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CINÉTICA QUÍMICA
Introdução
A Cinética Química é o estudo das velocidades das reações químicas. Nela é introduzida a variável tempo
nas transformações físico-químicas. Enquanto que na termodinâmica determina-se a variação das
propriedades de um sistema quando este passa de um estado de equilíbrio para outro, na cinética se
estabelece o tempo necessário para que a transformação ocorra. A cinética química está baseada em
processos químicos experimentais, que são modelados matematicamente por meio de equações
diferenciais. O método consiste em montar a equação diferencial que retrata um determinado fenômeno e
resolvê-la, obtendo-se assim a função que representa, explicitamente, a variação da concentração dos
reagentes com o passar do tempo.
Um exemplo que pode ilustrar a diferença entre a abordagem termodinâmica e a cinética é a
transformação do diamante em grafite nas condições ambientes. Por meio de considerações
termodinâmicas conclui-se que a transformação é espontânea, visto que o carbono na forma de grafite
possui, nessas condições, maior estabilidade do que na forma de diamante. Já do ponto de vista cinético,
vê-se que essa transformação não ocorre em velocidade apreciável, de modo que não se pode constatar a
sua ocorrência no dia a dia. Este é o motivo pelo qual não se verifica a transformação de um anel de
diamante em um anel de grafite!
Grafite Diamante
O conhecimento da cinética de qualquer processo é de grande importância, devido a suas aplicações:
- na físico–química, para o estudo das ligações químicas (energia de ligação, estabilidade de compostos);
- na química orgânica, para a determinação dos mecanismos das reações;
- em engenharia química, para o desenvolvimento de teorias de combustão, explosões, transferência de
massa e energia e no cálculo de reatores;
- no âmbito farmacêutico, nos estudos de estabilidade e degradação de medicamentos.
Este sítio contém um conjunto de informações e atividades que têm como objetivo buscar facilitar o estudo
de cinética química para estudantes de graduação. Aconselha-se que os estudantes tenham
conhecimentos prévios de Teoria Cinética dos Gases, Fenômenos de Transporte, Fenômenos de Superfície
e Equações Diferenciais, para um melhor aproveitamento do material aqui disponibilizado.
Um estudo introdutório sobre cinética química pode ser encontrado no sítio:
http://www.iq.ufrgs.br/ead/quimicageral/
O material apresentado neste sítio foi baseado nos seguintes livros: Princípios de Química: questionando a
vida moderna e o meio ambiente (Atkins, 2006), Físico-Química (Atkins, 1999) e Fundamentos de físico-
química: uma abordagem conceitual para as ciências farmacêuticas (Netz, 2002). Conheça nossa
bibliografia completa.
Este trabalho foi realizado pelo acadêmico Rômulo Messias Kipper, estudante do curso de Licenciatura em
Química da UFRGS, sob a orientação da professora Tania Denise Miskinis Salgado
([email protected]) , do Departamento de Físico-Química do Instituto de Química da UFRGS, com o
apoio financeiro da Secretaria de Educação a Distância (SEAD) da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul.
http://www.iq.ufrgs.br/ead/fisicoquimica/cineticaquimica/cinetica_quimica_introducao.html
LEIS DE VELOCIDADE
O que é a velocidade de uma reação química? Como determiná-la?
Para o estudo da cinética química é necessário estabelecer uma definição precisa, quantitativa, da
velocidade de uma reação química. No cotidiano, uma reação é dita rápida quando ocorre quase
instantaneamente, como em uma explosão. Já uma reação lenta pode ser exemplificada com um processo
de corrosão de um metal exposto às condições atmosféricas, que leva um tempo longo para ocorrer.
A velocidade de uma reação química pode ser definida como a variação na concentração de uma espécie
(reagente ou produto) dividida pelo tempo que a mudança leva para ocorrer.
Um forma de expressar a velocidade de uma reação é através da velocidade média, calculada a partir da
variação da concentração molar de um reagente, R, ,durante o intervalo de tempo
.
As velocidades são sempre definidas de modo a se obter grandezas positivas. Assim, para uma reação R →
P define-se:
Velocidade média de consumo:
Velocidade média de formação:
Ou, em termos de variações infinitesimais:
Na cinética química um conceito fundamental é o de velocidade instantânea. A velocidade instantânea
pode ser entendida como uma velocidade média calculada em um intervalo de tempo muito curto, em
torno de um instante de tempo de referência. Pode-se compreender a velocidade instantânea como o
limite da velocidade média para um intervalo de tempo tendendo a zero, o que matematicamente
corresponde à derivada da função que descreve a variação da concentração com o tempo.
Para obter a velocidade de uma reação em um determinado instante, uma maneira é traçar a tangente no
ponto correspondente do gráfico de concentração versus tempo. Como se pode ver no gráfico abaixo:
Como se classificam as reações químicas do ponto de vista cinético?
Do ponto de vista cinético, as reações químicas podem ser classificadas em elementares e não
elementares.
Reações elementares são aquelas que ocorrem em uma só etapa e para elas a equação estequiométrica
traduz perfeitamente o mecanismo pelo qual a reação ocorre.
Por exemplo, para a reação elementar:
Sua velocidade depende do número de colisões das moléculas do reagente A com as moléculas do
reagente B. Portanto, sua velocidade será proporcional à concentração do reagente A e à concentração do
reagente B:
Reações não elementares são aquelas que ocorrem por meio de várias etapas elementares, cada uma com
uma expressão de velocidade própria.
Por exemplo, a reação entre o hidrogênio e o bromo para formar ácido bromídrico, no estado gasoso:
Esta reação foi estudada experimentalmente e verificou-se que ocorre por meio das seguintes etapas:
k1
k2
k3
k4
k5
E a velocidade global dessa reação pode ser expressa da seguinte forma:
Como pode se observar por este exemplo, a lei de velocidade não pode ser deduzida da equação química,
devendo ser determinada experimentalmente.
O que é a constante de velocidade?
Na expressão tem-se a constante de proporcionalidade , que é a constante de velocidade
da reação.
Matematicamente, k é a velocidade da reação quando as concentrações são unitárias. A constante de
velocidade k tem dimensões que dependem da ordem de reação:
Onde n= ordem da reação.
http://www.iq.ufrgs.br/ead/fisicoquimica/cineticaquimica/leis.html
CONCENTRAÇAO DOS REAGENTES E DOS PRODUTOS
Como determinar a concentração dos reagentes e dos produtos, à medida que a reação ocorre?
A determinação das concentrações dos reagentes e dos produtos em função do tempo de reação é um
procedimento básico da cinética química. Nas experiências comuns de cinética, a temperatura é mantida
constante, pois em geral as velocidades das reações dependem da temperatura.
Existem diferentes métodos para acompanhar as mudanças de concentração dos reagentes e dos
produtos. A escolha da técnica experimental apropriada depende da rapidez da reação. Como exemplo
pode-se citar as reações que se processam em femtossegundos (1fs=10-15 s), estudadas pela
femtoquímica. Os principais métodos analíticos usualmente utilizados nas investigações de cinética
química são:
espectroscopia de ultravioleta e visível;
espectrometria de massa;
cromatografia em fase gasosa;
ressonância magnética nuclear;
ressonância do spin do elétron;
potenciometria.
http://www.iq.ufrgs.br/ead/fisicoquimica/cineticaquimica/concentracao.html
ORDENS DE REAÇÃO
O que é ordem de reação?
O conceito de ordem de uma reação química está relacionado à expressão de velocidade. Ordem de
reação é a soma dos expoentes aos quais estão elevadas as concentrações na expressão de velocidade, e
não estão relacionados aos coeficientes estequiométricos.
Para a reação:
Teremos uma lei de velocidade:
Na qual:
E
A ordem de reação é determinada experimentalmente, no caso da cinética empírica, ou por meio de
modelos matemáticos, a partir de dados espectroscópicos e de química teórica sobre as moléculas
participantes, no caso da cinética química teórica. Na prática, as reações mais importantes são as de
ordem zero, primeira e segunda ordens. Reações de terceira ordem são bastante raras e não são
conhecidas reações de ordem superior a três.
Para conhecer a ordem de reação são necessários dados experimentais e hipóteses a respeito da
seqüência de etapas elementares por meio das quais a reação ocorre, isto é, do mecanismo da reação.
Uma outra definição importante é a do conceito de molecularidade. A molecularidade de uma reação é o
número de espécies reagentes que tomam parte em uma etapa elementar da reação. Assim:
- molecularidade 1: apenas uma espécie química participa do processo de reação. Ex.: um rearranjo
molecular.
- molecularidade 2: duas espécies químicas colidem entre si para que a reação ocorra.
- molecularidade 3: é muito rara, pois depende da ocorrência de uma colisão tripla.
Enfim, é importante saber a diferença entre molecularidade e ordem:
- A ordem de uma reação é uma grandeza empírica, obtida a partir da lei de velocidade levantada
experimentalmente.
- A molecularidade de uma reação é propriedade de uma reação elementar que faz parte de um
mecanismo teórico de interpretação da reação.
http://www.iq.ufrgs.br/ead/fisicoquimica/cineticaquimica/ordem_de_reacao.html
Ordem Zero
Reações de ordem zero são reações em que a velocidade é uma constante, independente da concentração
do reagente. São sempre reações não-elementares, como por exemplo, as reações fotoquímicas e as
reações enzimáticas no início.
Para uma reação de ordem zero, do tipo A → produtos, pode-se escrever:
Esta equação equivale a e é por isso que este tipo de reação é chamado de ordem zero.
Verifica-se que a constante de velocidade k para as reações de ordem zero tem unidades de
[concentração] . [tempo-1]. Por exemplo:
Integrando a equação, considerando-se conhecida a concentração no tempo t=0:
Obtém-se
Verifica-se que a concentração do reagente diminui linearmente com o passar do tempo. Assim, o gráfico
abaixo mostra como deve se comportar a concentração com o passar do tempo para uma reação de ordem
zero.
Este mesmo gráfico permite que se determine experimentalmente a constante de velocidade k da reação,
pois k é o coeficente angular, ou inclinação da reta.
É possível fazer uma troca de variável, introduzindo-se o conceito de taxa de conversão, , que é definida
como a fração de reagente já transformada em produtos em um determinado tempo de reação:
Isolando-se, nesta equação, obtém-se:
E diferenciando-se em relação ao tempo:
Substituindo em temos:
E, integrando, vem:
Esta equação permite determinar o tempo necessário para se atingir uma certa conversão do reagente A.
Um conceito importante e bastante utilizado em cinética química é o de MEIA-VIDA. A meia-vida de uma
reação é definida como sendo o tempo necessário para que a concentração do reagente diminua à metade
de seu valor inicial.
A partir da equação acima pode-se obter a meia-vida de uma reação de ordem zero, pois quando
transcorrer uma meia-vida, a concentração será igual à metade da inicial e, portanto, XA = 0,5, resultando:
e portanto:
Esta equação mostra que a meia-vida de uma reação de ordem zero é diretamente proporcional à
concentração inicial do reagente.
http://www.iq.ufrgs.br/ead/fisicoquimica/cineticaquimica/ordem_zero.html
Reações de Primeira Ordem
Uma reação de primeira ordem é aquela na qual a velocidade é diretamente proporcional à concentração
do reagente.
Para uma reação monomolecular, irreversível, de primeira ordem, ocorrendo a volume constante, do tipo
A→produtos, tem-se:
Trata-se de uma reação de 1ª ordem, pois a concentração do reagente A encontra-se elevada ao expoente
1.
Nesta equação, representa a velocidade de decomposição de A.
Verifica-se que a constante de velocidade k para as reações de primeira ordem tem unidades de [tempo-
1].
Separando as variáveis, a equação anterior pode ser integrada entre limites:
A partir desta equação, fazendo-se um gráfico de em função do tempo, o coeficiente angular é o
termo k, o que permite determinar experimentalmente a constante de velocidade da reação.
Na forma exponencial a equação acima fica:
Esta equação mostra que a variação da concentração com o tempo para uma cinética de primeira ordem é
exponencial, como representada no gráfico abaixo:
Utilizando-se aqui também o conceito de taxa de conversão:
É possível isolar :
e
Pode-se então fazer uma troca de variáveis e escrever a equação
em função de :
Que pode ser dividida por , resultando:
Então, separa-se as variáveis e integra-se, obtendo-se:
Isolando t, se pode obter o valor do tempo necessário para atingir uma determinada conversão numa
reação de primeira ordem:
Meia-vida
Meia-vida é um conceito particularmente útil para as reações de primeira ordem, devido ao fato de estar
relacionado diretamente com a constante de velocidade, dando uma idéia física da velocidade de reação
melhor que a própria constante de velocidade. Lembrando que a meia-vida de uma reação é o tempo
necessário para que a concentração do reagente se reduza à metade do seu valor inicial e usando para
uma reação de primeira ordem a equação
Quando , tem-se . Substituindo esse valor na equação acima, resulta:
Portanto a meia-vida de uma reação de primeira ordem é dada por:
Como se vê, a meia-vida de uma reação de primeira ordem é independente da concentração inicial do
reagente. Este é o motivo pelo qual a meia-vida é utilizada, por exemplo, para caracterizar os isótopos
radioativos. O decaimento radioativo é um processo nuclear que segue uma cinética de primeira ordem.
Assim, uma tabela de nuclídeos apresenta os diferentes isótopos radioativos caracterizados por suas
meias-vidas, que serão independentes das quantidades de núcleos radioativos presentes na amostra.
http://www.iq.ufrgs.br/ead/fisicoquimica/cineticaquimica/ordem_um.html
Reações de Segunda Ordem
Uma reação de segunda ordem é aquela onde há uma dependência da velocidade com o quadrado da
concentração do reagente. Nas reações de segunda ordem, é preciso ter presente que elas podem ser
monomoleculares ou bimoleculares. Para cada um desses casos, a equação diferencial resultante será
diferente e eles devem ser tratados separadamente.
Reações de segunda ordem – primeiro caso:
No caso de reação bimolecular:
A→produtos
Pode-se escrever então a seguinte equação diferencial:
Verifica-se que a constante de velocidade k para as reações de segunda ordem tem unidades de
[concentração-1].[tempo-1].
Separando as variáveis, a equação anterior pode ser integrada entre limites, resultando:
Esta é a equação de uma reta, quando se faz um gráfico do inverso da concentraçãoem função do tempo
de reação.
Deste modo, o coeficiente angular da reta obtida é k, o que permite determinar experimentalmente a
constante de velocidade da reação.
Seguindo o método adotado anteriormente, exemplo, será introduzida a taxa de conversão .
Isolando-se :
E derivando em relação ao tempo:
Substituindo-se essas expressões em , tem-se:
Dividindo membro a membro por , resulta:
Separa-se então as variáveis desta equação:
Integrando:
E isolando t obtém-se o tempo necessário pra se atingir uma certa conversão do reagente A:
A meia-vida para esse tipo de reação é obtida fazendo =0,5 na equação anterior:
Essa expressão mostra que a meia-vida para uma reação monomolecular de segunda ordem é
inversamente proporcional à concentração inicial do reagente.
Reações de segunda ordem – segundo caso:
No segundo caso, para reações bimoleculares de segunda ordem, pode-se representar a equação
estequiométrica da seguinte forma:
aA+bB→produtos
Nesse caso é necessário distinguir duas situações possíveis: a reação pode ser iniciada com a proporção
estequiométrica dos reagentes ou com proporção não estequiométrica. Para cada uma destas situações a
integração da equação diferencial resultante será diferente.
É importante destacar que os reagentes sempre irão reagir em proporção determinada pela
estequiometria. No caso da reação aA+bB→produtos, independentemente da proporção inicial dos
reagentes, sempre que a mols de A reagirem, b mols de B irão reagir para formar os produtos. Pode-se
então escrever:
Partindo–se de proporções estequiométricas dos reagentes:
Para uma reação iniciada com a proporção estequiométrica dos reagentes, tem-se XA = XB e, portanto:
Para a reação aA+bB→produtos, pode-se escrever:
Ou, trocando as variáveis, para usar as taxas de conversão de A e de B:
Dividindo ambos os membros por , e observando que, para reações iniciadas com a proporção
estequiométrica dos reagentes, :
Separando-se as variáveis, obtém-se:
A integração desta equação resulta:
E isolando-se t:
Note-se que, sendo utilizada a constante de velocidade , aparece na equação a concentração inicial .
Por analogia pode-se obter a seguinte equação:
Partindo-se de proporções não estequiométricas dos reagentes:
Agora será analisado o caso em que a reação aA+bB→produtos inicia com proporção não
estequiométrica dos reagentes. Para essa reação pode-se escrever:
Considerando que os reagentes são sempre consumidos na proporção estequiométrica:
e portanto,
Substituindo este valor na equação , obtém-se:
Separando as variáveis e integrando (recomenda-se consultar uma tabela de integrais), resulta:
Substituindo os limites de integração e rearranjando chega-se a:
Esta é a equação de uma reta, de modo que fazendo-se um gráfico de ln(CA/CB) em função do tempo,
temos como coeficiente angular o termo , o que permite determinar experimentalmente a
constante de velocidade da reação, pois as concentrações iniciais e são conhecidas, assim como
os coeficientes estequiométricos a e b.
http://www.iq.ufrgs.br/ead/fisicoquimica/cineticaquimica/ordem_dois.html
Efeito da temperatura sobre a velocidade das reações químicas
Uma lei de velocidade mostra a relação entre as velocidades e as concentrações. No entanto, as
velocidades também dependem da temperatura. Com poucas exceções, a velocidade aumenta
acentuadamente com o aumento da temperatura. Van’t Hoff, químico holandês, observou empiricamente
que a cada 10°C de elevação da temperatura, a velocidade da reação duplica.
.
Porém, experimentalmente, observou-se que este quociente fica, na realidade, entre 2 e 4.
Então, em 1889, o químico sueco Svante Arrhenius (ex-bolsista de Van’n Hoff) propôs outra equação
empírica que proporciona melhores resultados:
Equação de Arrhenius
Onde:
k= constante de velocidade
Ea= energia de ativação
R= constante dos gases
T= temperatura absoluta
A= fator pré-exponencial
A equação de Arrhenius que pode ser escrita de outras formas:
O gráfico abaixo representa a equação de Arrhenius, de acordo com esta última equação:
O parâmetro A, dado pela ordenada à origem , em 1/T=0, é o fator pré-exponencial ou fator de freqüência.
O parâmetro A não é adimensional. Tem as mesmas dimensões da constante de velocidade. Portanto, suas
dimensões variam com a ordem de reação. Embora dependa ligeiramente da temperatura, este efeito
pode ser desprezado para pequenos intervalos de temperatura. O parâmetro Ea, obtido pela inclinação (-
Ea/R) da reta, é a energia de ativação da reação.
A energia de ativação é a energia cinética mínima que os reagentes devem ter para que se formem os
produtos. Esta é justamente a mais importante contribuição de Arrhenius: a proposição de que os
processos químicos são ativados, ou seja, precisam de uma certa energia de ativação para ocorrer. Assim,
processos com baixa energia de ativação ocorrem rapidamente, enquanto processos com elevada energia
de ativação ocorrem mais lentamente.
O gráfico a seguir mostra a energia de ativação para um processo exotérmico:
Quanto maior a energia de ativação, menos provável será a transformação de reagentes em produtos.
A equação de Arrhenius pode ser aplicada para reações gasosas, líquidas e até reações heterogêneas. O
intervalo de temperaturas no qual ela é válida é amplo para reações elementares, restrito para reações
complexas e curto para reações em cadeia. Ela é mais utilizada para reações monomoleculares. Para
reações bimoleculares costuma-se utilizar a forma modificada da equação de Arrhenius:
O conceito de energia de ativação de Arrhenius não se aplica somente a reações químicas. Inúmeros
processos físicos também são ativados e a variação de sua velocidade com a temperatura pode ser
descrita pela equação de Arrhenius. Um exemplo é a difusão de átomos através de uma rede cristalina no
estado sólido.
Explicação do valor das constantes de velocidade e a dependência de cada uma diante da temperatura
As leis de velocidade e as constantes de velocidade permitem o entendimento dos processos moleculares
das mudanças químicas. As leis de velocidade podem ajudar a revelar detalhes dos mecanismos de
reação. Mas como explicar os valores numéricos das constantes de velocidade que aparecem nas leis de
velocidade? A teoria das colisões e a teoria do complexo ativado fornecem as respostas para esta questão
e contribuem para a explicação de como ocorrem as reações químicas.
Como ocorrem as reações químicas?
Esta é uma questão crucial em química. Para respondê-la é necessário examinar, detalhadamente, o que
acontece com as moléculas no ponto decisivo de uma reação. Sabe-se que ocorrem modificações da
estrutura e há redistribuição de energias, da ordem de grandeza das energias de ligação, entre as diversas
ligações. Rompem-se antigas ligações e formam-se novas.
Hipóteses teóricas a respeito de como se processam as reações em escala microscópica são essenciais
para compreensão e proposição de mecanismos, para interpretação das velocidades relativas de
diferentes reações, para discussão do peso relativo de reações concorrentes, bem como para interpretação
dos parâmetros das equações empiricamente obtidas. Duas são as abordagens principais: a teoria das
colisões moleculares e a teoria do complexo ativado.
Teoria das colisões moleculares
A teoria das colisões moleculares (aplicável aos gases) faz uso do modelo de esfera rígida para as
moléculas. O modelo supõe a não existência de forças intermoleculares e considera apenas o movimento
de translação. As moléculas são consideradas como esferas rígidas com diâmetro igual ao diâmetro de
colisão molecular, que corresponde à distância mínima de aproximação de duas moléculas. Para que duas
moléculas reajam é necessário que ocorra uma colisão inelástica entre elas. Somente aquelas colisões
onde a energia relativa das moléculas, devido às componentes da velocidade tomadas sobre a linha que
une centros das moléculas (componentes frontais), é superior a um determinado valor crítico resultam em
reação química. A teoria simples das colisões moleculares foi desenvolvida por Lewis e Hinshelwood em
1920, tendo por objetivo o cálculo das constantes de velocidade.
Aplicando a teoria simples das colisões moleculares a reações bi-moleculares gasosa:
De onde temos a seguinte expressão de velocidade:
Pode-se escrever a equação anterior da seguinte forma, com as concentrações sendo expressas em
moléculas por unidade de volume:
De acordo com a teoria cinética dos gases, a velocidade da reação é igual à freqüência de colisões
bimoleculares com componente frontal da energia cinética superior a um certo valor crítico, ou seja:
A teoria cinética dos gases nos dá:
Onde é a constante de Boltzmann.
Substituindo este valor na equação:
Obtém-se:
Comparando esta última equação com a equação:
Com
Resulta para a constante de velocidade, k:
Representando por a energia crítica por mol e lembrando que , pode-se escrever a equação
anterior como:
Esta equação é conhecida como equação de Trautz-Mc Lewis e é a base da teoria das colisões moleculares.
Como visto anteriormente, para as reações bimoleculares costuma-se utilizar a forma modificada da
equação de Arrhenius:
O termo não é exatamente igual a energia de ativação da equação de Arrhenius, o que pode ser
demonstrado utilizando a equação de definição da energia de ativação de Arrhenius. Logaritmando a
equação anterior temos:
Derivando em relação a T:
Multiplicando por se obtém a energia de ativação de Arrhenius, também chamada de energia de
ativação experimental de Arrhenius:
Portanto,
Geralmente, , o que permite desconsiderar como parcela, fazendo .
Comparando agora a equação de Trautz-McLewis:
Com a equação de Arrhenius:
E considerando , pelas razões já expostas, podemos ver que:
O parâmetro A da equação e Arrhenius é denominado fator de freqüência e está relacionado à freqüência
de colisões entre as moléculas. Para uma dada reação podemos escrever:
A equação anterior é semelhante à equação de Arrhenius modificada e justifica o termo em que
aparece nessa última.
A freqüência de colisões impõe um limite para a constante de velocidade, uma vez que a reação não pode
ocorrer com velocidade superior à freqüência com que as moléculas colidem.
A teoria simples das colisões moleculares obtém seus melhores resultados quando aplicada às reações
bimoleculares. Quanto mais complexas as moléculas reagentes, piores são os resultados obtidos.
Para dar conta das discrepâncias verificadas entre o valor teórico e o valor experimental da constante de
velocidade, foi proposta a teoria modificada das colisões moleculares. De acordo com a teoria das colisões
modificada a constante de velocidade de reação pode ser escrita como o produto de um fator de
probabilidade P (também chamado fator estérico) com a freqüência de colisões Z e a fração de moléculas
com energia adequada. O produto PZ pode ser identificado com o fator pré-exponencial A da equação de
Arrhenius.
Teoria do Complexo Ativado
A teoria do complexo ativado aperfeiçoa a teoria das colisões ao indicar um modo de calcular a constante
de velocidade mesmo quando as exigências estéricas são significativas. A teoria do complexo ativado, ou
teoria do estado de transição, foi desenvolvida por Eyring e Polanyi (1935). Ela leva em consideração a
natureza das moléculas, baseia-se em cálculos que têm origem na termodinâmica estatística e na
mecânica quântica e pode ser aplicada para reações em fase gasosa e em solução. A teoria do complexo
ativado é uma tentativa de identificar os aspectos principais que governam o valor de uma constante de
velocidade em termos de um modelo de eventos que ocorrem durante a reação.
Pode-se compreender o conceito de complexo ativado a partir da observação do aspecto geral da variação
da energia potencial dos reagentes A e B durante o avanço de uma reação elementar bimolecular, como
ilustrado no gráfico abaixo:
No início, somente A e B entram em contato, deformam-se, trocam átomos ou rejeitam-nos. A energia
potencial atinge um máximo e a aglomeração de átomos que corresponde à região vizinha ao máximo é o
complexo ativado. Após o máximo, a energia potencial diminui à medida que os átomos se organizam e
atingem a configuração dos produtos. No ponto máximo da curva de energia potencial as moléculas dos
reagentes atingiram um ponto de aproximação e de deformação tão grande que uma pequena deformação
extra faz o sistema avançar para os produtos. A configuração crítica dos átomos é o estado de transição da
reação. Apesar de algumas moléculas no estado de transição retornarem à condição inicial dos reagentes,
muitas superam a configuração daquele estado e então é inevitável a formação dos produtos depois do
encontro.
Para esta teoria, numa primeira etapa reversível os reagentes entram em equilíbrio com um complexo
ativado e este então é que se decompõe dando origem aos produtos da reação.
Como exemplo, segundo esta teoria, uma reação bimolecular, ocorre de acordo com o mecanismo:
Onde representa o complexo ativado formado pelas moléculas reagentes. Chamando de a
freqüência de vibração segundo a qual o complexo ativado se decompõe, a velocidade de formação dos
produtos será dada por:
A etapa de formação do complexo ativado tem a seguinte constante de equilíbrio:
Sendo a concentração do complexo ativado igual a:
De acordo com o princípio da eqüipartição de energia, a cada grau de liberdade translacional, vibracional
ou rotacional deve ser associado o valor de energia kT, onde k é a constante de Boltzmann e T a
temperatura e esta energia é igual a , sendo a constante de Planck. Podemos escrever então:
Isolando temos a freqüência de decomposição do complexo ativado:
Substituindo os valores de e na equação,
Encontramos:
Comparando-se esta equação com a equação cinética que fornece a velocidade de formação dos produtos,
verifica-se que:
Essa é a equação e Eyring, que é a equação fundamental da teoria do estado de transição.
Tratamento termodinâmico da equação de Eyring
Introduzindo algumas grandezas termodinâmicas (correspondentes à etapa de formação do complexo
ativado) a equação de Eyring pode ser tratada termodinamicamente.
De acordo com a termodinâmica, a energia de Gibbs da reação está relacionada à constante
termodinâmica de equilíbrio pela expressão:
Nessa expressão, o estado padrão é definido como sendo um estado de atividade unitária. Se ao invés de
atividade unitária, definirmos um estado padrão de concentração unitária, podemos escrever:
A constante de equilíbrio que aparece na expressão é, agora, a constnate estequiométrica de equilíbrio. Se
esta expressão for aplicad à etapa de formação do complexo ativado, resulta:
Deixando de lado o sub-índice, c, e colocando a expressão sob a forma exponencial, obtém-se:
Substituindo na equação de Eyring, temos:
Lembrando, da termodinâmica, que e aplicando esta relação à etapa de formação do
complexo ativado, obtém-se:
Utilizando este conceito podemos reescrever a equação:
Da seguinte forma:
Ou
Por outro lado, da relação termodinâmica entre entalpia e energia interna, podemos escrever:
Aqui é importante estabelecer as seguintes grandezas de reação correspondentes à etapa de formação do
complexo ativado:
Essas grandezas de reação se referem a um estado padrão de concentração unitária.
A ligação entre a teoria de Arrhenius e a teoria do estado de transição
Consideremos a equação já vista acima, na qual a entalpia padrão de ativação é relacionada à energia
interna de ativação:
Consideremos também a energia de ativação experimental de Arrhenius dada por:
Derivando, primeiro, o numerador da equação anterior, resulta:
A equação de van’t Hoff permite escrever:
E, sendo a equação
Teremos, derivada termo a termo:
pois kB e h são constantes
e
Dará como resultado:
Usa-se o resultado anterior na equação:
Obtendo-se:
rearranjando e simplificando termos, obtém-se:
A equação anterior estabelece um elo de ligação entre a teoria de Arrhenius e a teoria do estado de
transição, uma vez que relaciona um parâmetro típico da primeira, , com a energia padrão de
ativação,
http://www.iq.ufrgs.br/ead/fisicoquimica/cineticaquimica/mecanismos.html
A descoberta de mecanismos de reação compatíveis com a lei de velocidade.
A lei cinética de uma reação possibilita que dela se extraiam algumas conclusões sobre o que ocorre em
nível molecular durante a reação.
Reações elementares
Já foi dito que, em geral, não se pode escrever uma lei de velocidade a partir de uma equação química. Isto
acontece porque todas as reações, exceto as mais simples, são resultados de várias etapas, chamadas de
reações elementares. Uma reação elementar descreve um evento distinto, freqüentemente, uma colisão
de partículas. O desenvolvimento de uma reação é explicado por meio de um mecanismo de reação, isto é,
uma seqüência de reações elementares que descreve as modificações que possivelmente ocorrem à
medida em que os reagentes se transformam em produtos.
A lei de velocidade de uma reação elementar unimolecular (A→P) é de primeira ordem em relação ao
reagente:
Uma reação elementar bimolecular (A+B→P) tem uma cinética de segunda ordem:
Uma seqüência de etapas elementares reunidas em um mecanismo, pode levar à lei da cinética da reação.
Reações em série e em paralelo
Reações em série
As reações em série são também chamadas de reações consecutivas. São reações do tipo:
A R S
Considerando ambas as reações de primeira ordem, pode-se escrever as seguintes equações diferenciais:
A concentração de A obedece a uma cinética de primeira ordem, cuja equação integrada é:
A concentração de R varia com o tempo de acordo com a equação:
Faz-se então a substituição do valor de nesta mesma equação:
Após uma reorganização dos termos obtém-se:
A equação acima é uma equação diferencial não homogênea de primeira ordem e primeiro grau, e pode
ser resolvida com o auxílio de um fator integrante do tipo :
Resolvendo-se a integral, obtém-se:
Quando se parte de A puro, para t=0, , a constante de integração fica assim determinada:
Substituindo este valor na expressão resulta:
A partir desta equação, obtém-se:
Lembrando que no sistema de reações considerado, o número total de mols é constante, então
, e a concentração de S será:
Para encontrar o tempo correspondente ao máximo de concentração do produto intermediário R, é só
derivar e igualar a zero a equação .
Derivando:
O termo é diferente de zero. Portanto:
(
Obtém-se assim o tempo para que atinja o valor máximo:
Etapa determinante da velocidade global de uma reação em etapas
Voltando à equação , e considerando a segunda reação da reação em
série A R S, muito mais rápida que a primeira, ou seja , temos:
e
logo
E assim a equação se reduz a:
Esta equação mostra que a formação de S depende apenas da primeira etapa, que é a mais lenta.
Analogamente, se :
e
logo
Esta equação mostra que, neste caso, a formação de S depende apenas da segunda etapa, que é a etapa
mais lenta. Portanto, conclui-se que a etapa determinante da velocidade global da reação é sempre a mais
lenta do processo.
Em analogia à etapa determinante da velocidade pode-se imaginar a existência de uma estrada de seis
pistas que se afunila numa aponte de uma só pista. A velocidade global do tráfego pela estrada é
governada pela velocidade de passagem através da ponte.
Reações em paralelo
Reações em paralelo são reações do tipo:
A R
A S
Considerando que ambas as reações deste sistema sejam de primeira ordem, as seguintes equações
diferenciais podem ser escritas:
A primeira das três equações acima fornece a velocidade de decomposição de A.
A soma pode ser reunida em uma constante aparente de velocidade kap:
Desta forma, o sistema se comporta como se o reagente A sofresse uma única reação de primeira ordem,
cuja constante de velocidade é kap.
Separando-se as variáveis da equação acima:
E fazendo-se a integração, obtém-se
Ou
Para o componente R, da reação A R, a variação da concentração com o tempo pode ser representada
por:
Utilizando o valor de encontrado anteriormente, a equação acima fica então:
Integrando esta equação e considerando que a reação se inicia com A puro, obtém-se para concentração
de R o valor:
Considerando-se que se parte de A puro, pode-se fazer em t=0, temos que:
Então:
ou
De forma análoga, a concentração de S, na reação A S, é:
A partir das equações e que fornecem as velocidades de formação de R e S, é
possível obter a relação:
Integrando esta equação, resulta:
Quando se parte de A puro, , e se pode escrever:
O rendimento máximo obtido em relação a cada um dos produtos pode ser calculado. Para tanto é
necessário considerar que se partiu de A puro e que a reação ocorreu de forma completa, permitindo
estabelecer-se a seguinte relação:
Da equação , se obtém a relação:
Que permite calcular a fração máxima de A que pode ser transformada em R, ou seja, o rendimento
máximo de R.
Reações reversíveis: Seja a seguinte reação reversível:
Se ambas forem de 1ª ordem:
Velocidade da reação direta: =
Velocidade da reação inversa: =
Velocidade global:
No equilíbrio:
Então,
Como a constante de equilíbrio é:
Ou seja, equilíbrio químico é a igualdade de velocidade dos dois processos, direto e inverso.
Para a reação reversível A↔B, partindo de A puro:
com , em t
e ,
então, ,
rearranjando
Resolvendo esta equação diferencial com a condição inicial, , é possível demonstrar que:
Acima vemos curvas características de um sistema de reações reversíveis de tipo A↔B, para Keq>1.
Reações explosivas
Reações em cadeia em certas circunstâncias podem se tornar explosivas. Uma explosão térmica ocorre
devido ao crescimento muito rápido da velocidade de reação em virtude da elevação da temperatura.
Quando a energia liberada em uma reação exotérmica não consegue escapar do sistema reacional, a
temperatura do sistema começa a se elevar e a reação avança com maior velocidade. A temperatura
eleva-se rapidamente, devido à aceleração da velocidade, e a reação avança com velocidade maior ainda.
Outro tipo de explosão é a explosão cinética (explosão com ramificação de cadeia) onde a velocidade alta
é o resultado de um mecanismo em cadeia que produz um crescimento exponencial do número de radicais
livres.
Em uma reação em cadeia, um intermediário muito reativo reage para produzir outro intermediário muito
reativo que, por sua vez, reage para produzir outro, e assim sucessivamente. O intermediário da reação,
neste caso, é chamado de propagador da cadeia, e em muitos casos é um radical, sendo a reação
chamada de reação em cadeia via radicais. As reações em cadeia finalizam com uma reação de
terminação, quando dois radicais se combinam.
Catálise
Quando a energia de ativação de uma reação for alta, apenas uma pequena fração das colisões
moleculares leva à reação, em temperaturas normais. Utilizando um catalisador é possível diminuir a
energia da ativação da reação. Um catalisador aumenta a velocidade da reação, sem ser consumido na
mesma. Em uma mesma temperatura , uma fração maior de moléculas de reagente pode cruzar a barreira
de energia mais baixa da trajetória catalisada e se transformar em produtos, como pode ser visualizado no
gráfico abaixo:
Um catalisador homogêneo é aquele que está na mesma fase da mistura reacional (para reagentes
gasosos o catalisador é um gás; para reagentes líquidos o catalisador homogêneo se dissolve na solução).
Um catalisador heterogêneo está numa fase diferente da do sistema reacional (por exemplo, um
catalisador sólido para uma reação em fase gasosa).
http://www.iq.ufrgs.br/ead/fisicoquimica/cineticaquimica/reacoes.html
Exercícios
1 - (Adaptado de Atkins) – Ao dobrarmos a concentração de , a velocidade da reação
aumenta quatro vezes. Ao dobrarmos as concentrações de NO e de , a
velocidade aumenta 8 vezes. Quais são (a) a ordem dos reagentes, (b) a ordem total da reação e (c) as
unidades de k, se a velocidade for expressa em mols por litro por segundo? Resposta
2 - A reação é de ordem zero. Sabe-se que, em determinadas condições, operando em um reator
a volume constante, após 1 hora do início da reação, 60% de A reagiu. Que quantidade de B será formada
depois de mais ½ hora de reação? Resposta
3 - A reação é de ordem zero e ocorre a volume constante. Partindo de Z puro a uma pressão
de 5 atm, verifica-se que, 20 minutos depois de iniciada a reação, a pressão total do sistema atinge 5,7
atm. Qual será a pressão total do sistema 150 minutos depois de iniciada a reação? Resposta
4 - (Adaptado de Netz) - A hidrólise da sulfacetamida segue cinética de primeira ordem com constante de
velocidade , a 120° C. Calcular o tempo de meia-vida e a concentração que resta de
sulfacetamida após 3 horas, considerando uma concentração inicial . Resposta
5- Na temperatura de 427ºC, a reação de decomposição do pentóxido de nitrogênio em fase gasosa é de
primeira ordem e se processa com uma velocidade de quando a concentração do é
de (velocidade e concentração iniciais).
Calcule a fração de decomposta em 10 segundos.
Calcule o tempo necessário para que 95% do se decomponha. Resposta
6 - Considere a reação genérica de primeira ordem . São introduzidos em um recipiente 20 mols de
A e 4 mols de B. Verifica-se que após 10 min, . Determine a constante de velocidade da reação.
Resposta
7 - Partindo do mesmo número de átomos de e , calcule o tempo necessário para que o número
de átomos de In seja igual ao dobro do número de átomos de Bi. A meia-vida do é de 24 minutos e a
do é de 33 minutos. Os isótopos decaem para o e o , respectivamente. Resposta
8 - (Adaptado de Netz) - Uma determinada reação de decomposição de um fármaco segue cinética de
segunda ordem. Uma concentração inicial de reduz-se a 80% deste valor em 5 minutos.
Qual a constante de velocidade e qual o tempo de meia-vida? Resposta
9 - Em um reator a volume constante ocorre a reação , cuja constante de velocidade em
relação a A é de . Partindo de uma pressão de A igual a 10 atmosferas, e com os gases
reagentes na proporção estequiométrica, calcule a pressão total no sistema depois de decorridos 5 min.
Resposta
10 - Uma substância decompõe-se de acordo com uma lei de velocidade de segunda ordem. Sendo a
constante de velocidade , calcule a meia-vida da substância quando:
a concentração inicial for
a concentração inicial for Resposta
11 - O emite uma partícula b-, decaindo a , o qual, por sua vez, emite outra partícula b-,
formando . A meia-vida do primeiro decaimento é 23,5 minutos e a meia-vida do segundo
decaimento é 2,35 dias. Partindo-se de 0,1 mol de urânio-239 purificado, determine:
a composição do sistema depois de duas horas.
o tempo necessário para que a quantidade de atinja seu valor máximo. Resposta
12 - Na sulfonação do tolueno a 50°C formam-se, principalmente, dois isômeros; o ácido o-
metilbenzenossulfônico e o ácido p-metilbenzenossulfônico. As reações de sulfonação podem ser
consideradas de primeira ordem e a formação do isômero meta é desprezável. A constante de
velocidade de formação do isômero orto é . O rendimento máximo que pode se obter
nesse isômero é de 40% em relação à quantidade inicial de tolueno. Calcule a meia-vida do tolueno
naquela temperatura. Resposta
13 - Considere o seguinte sistema de reações em paralelo, que ocorrem em um reator a volume
constante, e as expressões de suas respectivas constantes de velocidade:
Calcule a relação entre as quantidades de C e D produzidas quando se opera a 27°C e a 727°,
respectivamente. Resposta
14 - (Adaptado de Castelan) - Para temperaturas próximas à ambiente, 300K, uma antiga regra
química afirma que um aumento de 10° na temperatura duplica a velocidade da reação. Admitindo
que a constante de velocidade seja duplicada, calcule o valor da energia de ativação para que esta
regra seja verificada exatamente. Resposta
15 - (Adaptado de Castelan) - Para a reação de hidrogênio com iodo, a constante de velocidade vale
a 302°Ce a 508°C.
a) Calcule a energia de ativação e o fator de freqüência para esta reação.
b) Qual é o valor da constante de velocidade a 400°C? Resposta
16 - (Adaptado de Netz) - Uma determinada substância sofre decomposição segundo uma cinética de
primeira ordem. Os tempos de meia vida determinados a 90°C e 80°C foram 17,4 min e 59,8 min,
respectivamente. A partir destes dados, calcule a energia de ativação e (supondo que esta permaneça
constante, independente da temperatura) estime o tempo de meia-vida a 30 °C. Resposta
17- A reação:
apresenta uma constante de velocidade
igual a . Estime, na temperatura de 177°C:
A energia de Gibbs padrão de ativação;
A entalpia padrão de ativação;
A entropia padrão de ativação. Resposta
18 - Supondo que os diâmetros de colisão molecular A e B sejam, respectivamente e que
sua massas molares sejam 36 e 48 g/mol, calcule o valor do fator estérico para as reações:
Resposta
19 - A racemização do pineno é uma reação de primeira ordem. Em fase gasosa, a meia-vida
calculada foi de para a temperatura de 457,6 K e de min para 510,1K. A
partir desses dados, calcule a energia de ativação e a constante de velocidade a 480 K. Resposta
20 - Um elemento X, quando submetido a nêutrons térmicos transforma-se no elemento radioativo Y,
através de uma reação de ordem zero. Este por sua vez decai para o elemento estável Z. A meia-
vida de Y é de 2 horas. Em um reator nuclear, a velocidade de formação de Y, a partir de 1 grama de
X é de átomos por hora. Calcule o número de átomos de Y e Z existentes depois de irradiar-
se de 1g de X por 10 horas. Resposta: Y= 1,03 X 104 ; Z= 2,67 x 104 Resposta
21 - Determinou-se a constante de velocidade para a decomposição de primeira ordem de um
composto orgânico, em diversas temperaturas:
k (s-1)0,00492 0,0216 0,095 0,326 1,15
T (°C) 5 15 25 35 45
Calcule a energia de ativação para a reação. Resposta
22 - O avanço de uma reação química em fase aquosa foi monitorado pela determinação da
absorbância do reagente em diferentes tempos, conforme exposto na tabela:
Tempo (s)0 54 171 390 720 1010 1190
Absorbância 1,67 1,51 1,24 0,847 0,478 0,301 0,216
Determine a ordem de reação e o valor da constante de velocidade. Resposta
23 - Considere a reação consecutiva , na qual ambas as etapas são de primeira ordem. A
concentração inicial de A é e . Faça o gráfico de contra t para
= 5,1 e 0,5. Em cada caso determine o instante em que atinge o valor máximo. Faça o
gráfico de contra t para = 5,1 e 0,5. Em cada caso determine o instante em que atinge
o valor máximo. Resposta
24 - Resultados da cinética de inversão da sacarose utilizando medidas do ângulo de rotação da luz
polarizada são mostrados na tabela abaixo. Determine, a partir destes dados, a ordem da reação.
Qual a constante de velocidade desta reação? Resposta
t(s) 0 1035 3113 4857 9231 12834 18520 26320 32640
α(°) 11,2 10,35 8,87 7,64 5,19 3,61 1,6 -0,16 -1,10 -3,27
25 - Uma determinada reação é de ordem ½ em relação ao reagente A, ordem 2 em relação ao
reagente B e ordem zero em relação a C. Qual a influência sobre a velocidade de reação se:
Triplicarmos a concentração de A?
Triplicarmos a concentração de B?
Triplicarmos a concentração de C?
Reduzirmos a 1/3 a concentração de A?
Reduzirmos a 1/3 a concentração de B?
Reduzirmos a 1/3 a concentração de C?
Triplicarmos as concentrações de A, B e C simultaneamente? Resposta
26 - Azometano decompõe-se segundo a equação:
Determinar a ordem de reação e a constante de velocidade a partir dos dados abaixo: Resposta
ExperiênciaConcentração Inicial
1
2
27 - A decomposição de primeira ordem do peróxido de hidrogênio possui uma
constante de velocidade de a uma certa temperatura. Partindo de uma concentração
inicial de 0,8 mol.L-1 de , calcule:
A concentração de após um dia.
O tempo necessário para a concentração de cair a 0,75 mol.L-1. Resposta
28 - Um isótopo radioativo se decompõe com uma meia-vida de 15 minutos. Qual será o tempo
necessário para que 80% da amostra se decomponha? Resposta
29 - Uma substância gasosa se decompõe termicamente de acordo com a equação:
A variação da pressão parcial (que é proporcional à concentração) do reagente , a , em
diferentes tempos de reação, está indicada na tabela abaixo, quando se parte de puro:
Tempo (h)0 5 15 35
Pressão de (mmHg)660 330 165 82,5
Considerando que a decomposição é irreversível, determine a ordem da reação e calcule a constante
de velocidade para essa reação. Resposta
30 - A reação é de primeira ordem em relação a cada reagente e ocorre em fase
gasosa com uma constante de velocidade igual a . O composto B é um sólido volátil
cuja pressão de vapor é de 0,1 atm na temperatura em que a reação ocorre. Calcule a pressão parcial
dos componentes do sistema, 20 min depois de iniciada a reação, quando a mesma é realizada em
um reator a volume constante, em presença de B sólido, partindo-se de A a uma pressão inicial de 5
atm. Resposta
31 - A reação é de 1ª ordem em relação a A e de 2ª ordem em relação a B.
Partindo-se de 10 mols de A e 10 mols de B, e sabendo que a constante de velocidade da reação, a
25ºC, é , determine qual a percentagem de A que reagiu ao final de 4 minutos
de reação. Resposta
32 - A nitração industrial do nitrobenzeno, realizada a 60ºC, utiliza uma mistura nitrossulfúrica como
agente nitrante e fornece os seguintes produtos:
orto-dinitrobenzeno: 6,40%
meta-dinitrobenzeno: 93,20%
para-dinitrobenzeno: 0,40%
Verificou-se que, partindo de nitrobenzeno puro, após 1 hora do início da reação, 20% do
nitrobenzeno permanecia sem reagir. Calcule as constantes de velocidade das reações de formação
de cada isômero, supondo que as reações sejam de primeira ordem. Resposta
33 - Para o sistema de reações de primeira ordem:
sabe-se que . Iniciando a reação, a volume constante, com 50 mols de A, 10 mols de R e
20 mols de S, verifica-se que, após 0,0241 min, . Determine o valor das constantes e .
Resposta
34 - Em um reator isotérmico, a volume constante, ocorrem as reações:
Para a temperatura de 45 oC, as constantes de velocidade são:
Partindo-se de 50 mols de A, 20 mols de R e 10 mols de T, calcule a composição do sistema 15
minutos após o início da reação. Resposta
35 - Os parâmetros de Arrhenius para a reação
são e .
Determine o valor da constante de velocidade para essa reação, a 25ºC. Resposta
36 - A seguinte reação de rearranjo molecular em fase gasosa:
tem uma constante de velocidade de a 420K e de a 470K. Calcule o
valor da energia de ativação dessa reação. Resposta
37 - As constantes de velocidade para a reação
a diferentes temperaturas são:
Temperatura (K)357 400 458 524 533 615
1,72 2,53 3,82 5,20 5,61 7,65
Calcule o valor da energia de ativação dessa reação. Resposta
38 – A constante de velocidade para a reação é fornecida pela expressão
. a) Calcule a energia de ativação experimental a 27°C; b)
Calcule a energia de Gibbs padrão de ativação. Resposta
39 - O seguinte sistema de reações gasosas ocorre em um reator operando a volume constante:
As constantes de velocidade são e . Partindo de 10 mols de A e 8 mols de
C, calcule a composição do sistema quando . Resposta
40 - Em um sistema operando a volume constante ocorre a reação gasosa A reação é de
primeira ordem em relação a cada um dos reagentes e sua constante de velocidade é igual a
. No reator em questão a pressão de A é mantida constante e igual a 2 atm
mediante alimentação automática. Calcule o tempo necessário para produzir 1 mol de C partindo de B
a uma pressão inicial de 10 atm. O volume do reator é de 10 litros e o mesmo opera a 27°C. Resposta
Resposta
1- Resposta:
(a) Segunda ordem em relação ao , primeira ordem em relação ao ; (b) terceira ordem total; (c)
2- Resolução:
Após + ½ hora, o tempo total será 1,5 h.
A → 2B
t=
0
0
t
3- Resolução:
Z -> P + 2Qt=0 0
t
t=150 min:
4- Resolução:
Solução: quando a decomposição segue cinética de primeira ordem,
Para calcular a concentração após 3 horas , podemos usar: