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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do Sul R$ 3,10 - ANO XIII nº 585 17/11 a 23/11 de 2013 www.copopular.com.br MAIS NA PÁGINA B5 MAIS NA PÁGINA B1 MAIS NA PÁGINA B2 MAIS NA PÁGINA B3 MAIS NA PÁGINA 5 MAIS NA PÁGINA 4 Leonardo Boff é Teólogo – “Podemos ser a mesa posta para as fomes do mundo inteiro”. Pág. 3 ENTREVISTA DA SEMANA NOVO! NESTA EDIÇÃO Por Fernando Ordakowski Empreender requer mais do que confiança UNIVERSITÁRIOS BRASILEIROS Inquérito policial aponta assalto e elimina tentativa de homicídio Valdinei Mauro de Souza, o Ney, prome- te pagar advogado para acusado. CASO MINERAÇÃO MANEY Fraudes continuam sendo praticadas MINHA CASA, MINHA VIDA Desafios diários da profissão carteiro Em todo Estado são mais de 600 carteiros. Só em Cuiabá são mais de 10 agências de Correios que entregam 180 mil objetos por dia. ATIVIDADE POSTAL Alta rotatividade e falta de mão de obra qualificada MERCADO DE TRABALHO Empresas enfrentam difi- culdades para contratar “Me vi andando no VLT” MODAL CUIABÁ/VÁRZEA GRANDE C onfessou o governador Silval Barbo- sa (PMDB) após conhecer o interior dos vagões. O chefe do executivo estadual visitou o pátio de estacionamento e manobras do veículo leve sobre trilhos (VLT), localizado em Várzea Grande, nas proximida- des do Aeroporto Marechal Rondon, e conhe- ceu o interior da primeira composição que já está em testes. O trem chegou há poucos dias em Cuiabá e está montado e assentado sobre os trilhos de uma das 12 pistas de manobras construída no local. Silval foi informado que o conjunto vai passar primeiramente por tes- tes estáticos, os mesmos que foram feitos na fábrica antes de serem embarcados, na Es- panha. Posteriormente, com a conclusão do assentamento dos primeiros quilômetros de trilhos, as composições serão submetidas aos testes dinâmicos. Ele complementou que o VLT é um transporte de qualidade, moder- no e, enquanto outras capitais ainda estão buscando solução para o transporte público, nós começamos a trabalhar em 2010 e pla- nejamos para 2014. Se outros estão deba- tendo, nós já achamos soluções, em parte, para o nosso problema, em um trecho de 22 quilômetros, que é bastante interessante”, referindo-se à população em torno dos dois trechos que será atendida pelo novo modal.

CENTRO OESTE POPULAR ED 585

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulR$ 3,10 - ANO XIII nº 585 17/11 a 23/11 de 2013

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Leonardo Boff é Teólogo – “Podemos ser a mesa posta para as fomes do mundo inteiro”. Pág. 3

EntrEvista da sEmananovo!

nEsTa EDiÇÃo

Por Fernando Ordakowski

Empreenderrequer

mais do que confiança

UnivERsiTáRios BRasiLEiRos

Inquérito policial aponta assalto e

elimina tentativa de homicídio

Valdinei Mauro de Souza, o Ney, prome-te pagar advogado para acusado.

Caso minERaÇÃo manEY

Fraudes continuam sendo praticadas

minha Casa, minha viDa

Desafios diários da profissão carteiro

Em todo Estado são mais de 600 carteiros. Só em Cuiabá são mais de 10 agências de Correios que entregam 180 mil

objetos por dia.

aTiviDaDE posTaL

Alta rotatividade e falta de

mão de obraqualificada

mERCaDo DE TRaBaLho

Empresas enfrentam difi-culdades para contratar

“Me vi andando no VLT”moDaL CUiaBá/váRZEa gRanDE

Confessou o governador Silval Barbo-sa (PMDB) após conhecer o interior

dos vagões. O chefe do executivo estadual visitou o pátio de estacionamento e

manobras do veículo leve sobre trilhos (VLT), localizado em Várzea Grande, nas proximida-des do Aeroporto Marechal Rondon, e conhe-ceu o interior da primeira composição que já está em testes. O trem chegou há poucos dias em Cuiabá e está montado e assentado sobre os trilhos de uma das 12 pistas de manobras

construída no local. Silval foi informado que o conjunto vai passar primeiramente por tes-tes estáticos, os mesmos que foram feitos na

fábrica antes de serem embarcados, na Es-panha. Posteriormente, com a conclusão do assentamento dos primeiros quilômetros de

trilhos, as composições serão submetidas aos testes dinâmicos. Ele complementou que o

VLT é um transporte de qualidade, moder-no e, enquanto outras capitais ainda estão

buscando solução para o transporte público, nós começamos a trabalhar em 2010 e pla-

nejamos para 2014. Se outros estão deba-tendo, nós já achamos soluções, em parte,

para o nosso problema, em um trecho de 22 quilômetros, que é bastante interessante”,

referindo-se à população em torno dos dois trechos que será atendida pelo novo modal.

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 585 17/11 a 23/11 de 20132

Uma senhora todos os dias vestia as suas fantasias de mendiga e ficava no cruzamento de maior movimento da cidade, a pedir esmola com sua voz triste, nos seus olhos trazia tanto sofrimento que as pessoas paravam cheias de compai-xão e procuravam a moeda de menor valor disponível na

bolsa para lhe ofertar. Mas certo dia uma senhora colocou nas mãos duas moedas, uma de maior valor e outra de menor valor, e dizia para a Maria Pedinte:

- Escolha qual a moeda deseja, e ela escolhia sempre a de menor valor, e assim as pessoas saíam felizes por ter encontra-do pessoas considerada imbecil, e saiam dando gargalhadas. Com isso, uma grande quantidade de pessoas passou a fazer isso, e se sentiam felizes por enganar a Maria Pedinte, riam e saiam pelas calçadas ana-lisando o mundo pela sua régua, dizendo que todos aqueles que escolhem o menor, em menor se trans-formam.

U m s e n h o r metido a “sabido”, aconselhou a Maria Pedinte:

“Sempre que l h e o f e r e c e r e m duas moedas não seja “besta”, escolha a maior valor, só assim terá mais di-nheiro, sairá mais rapidamente dessa vida de pedinte, além de não ser mais conside-rada uma “bobó Lelé” perante aos outros”.

Disse Maria Pedinte: - Ao me passar por uma idiota, faço

com que aumente a cada dia, mais e mais pessoas oferecendo dinheiro para mim,

pois as pessoas sentem necessidade de provar que existem no mundo, pessoas in-feriores e mais idiotas que elas. Se eu fizer de maneira contrária, deixarei de ganhar meu sustento. Não “há nada de errado em se passar por tola, se na verdade o que estou fazendo é inteligente”.

Na vida tudo tem uma explicação, se a Maria Pedinte deixasse de parecer tola perante a opinião pública, cessaria sua preciosa fonte de renda, por isso é que aumenta cada vez mais a legião de pessoas recebendo bolsas e se passando por tolas ao votar naqueles que estão de plantão no poder, porque ao deixar de fazer isso cessará o seu sustento.

Certa vez foi perguntada a Maria Pedinte, se era correto e ético proceder assim?

Ela disse:- Não convido ninguém a ser igual

a mim, mas sei que essa filosofia é co-piada pela maioria dos políticos. Eu sei que eles se especializaram em enganar as pessoas e fazem questão absoluta de me imitar!

Um dia foi descoberta a verdadeira história de Maria Pedinte, todos ficaram sabendo que ela tinha em seu patrimônio: uma linda casa própria, carro na garagem e

uma grande poupança, afinal quem é a idiota neste país onde todos só pensam levar van-tagem?

Quantas pessoas por vezes são instadas a viver como Maria Pe-dinte, se fazendo de carentes, para receber um afago financeiro ou um carinho no bolso?

No espetáculo da vida existem atores bem sucedidos, interpretando papéis de polí-ticos no show do “Faz de Conta” só para aumentar a sua Própria Conta.

Entre os seres vivos, o ser humano é o único sabe produzir lixos sociais com exclusividades.

As riquezas e a importantíssima localização do estuário dos rios platinos levaram as metrópoles portuguesa e espanhola a disputarem, durante vários séculos, cada palmo das terras coloniais na América do Sul.

Separadas de suas metrópoles e ago-ra independentes, as antigas colônias, também brigaram pelo domínio sobre essa rica porção territorial, gerando qua-tro guerras, nas décadas de 1850 e 1860.

A maior e mais importante guerra na história das Américas foi a Guerra do Paraguai, que durou 5 anos e 5 me-ses (1864 – 1870), provocou a morte de aproximadamente 400.000 pessoas, das quais 300.000 paraguaias, 50.000 brasileiras, arra-sando em todos os sentidos com o país guarani e aumentando ex-pressivamente a dependência eco-nômica do Brasil, Argentina e Uru-guai do capital inglês.

“Francisco Solano Lopes, presiden-te paraguaio, inicia a guerra invadindo Mato Grosso e ensaiando vinda para Cuiabá”

Francisco Solano Lopes, presidente paraguaio, inicia a guerra invadindo Mato Grosso, com duas frentes de combate, conquista Corumbá, Nioaque, Miranda, Bela Vista, o Forte de Coimbra e a colônia militar de Dourados e ensaia vinda para Cuiabá.

Em Corumbá, nossa força militar abandonou a cidade e facilitou a ação dos paraguaios; no Forte de Coimbra, o comandante Porto Carrero e sua esposa lideraram uma pequena guarnição, que resistiu o quanto pode, caindo ante a superioridade numérica do adversário.

Na colônia militar de Dourados, o alferes (aspirante a oficial) Antonio João Ribeiro, poconeano, antes de ser fuzilado, junto com seu pelotão de 14 mi-litares, expressou: “Sei que morro, mas o

meu sangue e o de meus companhei-ros servirão de pro-testo solene pela invasão do solo de minha pátria”.

A defesa de Cuiabá foi coman-dada por Augusto Leverger, francês, naturalizado brasi-leiro, oficial de alta patente da nossa Marinha e que vo-luntariou se para liderar a resistência aos paraguaios.

Leverger montou nossa defesa às margens do rio Cuiabá, na região de Melgaço.

A Guerra tomou mais importância no sul da América do Sul e a estratégia paraguaia abandonou a ideia de invadir Cuiabá.

A retirada de La-guna consistiu num dos maiores fiascos

da história das nossas forças militares, com planejamento deficitário e, sem o volume de informações necessárias, in-vadimos o Paraguai pelo sul de MT (hoje MS), atravessamos o rio Apa, entramos no território adversário e atingimos a fazenda Laguna, de propriedade do Presidente Solano Lopes.

O inimigo tinha informações pre-cisas do nosso contingente e da nossa movimentação em seu território e re-agiu fortemente, expulsando as forças brasileiras, que tiveram aproximada-mente 12.000 mortes, 24% do total das perdas brasileiras, em toda a Guerra do Paraguai.

Com o fim da guerra, a navegação nos rios platinos foram retomadas e o Governo nacional passou a analisar pro-postas para integrar o território mato--grossense ao resto do Brasil, surgindo as ideias da ferrovia Uberaba – Cuiabá e a ligação via telégrafo.

A chegada a Cuiabá da primeira compo-sição do Veículo Leve sobre Trilhos, trouxe alegria a todos que acreditam na possibili-dade de melhorar o transporte coletivo na Grande Cuiabá. E confirmou a expectativa de que a partir de 2014, milhares de usuá-rios já serão beneficiados com um modal de Primeiro Mundo.

O VLT será, na verdade, o legado mais significativo da Copa do Mundo em Mato Grosso. Muito mais importante que a própria Arena Pantanal, se considerarmos o efeito positivo na qualidade de vida dos cidadãos ao longo das próximas décadas.

O VLT é uma obra necessária para fa-cilitar a mobilidade das pessoas, que hoje convivem com um transporte coletivo precá-rio, poluente e insatisfatório. Quando os 280 vagões estiverem operando nos dois ramais, mais de 60 mil passageiros serão transporta-dos por dia com rapidez, eficiência, conforto e segurança.

Por isso iniciamos ainda em 2009 as pri-meiras discussões sobre este modal que já é usado em mais de 90 cidades de países desen-volvidos. Em 2010, realizamos na Assembleia Legislativa a primeira audiência pública com ampla participação popular, onde foram com-paradas as vantagens de cada sistema de transporte.

Demos sequên-cia assim às inicia-tivas do ex-prefeito Roberto França e do ex-deputado federal Bento Porto, homens públicos de visão que décadas atrás já pensavam no futuro e no bem estar dos usuários do transporte coletivo.

Em 2011, conseguimos convencer o Governo do Estado sobre a necessidade de alterar a Matriz de Responsabilidades assina-da com a Fifa, oportunizando a implantação do moderníssimo VLT, o primeiro movido a energia elétrica na América Latina.

Destaco aqui a receptividade do go-vernador Silval Barbosa, que teve visão de estadista e reviu a posição do Executivo em nome do interesse maior da população.

Nossa determinação, respaldada pela maioria dos parlamentares estaduais, ren-deu muitas críticas e ataques de adversários. Denúncias vazias motivadas por interesses políticos, agressões pessoais, tentativas de barrar o projeto na Justiça, nada disso foi suficiente para arrefecer nosso ânimo.

A nos motivar, o apoio da maioria da população manifesto pelo cidadão comum, por representantes dos segmentos sociais em

várias oportunidades e confirmado por pes-quisas de opinião.

Aos críticos do VLT, sempre respon-di que a população merece este avanço nos transportes co-letivos, não pode ser privada de um benefí-cio desta magnitude. Combati com firmeza o chamado “comple-xo de vira-latas”, tendência que alguns têm de achar que coisa boa é para os outros e que um projeto moderno assim nunca seria realizado por aqui.

Felizmente o interesse do cidadão pre-valeceu e apesar dos transtornos comuns às grandes obras, o VLT vai se tornando realidade. Trincheiras, viadutos, elevados e pontes abrem caminho para o nosso metrô de superfície, divisor de águas entre o passado e o futuro.

Todas estas intervenções estão redese-nhando o sistema viário e a infraestrutura ur-bana da região metropolitana, materializando obras sonhadas há décadas pela população.

O primeiro ramal, Aeroporto-CPA, deve ser utilizado durante os trinta dias da Copa. Com o segundo ramal, ligando a Prainha ao Coxipó, o novo sistema ficará como legado para os mato-grossenses, in-cluindo as expansões

previstas para outras regiões.Como disse o craque Ronaldo esta

semana em Londres, as obras da Copa em Cuiabá são uma referência mundial em ter-mos de melhoria da infraestrutura urbana. Nenhuma das outras onze sedes está rece-bendo um volume de obras desta grandeza, transformação que se completará com a implantação do VLT.

De minha parte, estou feliz por ter con-tribuído para melhorar significativamente o transporte coletivo na Grande Cuiabá.

Da mesma forma que defendi o VLT, continuo lutando por melhorias na saúde, na educação, saneamento básico, infraestrutu-ra, turismo, cultura e esporte. Mato Grosso merece o melhor, sempre.

Um passo importante foi dado, outros ainda virão. Cuiabá e Várzea Grande, que abrigam parte considerável da população mato-grossense, já estão nos trilhos da mo-dernidade.

DiretorAntônio Carlos Oliveira

Diretoria ComerCialMax Feitosa Milas

editoria e reportagem-mtBeatriz Girardi - DRT - 1187-MT

editor e reportagem - mSJota Menon

reportagensBeatriz Girardi, Regina Botelho, Juliana Radel

[email protected]

editor de arte / DiagramaçãoMário Pulcherio Filho

Diagramação / Projetos Leonardo Arruda - 65 9233-9018

ChargeFernando Ordakowski

CirCulaçãoBrasília, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul

SedesAvenida Miguel Sultil, nº 4.353 - Areão Cuiabá - Mato Grosso - CEP: 78.010-500Fone (65) 3623-4300/e-mail: [email protected]

Endereço BrasíliaCLSW - 301 - Bloco A - Edifício Spaço Vip Sala 136 - Setor Sudoeste Fones: (61) 3028-1388/3028-1488

Escrtório Campo GrandeRua Joaquim Murtinho, nº 184 - Centro Campo Grande - Mato Grosso do Sul CEP: 79.002-100 Fone (67) 3029-4214 e-mail: [email protected]

Assinaturas: (65) 3046-0400 (67) 3029-4214

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Opinião

Editorial artigosCidades digitais

VLT: VaLe a pena acrediTar

Tudo Tem expLicação

mT e a Guerra do paraGuai

O VLT é uma obra necessária para facilitar a

mobilidade das pessoas

Aumenta cada vez mais a legião

de pessoas se passando por tolas

Cuiabá foi um dos principais alvos de Solano

Lopez, ditador do Paraguai

Assessoria

JOsé Rivaé deputado estadual

Divulgação

WiLsON FUÁ é economista e especialista em administração Financeira

e recursos Humanos

Reprodução

WiLsON saNTOs é proFessor e ex-preFeito de cuiabá por dois mandatos

O p e s q u i s a d o r André Lemos, da Universida-

de Federal da Bahia, des-taca o termo “cibercidade” como espaços urbanos repletos de informações para download, compar-tilhamento e acesso a qualquer hora. No livro Cidade Digital, o autor explica que o objetivo não é a desconstruir velhas formas urbanas, mas sim criar ambientes que en-volvam o indivíduo em plena mobilidade, interli-gando máquinas, pessoas e equipamentos urbanos. Além da capital sul-core-

ana, Barcelona (Espanha), Londres (Grã-Bretanha) e Nova York (EUA) já estão nesse caminho. A internet gratuita ao alcance de to-dos ainda é uma realidade distante no Brasil. Já pen-sou uma cidade em que as informações via internet sejam disponibilizadas na palma da sua mão com internet rápida e gratuita em qualquer lugar? Este cenário, que já deixou de ser virtual para moradores de cidades como Seul, na Coreia do Sul, por exem-plo, ainda navega em rit-mo lento no Brasil. Apenas 14,3% das cidades do país

oferecem cobertura wi-fi aos seus habitantes, se-gundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O uso em larga escala de tec-nologias móveis pela po-pulação deixa as cidades ainda mais conectadas ao mundo digital. O advento de tablets e smartphones abriu o caminho para que gestores públicos ampliem e estreitem as relações com a população. Mas velhos problemas de um mundo analógico, como a burocracia, travam o acesso ao mundo digital.

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 585 17/11 a 23/11 de 2013 3política

simULaÇÃo E sonEgaÇÃoA equipe de investigação do CO Popular está

prestes a desvendar um esquema milionário de sonegação fiscal envolvendo simulação de expor-tação de soja, bem como envio de grãos do estado de Mato Grosso para o Paraná. Tal episódio acon-teceu nos anos de 2010 e 2011.

paRaíso fisCaLDando sequência aos trabalhos, este sema-

nário designou uma equipe de reportagem até o país vizinho Uruguai com o propósito de buscar a ramificação da empresa. No entanto, sem êxito. Deslocando-se do Uruguai para a Suíça, também não foi possível localizar tal empresa.

Da Suíça rumo ao Paraná onde está nossa equipe tentando localizar a dita empresa que cons-ta com duas filiais em Mato Grosso em conjunto com outra empresa ligada ao ramo de cervejaria. Entre 2010 e 2011 sonegou quase R$ 1 bilhão.

EvasÃo fisCaLImpressionante que na época que aconte-

ceu essa grande evasão fiscal, o intocável atual secretário de Fazenda de Mato Grosso era sub--secretário da Receita do estado e não conseguiu detectar essa montanha de milhões que foi sonegado pela tal empresa. Porém, a equipe do CO Popular está trabalhando incansavelmente para desvendar a roubalheiras antes do Natal.

vigiLânCiaMonitoramento das fronteiras do país vai

custar R$ 12 bi. Sistema vai controlar frontei-ra seca e aérea do Brasil, com vários tipos de equipamentos a serviço da segurança da área de fronteira. O Estado contemplado para ser piloto do sistema é Mato Grosso do Sul, e o municí-pio de Dourados, a 225 Km da capital, Campo Grande, já está recebendo equipamentos.

mais TRanspaRênCiaO Senado aprovou a proposta que altera a

Constituição e estabelece o voto aberto em todas as decisões do Congresso e demais casas legisla-tivas. O texto base recebeu 54 votos a favor, 10 contrários e uma abstenção. Por ser uma PEC, será necessária a votação em segundo turno.

mEnoR qUE R$ 2,85A passagem do VLT custará, no máximo,

o valor cobrado pelos ônibus de Cuiabá, que atualmente é de R$ 2,85. A garantia é do go-vernador Silval Barbosa.

“o maioR agRiCULToR Do mUnDo”O produtor rural Eraí Maggi, primo do sena-

dor Blairo Maggi, é destaque da revista Exame. Estampando a capa da edição 1053, Eraí está na matéria “O Brasil que dá certo”. De acordo com a publicação, “este é o melhor ano da vida do maior agricultor do mundo”. “Há pouco mais de um ano, ele espalhou sementes de soja, milho e algodão por uma área de 420.000 hectares – o equivalente a três vezes a cidade de São Paulo. Como sempre no mundo da agricultura, foi um empreendimento de alto risco”, diz trecho da Exame.

Beatriz GirardiDa Redação

CO Popular - as questões socioambientais e de preser-vação da natureza são vistas e interpretadas de maneiras di-ferenciadas por cada geração? Como sensibilizar, dialogar e colocar em ação se não todos os segmentos pelo menos o su-ficiente para fazer acontecer?

Leonardo Boff - Vivemos um momento dramático da história da Terra e da humanidade, pois criamos uma máquina de morte com armas químicas, biológicas e nucleares que podem destruir toda a vida por 25 formas diferentes. E elas já estão construídas e estocadas. Por cima disso há a crise ecológica, pois nossa civilização está destruindo a capacidade da Terra de continuar a produzir e reproduzir a vida. Se nada fizermos poderemos dentro de uns 20 anos ir ao encontro de um grande cataclisma ecológico-social.

CO Popular - Na sua visão,

qual a importância do Brasil no ecossistema mundial?

Leonardo Boff - Pelo Brasil passa em grande parte a solução da crise ecológica mundial. Pois temos as condições ecológicas e biológicas que podem equilibrar o planeta Ter-ra. Somos a potência da água doce, o elemento dos mais escassos da Terra e que poderá gerar guerras para assegurar o acesso à água potável. E temos as terras extensivamente maiores para a produção de ali-mentos. Podemos ser a mesa posta para as fomes do mundo inteiro. Precisamos nos conscientizar deste fato e cuidar desta herança sagrada para nós e para a humanidade

CO Popular - Estamos no caminho certo (o Brasil) para contribuirmos com o bem es-tar e a preservação do Planeta?

Leonardo Boff - No Brasil ainda não desenvolvemos a consci-ência de nossa importância para o equilíbrio da Terra. E os governos pensam mais em crescimento mate-rial que sacrifica florestas e devasta ecossistemas do que um desenvolvi-mento que tem no ser humano e nas suas virtualidades o foco principal, um ser humano educado, saudável e cuidador da natureza.

CO Popular - se olharmos o Brasil de duas décadas pas-sadas e o de hoje o que melho-rou? O que mudou? Evoluímos nas questões socioambientais? E nas questões relacionadas à justiça social?

Leonardo Boff - O Brasil fez uma revolução social sem precisar usar a violência. O fato de mais de quarenta milhões de pessoas através de políticas sociais dos governos Lu-la-Dilma terem sido tirados da fome e da miséria, revela que avançamos muito. A desigualdade diminuiu 17%. Mas existem ainda muitos à margem da sociedade, dos meios de educação, de saúde e de avanços da cultura moderna que devem ser incluídos, não para serem novos consumidores mas para serem ci-dadãos conscientes e participantes. Mas nos falta consciência ecológica que nos leva a respeitar os bens e serviços naturais que daqui por diante constituirão os eixos princi-pais da economia mundial.

Centro-Oeste Popular - Qual a sua impressão sobre Mato Grosso?

Leonardo Boff - Conheço pouco o MT e por isso não arrisco emitir opiniões infundadas. Mas

vejo que Cuiabá cresce exponen-cialmente e o povo que encontrei é aberto e atento aos problemas locais.

CO Popular - O senhor tra-balha pela unidade das igrejas e no diálogo entre as várias tradições espirituais?

Leonardo Boff - Creio que a humanidade precisa de valores espirituais como a justiça, a soli-dariedade, a compaixão e a paz. A unidade das Igrejas se dá quando todas elas se põem a serviço desses valores.

CO Popular - Para dialo-gar, é importante que eu seja eu e você seja você?

Leonardo Boff - O diálogo supõe a diferença e o respeito por esta diferença e ao mesmo tempo exige que um esteja aberto ao ou-tro para escutar e aprender. Mas o diálogo é somente frutuoso quando os interlocutores encontram conver-gências comuns e juntos se colocam a serviço de causas universais como o combate à fome, à guerra, a bus-ca da paz por meios pacíficos e a realização da justiça social mínima para todos.

CO Popular - O senhor aceita a psicografia?

Leonardo Boff - A psico-grafia é uma questão de psicolo-gia. Quanto mais alguém repete a mesma coisa ou um mantra, mais estabelece uma relação entre in-consciente pessoal e coletivo e a fala ou a mão que escreve. Aí emergem do inconsciente mensagens que passam a se expressar pela escrita ou pela fala. Isso foi bem estudado pela parapsicologia.

CO Popular - você é bi-blista, sendo assim, gostaria que você comentasse algo a respeito da reencarnação na Bíblia.

Leonardo Boff - Quanto saiba a Bíblia não se coloca face à reencarnação como a entendemos hoje. Para a Bíblia o ser humano está sempre diante de Deus e diretamen-te. Quando morre, deixa o espaço e o tempo e entra no mundo de Deus que é a eternidade.

CO Popular - Na sua opi-nião, é possível acabar com as diferenças sociais?

Leonardo Boff - Acabar com as diferenças é um sonho bom sem-pre a ser buscado, mas com a consci-ência de que nunca o alcançaremos totalmente. Mas podemos acabar com as desigualdades insultantes.

CO Popular - O que é a Teologia da Libertação?

Leonardo Boff - É o esforço de fazer a mensagem cristã compro-metida com os oprimidos, entrando numa prática de solidariedade para com eles e suscitar neles a vontade de libertação. Somos herdeiros de alguém, Jesus, que foi preso, torturado e executado na cruz por causa de uma mensagem cheia de esperança para todos, mas prin-cipalmente para os oprimidos. E chama a isso de Reino de Deus que é a revolução que Deus quer neste

mundo, transformando as relações para com os outros, para com a realidade social e para com Deus.

CO Popular - Reencarna-ção ou ressurreição

Leonardo Boff - Sou pela ressurreição. Não vivemos para morrer. Morremos para ressuscitar, para viver mais e melhor. Estamos na última fase de nosso processo de evolução. Conhecemos já a Deus. Com a morte o veremos face a face, já para além do espaço e o tempo e imediatamente.

CO Popular - Os teólogos creem no criacionismo, rejei-tam o evolucionismo pregado pelos cientistas alegando ser contrário à narração bíblica do Gênesis. Qual a sua opinião sobre a Teoria da Evolução, proposta por Charles Darwin?

Leonardo Boff - A evolução é um fato científico comprovado. Todos viemos do grande big bang inicial há 13,7 bilhões de anos. A teologia não vê nenhuma contradi-

ção entre esta compreensão e a fé cristã. O problema do criacionismo e evolucionismo é um problema do fundamentalismo norte-americano. A própria ciência diz que Alguém, algo Misterioso colocou tudo em movimento. Do nada não vem nada. Esse Alguém para nós é Deus, o Espírito Criador que continuamente está criando e sustentando a criação. Sem sua atuação ativa ela voltaria ao nada.

CO Popular - O povo brasi-leiro, na sua opinião, tem um elevado dom místico? Como isso é externalizado?

Leonardo Boff – Essa é uma verificação de nossos melhores an-tropólogos como Roberto da Matta que dizem ser o povo brasileiro profundamente religioso. Vê Deus e suas energias perpassando toda a nossa realidade. Sente Deus nos acontecimentos. Esse sentir Deus e colocá-lo nos momentos principais da vida é ser místico. Essa mística se expressa por expressões do coti-diano: “graças a Deus, vá com Deus, que Deus te acompanhe” e outras.

CO Popular - a busca de novos conhecimentos acerca do funcionamento da natureza física é importante?

Leonardo Boff - Quanto mais conhecemos a criação, suas leis básicas e seu propósito de sempre mostrar complexidades e ordens novas nos ajuda a admirar o Criador e a louvá-lo. Não devemos esquecer que o grande livro que Deus nos entregou foi o livro da Criação. Só posteriormente e muito recente-mente nos deu o livro da Bíblia.

CO Popular -se adão e Eva foram o primeiro homem e a primeira mulher, como foi possível toda a humanidade

ter descendido apenas dos dois?

Leonardo Boff - Quando a Bíblia fala de Adão e de Eva não pen-sa tanto em termos individuais mas em termos coletivos: a humanidade que se expressa no masculino e no feminino. O que sabemos cientifi-camente hoje é que o ser humano irrompeu no processo de evolução a partir da África. Por isso, todos somos africanos. De lá se difundiu pelo mundo todo, constituindo a grande família humana. Primeira-mente nos espalhamos pelos Con-tinentes. Agora estamos voltando à Casa Comum que é o planeta Terra. Esse é o sentido mais profundo da globalização: todos, como família, se encontrando no mesmo planeta, a única Casa Comum que temos para habitar.

CO Popular - Como o se-nhor explica a diversidade de raças?

Leonardo Boff - Essa é uma interrogação que a ciência biológica e antropológica ainda não respon-deu suficientemente. Seguramente os diferentes ecossistemas, as culi-nárias diversas e a miscigenação dos povos está na origem das diversas etnias. Raça não existe. Somos todos humanos de formas diferentes, mas sempre humanos.

CO Popular - Como o sr. entende este momento mun-dial no trinômio Deus, homem e sociedade? Que peso isso ocu-pa na modernidade e quais as consequências disso como im-pacto para os próximos anos?

Leonardo Boff - Hoje es-tamos tendo a experiência de que formamos um grande sistema de inter-retro-conexões no qual todos são interdependentes uns dos outros e temos um destino comum. Na perspectiva dos astronautas, Terra e Humanidade formam uma única realidade dinâmica. E aquela Ener-gia de fundo, como os cosmólogos e astrofísicos chamam, da qual tudo se deriva e que subjaz a todos os seres e aos fenômenos, as religiões chamam de Deus, de Tao, de Shiva, de Alla, de Javé, de Olorum ou outro nome. Todos formamos um grande Todo dentro do qual Deus está animando e sustentando tudo e ao mesmo tempo transcende a tudo, pois é o Mistério do Mundo e que pode ser percebido no nosso espírito e no nosso coração como o Sentido fundamental de nossas vidas e de todo o Universo.

CO Popular - Para finali-zar, peço-lhe encarecidamente para deixar uma mensagem a todos os nossos leitores - temos leitores de todos os credos.

Leonardo Boff - Vivemos tempos ameaçadores e ao mesmo tempo esperançadores. Quanto maior é a ameaça que pesa sobre o sistema-vida e o sistema-Terra, maior é a chance de salvação. O Mato Grosso é uma das regiões mais ridentes de abençoadas por Deus pela beleza de seu pantanal, pela imensa biodiversidade e pela operosidade de seu povo. A todos os habitantes deste Estado vai o desafio de estarem à altura dos problemas sociais e ambientais que enfrentam. Saibam cuidar deste jardim que Deus lhes confiou para o bem de vocês e do restante do Brasil e do mundo.

LEonaRDo Boff é TEóLogo

Saibam cuidar deste jardim que Deus lhes confiou para o

bem de vocês e do restante do Brasil e do mundo

“MT é uma das regiões mais abençoadas por Deus pela imensa biodiversidade e pela

operosidade de seu povo”leOnardO bOff nasceu em cOncórdia, santa

catarina. O teólOgO de 75 anOs, dOutOr em te-OlOgia e filOsOfia e ex-frade, fOi um dOs articu-ladOres da teOlOgia da libertaçãO. bOff também fOi um ardOrOsO defensOr da causa dOs direitOs HumanOs, tendO ajudadO a fOrmular uma nOva perspectiva dOs direitOs HumanOs na américa latina pOr meiO de sua luta e Obras.

O teólOgO participOu nO últimO dia 5, em cuiabá, dO viii fórum de respOnsabilidade sOciOambiental, realizadO pelO unimed cuiabá. autOr de mais de 60 livrOs nas áreas de teOlOgia, ecOlOgia, espiritualidade, antrOpOlOgia e místi-ca, leOnardO bOff cOncedeu entrevista exclusiva aO centrO-Oeste pOpular. cOnfira a seguir.

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 585 17/11 a 23/11 de 20134 gEral

Empresas enfrentam dificuldades para contratar

mÃo DE oBRa qUaLifiCaDa

Com taxa de desemprego baixa, a indústria e o comércio enfrentam alta rotatividade e falta de qualificação do trabalhador

Regina BotelhoDa Redação

Encontrar mão de obra qualificada tem sido um problema para as empresas, indústrias e comércio de Mato Grosso. Sobram vagas e faltam profissionais para preencher as ofertas de em-prego. Os baixos níveis de desemprego no Brasil têm imposto mais dificuldades à indústria e ao comércio na hora de reforçar seus quadros de pessoal. Levan-tamento feito pela Confede-ração Nacional da Indústria (CNI) aponta que 65% dos donos de fábricas têm pro-blemas para encontrar mão de obra qualificada. O setor mais afetado é justamente o coração de qualquer em-presa: a área de produção. Faltam profissionais dos mais baixos aos mais altos níveis de qualificação, de operadores a técnicos de produção, pessoal da área administrativa, vendas, telemarketing, engenheiros e gerentes. Já o SPC Brasil prevê 233 mil novos postos de trabalho temporário. Cerca de 43% dos empre-sários devem contratar temporariamente para o fim do ano. A perspectiva é que 14,2% dos empregos gerados neste período se-jam efetivados.

O presidente da Fede-ração dos Trabalhadores nas Indústrias de Mato Grosso (FETIEMT) e vice--presidente da Nova Cen-tral Sindical de Trabalha-dores em Mato Grosso, Ronei de Lima, observa que o déficit de industrialização de Mato Grosso frente aos grandes centros produtores do Brasil e do mundo, deixa o Estado em desvantagem quanto à produção de bens com valor agregado. “Um dos fatores que agrava este problema é a falta de mão--de-obra qualificada, que não é privilégio do nosso Estado. Com o crescimento estagnado desde 2010, a indústria mostra sinais de recuperação, o que tende a aumentar a demanda por mão de obra, piorando o cenário atual”, enfatiza. Se por um lado falta mão de obra qualificada no setor da indústria e comércio, principalmente, por causa das obras da Copa de 2014, sobram vagas nos cursos gratuitos profissionalizan-tes oferecidos pelo Progra-ma Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).

O gestor de negócios da empresa Gelre, em Cuiabá, Rui Perdigão reconhece que houve melhora sig-

nificativa na qualificação dos trabalhadores, porém insuficiente para atender a demanda. “O número de pessoas que procura por vaga na agência e que tem qualificação aumentou 50 %, mas ainda temos al-guns problemas. No setor de logística, por exemplo, não adianta ter habilitação para conduzir caminhões, tem que ter o mínimo de conhecimento de informá-tica. A falta de qualificação dificulta o preenchimento das vagas ofertadas pelas empresas. Na construção civil há centenas de vagas em aberto, mas falta mão de obra”, ressalta. Perdigão.

Fabrício Pinheiro da Mata e Silva é proprietário da esmaltaria Nails Quality Brazil, em Cuiabá. Ele conta que antes de abrir a fran-quia na Capital teve muitas dificuldades para fazer a seleção das suas manicures que ainda não estavam ha-bilitadas para realizarem os serviços de cutilagem, alon-gamento e design das unhas que é a grande tendência americana. “Selecionamos algumas profissionais que estavam há bastante tempo no mercado, ministramos cursos e as oito melhores

foram escolhidas para tra-balharem na empresa”.

CENÁRiO DEsaFiaDOR

O presidente em exer-cício da Câmara de Direto-res Lojistas (CDL Cuiabá), João Batista Rosa, disse que há dificuldades até mesmo para contratar pessoas para cargos efetivos e assim os temporários. Isso por que, “falta de mão de obra ca-pacitada”, informa. Ele diz ainda que os custos altos sobre a folha de pagamen-to, no que se refere a carga tributária, é um obstáculo a mais na geração de em-prego. De qualquer forma, em face da demanda que já existe, inclusive para cargos efetivos, as empresas ten-dem a contratar parte dos temporários, sendo uma oportunidade de empregar--se, e sendo observados os de melhor desempenho. João Rosa reclama que benefícios sociais como Bolsa Família aumentam a massa salarial apontada nos levantamentos do go-verno, mas não aumentou a produtividade no mesmo índice. “Temos oportunida-des de emprego, mas não pessoas em quantidade e compatíveis com as funções e a exigência do mercado”.

O presidente em exer-cício da CDL falou ainda que a escola pública prin-cipalmente tem um impor-tante papel a desempenhar na qualidade do pessoal no atual mercado. A formação de base precisa ser melhor, “e precisamos ter cursos técnicos e profissionalizan-tes em quantidade suficien-te para atender a dinâmica do mercado e necessidades das empresas”, conclui.

Otacílio Peron, ad-vogado da CDL Cuiabá, completa que com as novas regras que tendem a enca-

recer os custos para as em-presas, “é como castigar a empresa por gerar emprego e contratar mão de obra”.

sETOREs PREJUDiCaDOs

Segundo o gerente de educação e tecnologia do Serviço Nacional de Apren-dizagem Industrial de Mato Grosso (Senai/MT), Ru-bens de Oliveira , no setor industrial falta mão de obra qualificada principalmente nas áreas da construção civil, eletroeletrônica, me-cânica leve e pesada e para atendimento às necessida-des do setor de alimentos e bebidas. “O Senai atendeu até o momento 130.357 alunos em todo o estado. Existe procura pelos curso de qualificação, mas ainda não se consegue absorver todas as vagas ofertadas. Em algumas áreas, mesmo tendo ofertas de empregos, faltam interessados em qualificação, como na área da construção civil”, revela o gerente.

Em relação à Copa de 2014, revela que trabalha-dores estão sendo prepara-dos para o evento, mas que existe uma preocupação do Senai em preparar os

trabalhadores paras as de-mandas atuais e futuras da indústria.

aDvERsiDaDEs

A falta de profissionais para atender os turistas du-rante o evento futebolístico em 2014 é vista com muita preocupação para o diretor do Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes de Várzea Grande e proprietá-rio do Hotel Diplomata, na região do Aeroporto, Luis Verdun. Ele argumenta que não há até o momen-to nenhum planejamento voltado para os hotéis se preparem para receber os turistas na Copa do Mundo em Mato Grosso. “Existe falta de mão de obra para o atendimento aos turistas. Há necessidade de preparar urgente novos profissio-nais para atendimento ao público estrangeiro. Te-mos poucos profissionais em Cuiabá. Na Copa essa necessidade será maior não só em hotéis, mas em restaurantes e pontos de visitação”, acrescenta.

Para o consultor e em-presário na área de turismo, Jaime Okamura, o governo investe em obras de mobili-dade urbana, porém não é tudo. Ele pontua que mais que mobilidade urbana é preciso investir nas cidades ao entorno da capital. “Pre-cisamos de mão de obra qualificada. Precisamos de toda uma logística que en-volva alimentação, energia, saúde e comunicação”.

OBRas Da COPa

Um relatório elaborado pela Secretária Extraor-

dinária da Copa (Secopa) apontou a necessidade de aumentar em 70% o núme-ro de funcionários nos can-teiros de todas as frentes de trabalho: Arena Pantanal, mobilidade urbana, centros de treinamento e aeroporto. As empresas alegam haver dificuldades em contratar mão- de- obra qualificada local, sendo necessário em-pregar pessoas de outros estados.

Para o Sindicato dos Trabalhadores na Indús-tria da Construção Civil de Cuiabá e Municípios (SINTRAICCCM), a proble-mática se acentua devido a falta de valorização remu-nerada aos trabalhadores e as condições de trabalho nos canteiros das obras.

Se por um lado falta mão de obras qualificada no setor da indústria e co-mércio principalmente por causa das obras da Copa, sobram vagas nos cursos gratuitos profissionalizan-tes oferecidos pelo Progra-ma Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e Senai.

vaGas aBERTas

O presidente do Sin-dicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Cuiabá, Luiz Carlos Nigro, reconhece que o ‘apagão’ da mão de obra ocorre devido a falta de qualificação. O problema, segundo Nigro, há vagas nos cursos de qualificação o que falta são pessoas interessadas no preenchimento das vagas.

“A carência de pro-fissionais que fale inglês e outras línguas é nítida. Falar só inglês e espanhol não vai ser suficiente. Os cursos para essa área de-morou muito para come-çar e não se aprende do dia para noite outros idiomas. Para tentar suprir essa ca-rência, o nosso segmento vai contar com livros e cardápios em língua es-trangeira”, finaliza Nigro.

Nem a possibilidade de efetivação tem facilitado a vida dos empresários. Empresas de Mato Grosso estão contratando trabalhadores de outros estados para suprir a deficiência

Reprodução

Segundo o presidente em exercício da CDL/Cuiabá, João Batista Rosa, atualmente há dificuldades de contratar

pessoas até para cargos efetivos

Manicures da esmaltaria Nails Quality Brazil, em Cuiabá, fizeram cursos para atuarem na empresa

O “Apagão” acontece devido a falta de qualificação e de pessoas interessadas no preenchimento das vagas”,

observou Luiz Nigro - presidente do Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Cuiabá

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Fraudes continuamsendo praticadas

minha Casa, minha viDa

Somente este ano, a polícia já prendeu seis pessoas acusadas de vender casas do programa de habitação federal

A iniciativa é da Secretaria de Estado do Meio Ambiente; agricultores familiares serão orientados para evitar danos ambientais

DA Redação

Voltada para práticas sustentáveis na área rural, a Oficina Estadual do Progra-ma de Educação Ambiental e Agricultura Familiar (PE-AAF) vai ser realizada nos dias 22 e 23 de novembro, no auditório da Associação Mato-grossense dos Muni-cípios (AMM), em Cuiabá. A proposta vai atender os agricultores familiares. O

Marcos Vergueiro/Secom-MT

objetivo é agregar subsídios e reunir instituições e lide-ranças para a elaboração e implementação de um Pla-no Político Pedagógico de Educação Ambiental para a agricultura familiar em Mato Grosso.

A iniciativa é da Se-cretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), por meio da Superintendência de Edu-cação Ambiental (Suea) e do Departamento de Educação

Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

Durante a oficina, serão abordados temas como a participação social, agroe-cologia, práticas produtivas sustentáveis, tecnologias so-ciais, impactos da agricultura contemporânea sobre o meio ambiente, relação campo--cidade, recuperação de áre-as degradadas e legislação ambiental, entre outros. Por meio do desenvolvimento de

ações educativas, busca-se a construção coletiva de estra-tégias para o enfrentamento da problemática socioam-biental rural.

O Plano é implementado pelas instituições governa-mentais e não-governamen-tais ligadas à temática, com vistas à adoção de práticas sustentáveis na agricultura familiar e no manejo dos ter-ritórios rurais. “O Programa é a efetiva contribuição da Política de Educação Am-biental, nacional e estadual na demanda socioambiental e colabora com um conjunto de ações que os governos federal e estadual têm im-plementado para melhorar a qualidade de vida no campo”, ressaltou a superintendente de Educação Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Eliane Favaretto.

Outras informações so-bre o Plano e as oficinas estão disponíveis no portal do Ministério do Meio Am-biente (MMA), no link da Educação Ambiental/For-mação de Educadores. Os interessados em participar da capacitação podem entrar em contato com a Coordena-doria de Educação Ambiental da Sema pelos telefones (65) 3624-8374/ (65) 8448-9651.

Estratégias para o enfrentamento da problemática socioambiental rural

Produtores rurais vão ter palestra para evitar danos ambientais

EDUCaÇÃo amBiEnTaL

Regina BotelhoDa Redação

Enquanto centenas de famílias aguardam para se-rem beneficiadas com o pro-grama federal Minha Casa, Minha Vida para saírem do aluguel, outras desrespei-tam as regras e o processo de escolha fica mais difícil e complicado. O problema ocorre devido a uma série de fraudes, como por exemplo o aluguel indevido das mora-dias. O funcionário público * José (nome fictício), mora no Residencial Nova Canaã desde o ano passado. Ele diz que cerca de 20 casas en-tregues pela prefeitura não estão ocupadas. “Famílias deveriam estar ocupando essas residências, mas de-monstram que não precisam de moradia. Conheço pessoas que venderam imóveis por R$ 25 mil. As unidades, de acordo com os critérios do programa, deveriam ser en-tregues para quem realmente precisa”, desabafa o servidor. A autônoma e moradora do Residencial Júlio Domingos de Campos, no bairro Ipê, em Várzea Grande que prefere não ter seu nome revelado reside no local há três anos. Muito triste, conta que no local existem muitas casas fe-

Segundo levantamento das prefeituras de Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis, 206 imóveis foram devolvidos

Secretário da pasta de Cidades de Cuiabá, Suelme Evangelista: prefeitura, Ministério Público e Gaeco estão

investigando pessoas suspeitas de vender casas do Programa Minha Casa, Minha Vidachadas ou alugadas a tercei-

ros e outras vendidas. “Fico revoltada com isso. Tantas pessoas moram de aluguel e não foram contempladas nos sorteios. Quem não precisa ganha a casa e vende a preço bem barato. Enquanto isso, as famílias que realmente necessitam continuam na fila de espera dos próximos sorteios dos residenciais”.

Segundo levantamento das prefeituras de Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópo-lis, 206 imóveis do programa federal Minha Casa, Minha Vida foram devolvidos. Um dos principais motivos cons-tatado foi o aluguel indevido

das moradias. Com a finali-dade de coibir essas fraudes, algumas prefeituras estão realizando levantamento dos dados e monitorando as famílias contempladas.

De acordo com secre-tário de Cidades de Cuiabá, Suelme Evangelista, até o momento foram devolvidas 83 casas e existem 56 pro-cessos em tramitação na Justiça para reintegração de posse de residências do programa. “As casas devem ser destinadas a fa-mílias carentes que estão em vulnerabilidade social. Aquelas que cedem para terceiros, alugam, vendem ou não habitam as unidades demonstram que não preci-sam do beneficio”, dispara o secretário. Ele argumenta ainda que as vistorias ocor-rem a cada três meses e as denúncias recebidas são conferidas ‘in loco’. Já com relação as vendas das casas, o titular da pasta esclarece que a prefeitura, Ministério Público e o Grupo de Atua-ção Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), estão investigando as pesso-as suspeitas de vender casas do Programa Minha Casa, Minha Vida.

“MÁFia Da COMERCiaLizaçãO”

Em setembro deste ano, a Secretaria de Cidades, jun-tamente com a Caixa Econô-mica Federal, realizou uma vistoria nos Residenciais Nova Canaã I e II. A equipe de fiscalização constatou 20 irregularidades nas 37 unida-des habitacionais apontadas como não ocupadas. Do total, 18 residências já estavam devidamente ocupadas pelas famílias beneficiadas, quatro estavam vazias e uma aban-donada. Além disso, oito mo-radias foram vendidas pelos beneficiários. A equipe cons-tatou ainda que três unidades foram invadidas e outras três estavam sendo alugadas por terceiros. Quarenta residên-cias no Residencial Altos do Parque I, na região do Coxipó não estavam sendo ocupadas. A prefeitura e Caixa Econô-mica constataram que ape-nas 14 unidades já estavam habitadas regularmente. Do total, 24 beneficiários não ocuparam seus imóveis. Al-gumas casas chegaram a ser vendidas por R$ 30 mil, de acordo com a prefeitura da

Capital.Na segunda maior cidade

de Mato Grosso, as irregulari-dades no Minha Casa, Minha Vida não são diferentes de Cuiabá. O município conta com seis residenciais que fo-ram entregues de 2011 até o momento, totalizando 3.292 residências.

A superintendente de Po-líticas Habitacionais de Vár-zea Grande, Luciana Araújo de Souza, afirma que em Várzea Grande também foi adotado o sistema de visitas ‘in loco’. Ela explica que a equipe técnica constatou vá-rias fraudes, entre os casos, os contemplados, muitos eram servidores fora dos critérios e que não moravam nos imóveis. “Todos os imó-veis vendidos, alugados ou com outros moradores que não sejam os beneficiários, serão retomados pela Caixa Econômica Federal. O banco já abriu procedimento jurídi-co e os relatórios de vitorias já foram encaminhados ao Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual”. Atualmente no município, 63 relatórios foram protocolados junto ao banco que agora aguarda uma definição

siTUaçãO NO iNTERiOR

Em Lucas do Rio Verde, o Executivo Municipal come-çou a investigar o programa habitacional local. De acordo com a secretária Municipal de Cidadania e Habitação, Janice Terezinha Angeli Vaz Ribeiro, foram recebidas pelo menos 30 denúncias de frau-des. “Cinco ou seis já foram comprovadas e já foi feita a substituição. A principal irregularidade encontrada é

de mulheres que tem união estável e moradia e mentem na hora de fazer o cadastro dizendo que são mães chefes de família”, disse.

Já em Rondonópolis, cerca de 60 famílias benefi-ciadas com casas na segunda etapa do Residencial Dom Osório foram notificadas pela superintendência da CEF a devolver o imóvel, já que deixaram de ocupar as residências no prazo legal de 30 dias, conforme acordo es-tabelecido. Segundo o secre-tário municipal de Habitação, Ildo Rodrigues, a ação teve como objetivo colocar fim a chamada “máfia da comercia-lização” de casas do programa habitacional.

CRiTéRiOs PaRa sELEçãO

Famílias que ganham até R$ 5 mil mensais - levando em consideração a renda de todos os moradores - podem se candidatar a comprar a casa própria por meio do programa Minha Casa, Minha Vida criado pelo governo fe-deral em 2009 para atender usuários de baixa renda. Com o programa da União, o bene-ficiário arca com apenas 5% do valor do imóvel.

PRisãO Somente este ano, a po-

lícia já prendeu seis pessoas acusadas de vender casas do Programa Minha Casa, Minha Vida. Para tentar coibir esta situação, a Prefeitura de Cuia-bá acionou o Ministério Pú-blico Estadual e o Gaeco para auxiliar nas investigações contra os suspeitos de ven-der as moradias. No último caso, quatro pessoas foram presas, sendo dois homens, uma mulher e um menor de idade, após invadirem resi-dências no Residencial Altos do Parque. A suspeita é que eles arrombavam as casas que ainda não estavam ocupadas, trocavam as fechaduras com ajuda de um chaveiro e depois as vendiam.

OUTRO LaDOA reportagem do Jornal

Centro-Oeste Popular entrou em contato com a assessoria de comunicação da Supe-rintendência da Caixa Eco-nômica Federal (CEF) para comentar sobre o problema. Mas até o fechamento desta edição, não obteve retorno.

Devido a várias denúncias, equipes de fiscalização estão ‘in loco’ visitando as residências

Fotos: Reprodução

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Movimento municipalista leva prefeitos à Brasília

Presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros, recebe municipalistas para conhecer as atuais preocupações dos prefeitos

moBiLiZaÇÃo pERmanEnTE

Valdecir Luiz Colle, Chiquinho – presidente da AMM: Ficou acertado que será elaborado um documento para ser encaminhado aos líderes das bancadas da Câmara e Senado, para que

parlamentares votem os projetos de interesse dos municípios, que estão tramitação no Congresso

Da Redação

O presidente da Associação Mato-grossense dos Muni-cípios (AMM), Valdecir Luiz Colle, Chiquinho, participou na terça-feira,12, em Brasília, da reunião com as lideranças de entidades municipalistas, na Confederação Nacional de Municípios-CNM, para tratar da pauta da mobilização nacional, marcada para o próximo dia 12 de dezembro, com a presença de prefeitos de todo o país.

Os gestores discutiram pontos principais como a apro-vação de mais 2% para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), o pedido de votação do Piso do Magistério e os pisos salariais, em especial o dos Agentes Comunitários de Saúde e de Endemias, e a espera pela decisão no Supremo Tribunal

Federal sobre a nova partilha dos royalties. “Ficou acertado que será elaborado um docu-mento para ser encaminhado aos líderes das bancadas da Câmara e Senado, para que par-lamentares votem os projetos de interesse dos municípios, que estão tramitação no Congresso”, disse Chiquinho.

O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, ressaltou que os pisos são a grande preocu-pação e os prefeitos precisam ficar atentos ao impacto que eles causam às prefeituras, pois são maior que o impacto do FPM. “Já se passaram quatro meses da Marcha em Brasí-lia, onde o governo prometeu medidas para amenizar a crise dos municípios, mas até agora não tivemos nada de concreto” disse ele.

aTUais

PREOCUPaçõEs Após a reunião na CNM,

os prefeitos foram ao Congresso Nacional, discutir os royalties do petróleo. Eles foram rece-bidos pelo presidente do Con-gresso Nacional, senador Renan Calheiros. Paulo Ziulkoski apre-sentou a pauta do movimento como a proposta que aumenta em 2% o Fundo de Participação dos Municípios (FPM). A pauta inclui também os pisos salariais dos professores e agentes de Saúde. Segundo ele, o próximo reajuste para a categoria assusta os gestores. Eles alegam que este encargo vai agravar ainda mais a situação financeira das prefeituras. Os prefeitos que-rem a mudança do critério de reajuste anual do piso. O pro-jeto apoiado pela CNM prevê a adoção do Índice de Preços

ao Consumidor Amplo (INPC) como base de cálculo para o reajuste. Já quanto ao aumen-to no FPM, os gestores dizem que não resolveria o problema, mas amenizaria as dificuldades econômicas e ajudaria a fechar as contas. No entanto, Renan Calheiros não respondeu de imediato às demandas.

ROyaLTiEs DO PETRóLEO

Se o projeto que promove uma partilha mais justa dos recursos arrecadados com a exploração do petróleo entre todos os estados e municípios estivesse em vigor, os municí-pios teriam contado com uma fonte de recursos a mais neste ano. Somente no segundo tri-mestre deste ano os municípios brasileiros deixam de receber R$ 1, 8 bilhão. “Esse é um valor que poderia estar nos cofres das prefeituras, se uma liminar não tivesse suspendido os artigos da lei que previam os novos critérios de distribuição dos royalties”, alertou o presidente da CNM.

Os prefeitos foram também ao Supremo Tribunal Federal (STF) protocolar uma moção que solicita a ministra Carmem Lúcia, relatora da matéria, a celeridade na apreciação da liminar concedida nos autos da Ação Direta de Inconstitucio-nalidade 4917 sobre royalties oriundos da plataforma con-tinental, que suspende artigos da Lei 12.734/2012, que trata do assunto. ( Com Agência de Notícias dos Municípios/CNM

AMM

Riva tem apoio da AL no projeto que destina 50% do Fethab para os municípios

O deputado estadual reforçou a importância de repassar metade do fundo para os municípios a partir de 2015

infRaEsTRUTURa

Da Assessoria

O deputado estadual José Riva (PSD) conta com o apoio da maioria dos parlamentares para a aprovação em segunda votação do projeto que trans-fere 50% dos recursos arreca-dados por meio do Fundo Esta-dual de Transporte e Habitação (Fethab) para os municípios a partir de 2015. Riva afirmou na manhã de quarta-feira (13) que tem conversado constante-mente com os demais colegas para explicar a importância de destinar metade do fundo para os municípios. “O projeto ainda não foi para apreciação novamente em função de a pauta estar sobrestada para a votação de vetos.

A destinação de 50% do Fethab para os municípios foi discutida no Colégio de Líderes e sinto uma ampla maioria favorável, praticamente todos concordam. A exceção é o deputado Zeca Viana (PDT), mas estamos conversando, passando o nosso posiciona-mento sobre a necessidade das cidades receberem esse recurso, pois o Estado demora demais para chegar aos mu-nicípios. Agora mesmo, pode cair uma ponte em Santa Cruz do Xingú, Rondolândia, Colni-za, Vila Rica ou em qualquer outra localidade. Mato Grosso é grande, então precisamos investir mais nos municípios”, explicou. O deputado do PSD citou como exemplo os muni-cípios de Juara, Colniza e Alta Floresta. “Juara tem 4 mil Km de estradas, Colniza aproxi-madamente 5 mil Km, e nesse ano receberam menos de R$

150 mil em para recuperar as vias. E imaginem, se Alta Flo-resta receber em torno de R$ 6 milhões através do Fethab, o gestor terá a segurança que vai receber esse montante e pode financiar máquinas que pode-rão trabalhar durante 20 anos e as estradas permanecerão em boa qualidade. O que não é justo, é o Estado continuar co-brando o fundo e não repassar o recurso para os municípios promover a recuperação das ro-dovias estaduais e municipais”, argumentou Riva.

Idealizador da proposta, Riva apresentou recentemente o projeto ao governador Silval Barbosa (PMDB). Validada pelas lideranças partidárias, o projeto de lei 261/13 que altera a Lei n° 7.263, que criou o Fe-thab foi aprovado em primeira votação há duas semanas. “Quando o recurso chega ao município, a população tem mais força para fiscalizar, pois a ação é descentralizada, trata-se de proximidade com o cidadão. Os vereadores, as instituições, a sociedade civil organizada possuem condições de acom-panhar esse trabalho, fazer a fiscalização. A destinação de metade do Fethab para as cida-des tem destinação específica, apenas e tão somente para a recuperação das rodovias es-taduais e municipais.

A transferência de 50% do Fethab para os municípios representará na recuperação de estradas permanentemente, na visão de Riva. “São 141 municí-pios recebendo recursos, então são 141 mutirões promovendo a manutenção das rodovias diariamente”, avaliou.

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Cuiabanos têm destino certofEsTa DE RévEiLLon

Lugares nacionais e internacionais são procurados e escolhidos com antecedência para comemorar a passagem de ano

Regina Botelho Da Redação

Com a proximidade das festas de final de ano, mui-tos cuiabanos já estão de malas prontas aguardando a hora de viajar, descansar e relaxar nas praias para-disíacas, conhecer novos lugares e se divertirem na festa da virada do ano, du-rante o réveillon.

Nas maiores agências de viagens de Cuiabá, a pre-ferência pelos destinos da clientela continua sendo as cidades com clima quente, boa infraestrutura, praias e pontos turísticos conheci-dos no Brasil. Entre as mais procuradas no réveillon estão cidades como Rio de Janeiro, Fortaleza, Maceió, Natal e Porto de Galinhas.

A jornalista Vânia Costa, 31, e seu namorado Everton contam as horas para viajar para o Rio de Janeiro. Ela diz que a es-colha pela cidade ocorreu por ser um lugar bonito,

maravilhoso e contar com diversidades turísticas. “O pacote custou R$ 6.000, que inclui passagem aérea ida/volta mais hotel. Eu já

Casa das Pedras prepara sofisticado réveillon

Um lugar bonito, tranquilo e com mais de três mil metros quadrados de área verde às margens do Rio Cuiabá, a Casa das Pedras, em Várzea Grande, organiza uma grande festa de Ano Novo. Um evento dedicado ao público que permanecerá na cidade para a passagem de fim de ano. Com mais de 15 anos e ‘know how’ em festas, a Casa das Pedras chama atenção pela sua estrutura e arborização. O proprietário da casa, Vinicius Walber ressalta que a programação já foi definida e que o réveillon será completo. “Teremos três atrações musicais com duplas sertanejas, a Combanda, Monte Negro e Cuiabano, bateria exclusiva, show com caçula do Pandeiro e DJ Luis Guimarães”.

Além disso, Walber conta que haverá uma grande queima de fogos, show pirotécni-co e os clientes poderão desfrutar de um buffet completo com entradas, café da manhã, bebidas open bar e champanhe a noite toda. “A Casa das pedras é sofisticada e ao mesmo tempo rústica, elegante e cheia de estilo. Um espaço que consegue unir como nenhum sofisticação com rústico. Uma atmosfera que também confere um certo despojamento, o que deixa os convidados muito mais a vontade”, explica o proprietário.

Os convites para o 1º lote custam R$ 180 e o 2º lote R$ 200. Os valores podem ser parcelados no cartão. A Casa de Pedras está localizada no bairro Jardim Cerrados, pró-ximo a Avenida da Feb.

Uma faceta mais sofisticada da virada de ano ficará a cargo da Casa das Pedras, em Várzea Grande. O jovem empreendedor Vinícius Walber

é um exímio exemplo de como bom gosto e unicidade é garantia de sucesso na arte de

decorar e produzir eventos

conheço o Rio e agora vou levar meu namorado. Pre-tendemos visitar as praias famosas, restaurantes e principais pontos turísticos. Além, é claro, de participar da grande festividade na Praia de Copacabana na virada do ano”, destaca com alegria a jornalista.

Kátia Zark, 34, cor-retora de seguros e um grupo de mais 15 pessoas também escolheram a ci-dade maravilhosa do Rio de Janeiro para passar o fim de ano. A preferência pela cidade ocorreu pela grande festa de Ano Novo e show pirotécnico que acontece todos os anos na Praia de Copacabana. “Já pagamos as passagens áreas na agência de viagens. O pacote será desfrutado por um grupo de 15 pessoas da família durante 15 dias, com direito a uma casa alugada para esse período. Cada um desembolsou R$ 3.500,00 pela viagem, que já está paga e foi planejada com antecedência. É uma região grande e bem diversificada, com vários pontos turísti-cos”, observa a corretora.

Outro fator que in-fluencia na opção dos desti-nos para as viagens de final de ano são as promoções das companhias áreas e os preços ofertados pelas agências de viagem. Com a finalidade de atrair os clien-tes, as agências oferecem diversas formas de paga-mento que facilitam a vida das pessoas que querem viajar nessa época do ano e

não tem condições.

aGENDa LOTaDa

Para o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens de Mato Grosso (Abav- MT), Joari Proenca da Cruz, a procura dos cuiabanos pelo Rio de Janeiro ocorre de-vido uma afinidade muito grande com os cariocas. Já em relação aos estados do Nordeste, Cruz afirma que tem crescido a procura de-vido as constantes agendas de treinamentos dos agen-tes de viagens de Cuiabá.

Com base em pesqui-sas com as operadoras de pacotes, as viagens durante o réveillon devem superar a casa dos 40% de aumento. “Uma porque o brasileiro ainda não consegue fazer uma programação de seus objetivos, deixando tudo para última hora. Sendo assim, até o final de novem-bro ainda teremos vendas para diversos destinos”, explica.

Em relação a procura das rotas turísticas inter-nacionais nas agências, o presidente da Abav enfatiza que os Estados unidos é o destino mais procurado. Ele acrescenta ainda que as operadoras tem abordado muitos destinos em países onde a moeda é mais fra-ca que a do Brasil. “A da América do Sul, que tem seu potencial muito grande e esta se tornando grandes destinos também, como o caso do Peru, Argentina, Venezuela”.

Para quem ainda não programou o que fazer neste final de ano, ainda dá tempo para viajar. É o

que garante o presidente da Abav-MT. Ele frisa que é de praxe o brasileiro deixar pra última hora. “Não temos a cultura de programarmos nosso lazer no início de ano, mas ainda há tempo. Só que agora com um agravante. Quem deixou para última hora vai pagar mais caro dependendo dos destinos. O réveillon por se tratar de um evento de comemora-ção de final de ano onde a maior parte das pessoas se encontra em férias tem sua peculiaridade com um cus-to maior. Isso ocorre por-que os hoteleiros agregam valores dias de hospedagem para minimizarem os efei-tos dos impostos custeados pelo trade durante o ano. Assim, o turista consegue hospedagem de no mínimo 03 dias na rede hoteleira onde muitos agregam a

diária às comemorações do réveillon”, pontua.

aGêNCias DE viaGENs

O gerente de vendas

de lazer, da agência Bou-tique de Viagens, Omar Canavarros Jr, conta que apesar de faltarem poucos dias para o réveillon ainda há vagas para Nordeste, Caribe e Estados Unidos (Flórida). Ele esclarece que os valores dos pa-cotes custam a partir de R$ 2.500,00 e podem ser parcelados em até 10 vezes sem juros e inclui passa-gem aérea, hospedagem e seguro de viagem. Ques-tionado sobre os destinos internacionais, que às ve-zes são mais baratos que os domésticos neste período, Omar esclarece que neste período do ano na maio-ria das vezes os destinos internacionais estão com melhores preços devido às ofertas. “O réveillon é a época de viagem mais cara do ano, pois todo mundo quer passar essa data em um lugar especial.

Com voos diretos saindo de Cuiabá, a CVC Turismo, dispõe dos úl-timos pacotes para quem deseja relaxar e curtir as belezas naturais dos outros estados. É o que revelou a gerente da loja do Shopping Goiabeira, Josiane Silva. Ela comenta que a agência tem apenas fretamentos para Natal e Maceió com saídas no dia 29 dezembro. “Os paco-tes são para oito dias e é incluso passagem aérea ida/volta, sete diárias, translado e city tur. Mas houve também procura pelos passeios internacio-nais”. Apesar da grande diversidade, muitos ma-togrossenses optam em conhecer a potencialidade turística de Mato Grosso. A operadora de vendas da Interativa Pantanal comenta que os destinos mais procurados são o Sesc Pantanal, Balneário de Águas Quentes, No-bres, Jucimeira e Chapa-da dos Guimarães.

Entre as mais procuradas no reveillon estão às cidades do Rio de Janeiro, Fortaleza, Maceió, Natal e Porto de Galinhas

Vânia Costa e seu namorado Everton contam as horas para viajar para o Rio de

Janeiro

O gerente da Boutique de Viagens, Omar Canavarros

Jr, conta que ainda há vagas para o Nordeste, Caribe e

Estados Unidos

“Vamos ficar 15 dias na cidade carioca. Além dos passeios, a cidade conta

com vários pontos turísticos, diz Kátia Zark

O réveillon na Praia de Copacabana é celebrado com grande festa e atrai

centenas de turistas

Fotos: Reprodução e Facebook

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PerfilMULHER

O intrigante e encantador olhar das “Mulheres da Arte no Mundo”

Na galeria da Secretaria Estadual de Cultura em Cuiabá, uma exposição promove um surpreendente e belo encontro internacional do talento feminino nas artes plásticas

ExposiÇÃo

Da Redação

Com a curadoria do consagrado artista plástico Victor Hugo, acontece na Galeria de Artes da Secretaria Estadual de Educação (SES-MT), a exposição “Mulheres da Arte no Mundo”. A mostra reú-ne artistas plásticas do Brasil, Itália, Paraguai, Estados Unidos, México.

A iniciativa é um antigo sonho do pintor Victor Hugo, que alme-java uma oportunidade como esta para, não ape-nas destacar o talento das mulheres nas artes plásticas, mas também propiciar um momento de integração com ar-tistas de outros países para a troca de experi-ências e impressões.

A exposição exibe obras das artistas plásti-cas Marlene Kirchesch, Dani Tamara e Tanida Felipin, de Cuiabá, além de Mari Bueno, de Si-nop. Do exterior, pode-rão se apreciadas telas das artistas Glória Rami-rez e Susan Tammany, dos Estados Unidos; An-gélica Argüelles Kubli, do México e Loredana Cacucciolo, da Itália.

As telas têm em comum entre apenas a poesia e a leveza de co-res e pinceladas e cada uma das artistas tem seu modo particularís-simo de expressar-se por meio dos pincéis. Observar cada tela é mergulhar num mundo diáfano, fluído e sutil como só a alma femi-nina é capaz de criar.

Segundo o curador da exposição, o universo pictórico das oito artis-tas plásticas oferece inú-meras impressões e emo-ções ao observador, pois as telas refletem a forma original dos olhares fe-mininos sobre si mesmas e sobre suas próprias emoções que são ora delicadas, ora apaixo-nadas, outras vezes ir-rompem pela realidade, pelo erotismo para, logo em seguida, mergulha-rem profundamente na pisque e no misticismo. Em fim, um mundo de encantamento, vibrante, misterioso e doce como são todas as mulheres.

Marlene Kirchesch – Natural do Paraná. Vive em Mato Grosso desde 1981. Iniciou-se na pin-tura assinando como Marlene Cazarin (sobrenome de casada que deixou após divorciar-se). Já participou de exposições Nacionais e Internacionais e recebeu vários prêmios em Mato Grosso, Goiás, entre os quais o Prêmio Naïf do Brasil, que arrebatou duas vezes na Bienal Internacional de Piracicaba, (1992/1994).

Dani Tamara - Dani Tamara, natural de Cuiabá. Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Cuiabá – UNIC. Durante o curso de graduação teve seu primeiro contato com a arte. Estudou História da Arte e desco-briu um mundo do qual ainda não conhecia. Fez em 2001, um curso de dese-nho e pintura no ateliê da artista plástica Fátima Correa, em Cuia-bá - MT, onde experimentou criar suas pri-meiras obras em óleo sobre tela. Entre os anos 2007 e 2008, a artista plástica desenvolveu seus trabalhos em casa. Em 2010 fez sua primeira exposição individual: “Mente vazia, alma colorida”. Reside atualmente no Rio de Janeiro.

Tanida Felipin - Na-tural de Mandaguaçú (PR) mora em Cuiabá desde 1984. Em 2004, após iniciar-se nas artes plásticas, realizou sua primeira exposição individual “Entre Árvores”. Filiada à Associação Cuiabana de Belas Artes (Acubá), tem realizado des-de então, exposições coletivas e individuais que consolidaram seu nome entre as grandes pintoras mato-grossenses.

Mari Bueno - Natural de Marechal Cândido Ron-don (PR), reside em Sinop desde 1979. Iniciou na pintura aos 12 anos de idade e durante estes anos de-senvolveu uma técnica própria com o uso de vários materiais. Pinta telas com temáticas ama-zônicas e sa-cras. Ganhou o mundo com 18 premiações em exposições no Egito, Estados Unidos, Alemanha, Suíça, Itália, Inglaterra e até no Museu do Louvre, na França, onde realizou duas exposições, em outubro de 2010 ganhou menção honrosa com o trio de telas Ele-mentos da Amazônia e em 2011 com a tela São Francisco. Em 2012 ganhou Menção Especial da Academia Anglo-italiana de Arte durante o Prêmio Internacional de Arte Chianciano 2012, realizado do Museu de Chianciano, em Siena, na Itália.

sERviçO:

A Exposição “Mulheres da Arte no Mundo” fica aberta até o próximo dia 19, na Galeria de Arte da Secre-taria Estadual de Educação (SES-MT).

End.: Avenida Getúlio Vargas –

Centro – Cuiabá (MT)Horário: Das 13:00 às 18:00

A exposição exibe obras das artistas plásti-cas Marlene Kirchesch, Dani Tamara e Tanida Felipin, de Cuiabá, além de Mari Bueno, de Sinop. Do exterior, poderão se apreciadas telas das artistas Glória Ramirez e Susan Tammany, dos Estados Unidos; Angélica Argüelles Kubli, do México e Loredana Cacucciolo, da Itália.

As Artistas Brasileiras

A iniciativa é um antigo sonho do pintor Victor Hugo, que almejava uma oportunidade não apenas para destacar o talento das mulheres nas artes

plásticas, mas também propiciar um momento de integração com artistas de outros países para a troca de experiências e impressões

Angélica Aguelles Kubli Tanida Felipin

Marlene Kirchesch

Dani Tamara

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Inquérito policial aponta assalto e elimina tentativa de homicídio

Caso minERaÇÃo manEY

Valdinei Mauro de Souza, o Ney, promete pagar advogado para acusado O Portal de Notícias de Itaituba

A polícia civil de Itaitu-ba (PA), sob o comando do delegado José Dias Bezerra e com apoio do Núcleo de Apoio à Investigação (NAI) de Santarém concluiu o inquérito policial sobre o assalto da Mineração Maney em Crepurizinho, ocorrido no dia 12 de setembro deste ano.

Em entrevista a nossa reportagem, o delegado relatou que a Polícia Civil já concluiu o inquérito policial sobre o assalto a mineração Maney. Segundo Bezerra, o que realmente aconteceu foi um assalto. O delegado dis-se ainda que os assaltantes receberam a informação de que havia certa quantidade de ouro no local para ser transportado. De posse da informação, os assaltantes foram para roubar o ouro. Porém, algo saiu errado. Não havia a quantidade de ouro que lhes fora re-passado. Um dos homens manuseou a arma de forma errada e a mesma teria dis-parado acidentalmente em duas pessoas que estavam no local.

Para fugir, eles seques-traram o avião que foi levar o empresário dono da mi-neração Maney, Valdinei Mauro de Souza, o Ney, e fugiram para Jacareacanga e depois conseguiram varar pela mata para o Apuí no Amazonas.

Um dos assaltantes, José Mariano dos Santos, o “Paulão”, foi preso na cida-de do Apuí no Amazonas. Com a prisão de “Paulão” , a polícia começou a escla-recer o assalto. Segundo “Paulão”, ele foi recrutado por Antônio Adão da Silva Costa, Luiz da Silva Costa e Rubervaldo da Silva Brito, vulgo “Gordinho”, para re-alizar o assalto. Em entre-vista à imprensa de Itaituba, “Paulão” confirmou que a intenção era roubar o ouro e não de matar o empresário com foi dito por algumas pessoas. O delegado disse também que já solicitou a prisão dos três assaltantes que estão foragidos e que eles poderão ser presos a qualquer momento. Com a conclusão do inquérito, a Polícia Civil afasta qualquer possibilidade de tentativa de homicídio e sim assalto.

O NOvO “RaMBO” DO PaRÁ OU O “BEiRa-

MaR DO OURO”

O empresário de mi-neração Valdinei Mauro de Souza, também conhe-cido em sua cidade natal, Cuiabá, de Ney-Mar, numa referência ao criminoso Fernandinho Beira-Mar, vem se tornando o “terror” dos garimpos do sul do Pará. Suas ações policialescas en-volvem tiros, roubos, assal-tos, mortes e envolvimentos com políticos poderosos do Estado vizinho.

Nei ou Ney-Mar iniciou sua carreira negociando pequenas quantias de ouro até se arriscar de vez nos ga-rimpos do sul de nosso Es-tado. Acumulando dívidas e fracassos, Ney retornou descapitalizado para sua ci-dade natal. Tempos depois, se associando ao empresário Filadelfo Dias, Ney retornou

ao garimpo de Crepurizinho, distrito de Itaituba. Calçado na credibilidade de seu ex--sócio Filadelfo, Ney aos poucos foi recuperando o crédito e se tornando uma pessoa “respeitável”. Porém, não demorou muito para que ele mostrasse suas gar-ras e sua imensa ambição.

ROUBO Na aPURaçãO

Valdinei de Souza, o Neizinho Beira-Mar, mon-tou um esquema de desviar ouro de seus sócios mani-pulando o resumidor Luiz Benedito Pereira Marinho lhe oferecendo um monte de benefícios como casa, carro e terrenos. Vendo que Ney não cumpriria nada do combinado, Luiz Benedito pulou fora do esquema, recusando-se a “prestar” esse tipo de serviço.

Um desses roubos se dava no garimpo Casa de Pedra, em Cuiabá. A aquisi-ção deste garimpo é alvo de investigação do Ministério Público Federal, onde figura como réu o Ney e seu sócio e atual prefeito de Cuiabá Mauro Mendes.

Sem o conhecimento de Ney, seu sócio Mauro Mendes instalou câmera nas salas e flagrou Luiz Benedito roubando. Mendes ameaçou chamar a polícia, mas Ney interviu e disse apenas para mandar Luiz embora. Se sentindo abandonado e com fama de ladrão, Luiz resol-veu abrir o bico e passou a sofrer uma série de amea-

ças que só cessaram depois que ele fez um boletim de ocorrência. “Eu só cumpria ordens, o verdadeiro ladrão é o Ney”, declarou Luiz à polícia e a imprensa local.

assaLTO Da JURiCaBa

As extrepolias de Nei-zinho Beira-Mar, que co-meçaram por aqui no nosso estado, continuaram em Mato Grosso. Mais precisa-mente na cidade de Várzea Grande. Segundo relatos de jornais locais e da Polícia de Mato Grosso, em abril de 2012 houve uma tenta-tiva de assalto no garim-po da Juricaba, a poucos quilômetros do centro da cidade. Ney chegava ao ga-rimpo acompanhado de um terceiro sócio, Wanderlei, da empresa de construção Trimec, quando teve seu carro alvejado por vários disparos de tiros de pisto-las. Ney e Wanderlei sa-íram ilesos, por coinci-

O empresário de mineração Valdinei Mauro de Souza, o Ney, vem se tornando o “terror” dos garimpos do sul do Pará. Suas ações policialescas envolvem tiros, roubos, assaltos, mortes e envolvimentos com políticos poderosos do Estado vizinho

Luiz Benedito Pereira Marinho: eu só cumpria ordens, o verdadeiro ladrão é o Ney

issoenoticias

dência, uma das dezenas de coincidências. Ney ha-via comprado um veículo blindado dois dias antes do episódio. A polícia investi-gou a fundo e várias contra-dições surgiram durante o inquérito. Fontes da polícia de lá indicam que tudo não passou de uma armação com intuito de incriminar seu ex-sócio Filadelfo Dias, pois o mesmo estava reve-lando as falcatruas de Ney nas rodas de empresários em Cuiabá, inclusive sua “parceria” com Luiz Be-nedito.

Um terceiro elemento surgiu neste episódio, dig-no dos melhores folhetins policiais, reforçando as acusações contra Neizi-nho Beira-Mar. Trata-se do senhor Itacir, que foi outra vítima do “Rambo” pantaneiro. Itacir chegou ao ponto de solicitar, atra-vés de seu advogado Bento Filho, o serviço de proteção a testemunhas, pois em seu depoimento a polícia declarou que tudo havia sido armação de Valdinei, e que ele, Itacir, havia ini-cialmente colaborado em troca de dinheiro. Temen-do por sua vida e de seus familiares, pelas sucessivas ameaças de Ney, Itacir foi até Brasília pedir proteção, pois quando solicitou pro-teção ao Ministério Público de Mato Grosso lhe foi negado. Só aí Itacir tomou ciência da força de Ney e de suas ligações políticas. A negativa do Ministério Público de Mato Grosso foi alvo de denúncia por parte da imprensa, sendo

questionado publicamente.assaLTO DO

CREPURiziNHO

Valdinei Souza, que merecidamente vem sendo

chamado de Ney-Mar, não se cansa de envolver-se em confusão, e das brabas. Ago-ra no mês de setembro, Ney, novamente ele, se envolveu em outro assalto. Agora aqui na nossa cidade, no distrito de Crepurizinho. A aeronave fretada pelo empresário, da Pena Táxi Aéreo, ao pousar na pista do garimpo do

Crepurizinho foi abor-dada por três homens for-temente armados. Ney estava desembarcando e, coincidentemente, conse-guiu escapar. Os demais que estavam na aeronave foram rendidos. Os assaltantes queriam ouro, e tinham a informação que lá haveria mais de dois quilos. No meio da abordagem um dos

assaltantes disparou e acer-tou um dos passageiros, que veio a falecer dias depois. Ney tentou, mais uma vez, se fazer de vítima, berrando aos quatros cantos que tinha sido alvo de tentativa de homicídio. Inquérito da po-lícia local descarta qualquer possibilidade de tentativa de homicídio.

LiGaçõEs PERiGOsas

Valdinei Mauro de Souza, tendo em vista os inimigos que constituiu ao longo do caminho, procura sempre se aproximar de pes-soas poderosas. Associou-se ao prefeito de Cuiabá Mauro Mendes e ao governador de Mato Grosso Silval Barbosa. Segundo a imprensa local, Ney se tornou uma pedra no sapato dos dois, pois além da desconfiança há o fato dele estar sempre envolvido em casos “estranhos”. Hoje o empresário é evitado e tratado com muita reserva. Mauro e Silval evitam tirar fotos ao seu lado e escondem suas sociedades com ele, como foi na compra do jato Premier prefixo PR-VMD que pertencia ao apresen-tador global Luciano Huck. A aeronave, que custou 7,5

milhões de dólares, está no nome da Maney minerado-ra. O prefeito e o governador negam publicamente a so-ciedade. Os negócios nada republicanos de Valdinei com figuras poderosas do meio político fizeram destes um refém do Fernadinho Beira-Mar pantaneiro, ao menor sinal de abandono Ney ameaça delatar a todos. Sua teia de proteção já inclui até um senador, que teria estreita ligação com o Minis-tério Público. (Fonte: Folha do Oeste e Blog d o Rodrigão)

Ney comprou o jato Premier prefixo PR-VMD que pertencia ao apresentador global Luciano Huck. A

aeronave, que custou 7,5 milhões de dólares, está no nome da Maney mineradora

airplane pictures

Hoje o empresário Ney é evitado e tratado com muita reserva. O prefeito de Cuiabá Mauro Mendes evita tirar fotos ao seu lado e esconde suas sociedades com ele

Reprodução

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Desafios diários da profissão carteiro

aTiviDaDE posTaL

Em todo Estado são mais de 600 carteiros. Só em Cuiabá são mais de 10 agências de Correios que entregam 180 mil ob-jetos por dia

Juliana RadelDa Redação

Uma das profissões mais antigas, o carteiro sempre foi fundamental por realizar a comunicação entre as pessoas. A pé, debaixo de chuva ou sol, de fato é um trabalho que exige muita disposição, pois andar quilômetros todos os dias car-regando grandes bolsas com cartas e documentos, exige bom preparo físico.

Embora as pessoas se co-muniquem pela internet e esta tecnologia facilita o trabalho dos carteiros, a profissão con-tinua sendo fundamental para a sociedade, pois algumas cor-respondências não podem ser enviadas por este meio. São boletos bancários, contas de telefone, água e luz e objetos que as empresas e órgãos públicos necessitam encaminhar aos seus correspondentes.

O trabalho do carteiro vai além de andar por ruas sem asfalto, becos, vielas e enfrentar cães no caminho. Começa logo cedo quando chega à unidade do correio, lá o carteiro dá início a uma triagem. É o que conta Licardino Rosa que tra-balha no ramo há dois anos. “Quando chegamos ao trabalho consultamos tudo o que deve ser entregue no dia. Descarregamos a Van, fazemos toda a separação das correspondências e isto é um trabalho demorado. Após toda a separação é que vamos às casas entregar as correspon-dências”.

De acordo com Licardino, a maior dificuldade para entregar as cartas é a falta de número nas casas. “Se seguissem a norma seria ótimo, facilitaria muito o nosso trabalho. A norma diz que do lado direito das ruas ficam os números ímpares e

do lado esquerdo os números pares em ordem crescente ou decrescente, mas existem os “números furados”. Alguns moradores mudam os números e isso prejudica nosso serviço”.

Além da desordem dos nú-meros, outro problema relatado são as ruas que, por muitas ve-zes, possuem vários nomes para um mesmo lugar. Vale lembrar que é obrigação da prefeitura si-nalizar as ruas adequadamente.

“Tem um caso engraçado. Existe uma casa que o número é 32, mas o morador colocou o número 33 porque ele diz que é o número da sorte dele. Tem outro caso que é uma rua que possui quatro nomes. Procurar o endereço certo atrasa nosso serviço”, conta Licardino.

Para o carteiro Elzito Gus-mão, que trabalha há sete meses na profissão, outra dificuldade são os moradores que colocam

a caixinha de correspondência embaixo do cesto de lixo nas ca-sas. “Geralmente o chorume cai dentro da caixinha de correio, é um cheiro forte. Além disso, tem muitas caixinhas que possuem uma grade na frente, como não podemos dobrar a correspon-dência fica complicado deposi-tar o objeto na caixinha. Muitas vezes temos que colocar a mão por dentro da cerca, mas se tem cachorro, é pior ainda”.

Elzito diz que a profissão carteiro pode ser comparada ao serviço doméstico. “É um trabalho invisível. Ninguém vê ou dá valor, mas é um trabalho importante como qualquer ou-tro. Existem muitas dificuldades no nosso trabalho. Já tivemos colegas de trabalho que foram assaltados, mordido por um cão, que caiu da bicicleta. São raros estes acontecimentos, mas já ocorreram”.

O MELHOR aMiGO DO HOMEM E O PiOR iNiMiGO

DOs CaRTEiROsO diretor regional adjunto

dos Correios de Mato Grosso, Dilson Antônio Leocadio Rosa, conta que uma das principais preocupações na entrega das correspondências é o cachorro. “É por isso que nós pedimos aos nossos clientes, principalmente naquele momento que o carteiro está passando nas residências, prender o animal para evitar que o cão ataque o funcionário”.

Outra precaução tomada pelo correios é quando um carteiro relata que existe um

cachorro que pode ser perigo-so. “Encaminhamos uma carta para o morador comunicando sobre a possível ameaça”, relata o diretor adjunto.

Segundo Leocadio, em Cuiabá e no interior não existe nenhum bairro com restrição de entrega, apesar da existência de bairros com invasões. Todos os clientes são atendidos. “O que na realidade atrasa são as ruas que não tem nome, não tem número nas casas, que não são reconhecidas pelo poder público municipal”.

EQUiPaMENTOs E sEGURaNçaTanto para o período de ca-

lor como para o período de chu-va, todos os carteiros recebem: capa de chuva, boné, protetores solar e labial, óculos de sol, gar-

rafa d´água e uniforme. “Todos os equipamentos são adequados e fornecidos pela empresa para facilitar o trabalho do carteiro”, explica Leocadio.

O diretor regional adjunto dos Correios destaca o papel fundamental dos órgãos muni-cipal, estadual e federal na exe-cução de ações para melhorar a segurança e agilidade do serviço dos carteiros.

“Se os órgãos responsá-veis dessem condições em re-lação à segurança do trajeto do carteiro, no sentido dele não ser assaltado, como também dar condições nas ruas e nos bairros que estejam asfaltados ou em condições que o cartei-ro possa entrar e não esteja coberta por mato a realidade seria outra. Com certeza essas iniciativas ajudariam na entre-ga das correspondências”.

Para Licardino Rosa que trabalha como carteiro há dois anos a maior dificuldade é a falta de número nas casas

O diretor regional adjunto dos Correios de Mato Grosso, Dilson Antônio Leocadio Rosa, conta que uma das principais

preocupações na entrega das correspondências é o cachorro

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Brasileiros são cautelosos no uso excessivo da

tecnologia

ecOnOMia

Empreender requer mais do que confiança

UnivERsiTáRios BRasiLEiRos

Estudantes que desejam abrir um negócio próprio buscam autonomia, liberdade pessoal e aumento da renda

Da Redação

De acordo com a pesquisa do Instituto Empreender Ende-avor, os universitários brasileiros são extremamente confiantes quanto a suas capacidades pes-soais, mas quando perguntados sobre características técnicas necessárias para abrir uma em-presa não se sentem tão seguros. Os estudantes consultados não se preocupam em estudar, ler livros, conversar com outras pessoas ou buscar informação sobre como iniciar um negócio.

Autonomia e liberdade pes-soal são os principais objetivos dos universitários brasileiros que decidem abrir um negócio. O aumento da renda também está entre os fatores mais im-portantes para a maioria dos 6 mil jovens de 43 instituições de ensino do país que responderam

Proatividade é essencialQuase todas as universidades analisadas ofe-

recem algum curso voltado ao empreendedorismo, mas somente quatro entre 10 universitários já fize-ram pelo menos uma disciplina relacionada ao tema. O universitário deve participar de atividades exter-nas às aulas, como entidades estudantis e estágios.

Pesquisa ouviu 6.215 alunos de 43 instituições de Ensino Superior no Brasil

Reprodução

a pesquisa elaborada pelo Ins-tituto Empreender Endeavor Brasil. A possibilidade de ser seu próprio patrão é o desejo de 60% dos entrevistados. Entre os consultados, entretanto, ape-nas 8,8% são donos da própria empresa atualmente. Entre os obstáculos que atrapalham a concretização dos planos es-tão a falta de planejamento e de capacitação. Conforme o levantamento, somente 44,2% dos potenciais empreendedores cursaram uma disciplina que ajude nesse caminho.

Dados do Global Entre-preneurship Monitor (GEM) comprovam: a maioria das em-presas com até três anos e meio é capitaneada por pessoas na faixa dos 25 aos 34 anos.

Para driblar a inexperiên-cia, buscar apoio de pessoas em quem se confia pode ajudar. O estudo endossa a importância da família nessa escolha. Para 60,2% dos universitários, a opinião dos pais é considerada “importante” ou “extremamen-te importante”. Fonte: Endea-vor Brasil

Acertando as contasBrasileiros pretendem gastar menos com presentes neste Natal, mostra pesquisa

No entanto, apresentam otimismo em relação à inovação

pRioRiDaDE pERfiL

Da Redação

Os brasileiros estão mais preocupados em pa-gar dívidas do que fazer compras com o 13º salário neste ano. A meta tam-bém é gastar menos com os presentes deste Natal. Pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administra-ção e Contabilidade (Ane-fac) mostra que 62% dos consumidores pretendem acertar suas contas — no ano passado, esse era o desejo de 61% das pessoas.

O levantamento ve-rificou que 77% dos en-trevistados têm dívidas

contraídas no cheque es-pecial ou no cartão de crédito. A disposição de usar o salário extra para comprar presentes foi ex-pressa por 14% das 612 pessoas ouvidas em outu-bro, dois pontos percen-tuais a menos do que em 2012. Para a entidade, esse dado demonstra maiores dificuldade e preocupa-ções com os gastos neste ano. Uma prova disso é a intenção de fechar a car-teira na hora das compras. No ano passado, 24% dos entrevistados pretendiam gastar mais de R$ 500 em presentes. Agora, esse percentual caiu para 20%.

Houve queda de 25% no número de consumidores que pretende gastar entre R$ 1 mil e R$ 2 mil neste fim de ano. A maioria dos consumidores (81%) uti-lizará o cartão de crédito para as compras de Natal.

Há três anos a pesqui-sa vem mostrando uma mudança nos hábitos de consumo. Os brinquedos perdem espaço — passou de 65% em 2011 para 53% neste ano. Segundo a Ane-fac, isso pode ser atribuído à mudança de hábitos de consumo do público in-fantil, que vem preferindo cada vez mais produtos eletrônicos e celulares.

O levantamento verificou que 77% dos entrevistados têm dívidas contraídas no cheque especial ou no cartão de crédito

Reprodução

De uma forma geral, o brasileiro acredita no poder da tecnologia em gerar um impacto positivo

Da Redação

Nove em cada 10 brasileiros acreditam que a tecnologia torna sua vida mais fácil e que a inovação tecnológica tem um efeito positivo na sociedade (95%, con-tra 84% da média glo-bal). Os dados são de um estudo encomendado pela Intel à Penn Scho-en Berland. Conforme a pesquisa, os brasileiros também estão muito oti-mistas com o futuro da indústria local de tecno-logia (92%, contra 69% na média global) e um em cada três brasileiros acreditam que o Brasil está no caminho certo para se tornar um líder mundial em inovação.

Embora o otimismo

do país esteja mais ali-nhado com os mercados emergentes, o Brasil também apresenta uma característica em co-mum com as economias mais desenvolvidas – em especial a descon-fiança em compartilhar informações pessoais para ajudar a criar tec-nologias inovadoras. Por exemplo, 51% dos brasileiros disseram não se sentir confortáveis em deixar empresas acessarem informações bancárias para criarem tecnologias e serviços inovadores, contra 39% na China, 21% na Índia e 28% na Indonésia.

Outros países que apresentaram alto ín-dice de confiança na tecnologia e na indús-

tria local são economias emergentes como Índia (98%), Indonésia (86%) e China (84%). Os Esta-dos Unidos são o único país desenvolvido entre os pesquisados que de-monstrou alto índice de confiança na indústria – 88%.

Onde buscar infor-mações

— O Sebrae oferece cursos e consultorias aos interessados em come-çar a empreender. O site traz informações para quem quer abrir e im-pulsionar o seu negócio.

— O portal Ende-avor Brasil apresenta vídeos e artigos sobre negócios, passando por temas que vão desde recursos humanos a investimentos.

Reprodução

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“O fornecimento sempre tem falhas. O que nunca falha é a

conta no final do mês”

CaB CUiaBá

Moradores se queixam do desabastecimento e da falta de pressão nos canos

Regina BotelhoDa Redação

O aposentado Brides Pin-to Magalhães, 62, residente há 22 anos no Jardim Eldo-rado enfrenta a falta de água em sua casa. Segundo ele, o fornecimento vem dia sim dia não e não tem horário certo. “A água chega durante duas horas e muitas vezes não tem força para subir nas caixas. Com a ex-Sanecap ou CAB, o serviço segue a mesma porcaria. Quando falta, conta-mos com ajuda e socorro dos nossos vizinhos”. Atualmente 50% da capital conta com fornecimento de água de for-ma regular e a outra metade recebe atendimento inter-mitente. A estudante Letícia Monique Ferreira, 17, mora no Jardim Itamarati II. Em sua residência, sete pessoas dependem do líquido precio-so. Com insatisfação, é mais uma cuiabana que aumenta a lista de reclamações contra a

CAB Cuiabá. “É revoltante a qualidade dos serviços pres-tados pela concessionária. O fornecimento é irregular e a água está sem condições de consumo, suja e imprópria para o preparo das refeições e para lavar as roupas”, disse a estudante. Conta que recente-mente precisou desembolsar R$ 80 com a compra d’água do caminhão pipa.

O comerciante Gregório Arruda, 52, do Planalto, reve-lou que uma parte do bairro ficou durante uma semana sem uma gota d’água. Com três reservatórios, ele e sua família passaram péssimos momentos, devido ao forte ca-lor da cidade. “Ao ligarmos na concessionária de água fomos informados que havia ocorrido um problema na rede e que em breve seria solucionado. Conseguimos durante esse período de ausência, alguns ca-minhões pipas da empresa que foram disponibilizados porque

conheço um servidor que tra-balha na CAB. Caso contrário, teríamos que comprar. Essa situação é insustentável”.

Aparecida Santos Silva, 54, aposentada é moradora do Jardim Paulista. Ela expôs que o fornecimento foi suspenso desde o último dia 9 e até o momento não foi solucionado. “Estou cansada de esperar por providências. Os serviços domésticos estão acumulados. Estamos tomando banho de balde. O fornecimento sempre tem falhas. O que nunca falta é a conta no final do mês. Um absurdo essa situação”, argu-menta a aposentada.

No bairro Coophamil, o presidente da Associação de Moradores, Edvaldo Cunha Profeta, expõe que o problema da falta de abastecimento de água na região, existe há mais de dois anos. Ele alega que constantemente são feitas re-clamações, mas que a situação não melhora e a comunidade

não recebe explicações sobre o que tem ocasionado a falta d’água.

OUTRO LaDOA assessoria de imprensa

da CAB Cuiabá informou, por meio de nota, que no Coophamil a falta de água foi causada por um problema eletromecânico na bomba que pressuriza água para o reservatório do bairro, oca-sionando a intermitência e falta de pressão na rede de distribuição. Segundo a as-sessoria, a concessionária já tomou providências para cor-rigir o problema na bomba e regularizar o abastecimento.

Em relação aos bairros Planalto, Jardim Itamarati e Jardim Eldorado, a falta de fornecimento ocorreu em fun-ção das chuvas de terça-feira (12/11). Ainda segundo a nota, a ETA Tijucal passou por uma parada para limpeza da capta-

ção, que ficou obstruída com a sujeira trazida pela correnteza do Rio Coxipó. “Com essa pa-rada, o abastecimento a vários bairros atendidos pela estação ficou prejudicado, pois quando a distribuição de água é resta-belecida leva um período de 12 a 24 horas para recuperar a pressão. Daí, o registro de falta de água nesses bairros. Contu-do, o abastecimento está sendo normalizado”. Já a ausência

no fornecimento no Jardim Paulista se deve por uma falha ocorrida na segunda-feira, 11, na rede de energia elétrica que ocasionou a parada da capta-ção de água e da estação de tratamento que atende a região do Jardim Paulista. Com isso o abastecimento ficou preju-dicado, sendo necessário um período de até 24 horas para recuperar a pressurização da rede de distribuição de água.

O aposentado Brides Magalhães ressalta que a falta de fornecimento é frequente em seu bairro

Segundo Letícia Ferreira, a água que chega às torneiras é suja e imprópria para o consumo

Gregório Arruda, do Planalto, disse indignado que uma parte do bairro já ficou sem uma gota d’água durante uma semana

Falta de água persiste nos bairros de Cuiabá

Fotos: Regina Botelho

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Silval apresenta interior do VLT e mostra otimismo com

o andamento das obras

vLT CUiaBá/váRZEa gRanDE

Governador aproveitou para fazer uma espécie de balanço de todo o processo de construção do VLT, que se desenvolve em diversas frentes de trabalho

Da Assessoria

O governador Silval Barbosa (PMDB) visitou o pátio de estacionamento e manobras do veículo leve sobre trilhos (VLT), loca-lizado em Várzea Grande, nas proximidades do Ae-roporto Marechal Rondon, e conheceu o interior da primeira composição que já está em testes. O trem chegou há poucos dias em Cuiabá e está montado e assentado sobre os trilhos de uma das 12 pistas de ma-nobras construída no local.

Silval Barbosa foi in-formado na manhã de terça--feira (12.11) que o conjunto vai passar primeiramente por testes estáticos, os mesmos que foram feitos na fábrica antes de serem embarcados, na Espanha. Posteriormente, com a conclusão do assenta-mento dos primeiros quilô-metros de trilhos, as compo-sições serão submetidas aos testes dinâmicos.

“Me vi andando no VLT”, confessou o governador após conhecer o interior dos va-gões. Ele complementou que o VLT é um transporte de qualidade, moderno e, en-quanto outras capitais ainda estão buscando solução para o transporte público, nós começamos a trabalhar em 2010 e planejamos para 2014. Se outros estão debatendo, nós já achamos soluções, em parte, para o nosso pro-blema, em um trecho de 22 quilômetros, que é bastante interessante”, referindo-se à população em torno dos dois trechos que será atendida pelo novo modal.

Silval aproveitou para fazer uma espécie de ba-lanço de todo o processo de construção do VLT, que se desenvolve em diversas fren-tes de trabalho. Ele iniciou lembrando que o volume de obras torna a construção diferenciada e complexa. No local, só na área do pátio de estacionamento onde será implantado o Centro Admi-nistrativo Operacional, serão construídos 10 quilômetros de trilhos. Outros 90 quilô-metros de trilhos permanen-tes já estão prontos sendo transportados para o Brasil. E chegam ainda neste ano para serem assentados.

Para a celeridade da implantação do VLT, as ações se desenvolveram em várias frentes: umas cumprem com a remoção de adutoras, ou-tras mudam as fibras óticas instaladas, outras, ainda, cuidam da retirada dos pos-tes de energia elétrica, e há ainda o trabalho na linha de montagem, na elaboração dos pré-fabricados para se-rem usados em obras de artes (viadutos e pontes). Todo este processo ocupou mais de 1.400 homens. Alguns tre-chos, segundo o governador, já tiveram a base concluída e estão só esperando a chegada dos trilhos permanentes para serem assentados. Isso sem falar nas peculiaridades de se construir no perímetro urba-no, que envolve desapropria-ções e questões ambientais e na área de preservação do patrimônio histórico. “Eu, contudo, faço uma avaliação bastante positiva do anda-mento da obra. Isso sem falar que esta é a primeira obra de

Do sonho à realidadeO Governo do Estado avança em mais uma etapa na

construção do Veículo Leve sobre Trilhos em Cuiabá. “A chegada da primeira composição do VLT é parte de um pro-cesso muito maior, que inclui obras de mobilidade urbana como trincheiras e elevados. “Os projetos estão acontecendo, é uma construção. O que chegou hoje é parte deste projeto. Ao todo serão 280 vagões percorrendo a capital”, destaca o governador Silval Barbosa. Sete módulos formam a primeira composição. De acordo com a Secretaria-Extraordinária da Copa do Mundo Fifa 2014, do total de 40 composições 25 já estão prontas para serem enviadas a Cuiabá. Os próximos vagões do VLT devem desembarcar no Brasil na primeira quinzena de dezembro. Este é o primeiro VLT movido à energia elétrica da América Latina e irá beneficiar mais de um milhão de habitantes da região metropolitana da capital.

Silval e comitiva conferem a chegada do futuro no transporte público

“Me vi andando no VLT”, confessou o governador após conhecer o interior dos

vagões

O ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, disse que Cuiabá tem o melhor projeto de legado entre todas as cidades-sede da Copa do Mundo de 2014

Regime Diferenciado de Con-tratações em que o projeto integra também a obra para ser executados pelo consór-cio”, disse.

O engenheiro Ricardo Sanches, gerente comercial da CAF Brasil, a empresa construtora dos vagões, fez uma distinção do VLT que está sendo implantando em Cuiabá e Várzea Grande de outros que existem em outras partes do país. Os modais daqui são o último modelo que estão saindo da linha de montagem da CAF na Espa-nha, e estão sendo instalados na França e Mato Grosso. Outros tipos de VLT em ope-ração, segundo o engenheiro, por exemplo, são movidos a óleo diesel, e o sistema de operação não é totalmente informatizado. “É como se comparar um fusca com um Mercedes Benz”, disse.

“aNTEs DO PRiMEiRO JOGO,

JÁ MaRCOU O PRiMEiRO GOL”

O VLT, além de todas as obras de artes – trincheiras, viadutos e pontes – contará com 33 estações de embar-que e desembarque e três terminais de integração, loca-lizados nas extremidades do trecho e uma estação diferen-ciada no bairro do Porto, para integração com o transporte coletivo.

O sistema terá ao total 40 conjuntos, para atender os dois eixos, e cada composição tem a capacidade para trans-portar 400 passageiros. Cada veículo pode alcançar até 120 km/h, mas o de Cuiabá-

-Várzea Grande será regulado para alcançar a velocidade máxima de 60 km/h. Projeta--se que cada composição vai completar a viagem de uma extremidade à outra em 90 minutos, numa velocidade média de 30 km. Dos 40 trens, 25 já estão prontos na fábrica na Espanha. Quatro estão em navegação rumo ao Brasil. Até o final de abril todos os veículos estarão em Mato Grosso.

O ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, que desembar-cou em Cuiabá, para partici-par do Fórum Mundial Indí-gena, visitou acompanhado do governador Silval Barbosa o VLT e disse que Cuiabá tem o melhor projeto de legado entre todas as cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. “Essa é a avalição que ouvi da própria Fifa, quando fez a primeira visita. Cuiabá é um canteiro de obras, antes do primeiro jogo, já marcou o primeiro gol”, disse.

Acompanharam o go-vernador o deputado José Riva, Hermínio J. Barreto, Airton Português e Pedro Satélite; os secretários Pedro Nadaf (Casa Civil) e Carlos Rayel (Comunicação).

Josi Pettengill/Secom-MT

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FenaPRF consegue apoio para aprovação da PEC do Adicional Noturno

BEnEfíCio

A proposta visa assegurar o direito aos policiais rodoviários federais e demais categorias que integram os órgãos de segurança pública, além de beneficiar também as carreiras do funcionalismo público que são remuneradas por subsídioDa RedaçãoC/ Assessoria

O presidente da Fede-ração Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (Fe-naPRF), Pedro Cavalcanti, se reuniu em Brasília (DF) com o Deputado Federal, Jovair Arantes (GO), líder do PTB na Câmara. O ob-jetivo foi pedir apoio para que a Proposta de Emenda à Constituição nº 339/09 – PEC do Adicional Noturno – seja inclusa na pauta de votação do Plenário.

Representantes dos Sindicatos do Rio Grande do Sul e de São Paulo estiveram presentes no Congresso Nacional acompanhando a Diretoria Parlamentar da FenaPRF, e

conseguiram sensibilizar vários parlamentares, inclusive outras lideranças partidárias, sobre a importância da PEC

339/09

A FenaPRF explicou para Jovair Arantes que a proposta é de autoria do deputado Vicentinho (PT/SP), e que visa assegurar o direito ao adicional noturno aos policiais rodoviários federais e demais categorias que integram os órgãos de segurança pública, além de beneficiar também as carreiras do funcionalismo público que são remune-radas por subsídio. Foi informado ao líder do PTB que uma Comissão Especial já analisou a proposta e

aprovou o texto substitutivo apresentado pelo relator, o deputado Manoel Junior (PMDB/PB), portanto a PEC já se encontra em con-dições de votação.

De acordo com Jovair Arantes, que assinou o re-querimento coletivo de lideranças partidárias em favor da proposta, o PTB está a favor da PEC e vai contribuir para o andamen-to dos trabalhos. “Podem contar com nosso apoio”, assegurou.

Conforme defendeu o

Assessoria PRF

PRF EM Ação.22, além de 900 munições.

O condutor afirmou que era colecionador e que teria comprado o armamento no Paraguai. Ele foi preso e encaminhado para a Polícia Federal de Dourados.

A Polícia Rodoviária Federal realizou a Operação Jaspion, com o objetivo de combater os abusos de pi-lotos de motos de alto desempenho na BR-060, entre Brasília e Goiânia. Na ocasião, um condutor foi flagrado a 221 km/h. De acordo com a PRF, em vídeos postados em redes sociais, os motociclistas aparecem em motos que chegam a até 300 km/h.

DF/GO: PRF flagra motociclista a 221 km/h na BR-060, entre Goiânia e Brasília

Para flagrar o excesso de velocidade, 55 policiais participaram da operação. Ao todo, 35 motos foram re-tidas por excesso de velocidade e outras irregularidades. Além disso, cinco motociclistas foram detidos, sendo quatro deles por participar de corrida não autorizada e um por desobedecer a ordem de parada dos policiais.

Um dos motociclistas que teve a moto apreendida é o aposentado Luciano Alberto Carneiro. Segundo ele, a placa da moto tinha um problema de fabricação, e por isso uma letra estava diferente do documento. Ele nega que cometa excessos de velocidade na rodovia. “Eu sou inimigo de andar errado. E eu não ando correndo, sou motociclista, não sou motoqueiro”, afirma.

Ainda segundo a PRF, nos últimos dois anos, dez motociclistas morreram vítimas de acidentes na rodovia. Em sua maioria, os pilotos participam de grupos que viajam nos finais de semana. A operação visa diminuir os riscos não só para os motociclistas, mas também para os outros motoristas que trafegam pela rodovia.

“Aqui você tem o principal corredor do coração do país, que é Goiânia-Brasília, com a movimentação intensa e, normalmente na parte da manhã do domingo você tem famílias trafegando. Além deles [os motociclis-tas] se acidentarem, podem se envolver em acidentes e também tirar a vida de famílias”, afirma o inspetor da PRF, Newton Moraes.

Para combater esse tipo de infração a PRF tem o auxílio de quatro novos radares móveis. Os equipamen-tos flagram os veículos tanto de frente, quanto de costas, flagrando, inclusive, aqueles veículos que tiveram as motos alteradas para dificultar a visão das placas.

Conforme defendeu o presidente da FenaPRF, Jovair Arantes,“é preciso

que o Congresso Nacional entenda que o adicional noturno é um direito básico

também do servidor público, mesmo para aqueles remunerados por subsídio”

Reprodução

MT: PRF apreende 576 tabletes de maco-nha em sidrolândia

Policiais Rodoviários Federais apreenderam 576 tabletes de maconha (366,850 kg). A droga foi encontra-da no interior do veículo VW/GOLF placa de Matão/SP conduzido por um homem de 33 anos, pedreiro, morador em Campo Grande. O condutor não obedeceu ordem de parada no Posto PRF, abandonando o veículo quilôme-tros a frente, mas foi preso durante buscas as margens da rodovia. O preso informou que pegou o veículo carregado na cidade de Bela Vista/MS e seu destino seria Campo Grande/MS, pelo transporte receberia R$ 3.000,00.

A apreensão foi no KM 409 da BR 060 em Sidrolân-dia e encaminhada para Delegacia de Polícia Civil local.

Ms: PRF flagra condutor com duas pisto-las, um revólver e 900 munições

Um homem de 44 anos foi preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) com três armas de fogo e centenas de munições em Maracaju. O flagrante foi feito durante fiscalização na BR-267. De acordo com a polícia, o acusado conduzia um veículo Prisma, onde foram encontradas três armas, sendo um revólver calibre 22, uma pistola 6.35 milímetros e uma pistola

presidente da FenaPRF, “é preciso que o Congres-so Nacional entenda que o adicional noturno é um direito básico também do servidor público, mesmo para aqueles remunerados por subsídio”.

A reunião também con-tou com as presenças dos deputados federais Nel-son Marquezelli (PTB/SP), João Campos (PSDB/GO), Ronaldo Nogueira (PTB/RS), do diretor Parlamentar da FenaPRF, Renato Dias, do presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais no Estado de São Paulo (SINPRF/SP), Mar-cos Viana, e de represen-tantes da Associação dos Delegados de Polícia Fede-ral (ADPF) e do Sindicato Nacional dos Analistas-Tri-butários da Receita Federal do Brasil (Sindireceita), além de outras entidades de classe.

Representantes dos Sindicatos do Rio Gran-de do Sul e de São Paulo (SINPRF/RS e SINPRF/SP) estiveram presentes no Congresso Nacional acompanhando a Diretoria Parlamentar da FenaPRF, e conseguiram sensibilizar vários parlamentares, in-clusive outras lideranças partidárias, sobre a impor-tância da PEC 339/09.

Segundo o diretor Parlamentar da FenaPRF, Renato Dias, o empenho é contínuo. “Estamos toda semana na Câmara dos De-putados divulgando a PEC com cartazes e folders. Nos gabinetes, conversamos com os deputados e, espe-cialmente, com os líderes dos partidos para colher as assinaturas para um requerimento coletivo, en-dereçado ao presidente da Casa, deputado Henrique Eduardo Alves”, afirmou. O documento solicita que a PEC 339/09 seja inseri-da na ordem do dia para votação.

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 585 17/11 a 23/11 de 2013 15cidades

APAE recebe kit para equoterapiaTangaRá Da sERRa

Parceria com Senar-MT e Sindicato Rural permite que 98 pessoas, entre crianças, jovens e adultos com algum tipo de de-ficiência, pratiquem gratuitamente a terapia que usa o cavalo no contexto biopsicossocial e educacional

Da redaçãoC/ Assessoria

A Associação de Pais e Amigos dos Excepcio-nais (APAE) de Tanga-rá da Serra (239 km de Cuiabá) recebeu do Ser-viço Nacional de Apren-dizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT) kit para a prática de Equo-terapia. Este projeto é realizado pela institui-ção de ensino rural em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Tangará e APAE.

A solenidade de en-trega foi realizada na própria APAE e contou com a presença do vice--presidente do Sistema Famato/Senar, Norman-do Corral, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Tangará da Serra, Ricardo Daher e o coordenador da Equote-rapia da APAE de Tanga-rá, Cláudio Reina.

De acordo com o pre-sidente do Sindicato, Ri-cardo Daher, a parceria permite que 98 pessoas, entre crianças, jovens e adultos com algum tipo de deficiência, pratiquem gratuitamente a terapia, que usa o cavalo no con-texto biopsicossocial e educacional. “O projeto tem grande aceitação em Tangará. O sindicato acredita que fazer a parte social é importante tam-bém”, declarou Daher.

Para a APAE, o con-vênio com o Senar-MT e o sindicato é o que garante a realização da

Os materiais usados na terapia já estavam gastos. Os novos kits garantem a segurança do praticante

Equoterapia em Tanga-rá. “Atendemos os 265 alunos da Escola Raio de Sol e desse total 98 praticam a Equoterapia, sem o convênio não seria possível”, afirmou. De acordo com ele, os mate-riais usados na terapia já estavam gastos, os novos kits garantem a seguran-ça do praticante”.

NOvOs MaTERiais O kit é composto por

três selas australianas, três mantas para equote-rapia, três mantas brim, seis capacetes para hipis-mo, e uma placa adesiva-da do projeto. O Senar--MT já entregou Kits para os oito parceiros do projeto no Estado.

O atendimento equo-terápico só poderá ser

iniciado mediante pare-cer favorável em avalia-ção médica, psicológica e fisioterápica. Com en-caminhamento médico, a APAE realiza a avaliação. Para mais informações entre em contato pelo telefone (65) 3326-2540.

O Senar está no Twit-ter e no Facebook. Siga @senar_mt e curta a Fan Page (www.facebook.com/SenarMt) da ins-tituição de ensino rural que está presente em todos os municípios de Mato Grosso, atuando em parceria com os 87 sindicatos rurais. Faz parte do Sistema Famato, assim como a Federação da Agricultura e Pecu-ária do Estado de Mato Grosso (Famato) e o Ins-tituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA-MT).

16 mil metros de asfalto são construídos na região da Apae

O Residencial Parque das Mansões está localizado em uma área nobre de Tangará da Serra, cercado por um Shop-ping, Escola Especial Raio de Sol (APAE) e duas importantes Avenidas, a Nilo Torres e Isma-el José do Nascimento. No en-tanto, uma boa parte do bairro ainda não tinha sido asfaltada gerando muitos transtornos para a comunidade local, que mesmo pagando pelo asfalto ainda não tinha sido atendida. Uma parceria entre moradores e prefeitura resolveu a situação. “16.400 metros quadrados de asfalto foram feitos pela Se-cretaria de Infraestrutura do Município, 4 mil metros pagos pelo município e o restante pelos moradores”, afirmou o secretário Chico Clemente.

O prefeito Fábio Junquei-ra foi até o local para vistoriar a obra e ficou muito satisfeito

com o resultado. “Há muito tempo passo por esse local e vejo a necessidade de fazer esse asfalto. Temos a Apae aqui próximo que sofre com a poeira na época da seca e com o barro no período chuvoso. Temos comércios e faculda-des aqui próximo também,

sem falar do acesso à Avenida Tancredo Neves que irá ajudar o trânsito fluir melhor na Ave-nida Ismael do Nascimento. Com a interdição da Sinfra fiquei preocupado se daria tempo de fazer ainda esse ano, mas felizmente deu tudo cer-to”, finalizou o prefeito.

O prefeito de Tangará da Serra, Fábio Junqueira, foi até o local para vistoriar a obra e ficou muito satisfeito com o

resultado

Silval confirma inauguração de obras em Tangará da Serra

Hospital Regional sairá do papel

agEnDa

Da Redação C/Assessoria

O prefeito de Tangará da Serra, Fábio Junqueira (PMDB), participou de uma reunião com o Governador do Estado, Silval Barbosa (PMDB) onde trataram de uma pauta específica rela-cionada ao município. De acordo com o Chefe do Exe-cutivo, ficou pré-agendado com o governador uma visita à Tangará da Serra no dia 19 de dezembro onde obras serão inauguradas.

Junqueira adiantou que Silval Barbosa confirmou a intenção de ir ao município participar da entrega das ca-sas populares do Residencial Barcelona e fazer uma visita oficial às obras de duplicação da MT 358 que liga o campus da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) ao Cristo, monumento que marca a entrada da cidade. “A visita do Governador ficou pré-agendada. Acredito que se tudo der certo Silval virá a Tangará e cumprirá a agenda que ficou pré-estabelecida com ele em Cuiabá”, desta-cou Junqueira.

O prefeito informou ain-da que solicitou novamente ao governador empenho na construção do Hospital Re-gional em Tangará da Serra. “Reafirmei o pleito para

ASSESSORIA

construção do Hospital Re-gional, tratamos das emen-das já estabelecidas e pedi celeridade no processo, pois temos urgência em resolver de uma vez por todas os pro-blemas de saúde pública da nossa cidade, beneficiando assim, inclusive, toda a re-gião”, frisou Junqueira.

A área destinada para construção do hospital fica em frente ao Cristo Reden-tor. “Para não haver espe-culação será esta área que estava destinada para o CAT, próximo ao Cristo. É uma área de quatro hectares que foi comprada. Um hectare está destinado para o DE-

TRAN. Estou cobrando a construção do CIRETRAN, caso contrário vou tomar de volta. Mas os outros três hectares já estão disponibi-lizados para o Estado”, des-tacou o prefeito. A escolha de uma área que já está em poder do município deu-se justamente para evitar espe-culações. No local passará a duplicação da MT 358 que o município pretende fazer chegar até a Rua 19. A área também dá acesso à Tancre-do Neves e via MT 358 ao anel viário.

O prefeito destacou que a função do Hospital Regio-nal é fazer com que o estado

entre com sua parte de res-ponsabilidade para cuidar da saúde da população. O SUS é um Sistema Unificado de Saúde e foi inclusive discu-tido recentemente em audi-ência pública em Tangará. “O SUS imita o próprio país na sua formatação”.

Apesar de ser sistema único de saúde, é descentra-lizado e regionalizado e com esferas diferenciadas de atu-ação. O grosso dos recursos vai para o Governo Federal, que arrecada 65% de todos os tributos no Brasil. 20 e poucos por cento para os 27 estados, sobrando uma média de 14 a 15 para os 5 mil e 600 muni-

cípios brasileiros. “A menor parte é pulverizada pelos mu-nicípios”, afirmou.

Para a construção do Hospital Regional em Tanga-rá, estão assegurados 18 mi-lhões de reais no orçamento da União. Os recursos virão para o Estado, mas houve compromisso do governo de que fará o convênio para construir o hospital em Tan-gará, com uma contrapartida de 10% do valor. O projeto é obrigação do Estado e a área já está disponibilizada, com do-cumentos na mão do governo do estado.

Como a disputa de outros municípios para ganharem o hospital regional é forte, o prefeito destaca que Tangará precisa se unir. “No orçamen-to geral da União, a dotação é destinada especificamente para Tangará da Serra. Não é para um hospital em qual-quer outra cidade. Mas como estamos em final de mandato de presidente e de governo no próximo ano, estamos lutando para ver se o governo agiliza projeto e convênio. Já passei a documentação da área para o governo do estado para não dizer que não saiu porque o município não ar-rumou a área. Agora é cobrar. Esperamos que o deputado Wagner, a Câmara, o povo e todas as autoridades ajudem a cobrar”, afirmou.

COMissãO PRó HOsPiTaL REGiONaL

Já foi formada uma co-

missão visando estudar pro-posta de antecipar a implan-tação do hospital regional, até que haja convênio do Governo do Estado com o Governo Fe-deral e conseguir os licencia-mentos e licitar a obra. “Isso é coisa para 2, 3 anos. Como fica o povo se já usamos hoje 30% do orçamento com saúde e não suportamos aumentar mais?”, indaga Junqueira.

A ideia do prefeito de Tangará é que o municí-pio conclua a construção da unidade Mista de Saúde e entregar ao estado para que implante o Hospital Regio-nal. O prédio seria ocupado pelo Hospital Regional até a construção da obra com os re-cursos da emenda. Enquanto isto, o Mater Dei continuaria funcionando como hospital Municipal e Tangará passaria a ter mais de 100 leitos hos-pitalares para a população. “Politicamente nós garanti-mos no orçamento geral da união, recursos para Hospital Regional de Tangará da Serra. Temos a disposição do Go-verno do estado e só não vai acontecer se enfraquecermos este movimento. Precisamos é da força política da comu-nidade de Tangará da Serra”, destacou o prefeito.

Prefeito de Tangará da Serra, Fábio Junqueira, em reunião com o Governador do Estado, Silval Barbosa

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Darcy Ferrarin prova que agronegócio combina com meio ambiente

viTRinE TECnoLógiCa

Na Fazenda Santa Maria da Amazônia, em Sorriso (MT), produtores e estudantes aprendem como se faz agronegócio em alta escala sem destruir o meio ambiente

Da Redação

A Fazenda Santa Maria da Amazônia, em Sorriso (420 km de Cuiabá) é a primeira “Vitrine Tecnólogica” de Mato Grosso onde produtores rurais, estudan-tes de agronomia, veterinária e zootecnia, pesquisadores e am-bientalistas podem conhecer, na prática, os resultados da aplicação de programas como a “agricultura de baixo impacto de carbono”; “integração lavoura/pecuária/flo-resta”; “plantio direto na palha”; “combate e prevenção de ero-sões”; “recuperação e preservação Áreas de Preservação Permanen-tes”; “recuperação e preservação de nascentes e mananciais”; entre outras experiências tecnológicas que buscam assegurar a produção agropecuária de alta performance de forma sustentável e ambiental-mente correta.

A propriedade é um verda-deiro “hotspot” preservado no meio de uma das mais valoriza-das regiões agrícolas da América do Sul, o centro-norte de Mato Grosso. A fazenda detém hoje nada menos que 5.700 dos seus mais de 13 mil hectares cobertos por matas virgens e secundá-rias, estas, resultado de um dos mais bem sucedidos projetos de reflorestamento com plantas nativas já realizados no estado. Por esta extensa área preservada, é possível encontrar transitando livremente várias espécies de animais silvestres, de mamíferos como macacos, capivaras e até onças, passando por uma plêiade de espécies de aves dos biomas do cerrado e das matas de transição para a floresta amazônica. Nos córregos e lagos de águas trans-lúcidas da propriedade, os pei-xes nadam tranquilamente. Alí, plantas e animais estão seguros, livres de caçadores, pescadores e madeireiros inescrupulosos.

Com tudo isso, a Fazenda Santa Maria da Amazônia é ainda uma das maiores, mais modernas propriedades e produtivas de Mato Grosso. Nela são cultivadas lavouras de soja, milho, algodão, arroz e feijão, e criadas mais de 2.500 cabeças de gado de elite para corte.

Os índices de produtividade alcançados pela propriedade são de causar inveja às mais produti-vas áreas do mundo, superando, por exemplo, várias das melhores áreas do sul e do sudeste. Atual-mente, a produtividade média das lavouras de soja gira em torno das 62 sacas por hectare, as de milho superam a 120 sacas e o algodão bate fácil a casa das 280 arrobas de pluma com caroço por hectare. Na pecuária, a fazenda desen-volve um rigoroso programa de seleção genética Nelore e produz campeões e campeãs puro sangue em série.

O agropecuarista Darcy Getúlio Ferrarin, um gaúcho de Liberato Fasano (RS), que chegou a Mato Grosso no final da década de 1970, não esconde o orgulho que sente de sua pro-priedade e do trabalho que vem realizando para devolver às suas terras as riquezas naturais que Deus plantou alí. “Infelizmente, quando comprei a fazenda, isso aqui era uma área to-talmente degradada. Para produzir aqui, era preciso 500 a 600 kg de adubo químico por hectare. Era um custo pe-sado demais para produção de menos. Então, fomos um dos primeiros a adotar o sistema de plantio direto sobre a palhada, algo que poucos acreditavam que daria certo. Com o tempo, com formação e incorporação da matéria orgânica da palha das lavouras, reduzimos em quase 50% o uso de adubo químico. Sem falar que na época se colhia aí 45, 50 sacas de soja por hectare com todo esse adubo. Hoje nós estamos produzindo acima de 60 sacas, com 50% menos de adubo que se usava no início”, conta “sêo” Darcy com um sotaque sulista ainda bastante acentuado apesar das três décadas longe dos pampas.

O produtor relembra que, quando comprou a área, a mata ciliar nos 35 quilômetros de mar-gens do rio Teles Pires que cruza a propriedade estava devastada. As nascentes de riachos também que estavam morrendo. Havia erosões graves no solo e asso-reamento dos mananciais. “Nós partimos para encarar o desafio de recuperar tudo o que havia sido destruído antes. Eu penso que a maior riqueza que o Brasil tem é a água e, como havia muita devastação da natureza por aqui, em 1998 comecei o trabalho de reflorestamento das cabeceiras de rios, tudo foi sendo recupera-do e rep´lantado. Hoje temos um passivo ambiental zero”, narra Darcy Ferrarin.

Dos anos da infância e da juventude vividos no sul, o agro-pecuarista trazia a experiência da exploração intensiva, e inconse-quente, dos recursos naturais. Assim, buscar novas técnicas de produção menos agressivas à natureza para ele foi um caminho quase natural.

A implantação do Progra-ma de Recuperação de Áreas Degradadas(PRAD), que resultou no plantio de 5.000 mudas de 80 espécies de árvores nativas além de recuperar as matas ci-liares e resolver o problema da devastação de nascentes, cursos d’água e mananciais da proprie-dade, transformou a Fazenda Santa Maria da Amazônia em uma verdadeira “sala de aula” a céu aberto, onde agricultores e

estudantes recebem aulas sobre meio ambiente.

O agropecuarista comemora o sucesso da iniciativa.“A fazenda está bastante produtiva. Estamos produzindo 300% mais de água, com nascentes onde não corriam mais água e hoje está um rio. Com isso, a fazenda se valorizou e produz muito mais alimento”, alegra-se.

O agropecuarista comemora o sucesso da iniciativa.“A fazenda está bastante produtiva. Estamos produzindo 300% mais de água, com nascentes onde não corriam mais água e hoje está um rio. Com isso, a fazenda se valorizou e produz muito mais alimento”, alegra-se.

“Plante que o João ga-rante” – O senhor Darcy Ferra-rin faz questão de lembrar que, se hoje os produtores rurais são perseguidos pelos ambientalistas e recebem da mídia dos grandes centros urbanos um tratamento semelhante ao dispensado a criminosos perigosos, por indevi-damente responsabilizá-los pelo uso de técnicas que se tornaram crimes contra o meio ambiente, isso é culpa da falta de seguran-ça jurídica, erros políticos e de planejamento do próprio estado brasileiro.

Ele se recorda que nas déca-das de 1970 e 1980, era política do Governo Federal incentivar a ocupação do Centro-Oeste e da Amazônia Legal, especialmente. No governo do presidente general João Batista Figueiredo havia incentivos econômicos para quem derrubasse a mata e plantasse qualquer coisa. O Banco do Brasil

financiava as derrubadas, dava dinheiro para grandes projetos agropecuários e não havia quase nada de exigência de cuidado com o meio ambiente. Tinha até a expressão ‘plante que o João garante’ que o presidente man-dou colocar nas propagandas. “Quando viemos pra cá, o produ-tor que não avançasse nos matos e produzisse era super tributado e corria o risco de perder a proprie-dade. E nós nessa de ‘Plante que o João garante’, a maioria foi e derrubou mato. Hoje não adianta o governo falar que o produtor tem que refazer as reservas legais. Se Sorriso tiver que replantar 300 mil hectares de mato, onde vamos arrumar mudas? E o PIB de Sor-riso cai pela metade, o emprego cai pela metade, vai embora meio mundo”, alerta.

Para o Darcy Ferrarin o ca-minho passa pela disseminação

da consciência de que é possí-vel combinar a

produção com o respeito ao meio ambiente e cons-truir a mudança a passos firmes, mas sem correria. “Quem veio para Mato Grosso na época, para des-bravar o cerrado e a floresta amazô-nica, fez o que era legal.. Essa cultura que foi criada lá atrás, agora já foi ultrapassada, mas ainda tem o passi-

vo que ela deixou que precisa ser re-

cuperado. Por isso nós criamos o CAT para ajudar a mudar a cultura antiga do produtor e mos-trar que tem formas diferentes de produzir sem prejudicar o meio ambiente”, relata Darcy Ferrarin.

O produtor admite que não há receita fácil para equacionar a questão, mas que ele acredita que há uma fórmula que, com-provadamente, já deu resultados positivos onde vem sendo aplica-da. E resume o que para ele é esta fórmula: “Essa palavra que hoje se fala muito, a tal de ‘sustentabi-lidade’, é um leque muito grande de conceitos, métodos e sistemas. Por isso, acho que o primeiro passo é que o produtor rural te-nha consciência de que arrumar a sua propriedade, adequando-a à exigências legais é um bom in-vestimento em seu próprio patri-mônio e benefício. Segunda coisa é fazer um sucessor igualmente

A Fazenda Santa Maria da Amazônia é modelo de

produção intensiva de forma ambientalmente sustentável

consciente disso. Os filhos, ou seja, outros que vierem têm que entregar aos próprios filhos uma propriedade diferente do que encontrei. Se hoje a propriedade está bem, daqui a cem anos tem que estar ainda melhor ambien-talmente, tem que ter mais mato, mais árvores, tem que ter espécies nativas, tem que ter fauna, enfim, tem que ter tudo o que Deus bo-tou aqui pra nós”, conclui.

D i s s E M i N a N D O CONsCiêNCia – O sucesso de suas iniciativas chamou a atenção de outros produtores vizinhos e amigos. Foi um dos pioneiros fundadores do Clube Amigos da Terra (Cat), uma instituição sem fins lucrativos e dedicada a divulgar novas tecnologias de produção e ambientais para os agropecuaristas.

Em pouco mais de sete anos de atuação como “agente mul-tiplicador” informal de várias destas tecnologias, “sêo” Darcy contabiliza a adesão de mais de 90% dos agropecuaristas e agri-cultores ao sistema de plantio direto e 100% de adesão ao pro-grama “Sorriso Vivo”, que propõe “zerar” os passivos ambientais das propriedades rurais da região até 2018. “Hoje posso dizer que Sorriso planta mais de 90% de suas áreas no sistema de Plantio Direto. O pessoal teve tanto pre-juízo e o meio ambiente muito mais, então está havendo uma maior consciência de que não dá mais para mexer com a terra, desmatar, assorear rios, aterrar nascentes”, destaca o agropecu-arista que se tornou um ardoroso defensor do meio ambiente.

Darcy Getúlio Ferrarin: o agropecuarista que é também ambientalista, promove uma verdadeira revolução de

conceitos entre seus colegas ao aplicar em suas fazendas, tecnologias que permitem potencializar a produtividade e,

ao mesmo tempo, preservar a natureza

Integração Lavoura-Pecuária: para Darcy Ferrarin, é o caminho mais rápido, seguro e lucrativo para que as fazendas de Mato Grosso sejam sustentáveis para as próximas gerações de agropecuaristas

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Modelo de seguro rural não atrai produtores mato-grossenses

sEgURo RURaL

Linha fina para matérias com umLinha fina para matérias com uma ou duas linhas Linha fina para matérias com uma ou duas linhas

Da redaçãoCom Assessoria

O modelo de seguro ru-ral existente hoje no Brasil não atrai os produtores de Mato Grosso. Com todos os riscos que envolve a produ-ção agrícola no estado, ape-

Homero Pereira: exemplo de força e coragem

aRTigo

Por Rui Prado* Embora só tenhamos

uma certeza na vida, a de que morreremos um dia, lidar com o que a morte representa ainda é muito difícil. No dia 20 de outubro, às 12h25, per-di um amigo, Homero Alves Pereira. O Mato Grosso e o Brasil perderam um grande líder.

Consegui visitá-lo dois dias antes de sua morte, quando Homero ainda es-tava lúcido. Saí de Cuiabá com um peso no coração e o sentimento de que estava indo me despedir. Mesmo debilitado por causa de um câncer muito agressivo e pelos indícios de um fim próximo, vi em seu rosto o mesmo semblante de quando o conheci: calmo, generoso e confiante. Homero foi tão determinado em sua vida e trajetória profissional quanto em sua luta para superar o câncer. Uma coerência que só é vista em grandes homens.

Durante o caminho que percorri entre o velório e o enterro de Homero, pensei na sorte e no privilégio que tive em conviver tão próximo a ele. Homero tinha o dom de saber ouvir e de acomodar diferentes ideias em torno de um projeto. Isso é para pou-cos. Neste momento de tris-teza, devemos nos concentrar também em suas conquistas e comemorar este legado.

Trabalhamos juntos na Famato desde os tempos em que presidi o Sindicato Rural de Campo Novo do Parecis. Quando assumi a presidên-cia da entidade, busquei me espelhar em suas principais virtudes: determinação, co-ragem e paciência.

Foram muitos feitos e conquistas. Graças ao Home-ro, Mato Grosso conseguiu destaque no cenário político brasileiro que fizesse jus a sua liderança na produção de alimentos. Ele presidiu a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), a maior do Congresso Nacional, for-mada por mais de 200 par-lamentares, e mostrou como o setor amadureceu em seu trabalho de representação política.

Esta nova posição foi conquistada por mérito após sua decisiva participação nas negociações para a votação do novo Código Florestal. Poucos sabem que ele abriu mão da vaidade pessoal para garantir a aprovação de uma legislação ambiental que

trouxesse novamente tran-quilidade para o campo e um diferencial para o Brasil. Hoje podemos afirmar com orgulho e segurança: somos o país que mais produz ali-mentos com sustentabilidade no mundo.

Também preciso regis-trar sua liderança e articula-ção no movimento Tratoraço, em 2005, que reuniu mais de 25 mil produtores na Esplanada dos Ministérios para alertar sobre a crise pela qual a agricultura brasileira enfrentava. Estive lá e vi de perto a garra de Homero.

O agronegócio está órfão. Daqui para frente teremos uma enorme res-ponsabilidade em conseguir manter o que o Homero conquistou para nosso setor.

Aos familiares e ami-gos, a Famato, o Senar-MT, o Imea e os 87 Sindicatos Rurais de Mato Grosso ma-nifestam seu profundo pesar. Pedimos a Deus que conforte esta família tão exigida por este inimigo cruel, o câncer.

Obrigado Homero por tudo o que você fez para a atividade econômica que sempre vem garantindo o saldo positivo da balança comercial do país.

Descanse em paz, por-que nós aqui continuaremos sua luta para defender a agropecuária brasileira. E lutaremos também para pre-servar sua memória. Tenha a certeza meu amigo, aprende-mos muito com você.

*rui pradO é prOdutOr

rural e presidente dO sis-tema famatO ([email protected])

Segundo o gestor Eduardo Godoi, da Famato, a

produção agrícola de Mato Grosso exige um modelo de seguro rural que vá além da simples quebra de produção

nas 3% da área cultivada em solo mato-grossense é protegida por seguro rural. O dado é do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Os obstáculos que de-sanimam os agricultores locais vão além do alto custo para se contratar o

seguro: o atual modelo é limitado e não se encaixa nas reais necessidades dos produtores de Mato Gros-so, que tem características e riscos diferentes dos que servem de referência para as apólices comercializadas pelas seguradas brasileiras.

O tema foi discutido

Segundo o gestor Eduardo Godoi, da Famato, a produção agrícola de Mato Grosso exige um modelo de seguro rural que vá além da simples quebra de produção

Famato realiza seminário sobre o Sistema de Gestão Fundiária do Incra (SIGEF)

assUnTos fUnDiáRios

Da Assessoria

A partir de 23 de no-vembro, o requerimento da certificação das infor-mações georreferencia-das de limites de imóveis rurais feito pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) será totalmente automati-zado por meio do SIGEF (Sistema de Gestão Fun-diária).

O programa possibi-litará maior agilidade no processo, pois tem capa-cidade de analisar 20 mil processos mensalmente. A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), com apoio do Incra e da Associação dos Notários e Registradores de Mato Grosso (Anoreg--MT) realiza, na próxima quinta-feira (14.11), às 8h, no auditório da Famato, o seminário “Sistema de Gestão Fundiária do In-cra”.

O presidente da Fa-mato, Rui Prado, explica que o objetivo do evento é informar produtores rurais e seus técnicos so-bre as mudanças que irão acontecer com a implan-tação do novo sistema do Incra.

“O produtor precisa saber como será o fun-cionamento deste novo sistema digital para con-tratar um profissional competente para realizar o trabalho. E o técnico precisa entender melhor como será este novo siste-ma para atender a deman-da do produtor”, destaca Prado.

De acordo com o Ana-lista de Assuntos Fundiá-rios do Núcleo Técnico da Famato, Lino Lopes, além do novo sistema, também entrará em vigor no dia 23 de novembro a 3ª Edição da Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais. “Por isso é muito importante que os responsáveis técnicos entendam bem as espe-cificidades desta norma para realizar o trabalho de maneira correta, pres-tando um serviço de qua-lidade ao produtor rural. Neste novo sistema estão envolvidos três atores im-portantes: o Incra, o cre-denciado (responsáveis técnicos) e o registrador de imóveis”, explica Lopes.

O público alvo são produtores rurais, res-ponsáveis técnicos, pro-fessores e acadêmicos. As inscrições para o even-to são gratuitas e devem ser realizadas pelo e-mail [email protected]. O interessado deverá in-formar o nome, município, a instituição e o telefone até o dia 12 de novembro. Para mais informações os telefones disponíveis são (65) 3928-4444 ou (65) 3928-4447.

A Famato é a entidade que representa os 87 sindi-catos rurais existentes em Mato Grosso. Junto com o Imea e o Senar-MT, forma o Sistema Famato.

PROGRaMaçãO

8h - Credenciamento;8h30 - Abertura;9h às 9h40 - Normas

de Georreferenciamento de Imóveis Rurais (3ª edição) e Apresentação do Sigef - Marcelo Cunha, engenheiro agrimensor, mestre em Ciências Geo-désicas e analista em Re-forma e Desenvolvimento Agrário do Incra;

9h40 às 10h - Debate;10h às 10h20 - Coffee

Break;10h20 às 11h - A Ati-

vidade do Registrador de Imóveis no Sigef - Maria Aparecida Bianchi Pache-co, presidente da Anoreg--MT e Oficial de Registro de Imóveis, Títulos e Do-cumentos da Comarca de Poxoréu-MT.

Requerimento de certificação do georreferenciamento dos imóveis rurais será automatizado e requer treinamento de produtores e profissionais técnicos da área

durante o 2º Seminário Internacional de Segu-ro Rural, realizado em Piracicaba-SP no início deste mês, pelo Grupo Geser (Gestão em Seguros e Riscos) da Escola Supe-rior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), que reuniu representantes do Governo Federal, entida-des do setor produtivo e seguradoras.

O gestor do Núcleo Técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Eduardo Godoi, represen-tou a entidade no evento e foi debatedor do painel “A política de gestão de risco rural no Brasil: estamos no caminho certo?”. Este painel também contou com a participação do ex-Minis-tro da Agricultura, Alysson Paolinelli.

Segundo Godoi, no caso da soja, entre os ris-cos está o custo de produ-ção variável, que é o mais alto do país (cerca de R$ 1.500 por hectare na safra 2013/2014), sendo apro-ximadamente 70% maior do que no Rio Grande do Sul, conforme dados da Companhia Nacional de

Abastecimento (Conab). O preço da saca é ou-

tro fator de risco, já que o valor pago em Mato Grosso é considerado o mais baixo do Brasil, em torno de 20% abaixo do valor pago aos produto-res gaúchos. “Além disso, há os riscos de produção como pragas, doenças e o clima, além da exposição financeira. O produtor mato-grossense chega a desembolsar até R$ 5 milhões com o custeio da produção por safra”, des-taca o gestor.

“Atualmente, o mode-lo de seguro rural pratica-do no Brasil não se encai-xa nas reais necessidades do produtor, cobrindo apenas a produtividade. É preciso um seguro que se encaixe no nosso sis-tema de produção que não cubra apenas perdas de produtividade. Além disso, o valor do seguro aplicável é incompatível às condições do produtor. Precisamos discutir um novo modelo que atraia o produtor a assegurar sua produção”, analisa Godoi.

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Produção própria de ração reduz custo

ConfinamEnTo

O pecuarista Itacir Piana optou pela autosuficiência na produção da ração para minimizar oscilações bruscas dos preços no mercadoDa Redação

O pecuarista Itacir Piana Pinto, de Primavera do Leste (210 km de Cuia-bá), é um dos pioneiros no uso de confinamento para terminação de engorda de bovinos em Mato Grosso. Em sua fazenda, construiu uma das mais completas estruturas destinadas a atividade da região. A fazenda, que tem capaci-dade para engordar até 1.500 cabeças de gado por temporada, possui desde piquetes cobertos até uma fábrica própria de ração.

Investir na infraes-trutura completa do ciclo de engorda foi a alter-nativa que Itacir Piana encontrou para reduzir os impactos negativos da elevação brusca do custo da ração oferecida como alimentação para os ani-mais. “A alimentação do gado responde sozinha , em média, por até 30% do custo da atividade em um ano normal de produção e oferta de insumos”, ex-plica Itacir Piana, “dentro desta margem, o confina-mento é um bom negócio. Mas, caso haja escassez de insumos como o milho e outros componentes bási-cos da ração, por exemplo, o preço no mercado dispa-ra e o custo para manter o gado na terminação por confinamento sobe, reduzindo a rentabilida-de e comprometendo o investimento”, completa.

Produzindo o milho na propriedade ou ad-quirindo o produto dire-tamente de agricultores da região, Itacir Piana consegue manter suas margens de rentabilidade relativamente estáveis. Ele lembra, por exemplo, que este ano, o custo da alimentação do gado con-finado subiu nada menos que 11% para quem adqui-

Gado confinado: produtores reduziram o plantel e oferta será menor devido à elevação do custo da ração pronta no mercado

re a ração pronta no mer-cado. “Somado este custo, com a valorização de 4% ,em média, no preço do

boi magro em Mato Gros-so, muitos confinadores se viram obrigados a redu-zir o plantel confinado”,

revelou o pecuarista ao Caderno do Produtor.

O custo da reposi-ção de planteis é, de fato, um fator que influência pesadamente a rentabi-lidade do confinamento. “É preciso saber comprar bem para ganhar neste mercado”, confirma Itacir Piana. A aquisição do boi para engorda corresponde a até 70% do custo total do gado destinado ao confi-namento. Segundo ele, este ano a rentabilidade do gado confinado será menor que a alcançada em 2012. Assim, a queda na rentabilidade do negócio neste ano está atrelada a estes dois fatores: custo da ração elevado e preço valorizado do boi magro.

O setor tem perspecti-vas de melhora significa-tiva para 2014, apesar de tudo isso. É que a super-safra de milho safrinha deste ano em Mato Grosso

só irá impactar no custo da ração pronta que será ofertada no mercado no ano que vem. “A ração disponível no mercado hoje foi produzida ainda com a os grãos da safra de 2012, muito menor que a deste ano e por isso trás embutido o preço elevado do milho do ano passa-do”, destaca Piana. Para a próxima temporada de confinamento, o preço da ração, portanto, deve diminuir seu peso sobre o custo da atividade.

Dasafio à ser ven-cido – Os confinadores de Mato Grosso, de modo geral, levam alguma van-tagem sobre os de outras regiões do país devido a maior oferta direta de insumo para a preparação de ração na propriedade, como é o caso do pecuaris-ta Itacir Piana, que dispõe de uma fábrica de ração

própria.No entanto, no es-

pectro geral do mercado da pecuária de corte, os confinadores ainda pre-cisam vencer o desafio de consolidar a parceria com os frigoríficos para equilibrar a gangorra dos preços pagos pela arroba do gado terminado em confinamento.

A correlação de forças entre pecuaristas e frigo-ríficos ainda favorece de forma muito desigual os abatedouros, que estão praticamente imunes aos riscos de quem cria o boi e dos seus custos de vari-áveis quase incontroláveis na prática.

De um lado, quando a oferta de gado aumenta, os frigoríficos ganham com a redução consequente do preço da arroba. Quando há uma redução na oferta, as grandes corporações frigoríficas tem preferido fechar plantas e reduzir o abate a bancarem o au-mento do preço da arroba paga ao produtor, gerando sucessivas crises, atitude que obriga os pecuaristas a absorverem sozinhos o ônus das variáveis de mercado. “Esse é o grande nó da pecuária brasileira a ser desatado”, pontua Ita-cir Piana, “enquanto isso não acontece, a pecuária continuará sendo uma atividade para abnegados e apaixonados criadores que se profissionalizaram, pois quem não tem uma gestão profissional, acaba engolido pelos prejuízos e riscos do negócio”, fi-naliza.

Itacir Piana, pecuarista em Primavera do

Leste e confinador: profissionalismo e fazenda planejada

desde o início com foco no confinamento

faz o negócio ser compensador

mesmo em épocas de crise

Sanidade e preço do suíno são preocupações dos produtores

sUinoCULTURa

Da Assessoria

Em debate sobre cená-rio dos mercados interno e externo da suinocultura, produtores demonstraram preocupação com a variação do preço da carne suína. O estado de alerta acontece em um momento de bom preço do animal vivo, totalmente contrário ao que se apresen-tou para o produtor em 2012. As conversas aconteceram na tarde de terça-feira (06.11), durante o 1º Fórum de Dis-cussões da Suinocultura do Centro-Oeste.

Durante o painel “Ações de Desenvolvimento do Mer-cado Interno e Externo: Ce-nário para Suinocultura para os Próximos Anos”, o diretor executivo da Associação Bra-sileira de Criadores de Suínos (ABCS), Fabiano Coser, expôs indicadores que demonstram a variação dos preços da carne suína nos últimos anos e tam-bém as taxas de venda para o mercado interno e externo.

Segundo a ABCS, o mercado internacional consome 16% dos suínos abatidos no Brasil, enquanto que o restante é con-sumindo internamente.

A variação nos preços, contudo, assusta os produ-tores. Em 2012, ano de crise para o setor, a carcaça (suíno abatido) chegou a custar R$ 2,20, com o custo ao produtor muito acima disso devido aos altos preços de insumos como o farelo de soja e o milho. Atu-almente, a cotação é de cerca de R$ 5,90 por quilo, estando em um patamar considerado alto.

Coser apontou que é pre-ciso olhar com mais cuidado para pontos como a sanidade animal, as campanhas de con-sumo interno, a coordenação do crescimento da oferta de animais e também à regulação da oferta de grãos, em busca de planejar de maneira mais eficiente o futuro do merca-do para não repetir cenários como o de 2012. “É preciso também propor um diálogo

dentro da cadeia produtiva, em especial com a agroin-dústria, para coordenarmos o crescimento e evitar a oscila-ção de preços”, disse.

O diretor executivo da ABCS ainda destacou que a taxa de exportação não deve subir pelos próximos três anos, e por esta razão os pro-dutores e a associação devem se esforçar para divulgar a carne suína e aumentar sua

demanda no mercado brasi-leiro. A campanha “Semana Nacional da Carne Suína”, realizada pela ABCS em outu-bro veio exatamente com esta intenção de despertar os pro-dutores para esta divulgação, e conseguiu aumentar o con-sumo na maior rede varejista do país em 69%.

Para a Associação de Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) além de

olhar o mercado, é preciso se prevenir com relação a fato-res que podem atrapalhar a produção futuramente. “Não adianta falarmos de mercado, esquecendo as questões sani-tárias e ambientais. Precisa-mos fazer os poderes políticos prestarem mais atenção a isto, os Estados não tem feito sua parte, há certa negligência. Se não tomarmos cuidado, qualquer doença pode vir e jogar todos nossos esforços por terra”, disse o diretor exe-cutivo da Acrismat, Custódio Rodrigues.

iNFRaEsTRUTURa TaMBéM é GaRGaLO - Em palestra em um dos painéis da tarde, o secretário executivo da Câmara Temática de Infraestrutura e Logística do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Carlos Alberto Nu-nes Batista, também destacou as dificuldades de escoamento da produção brasileira. Hoje 70% do volume de cargas são

transportados via rodovias, o que gera problemas e alto custo. Segundo Batista, a meta é que se chegue a 50% de transporte rodoviário, e 50% divididos entre ferrovias e hidrovias. “Precisamos buscar uma equalização da matriz de transportes do país”, avaliou.

Suinocultura: o momento é de estabilidade nos preços, mas patamar alto gera insegurança nos produtores

Suinocultura: o momento é de estabilidade nos preços,

mas patamar alto gera insegurança nos produtores

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Marino Franz cobra melhoria na logística de transportes

gaRgaLos Do agRonEgóCio

Problemas envolvendo o escoamento da produção de grãos no Estado e a falta de investimentos em logística preocupa o agroempresário

Regina BotelhoDa Redação

O empresário Marino Franz, é um dos mais te-nazes críticos dos gargalos logísticos que emperram o crescimento dos setores produtivos de Mato Gros-so. Ele apoia suas críticas nas experiências negativas que enfrenta desde que chegou à Mato Grosso, no início dos de 1980. Natural de São Carlos (SC) e dono de um espírito empreen-dedor, é um dos pioneiros que desbravou o chamado “Nortão” do estado há 33 anos.

Franz se estabeleceu na região Norte mato-gros-sense e ajudou a construir uma das cidades mais pro-missoras do Estado, Lucas do Rio Verde (354 km), cidade da qual se orgulha de ter sido prefeito em dois mandatos. Com mais de 50 mil habitantes, Lucas do Rio Verde ocupa lugar de destaque no ranking dos melhores Índices de De-senvolvimento Humano (IDH) do país.

Hoje, o pioneiro com estilo prático e rigoroso de administrar, Marino Franz é proprietário de umas das maiores empre-sas do setor agrícola do Estado, a esmagadora de soja a Friagril.

S e g u n d o M a r i n o Franz em 2012, a empresa movimentou 2,5 milhões de toneladas de grãos, um aumento de 40,4% sobre 2011. Com isso, a receita líquida saltou 44% e alcan-çou, pela primeira vez, a marca de R$ 2,42 bilhões.

O crescimento reflete o avanço do milho em Mato Grosso – no ano pas-sado, a produção do grão praticamente dobrou no Estado, impulsionada pela escalada dos p r e -

ços internacionais. Com isso, a empresa ampliou de 650 mil para 1,2 milhão de toneladas, o volume de transações com milho. Em comparação, as operações com soja somaram 1,3 mi-lhão de toneladas.

O caminho percorri-do até, no entanto, não foi só sucesso e alegria. Os sérios problemas en-volvendo o escoamento da produção de grãos no Estado e a falta de in-vestimentos em logística, segundo Franz, “travam” o crescimento econômico, limita os ganhos das ca-deias produtivas e reduz de forma brutal a compe-titividade dos produtos de Mato Grosso.

Na visão de Marino Fraz, Mato Grosso padece com a questão econômica devido ao grande gargalho do sistema de transportes. “Vejo com muita preocu-pação este problema da precariedade da logística de transportes em Mato Grosso, que afeta princi-palmente os agricultores do médio-norte do Estado que precisam competir com o mercado internacio-nal e não contam com uma boa rede de escoamento”, lamenta Franz.

Uma solução apon-tada pelo agricultor é a verticalização da produ-ção agrícola e pecuária do estado. “Aperfeiçoar a questão política no sen-tido de industrializar os produtos no máximo em Mato Grosso para agregar valores através da agricultura, etanol, con-finamen-to do

gado. Esse processo tem que ser melhor planejado e receber mais atenção por parte dos gestores públi-cos”, opina.

O agricultor cita ainda que com uma política cla-ra o estado poderia atrair novas empresas com perfil econômico do agronegó-cio. Além disso, sinaliza que é preciso fortalecer de forma consistente a Empresa Mato-Grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural do Esta-do de Mato Grosso S/A( Empaer) e o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea). Franz en-tende que sem a atuação coordenada destes dois órgãos do Governo do Es-tado, é fundamental para fiscalizar e garantir melho-res condições para que os produtores possam viver, plantar, vender e colher seus produtos. “Precisa-mos vender Mato Grosso de forma inteligente para outros estados e países”, pondera o Franz.

FERROvias

Para o agricultor uma das alternativas viáveis para melhorar a logística em Mato Grosso seriam acelerar a implantação das ferrovias e terminar as obras de pavimentação das Br´s 158 e 163. “As alter-nativas são várias, mas são lentas em sua execução. O governo tem que trabalhar alternativas das logísticas e aperfeiçoar também a

navegação fluvial, as hidrovias. So-mente dessa ma-neira o Estado irá conseguir aprimorar a arrecadação de Imposto s o b r e C i r -

culação de

Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), geran-do mais empregos e me-lhorias para as cidades e também para o homem do campo”, pondera Franz.

Em relação aos portos brasileiros destaca que são

necessários investimen-tos pesados, pois o Brasil está muito acanhado. Fraz destaca que o Brasil tem condições de produzir até 300 milhões toneladas de grãos ao ano, porém, não tem infraestrutura para escoar sequer a produção atual. “É preciso pensar grande e não de forma me-díocre. O governo federal esta no caminho certo, só não concordo nas ações lentas, mas sei reconhecer as dificuldades de quem paga as contas dessa len-tidão”, frisa.

RODOvias

Apesar de defender o escoamento de grãos por

Empresário Marino Franz cobra ações mais rápidas para melhorar a vida dos produtores rurais de MT

Ferrovias: a conclusão da Ferronorte com sua extensão até Cuiabá e a implantação da Fico é saída para evitar o “apagão logítico em Mato Grosso

Etanol de milho: as primeiras experiências já apontam para a viabilidade econômica do aproveitamento das supersafras de milho do estado na produção de etanol combustível

: as más condições de tráfego nas rodovias de Mato Grosso encarece o frete, reduz a competitividade e gera prejuízos aos produtores do estado

ferrovia e hidrovia, Franz observa que a conclusão da BR 163 no Estado do Pará e investimentos no Porto de Itaituba podem ser uma saída para os pro-dutores. “Nossas rodovias são precárias foram feitas há muitos anos. Em Mato Grosso, as rodovias são as mesmas há 30 anos. Com

exceção da Ferrovia em Rondonópolis a logística continua estagnada nas BR´s 163,070.080 e 364 .

aLTERNaTiva ENERGéTiCa

O empresário lidera um grupo de investimen-tos para implantação de uma usina de produção de etanol a base de mi-lho, apontada como uma grande saída para o setor produtivo regional. “Re-centemente estive na Casa Civil conversando com o governo sobre o assunto. Acredito que a produção de etanol a partir do mi-lho seja uma saída inte-ressante para baratear a produção”.

Ex-prefeito de Lucas do Rio Verde, o ruralista acredita que governo pre-cisa diversificar sua econo-mia para que Mato Grosso possa ter mais dinheiro e investir em segurança, educação e saúde de qua-lidade, caso ao contrário vai continuar na mesma situação crítica atual.

MEiO aMBiENTE

Questionado sobre o andamento na agricultura

em Mato Grosso, Franz foi enfático em afirmar que no cenário ambiental, a ima-gem do estado melhorou bastante com o MT Legal. Em sua opinião, a parceria entre o Estado e a Asso-ciação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), devem aproveitar melhor

espaço a nível nacional divulgando as coisas boas em veículos de grande alcance.

Ainda conforme o pro-dutor rural, falta envolver nesse processo de respeito ao meio ambiente e legali-zação ambiental os peque-nos produtores e os assen-tados da reforma agrária em Mato Grosso. “Um dos caminhos para isso é for-talecer os pequenos pro-dutores, reestruturando e fortalecendo a Empaer fazendo com que eles te-nham assistência técnica efetiva e acesso as linhas de crédito. Fazer parcerias fortalecendo também a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente em cada prefeitura de seu respecti-vo município”, ensina.

De acordo com ruralis-ta as coisas mudaram mui-to rápido e agricultura in-vestiu em tecnologia com aquisição de máquinas e hoje qualquer tecnologia usada no mundo tem em Mato Grosso. “O mundo não vive sem agricultu-ra. Então a questão é ter bom senso, prevalecendo sempre o futuro, pois a agricultura sobrevive de um ambiente equilibrado”.

Fotos: Reprodução

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 585 17/11 a 23/11 de 2013

23

Pioneirismo de Hélio Garcia é referência em Mato Grosso

gaDo sUpERpRECoCE

Linha fina para matérias com umLinha fina para matérias com uma ou duas linhas Linha fina para matérias com uma ou duas linhasDa Redação

O pecuarista Hélio Cavalcanti Garcia, da fazenda Barreirinho, lo-calizada em Rodonópolis (210 km de Cuibá) é hoje uma das principais refe-rências na produção em Mato Grosso de terneiros (gado superprecoce para abate).

Em sua fazenda, em que implantou um sis-tema gerencial inovador em que tudo funciona como uma grande cor-poração empresarial , ele vem realizando uma verdadeira revolução na criação de gado super-precoce de alta produti-vidade e qualidade.

audácia – Há al-guns anos, Hélio Gar-cia percebeu que sua propriedade não estava tendo o lucro previsto mesmo produzindo, já naquela ocasião, uma carne de qualidade di-ferenciada, cuja compra era garantida por uma grande rede de super-mercados , e resolveu contratar uma empresa de consultoria.

Consciente de que precisava agregar valor, potencializar investi-mentos e otimizar cus-

Aposta certeira: ao cruzar Nelore com a raça Rubia Gallega, o pecuarista Hélio Garcia descobriu o caminho para produzir terneiros em ciclo super-

rápido

Fazenda Barreirinho: gestão profissional garante rentabilidade e segurança em um negócio de alto risco como a pecuária de alta performance destaque Hélio Garcia

tos, foi à luta e não se arrepende. Garcia diz que sem um plano de gestão da fazenda, o pe-cuarista não sobrevive na atividade. “Foi isso que me motivou a procurar esses profissionais. Toda a reorganização da pro-priedade me possibilita reduzir custos onde for possível e produzir com maior eficiência”, acre-dita o pecuarista.

“Agora, por exemplo, já sei que é preciso man-ter ajustada a lotação do pasto. Antes, colocava muitos animais numa área que não comportava

toda a demanda, o que diminuía minha eficiên-cia”, explicou o pecarista.

Há três anos, Garcia investe em animais meio--sangue. Utiliza sêmen importado de reproduto-res da raça rubia gallega, originária da Galícia, Espanha, e que foi intro-duzida no Brasil no ano de 2000, e insemina fê-meas da raça nelore – seu plantel de matrizes é de 1.700 animais.

O pecuarista destaca a principal qualidade do cruzamento. “A maciez dá uma qualidade dife-renciada à carne. Recebo

o valor da arroba mais 20% de ágio”, comemora.

Segundo Hélio Gar-cia, atualmente, con-segue mandar para o frigorífico animais de nove meses (terneiros), com peso entre 11 e 12 arrobas.

Com apenas de 60 dias, os bezerros já pas-sam a receber ração e entram em processo de conformação de carcaça a partir do sexto mês. Hoje, manda para abate em torno de 400 ternei-ros por ano, mas a meta é chegar a mil animais abatidos a cada 12 meses.

Rubia Gallega – A raça Rubia Gallega, exclusiva da região da Galícia, na Espanha, mostrou novos e surpreendentes resultados no incremento da produção de carne de qualidade no Brasil, indicando redução de custos ao pecuarista e maior rendimento de carcaça no frigorífico.

As primeiras experiências de cruzamento ocor-reram em São Paulo, na região de Promissão, com a Rubia Gallega sendo usada como uma terceira raça em exemplares Nelore x Simental, Nelore X Red Angus e Nelore X Piemontês. O melhor resultado apresentado foi justamente o cruzamento Nelore x Simental x Rubia Gallega.

“O rendimento de carcaça é surpreendente”, afri-mou o professor D. Luciano Sanchez Garcia, que veio da Espanha acompanhar os primeiros abates.

Os bovinos foram abatidos com no máximo 13 me-ses de idade e a média geral foi de 60,6% de rendimento. Nos animais Nelore/Rubia Gallega a quantidade de carne produzida foi ainda mais alta, 61,3% nos machos, com exemplares que chegaram a marca de 64%.

Carne bovina somou US$ 539,2 milhões

DIRETO DO CAMPO

Linha fina para matérias com umLinha fina para matérias com uma ou duas linhas Linha fina para matérias com uma ou duas linhas

ExpoRTaÇõEs

Da RedaçãoCom Agro Olhar

O mercado externo da carne bovina produzida no Brasil está aquecido. Nos últimos dois meses, as exportações do setor tiveram um acréscimo sig-nificativo, sinalizando um final de ano melhor que o de 2012.

As exportações de carne bovina do Brasil aumentaram nos meses de setembro e outubro de 2013. De acordo com a receita cambial, a carne bovina somou US$ 539,2 milhões, acumulando um aumento de cerca de 8% a mais que o ano anterior. Já a carne suína juntou U$ 131,1 milhões em outu-bro, 15,6% a mais que em setembro deste ano.

Em volumes, o s e m b a r q u e s da carne bovi-na em outubro somaram 118,6 mil toneladas, 5 , 7 9 % a m a i s que em setembro de 2013, que fe-chou o mês com 112,1 mil de car-nes exportadas. E os embarques das carnes suí-nas totalizaram 44,9 mil tonela-das, um avanço de 12,53% em re-lação ao mês de setembro.

A carne de Em outubro, os embarques de carne bovina para o exterior

aumentaram 5,79% em relação à setembro

frango in natura, também teve um aumento positi-vo em relação aos meses anteriores, somando um incremento de 14,79% com valor de UU$ 582,8 milhões. Já em volume de embarque, o frango fechou o mês de outubro em 15,17% com 319,6 mil toneladas embarcadas.

aCUMULO DOs PRiMEiROs

TRiMEsTREs

De acordo com a recei-ta cambial, a carne bovina somou, nos dez primeiros deste ano, cerca de UU$ 4,400 bilhões em expor-tações, um acréscimo de 17,63% em relação a 2012. Já os embarques, até outu-

bro de 2013, alcançaram 970,1 mil toneladas.

A carne de frango so-maram UU$ 5,584 bilhões no mesmo período, um aumento de 5,69% em re-lação a 2012. Em volume, foram embarcados 2,943 milhões de toneladas, com resultado negativo ao ano anterior, uma queda de 0,77%.

Já a carne suína, a receita acumulada nos primeiros trimestre do ano, foi de US$ 1,046 milhões, uma queda de 7,68% em comparação ao ano de 2012. Em volume, os embarques somaram US$ 376,8 mil toneladas, um saldo negativo com 10,77% em relação ao ano anterior.

aGROPECUÁRia EM CREsCiMENTOa renda agropecuária para este ano em Mato Grosso deve totalizar R$ 52,1

bilhões, recuando levemente frente ao desempenho de 2012, quando alcan-çou R$ 52,4 bilhões. Os números são do Ministério da agricultura, Pecuária e abastecimento (Mapa) e fazem relação ao valor Bruto de Produção (vBP). De acordo com o Mapa, do total esperado para 2013 na unidade federada, R$ 40,9 bilhões referem-se às lavouras, enquanto outros R$ 11,2 bilhões para a pecuária. a renda bruta para a agricultura neste ano deve se tornar 1,6% abaixo daquela do ano passado, enquanto a da pecuária deve crescer quase 4%.

MT PaRa O NORTE/NORDEsTEA Conab vai comprar milho de Mato Grosso para abastecer os mercados do norte e do

nordeste. Só não receberão o milho mato-grossense os estados de Rondônia, Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí e os municípios da região oeste da Bahia. Na próxima quarta-feira (20), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) irá negociar 250 mil toneladas do grão, em 9.260 contratos de Opção de Venda. Serão 50 mil toneladas destinadas para os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo e as cidades do norte de Minas Gerais que integram a área de atuação da Sudene. A medida tem como objetivo abastecer os criadores de aves, suínos, bovinos, ovinos e caprinos como também as indústrias de ração.

aLGODãO MELHORa as COTaçõEsDepois das quedas das últimas semanas, as cotações do algodão em pluma

têm registrado pequenas altas no mercado interno. a valorização do dólar frente ao Real elevou as paridades de importação e de exportação, dando maior poder de negociação aos vendedores brasileiros, que, na prática, seguem re-traídos. agentes de indústrias também estão ausentes do mercado, indicando que os preços devem voltar a cair. segundo pesquisadores do Cepea, parte da indústria não demonstra interesse em adquirir algodão de baixa qualidade, enquanto outras ofertam preços menores à pluma do tipo 41-4. Entre 5 e 12 de novembro, o indicador CEPEa/EsaLQ com pagamento em 8 dias teve alta de 0,68%, indo para R$ 2,0862/lp nessa terça-feira, 12.

NOvO sisTEMa DE GEOREFERENCiaMENTOO novo sistema de certificação de imóveis rurais do Instituto Nacional de Colonização

e Reforma Agrária (Incra) entra em funcionamento no dia 23 de novembro. A partir desta data, todo o processo será feito de forma automatizada, pela internet, por meio do SIGEF (Sistema de Gestão Fundiária). Propriedades rurais com mais de 250 hectares devem ser certificadas nos casos de desmembramento, parcelamento ou remembramento de área. O assunto foi tema do seminário �Sistema de Gestão Fundiária do Incra�, realizado na quinta-feira (14.11) pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), com apoio do Incra e da Associação dos Notários e Registradores de Mato Grosso (Anoreg-MT). O evento reuniu cerca de 300 pessoas entre técnicos, acadêmicos e produtores rurais.

TREiNaMENTO PaRa siNDiCaTOs RURais Nos dias 21, 22 e 23 de novembro haverá mais uma rodada de treinamentos

sobre obrigações legais e rotinas administrativas e financeira para os sindicatos Rurais de Mato Grosso. Desta vez serão 13 sindicatos dos municípios de alto araguaia, alto garças, alto Taquari, Dom aquino, Guiratinga, itiquira, Jaciara, Paranatinga, Pedra Preta, Poxoréo, Primavera do Leste, Rondonópolis e santo antônio do Leste. a capacitação é promovida pela Federação da agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e o serviço Nacional de aprendizagem Rural (senar-MT). “Nosso objetivo é incentivar os sindicatos para que eles tenham uma nova cultura organizacional, com foco na gestão de qualidade e introdução ao cumprimento das obrigações legais”, explica o gestor do Núcleo Técnico da Famato, Eduardo Godoi.

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 585 17/11 a 23/11 de 2013

24 Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulR$ 3,10 - ANO XIII nº 585

17/11 a 23/11 de 2013www.copopular.com.br

Fichas sujas ecaras de pau!

EDITORIAL

Página 5 Página 2

RECADO DURO

mAIs nA págInA 4

Nelsinho diz que não é elequem paga deputados

Lula libera coligação com o PSDB e embola o meio campo

ELEIÇÃO 2014

Rádios AM já estãoautorizadas a iniciar migração

para a faixa de FM

REnAsCImEnTO

pOLÍTICA

Alcides Bernal, a negação da própria essência

Por Fernando Ordakowski

mAIs nA págInA 5

OFICIAL?

mAIs nA págInA 4

Governador anuncia que fica até o final do mandato

para não ser acusadode “amarelar”

mAIs nA págInA 7

Quem apostava que a visita do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fosse “clarear” o quadro político com vistas às elei-ções do ano que vem, en-ganou-se redondamente. Mais brando do que quan-do adotou o estilo “Lulinha paz e amor” para vencer a sua primeira eleição pre-sidencial, a passagem do ex-presidente pela Capital sul-mato-grossense ser-viu apenas para embolar

ainda mais o meio campo e “embananar” a cabeça de quem faz futurologia política. Uma hipotética radicalização de Lula, por exemplo, em relação a uma aliança entre Delcídio do Amaral, pré-candidato a governador pelo PT, e o deputado federal Reinaldo Azambuja, pré-candidato do PSDB, ao Senado da República, não aconteceu. Pelo contrário, Lula afir-mou que não veta a aliança

entre o PT e o PSDB em Mato Grosso do Sul para as eleições de 2014, embo-ra tenha feito questão de deixar claro que esta não é e nem será uma decisão pessoal; dele. Lula ainda confirmou preferência de que o partido se alie ao PMDB. Ele também foi diplomático na questão do conflito agrário entre índios e fazendeiros.

Agora parece que é definitivo. O que os peemedebistas relutavam em aceitar foi anunciado em tom solene pelo líder do governador na Assembleia legislativa, deputado estadual Júnior Mochi (PMDB). Segundo ele, André Puccinelli (PMDB) avi-sou, oficialmente, que não será candidato a senador. A decisão teria sido comunicada ao parlamentar, que também é presidente regional da legenda, ainda na segunda--feira, porém, o comunicado público só foi feito na quinta-feira passada, véspera do feriado da República. O presidente do PMDB disse que o governador lhe chamou e informou, textualmente, que não será candidato a nenhum cargo eletivo.

Duas em uma. Assim será a maioria das emis-soras de rádio AM do Es-tado, a partir do próximo ano, quando concretizar o processo de instalação dos equipamentos para opera-rem na faixa de Frequência Modulada (FM). A autori-zação para que as mais de 1.700 emissoras de ondas médias (AM) existentes no país passem a utilizar um canal de FM foi assina-da pela presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Pla-nalto, no último dia 7. O ato contou com a presença dos ministros Paulo Bernardo, das Comunicações, e Gleise

Hoffmann, da Casa Civil. O decreto-presidencial, conhecido como “Lei da Mi-gração da AM para a FM”, permitirá que as cidades, onde funcionam rádios AM,

passem a contar com emis-soras operando em dois canais ao mesmo tempo.

Egocentrista, megalo-maníaco, arrogante, auto-confiante, prepotente, oni-potente ou onipresente? Não sei exatamente qual

predicado melhor se pode usar para definir a persona-lidade do prefeito A lc ides Bernal , eleito com mais de 270 mil votos dados pelos cam-po-grandenses e que, com quase 25% de seu man-dato consumido, pouco conseguiu fazer ou mostrar à sociedade que

confiou em seu nome. O problema de Alcides Ber-nal é o próprio Alcides Bernal. Bernal tem se mos-trado a negação da própria

essência. Homem das co-municações, Bernal, com mais de 30 anos no rádio, está careca – sem querer fazer trocadilho infame em relação à sua deficiência capilar – de saber que os homens públicos são os mais visados pelos meios de comunicação. São o alvo preferido de 10 entre 10 órgãos de imprensa. Mesmo assim, continua pautando seus adversários com sua incontinência ver-borrágica.

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EDITORIAL

Página 5 Página 2

RECADO DURO

mAIs nA págInA 4

Nelsinho diz que não é elequem paga deputados

Lula libera coligação com o PSDB e embola o meio campo

ELEIÇÃO 2014

Rádios AM já estãoautorizadas a iniciar migração

para a faixa de FM

REnAsCImEnTO

pOLÍTICA

Alcides Bernal, a negação da própria essência

Por Fernando Ordakowski

mAIs nA págInA 5

OFICIAL?

mAIs nA págInA 4

Governador anuncia que fica até o final do mandato

para não ser acusadode “amarelar”

mAIs nA págInA 7

Quem apostava que a visita do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fosse “clarear” o quadro político com vistas às elei-ções do ano que vem, en-ganou-se redondamente. Mais brando do que quan-do adotou o estilo “Lulinha paz e amor” para vencer a sua primeira eleição pre-sidencial, a passagem do ex-presidente pela Capital sul-mato-grossense ser-viu apenas para embolar

ainda mais o meio campo e “embananar” a cabeça de quem faz futurologia política. Uma hipotética radicalização de Lula, por exemplo, em relação a uma aliança entre Delcídio do Amaral, pré-candidato a governador pelo PT, e o deputado federal Reinaldo Azambuja, pré-candidato do PSDB, ao Senado da República, não aconteceu. Pelo contrário, Lula afir-mou que não veta a aliança

entre o PT e o PSDB em Mato Grosso do Sul para as eleições de 2014, embo-ra tenha feito questão de deixar claro que esta não é e nem será uma decisão pessoal; dele. Lula ainda confirmou preferência de que o partido se alie ao PMDB. Ele também foi diplomático na questão do conflito agrário entre índios e fazendeiros.

Agora parece que é definitivo. O que os peemedebistas relutavam em aceitar foi anunciado em tom solene pelo líder do governador na Assembleia legislativa, deputado estadual Júnior Mochi (PMDB). Segundo ele, André Puccinelli (PMDB) avi-sou, oficialmente, que não será candidato a senador. A decisão teria sido comunicada ao parlamentar, que também é presidente regional da legenda, ainda na segunda--feira, porém, o comunicado público só foi feito na quinta-feira passada, véspera do feriado da República. O presidente do PMDB disse que o governador lhe chamou e informou, textualmente, que não será candidato a nenhum cargo eletivo.

Duas em uma. Assim será a maioria das emis-soras de rádio AM do Es-tado, a partir do próximo ano, quando concretizar o processo de instalação dos equipamentos para opera-rem na faixa de Frequência Modulada (FM). A autori-zação para que as mais de 1.700 emissoras de ondas médias (AM) existentes no país passem a utilizar um canal de FM foi assina-da pela presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Pla-nalto, no último dia 7. O ato contou com a presença dos ministros Paulo Bernardo, das Comunicações, e Gleise

Hoffmann, da Casa Civil. O decreto-presidencial, conhecido como “Lei da Mi-gração da AM para a FM”, permitirá que as cidades, onde funcionam rádios AM,

passem a contar com emis-soras operando em dois canais ao mesmo tempo.

Egocentrista, megalo-maníaco, arrogante, auto-confiante, prepotente, oni-potente ou onipresente? Não sei exatamente qual

predicado melhor se pode usar para definir a persona-lidade do prefeito A lc ides Bernal , eleito com mais de 270 mil votos dados pelos cam-po-grandenses e que, com quase 25% de seu man-dato consumido, pouco conseguiu fazer ou mostrar à sociedade que

confiou em seu nome. O problema de Alcides Ber-nal é o próprio Alcides Bernal. Bernal tem se mos-trado a negação da própria

essência. Homem das co-municações, Bernal, com mais de 30 anos no rádio, está careca – sem querer fazer trocadilho infame em relação à sua deficiência capilar – de saber que os homens públicos são os mais visados pelos meios de comunicação. São o alvo preferido de 10 entre 10 órgãos de imprensa. Mesmo assim, continua pautando seus adversários com sua incontinência ver-borrágica.

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DiretorAntônio Carlos Oliveira

Diretoria ComerCialMax Feitosa Milas

editoria e reportagens-mtBeatriz Girardi - DRT - 118-MT

editor e reportagem - mSJota Menon

reportagensBeatriz Girardi, Regina Botelho, Jota Menon

[email protected]

estagiáriosAna Sampaio

editor de arte Mário Pulcherio Filho

Diagramação Leonardo Arruda

ChargeFernando Ordakowski

CirCulaçãoBrasília, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul

SedesAvenida Miguel Sultil, nº 4.353 - Areão Cuiabá - Mato Grosso - CEP: 78.010-500Fone (65) 3623-4300/e-mail: [email protected]

Endereço BrasíliaCLSW - 301 - Bloco A - Edifício Spaço Vip Sala 136 - Setor Sudoeste Fones: (61) 3028-1388/3028-1488

Escrtório Campo GrandeRua Joaquim Murtinho, nº 184 - Centro Campo Grande - Mato Grosso do Sul CEP: 79.002-100 Fone (67) 3029-4214 e-mail: [email protected]

Assinaturas: (65) 3046-0400 (67) 3029-4214

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Opinião

Artigos

ponto de VistA

FAlou e disse“Ele estão nos ameaçando e se isso acontecer vamos reagir e colocar fogo nas casas”

ÍndiO nedina terena aO cOmentar a ameaça de fazendeirOs de retOmarem fazendas invadidas em matO grOssO dO sul, se precisO, cOm O usO de viOlência e armas

um táxi, por favor!

Rosildo BaRcellos

*ArticulistA

editoriAlFichas sujas e caras de pau!

Sempre depois

PedRo caRdoso da costa

bacharel em direitO - in-terlagOs/sp

Uma dessas so-luções são os aplica-

tivos para pedido de táxi,profissão apaixonante muito

bem retratada pela música de Roberto Carlos

Não se trata de anunciar a chegada ao poder e a he-gemonia de uma nova geração.

MaRina silvaEx-sEnAdorA,foi ministrA do mEio AmbiEntE no govErno lulA E cAndidAtA Ao PlAnAlto

Em 2010.

além de nova YorkCom a fala da pre-

sidente do Tribunal de Justiça e do go-vernador fica eviden-

t e que suas palavras são meras conjecturas

Que trânsito, que chuva, que ca-lor

Mas logo mais isso melhora.

Tento agradar a todo mundo

E t r a b a l h a r sempre sorrindo

Mas sou um ser humanoE só eu sei as vezes o que estou sen-

tindoO cansaço, a solidãoAperta o coração na madrugadaMas a missão cumprida me despertaÉ hora de voltar p’ra casa.Dou graças a Deus … que lindoOs filhos e a mulher em paz dormindoNos dias atuais o aumento do uso

de smartphones permitiu que empresas que trabalham com o desenvolvimento de tecnologia passassem a pensar em ferra-mentas e aplicativos para facilitar o dia a dia dos cidadãos, como a mobilidade urbana. Uma dessas soluções são os apli-cativos para pedido de táxi,profissão apaixonante muito bem re-tratada pela música de Roberto Carlos. Mas no passado não era desta foirma.Se formos falar em história o táxi surgiu na Roma antiga e fundamentado na tração humana, nas liteiras e os valores eram tratados com o Senhor dos Escravos. Mas no sistema que entendemos como atual, tudo aconteceu dez anos depois da patente do primeiro automóvel,com motor monocilíndrico de 1,1HP; registrado por Gttlieb Daimler em janeiro de 1886. August Greiner que já era um empresário de táxis – carruagens ( equinos ) começou a usar em maio de 1897,em Estugarda (Alemanha) um modelo de dois cilindros com 8 HP e que chegava

a 24 km/h. Este primeiro Táxi cumpria em torno de 70km diários e o interessante que muitos clientes tinham receio da “alta velocidade” e era quase uma aventura.

Em 2011, no Brasil foi sancionada a lei 12468, reconhecendo a profissão de taxista, aonde considera como tal a ativi-dade privativa dos profissionais taxistas a utilização de veículo automotor, próprio ou de terceiros, para o transporte público individual remunerado de passageiros, cuja capacidade seja de, no máximo, 7 (sete) passageiros. E como requisitos para exercer a atividade o profissional obter o curso de relações humanas,direção defensiva,primeiros socorros,mecânica e elétrica básica e inscrição como segurado do INSS,ainda que exerça a profissão na condição de taxista autônomo,taxista au-xiliar ou locatário.

Ressalto que o CONTRAN ainda não publicou quais as re-gras para expedição de certificados de con-clusão de curso (se-melhantes aos cursos MOPP e transporte coletivo) e quais in-frações de trânsito pertinentes quanto à

inobservância do contido na Resolução. Entretanto os órgãos autorizatórios de-verão de adequar a Resolução 456/13 do CONTRAN até 31 de dezembro de 2014. Esta mesma resolução preconiza que, dentro da grade curricular mínima do Curso de Taxista será discutido sobre a imagem do taxista na sociedade, a postura, responsabilidade e disciplina no trabalho; manutenção do veículo, assim como da se-gurança no transporte do usuário: cinto de segurança, lotação e respeito a sinalização e ao comportamento solidário no trânsito; a gentileza e o respeito no atendimento a gestantes, pessoas idosas e pessoas com mobilidade reduzida.

As conexões e movimentos no mundo globalizado são visíveis, mas não evidentes. É preciso ver abaixo da superfície o que não é mostrado nas pesquisas de opinião ou nas os-cilações do mercado financeiro. Os fenômenos que surpreendem na política são anunciados com antecedência nas entrelinhas das notícias.

A vitória do candidato democrata à Pre-feitura de Nova York surpreende em vários aspectos: o perfil de ultraliberal com passado esquerdista, as propostas de justiça social caracterizadas como “populistas” ao melhor estilo latino-americano, o domínio dos repu-blicanos nos últimos 20 anos, tudo isso, há pouco tempo, seria obs-táculo para uma vitória tão folgada, com 70% dos votos.

O que querem dizer os nova-iorquinos? As maiorias ocultas, de etnias e línguas variadas, resolveram exercer na política um poder que só mostravam --e com dificuldade-- na cultura?

Quando o movimento Occupy Wall Street mostrou-se resistente a ponto de espalhar-se como estratégia pelo mundo inteiro, o iceberg de uma grande mudança revelou sua ponti-nha. Os jovens ativistas autorais são as novas antenas da raça humana. Muitas vezes sua im-portância passa despercebida, como também ficam invisíveis os 21% da população que vivem abaixo da linha de pobreza na capital financeira do mundo. Tanta contradição e potencialidade não fica contida para sempre.

Vimos o povo nas ruas no Egito, na Espanha, no Chile. Muitos diziam: isso não acontece no Brasil, aqui esses movimentos ficam restritos a desabafos na internet. Mas

aconteceu, transbor-dou do virtual para o presencial em mani-festações cujos efei-tos estão longe de se esgotar. E, agora, quem pode dizer que tais movimentos não influenciarão a polí-tica, os Parlamentos e os governos?

Não se trata de anunciar a chegada ao poder e a hegemonia de uma nova geração. Trata-se, como tenho arriscado a dizer, de re-conhecer o surgimen-to de um novo sujeito

político e de mudanças no ambiente social e cultural em que a política acontece. O im-previsível ronda o palco dos acontecimentos.

Um desejo forte começa a expressar-se claramente. Milhões de pessoas escolhem qualidade de vida, e não consumo irrefletido; serviços públicos de qualidade, e não gran-des obras inúteis; conservação do ambiente e valorização da vida, e não especulação e devastação. Os povos querem desenvolvi-mento econômico e social, que é muito além do “crescimento”.

Ninguém mais alimenta ilusões em partidos salvadores da pátria, democratas ou republicanos, mas até neles podem ocorrer realinhamentos, novos espaços de ação e novos significados para a política. Portanto, boa sorte aos nova-iorquinos. A esperança está em toda parte.

Se há alguma coisa que político brasilei-ro tem de sobra é cara de pau. Eles {os políti-cos} entram para a “arte de engolir sapos” e gostam tanto da coisa que perdem totalmente o sentido do que é vergonha na cara.

As últimas notícias sobre os ficha suja não dão conta de que algum deles esteja pagando pela roubalheira que patrocinaram ao erário. Pelo contrário, o noticiário mostra que os mais sujos que paus de galinheiros estão preparando herdeiros para assumirem seus postos nas Casas Legislativas do País, onde eles não poderão mais frequentar a partir de 2015.

É o famoso Plano B dos elementos atingidos pela Lei da Ficha Limpa que não poderão disputar o pleito de 2014. Segundo o UOL, até quem diz que estará na disputa -todos ainda poderão brigar na Justiça para participar do pleito- já prepara algum herdei-ro para o caso de ter a candidatura barrada.

Em geral, os sucessores são jovens e disputarão a primeira eleição. Formado em direito, Pedro Cunha Lima, 25, filho do sena-dor Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), tentará vaga na Câmara dos Deputados.”Sempre cultivei o sonho de me tornar professor, mas percebi que posso contribuir com a Paraíba”, disse Pedro.

Cássio Cunha Lima foi cassado quando era governador da Paraíba e está inelegível até o próximo ano. Eleito senador em 2010, só foi empossado no ano seguinte após o Supremo Tribunal Federal definir que a Lei da Ficha Limpa não teve validade para aquela eleição.

A regra que torna os políticos “fichas--sujas” inelegíveis começou a valer nas eleições municipais de 2012 e será aplicada pela primeira vez em 2014 nas disputas para presidente, governadores, deputados e senadores.Pela lei, não podem se candida-tar políticos condenados em decisão final, quando não cabem recursos, ou colegiada -mais de um juiz. Também fica impedido quem teve contas rejeitadas, mandato cassado ou renunciou para escapar de cassação.

Em Rondônia, parentes do deputado Natan Donadon (ex-PMDB) e do senador Ivo Cassol (PP) preparam-se para seguir os padrinhos, que tiveram mandato preserva-do mesmo após condenados pelo STF, mas estão inelegíveis.

Preso há cinco meses, Donadon espera eleger o sobrinho Junior, 36, deputado federal. Donadon foi condenado a mais de 13 anos de prisão por desvio de recursos do Legislativo estadual.Cassol, condenado a mais de quatro anos em regime semiaberto por fraude em licitações, quer ver a filha Karine, 23, na Assembleia de RO.

Só por desencargo de consciência: os eleitores tem também sua parcela de contribuição, porque não pode ver uma nota de R$ 50 ou uma mísera cesta básica que dão seu precioso votinho para essa corja de safados que, agora impedida de disputar o pleito, tenta criar uma corja de novos safadinhos, afinal, filho de peixe, peixinho é, salvo raras e honrosas exce-ções, é claro!

Em 1996, após a morte de 99 pessoas na queda do Fokker 100 da TAM, escrevi um texto com o título “país onde tudo fica para depois”, numa alusão a uma frase do então presidente Fer-nando Henrique Cardoso de que os aeroportos de-veriam ser construídos

em áreas sem residências ao redor. Como tantas outras promessas, essa não passou de um comentário.

Essa prática deve ter começado com a descoberta do Brasil, apenas me chamou atenção devido à grande repercussão daquele acontecimento.

Assim como era antes, continua sendo até hoje. A Administração Pública brasileira, em todas as suas esferas, só age após uma tragédia, ou depois de mais de um caminhão de reais su-mido pelo ralo da corrupção.

Neste ano de 2013, essa onda já ocorreu em várias oportunidades. Iniciou-se em janeiro com o incêndio da boate Kiss, em Santa Maria/RS, que resultou na morte de 243 pessoas. Enquanto pessoas eram torradas literalmente, as autoridades ensaiavam o festival de desculpas. A partir daí começou-se uma corrida Brasil afora pelo fechamento de comércios irregulares, com uma voracidade nunca antes vista sobre as boates e casas noturnas. Todos os funcionários sabiam que elas eram irregulares, mas a cada falha encontrada, a expressão dos fiscais era de cara de paisagem. A onda passou. No Brasil inteiro as boates “kiss” continuam operando normalmente até que volte a torrefação de mais algumas centenas de pessoas.

Em março, o país inteiro tomou conhecimento de que o transporte de vans no Rio de Janeiro fun-cionava clandestinamente. Ora, isso não precisava de informação, tanto no Rio como nas demais cidades do país, as empresas ou os carros são irregulares em quase sua totalidade. E que seria de conhecimento público e

notório só veio à tona por conta do martírio de uma jovem turista americana, estuprada por um grupo de delinquentes por várias vezes dentro de uma van. Foi a deixa para o prefeito Eduardo Paes se dar conta das irregularidades. Com a regularização do transporte como se um estupro tivesse ocorrido, não pela falta de segurança, mas pelas falhas do meio de transporte.

Para não deixar dúvidas que se trata de um modus operandi generalizado por todo o país e em todos os ramos da administração pública, o Fórum de Bangu, bairro da cidade do Rio de Janeiro, colocou um caminhão de detentos perigosos para interrogató-rio, com a segurança de dois ou três policiais militares.

Por consequência, o aparato que faltava de policiais sobrou de bandidos na tentativa de resgatar alguns comparsas, o que resultou nas mortes de um policial e de uma criança de oito anos. Parece cris-talino a possibilidade de ação dos marginais. Mas,

somente após as mortes e diante da comoção nacio-nal – já desmoralizada pela repetição reiterada desses fatos -, o governador agora vai discutir a aplicação da videoconferência para ouvir o testemunho de marginais.

Com a fala da presi-dente do Tribunal de Justiça e do governador fica evidente que suas palavras são meras conjecturas. Só na cabeça de autoridades teria relevância criar um site restrito aos dados dos bandidos perigosos. Uma medida dessa é desprovida de eficácia e de seriedade. Além de outras questões, a videocon-ferência para ouvir qualquer pessoa e qualquer condição deve ser utilizada pela praticidade e por ser custar menos aos cofres públicos e não apenas por segurança.

Coroaram com a alegação de que a lei prevê a videoconferência apenas para interrogar os acusados, não para ouvir testemunhas. Se esse entendimento passar do governador e alcançar mesmo as esferas judiciais seria hora de fechar a porteira, passar a régua e começar a questionar a qualidade técnico-jurídica da Justiça brasileira.

Page 27: CENTRO OESTE POPULAR ED 585

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 585 17/11 a 23/11 de 2013

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ponto de VistA

FAlou e disse“Ele estão nos ameaçando e se isso acontecer vamos reagir e colocar fogo nas casas”

ÍndiO nedina terena aO cOmentar a ameaça de fazendeirOs de retOmarem fazendas invadidas em matO grOssO dO sul, se precisO, cOm O usO de viOlência e armas

um táxi, por favor!

Rosildo BaRcellos

*ArticulistA

editoriAlFichas sujas e caras de pau!

Sempre depois

PedRo caRdoso da costa

bacharel em direitO - in-terlagOs/sp

Uma dessas so-luções são os aplica-

tivos para pedido de táxi,profissão apaixonante muito

bem retratada pela música de Roberto Carlos

Não se trata de anunciar a chegada ao poder e a he-gemonia de uma nova geração.

MaRina silvaEx-sEnAdorA,foi ministrA do mEio AmbiEntE no govErno lulA E cAndidAtA Ao PlAnAlto

Em 2010.

além de nova YorkCom a fala da pre-

sidente do Tribunal de Justiça e do go-vernador fica eviden-

t e que suas palavras são meras conjecturas

Que trânsito, que chuva, que ca-lor

Mas logo mais isso melhora.

Tento agradar a todo mundo

E t r a b a l h a r sempre sorrindo

Mas sou um ser humanoE só eu sei as vezes o que estou sen-

tindoO cansaço, a solidãoAperta o coração na madrugadaMas a missão cumprida me despertaÉ hora de voltar p’ra casa.Dou graças a Deus … que lindoOs filhos e a mulher em paz dormindoNos dias atuais o aumento do uso

de smartphones permitiu que empresas que trabalham com o desenvolvimento de tecnologia passassem a pensar em ferra-mentas e aplicativos para facilitar o dia a dia dos cidadãos, como a mobilidade urbana. Uma dessas soluções são os apli-cativos para pedido de táxi,profissão apaixonante muito bem re-tratada pela música de Roberto Carlos. Mas no passado não era desta foirma.Se formos falar em história o táxi surgiu na Roma antiga e fundamentado na tração humana, nas liteiras e os valores eram tratados com o Senhor dos Escravos. Mas no sistema que entendemos como atual, tudo aconteceu dez anos depois da patente do primeiro automóvel,com motor monocilíndrico de 1,1HP; registrado por Gttlieb Daimler em janeiro de 1886. August Greiner que já era um empresário de táxis – carruagens ( equinos ) começou a usar em maio de 1897,em Estugarda (Alemanha) um modelo de dois cilindros com 8 HP e que chegava

a 24 km/h. Este primeiro Táxi cumpria em torno de 70km diários e o interessante que muitos clientes tinham receio da “alta velocidade” e era quase uma aventura.

Em 2011, no Brasil foi sancionada a lei 12468, reconhecendo a profissão de taxista, aonde considera como tal a ativi-dade privativa dos profissionais taxistas a utilização de veículo automotor, próprio ou de terceiros, para o transporte público individual remunerado de passageiros, cuja capacidade seja de, no máximo, 7 (sete) passageiros. E como requisitos para exercer a atividade o profissional obter o curso de relações humanas,direção defensiva,primeiros socorros,mecânica e elétrica básica e inscrição como segurado do INSS,ainda que exerça a profissão na condição de taxista autônomo,taxista au-xiliar ou locatário.

Ressalto que o CONTRAN ainda não publicou quais as re-gras para expedição de certificados de con-clusão de curso (se-melhantes aos cursos MOPP e transporte coletivo) e quais in-frações de trânsito pertinentes quanto à

inobservância do contido na Resolução. Entretanto os órgãos autorizatórios de-verão de adequar a Resolução 456/13 do CONTRAN até 31 de dezembro de 2014. Esta mesma resolução preconiza que, dentro da grade curricular mínima do Curso de Taxista será discutido sobre a imagem do taxista na sociedade, a postura, responsabilidade e disciplina no trabalho; manutenção do veículo, assim como da se-gurança no transporte do usuário: cinto de segurança, lotação e respeito a sinalização e ao comportamento solidário no trânsito; a gentileza e o respeito no atendimento a gestantes, pessoas idosas e pessoas com mobilidade reduzida.

As conexões e movimentos no mundo globalizado são visíveis, mas não evidentes. É preciso ver abaixo da superfície o que não é mostrado nas pesquisas de opinião ou nas os-cilações do mercado financeiro. Os fenômenos que surpreendem na política são anunciados com antecedência nas entrelinhas das notícias.

A vitória do candidato democrata à Pre-feitura de Nova York surpreende em vários aspectos: o perfil de ultraliberal com passado esquerdista, as propostas de justiça social caracterizadas como “populistas” ao melhor estilo latino-americano, o domínio dos repu-blicanos nos últimos 20 anos, tudo isso, há pouco tempo, seria obs-táculo para uma vitória tão folgada, com 70% dos votos.

O que querem dizer os nova-iorquinos? As maiorias ocultas, de etnias e línguas variadas, resolveram exercer na política um poder que só mostravam --e com dificuldade-- na cultura?

Quando o movimento Occupy Wall Street mostrou-se resistente a ponto de espalhar-se como estratégia pelo mundo inteiro, o iceberg de uma grande mudança revelou sua ponti-nha. Os jovens ativistas autorais são as novas antenas da raça humana. Muitas vezes sua im-portância passa despercebida, como também ficam invisíveis os 21% da população que vivem abaixo da linha de pobreza na capital financeira do mundo. Tanta contradição e potencialidade não fica contida para sempre.

Vimos o povo nas ruas no Egito, na Espanha, no Chile. Muitos diziam: isso não acontece no Brasil, aqui esses movimentos ficam restritos a desabafos na internet. Mas

aconteceu, transbor-dou do virtual para o presencial em mani-festações cujos efei-tos estão longe de se esgotar. E, agora, quem pode dizer que tais movimentos não influenciarão a polí-tica, os Parlamentos e os governos?

Não se trata de anunciar a chegada ao poder e a hegemonia de uma nova geração. Trata-se, como tenho arriscado a dizer, de re-conhecer o surgimen-to de um novo sujeito

político e de mudanças no ambiente social e cultural em que a política acontece. O im-previsível ronda o palco dos acontecimentos.

Um desejo forte começa a expressar-se claramente. Milhões de pessoas escolhem qualidade de vida, e não consumo irrefletido; serviços públicos de qualidade, e não gran-des obras inúteis; conservação do ambiente e valorização da vida, e não especulação e devastação. Os povos querem desenvolvi-mento econômico e social, que é muito além do “crescimento”.

Ninguém mais alimenta ilusões em partidos salvadores da pátria, democratas ou republicanos, mas até neles podem ocorrer realinhamentos, novos espaços de ação e novos significados para a política. Portanto, boa sorte aos nova-iorquinos. A esperança está em toda parte.

Se há alguma coisa que político brasilei-ro tem de sobra é cara de pau. Eles {os políti-cos} entram para a “arte de engolir sapos” e gostam tanto da coisa que perdem totalmente o sentido do que é vergonha na cara.

As últimas notícias sobre os ficha suja não dão conta de que algum deles esteja pagando pela roubalheira que patrocinaram ao erário. Pelo contrário, o noticiário mostra que os mais sujos que paus de galinheiros estão preparando herdeiros para assumirem seus postos nas Casas Legislativas do País, onde eles não poderão mais frequentar a partir de 2015.

É o famoso Plano B dos elementos atingidos pela Lei da Ficha Limpa que não poderão disputar o pleito de 2014. Segundo o UOL, até quem diz que estará na disputa -todos ainda poderão brigar na Justiça para participar do pleito- já prepara algum herdei-ro para o caso de ter a candidatura barrada.

Em geral, os sucessores são jovens e disputarão a primeira eleição. Formado em direito, Pedro Cunha Lima, 25, filho do sena-dor Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), tentará vaga na Câmara dos Deputados.”Sempre cultivei o sonho de me tornar professor, mas percebi que posso contribuir com a Paraíba”, disse Pedro.

Cássio Cunha Lima foi cassado quando era governador da Paraíba e está inelegível até o próximo ano. Eleito senador em 2010, só foi empossado no ano seguinte após o Supremo Tribunal Federal definir que a Lei da Ficha Limpa não teve validade para aquela eleição.

A regra que torna os políticos “fichas--sujas” inelegíveis começou a valer nas eleições municipais de 2012 e será aplicada pela primeira vez em 2014 nas disputas para presidente, governadores, deputados e senadores.Pela lei, não podem se candida-tar políticos condenados em decisão final, quando não cabem recursos, ou colegiada -mais de um juiz. Também fica impedido quem teve contas rejeitadas, mandato cassado ou renunciou para escapar de cassação.

Em Rondônia, parentes do deputado Natan Donadon (ex-PMDB) e do senador Ivo Cassol (PP) preparam-se para seguir os padrinhos, que tiveram mandato preserva-do mesmo após condenados pelo STF, mas estão inelegíveis.

Preso há cinco meses, Donadon espera eleger o sobrinho Junior, 36, deputado federal. Donadon foi condenado a mais de 13 anos de prisão por desvio de recursos do Legislativo estadual.Cassol, condenado a mais de quatro anos em regime semiaberto por fraude em licitações, quer ver a filha Karine, 23, na Assembleia de RO.

Só por desencargo de consciência: os eleitores tem também sua parcela de contribuição, porque não pode ver uma nota de R$ 50 ou uma mísera cesta básica que dão seu precioso votinho para essa corja de safados que, agora impedida de disputar o pleito, tenta criar uma corja de novos safadinhos, afinal, filho de peixe, peixinho é, salvo raras e honrosas exce-ções, é claro!

Em 1996, após a morte de 99 pessoas na queda do Fokker 100 da TAM, escrevi um texto com o título “país onde tudo fica para depois”, numa alusão a uma frase do então presidente Fer-nando Henrique Cardoso de que os aeroportos de-veriam ser construídos

em áreas sem residências ao redor. Como tantas outras promessas, essa não passou de um comentário.

Essa prática deve ter começado com a descoberta do Brasil, apenas me chamou atenção devido à grande repercussão daquele acontecimento.

Assim como era antes, continua sendo até hoje. A Administração Pública brasileira, em todas as suas esferas, só age após uma tragédia, ou depois de mais de um caminhão de reais su-mido pelo ralo da corrupção.

Neste ano de 2013, essa onda já ocorreu em várias oportunidades. Iniciou-se em janeiro com o incêndio da boate Kiss, em Santa Maria/RS, que resultou na morte de 243 pessoas. Enquanto pessoas eram torradas literalmente, as autoridades ensaiavam o festival de desculpas. A partir daí começou-se uma corrida Brasil afora pelo fechamento de comércios irregulares, com uma voracidade nunca antes vista sobre as boates e casas noturnas. Todos os funcionários sabiam que elas eram irregulares, mas a cada falha encontrada, a expressão dos fiscais era de cara de paisagem. A onda passou. No Brasil inteiro as boates “kiss” continuam operando normalmente até que volte a torrefação de mais algumas centenas de pessoas.

Em março, o país inteiro tomou conhecimento de que o transporte de vans no Rio de Janeiro fun-cionava clandestinamente. Ora, isso não precisava de informação, tanto no Rio como nas demais cidades do país, as empresas ou os carros são irregulares em quase sua totalidade. E que seria de conhecimento público e

notório só veio à tona por conta do martírio de uma jovem turista americana, estuprada por um grupo de delinquentes por várias vezes dentro de uma van. Foi a deixa para o prefeito Eduardo Paes se dar conta das irregularidades. Com a regularização do transporte como se um estupro tivesse ocorrido, não pela falta de segurança, mas pelas falhas do meio de transporte.

Para não deixar dúvidas que se trata de um modus operandi generalizado por todo o país e em todos os ramos da administração pública, o Fórum de Bangu, bairro da cidade do Rio de Janeiro, colocou um caminhão de detentos perigosos para interrogató-rio, com a segurança de dois ou três policiais militares.

Por consequência, o aparato que faltava de policiais sobrou de bandidos na tentativa de resgatar alguns comparsas, o que resultou nas mortes de um policial e de uma criança de oito anos. Parece cris-talino a possibilidade de ação dos marginais. Mas,

somente após as mortes e diante da comoção nacio-nal – já desmoralizada pela repetição reiterada desses fatos -, o governador agora vai discutir a aplicação da videoconferência para ouvir o testemunho de marginais.

Com a fala da presi-dente do Tribunal de Justiça e do governador fica evidente que suas palavras são meras conjecturas. Só na cabeça de autoridades teria relevância criar um site restrito aos dados dos bandidos perigosos. Uma medida dessa é desprovida de eficácia e de seriedade. Além de outras questões, a videocon-ferência para ouvir qualquer pessoa e qualquer condição deve ser utilizada pela praticidade e por ser custar menos aos cofres públicos e não apenas por segurança.

Coroaram com a alegação de que a lei prevê a videoconferência apenas para interrogar os acusados, não para ouvir testemunhas. Se esse entendimento passar do governador e alcançar mesmo as esferas judiciais seria hora de fechar a porteira, passar a régua e começar a questionar a qualidade técnico-jurídica da Justiça brasileira.

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 585 17/11 a 23/11 de 2013 3Política

POLITICANDOJota Menon - [email protected] driblar veto do PT,

Delcídio cogita “aliança branca” com o PSDB

REINALDO NA FRIGIDEIRA

FRAUDE SOFISTICADAVestibulandos que tentavam vaga no curso de Me-

dicina da Uniderp/Anhanguera, em Campo Grande, foram detidos após serem flagrados tentando fraudar o vestibular. Ao todo, um grupo de 22 adultos e um adolescentes adquiriram pontos eletrônicos escondi-dos em partes da vestimenta.

FRAUDE SOFISTICADA (1)A tentativa de fraude foi descoberta depois que os

candidatos foram obrigados a passar por um exame de otoscopia (exame do canal auditivo externo e do tímpano efetuado com a ajuda de instrumentos especí-ficos), com o intuito de identificar pontos eletrônicos. A decisão de utilizar esse tipo de equipamento para a fiscalização surgiu depois de suspeitas de fraudes em exames anteriores.

LIBERADOSApós o pagamento de fiança arbitrada em pouco

mais de R$ 2 mil, os 23 vestibulandos, foram libera-dos da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac), centro para onde foram levados no último domingo (10). As investigações estarão a cargo da 1ª Delegacia de Polícia, e o objetivo agora é chegar aos responsáveis pela venda dos pontos eletrônicos. De acordo com os depoimentos dos acusados, o custo de cada ponto eletrônico variou de R$ 1,5 mil a R$ 5 mil.

NOVO PRESIDENTEO médico Raphael Rosa foi confirmado na presi-

dência do Diretório Municipal do Partido dos Traba-lhadores (PT) de Maracaju. Ele encabeçou chapa de consenso, cujos nomes foram referendados em eleição interna realizada no último domingo. Embora não possa afirmar com certeza, mas há informações de que esta foi a primeira vez na história do PT que não houve disputa interna no Diretório Municipal maracajuense, logo, um feito histórico do jovem médico petista.

DIVIDIDOEnquanto em Maracaju houve consenso, em

Campo Grande o partido foi para a eleição municipal dividido. De um lado, o atual presidente Gildo de Oliveira, reeleito com 910 votos. De outro, a eterna candidata professora Elza Jorge que capitaneou 570 sufrágios petistas.

DELCÍDIO GANHOUO candidato vencedor teve o apoio do senador

Delcídio do Amaral, dos deputados estaduais Ama-rildo Cruz e Pedro Teruel, da vereadora Thaís Helena e da corrente CNB (Construindo um Novo Brasil). Já Elza Jorge foi apoiada pelos deputados federais Vander Loubet e Antonio Carlos Biffi e os deputados estaduais Cabo Almi e Laerte Tetila. Como Biffi é a cara de Delcídio, se Elza ganhasse dava para o grupo de Delcídio também dizer que ganhou.

NINGUÉM GANHOUJá o vereador Zeca do PT declarou na manhã da

segunda-feira (11) que não houve embate entre ele e Delcídio Amaral durante as eleições do diretório mu-nicipal do partido neste domingo (10). Na avaliação de Zeca o grande vitorioso foi o PT, que segundo ele há muito anos não reunia tantos filiados para discutir política. Contudo, aproveitou para puxar uma ‘sardi-nha’ para seu lado, afirmando que a CNB (Construindo um Novo Barsil), corrente comandada por ele, foi a mais votada em MS. “Não é o Gildo, nem a Elza, nem o Delcídio, nem eu. O grande vitorioso foi o PT e digo que faz muito tempo que não via tantos militantes discutindo política como ontem na câmara. O PT se alimenta disso”, declarou.

CEDEUO prefeito Fernando Haddad (PT) aceitou no iní-

cio da semana que s finda o pedido de afastamento do secretário de Governo Antonio Donato. Ele pediu afastamento da pasta após a Folha revelar que um dos acusados de integrar a chamada máfia do ISS tra-balhou em seu gabinete de janeiro a abril deste ano. O nome do secretário é citado em pelo menos cinco episódios da investigação sobre os fiscais, acusados de ter provocado um rombo de R$ 500 milhões ao reduzir o valor do ISS de imóveis novos em troca de propina.

CEDEU (1)A sala ocupada pelo secretário petista fica no mes-

mo andar do gabinete do prefeito. Donato solicitou formalmente a transferência de Barcellos da pasta de Finanças para a sua secretaria no ofício 134/2013, de 17 de janeiro. O auditor permaneceu na pasta até abril, quando voltou à secretaria original. Segundo a gestão petista, ele mesmo quis a transferência e não tinha “função específica” na secretaria de Donato. A trans-ferência do auditor para a pasta do Governo ocorreu sem que tivesse sido publicada no “Diário Oficial”. Na época, havia uma apuração em andamento na prefei-tura sobre a fraude no ISS, com citação ao nome de Barcellos e de outros suspeitos que acabaram sendo presos no final do mês passado --e liberados após dez dias, para responderem em liberdade. Aberta na gestão Gilberto Kassab (PSD), ela já contava com um parecer do ex-secretário de Finanças Mauro Ricardo sugerindo seu arquivamento, mas isso ocorreu apenas em fevereiro de 2013.

VIVA O PORCO!Não falei que só ia dar Palestra Itália no Brasi-

leiro? Pois é! Verão, o Palestra Itália Paulistano, e Cruzeiro, o Palestra Itália Mineiro, já são os campeões brasileiros. Viva o Porco e não encham meu saco!

A simples cogitação do lançamento de duas chapas “camarões” acen-deu a luz de alerta no alto comando do ninho tucano

Jota MenonCampo Grande – MS.

A última cogitação que o tucano Reinaldo Azambu-ja queria ouvir no período de articulações para a for-mação de alianças partidá-rias com vistas à formação de chapa majoritária para a eleição de 2014, foi ante-cipada pelo senador e pré--candidato ao Governo do Estado Delcídio do Amaral (PT) no início da semana que se findou.

Delcídio do Amaral de-fendeu que, em último caso, pode sugerir uma “aliança branca” com o PSDB. Neste caso, os petistas não lan-çam candidato ao Senado e apoiam, informalmente, o deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB). Em tro-ca, os tucanos não lançam candidato à sucessão de André Puccinelli (PMDB) para votar em Delcídio.

Na política, esse projeto é conhecido chulamente pelo nome de uma raça bo-vina desenvolvida no Brasil colonial, com pelos lisos e avermelhados, sendo que a maioria apresenta a cor amarela ou baia, podendo chegar ao vermelho tijolo, mas, também existem aque-les animais quase brancos, como na raça Charolesa.

Nesse projeto, o bene-ficiado entra com a cara... A outra parte fica por conta do outro...

Sobre a hipótese que Reinaldo nem admite dis-cutir, pois sabe que repre-sentará o naufrágio de sua nau política, o senador, que trabalha nos bastidores para ser candidato único no pleito eleitoral do próximo ano, afirma que “se, em última instância, houver bloqueio (do PT nacional), nós faremos uma aliança branca, uma chapa sem ca-beça: o PSDB lança senador sem governador e eu lanço uma chapa sem senador”, explicou Delcídio, durante evento realizando no início da semana na Fetems (Fe-deração dos Trabalhadores em Educação).

O i m p e d i m e n t o d a união PT-PSDB regional está no PT nacional, que orienta que o partido seja aliado do PMDB nos Esta-dos e não apoie candidatos de oposição a presidente Dilma Rousseff (PT).

Segundo o senador, o cenário atual, além do con-texto político histórico de Mato Grosso do Sul, aponta outro caminho. “O PMDB já tem candidato, nós vamos abrir mão de lançar um nosso? Não vamos. Então, nós temos que fazer aliança com outros” argumentou.

Sobre a negativa entre seguir a determinação do PT nacional, Delcídio tenta explicar que há um enten-dimento em relação aos Estados onde a aliança com o PMDB não seria viável. “O PT nacional, a Dilma, o Lula, todos sabem o cenário daqui. O partido sempre vai repetir essa toada de alian-ça, mas o Rui Falcão já disse que vai respeitar excepcio-nalidades regionais, e enfa-tizou que reconhece que, em alguns Estados, a situação é diferente”, acrescentou Delcídio, exemplificando que Acre, Alagoas e Belo Horizonte também segui-

Diante das dificuldades interposta pela direção nacional do PT, Delcídio já fala em lançamento de chapas camarões tanto do seu partido quanto do PSDB

Reinaldo é opção dos tucanos para liderar uma chapa completa com vistas à sucessão de André Puccinelli caso haja veto ao seu nome na

chapa de Delcídio

ram orientações contrárias do partido que foram acei-tas pelo presidente nacional da sigla.

De certo, mesmo, as declarações de Delcídio, que caíram como uma bomba no ninho tucano, ser-viram para acender a luzinha de alerta do alto comando da legenda que nem sonha montar ou avalizar a monta-gem de uma chapa sem cabeça, conhe-cida nos meios po-líticos como “chapa camarão”.

Com a votação obtida para prefei-to de Campo Gran-de na eleição passa-da, quando deixou de ir ao segundo turno apenas e tão--somente porque pesquisas eleitorais o desqualificavam e desestimularam os eleitores às vés-peras do primeiro turno, Reinaldo se qualificou para en-trar em qualquer ônibus da eleição 2014 com direito a escolher a poltrona na janelinha que quiser.

C o l o c a r o nome como candi-dato ao Senado em uma “chapa camarão” para apoiar outra “chapa cama-rão” seria um risco muito grande que Reinaldo já teria sido orientado a não correr.

O eleitorado sul-mato--grossense, est imulado pelo eleitorado da Capital que, por apenas 9.000 votos deixou de levar Rei-naldo ao segundo turno contra Bernal, teria o en-canto quebrado, ou seja, ao aceitar entrar num jogo político que visa burlar dogmas partidários com fins unicamente eleitorais Reinaldo se colocaria em pé de igualdade com os segmentos que a sociedade espera expurgar dos meios

políticos no próximo pleito eleitoral.

Assim, o discurso de Delcídio se, por um lado, mostra o valor que Rei-naldo tem para o fortale-cimento de sua chapa ma-

joritária do PT do rumo ao Governo em 2014, por ou-tro lado, dá a impressão de que o “senador de todos” nivela Reinaldo aos demais interessados em entrar no seu barco a qualquer preço porque ele é o líder das pesquisas de intenção de votos no momento.

No ninho tucano, dian-te da infeliz e intempestiva declaração de Delcídio, o clima é de apreensão e a maioria dos dirigentes com poder de persuasão já ini-cia um movimento para o lançamento de uma chapa completa para concorrer à sucessão de André Pucci-nelli (PMDB).

Seria uma chapa en-cabeçada pelo PSDB e in-tegrada por tradicionais aliados do partido em nível nacional e estadual, como o PPS, que poderia indicar a vereadora Luiza Ribeiro

como candidata a vice-go-vernadora, e o DEM, com Zé Teixeira para o Senado.

Por fim, resta frisar que, se Delc ídio deu a declaração de modo im-pensado, é bem provável que, quando essa matéria estiver nas ruas, ele já tenha se entendido com Reinaldo. Porém, se foi realmente um recado para testar se Reinaldo seria capaz de passar por cima do projeto do partido para satisfazer um projeto pes-soal, o tiro foi dado no pé e os tucanos, por essas horas, já deverão estar nas ruas pedindo votos para Reinaldo governador.

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 585 17/11 a 23/11 de 20134 Política

OFICIAL?

Governador anuncia que fica até o final do mandato

Com “desistência” anunciada em caráter oficial pelo seu líder na Assembleia, Simo-ne passa a ser “a bola da vez” para concorrer ao Senado pelo PMDB

Jota MenonCampo Grande – MS.

Agora parece que é de-finitivo. O que os peemede-bistas relutavam em aceitar foi anunciado em tom sole-ne pelo líder do governador na Assembleia legislativa, deputado estadual Júnior Mochi (PMDB). Segun-do ele, André Puccinelli (PMDB) avisou, oficialmen-te, Junior Mochi (PMDB) que não será candidato a se-nador. A decisão teria sido comunicada ao parlamentar que também é presidente regional da legenda ainda na segunda-feira, porém, o comunicado público só foi feito na quinta-feira pas-sada, véspera do feriado da República.

O presidente do PMDB disse que o governador lhe chamou e informou, tex-tualmente, que não será o candidato a nenhum cargo eletivo. Segundo Mochi, Puccinelli justificou que não quer criar a expectativa de que poderá ser o candi-dato ao Senado para que lá na frente não digam que ele “amarelou”.

André anuncia que vai ficar até final do mandato Simone Tebet “oficializada” como pré-candidato do PMDB ao Senado

Sem Puccinelli, Simone Tebet (PMDB) transfor-mou-se na candidata natu-ral do PMDB ao Senado. “A Simone é nossa pré-candi-data ao Senado. É um bom nome e tem tudo para ser a nossa senadora”, avaliou o presidente do PMDB.

Mochi ressaltou que Simone abriu mão de con-correr ao Governo do Esta-do quando disputava com Nelsinho por preferir a vaga no Senado. Porém, o nome

dela não foi anunciado pelo partido por conta da inde-finição de Puccinelli, que ainda não tinha resolvido se era ou não pré-candidato.

Na manhã da última quinta-feira (14), o gover-nador voltou a dizer que não será candidato. Ele confir-mou que encerra o mandato no dia 31 de dezembro de 2014, enfatizando que isso só não acontecerá se ele for atropelado por um avião no chão, o que é, segundo

ele, uma impossibilidade enorme.

NA ESTRADAO líder do PMDB na As-

sembleia, o deputado Eduar-do Rocha, afirmou que após o anúncio que a vice-gover-nadora, Simone Tebet , será a pré-candidata ao senado do partido, ela irá percorrer o Estado em busca de apoio tanto do PMDB como das de-mais legendas. Ele é marido da vice-governadora.

“A Simone vai correr o Estado para viabilizar o seu projeto político de seguir a carreira no Senado. O PMDB desde o início havia dito que a prioridade era para o governador André Puccinelli e depois a Simo-ne”, destacou ele.

De acordo com Eduardo, ainda existiam dúvidas em relação à participação do go-vernador, já que havia declara-ções “dúbias” em relação à dis-puta ao senado. “Ele sempre

disse que não iria concorrer à vaga, mas a cada declaração as pessoas gostavam de levantar dúvida sobre isto, mas o André (Puccinelli) confirmou que apoia a Simone”.

O líder do PMDB tam-bém ponderou que com esta formação, os aliados poderão ficar com a vaga de vice-governador e a suplên-cia ao senado. “Teremos espaços aos parceiros, eles não ficarão de fora da nossa chapa eleitoral”.

Alcides Bernal, a negaçãoda própria essência

Alcides Bernal, o “emburradinho”

Jota MenonCampo Grande – MS.

Egocentrista, mega-lomaníaco, arrogante, au-toconfiante, prepotente, onipotente ou onipresen-te? Não sei exatamente qual predicado melhor se pode usar para definir a personalidade do prefeito Alcides Bernal, eleito com mais de 270 mil votos da-dos pelos campo-granden-ses e que, com quase 25% de seu mandato consumi-do, pouco conseguiu fazer ou mostrar à sociedade que confiou em seu nome.

O problema de Alcides Bernal é o próprio Alcides Bernal.

Homem das comuni-cações, ele apareceu no rádio nos idos dos anos 1980 e se tornou um íco-ne popular, liderando as medições de audiência com larga distância para os colegas que disputavam o mesmo horário com ele.

Essa sua performance excepcional na arte de se comunicar “com a latinha” o credenciou a entrar para a vida pública e, depois de algumas frustrações elei-torais, se elegeu vereador, subiu um degrau chegando à Assembleia Legislativa e, de lá, atropelou 20 anos de história do PMDB no comando da Prefeitura de Campo Grande.

Há relatos de pessoas que estiveram com Bernal no início de sua vitoriosa

campanha para a Prefeitu-ra que, não suportando a prepotência, sei lá, talvez o excesso de autoconfiança de Bernal, optaram por se distanciar, alguns até re-nunciaram à candidaturas à Câmara Municipal. Nessas ocasiões viam Bernal arre-bitar o nariz e falar em alto e bom som que venceria a eleição, sozinho.

Venceu!E sou defensor da teoria

de que ainda que Reinaldo Azambuja (PSDB) e Vander Loubet (PT) tivessem se ali-nhado ao candidato Edson Giroto (PMDB), no segundo turno, ainda assim Bernal teria vencido a eleição do mesmo jeito. Não com a mesma folga. Mas ganharia, sozinho.

E por saber dessa ver-dade e, talvez, porque Rei-naldo e Vander – ao contrá-rio de Marcelo Bluma, do PV – tenham relutado em anunciar de pronto o apoio ao primeiro colocado no primeiro turno, como ficara previamente combinado no período de campanha elei-toral, Bernal, que descon-fia até de si próprio, teria perdido a confiança, que já não tinha, em relação aos tucanos e aos petistas.

Mas, voltando ou ini-ciando o discorrer com base no título do presente artigo, Bernal tem se mos-trado a negação da própria essência.

Homem das comuni-cações, Bernal, com mais

de 30 anos no rádio, está careca – sem querer fazer trocadilho infame em rela-ção à sua deficiência capilar – de saber que os homens públicos são os mais visados pelos meios de comunica-ção. São o alvo preferido de 10 entre 10 órgãos de imprensa.

Mas, Bernal se sente acima do certo e do errado, do bem e do mal. E o que é pior, vê um inimigo em cada esquina, em cada sombra que dele se aproxima ou que ele dela se aproxima.

Por isto Alcides Ber-nal se tornou o principal responsável por municiar os órgãos de imprensa que assumiram publicamente a campanha pela sua cas-sação ou, na melhor das hipóteses (para Bernal) seu afastamento temporário da Prefeitura Municipal.

Vira e mexe ele acaba soltando uma frase que, bem explorada pelos ini-migos que conquistou nos meios de comunicação, se torna uma faca, não de dois gumes, mas muitas lâminas afiadas que vão parar na sua garganta.

Ou seja, com seus atos impensados e suas declara-ções intempestivas, Bernal permite que se criem factoi-des políticos que o colocam, todos os dias, contra uma liderança política da Capital ou de nível estadual.

Um exemplo? A nome-ação do professor Pedro Chaves (PSC), suplente

de senador de Delcídio do Amaral (PT), para o cargo de secretário de Governo e articulador político.

Em nenhum momento se teve uma declaração pú-blica de Delcídio do Amaral contra tal nomeação. O se-nador apenas disse que não tivera participação direta na nomeação e que ele aceitou o cargo por conta e risco.

A afirmação de Delcídio foi muito bem explorada pelos meios de comunicação compromissados com os opositores do prefeito e ele (Berna), o certinho, não se conteve e foi ao Facebook desabafar contra o senador.

No desabafo, verdadei-ro e de difícil contestação, Bernal afirmou que se sua administração fracassar, Delcídio não terá culpa, mas se obtiver êxito, ele também não terá louros. Lógico e natural.

Mas, mais uma vez as declarações infelizes – po-liticamente falando – de Bernal foram muito bem exploradas pelos que atuam contrários a ele nos basti-dores e Delcídio se sentiu apunhalado por quem ele apoiou no pleito eleitoral passado.

As relações ficaram es-tremecidas e é bem possível que não se “desestreme-çam” muito cedo.

Tem sido assim desde o primeiro mês de manda-to de Bernal, quando já se cogitava a cassação.

Bernal não consegue

aglutinar. Tal e qual um ga-lináceo, ele cisca... pra fora.

Está na hora de Bernal esquecer os meios de comu-nicação. Parar de ler jornal. Deixar de abrir os sites de notícias locais. Ater-se aos sites de nível nacional, ape-nas e tão somente para não se isolar do que acontece no mundo.

Começar a conversar. Aceitar um pouco as opiniões dos que o cercam. Olhar no espelho e se dar conta de que é um simples mortal, como todos os demais com quem convive. Acordar para a reali-dade política brasileira que dá ao Poder Legislativo poderes de fato para impedir que o chefe do Executivo – seja de onde for – administre o quer que seja sem a sua anuência.

Descobrir que foi eleito com apenas dois dos 29 ve-readores e que aquele que mais lhe parecia fiel já virou a casaca.

Enfim, Bernal preci-sa se dar conta de que a guerra particular que vem empreendendo contra al-

guns vereadores – eis que nem todos os vereadores da oposição queriam que a coisa chegasse aonde chegou – só interessa a al-guns vereadores e aos seus inimigos.

Registrando exceções relevantes, como algumas obras já executadas pela administração municipal, e algumas ações corajo-sas, como o não aumento nas tarifas dos coletivos – e que ainda sofreram redução –, até o momento quem se ferrou foi o povo que habita uma cidade com um orçamento de quase R$ 3 bilhões e que não con-segue ver obras surgindo simplesmente por alguns não querem que elas acon-teçam e porque as atitudes do prefeito, o emburradi-nho, contribuem para que essa triste realidade vá se perenizando, ainda que o termo “perene” para al-guns políticos da província represente apenas o espaço temporal de quatro anos.

Tenho dito e assinado!

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OFICIAL?

Governador anuncia que fica até o final do mandato

Com “desistência” anunciada em caráter oficial pelo seu líder na Assembleia, Simo-ne passa a ser “a bola da vez” para concorrer ao Senado pelo PMDB

Jota MenonCampo Grande – MS.

Agora parece que é de-finitivo. O que os peemede-bistas relutavam em aceitar foi anunciado em tom sole-ne pelo líder do governador na Assembleia legislativa, deputado estadual Júnior Mochi (PMDB). Segun-do ele, André Puccinelli (PMDB) avisou, oficialmen-te, Junior Mochi (PMDB) que não será candidato a se-nador. A decisão teria sido comunicada ao parlamentar que também é presidente regional da legenda ainda na segunda-feira, porém, o comunicado público só foi feito na quinta-feira pas-sada, véspera do feriado da República.

O presidente do PMDB disse que o governador lhe chamou e informou, tex-tualmente, que não será o candidato a nenhum cargo eletivo. Segundo Mochi, Puccinelli justificou que não quer criar a expectativa de que poderá ser o candi-dato ao Senado para que lá na frente não digam que ele “amarelou”.

André anuncia que vai ficar até final do mandato Simone Tebet “oficializada” como pré-candidato do PMDB ao Senado

Sem Puccinelli, Simone Tebet (PMDB) transfor-mou-se na candidata natu-ral do PMDB ao Senado. “A Simone é nossa pré-candi-data ao Senado. É um bom nome e tem tudo para ser a nossa senadora”, avaliou o presidente do PMDB.

Mochi ressaltou que Simone abriu mão de con-correr ao Governo do Esta-do quando disputava com Nelsinho por preferir a vaga no Senado. Porém, o nome

dela não foi anunciado pelo partido por conta da inde-finição de Puccinelli, que ainda não tinha resolvido se era ou não pré-candidato.

Na manhã da última quinta-feira (14), o gover-nador voltou a dizer que não será candidato. Ele confir-mou que encerra o mandato no dia 31 de dezembro de 2014, enfatizando que isso só não acontecerá se ele for atropelado por um avião no chão, o que é, segundo

ele, uma impossibilidade enorme.

NA ESTRADAO líder do PMDB na As-

sembleia, o deputado Eduar-do Rocha, afirmou que após o anúncio que a vice-gover-nadora, Simone Tebet , será a pré-candidata ao senado do partido, ela irá percorrer o Estado em busca de apoio tanto do PMDB como das de-mais legendas. Ele é marido da vice-governadora.

“A Simone vai correr o Estado para viabilizar o seu projeto político de seguir a carreira no Senado. O PMDB desde o início havia dito que a prioridade era para o governador André Puccinelli e depois a Simo-ne”, destacou ele.

De acordo com Eduardo, ainda existiam dúvidas em relação à participação do go-vernador, já que havia declara-ções “dúbias” em relação à dis-puta ao senado. “Ele sempre

disse que não iria concorrer à vaga, mas a cada declaração as pessoas gostavam de levantar dúvida sobre isto, mas o André (Puccinelli) confirmou que apoia a Simone”.

O líder do PMDB tam-bém ponderou que com esta formação, os aliados poderão ficar com a vaga de vice-governador e a suplên-cia ao senado. “Teremos espaços aos parceiros, eles não ficarão de fora da nossa chapa eleitoral”.

Alcides Bernal, a negaçãoda própria essência

Alcides Bernal, o “emburradinho”

Jota MenonCampo Grande – MS.

Egocentrista, mega-lomaníaco, arrogante, au-toconfiante, prepotente, onipotente ou onipresen-te? Não sei exatamente qual predicado melhor se pode usar para definir a personalidade do prefeito Alcides Bernal, eleito com mais de 270 mil votos da-dos pelos campo-granden-ses e que, com quase 25% de seu mandato consumi-do, pouco conseguiu fazer ou mostrar à sociedade que confiou em seu nome.

O problema de Alcides Bernal é o próprio Alcides Bernal.

Homem das comuni-cações, ele apareceu no rádio nos idos dos anos 1980 e se tornou um íco-ne popular, liderando as medições de audiência com larga distância para os colegas que disputavam o mesmo horário com ele.

Essa sua performance excepcional na arte de se comunicar “com a latinha” o credenciou a entrar para a vida pública e, depois de algumas frustrações elei-torais, se elegeu vereador, subiu um degrau chegando à Assembleia Legislativa e, de lá, atropelou 20 anos de história do PMDB no comando da Prefeitura de Campo Grande.

Há relatos de pessoas que estiveram com Bernal no início de sua vitoriosa

campanha para a Prefeitu-ra que, não suportando a prepotência, sei lá, talvez o excesso de autoconfiança de Bernal, optaram por se distanciar, alguns até re-nunciaram à candidaturas à Câmara Municipal. Nessas ocasiões viam Bernal arre-bitar o nariz e falar em alto e bom som que venceria a eleição, sozinho.

Venceu!E sou defensor da teoria

de que ainda que Reinaldo Azambuja (PSDB) e Vander Loubet (PT) tivessem se ali-nhado ao candidato Edson Giroto (PMDB), no segundo turno, ainda assim Bernal teria vencido a eleição do mesmo jeito. Não com a mesma folga. Mas ganharia, sozinho.

E por saber dessa ver-dade e, talvez, porque Rei-naldo e Vander – ao contrá-rio de Marcelo Bluma, do PV – tenham relutado em anunciar de pronto o apoio ao primeiro colocado no primeiro turno, como ficara previamente combinado no período de campanha elei-toral, Bernal, que descon-fia até de si próprio, teria perdido a confiança, que já não tinha, em relação aos tucanos e aos petistas.

Mas, voltando ou ini-ciando o discorrer com base no título do presente artigo, Bernal tem se mos-trado a negação da própria essência.

Homem das comuni-cações, Bernal, com mais

de 30 anos no rádio, está careca – sem querer fazer trocadilho infame em rela-ção à sua deficiência capilar – de saber que os homens públicos são os mais visados pelos meios de comunica-ção. São o alvo preferido de 10 entre 10 órgãos de imprensa.

Mas, Bernal se sente acima do certo e do errado, do bem e do mal. E o que é pior, vê um inimigo em cada esquina, em cada sombra que dele se aproxima ou que ele dela se aproxima.

Por isto Alcides Ber-nal se tornou o principal responsável por municiar os órgãos de imprensa que assumiram publicamente a campanha pela sua cas-sação ou, na melhor das hipóteses (para Bernal) seu afastamento temporário da Prefeitura Municipal.

Vira e mexe ele acaba soltando uma frase que, bem explorada pelos ini-migos que conquistou nos meios de comunicação, se torna uma faca, não de dois gumes, mas muitas lâminas afiadas que vão parar na sua garganta.

Ou seja, com seus atos impensados e suas declara-ções intempestivas, Bernal permite que se criem factoi-des políticos que o colocam, todos os dias, contra uma liderança política da Capital ou de nível estadual.

Um exemplo? A nome-ação do professor Pedro Chaves (PSC), suplente

de senador de Delcídio do Amaral (PT), para o cargo de secretário de Governo e articulador político.

Em nenhum momento se teve uma declaração pú-blica de Delcídio do Amaral contra tal nomeação. O se-nador apenas disse que não tivera participação direta na nomeação e que ele aceitou o cargo por conta e risco.

A afirmação de Delcídio foi muito bem explorada pelos meios de comunicação compromissados com os opositores do prefeito e ele (Berna), o certinho, não se conteve e foi ao Facebook desabafar contra o senador.

No desabafo, verdadei-ro e de difícil contestação, Bernal afirmou que se sua administração fracassar, Delcídio não terá culpa, mas se obtiver êxito, ele também não terá louros. Lógico e natural.

Mas, mais uma vez as declarações infelizes – po-liticamente falando – de Bernal foram muito bem exploradas pelos que atuam contrários a ele nos basti-dores e Delcídio se sentiu apunhalado por quem ele apoiou no pleito eleitoral passado.

As relações ficaram es-tremecidas e é bem possível que não se “desestreme-çam” muito cedo.

Tem sido assim desde o primeiro mês de manda-to de Bernal, quando já se cogitava a cassação.

Bernal não consegue

aglutinar. Tal e qual um ga-lináceo, ele cisca... pra fora.

Está na hora de Bernal esquecer os meios de comu-nicação. Parar de ler jornal. Deixar de abrir os sites de notícias locais. Ater-se aos sites de nível nacional, ape-nas e tão somente para não se isolar do que acontece no mundo.

Começar a conversar. Aceitar um pouco as opiniões dos que o cercam. Olhar no espelho e se dar conta de que é um simples mortal, como todos os demais com quem convive. Acordar para a reali-dade política brasileira que dá ao Poder Legislativo poderes de fato para impedir que o chefe do Executivo – seja de onde for – administre o quer que seja sem a sua anuência.

Descobrir que foi eleito com apenas dois dos 29 ve-readores e que aquele que mais lhe parecia fiel já virou a casaca.

Enfim, Bernal preci-sa se dar conta de que a guerra particular que vem empreendendo contra al-

guns vereadores – eis que nem todos os vereadores da oposição queriam que a coisa chegasse aonde chegou – só interessa a al-guns vereadores e aos seus inimigos.

Registrando exceções relevantes, como algumas obras já executadas pela administração municipal, e algumas ações corajo-sas, como o não aumento nas tarifas dos coletivos – e que ainda sofreram redução –, até o momento quem se ferrou foi o povo que habita uma cidade com um orçamento de quase R$ 3 bilhões e que não con-segue ver obras surgindo simplesmente por alguns não querem que elas acon-teçam e porque as atitudes do prefeito, o emburradi-nho, contribuem para que essa triste realidade vá se perenizando, ainda que o termo “perene” para al-guns políticos da província represente apenas o espaço temporal de quatro anos.

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 585 17/11 a 23/11 de 2013 5Política

Visita de Lula serviu apenaspara embolar o meio campo

ELEIÇÃO 2014

Lula liberou Delcídio para costurar aliança com os “inimigos nacionais” do PSDB

Jota MenonCampo Grande – MS.

Quem apostava que a visita do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fosse “clarear” o quadro político com vistas às eleições do ano que vem, enganou-se redondamente.

Mais brando do que quando adotou o esti lo “Lulinha paz e amor” para vencer a sua primeira elei-ção presidencial, a pas-sagem do ex-presidente pela Capita l sul-mato--grossense serviu apenas para embolar ainda mais o meio campo e “embana-nar” a cabeça de quem faz futurologia política.

Uma hipotét ica ra-dicalização de Lula, por exemplo, em relação a uma aliança entre Delcídio do Amaral, pré-candidato a governador pelo PT, e o deputado federal Reinaldo Azambuja, pré-candidato do PSDB, ao Senado da República, não aconteceu. Pelo contrário, Lula afir-mou que não veta a aliança entre o PT e o PSDB em Mato Grosso do Sul para as eleições de 2014, embora te-nha feito questão de deixar claro que esta não é e nem será uma decisão pessoal; dele. Lula ainda confirmou preferência de que o partido se alie ao PMDB.

“Vi manchetes falando que o Lula veta aliança com o PSDB, quando é exata-

mente o contrário”, garan-tiu o ex-presidente, durante reunião em Campo Grande. Segundo ele, quem vai de-cidir alianças é a direção estadual, em conjunto com a nacional. “Veja minha si-tuação: não sou integrante da (direção) nacional, nem suplente, aquilo que for melhor para o PT de Mato Grosso do Sul tenho certeza que é o que será combinado entre a nacional e a estadu-al”, comentou.

Lula não escondeu que prefere que o PT se alie com o PMDB nos Estados, seguindo aliança nacional. “Mas, em alguns estados, isso não é possível. Ven-

do o noticiário daqui vi que o governador (André) Puccinelli pensa em lan-çar candidato, mas é ain-da cedo para decidir. Em 2014 vem a decisão final” complementou em tom diplomático.

MUDANÇA DE POSIÇÃO

A passagem de Lula pelo Estado provocou mu-dança até no posicionamen-to do vereador Zeca do PT. Até então um dos críticos mais ácidos em relação à aliança com o PSDB, o ex--governador revelou que já não descarta mais uma aliança com o PSDB nas

eleições majoritárias de Mato Grosso do Sul em 2014. A mudança de Zeca ainda aponta “aliança bran-ca”, mas daí para aceitar uma “aliança oficial” já é um passo.

Zeca disse que, por per-correr todas as cidades do Estado, se convenceu que o “petismo fez uma escolha: derrotar o PMDB de André Puccinelli”. Nesse sentido, o vereador confirma que mudou de opinião, já que até a algum tempo atrás era contra qualquer tipo de aliança.

Depois de se convencer do contrário, Zeca avalia que várias teses podem

surgir no cenário político do próximo ano. Uma delas é a aliança com o PSDB. A outra hipótese seria lançar uma chapa pura, com Delcí-dio concorrendo ao Gover-no do Estado, com Roberto Botareli (PT) de vice, “por representar um sindicalista moderno”.

A vaga de senador po-deria ser ocupada pelo pró-prio Zeca do PT que, en-tretanto, não admite essa hipótese em público. Ele prefere afirmar que um dos partidos tradicionalmente aliados – PDT, PROS e PSB – disputando uma vaga do Senado. “Acho importante o PT fazer de tudo para não se isolar politicamente, mas sem perder as característi-cas do partido”, disse.

MAIS DIPLOMACIA Embora o PT venha

sendo apontado como res-ponsável pelo clima de ten-são que se espalhou pela zona rural do Estado, o ex-presidente Lula também foi diplomático quando abordou a questão da terra durante sua estada no Mato Grosso do Sul.

Ele afirmou que irá tentar marcar uma reunião com a presidente Dilma Roussef, juntamente com os senadores de Mato Grosso do Sul, para buscar uma solução para o conflito indí-gena. O pedido já havia sido feito pelo senador Delcídio ao ex-presidente.

Lula pontuou que a tensão no campo no Esta-do não é bem vista fora do país, e isso prejudica em muito as relações comer-ciais brasileiras. “Com o conflito perde todo mun-do, perde o índio, perde o produtor, perde o empre-sário e perde o país. Cria uma imagem negativa do Brasil no exterior e acaba prejudicando a comercia-lização dos produtos bra-sileiros”, explicou.

Lula ainda afirmou que todos tem a obrigação de resolver essa questão e bus-cou aliviar a presidente ao afirmar que “não sabe se chegou nas mãos dela ou se ainda está nos ministérios o encaminhamento sobre a questão fundiária”. “Vamos nos reunir amanhã e con-versar sobre essa questão. Vou falar que o governo dever tratar disso rapida-mente antes que vire uma desgraça”, enfatizou.

Ele ainda lembrou que para solucionar o conflito é preciso que tudo seja tra-tado em tempo de paz, por em época de guerra é mais complicado. “O tempo de resolver os problemas e no tempo de paz. Do contrá-rio, se gasta mais”, frisou. Sobre as reivindicações dos grupos envolvidos fa-lou que estas servem para mostrar que não sabemos de tudo e que sempre vai ter algo novo sendo soli-citado.

Nelsinho diz que não é ele quem paga deputados

RECADO DURO

Nelsinho Trad: “Não sou eu quem paga os deputados”

Da RedaçãoCampo Grande – MS.

Numa dura resposta ao deputado estadual Jerson Domingos (PMDB) que o de-safiou a disputar, no plenário da Assembleia Legislativa, votos pára ser conselheiro do Tribunal de Contas, caso não se eleja governador, Nel-sinho Trad, pré-candidato do PMDB à sucessão de Pucci-nelli (PMDB), disse que ele não paga deputados.

Na verdade, Nelsinho aproveitou a provocação para alfinetar o correligionário. “Eu não pago deputado”, afirmou o deputado numa alusão a Jerson Domingos preside a Assembleia Legisla-tiva já há sete anos e é apon-tado como virtual candidato a uma vaga de conselheiro do Tribunal de contas no próximo ano.

Cunhado do suplente de senador Pedro Chaves (PSC), Jerson tem feito constan-tes declarações públicas de apoio á candidatura de Del-cídio do Amaral ao Governo do Estado. O próprio gover-nador chegou a sugerir que Jerson deveria se licenciar do partido para poder ficar mais

á vontade e fazer campanha para o petista.

Entre os defensores da candidatura de Nelsinho Trad, a “paixão” de Jerson Domingos pela candidatura de Delcídio tem como princi-pal motivação o fato de Pedro Chaves ser o seu primeiro suplente. Eleito governador do Estado em outubro do ano que vem, Delcídio renuncia-ria a quatro anos de mandato de senador que seriam com-pletados pelo suplente Pedro Chaves.

Nelsinho, em contato com a imprensa, chegou a deixar escapar nas entre-linhas que Jerson teria se-gundas intenções ao apoiar a tese do PMDB se coligar com o PT de Delcídio do Amaral. Foi aí que o deputado esta-dual o desafiou a disputar,

no Plenário da AL, a vaga de conselheiro do TCEMS. “Se o Nelsinho não se candidatar ou não se eleger, que tente uma possibilidade de disputa comigo, aqui na Assembleia, para nós medirmos quem exerce verdadeiramente uma liderança e compromisso com o governador André em relação à administração do PMDB”, desafiou.

A resposta do ex-prefei-to veio no decorrer da sema-na, quando ele lembrou ao presidente da Assembleia que não é ele quem paga os deputados, deixando a entender que dificilmente conseguiria concorrer com alguém que assina os pa-gamentos da Assembleia legislativa – inclusive dos demais 23 deputados – há mais de sete anos.

Page 30: CENTRO OESTE POPULAR ED 585

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 585 17/11 a 23/11 de 20136 Estado

Sorvete assado é sobremesa tradicional na cidade que melhor roteiro turístico do Brasil

COISAS DE BONITO

Apesar de causar estranheza à primeira impressão, iguaria agrada tanto moradores como turistasO verão chegou e junto

com ele a vontade de viajar, conhecer novos lugares, sair da rotina. Nessa época do ano, Bonito é um dos destinos mais procurados na região Centro-Oeste. Co-nhecida por seus balneários de águas cristalinas, grutas profundas, cachoeiras e trilha nas matas, a cidade também não fica atrás no que se diz respeito à gas-tronomia. O sorvete assado da Sorveteria Palácio dos Sorvetes é uma das iguarias tradicionais do destino. O

Palácio dos Sorvetes fica na avenida principal da cidade

Chantilly traz o sabor diferenciado à sobremesa

proprietário do local, João Pava, conta que já existem muitas cópias por aí, mas a receita original é dele mes-mo. “Em 1987, eu abri uma sorveteria aqui em Bonito, só que quando esfriava fi-cava vazia. Minha esposa foi tentando várias receitas até criar o sorvete assado.”

A sobremesa feita por Vilma, esposa de João, leva uma camada de salada de frutas ou pão-de-ló, sorvete à escolha do freguês e para finalizar o chantilly caseiro. Tudo é levado ao forno para

gratinar.Segundo João, a recei-

ta é um sucesso, e esteja

frio ou calor, vende o ano inteiro. A cumbuca maior custa R$ 16 e a menor sai

por R$ 13. “É tudo natural, não tem essência e nem gordura trans”, lembra o

proprietário.

FRUTOS DO CERRADOOutras especialidades

da casa são os sorvetes com sabores de frutos do cerra-do. Todos são colhidos por João e a esposa nas matas ao redor da cidade.

O s s a b o r e s v a r i a m desde os mais tradicionais como limão, jabuticaba e amora, até os de nomes diferentes como cagaita, araticum, bocaiúva, jaraca-tiá e a tradicional fruta do cerrado: a guavira.

O preparo é realizado na fábrica montada na casa de João. As frutas colhidas são selecionadas e trans-formadas em polpas, para depois darem sabor aos sorvetes.

A Sorveteria Palácio dos Sorvetes está localizada na Av. Pilad Rebuá e abre diariamente de 8h30 até 00h00. (Com informações www.bonitonoticias.com.br).

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Coxim recebe FAMTRIP internacional com agentes e operadores de turismo

TURISMO

F A M T R I P o u F A -MTOUR, formas abreviadas que vêm, respectivamente, do inglês “familiarization trip” ou “familiarization tourism”, significando, em português, “viagem de fami-liarização” e “turismo de fa-miliarização”, é uma técnica de promoção em turismo que objetiva o marketing de uma determinada região turística.

Através de FAMTOURS ou FAMTRIPS, grupos de empresários, gestores pú-blicos, guias de turismo e demais agentes e atores in-teressados na promoção e venda de um determinado destino, unem-se para atra-írem a atenção e o interesse de agentes e operadores de turismo, ou simplesmente promotores de viagens e excursões, para seus res-pectivos receptivos, através da viabilização de visitas

Foz do Rio Coxim no Rio Taquari, em plena área urbana de Coxim, um dos pontos turísticos da cidade

pessoais, normalmente em grupos, para a familiarização dos visitantes com os produ-tos e serviços que se deseja divulgar e vender.

É através de FAMTRIPS que destinos já consolidados como Bonito, por exemplo, também em Mato Grosso do Sul, e hoje o destino de ecoturismo mais procurado do mundo, ganhou espaço e fortaleceu-se dentro do mer-cado turístico internacional, gerando centenas de empre-gos para sua comunidade e milhões em impostos para seu município.

Assim, de 1º a 8 de de-zembro de 2013, acontecerá o FAMTRIP COXIM, uma visita técnica com dez agen-tes e operadores de turismo holandeses ao receptivo co-xinense com o intuito de for-matarem roteiros na região de Coxim para venderem-nos

através de pacotes de viagem e turismo aos clientes em seu respectivo país, todos entusiastas do turismo eco-lógico, responsável e de base comunitária e consumo de produtos slow food.

O evento, orçado em aproximadamente 56 mil reais, custará aos cofres públicos pouco menos de 16 mil, sendo o restante, cerca de 40 mil, patrocinado pela Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul, em-presas privadas de Coxim e pessoas interessadas e colaboradoras para o de-senvolvimento sustentável de Coxim e região.

De acordo com a Gerên-cia Municipal de Turismo de Coxim, o município tem engajado-se efetivamen-te na consolidação desse arranjo-produtivo, sempre buscando a abertura de

novos mercados para seus produtos vocacionais: os pantanais do Taquari, Paia-guás e Nhecolândia, a Rota das Monções e a Vila dos Diamantes, o Vale do Salto e a cachoeira das Palmeiras entre outros.

S e g u n d o o g e r e n t e municipal de turismo, o turismólogo Ariel Albre-cht, atualmente, uma única operadora internacional já movimenta pouco mais de 150 mil reais anuais em Coxim, gerando aproxi-madamente 40 postos de trabalho diretos, cerca de 12 mil reais em impostos (ISSQN, ICMS, etc) e, com a realização deste FAMTRIP, espera-se já para 2014 um aumento dez vezes maior nessa movimentação que, aliada ao mega-evento da Copa do Mundo FIFA no Brasil, e, posteriormente,

aos Jogos Olímpicos de 2016, poderá chegar a um montante de 3 milhões de reais e aproximadamente 500 novos postos diretos de trabalho consolidados.

Ainda, segundo Albre-cht, o turismo é, notoria-mente, a grande vocação

desenvolvimentista para Coxim, a verdadeira indús-tria sem chaminés que todos queremos, que gera renda e emprego sim, mas também preserva o que temos de melhor: nossa identidade cultural, nossa natureza do Pantanal, do Taquari etc.

Bailarina corumbaense estána Escola do Teatro Bolshoi

SONHO REALIZADO

CorumbáDa Redação

Com menos de 10 anos de idade, ela conseguiu realizar o sonho que muitas meninas al-mejam: ingressar na escola de balé de uma das companhias mais conceituadas do mundo. A corumbaense Sarah Urrutia passou por uma maratona de avaliações e garantiu uma bolsa de estudos na Escola do Teatro Bolshoi do Brasil.

Com a aprovação, Sarah escreve o nome de Corumbá dentro de Balé Bolshoi: é a primeira corumbaense a in-tegrar o quadro de alunos da escola de balé que é referência do estilo clássico.

Entre as etapas de pré--seleção e seleção, ela deixou para trás mais de quatro mil concorrentes de várias parte do país e, agora, se dedica à conclusão do ano letivo em Corumbá para, então seguir

Sarah concorreu com mais de quatro mil bailarinas

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até seu novo endereço na cidade de Joinville, em Santa Catarina.

As audições na cidade ca-tarinense envolveram avalia-ções com equipes de médicos, fisioterapeutas e até mesmo testes de conhecimento de

Língua Portuguesa e Matemá-tica. De tão rigorosa, a seleção prevista para escolher 20 meninas, preencheu somente 18 vagas.

PROFESSORAA timidez da pequena

corumbaense só é deixada de lado quando a ordem é dan-çar. Ao fazer os exercícios e posturas tradicionais do balé, Sarah se sente muito à vonta-de até mesmo para ensinar a irmã caçula, Alícia, de 3 anos de idade, que vê em Sarah um exemplo a ser seguido.

O pai Francisco e a mãe, Alia, explicaram que sempre incentivaram os filhos e acre-ditam em seus potenciais, mas não vislumbravam que, a jovem bailarina fosse es-colhida naquela que foi sua primeira audição.

“A gente sabe que ela gosta do balé, que mostra um bom desempenho, mas já ser selecionada logo no início foi uma grande e feliz surpresa para nós”, comenta o pai conta um pouco da per-sonalidade de filha bailarina.

“Ela mesmo cobra muito de mim quanto ao compro-misso dos ensaios. Quando

me atraso, ela liga me co-brando para chegar no horá-rio nas aulas”, conta Francis-co orgulhoso da dedicação da filha à arte da dança.

DIFERENCIALPara a professora de

dança, Ana Paulo Honório, que há 4 anos conduz a pe-quena aluna pelo mundo do balé clássico, Sarah apresen-ta um diferencial e por isso incentivou os pais a levarem a menina para Campo Gran-de onde houve a pré-seleção.

“Recomendei a audição para a Sarah mais como uma forma dela conhecer, se habituar com as seleções, trazer novos horizontes, mas ela superou as concorrentes e isso nos deixou muito feliz”, comentou ao avaliar que a menina terá muito a se de-senvolver no Bolshoi.

Ana Paula destaca que os russos do Bolshoi “não

estão em busca de técnicas, mas sim, de talentos”. “Eles procuram corpos que podem ser enquadrados dentro da técnica tradicional russa que será repassada e também crianças que mostrem uma estrutura emocional”, conta.

A professora lembra que a escolha de Sarah pela es-cola do Balé Bolshoi traz reflexos positivos não apenas na carreira que se inicia da jovem bailarina. “Prova para muita gente que no interior também há um trabalho sério com relação à dança. Serve ainda como exemplo para outras garotas que por não estar em um grande centro não pode ter uma oportuni-dade dessa “, disse.

A bailarina corumbaen-se deve ficar por oito anos como aluna da Escola do Teatro Bolshoi do Brasil. As aulas começam em fevereiro de 2014.

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 585 17/11 a 23/11 de 2013 7Estado

REI DAS ÁGUASPresidente de órgão público ficou milionário mais rápido do que água corrente. Ele ficou

conhecido por ter adquirido muitos imóveis urbanos e rurais, além de conseguir participação em algumas empresas. Os línguas-pretas de plantão afirmam, contudo, que nada do que foi comprado está sem seu nome. Para obter a fortuna, ele teria criado um verda-deiro laranjal. São laranjas e mais laranjas espalhados por todas as regiões onde o órgão público faz obras.

REI DAS ÁGUAS (1)O todo poderoso presidente citado, teria, porém, cometido algumas gafes e, com isto, andou dei-

xando alguns vestígios que, em breve, estarão estam-pados nas capas dos principais meios de comunicação do Estado e, claro, do Centro Oeste Popular. Há quem garanta que o tal presidente que sonha com uma ca-deira instalada na entrada do Parque dos Poderes terá muito o que se explicar com os homens do Ministério Publico Estadual. A conferir!

FISCALEmpresa do interior que ganhou contrato milio-nário em órgão público estaria em nome de um

conhecido fiscal. A sede fica no interior do Estado, em uma sala onde mal cabem uma mesa e uma cadeira. Tá todo mundo querendo saber qual a bendita e mila-grosa receita caseira para se conseguir esses contratos milionários, mesmo se tendo sedes tão modestas.

VEREADOR VOZ DE VELUDO Vereador de Campo Grande, de atuação pra lá de apagada, deve mais de 80.000,00 (oitenta

mil reais) a uma empresa financeira com quem andou trocando cheques com juros que mais se aproximam da usura. Agora ele jura de pés juntos que está à beira de ter um infarto, pois estaria prestes a perder sua fazenda no interior do Estado. Oh! Coitado!

VERTENTEEx secretário que virou um dos maiores pecua-ristas do Estado ainda está operando na admi-

nistração de Campo Grande. Uma de suas empresas anda recebendo aditivos milionários. Trata-se de um assunto que promete dar muito pano pras mangas e que, muito breve, mas muito breve mesmo, deve ganhar as manchetes dos jornais.

VERTENTE (1)Fazenda do glorioso ex secretário que ainda manda na administração é um verdadeiro luxo.

Lá na referida propriedade rural existem 600 touros PO e uma sede que é uma mansão de dar inveja a Ro-que Quagliato, considerado pela revista Exame uns dos maiores criadores de gado do brasil.

VERTENTE (2) Não se contentando com as maravilhas do cam-po, o ex-secretário adquiriu inúmeros imóveis

urbanos em Campo Grande. A mais recente aquisição foi um condomínio com dezenas de apartamentos perto do Rádio Clube Campo.

VERTENTE (3)Por falar em ex-secretário, vem aí a 20ª Festa da Linguiça de Maracaju!

Rádios AM já estão autorizadas a iniciar migração para a faixa de FMPresidente Dilma assinou decreto autorizando mudança de frequência e as atuais 80 AMs do Estado poderão

continuar operando por mais cinco anos juntamente com a FM

RENASCIMENTO

Jota MenonCampo Grande – MS.

Duas em uma. Assim será a maioria das emissoras de rádio AM do Estado, a partir do próximo ano, quando con-cretizar o processo de insta-lação dos equipamentos para operar na faixa de Frequência Modulada (FM).

A autorização para que as mais de 1.700 emissoras de ondas médias (AM) existentes no país passem a utilizar um canal de FM foi assinada pela presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, na última quinta-feira, 7 de novembro. O ato contou com a presença dos ministros Paulo Bernardo, das Comunicações, e Gleise Hoffmann, da Casa Civil.

O decreto-presidencial, conhecido como “Lei da Mi-gração da AM para a FM” permitirá que as cidades onde funcionam rádios AM pas-sem a contar com emissoras operando em dois canais ao mesmo tempo.

A SOLENIDADENa solenidade de assi-

natura da autorização para o início da migração das rá-dios AM para a faixa de FM estiveram presentes repre-sentantes de 17 emissoras de

rádio de Mato Grosso do Sul. No âmbito político, apenas os deputados Akira Otsubo (PMDB), federal, e Felipe Orro (PDT), estadual, prestigiaram o importante momento para a radiofonia estadual.

De acordo com o deputa-do Akira, que sempre foi um defensor da publicação do de-creto junto ao Ministério das Comunicações, “as emissoras terão prazo máximo de um ano para solicitar a mudança da frequência de AM para FM. Depois da autorização do Mi-nistério das Comunicações, as empresas poderão continuar operando nas duas faixas por um período de cinco anos, até a migração definitiva”.

Akira explanou que as emissoras terão alguns custos para fazer a alteração, como a diferença no valor de ou-torga e com os equipamentos de transmissão. No entanto, segundo o ministro das Co-municações, Paulo Bernardo, o processo de licença será simplificado, e as empresas interessadas podem buscar financiamento para comprar os transmissores, para tanto o Governo federal deve oferecer financiamento ao setor.

DUAS EM UMAA Rádio Cidade Maracaju

é um exemplo de emissora que terá uma frequência de FM no dial dos receptores radiofônicos sem tirar do ar a rádio AM. A diretora da Rádio Cidade, empresária Mirian Sirlei da Veiga, que integrou a comitiva de empresários sul-mato-grossenses da radio-difusão que esteve em Brasília prestigiando a assinatura do decreto-presidencial con-firmou que a emissora será “duas em uma” a partir do momento em que o prefixo na

faixa de FM entrar no ar. “O decreto-presidencial faculta aos empresários da radiofonia manter a emissora AM por até cinco anos no ar. Não vejo porquê deixar de operar na faixa AM em que ainda temos um público muito grande e que foi fidelizado ao longo dos mais de 35 anos em que esta-mos atuando em Maracaju e região” afirma.

Sintetizando, a empre-sária Mirian ao retornar de Brasília ao invés de uma boa

notícia trouxe duas boas notí-cias: o município ganha uma nova Rádio FM sem perder, contudo, a sua AM que tanto serviços tem prestado à comu-nidade ao longo de décadas. “Com essa medida ganham os nossos ouvintes, principal-mente os das regiões mais lon-gínquas que tem mais identi-ficação com as Ondas Médias; ganha o público que gosta da FM, pela qualidade do som, mas prefere a programação da AM mais identificada com a comunidade, e ganharão os anunciantes que pagarão por uma veiculação no rádio e te-rão sua publicidade veiculada em duas emissoras” explicou a empresária.

“A migração era um an-seio que a classe de radiodi-fusores, principalmente da Rádio AM, que pleiteava essa mudança, que representará um ganho enorme para o segmento e, principalmente, para população”, afirmou o diretor-geral da Radio Cultura AM 680, de Campo Grande, Luciano Barbosa Rodrigues.

Também a mesma moti-vação demonstrou o diretor--geral da Rádio Caçula, de Três Lagoas, Romeu de Cam-pos Júnior, que afirmou: “As rádios AM são um patrimô-nio do país e a migração vai melhorar a qualidade, com menor ruído e interferência”.

Nelson e Felipe Feitosa, diretores do Grupo Feitosa de Comunicação, que administra cinco rádios AM no Estado, também enalteceram a ini-ciativa da presidente Dilma Rousseff.

O presidente da Associa-ção (AERMS) das Emissoras de Radiodifusão do Mato Grosso do Sul (AERMS), Ro-sário Congro Neto, afirmou que o decreto “é de extrema

importância. Temos cerca de 80 emissoras de Ondas Médias que vão sair de uma situação tecnológica ultra-passada para outra situação que é a modernidade da Frequência Modulada. Con-sequentemente, o rádio vai melhorar qualitativamente na prestação de serviços, no entretenimento nas comuni-dades onde estão inseridas”.

Para Congro Neto, até o primeiro semestre de 2014 as rádios AM estarão adaptadas a operar em FM.

Sobre a obtenção de recursos para compra de equipamentos, Congro Neto afirmou que “alguns estão preparados, outros não es-tão. Os que não estão, cer-tamente, vão ter linhas de crédito. Em Mato grosso do Sul temos o Fundo Cons-titucional do Centro-Oeste (FCO), por meio do qual até R$ 200 mil o próprio geren-te do Banco do Brasil tem autonomia para conceder o financiamento com prazo de 10 anos, com dois anos de carência. Os juros estão lá no chão, de 4,6% ao ano, 0,36% ao mês. Basta o sujeito dar enfoque empresarial à atividade do rádio para que a mudança seja efetivada”.

O ministro das Comu-nicações, Paulo Bernardo, disse, após a solenidade, que haverá linha de crédito do Banco Nacional de Desenvol-vimento Econômico e Social (BNDES) para os donos de rádios e que as primeiras migrações devem ocorrer em janeiro deste ano. A Rádio Cidade Maracaju pretende estar nessa primeira leva de emissoras que adotará tam-

bém o prefixo de FM.De acordo com o presi-

dente da Associação Brasi-leira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Daniel Slaviero, “das 1.772 emis-soras de AM do país, 79% delas tem até cinco Kw. O faturamento médio dessas emissoras não passa de R$ 50 mil por mês. Essas em-presas são as que mais foram afetadas pela qualidade do áudio. Com a migração para o FM, elas serão a renovação, o ressurgimento dessas em-presas para que continuem competindo num ambiente

de convergência tecnológi-ca, de Internet e de mídias sociais”.

A data escolhida para a assinatura pela presiden-te Dilma, 7 de novembro, coincidiu com o Dia do Ra-dialista, homenagem a Ary Barroso, compositor mineiro que foi radialista, locutor esportivo, artista de radio-novelas, enfim, “fez de tudo em rádio”, conforme Dilma Rousseff em seu discurso.

FELIPE ORROOutro parlamentar que

não deixou o momento im-portante passar em branco foi o deputado estadual Feli-pe Orro. Ele viajou a Brasília, acompanhando a comitiva de empresários de rádios de Mato Grosso do Sul para prestigiar a referida soleni-dade, realizada no Palácio do Planalto e afirmou que as emissoras AM fazem parte da história e são um importante patrimônio do país.

“É dever do governo, portanto, criar condições para que elas possam con-tinuar operando e acompa-nhando as novas tecnolo-gias”, ressaltou, acrescen-tando que, atualmente, as emissoras que operam na faixa AM não conseguem estar presentes em equipa-mentos modernos como os smartphones.

A comitiva de Mato Gros-so do Sul foi composta pelos empresários Mirian Sirlei da Veiga, de Maracaju; Nel-son Feitosa, de Sidrolândia; Armando Anache, de Aqui-dauana; Luciano Barbosa, de Campo Grande, e Rosário Congro Neto, de Três Lagoas.

Orro destacou a fala do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo,que lem-brou o aspecto regional do rádio, especialmente das pe-quenas emissoras. Segundo Bernardo, “não há nenhum outro veículo tão sintonizado com as questões locais”. O ministro também aproveitou para destacar as mudanças promovidas pelo MiniCom nos processos de radiodi-fusão. “Desde 2011, nosso trabalho tem sido simplificar e dar mais transparência ao trâmite dos processos” destacou.

Diretora-presidenteda Fundação de Turismorecebe Medalha Prêmio

da Polícia Civil

HOMENAGEM

A diretora-presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul, Nilde Brun, recebeu a Medalha Prêmio da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, pelos relevantes ser-viços prestados ao Estado e à segurança pública. A soleni-dade de outorga aconteceu no auditório Manoel de Barros do Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, no Parque dos Poderes.

“Sinto-me muito honrada com a homenagem recebida. A Secretaria de Segurança Públi-ca do Estado, através da Po-lícia Civil sempre nos apoiou nas ações que desenvolvemos, garantindo a segurança e a

Nilde Brun com o delegado geral da Polícia Civil, Jorge Razanauskas

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implantação das Políticas Públicas do Turismo, como no combate e enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes e na garantia do bem receber os turistas”, disse Nilde.

Na mesma cerimônia, a Polícia Civil concedeu a Me-dalha Tempo de Serviço (dez anos e 20 anos) a 65 policiais civis, entre delegados, peritos, escrivães, agentes e investiga-dores, “pelo reconhecimento público e bons serviços pres-tados à ordem, à segurança e à tranquilidade no Estado”.

Também foram homena-geados 56 policiais civis com a Medalha Mérito Policial.

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