-EGM e os

níveis deste microrganismo na saliva de crianças e adultos jovens observaram que, os níveis

de IgA anti-EGM não se correlacionou com o número de EGM, mas houve correlação desse

anticorpo (maior quantidade) à ausência de cárie em adultos jovens, não em crianças. Os

níveis de IgA anti-EGM não refletiu a quantidade de EGM no momento da coleta, portanto, a

imunidade, diante da controvérsia, deve ser melhor investigada, pois crianças com cárie não

estão necessariamente comprometidas imunologicamente (KOGA-ITO et al., 2004).

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______________________________________________________Revisão de Literatura 31

2.6. A coleta e o cultivo da saliva e contagem das colônias de EM para a realização de

experimentos

A análise dos níveis salivares de EGM é um método largamente usado e associado

com presença da doença cárie. Tem sido utilizado com o objetivo de se conhecer os meios de

transmissão e se buscar estratégias de prevenção.

Há vários métodos para a coleta da saliva, mas um dos mais utilizados é o que foi

descrito por Köhler; Brattal (1979).

Köhler; Andréen (1994); Köhler et al., (1983); Rocha (1998); Cardoso et al.,

(2003), utilizaram, em seus experimentos, espátulas de madeira para a coleta de saliva

estimulada através da mastigação de cubos de 2 g aproximadamente, de uma mistura de

parafina e de cera de abelha.

Brambilla et al., (1998) e Azevedo et al., (1998) optaram pela coleta de saliva não

estimulada. Brambilla et al., (1998) coletaram a saliva com uma pipeta plástica esterilizada e

Azevedo et al., (1998) coletaram em tubos esterilizados contendo pérolas de vidro.

Mattos-Graner et al., (2001), em seu experimento sobre diversidade genotípica de

estreptococos mutans em crianças brasileiras de creches, realizaram a coleta da saliva através

de lâminas na superfície lingual.

De acordo com Mayer; De Lorenzo (2004), embora existam inúmeros meios de

cultivo dos EGM, o mais usado é o Ágar mitis-salivarius bacitracina (MSB). Este meio é

composto por 20% de sacarose e adicionado de substâncias que inibem o restante da

microbiota, como cristal violeta, telurito de potássio e bacitracina.

Gold et al., (1973) introduziram este meio de cultura com a adição das substâncias

seletivas, sacarose e bacitracina para o isolamento de EGM. Este microrganismo resiste a altas

concentrações de sacarose e não é sensível à bacitracina até 5 unidades/mL, o que não

acontece com outras espécies de estreptococos. Em seu experimento foram comparados

quatro meios de cultura, o MM10, ágar infusão de coração com 5% de sangue desfibrinado de

carneiro, ágar mitis salivarius e ágar mitis salivarius com agentes seletivos (sacarose e

bacitracina-MSB). Observaram que o ágar mitis-salivarius com agentes seletivos

proporcionou crescimento de EGM apenas, enquanto que os demais meios proporcionaram o

crescimento de outros microrganismos também. No entanto, o meio MSB proporcionou

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______________________________________________________Revisão de Literatura 32

crescimento de enterococos e leveduras em pequeno número que poderiam ser diferenciados

por meio da morfologia colonial.

Köhler et al., (1983); Köhler; Andréen (1994); Rocha (1998); Mattos-Graner et al.

(2001); Caufield et al., (1998); Cardoso et al., (2003) utilizaram, em seus experimentos, o

Ágar mitis-salivarius bacitracina para a semeadura das amostras de EGM.

No experimento de Mattos-Graner et al., (2001), colônias individuais

representativas de EGM foram subcultivadas em placas de ágar mitis-salivarius e tripticase de

soja e as culturas puras foram congeladas a -70ºC em 10% de leite desnatado e as cepas foram

posteriormente identificadas bioquimicamente em níveis de espécie.

Cardoso et al., (2003) realizaram um experimento com o objetivo de elaborar uma

técnica simplificada e de baixo custo para a quantificação de EGM e de lactobacilos na saliva,

comparando adaptações das técnicas da contagem da gota e da alça calibrada aos métodos

clássicos. Nesse estudo, foram analisadas amostras de saliva estimulada de 30 pacientes da

Clínica Odontológica da UEM, Maringá-PR, incluindo pacientes de alto, médio e baixo risco.

A amostra de saliva foi homogeneizada preparando-se as diluições decimais seriadas à partir

da mistura de 0,2 mL da saliva com 1,8 mL de solução salina, um método padrão. Para a

contagem de EGM foi utilizado o meio ágar mitis-salivarius adicionado de 0,20 UI/mL de

bacitracina e de 15% de sacarose (MSB). Volumes de 0,1 mL das diluições 10-1 a 10-3 com

solução salina foram semeadas no ágar MSB e colocadas em jarras de anaerobiose e

incubadas em estufa a 37° C por 48 horas, selecionando-se, para a contagem, placas com 30 a

300 UFC. Paralelamente foram testadas as adaptações das técnicas da contagem na gota e da

alça calibrada. As adaptações das técnicas de contagem na gota e na alça calibrada podem ser

utilizadas em laboratórios como uma alternativa simplificada e de baixo custo para a

quantificação de lactobacilos e EGM na saliva.

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______________________________________________________________Proposição 34

3. PROPOSIÇÃO

Este trabalho se propôs a avaliar:

1. Em grupos de mães e filhos pré-escolares, isoladamente, a interação:

- de fatores biológicos (Índice de Placa Bacteriana, Índice de cárie e,

estreptococos do grupo mutans presentes na saliva) entre si, nas

mães e nas crianças;

- de fatores sócio-demográficos entre si nas mães;

- entre os fatores biológicos e os sócio-demográficos nas mães e nas

crianças;

2. Entre os grupos de mães e filhos, a interação:

- de fatores biológicos e

- de fatores sócio-demográficos.

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_________________________________________________________Material e Método 35

4. MATERIAL E MÉTODO

4.1. Avaliação da saúde bucal nos pares mãe-filho e dos dados sócio-demográficos da

família

Foi desenvolvido um estudo transversal, tendo, como universo, 169 pares de mães

e seus filhos entre 4 a 5 anos de idade, matriculados em CEMEIs (Centro Municipal de

Educação Infantil) da cidade de Londrina-PR.

Só fizeram parte deste estudo aqueles que se dispuseram, espontaneamente, a

participar do mesmo, e mediante uma autorização de um termo de compromisso (Anexo 9.3).

O presente trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNOPAR (Anexo

9.2).

A avaliação prévia dos dados sócio-demográficos foi realizada através da

aplicação de um questionário direcionado às mães em entrevista direta com o pesquisador

responsável (Fig. 1) (Anexo 9.4).

Figura 1 - Realização do questionário às mães

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_________________________________________________________Material e Método 36

A avaliação das condições de saúde bucal foi feita nos pares mãe-filho através da

experiência e severidade da doença cárie e do padrão de higiene bucal verificados através de

índices padronizados. O exame das condições bucais foi baseado na experiência de cárie

dentária, seguindo critérios definidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS – WHO,

1997), através dos índices CPO-D para as mães e ceo-d para os filhos (Anexo 9.5). Também

foi avaliado o índice de placa bacteriana através do Índice de Higiene Oral Simplificado

(IHO-S) idealizado por Greene; Vermellion (1964) para as mães (Anexo 9.6) e o Índice de

placa de O’Leary para as crianças (O’LEARY et al., 1972, MCDONALD et al., 2001)

(Anexo 9.7).

Os exames realizados foram sempre executados por um único examinador

calibrado, com um auxiliar fazendo o registro dos dados obtidos. Foi seguida uma ordem que

começava com a avaliação do CPO-D para as mães e ceo-d para as crianças com o auxílio de

um espelho clínico e de uma sonda exploradora esterilizados, em condições ambientais

normais, sob luz natural. Os dentes foram corados com fucsina a 2% para a verificação dos

índices IHO-S e O’Leary, sendo limpos, na seqüência, por meio de bochecho com água.

Figura 2 - Verificação dos índices ceo, CPO-D, IHO-S e O’Leary.

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_________________________________________________________Material e Método 37

4.2. Avaliação dos níveis salivares de estreptococos do grupo mutans nos pares mãe-filho

4.2.1. Estimulação da saliva: a saliva foi estimulada pela mastigação de uma

película de Parafilm “M” (Laboratory Film; American National Can. Chicago, IL) de

aproximadamente 3 x 3cm, durante um minuto. Durante a mastigação foi recomendado às

mães e às crianças, que não engulissem a saliva nem o parafilme.

Figura 3 - Película de parafilme

4.2.2. Coleta da saliva: a coleta de amostras de saliva foi efetuada através de uma

espátula de madeira, de acordo com o que foi descrito por KÖHLER; BRATTHAL (1979). O

procedimento consiste em: cerca de 30 mm da ponta de uma espátula de madeira de 150 x 130

mm é introduzida na boca dos pacientes e pressionada 10 vezes (5 vezes de cada lado) sobre o

dorso da língua. Ao retirar a espátula, pediu-se que a participante fechasse os lábios, não

encostando os dentes, com a finalidade de reter os excessos de saliva da espátula.

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_________________________________________________________Material e Método 38

Figura 4 – Coleta da saliva

4.2.3. Semeadura da saliva: Logo após a coleta da saliva, cada lado da espátula

foi pressionada em uma área diferente da superfície de ágar mitis-salivarius (Figura 5)

acrescido de sacarose (15%) e bacitracina (0,2U/mL), segundo GOLD et al. (1973), que é um

meio seletivo para estreptococos do grupo mutans (Anexo 9.1). Foi adicionado também

telurito de potássio a 1% (solução de Chapman) que também é um agente inibidor do

crescimento de outros microrganismos que não estreptococos do grupo mutans. Foi feita uma

solução estoque da bacitracina e do telurito de potássio. O ágar autoclavado juntamente com a

sacarose foi resfriado até a temperatura de 45ºC, quando se adiciona então a bacitracina e o

telurito de potássio. O meio foi distribuído em placas do tipo Rodac de 67X15 mm (Inlab-

Interlab Distribuidora de Produtos Científicos Ltda, São Paulo, SP), cuja base é quadriculada

permitindo a contagem de colônias nas áreas delimitadas por um quadrado.

Estas placas foram, em seguida, acondicionadas em jarras de anaerobiose

(Permution, Curitiba, PR) com chama de vela para a remoção do oxigênio e produção de CO2,

propício para o crescimento de EGM. O material foi incubado em estufa a 37° C, durante 48

horas.

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_________________________________________________________Material e Método 39

Figura 5 – Ágar mitis-salivarius bacitracina (MSB) e impressão da amostra de saliva

São Paulo, SP).

4.2.4. Leitura e interpretação dos resultados: a contagem das colônias cuja

morfologia era indicativa de pertencer aos estreptococos do grupo mutans,foi realizada por

um único examinador, com o auxílio de microscópio estereoscópico (Carl Zeiss do Brasil,

Foi selecionada, para a contagem, uma área de aproximadamente 1,5 cm²,

correspondente ao quadriculado das placas Rodac. A área escolhida era a que apresentava

maior quantidade de colônias de EGM. A média das unidades formadoras de colônias (UFC)

das contagens dos quadrados, referente à semeadura dos dois lados da espátula, foi

interpretada com base no critério descrito por KOHLER; BRATTHAL (1979), ilustrada na

figura 6:

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_________________________________________________________Material e Método 40

• 0-20 UFC, equivalente a 0-104 UFC de EGM por mililitro de saliva, representando

baixo risco de cárie;

• 21-100 UFC, correspondente a 105- 106 de EGM por mililitro de saliva,

representando médio risco de cárie;

• >100UFC, equivalente a > 106 UFC de EGM por mililitro de saliva, representando

alto risco de cárie.

Figura 6 - Exemplos de baixo, médio e alto risco

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_________________________________________________________Material e Método 41

4.3. Análise Estatística

Os resultados foram avaliados separando-se as análises nas seguintes interações:

A) fatores biológicos (Índice de Placa Bacteriana, Índice de cárie e,

estreptococos do grupo mutans presentes na saliva) entre si, somente nas

mães;

B) fatores sócio-demográficos somente nas mães;

C) entre os fatores biológicos e os sócio-demográficos somente nas mães;

D) fatores biológicos entre si somente nas crianças;

E) entre os fatores biológicos e os sócio-demográficos somente nas

crianças;

F) entre os fatores biológicos e sócio-demográficos entre mães e filhos.

Os dados obtidos foram avaliados estatisticamente através da correlação de

Pearson ou Spearman e teste Qui-quadrado, adotando-se nível de significância de 1 ou 5 %,

pelo pacote estatístico Statistical Package for Social Science (SPSS, Londres, Reino Unido),

em relação à experiência de cáries de mães e filhos.

Os dados foram avaliados numericamente pela correlação de Pearson e, quando

categorizados, ou seja, divididos em faixas ou grupos, avaliados pela correlação de Spearman

ou teste Qui-quadrado.

Os índices de cárie – CPO-D para as mães e ceo-d para as crianças – foram

avaliados:

o numericamente (números absolutos obtidos) pela correlação de Pearson,

o avaliados através de categorias em experiência de cárie (através da presença ou

ausência somente) pelo teste Qui-quadrado e

o avaliados através de categorias em severidade de cárie (através da separação

em grupos de acordo os índices ceo-d e CPO-D) pela correlação de Spearman e

teste Qui-quadrado.

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_________________________________________________________________________________Resultados 42

5 – RESULTADOS

5.1 Análise descritiva da amostra

Foram adotados como fatores biológicos o número de unidades formadoras de

colônias (UFCs) obtidos através da coleta de saliva, o índice de placa bacteriana (IHOS para as

mães e O’Leary para os filhos) e os índices CPO-D (mães) e ceo-d (crianças).

Os dados sócio-demográficos foram aqueles obtidos por meio do questionário. As

principais características da população em estudo (amostra) estão expressas na tabela 1, onde

observam-se números semelhantes de meninos e meninas, na maioria com 4 anos de idade;

predomínio de mães novas com até 30 anos; pouca escolaridade, até 8 anos, tanto das mães como

dos pais; número médio de moradores nas casas; renda da maioria das mães na proximidade de

um salário mínimo (valor de R$ 300,00 – trezentos reais - na época da coleta de dados – ano de

2005 – e valor atual de R$ 350,00 – trezentos e cinquenta reais – ano de 2006) e, renda familiar

total em torno de dois salários mínimos.

As faixas de valores agrupados em cada variável foram estabelecidas de acordo com a

amostra da população.

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_________________________________________________________________________________Resultados 43

Tabela 1 – Características sócio-demográficas das crianças e respectivas famílias

Variável Freqüência (%) Masc gênero da criança Fem

85 (50.3) 84 (49.7)

anos completos da criança 4 109 (64,5)

5 60 (35,5)

idade da mãe 19-30 31-40 41-50

86 (50,9) 67 (39,6) 16 (9,5)

escolaridade da mãe em anos de estudo

0-8 9-12 13-17

115 (68,0) 52 (30,8) 2 (1,2)

escolaridade do companheiro em anos de estudo

0-8 9-12 13-17

128 (75,70) 39 (23,1) 2 (1,2)

número de moradores na casa

1-3 4-5 6-10

58 (34,3) 76 (45,0) 35 (20,7)

renda materna mensal em reais 0-320

321-800 801-1500

89 (52,7) 78 (46,2) 2 (1,2)

renda familiar mensal em reais

0-320 321-800 801-4000

17 (10,1) 94 (55,6) 58 (34,3)

Total - 169 (100)

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_________________________________________________________________________________Resultados 44

A freqüência com que a população apresentou-se distribuída quanto às variáveis

biológicas estão expressas nas tabelas 2, 3, 4, 5 e 6. As crianças apresentaram número

correspondente ao médio risco quanto às unidades formadoras de colônias, enquanto suas mães

apresentaram alto risco (tabela 2). As mães apresentaram pouca placa bacteriana enquanto as

crianças apresentaram muita ou moderada quantidade (tabela 3). O ceo-d médio verificado nesta

população infantil foi de 1,98 enquanto que nas mães, o valor de CPO-D foi de 12,08 (tabela 4).

Metade das crianças (50,3%) nunca teve experiência de cárie, ao passo que 97% das mães já

sofreram alguma experiência de cárie (tabela 5). No grupo das crianças, 61,5% apresentou

severidade muito baixa de cárie, avaliada por uma indexação relacionada ao índice ceo-d,

enquanto 80,5% das mães apresentou o mesmo índice em condição muito alta de severidade de

cárie (tabela 6).

Tabela 2 – Distribuição dos indivíduos nos grupos de alto, médio e baixo risco

segundo o número de unidades formadoras de colônias por mL de saliva (UFC/mL)

UFCs Número de UFCs Freqüência (%) 0 – 20

21 – 100 > 100

53 (31,4) 70 (41,4) 46 (27,2)

nas crianças

nas mães 0 – 20 21 – 100

> 100

21 (12,4) 40 (23,7) 108 (63,9)

Tabela 3 – Distribuição de indivíduos em relação à quantidade de placa bacteriana

(IHOS e índice O’Leary)

Quantidade de placa bacteriana Resultado do índice Freqüência (%) materna (IHOS) 0 – 1,0

1,1 – 2,0 2,1 – 3,0

97 (57,4) 64 (37,9) 8 (4,7)

infantil (O’Leary)

0 – 20 21 – 50 51 – 100

19 (11,2) 77 (45,6) 73 (43,2)

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_________________________________________________________________________________Resultados 45

Tabela 4 - Valores médios dos índices de cárie da população avaliada

Ceo-d criança CPO-D mãe

N válido 169 169

Média 1,98 12,08

Erro-padrão da média 0,22 0,51

Tabela 5 – Distribuição de indivíduos com experiência de cárie

Experiência de cárie Cárie Freqüência (%)

nas crianças Não Sim

85 (50,3) 84 (49,7)

nas mães Não Sim

5 (3,0) 164 (97,0)

Tabela 6 - Distribuição da população conforme a severidade de cárie (OMS, 1997)

Severidade de cárie

Valores de

CPO-D

Freqüência (%) das

crianças

Freqüência (%) das

mães

Muito baixa 0,1 a 1,1 104 (61,5) 7 (4,1)

Baixa 1,2 a 2,6 16 (9,5) 3 (1,8)

Moderada 2,7 a 4,4 17 (10,1) 12 (7,1)

alta 4,5 a 6,5 16 (9,5) 11 (6,5)

Muito alta > 6,6 16 (9,5) 136 (80,5)

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_________________________________________________________________________________Resultados 46

5.2- Análise estatística para o grupo das mães

5.2.1 Estudo dos fatores biológicos

Houve uma correlação positiva significante entre a quantidade de UFCs (p<0,01) e as

taxas de IHOS e o índice CPO-D, assim como entre o fator IHOS e índice CPO-D (p<0,01),

conforme a tabela 7 pelo teste de Pearson, ou seja, a presença de EGM e a presença de placa

podem influenciar a condição de saúde bucal da mãe.

Tabela 7 – Correlações entre os fatores biológicos avaliados das mães

Variáveis Coeficiente de correlação de Pearson UFCs x IHOS 0,207(**)

UFCs x CPO-D 0,277(**)

IHOS x CPO-D 0,397(**)

** A correlação é significante no nível de 0,01.

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_________________________________________________________________________________Resultados 47

5.2 - Análise estatística para o grupo das mães

5.2.2 Estudo dos fatores sócio-demográficos X fatores biológicos

Após a análise dos diversos fatores sócio-demográficos investigados no questionário,

observou-se que aqueles que tiveram relevância como possíveis indicadores de risco à cárie para

as mães foram sua maior idade, a menor escolaridade e menor renda mensal, conforme as tabelas

8, 9 e 10.

Tabela 8 – Correlação de Pearson entre alguns fatores sócio-demográficos e

biológicos das mães

IHOS mães CPO-D mãe dentes

obturados mãe

dentes

perdidos mãe

idade materna 0,174(*) 0,523(**) - -

renda familiar em reais -0,166(*) - - -0,177(*)

escolaridade da mãe - - 0,214(**) -

escolaridade do pai - - 0,216(**) -

** A correlação é significante no nível de 0,01. * A correlação é significante no nível de 0,05.

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_________________________________________________________________________________Resultados 48

Ao agrupar as variáveis em intervalos, foi possível observar algumas associações pelo

teste Qui-quadrado, como:

- o número de unidades formadoras de colônias de EGM na saliva das mães foi

significantemente associado (p<0,01) com menor renda materna e menor escolaridade da mãe,

como demonstrado nas tabelas 9 e 10.

Tabela 9 – Associação da renda materna com o número de unidades formadoras de colônias da mãe

renda materna mensal em reais Total

0-320 321-800 801-1500

0 – 20 14 (8.3%) 7 (4.1%) - 21 (12.4%)

21 – 100 14 (8.3%) 24 (14.2%) 2 (1.2%) 40 (23.7%) UFCs da mãe

> 100 61 (36.1%)* 47 (27.8%) - 108 (63.9%)

Total 89 (52.7%) 78 (46.2%) 2 (1.2%) 169 (100.0%)

*p < 0,01 (Qui-quadrado)

Tabela 10 – Associação da escolaridade materna com o número de unidades formadoras de colônias da mãe

Escolaridade da mãe em anos

0-8 9-12 13-17 Total

0 – 20 14 (8.3%) 5 (3.0%) 2 (1.2%) 21 (12.4%)

21 – 100 27 (16.0%) 13 (7.7%) - 40 (23.7%) UFCs da

mãe

> 100 74 (43.8%)* 34 (20.1%) - 108 (63.9%)

Total 115 (68.0%) 52 (30.8%) 2 (1.2%) 169 (100%)

*p < 0,01 (Qui-quadrado)

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_________________________________________________________________________________Resultados 49

5.3 – Análise estatística para o grupo crianças

5.3.1 Estudo dos fatores biológicos

Quanto maior quantidade de UFCs, maior foi a experiência de cárie demonstrada nas

crianças pelo teste de correlação de Pearson (p<0,05) (tabela 11).

O índice de placa bacteriana relacionou-se positivamente ao ceo-d (p<0,05), mas não

houve correlação deste com o número de UFCs (tabela 11).

Tabela 11 – Correlações entre os fatores biológicos avaliados dos filhos

Variáveis Coeficiente de correlação de Pearson UFCs x ceo-d 0,181(*)

O’Leary x ceo-d 0,152(*)

UFCs x O’Leary 0,083

* A correlação é significante no nível de 0,05.

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_________________________________________________________________________________Resultados 50

5.4 – Análise estatística entre os grupos: mães X crianças

5.4.1- Estudo dos fatores biológicos

Ao comparar o CPO-D e ceo-d, não houve correlação da experiência de cárie entre

mães e filhos pela correlação de Pearson (tabela 12), verificando-se o mesmo para o índice de

placa de ambos (tabela 12).

Foi encontrada correlação positiva e estatisticamente significante (p<0,01) entre a

quantidade maior de placa bacteriana materna e o índice ceo-d dos filhos, como demonstrado na

tabela 12.

Tabela 12 – Correlações de Pearson entre os fatores biológicos avaliados das mães e seus

filhos quanto à experiência de cárie

UFC criança UFC mãe O’Leary IHOS ceo-d CPO-D

- 0,008 0,083 0,006 0,181(*) 0,141 UFC criança

- - -0,055 0,207(**) 0,116 0,277(**) UFC mãe

- - - 0,055 0,152(*) 0,046 Índice O’Leary

- - - - 0,203(**) 0,397(**) IHOS

- - - - - 0,097 Ceo-d

- - - - - - CPO-D

* A correlação é significante no nível de 0,05.

** A correlação é significante no nível de 0,01.

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_________________________________________________________________________________Resultados 51

Ao categorizar essas variáveis em grupos encontrou-se associação positiva, pelo teste

Qui-quadrado, entre o número de unidades formadoras de colônias de mães e filhos (tabela 13).

Tabela 13 – Associação do número de unidades formadoras de colônia (contagens de EGM) entre mães e filhos

UFCs da mãe 0 - 20 21 – 100 >100

0 - 20 13 (7.7%) 20 (11.8%) 20 (11.8%)

Total

53 (31.4%) 21 - 100 6 (3.6%) 11 (6.5%) 53 (31.4%)* 70 (41.4%)

UFCs da

criança

>100 2 (1.2%) 9 (5.3%) 35 (20.7%)* 46 (27.2%)

Total 21 (12.4%) 40 (23.7%) 108 (63.9%) 169 (100.0%)

*p < 0,001 (Qui-quadrado)

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_________________________________________________________________________________Resultados 52

5.4.2 - Estudo dos fatores sócio-demográficos

Houve pouca correlação dos fatores sócio-demográficos da população estudada com

os fatores biológicos da criança (ceo-d, UFC e índice de placa); apenas a renda familiar mais

baixa influenciou em uma maior quantidade de placa na criança (correlação - p<0,05) (Tabela 14)

e a renda baixa foi associada com maior experiência de cárie da criança (tabela 15), pelo teste de

Qui-quadrado.

Tabela 14 – Correlação de fatores sócio-demográficos com fatores biológicos nas crianças

Coeficiente de correlação de Pearson

renda familiar em reais x índice O' Leary -0,157(*) * A correlação é significante no nível de 0,05.

Tabela 15 – Associação da renda familiar com a experiência de cárie da criança

Renda familiar categorizada 0-320 321-800 801-4000

Total

6 43 36* 85

8.6 (esp) 47.3 (esp) 29.2 (esp) 3.6% 25.4% 21.3% 50.3% ausente

11* 51* 22 84 8.4 (esp) 46.7 (esp) 28.8 (esp)

Experiência de cárie da criança

presente

6.5% 30.2% 13.0% 49.7%

17 94 58 169 Total 10.1% 55.6% 34.3% 100.0% esp – valor esperado para hipótese nula no teste

*p < 0,05 (Qui-quadrado)

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__________________________________________________________________Discussão 53

6 - DISCUSSÃO

6.1 - Da metodologia

Os estreptococos do grupo mutans (EGM) são as bactérias mais comumente

relacionadas à incidência da cárie dentária no homem e o seu potencial patogênico já foi

demonstrado por inúmeros estudos realizados por diversos pesquisadores (GOLD; JORDAN,

1973, KÖHLER; BRATTHAL, 1978, CAUFIELD, 1989, ALALUUSUA et al., 1996,

AZEVEDO et al., 1998). Estes estudos, entre outros, indicam que o grau de infecção por EGM

correlaciona-se positivamente com a cárie dentária, tanto em populações com altos índices da

doença, como naquelas com índices baixos.

O presente estudo utilizou a técnica da “espátula de madeira” para a determinação

dos níveis salivares de EGM por tratar-se de um método simples e de fácil execução (KÖHLER;

BRATTHAL, 1979). Nesta técnica, devido à semeadura direta da saliva no meio de cultura, não

há necessidade de preparo de diluições decimais seriadas da saliva para a contagem de EGM, o

que diminui o custo e a carga de trabalho no laboratório de Microbiologia.

Vários autores usaram o método da diluição (AZEVEDO et al., 1998;

BRAMBILLA et al., 1998; PIMENTA et al., 2001; WAN et al., 2003, KOGA-ITO et al., 2004;

KLEIN et al., 2004), mas Köhler; Bratthal (1979) compararam esta técnica com a da espátula,

introduzida por eles, verificando que a “nova” técnica produziu resultados similares.

O método de contagem das colônias e a classificação dos índices de baixo, médio e

alto risco à cárie, foi o descrito por Köhler; Bratthal (1979). Outros autores também utilizaram o

método da espátula (KÖHLER et al., 1983; CARLSSON et al., 1985, KÖHLER; ANDRÉEN,

1994; ROCHA, 1998; PACKER et al., 1999, MACIEL et al., 2001; CARDOSO et al., 2003).

Gold; Jordan (1973) introduziram o meio ágar mitis-salivarius, que é seletivo para

os estreptococos do grupo mutans, também utilizado por Köhler et al., 1983; Carlsson et al.,

1985, Caufield et al., 1993; Brambilla et al., 1998; Rocha, 1998; Söderling et al., 2000; Maciel et

al., 2001; Mattos-Graner et al., 2001; Dasanayake et al., 2002; Koga-Ito et al., 2004.

Amostras de saliva estimulada ao invés da placa dental têm sido bastante utilizada

para estimar e quantificar o grau de infecção com EGM. Estes microrganismos colonizam as

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__________________________________________________________________Discussão 54

superfícies dentárias com grande variação. Os números altos de EGM na saliva indicam que

muitos dentes estão colonizados ou poucas superfícies estão fortemente infectadas (KÖHLER;

BRATTHALL, 1979). Ao mastigar a parafina por um minuto ocorre o desprendimento dos

microrganismos das placas aderidas para a saliva, além de aumentar a salivação. Köhler; Bratthall

(1979) compararam coletas antes e após este estímulo observando que após este procedimento os

valores da contagem eram maiores.

6.2 - Dos resultados

Os resultados obtidos através do presente estudo foram analisados tendo, como base,

os dois grupos representativos que o compuseram: o grupo das mães e o grupo dos filhos, dos

quais foram levantados também dados biológicos e sócio-demográficos.

Comparando os índices UFC, IHOS, CPO-D e dados sócio-demográficos, pode-se

levantar algumas questões que são fundamentais para a compreensão do quadro que apresenta

este estudo: as mães com mais idade são de uma geração que vivenciou uma época na qual não se

oportunizava, como hoje, informações sobre saúde e onde a odontologia praticada era apenas

curativa e não preventiva. Hoje, além da informação ser universalizada, há uma preocupação que

se inicia na gestação, creches, escolas e postos de saúde, atendendo bebês antes mesmo de seus

dentes terem irrompido.

O fato da maior exposição dos dentes ao meio bucal, faz com que haja uma relação

entre experiência de cárie e maior idade, demonstrado em nossa pesquisa no grupo das mães, mas

não detectado por Rocha (1998). Li et al., (2005) observaram que maior número de crianças eram

colonizadas por EGM quando possuíam mães inseridas no grupo mais velho. Em crianças, Pinto

(2003) também observou a relação de aumento de cárie com a idade em crianças de 4 a 6 anos,

assim como Caufield et al., (1993), que demonstrou curvas ascendentes de aquisição de EGM

com o aumento da idade dos filhos.

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__________________________________________________________________Discussão 55

Também em nosso estudo houve correlação entre a maior idade materna e maior

quantidade de placa bacteriana, o que reforça a idéia de hábitos de higiene bucal menos

cautelosos e menor informação para a referida faixa etária.

A conseqüência de melhores cuidados, desde a infância, quanto à higiene e à

procura por profissionais depende da conscientização que é fruto de um melhor nível de

escolaridade, sendo mais comum em mães jovens, mas depende também da renda familiar, pois

esta propicia uma maior procura por cuidados com a saúde. No presente estudo, a maior

escolaridade da mãe, proporcionalmente também a do seu companheiro, foi associada com maior

número de dentes obturados, já quanto menor o grau de instrução da mãe maior quantidade de

cárie, o que também foi relatado por Petersen (1992) e Grindefjord et al. (1995). Disney et al.

(1992), Rocha (1998) e Maciel et al. (2001) não encontraram relação dos fatores sócio-

demográficos com o risco de cárie.

Grindefjorf et al. (1995) incluiu como fatores de risco à cárie em ordem decrescente

a imigração, presença de EGM, escolaridade da mãe, consumo de bebidas contendo açúcar,

classe social, refeição noturna e pobre higiene bucal (escovação menos de uma vez ao dia).

Quando todos os fatores de risco estavam presentes, a chance de uma criança desenvolver cárie

aos 3,5 anos de idade foi estimada em 31,6 vezes maior do que em crianças com nenhum dos

fatores presentes. A influência da presença de EGM, escolaridade, classe social e pobre higiene

bucal estão de acordo com os dados aqui avaliados, caracterizando a combinação entre fatores

biológicos e sócio-demográficos, de aspecto multifatorial, para a ocorrência da cárie.

A baixa renda per capta mostrou ser fator de risco para a cárie dentária em crianças

no estudo de Pinto (2003), mesmo em uma população que recebeu tratamento educativo-

preventivo. Da mesma forma, no presente trabalho, a menor renda materna foi correlacionada

com sua menor escolaridade e maior número de unidades formadoras de colônias na saliva da

mãe. A renda familiar influenciou o CPOD materno e também o seu IHOS, ou seja, quanto maior

a renda, menor a quantidade de dentes perdidos e menor quantidade de placa bacteriana. Também

houve associação da renda familiar com a experiência de cárie da criança, constituindo-se este

fator sócio-demográfico o de maior relevância para a manifestação da doença.

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__________________________________________________________________Discussão 56

Com relação aos fatores biológicos, nas mães, o número de UFCs, índice IHOS e

CPOD foram correlacionados entre si, ou seja, os estreptococos mutans e placa bacteriana

influenciaram a sua experiência de cárie.

Da mesma forma, houve associação do índice de placa e de EGM na experiência de

cárie das crianças. O gênero e a idade não demonstraram correlação com o índice ceo-d.

Estes achados estão coerentes com o esperado uma vez que placa e EGM se

constituem em agentes causais da cárie, embora não isoladamente, mas sem a participação dos

microrganismos metabolizando o açúcar da dieta e produzindo ácidos capazes de desmineralizar

a superfície dental, a cárie não existiria.

Galaviz et al., (2005) avaliando os níveis salivares de S. mutans e Lactobacillus sp.,

puderam observar que a quantidade destes microrganismos foi capaz de servir como indicador de

risco de cárie em crianças de 10 a 13 anos. Sua população de estudo consistia de 150 crianças de

baixa renda, das quais apenas 18,66% era de baixo risco, ou seja, possuía menos de 105 UFC/ mL

de saliva de S. mutans. Em nosso estudo, 31,4% das crianças eram de baixo risco, 41,4% de

médio e 27,2% de alto risco. Da mesma forma, Bretz et al., (1992) verificaram em crianças de 3 a

6 anos de idade, moradoras em uma favela do Rio de Janeiro, a significância dos níveis de EGM

e lactobacilos na saliva com a taxa de prevalência de cárie. Esta população era de 70% de alto

risco e 30% de baixo e moderado nível de EGM salivar. Nestes três estudos com diferentes

populações quanto ao risco de cárie (ou unidades formadoras de colônias por mL de saliva),

embora todas sejam de baixa renda, a presença e a contagem de EGM foi um indicador de risco

de cárie estatisticamente significante.

Ao avaliar as interações entre mães e seus filhos foi possível observar alguns dados

interessantes. Ao comparar o CPO-D e ceo-d, não houve associação da experiência de cárie entre

mães e filhos (tabela 12), nem do seu índice de placa, mas houve associação significante do

número de unidades formadoras de colônias de ambos (tabela 13), sendo que o número de UFCs

da mãe pode ter influenciado a experiência de cárie do filho. Estes resultados confirmam a

literatura, onde muitos trabalhos mostram que a adoção de medidas preventivas nas mães,

diminuindo seu número de EGM proporciona menos cárie nos filhos (DASANAYAKE et al.,

2002, SODERLING et al., 2000, BRAMBILLA et al., 1998 e ISOKANGAS et al., 2000).

Köhler; Bratthal (1978) afirmam que mães altamente infectadas com EGM tendiam

a ter filhos que também eram infectados, enquanto mães com baixas concentrações salivares

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__________________________________________________________________Discussão 57

tendiam a ter filhos não infectados. Köhler et al., (1983), usando clorexidina em mães com altos

níveis de EGM na saliva, demonstrou que a redução de EGM na saliva das mães resultou em uma

aquisição retardada de EGM nas crianças. A redução do nível de EGM na saliva materna teve um

efeito a longo prazo na colonização por EGM e também na ocorrência de cárie da criança

(KÖHLER; ANDRÉEN, 1994).

A idade em que os filhos adquirem EGM das mães é um fator influenciador da

saúde bucal. Por isso busca-se a prevenção no período da janela de infectividade descrita por

Caufield et al., (1993). Segundo Isokangas et al., (2000), os indivíduos não colonizados por EGM

aos dois anos de idade apresentaram um ceo-d menor do que as crianças colonizadas. Packer et

al., (1999) afirmam que crianças que não foram inicialmente colonizadas por EGM na idade de

dois anos apresentavam um número significativamente menor de cáries na idade de quatro anos

do que aquelas que foram colonizadas pelos EGM na idade de dois anos. A similaridade dos

níveis de EGM dos pares (responsável-criança) foi considerada alta de 73%. Grindefjorf et

al.(1995) verificando o risco para uma criança desenvolver cárie, observaram que este foi de 4,3

vezes maior se a criança fosse colonizada por EGM com um ano de idade do que nas crianças

onde o microrganismo não foi detectado.

Azevedo et al., (1998) verificaram que EGM foram detectados na saliva de 94% das

crianças e de 100% das mães, e 62% pares mãe/filho albergavam as mesmas espécies.

Köhler; Andréen (1994) encontraram bebês infectados cujas mães apresentavam

baixos níveis de EGM, sendo então concebível a hipótese de que o pai ou outra pessoa do contato

próximo com o bebê poderia também ter servido como fonte de infecção. Entre 23 e 36 meses,

período da “janela de infectividade”, um grande número de crianças tornaram-se infectadas.

Tendo como uma possível explicação uma crescente exposição a novas fontes de infecção e

mudanças em condições bucais tais como o crescente número de locais retentivos e mudanças

nos hábitos alimentares.

Mattos-Graner et al., (2001) sugerem a transmissão horizontal, devido ao fato de

que duas crianças que compartilhavam da mesma sala era portadores do mesmo genótipo de

EGM, ambos portadores de altos níveis de EGM na saliva e estavam dentro da faixa de idade

entre 19 e 31 meses, previamente descrita como maior risco de colonização de EGM. Concluíram

que a freqüência de genótipos iguais em pares mães-criança decresce ao passo que a idade da

criança aumenta.

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__________________________________________________________________Discussão 58

A criança pode, apesar de manter sua microbiota estabilizada, adquirir novos

genótipos de EGM ao longo da vida, em menores proporções do que aqueles inicialmente

transmitidos por sua mãe em uma idade mais tenra (KLEIN et al., 2004).

Outro achado interessante é o fato encontrado por Köhler; Andréen (1994).

Encontraram que 44% das crianças cujos dentes não foram colonizados pelo EGM também

desenvolveram cárie, ou seja, outras espécies podem estar envolvidas com a etiologia de cárie

dentária, também em menores proporções.

Em nosso estudo, a placa bacteriana da mãe influenciou fortemente o ceo-d de seus

filhos (tabela 12), o que pode sugerir a participação de outras espécies. Os EGM também foram

correlacionados com ceo-d e provavelmente tiveram maior participação na experiência de cárie,

mas a placa ou biofilme cariogênico pode ser melhor investigado quanto a espécies anteriormente

não detectadas em grandes quantidades neste sítio (BEIGHTON, 2005).

Por meio de metodologia molecular, como a hibridização por “checkerboard” alguns

autores identificaram outros microrganismos associados com a cárie (TANNER et al., 2002,

BECKER et al., 2002, CORBY et al., 2005), com aciduricidade acentuada (BEIGHTON, 2005),

que é o principal mecanismo de seleção microbiológica da placa cariogênica (LÖESCHE, 1986).

Tanner et al., (2002) encontraram que S. mutans foi a espécie mais associada com

dentes cariados em crianças de 19 a 36 meses de idade. Becker et al., (2002) ponderam que a

patobiologia da cárie pode envolver comunidades mais complexas e os métodos moleculares são

de grande valia nesta investigação. Encontraram que S. sanguinis foi a espécie bacteriana mais

associada com saúde e as espécies mais associadas à cárie em ordem decrescente foram:

Actinomyces gerencseriae, Bifidobacterium, S. mutans, Veillonella, S. salivarius, S. constellatus,

S. parasanguinis e Lactobacillus fermentum. A. gerencseriae pode ser um iniciador de cárie e

Bifidobacterium um patógeno importante em cáries profundas. Ferreira (2003) encontrou este

último gênero em canais radiculares de dentes de cães em grandes quantidades.

As espécies bacterianas mais abundantes encontradas por Corby et al. (2005) pela

mesma metodologia do “checkerboard” nos sítios cárie-ativos de crianças foram Actinomyces sp.,

Streptococcus mutans e Lactobacillus spp.. Inversamente, as espécies benéficas encontradas em

sítios saudáveis foram: Streptococcus parasanguinis, Abiotrophia defectiva, S. mitis, S. oralis e

S.sanguinis.

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__________________________________________________________________Discussão 59

Estes trabalhos demonstram ainda a importância dos EGM, embora possa haver

outras espécies cariogênicas também, o que poderia justificar os achados de Köhler; Andréen

(1994) e os nossos achados da correlação entre a placa bacteriana materna e o índice ceo-d dos

filhos, o que deve ser melhor investigado.

Outra explicação para a correlação entre maior quantidade de placa na mãe e um

ceo-d maior no filho é que a mãe que não tem cuidado com a própria higiene bucal, tampouco

terá com a de seu filho.

Há de se considerar ainda como fatores a interferir no estudo os hábitos atuais como

é o grande número de mães que trabalham fora, deixando seus filhos por muitas horas nas

creches, em contato com outras pessoas. Mattos-Granner et al., (2001) em seu estudo em uma

creche, sugerem que crianças que ficam mais tempo longe das mães por estas trabalharem fora de

casa, podem não apresentar genótipos de EGM iguais ao de suas mães. Grindefjord et al., (1993)

afirmam que fatores sócio-demográficos influem na ocorrência de EGM em crianças jovens.

Outro fator fundamental é que Londrina é uma cidade que possui um programa

bastante desenvolvido e abrangente de orientação às mães e de prevenção junto às crianças, o que

pode favorecer a criança se manter independente da mãe quanto à microbiota cariogênica. As

medidas preventivas e informativas praticadas pela administração pública municipal de Londrina

têm trazido resultados positivos para as crianças, mesmo que as mães apresentem níveis elevados

de EGM.

Pode-se levantar também, nesse sentido, de acordo com AALTONEN et al. (1994),

que altas concentrações de EGM na saliva materna induzem à produção de uma concentração

maior de anticorpos nas crianças, havendo a necessidade da interação de outros fatores para que a

implantação da doença cárie tenha sucesso.

A tecnologia, por meio de técnicas moleculares de identificação de microrganismos

patogênicos e indivíduos mais suscetíveis pode contribuir também na busca de soluções para a

cárie. O desenvolvimento de vacinas, ministradas principalmente no período da janela de

infectividade (Caufield et al., 1993) permitirá o estabelecimento de microbiota antagônica ao

patógeno alvo - EGM.

Com relação aos fatores indicadores de risco à cárie, em saúde pública, deve ser

salientado a facilidade de detecção do índice de placa, uma vez que nesta população, este dado

foi significante tanto em mães quanto nas crianças, o que corrobora os achados de Pinto (2003).

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__________________________________________________________________Discussão 60

Dessa forma seria mais prático e de custo reduzido avaliar placa, além do que, possibilita o

controle periódico de ausência de placa decorrente de instruções, visando sempre à diminuição da

ocorrência de cárie.

Podemos afirmar que a entrada da mulher no mercado de trabalho e a conseqüente

busca por uma melhor qualificação profissional, através da escolarização, têm trazido benefícios

para a família também no aspecto da saúde bucal. O nível de escolaridade das mães constitui-se

como um fator importante e está assim relacionado, no presente trabalho: menor nível de

escolaridade, menor renda familiar, menor número de dentes obturados, maior número de dentes

perdidos.

Pode-se dizer que, é possível reduzir os riscos de cáries através de medidas

preventivas e da universalização de informações e orientações. A odontologia preventiva tem

demonstrado já os seus resultados para crianças usuárias de creches e escolas de cidades que

promovem práticas nesse sentido. Assim, duas frentes vêm concorrendo para que se possa ser

otimista quanto à melhoria da saúde bucal da população futura: de um lado, as prefeituras

municipais que, cada vez mais, adotam medidas preventivas abrangentes em seu território e, por

outro, o nível educacional das mulheres-mães que tem melhorado e contribuído também para este

fim. Entretanto apesar dessas medidas preventivas estarem as vezes ao alcance da população, se

estas não tiverem condições dignas de sobrevivência, nem o que é oferecido gratuitamente será

usufruído por aqueles que mais necessitam.

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________________________________________________________________Conclusões 61

7 - CONCLUSÕES

Avaliando os fatores biológicos e sócio-demográficos de risco à cárie nos grupos

mães, filhos e interação mãe/filho, foi possível concluir que:

1 - Nas mães, maiores níveis salivares de EGM e maiores quantidades de placa

bacteriana influenciaram sua experiência de cárie. Os fatores sócio-demográficos relacionados

com o risco à cárie foram idade mais avançada da mãe, renda baixa e menor escolaridade.

2 – Também nas crianças, maiores níveis salivares de EGM e maiores quantidades de

placa bacteriana influenciaram sua experiência de cárie. Com relação aos fatores sócio-

demográficos, somente a renda familiar mais baixa foi relacionada ao seu risco à cárie.

3 – Ao comparar o CPO-D e ceo-d, não houve associação da experiência de cárie

entre mães e filhos, uma vez que o CPO-D médio foi 12,08, bem maior que o ceo-d médio, 1,98.

O índice de placa de ambos grupos etários também não foi correlacionado, ou seja, os dados

demonstraram o aspecto de uma geração que sofreu tratamentos mais curativos, quando

comparados com a nova geração, que exibe os efeitos de tratamentos preventivos.

Entretanto, houve associação significante do número de unidades formadoras de

colônias de ambos grupos e a quantidade maior de placa da mãe influenciou o ceo-d dos filhos,

demonstrando que a mãe desempenha papel importante na experiência de cárie dos filhos, de

forma que devem ser direcionadas medidas preventivas também às mães.

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_________________________________________________Referências Bibliográficas 62

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_________________________________________________________________Anexos 68

9. ANEXOS

9.1. Meio de cultura

Foi utilizado o meio ágar mitis salivarius (Difco, Becton Dickinson, France S.A. – França),

acrescido de 15% de sacarose, 0,2 UI de bacitracina e 1 mL de telurito de potássio (solução de

Chapman) para 1 litro de meio de cultura.

Fórmula aproximada por litro de ágar mitis salivarius:

Digerido pancreático de caseína.................6,0 g

Peptona de proteose número 3....................9,0 g

Peptona de proteose....................................5,0 g

Dextrose..................................................... 1,0 g

Sacarose....................................................50,0 g

Fosfato dipotássico.....................................4,0 g

Azul de tripano.......................................0,075 g

Cristal violeta........................................0,0008 g

Ágar..........................................................15,0 g

PH final 7,0

9.2. Carta de aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Unopar

9.3. Carta de consentimento livre e esclarecido

9.4. Questionário

68

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_________________________________________________________________Anexos 69

69

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_________________________________________________________________Anexos 70

70

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_________________________________________________________________Anexos 71

71

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_________________________________________________________________Anexos 72

72

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_________________________________________________________________Anexos 73

9.5. Critérios utilizados para determinação de cárie – índices ceo-d e CPO-D

Os índices CPO-D e ceo-d foram utilizados para diagnóstico das condições dentárias, ou seja,

Dentes Cariados, Perdidos e Obturados, e indicados para Extração nos decíduos, atribuindo-

se os seguintes códigos, de acordo com a figura 7:

Figura 7 – Códigos dos índices ceo-d e CPO-D segundo a Organização Mundial de Saúde

(1997)

73

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_________________________________________________________________Anexos 74

9.6. Critérios utilizados para determinação do índice de higiene oral simplificado (IHO-

S – Greene & Vermillion, 1964)

Para a avaliação de quantidade de placa dentária, foram coradas com fucsina a 2%

as superfícies vestibulares dos dentes incisivo central superior direito, incisivo central inferior

esquerdo, dos primeiros molares superiores (11, 31, 16, 26) e superfícies linguais dos dois

primeiros molares inferiores (dentes 36 e 46). Quando um desses estava ausente foi

substituído por um adjacente. Cada superfície recebe separadamente um código de 0 a 3 para

placa e para tártaro (PINTO, 2000), como descrito abaixo:

0 – não há placa dentária evidente

1 – placa dentária cobrindo até 1/3 da superfície do dente

2 – placa dentária cobrindo mais de 1/3 até 2/3 da superfície do dente

3 – placa dentária cobrindo mais de 2/3 da superfície do dente

Cada superfície examinada recebeu um código de zero a três para o induto de

acordo com a figura 8:

Figura 8 – Esquema representativo da quantidade de placa dentária e seus respectivos escores,

adaptado de Pinto (2003).

74

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_________________________________________________________________Anexos 75

9.7. Critérios utilizados para determinação do índice de higiene oral O’Leary et al.

(1972)

O’Leary, Drake & Naylor desenvolveram uma ficha de controle de placa para

fornecer um método simples de registrar a presença de placa nas diferentes superfícies dos

dentes (mesial, distal, vestibular e lingual). Uma solução reveladora adequada (fucsina a 2%)

é aplicada em todas as superfícies expostas dos dentes. O operador examina cada superfície

corada, na busca de acúmulo de material mole na junção dentogengival. Quando encontrados,

os acúmulos são registrados com um sinal nos espaços apropriados da ficha (Figura 9). Não se

realiza qualquer tentativa para distinguir as quantidades variáveis de placa sobre as superfícies

dentárias.

Depois de todos os dentes examinados e anotados, pode-se obter o índice, quando

o número de superfícies contendo placa é dividido pelo número total de superfícies existentes

(MCDONALD et al., 2001).

Figura 9 – Ficha de controle de placa segundo O’Leary et al.(1972)

75

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AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Dados Internacionais de catalogação-na-publicação

Universidade Norte do Paraná Biblioteca Central

Setor de Tratamento da Informação

Segura, Viviane Garcia. S459r Relação de fatores microbiológicos e sócio-demográficos na

experiência de cárie em mães e filhos de Centros Municipais de Educação Infantil na cidade de Londrina-PR / Viviane Garcia Segura. Londrina: [s.n], 2006.

xvii; 76p. Dissertação (Mestrado). Odontologia. Dentística Preventiva

Universidade Norte do Paraná. Orientadora: Profª Drª Flaviana Bombarda de A. Ferreira 1- Odontologia - dissertação de mestrado – UNOPAR 2-

Dentística preventiva 3- Estreptococos mutans 4- Saliva 5- Transmissão 6- Pares mãe-filho I- Ferreira, Flaviana B. de Andrade, orient.. II - Universidade Norte do Paraná

CDU 616.314-089.27/.28

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Avaliação do conhecimento e práticas maternas com relação à saúde bucal própria e de seus filhos; do limiar gustativo ao doce e amargo, da preferência paladar ao doce, do padrão de saúde bucal e dos níveis salivares de S.mutans em pares mães/filhos; e do estado nutricional de crianças em creches públicas de Londrina-PR.

Formulário No.: ______ .Data: ____/____/______ .Local: Entrevistador:

1

I - IDENTIFICAÇÃO Nome completo da criança:______________________________________________________ . Sexo - 1.( ) M. 2.( ) F. Data de Nascimento _____________ Idade _________anos. Endereço ____________________________________________________________________. _______________________________________Telefone p/ contato______________________. Nome da mãe:___________________________________________________Idade: ____anos.

II – AVALIAÇÃO SÓCIO-DEMOGRÁFICA

1 - Estado marital (tipo de união): ( ) 1. c/ companheiro estável ( ) 2. s/ companheiro

2 - Quantas pessoas vivem na sua casa? __________________________________________ OBS: O entrevistador deve incluir todas as pessoas da casa.

3 - A sua casa é:

( ) 1. própria ( ) 4.Cedida ( ) 2. própria em aquisição ( ) 3. alugada

4 - Quantos cômodos a casa tem ? _______________________________________________

5 - Sua família possui automóvel? ( ) 1. Não ( ) 2. Sim, possui um ( ) 3. Sim, possui dois ou mais

COMPOSIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA FAMÍLIA OU GRUPO DE CONVIVÊNCIA

n 1º.Nome Relação c/ a mãe

Idade Anos/ meses

Sexo

1. Mas 2. Fem

.

Escolaridade da mãe e do

chefe da família*.

Trabalho regular 1. Sim 2. Não

Renda

Individual em

reais 1 Mãe _________

2

3

4

5

6

7

8

9

10

• computada em número de anos de estudo concluídos com aprovação, por exemplo cursou até a sexta serie, tem 6 anos de estudo

III - AVALIAÇÃO: ÍNDICE DE HIGIENE ORAL; PREVALÊNCIA DE CÁRIE; NÍVEL DE EGM

SALIVAR.

1. RESULTADO DO TESTE MICROBIOLÓGICO

CRIANÇA: ____________ UFC(s). MÃE: ________________ UFC(s).

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2

2. ÍNDICE DE HIGIENE ORAL

CRIANÇA:_____________.

18 17 16 15 14 13

12 11 21 22 23 24 25 26 27 28

55 54 53 52 51 61 62 63 64 65

85 84 83 82 81 71 72 73 74 75

48 47 46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36 37 38

MÃE:_________________.

18 17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27 28

48 47 46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36 37 38

3. PREVALÊNCIA DE CÁRIE DENTÁRIA

CRIANÇA: 18 17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27 28

55 54 53 52 51 61 62 63 64 65

85 84 83 82 81 71 72 73 74 75

48 47 46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36 37 38

MÃE: 18 17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27 28

48 47 46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36 37 38