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UNIVERSIDADE FEEVALE CLEITON ZARDINELLO PADILHA ANÁLISE DA CAPACIDADE TÉRMICA DE UM SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO PARA CONSERVAÇÃO DE EMBUTIDOS ESTUDO DE CASO Novo Hamburgo 2018

CLEITON ZARDINELLO PADILHA

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Page 1: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

UNIVERSIDADE FEEVALE

CLEITON ZARDINELLO PADILHA

ANÁLISE DA CAPACIDADE TÉRMICA DE UM SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO

PARA CONSERVAÇÃO DE EMBUTIDOS – ESTUDO DE CASO

Novo Hamburgo

2018

Page 2: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

CLEITON ZARDINELLO PADILHA

ANÁLISE DA CAPACIDADE TÉRMICA DE UM SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO

PARA CONSERVAÇÃO DE EMBUTIDOS – ESTUDO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado como requisito parcial à

obtenção do grau de Bacharel em

Engenharia Mecânica pela Universidade

Feevale

Orientador: Prof. Me. José Eduardo Barbosa Moraes

Novo Hamburgo

2018

Page 3: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

CLEITON ZARDINELLO PADILHA

Trabalho de conclusão de curso de Engenharia Mecânica, sob título, ANÁLISE

DA CAPACIDADE TÉRMICA DE UM SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO PARA

CONSERVAÇÃO DE EMBUTIDOS – ESTUDO DE CASO, submetido ao corpo

docente da Universidade Feevale, como requisito necessário para obtenção do Grau

de Bacharel em Engenharia Mecânica.

Aprovado por:

_______________________________________

Prof. Me. José Eduardo Barbosa Moraes

Professor Orientador

____________________________________

Profa. Dra. Ângela Beatrice Dewes Moura

____________________________________

Prof. Me. Josimar Souza Rosa

____________________________________

Profa. Me. Luciane Tais Führ

Page 4: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me dado perseverança para

chegar a esta etapa.

A minha namorada Andiara, que sempre me

incentivou e me deu força.

Ao meu professor e orientador Me. José

Eduardo Barbosa Moraes, pela dedicação em

construirmos este trabalho.

Aos meus amigos da empresa Frigorífico

Santo André, Ademir Teixeira e José Vitor, sempre

dispostos a tirar as dúvidas e fornecer dados.

E em especial a minha família, mãe Glória,

pai Derli, e irmãos Eloi, Eloir e Daniela, que sempre

acreditaram em mim e me apoiaram durante toda

graduação.

Muito Obrigado a todos!

Page 5: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

RESUMO

A refrigeração industrial é um processo de controle de temperatura amplamente

utilizado na indústria alimentícia para conservação de produtos perecíveis. As

empresas são constantemente fiscalizadas para que esse controle de temperatura

seja seguido, e caso sejam encontrados produtos fora da faixa de temperatura

recomendada de armazenamento, elas são atuadas por multas e obrigadas a

descartar estes alimentos. Este trabalho é referente a avaliação de um sistema de

refrigeração já existente em uma empresa de produção de embutidos, para análise de

um possível aumento de produção, sabendo que a câmara frigorífica instalada deve

ser capaz de manter os alimentos produzidos refrigerados, sem que estes saiam da

faixa de temperatura indicada. O trabalho foi iniciado com o levantamento bibliográfico

sobre o tema e fórmulas utilizadas para cálculos de carga térmicas existentes, assim

como o que deve ser levado em consideração no momento de dimensionamento do

sistema. Após o levantamento bibliográfico foi feito a coleta de dados, como

dimensões da câmara, potência de equipamentos instalados e outros fatores que

foram levados em consideração para os cálculos. Alguns dados como temperaturas e

umidades foram obtidos por dados históricos da região fornecidos pela INMET. Os

objetivos foram atingidos após os cálculos de carga térmica e, além disso, foi possível

a indicação de algumas melhorias. Como resultados notou-se um excedente de

refrigeração na câmara frigorífica instalada, assim como a maior carga térmica do

sistema avaliado é de infiltração de ar, devido a abertura de portas.

Palavras chave: Refrigeração industrial. Carga térmica. Câmara fria. Capacidade de

refrigeração. Controle de temperatura e umidade.

Page 6: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

ABSTRACT

Industrial refrigeration is a temperature control process widely used in the food

industry for the preservation of perishable products. Companies are constantly

monitored for this temperature control to be followed, and if products outside the

recommended storage temperature range are encountered, they are subject to fines

and forced to discard these foods. This work is related to the evaluation of an existing

refrigeration system in a sausage production company, in order to analyze a possible

increase in production, knowing that the installed cold room must be able to keep the

food produced refrigerated without leaving of the indicated temperature range. The

work was started with a bibliographical survey about the theme and formulas used for

existing thermal load calculations, as well as what should be taken into account when

designing the system. After the bibliographical survey, data were collected, such as

the dimensions of the chamber, installed equipment power and other factors that were

taken into account for the calculations. Some data such as temperatures and humidity

were obtained from historical data from the region supplied by INMET. The objectives

were reached after the thermal load calculations and, in addition, it was possible to

indicate some improvements. As a result, a refrigeration surplus was observed in the

installed refrigeration chamber, as well as the highest thermal load of the evaluated

system is air infiltration, due to the opening of the doors.

Keywords: Industrial refrigeration. Thermal load. Cold chamber. Refrigerating

capacity. Temperature and humidity control.

Page 7: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 − Ciclo térmico de refrigeração .................................................................. 14

Figura 2 – Ciclo ideal de refrigeração por compressão de vapor .............................. 15

Figura 3 – Esquema dos componentes de um ciclo de refrigeração real ................. 16

Figura 4 − Estimativa do tempo de conservação dos produtos pela temperatura

exposta .................................................................................................................... 17

Figura 5 − Zonas de temperatura e proliferação de micróbios ................................ 19

Figura 6 − Fontes de calor em sistemas de refrigeração .......................................... 20

Figura 7 − Condução através de um sistema de três camadas em série ................. 23

Figura 8 − Layout da planta câmara frigorífica ......................................................... 30

Figura 9 − Unidades condensadoras instaladas na empresa X ................................ 31

Figura 10 − Temperaturas máximas, médias e mínimas - 12/2017 .......................... 33

Figura 11 − Temperaturas máximas, médias e mínimas - 01/2018 .......................... 33

Figura 12 − Temperaturas máximas, médias e mínimas - 02/2018 .......................... 34

Figura 13 − Heatcraft modelo FLA114B57A ............................................................. 35

Figura 14 − Fluxograma das etapas para cálculo de carga térmica ......................... 38

Figura 15 − Camadas de isolamento térmico da câmara frigorífica .......................... 39

Figura 16 − Temperatura de bulbo seco 02/2018 ..................................................... 41

Figura 17 − Umidade relativa do ar as 12:00h .......................................................... 42

Figura 18 − Câmara de conservados, ambiente interno ........................................... 45

Figura 19 − Câmara de conservados, ambiente externo .......................................... 45

Figura 20 – Temperaturas mais críticas dos ambientes internos e externos (12/17;

01/18; 02/18) ............................................................................................................ 46

Figura 21 − Produto estocado .................................................................................. 52

Figura 22 – Distribuição das cargas térmicas por fonte de calor na câmara frigorífica

................................................................................................................................. 56

Figura 23 – Distribuição das cargas térmicas, considerando a capacidade de

refrigeração instalada ............................................................................................... 57

Figura 24 – Novo layout proposto de prateleiras para a câmara frigorífica da

empresa X ............................................................................................................... 59

Figura 25 − Distribuição das cargas térmicas por fonte de calor na câmara frigorífica,

novo layout com aumento de capacidade de estocagem ......................................... 60

Page 8: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

Figura 26 – Distribuição das cargas térmicas e capacidade de refrigeração (Novo

layout) ...................................................................................................................... 62

Page 9: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Propriedades dos isolantes térmicos típicos ........................................... 21

Tabela 2 − Fator de troca de ar por abertura de porta .............................................. 25

Tabela 3 − Fator de calor necessário para resfriar o ar ............................................ 26

Tabela 4 − Fator de calor necessário para resfriar o ar ............................................ 26

Tabela 5 − Capacidade frigorifica segundo catálogo do fabricante .......................... 34

Tabela 6 − Capacidade Frigorífica dos evaporadores .............................................. 36

Tabela 7 – Propriedades dos materias comuns de contruções ................................ 48

Tabela 8− Calor específico de produtos conservados e suas propriedades ............. 53

Tabela 9 − Calor de ocupação ................................................................................. 54

Tabela 10 − Economia gerada para instalação com equipamentos menores ........... 61

Page 10: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11

1.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 11

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................. 12

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 13

2.1 REFRIGERAÇÃO INDUSTRIAL ........................................................................ 13

2.2 NORMAS VIGENTES PARA CONSERVAÇÃO DE CARNES ............................ 18

2.3 CARGA TÉRMICA E SUA FONTES .................................................................. 19

2.3.1 Ganho de carga térmica pelas paredes, piso e teto ................................... 21

2.3.2 Ganho de carga pela renovação de ar ......................................................... 24

2.3.3 Ganho de carga de produtos ........................................................................ 26

2.3.4 Outros tipos de carga térmica ...................................................................... 28

3 METODOLOGIA ................................................................................................... 30

3.1 CAPACIDADE FRIGORÍFICA INSTALADA ....................................................... 31

3.2 CARGAS TÉRMICAS......................................................................................... 37

3.2.1 Troca térmica pelas paredes (𝒒𝒑𝒂𝒓𝒆𝒅𝒆) ...................................................... 38

3.2.2 Troca térmica pelo piso (𝒒𝒑𝒊𝒔𝒐) ................................................................... 39

3.2.3 Troca térmica pelo teto (𝒒𝒕𝒆𝒕𝒐) .................................................................... 40

3.2.4 Carga térmica devido a renovação de ar (𝒒𝒂𝒓) ........................................... 40

3.2.5 Carga térmica de produtos (𝒒𝒑𝒓𝒐𝒅𝒖𝒕𝒐) ....................................................... 42

3.3 OUTRAS CARGA TÉRMICAS (𝒒𝒐𝒖𝒕𝒓𝒐𝒔) .......................................................... 43

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 44

4.1 LEVANTAMENTO DE DADOS .......................................................................... 44

4.1.1 Cálculo da carga térmica pelas paredes (𝒒𝒑𝒂𝒓𝒆𝒅𝒆) ................................... 46

4.1.2 Calculo da carga térmica pelo piso (𝒒𝒑𝒊𝒔𝒐) ................................................ 49

4.1.3 Calculo da carga térmica pelo teto (𝒒𝒕𝒆𝒕𝒐).................................................. 50

4.1.4 Calculo carga térmica devido a renovação de ar (𝒒𝒂𝒓) .............................. 50

4.1.5 Calculo de carga térmica dos produtos (𝒒𝒑𝒓𝒐𝒅𝒖𝒕𝒐) .................................. 51

4.1.6 Calculo de outras cargas térmica (𝒒𝒐𝒖𝒕𝒓𝒐𝒔) ............................................... 53

4.1.7 Carga térmica total (24 horas) ...................................................................... 56

4.1.8 Custo agregado ao produto pela refrigeração ............................................ 57

4.1.9 Oportunidades de melhorias ........................................................................ 58

5 CONCLUSÕES ..................................................................................................... 63

Page 11: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 64

Page 12: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

11

1 INTRODUÇÃO

A refrigeração é um processo de controle de temperatura amplamente utilizado,

presente nos mais variados tipos de segmentos principalmente para conservação ou

aumento de vida útil de produtos perecíveis. Pode ser facilmente notado o seu uso em

supermercados, padarias e até mesmo para uso residencial, como refrigeradores e

freezers. Nas indústrias os ambientes preparados para armazenamento de produtos

perecíveis, que devem ser refrigerados ou congelados, são chamados câmaras

frigorificas. Esses ambientes são fechados e isolados termicamente, nos quais seu

interior é mantido em condições termohigrométricas, isto é, temperatura e umidade

mais adequadas para conservação do tipo do produto exposto.

A conservação de substâncias perecíveis por refrigeração envolve o uso de

temperaturas baixas, como um meio de eliminar ou retardara atividade dos agentes

de putrefação. Embora a temperatura baixa não seja tão eficiente quanto as altas

temperaturas para destruição dos agentes de putrefação, ela reduz grandemente os

agentes. Sendo assim um modo prático de conservar substâncias no seu estado

fresco original (DOSSAT, 2004).

A empresa que será feito o estudo é fiscalizada em tempo integral pela DIPOA,

(Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal), certificando que a empresa está

operando dentro das normas, tanto de fabricação quanto de armazenamento. Garantir

que o produto esteja dentro da temperatura aceitável é uma das principais

preocupações para as empresas do ramo alimentício, pois o descumprimento deste

item pode gerar custos, como descarte total do produto exposto ou até mesmo multas.

Para que o sistema de refrigeração seja eficaz e consiga suprir a demanda, é

importante que seja dimensionado corretamente, um bom dimensionamento leva em

consideração fatores internos da empresa, assim como condições climáticas regionais

onde o equipamento for instalado.

1.1 OBJETIVO GERAL

Este trabalho tem como objetivo geral analisar uma câmara frigorífica local de

uma empresa que produz embutidos do vale do Paranhana, com a finalidade de obter

através de cálculos qual capacidade máxima de refrigeração.

Page 13: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

12

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os objetivos específicos deste trabalho são:

• Fazer um levantamento bibliográfico sobre o tema;

• Pesquisar normas para armazenamento de embutidos;

• Realizar os cálculos para determinar a capacidade máxima;

• Analisar possível aumento de produção;

• Levantar o custo de refrigeração agregado ao produto.

De acordo com estes objetivos, este trabalho será iniciado com o levantamento

bibliográfico sobre refrigeração e cargas térmicas, assim como normas para

conservação de produtos embutidos. Após essa conceitualização do tema, será feito

um estudo de caso na empresa X de embutidos, obtendo dados e características do

local para em seguida executar os cálculos e expor os resultados obtidos, assim como

as conclusões e comentários correlacionados.

Page 14: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

13

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Este capítulo apresenta a fundamentação teórica em que este estudo de caso

está embasado, abordando temas como refrigeração de alimentos, cargas térmicas e

normas pertinentes ao armazenamento de produtos embutidos.

2.1 REFRIGERAÇÃO INDUSTRIAL

A refrigeração industrial pode ser definida como um processo de retirada de

calor de um meio ou produto com finalidade de atingir uma temperatura desejada,

sendo ela para conservar ou fazer parte de um processo de produção. Para Miller e

Miller (2008) a refrigeração é um processo de remoção de calor de onde ele não é

desejado para um ambiente onde não é prejudicial, ou seja, ambiente externo da

empresa. Segundo os mesmos autores na indústria alimentícia o calor é removido

com finalidade de preservar a qualidade e sabor dos produtos e garantir maior

durabilidade, pois alguns produtos como carnes estragam rapidamente quando

expostos a temperaturas ambientes.

A refrigeração industrial pode ser determinada pela faixa de temperatura de

operação, as temperaturas que definem este processo variam entre -70°C a 15°C,

abaixo deste limite inferior está presente apenas na indústria de criogenia. Outra forma

de definir a refrigeração industrial é quanto sua utilização, refrigeração pode ser

caracterizada pelo processo utilizado nas indústrias químicas, de alimentos e de

processos, para manter algum produto na temperatura desejada (STOECKER; SAIZ,

2002).

Um ciclo de refrigeração é um sistema térmico que transfere energia de calor

de uma região de baixo potencial energético para uma região de alto potencial

energético, isso é possível devido o sistema possuir uma fonte de energia externa. O

ciclo é composto por uma saída e uma entrada de calor, junto a uma entrada de

trabalho (FERZOLA, 2010).

Na figura 1 pode ser observado um esquema do ciclo térmico de refrigeração,

contendo os 4 principais elementos para funcionamento de um sistema de

refrigeração. Sendo 𝑄𝑒 calor de entrada e 𝑄𝑠 calor de saída. Cada elemento é

essencial para o funcionamento do ciclo de refrigeração. Ferzola (2010) descreve

estes elementos sendo:

Page 15: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

14

Figura 1 − Ciclo térmico de refrigeração

Fonte: Ferzola (2010)

• Compressor: este componente é o responsável pelo fornecimento de

trabalho ao sistema através da compreensão do gás refrigerante, elevando

a pressão e a temperatura do fluído;

• Condensador: é o responsável pela retirada do calor do fluído, passando de

sua forma gasosa para líquida, fornecendo calor para o ambiente na forma

latente;

• Válvula de expansão: a função deste dispositivo como diz o nome é

provocar a expansão do fluido refrigerante causando uma queda de pressão

no fluido e consequentemente uma redução na temperatura. Após a válvula

de expansão o fluído está na forma de mistura líquido-vapor;

• Evaporador: onde ocorre a entrada de calor do ambiente, esta mistura de

líquido-vapor absorve calor na forma latente, evaporando e retirando calor

do ambiente;

Silva e Silva (2007) descrevem os processos termodinâmicos envolvidos em

cada componente, descritos anteriormente e demostrados na figura 2, sendo:

Page 16: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

15

Figura 2 – Ciclo ideal de refrigeração por compressão de vapor

Fonte: Cengel e Boles (2013)

• Processo [1] para [2]: fluido refrigerante entra no compressor com pressão

inicial igual ao do evaporador, neste processo o compressor é responsável

por elevar a pressão do fluído, neste momento o fluido está superaquecido;

• Processo [2] para [3]: ocorre no condensador o processo de rejeição de

calor à pressão constante, podendo ser a ar ou água. O fluido é resfriado

até se tornar liquido saturado;

• Processo [3] para [4]: no dispositivo de expansão, é onde ocorre uma

expansão irreversível à entalpia constante (isoentálpico), desde a pressão

de condensação e liquido saturado, até a pressão de vaporização;

• Processo [4] para [1]: ocorre no evaporador, um processo de transferência

de calor a pressão e temperatura constante, o fluido passa de vapor úmido

até vapor saturado seco;

Pode-se comparar o diagrama apresentado na figura 2, com os componentes

que formam o ciclo de refrigeração real em um sistema de refrigeração. A figura 3

mostra o esquema dos componentes existente em um sistema de refrigeração real,

comparando com o diagrama do ciclo ideal de refrigeração por compressão a vapor.

Page 17: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

16

Figura 3 – Esquema dos componentes de um ciclo de refrigeração real

Fonte: Cengel e Boles (2013)

O uso da refrigeração está presente nos mais variados setores, podendo ser

notado seu uso nas indústrias de alimentos, para aumento da durabilidade dos

produtos ou para fazer parte de um processo de fabricação, assim como em

metalúrgicas, químicas, condicionamento de ar, na medicina e muitas outras

aplicações (COSTA, 1982).

As temperaturas baixas são utilizadas para retardar as reações químicas e a

atividade enzimática, bem como para retardar ou inibir o crescimento e a atividade dos microrganismos nos alimentos. Quanto mais baixa for a temperatura tanto mais reduzida será a ação química, enzimática e o crescimento microbiano e uma temperatura suficientemente baixa inibirá o crescimento de todos os microrganismos. (GAVA, 1984).

Nota-se que o armazenamento de produtos em ambientes refrigerados tem seu

tempo de durabilidade aumentado. Muitos alimentos não exigem que sejam

congelados para seu armazenamento, apenas refrigerados a temperaturas acima de

seu congelamento. Cada tipo de alimento tem sua temperatura ideal de conservação,

que leva em conta também os aspectos econômicos de armazenamento

(STOECKER; SAIZ, 2002).

Page 18: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

17

Inicialmente os produtos eram mantidos apenas refrigerados, isto é, manter

acima de sua temperatura de congelamento. A partir do ano de 1860 verificou-se que

a redução da temperatura abaixo de 0 °C dilatava o período de conservação dos

alimentos. Com esta descoberta nota-se que a temperatura de armazenamento

influencia diretamente no tempo de conservação dos produtos (COSTA, 1982).

Podemos observar na figura 4 este comportamento.

Figura 4 − Estimativa do tempo de conservação dos produtos pela temperatura exposta

Fonte: STOECKER, W. F.; SAIZ, J. M. (2002)

Pode-se notar na figura que a temperatura que os produtos são expostos

influência diretamente em seu tempo possível de armazenamento. Observando a linha

3 referente a carnes, notar-se que se exposta a uma temperatura de 20 ºC este

produto teria uma durabilidade de aproximadamente 9 dias. Caso baixar a até

temperatura e atingir -17 °C, o produto poderia ser mantido sem entrar em

decomposição por aproximadamente 400 dias, uma diferença crucial para a

comercialização do produto.

Page 19: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

18

2.2 NORMAS VIGENTES PARA CONSERVAÇÃO DE CARNES

Para garantir a qualidade dos alimentos, existem normas e boas práticas que

as empresas devem seguir com finalidade de evitar contaminação do produto.

Segundo a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) os alimentos devem

ser armazenados de forma a impedir a contaminação e/ou a proliferação de

microrganismos. Os alimentos devem ser mantidos em paletes ou prateleiras

distantes do piso, paredes e teto, com finalidade de permitir apropriada higienização

(ANVISA, 2018).

Todo o processo de manipulação de produtos alimentícios deve ser controlado

de forma a evitar a putrefação, proteger contra contaminação e minimizar os danos.

Para manter tais condições devem ser utilizados equipamentos especiais, tais como

sistemas de refrigeração, dependendo da natureza do produto até mesmo gelo, no

qual devem seguir normas caso este tiver contato direto com o alimento (BRASIL,

1997).

São considerados próprios para o consumo, alimentos que forem mantidos em

condições adequadas de conservação, seguindo todas as normas e indicações de

armazenamento. Tanto o ambiente quanto as temperaturas devem ser adequadas ao

produto. Os alimentos serão considerados congelados quando sua temperatura de

armazenamento for inferior a -8 °C, os alimentos com temperaturas entre -8 °C até 10

°C serão considerados alimentos resfriados (BRASIL, 1984).

Os micróbios se multiplicam nos alimentos quando encontram condições ideais

de nutrientes, umidade e temperatura. Como mostra a figura 5, os micróbios podem

se multiplicar em temperaturas entre 5 °C a 60 °C, chamada de zona de perigo, onde

uma bactéria pode se multiplicar em até 130.000 em apenas 6 horas. Sabendo disso

é aconselhável que os alimentos sejam armazenados em temperaturas abaixo de 5

ºC, até o momento de seu preparo para consumo (ANVISA, 2016).

Page 20: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

19

Figura 5 − Zonas de temperatura e proliferação de micróbios

Fonte: ANVISA (2016, p. 11)

2.3 CARGA TÉRMICA E SUA FONTES

Carga térmica pode ser definida como a soma das fontes de calor existentes

em um ambiente ou produto. Determinar a carga térmica é um dos pontos cruciais

para o dimensionamento dos equipamentos de refrigeração. Em um ambiente

industrial são várias as fontes que fornecem calor para o sistema, a correta definição

destas fontes é primordial para que um sistema de refrigeração não seja

superdimensionado ou subdimensionado, evitando gastos desnecessários ou falta de

refrigeração (FIC FRIO, 2014).

Segundo Creder (2009), carga térmica é a quantidade de calor sensível e

latente que deve ser retirar do ambiente para atingir as condições de temperatura

desejada, geralmente essa grandeza é expressa em BTU/h ou kcal/h. Em sistemas

de ar condicionado a medida mais popular é BTU/h, já para sistema de refrigeração

kcal/h é a medida mais utilizada.

Para o cálculo de carga térmica deve se levar em considerações todas as fontes

de calor existentes, também o tempo de funcionamento do sistema de refrigeração,

pois a câmara frigorifica necessita degelo no evaporador, degelo é o momento onde

a refrigeração é desliga até o completo degelo do evaporador. Além de não fornecer

Page 21: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

20

trabalho alguns degelos são realizados por resistências elétricas ou gás quente

fornecem calor ao sistema. Para o autor as cargas térmicas devem primeiramente ser

avaliada individualmente e após totalizadas. As quatro fontes de carga são: ganho de

carga pelas paredes, cargas de renovação de ar, carga de produtos e outros tipos de

cargas (MILLER; MILLER. 2008).

Para Silva (2016), deve levar em consideração se o produto vai ser refrigerado

ou congelado, ou apenas estocado. Quando refrigerado ou congelado deve-se levar

em consideração a quantidade de calor que será necessário retirar do produto para

atingir a temperatura desejada, acrescidos das fontes de calor que são adicionadas

no sistema, como mostra a figura 5. Já na estocagem apenas se leva em consideração

as fontes, pois o produto estará na temperatura desejada.

Figura 6 − Fontes de calor em sistemas de refrigeração

Fonte: Silva (2016)

Observando a figura, tem-se uma noção dos fatores e cargas térmicas que

podem influenciar no funcionamento de um sistema de refrigeração, através de fontes

de calor externos ou internos. Levar em consideração todos estes itens é primordial

para que a câmara fria seja dimensionada corretamente.

Page 22: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

21

2.3.1 Ganho de carga térmica pelas paredes, piso e teto

O ganho de carga térmica pelas paredes se dá devido à diferença de

temperatura entre o interior e o exterior da câmara frigorífica, sendo que o calor

sempre se desloca para uma área de menor temperatura. Quando o ambiente externo

de uma câmara frigorífica estiver a temperaturas mais altas que seu interior, há uma

transferência de calor do ambiente mais aquecido que é o exterior da câmara, para o

menos aquecido ou refrigerado. Para diminuir essa transferência de calor pelas

paredes, piso e tetos são empregados materiais chamados isolantes térmicos

(MILLER; MILLER, 2008).

Isolantes térmicos são matérias com baixo coeficiente de condutividade térmica

“k”, geralmente materiais porosos com alta resistência térmica devido sua baixa

condutividade de ar contido em seus vazios. Um bom isolante deve apresentar baixa

condutividade térmica, ter uma boa resistência mecânica, não sofrer fisicamente

influência da temperatura a ser aplicada, não ser combustível, ser imputrescível e

inatacável por pragas, ter baixa permeabilidade e ser abundante e barato (COSTA,

1982). Na tabela 1 é apresentado os tipos mais usuais de materiais para isolamento

de câmaras frigorificas e suas propriedades.

Tabela 1 – Propriedades dos isolantes térmicos típicos

Fonte: AMBIENTE GELADO (2016)

Isolante Cortiça Fibra de VidroPoliestireno

Expandido

Poliuretano

Expandido

Densidade (Kg/m³) 100-150 20-80 10-30 40

Condutividade Térmica

(kcal/mh.°C0,032 0,03 0,032 0,02

Resistência a

passagem de águaRegular Nenhuma Boa Boa

Resistência a difusão

de vapor (em relação

ao ar parado)

20 1,5 70 100

Segurança ao Fogo Pobre Boa Pobre Pobre

Resistência a

compressão (Kgf/m²)5.000 Nenhuma 2000 3000

Custo Relativamente Alto Baixo Relativamente Alto Alta

Page 23: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

22

Entre os materiais demostrados na tabela 1, o mais comum nas indústrias para

isolamento térmico é o poliuretano expandido. Encontrado no mercado geralmente

compactado entre duas chapas de aço galvanizado e pintado. As chapadas de aço da

resistência suficiente para ser utilizado como parede externa, caso desejado.

De acordo com Livi (2004, p. 133) “O mecanismo de transferência de calor por

condução se caracteriza pela transferência de energia térmica em um meio material

sólido ou fluido, causada pela existência de um gradiente de temperatura”.

“Apesar de a condução também ocorrer em líquidos e gases, raramente ela é

o mecanismo de transporte predominante nos fluidos – uma vez que neles o calor

começa a fluir, mesmo que nenhuma força externa seja aplicada, os gradientes de

densidade são estabelecidos e as correntes de convecção são postas em movimento”

Kreith; Bohn (2011, p.61).

Ao analisar a transferência de calor em um meio ou componente, em sua

maioria ocorre em regime transiente, mudando sua temperatura ao longo do tempo.

Para objeto de cálculos e avaliações é presumido condições de regime permanente,

onde não há variação de temperatura ao longo do tempo, tal condição torna o estudo

mais fácil de analisar e fornecem respostas aproximadas do real (ÇENGEL; GHAJAR,

2012).

A equação básica da condução de calor em regime estacionário, aquele que a

taxa de transferência de calor por condução (q’), não variam com o tempo, é conhecida

pela equação de Fourier, representada pela equação 1 (BENNETT; MYERS, 1978).

q′ = −kAdt

dx (1)

Onde:

q’: taxa de transferência de calor por condução

A: área da secção normal ao fluxo de calor

dt/dx: gradiente de temperatura na direção x

k: constante de proporcionalidade conhecida como condutividade térmica do meio

condutor

A constante (k) é relacionada ao tipo de material a ser calculado. Cada material

tem sua constante de condutividade térmica, pode ser observado na equação 1 que

quanto menor essa condutividade, menor será a transferência de calor por condução.

Page 24: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

23

Para cálculos de engenharia, é utilizado um valor de condutividade térmica medida

experimentalmente (KREITH; BOHN, 2011).

Em alguns casos pode ter mais de um material unido formando uma parede,

para simplificar os cálculos destas paredes compostas é utilizado o conceito de

resistência térmica, definido pela analogia da Lei de Ohn, da corrente elétrica. Neste

caso o cálculo do fluxo ou da carga térmica é realizado dividindo a diferença de

temperatura (ROMA, 2006).

“Se o calor for conduzido através de várias paredes planas com bom contato

térmico, como uma parede de um edifício com várias camadas, a taxa de condução

de calor será a mesma através de todas as seções” (KREITH; BOHN, 2011, p. 21)

Na figura 7 podemos observar um esquema de condução em série entre

paredes de materiais diferentes comparando com um circuito elétrico em série,

podendo cada parede ter coeficiente de condutividade térmica distintas.

Figura 7 − Condução através de um sistema de três camadas em série

Fonte: Kreith e Bohn (2011, p. 22)

Sendo assim pode se obter a equação 2 simplificada, de fluxo de calor em

paredes em série.

qk =∆T

∑ Rk,nn=Nn=1

(2)

Page 25: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

24

Sendo, R =L

k.A

2.3.2 Ganho de carga pela renovação de ar

Este tipo de carga que deve ser considerado no cálculo, origina-se em câmaras

frigoríficas no momento de abertura da porta. O operador abre o acesso ao ambiente

geralmente com finalidade de retirar ou colocar produtos, o ar quente e úmido entra

para o interior da câmara e este deve ser resfriado para a temperatura do interior. Este

fator deve ser analisado caso a caso, pois em algumas empresas o número de

abertura de portas é grande, podendo ter grande influência na carga térmica total.

Algumas medidas podem ser adotadas para minimizar esse ganho de carga térmica,

podendo ser instalada cortinas de ar, mantendo o ar frio aprisionado dentro da câmara,

cortinas plásticas e até mesmo conscientizar os operadores para manter a porta

aberta o menor tempo possível (MILLER; MILLER, 2008).

A abertura de portas deve ser minimizada e feita no menor tempo possível, pois

implica perdas de ar “frio” e a entrada de ar “mais quente” exterior. Esta situação

provoca uma perda de energia, levando a maiores períodos de funcionamento do

equipamento, assim como formação de gelo junto ao solo e oscilações de

temperatura. (MELO, 2014)

“O ganho de calor devido à infiltração de ar externo pode contribuir com uma

parcela significativa da carga térmica total de refrigeração. Este fator é função do ar

externo que se infiltra cada vez que as portas do ambiente refrigerado são abertas”.

FICFRIO (2014).

“Segundo alguns autores a carga de infiltração pode ultrapassar mais da

metade da carga de refrigeração total. ” Gonçalves (2010, pag. 1)

Pode-se chegar a carga de infiltração de calor pela equação 4 FICFRIO (2014)

Qinfiltração = V. Ft. Qn (3)

Onde:

V: volume total da câmara

Ft: fator de troca de ar por abertura de porta

Qn: fator de calor necessário para resfriar o ar

Page 26: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

25

Na tabela 2 pode-se encontrar o fator de troca de ar por abertura de porta, este

fator leva em consideração o volume interno da câmara. Recomenda-se multiplicar

por 2 caso o fluxo de abertura da porta seja intenso.

Tabela 2 − Fator de troca de ar por abertura de porta

Fonte: Fic Frio (2014, p.17)

Nas tabelas 3 e 4, encontramos o fator necessário para resfriar o ar que entra

na câmara na abertura da porta. Esse fator leva em consideração a temperatura

interna da câmara, assim como a temperatura de bulbo seco e umidade relativa do

local, externamente a câmara.

Vol. (m³)

N° de

Troca de

Ar (24h)

Vol. (m³)

N° Troca

de AR

(24H)

Vol. (m³)

N° de

Troca de

Ar (24h)

Vol. (m³)

N° Troca

de AR

(24H)

5 47 200 6 5 36 200 4,5

7 39 300 5 7 30 300 3,7

10 32 400 4,1 10 24 400 3,2

15 26 500 3,6 15 20 500 2,8

20 22 700 3 20 17 700 2,3

25 19 1000 2,5 25 15 1000 1,9

30 17 1200 2,2 30 13 1200 1,7

40 15 1500 2 40 11 1500 1,5

50 13 2000 1,7 50 10 2000 1,3

60 12 3000 1,4 60 9 3000 1,1

80 10 4000 1,2 80 8 4000 1,1

100 9 5000 1,1 100 7 5000 1

125 8 10000 0,95 125 6 10000 0,8

150 7 15000 0,9 150 5,5 15000 0,8

P/ Câmara de conversão C/ Temp. > 0°C P/ Câmara de conversão C/ Temp. < 0°C

Troca de Ar/24h por abertura de Porta e Infiltração

Obs.: Para uso intenso, multiplicar por "2" os valores acima

Page 27: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

26

Tabela 3 − Fator de calor necessário para resfriar o ar

Fonte: Fic Frio (2014, p.18)

Tabela 4 − Fator de calor necessário para resfriar o ar

Fonte: Fic Frio (2014, p.18)

Nas tabelas 3 e 4 pode ser encontrado o fator de calor necessário para resfriar

o ar que infiltra dentro do ambiente, no momento de abertura de porta.

2.3.3 Ganho de carga de produtos

Qualquer produto armazenado em local refrigerado deve ser levado à

temperatura do espaço interno caso ele ainda não esteja nesta temperatura. Para que

40% 50% 60% 40% 50% 60% 40% 50% 60%

10 0,2 1 1,8 2,9 4 5,1 6 7,4 8,9

5 2,7 3,5 4,3 5,5 6,6 7,7 8,6 10 11,7

0 5,4 6,2 7 8,1 9,3 10,5 11,4 13 14,5

-5 8 8,8 9,7 10,8 12 13,2 14,1 16 17,3

-10 10,2 11,1 12 13,1 14,3 15,5 16,5 18 19,7

-15 12,7 13,5 14,4 15,6 16,8 18,1 19 21 22,3

-20 14,8 15,7 16,6 17,9 19,1 20,4 21,3 23 24,7

-25 17 17,9 18,8 20,1 21,3 22,6 23,6 25 27

-30 19,2 20,2 21,1 22,4 23,7 25 27 28 29,5

-35 21,6 22,5 23,5 24,8 26,1 27,4 28,5 30 32

-40 23,8 24,8 25,8 27,1 28,5 29,8 30,9 33 34,5

Calor necessário para resfriar o ar externo até a temperatura de Câmara (kcal/m³)

15°C 20°C 25°C

Condições Externas (temperatura bulbo seco e umidade relativa)Temp.

Câmara

em °C

40% 50% 60% 40% 50% 60% 40% 50% 60%

10 9,5 11,5 13,6 13,6 16,5 19,2 18,7 22,3 26

5 12,3 14,4 16,5 16,5 19,4 22,2 21,7 25,4 29,2

0 15,1 17,2 19,4 19,4 25,2 24,7 28,7 28,4 32,3

-5 18 20,1 22,3 22,3 25,3 28,2 27,7 31,5 35,5

-10 20,4 22,5 24,8 24,8 27,9 30,8 30,3 34,2 38,2

-15 23 25,2 27,5 27,5 30,7 33,7 33,2 37,1 41,2

-20 25,4 27,6 30 30 33,2 36,3 35,7 39,8 43,9

-25 27,7 30 32,4 32,4 35,7 38,8 38,3 42,4 46,7

-30 30,2 32,5 35 35 38,4 41,6 41 45,2 49,5

-35 32,8 35,1 37,7 37,7 41,1 44,3 43,7 48 52,5

-40 35 33,7 40,3 40,3 43,8 47,1 46,5 50,9 55,4

Calor necessário para resfriar o ar externo até a temperatura de Câmara (kcal/m³)

Temp.

Câmara

em °C

Condições Externas (temperatura bulbo seco e umidade relativa)

30°C 35°C 40°C

Page 28: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

27

o produto atinja a temperatura do ambiente, deve passar por um processo de retirada

de calor, o que influência na carga térmica total. Quando este produto chegar na

mesma temperatura do espaço refrigerado, este deixa de fazer parte da carga térmica,

exceto para frutas e vegetais, que liberam calor de transpiração durante todo tempo

que estiverem em estoque. Miller e Miller (2008).

Para atingir a temperatura desejada o produto cede calor para o ambiente até

atingir sua temperatura de conservação, deve levar em consideração nos cálculos o

tipo de produto que será armazenado, assim como se será congelado ou apenas

refrigerado, já que no ponto de congelamento deve ser calculado além do calor

sensível também o calor latente (SILVA, 2016).

No calor sensível temos variação de temperatura no produto sem mudanças de

fase, essa quantidade de calor está relacionada à massa do produto, à variação de

temperatura e seu calor específico, definido pela quantidade de energia necessária

para elevar em 1 ºC, 1 kg desta substância (SERWAY; JEWETT, 2011).

Este calor específico pode ser definido conforme a equação 5.

c ≡Q

m∆T (4)

Onde:

c: Calor específico

Q: Quantidade de energia

m: Massa

∆T: Diferença de temperatura

No momento de calcular a carga térmica dos produtos, pode obter através de

tabela o coeficiente do calor específico e conseguir chegar na quantidade de energia

Q que será necessário para provocar esta mudança de temperatura no produto

utilizando a equação 5.

Q = mc∆T (5)

No calor latente a energia transferida para o produto não causa variação de

temperatura, isso ocorre porque essa energia transferida é utilizada para mudança de

suas características físicas de uma forma para outra, o que também é chamado de

mudança de fase. Todas as mudanças de fase envolvem uma alteração na energia

Page 29: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

28

interna, sem acréscimo ou decréscimo na temperatura (YOUNG; FREEDMAN, 2008).

A energia necessária para a mudança de fase de determinada massa pode ser dada

pela equação 6.

Q = mL (6)

Onde (Q) seria a quantidade de energia necessária para mudança de fase da

massa (m), multiplicado pelo (L) calor latente específico para cada substância,

dependendo da natureza da mudança de fase. Podendo ser calor de fusão (𝐿𝑓)

utilizado quando a mudança de fase ocorre durante fusão ou congelamento, ou calor

de vaporização (𝐿𝑣), quando a mudança de fase ocorre durante a vaporização ou

condensação (SERWAY; JEWETT, 2011).

Outra variável a se levar em consideração na carga térmica do produto é a

respiração dos produtos, esse fenômeno ocorre em alguns tipos de produtos, tais

como as frutas frescas e verduras, que permanecem vivas durante todo seu tempo de

armazenamento na câmara, e estão sujeitas a continuarem suas reações químicas

que produzem calor de respiração. Dimensionamentos de câmaras frigoríficas

contento produtos como frutas e verduras, devem ser pesquisadas tabelas de suas

propriedades, para acrescentar nos cálculos de carga térmica esse calor devido o

amadurecimento (SILVA, 2016).

2.3.4 Outros tipos de carga térmica

Podem ser consideradas como outros tipos de carga térmica, todas outras

fontes de calor que não foram mencionadas anteriormente. As mais comuns em se ter

em câmaras frigoríficas são fontes como de equipamentos elétricos, iluminação, e

pessoas trabalhando. Em algumas câmaras de estocagem são possíveis a entrada

de equipamentos como empilhadeira para transporte dos produtos, deve também ser

levado em consideração o calor produzido por esse tipo de equipamento (MILLER;

MILLER, 2008).

Outro fator que é relevante para os cálculos é o degelo do evaporador. Para o

bom funcionamento e para que este não fique bloqueado de gelo, a cada certo período

de tempo estipulado, a refrigeração é desligada e entra o período de degelo. Este

degelo pode ser a ar, onde fica a ventilação do evaporador ligada, ou pode ser elétrico,

Page 30: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

29

sistema que são instaladas resistências elétricas com a finalidade de reduzir o tempo

necessário para desbloqueio. Geralmente degelos elétricos são mais vistos em

congelamento. Pode ser visto também degelo a gás quente, utilizando o próprio gás

da saída do compressor para este processo (COSTA, 1982).

Page 31: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

30

3 METODOLOGIA

Neste capitulo será apresentada a metodologia aplicada neste trabalho,

utilizando o estudo bibliográfico como base, será avaliado um sistema de refrigeração

já existente de uma empresa de produtos embutidos do vale do Paranhana, situada

na cidade de Taquara-RS.

Este trabalho pode ser considerado de natureza aplicada, procura produzir

conhecimentos para aplicação prática na solução de problemas específicos, com uma

abordagem qualitativa pois não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. De

acordo com seus objetivos é considerado exploratória pois visa proporcionar maior

familiaridade com o problema. A técnica utilizada é estudo de caso, onde envolve um

estudo aprofundado de um ou poucos objetos, de maneira a permitir seu amplo

detalhamento (PRODANOV; FREITAS, 2013).

A partir destas classificações de natureza e objetivo que deu diretriz ao estudo,

foi visitada a empresa e feito a coleta de dados que seriam necessários para avaliação

do estudo proposto, pode ser visto na figura 8 o layout da planta baixa do ambiente

refrigerado da empresa, como as paredes de isolação e alvenaria.

Figura 8 − Layout da planta câmara frigorífica

Fonte: elaborado pelo autor (2018)

Page 32: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

31

3.1 CAPACIDADE FRIGORÍFICA INSTALADA

Para manter o ambiente refrigerado a empresa possui neste local 2 unidades

condensadoras, como pode ser visto na figura 9. Estas máquinas estão localizadas

em temperatura ambiente, em cima do telhado da empresa. Essas unidades são da

marca ELGIN, modelo ESM-2500-JCC, possuem compressores de 5 HP e trabalham

com fluido refrigerante R22.

Figura 9 − Unidades condensadoras instaladas na empresa X

Fonte: elaborado pelo autor (2018)

Essas unidades possuem rendimento variável de acordo com a temperatura do

ambiente onde estão instalados e a temperatura de evaporação desejada no

evaporador. Como visto anteriormente a condensadora é responsável pela retirada do

calor do fluído, passando de sua forma gasosa para líquida, fornecendo calor para o

ambiente na forma latente. Assim quanto mais alta a temperatura ambiente, menor o

fluxo de calor, diminuindo o rendimento do equipamento.

Pode ser observado no quadro 1 algumas medidas de Diferencial de

Temperatura (dt) que podem ser utilizadas nos sistemas de refrigeração, dt é a

diferença entre a temperatura interna da câmara e a temperatura de evaporação do

refrigerante. Além de influenciar o rendimento do evaporador e condensadora, está

relacionado também à umidade relativa do ar, o que também pode ser observado no

quadro 1 (HEARTMKT, 2016).

Page 33: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

32

Quadro 1 − Diferença de temperatura relacionado ao tipo de produto

Fonte: HEARTMKT (2016)

No caso da câmara frigorifica avaliada, foi adotado para seu dimensionamento

o dt da classe 2, sendo a classe que mais se encaixa com o produto avaliado,

frigorificado em geral. Possui uma relação de rendimento e umidade compatível ao

produto estocado, então utilizaremos para cálculos um dt de 7 ºC.

Para determinar a capacidade da condensadora, precisamos ainda a

temperatura do ambiente externo. Sabendo que na região as temperaturas mais

severas se dão nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, pode ser observado nas

figuras 10, 11 e 12 os dados de temperaturas diárias destes meses, na região de Porto

Alegre, pois a INMET não possui dados de todas as cidades, apenas algumas por

região.

Observando as temperaturas máximas, nota-se que em todos os meses tem

um pico de temperatura em 36 ºC, como nosso sistema deve suprir a necessidade de

refrigeração independente da temperatura ou estação do ano, será adotado como

temperatura ambiente a mais crítica destes meses, ou seja, 36 ºC.

Page 34: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

33

Figura 10 − Temperaturas máximas, médias e mínimas - 12/2017

Fonte: INMET (2018)

Figura 11 − Temperaturas máximas, médias e mínimas - 01/2018

Fonte: INMET (2018)

Page 35: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

34

Figura 12 − Temperaturas máximas, médias e mínimas - 02/2018

Fonte: INMET (2018)

Depois de definida as condições de temperatura do ambiente externo e a

temperatura de evaporação dt, pode-se obter o rendimento das condensadoras

instaladas através da tabela 5. A tabela relaciona a temperatura de evaporação com

a temperatura de ambiente externo.

Tabela 5 − Capacidade frigorifica segundo catálogo do fabricante

Fonte: adaptado pelo autor de ELGIN (2018)

Para chegarmos à capacidade frigorífica foi adotado que o rendimento da nossa

condensadora tem variação linear. Sendo assim para os cálculos foi adotado

interpolação linear. Levando em consideração que a câmara estudada trabalha

em 3 ºC, com um dt de 7 °C, nossa temperatura de evaporação será de -4 °C

e temperatura ambiente 36 ºC.

A necessidade de interpolação surgiu devido a tabela não possuir a relação de

temperatura ambiente externo e de evaporação da câmara frigorífica estudada.

Após os cálculos de interpolações lineares, chegou-se na capacidade de

refrigeração da condensadora.

-15 -10 -5 0 5 10

32 6259 8510 10665 12487 14427 17974

35 5905 8028 10061 11780 13610 16957

43 4960 6744 8451 9895 11432 14244

ESM 2 500 2X1,5 2X335

TEMPERATURA DE EVAPORAÇÃO

5 2 2X1/4

REF. COM.

(HP)

CORR.

(A)

CONS.

(W)

TEMP.

AMB.

(°C)

REF.

COMP.

(HP)

MODELO

UNIDADEQTD

MOTOR VENTILADORCAPACIDADE FRIGORÍFICA (kcal/h)

Page 36: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

35

Cfc =10196 kcal/h

Como temos duas condensadoras iguais, então temos:

Cfc =2* 10196 kcal/h

Cfc= 20392 kcal/h

Para novas instalações, o evaporador é dimensionado após a escolha da

condensadora, pois ela deve ser capaz de ter capacidade igual ou superior, caso isso

não ocorra a evaporadora limitará a potência de refrigeração.

No caso estudado foi avaliado as evaporadoras, para saber se sua capacidade

é compatível com as condensadoras. As evaporadoras são da marca Heatcraft

modelo FLA114B57A como pode ser visualizado na figura 13.

Figura 13 − Heatcraft modelo FLA114B57A

Fonte: elaborado pelo autor (2018)

A Heatcraft disponibiliza tabelas para obter a capacidade frigorífica dos

evaporadores fabricados pela empresa. Como pode-se observar na tabela 6, a

capacidade depende da temperatura de evaporação, nesse caso -4 °C. Essa

temperatura não está disponível na tabela, necessitando novamente interpolação

linear para obter a capacidade de refrigeração.

Page 37: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

36

Tabela 6 − Capacidade Frigorífica dos evaporadores

Fonte: Heatcraft (2018)

Após a interpolação linear, obteve-se a capacidade de refrigeração das

evaporadoras, sendo:

Cfev.= 10705 kcal/h

Multiplicando por 2 evaporadores

Cfev.= 21410 kcal/h

Pode ser observado neste caso, que está sendo analisando o sistema de

refrigeração a uma temperatura ambiente de 36 ºC, que a condensadora está

limitando a capacidade frigorífica, sendo assim a capacidade de refrigeração será

igual a capacidade da condensadora.

Cfc = Ct = 20392 kcal/h

O sistema de refrigeração possui degelos, onde a refrigeração e ventilação são

desligadas e o degelo por resistências elétricas são acionados. Os degelos são feitos

a cada 3,5 horas, tendo uma duração de 0,5 horas, para o processo de degelo e

drenagem da água.

Como no momento de degelo a máquina não pode fornecer trabalho, tem um

tempo durante o dia em que ela não retira calor do ambiente, como todo o cálculo é

feito em cima de 24 horas, tem-se um tempo de 21 horas de refrigeração e 3 horas de

degelo neste período.

Tem-se então o rendimento total máxima do sistema de refrigeração estudado,

durante as 24 horas do ciclo.

Ct = 20392 kcal/h . 21 horas

Ct = 428232 kcal

10 5 0 -5 -10 -15 -20 -25 -30 -35 -40

Capacidade em kcal/h - Dt= 6°C

Modelos

11405 10530 9800 8109 FLA114

FLE11412755 12115

Temperatura de Evaporação

9560 9295 9005 8710 8414

Page 38: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

37

3.2 CARGAS TÉRMICAS

Após avaliarmos o sistema de refrigeração existente, pode ser definido como

fórmula geral do problema a equação 7, levando em consideração todas as fontes de

calor que influenciam no sistema.

Qt = qparede + qpiso + qteto + qar + qproduto + qoutros (7)

Na equação 7, os termos representam:

qparede= carga térmica por todas as paredes

qpiso= carga térmica pelo piso

qteto= carga térmica pelo teto

qar= carga térmica na abertura de portas

qproduto= carga térmica dos produtos

qoutros= carga térmica de lâmpadas, pessoas, motores, etc.

Sendo assim a figura 14 apresenta um fluxograma que dará a diretriz das

etapas que será seguido para cálculo da carga térmica.

Page 39: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

38

Figura 14 − Fluxograma das etapas para cálculo de carga térmica

Fonte: elaborado pelo autor (2018)

Tendo como diretriz o fluxograma da figura 14, serão mostradas a seguir as

equações que serão utilizadas para obter os valores de carga térmica total da câmara

frigorífica.

3.2.1 Troca térmica pelas paredes (𝒒𝒑𝒂𝒓𝒆𝒅𝒆)

A troca térmica pelas paredes será composta por duas resistências, a da

parede de alvenaria com coeficiente térmico 𝑘𝑎𝑙𝑣. e a chapa isolante de EPS

(poliestireno expandido) com baixo coeficiente térmico 𝑘𝑒𝑝𝑠. Somente a parede frontal

interna que terá apenas uma parede isolante, se observar na figura 8, pode ser visto

esse detalhe. Sendo assim a troca pelas paredes que combinam alvenaria mais chapa

isolante será utilizado a equação 2. Reformulando para a equação para as paredes

fica:

qparede =∆T

L

kalv. .A+

L

keps.A

Onde:

∆T = Diferencial de temperatura interna para externa

Outras cargas térmicas

Iluminação Pessoas Motores

Carga térmica de produtos

Levantamento de fluxo de produtos Cálculo de carga térmica de produtos

Carga térmica de renovação de ar

Levantamento da intensidade de abertura de portas Cálculo de carga térmica proveniente de abertura de porta

Carga térmica por condução

Carga térmica pelas paredes Carga térmica pelo piso Carga térmica pelo teto

Page 40: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

39

L = Espessuras das paredes

kalv.e keps= Coeficientes de transferência de troca térmica

A = Área de troca térmica

Na parede frontal, que se tem a abertura da porta, será utilizada a troca térmica

somente na parede isolante, devido não possuir a camada de alvenaria antes da

parede de isolamento, sendo assim:

qparede =∆T

L

keps.A

3.2.2 Troca térmica pelo piso (𝒒𝒑𝒊𝒔𝒐)

O piso é composto por mais de uma camada de material, como pode ser visto

na figura 15, é primeiro construído uma camada de contra piso de 50mm de

espessura, no qual é serve como base para a montagem de uma camada de chapas

de EPS, após a montagem das chapas é construído mais uma camada de piso, neste

caso uma camada de concreto de 100mm de espessura, o que serve para dar

resistência mecânica.

Figura 15 − Camadas de isolamento térmico da câmara frigorífica

Fonte: elaborado pelo autor (2018)

Na figura, pode-se visualizar as camadas representadas na cor cinza, esse

material é concreto com um coeficiente de transferência térmica 𝑘𝑐. O material na cor

branca é o isolante térmico, como baixo coeficiente térmico (𝑘𝑒𝑝𝑠), o mesmo

coeficiente encontrado nas paredes. Este isolamento apenas deixa de ter as chapas

de aço para proteção, pois a proteção contra desgastes mecânico será o piso de

concreto.

Para cálculo do piso será utilizado a equação 2, sendo:

Page 41: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

40

qpiso =∆T

L

kc.A+

L

keps.A+

L

kc.A

Esta equação leva em consideração as duas camadas de concreto, e o isolante

térmico.

3.2.3 Troca térmica pelo teto (𝒒𝒕𝒆𝒕𝒐)

O teto da câmara frigorífica é construído apenas com o material isolante, com

chapas de EPS. Será calculado a transferência de calor pelo teto pela equação 2,

demostrada abaixo.

qteto =∆TL

keps.A

O ambiente acima do isolamento do teto é apenas o telhado de zinco, este fica

a aproximadamente 2,70 m de distância, este local possui uma temperatura um pouco

mais elevada devido ao telhado de zinco.

3.2.4 Carga térmica devido a renovação de ar (𝒒𝒂𝒓)

Como visto anteriormente no referencial teórico, esta carga origina-se no

momento de abertura da porta para acesso ao seu interior, momento em que o

operador acessa o ambiente interno com finalidade de manejar os produtos, ou

carregar e descarregar a câmara frigorifica.

Para calcular essa carga térmica será utilizado a equação 3. Recomenda-se a

multiplicação do fator de troca de ar por abertura de porta por 2, quando for intenso.

Não é encontrado na literatura o que seria um fluxo intenso de abertura. Será

considerado fluxo intenso, devido a uma grande quantidade de abertura de portas

durante o dia.

Então:

qar = V. Ft. Qn

Page 42: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

41

Para o cálculo da carga térmica devido a renovação de ar, serão utilizados os

fatores encontrados nas tabelas 2, 3 e 4. Onde os fatores levam em consideração o

volume da câmara e temperatura interna, assim como condições de temperatura de

bulbo seco e umidade do ambiente externo.

Após pesquisa no site da INMET, foi avaliado os mesmos três meses utilizado

para escolha da temperatura ambiente para obter a temperatura de bulbo seco e

umidade relativa do ar. Sendo os meses de dezembro/2017, janeiro/2018 e

fevereiro/2018. O mês que apresentou dias com maior umidade relativa e temperatura

de bulbo seco foi a do mês de fevereiro.

Nos gráficos das figuras 16 e 17, pode-se notar que a umidade nesta região

fica entre 60% a 80%, mas se observar alguns dias esse valor pode passar dos 90%,

e a temperatura de bulbo seco tem uma grande variação, até mesmo no horário do

dia. Como as tabelas usadas nos cálculos não possuem dados com umidade tão altas,

utiliza-se o valore mais crítico possível da nossa tabela, sendo 40°C de temperatura

de bulbo seco e 60% de umidade relativa do ar. A escolha da temperatura mais alta

para os dados é para compensar a umidade relativa de 80%, que como pode ser visto

não se tem nas tabelas 3 e 4 .

Figura 16 − Temperatura de bulbo seco 02/2018

Fonte: INMET (2018)

Page 43: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

42

Figura 17 − Umidade relativa do ar as 12:00h

Fonte: INMET (2018)

3.2.5 Carga térmica de produtos (𝒒𝒑𝒓𝒐𝒅𝒖𝒕𝒐)

Como apresentado no referencial teórico, que o produto cede calor para o meio

até atingir a mesma temperatura do ambiente interno. Será feito um levantamento do

fluxo de produtos, pois o tempo de permanência e quantidade de massa de produto

inserido na câmara pode influenciar na carga térmica total. Como a câmara avaliada

será de produtos refrigerados, somente será utilizado a equação 5, pois o produto

apenas sofrerá influência de temperaturas sensível. Então:

qproduto= mc∆T

O produto somente fornecerá calor ao ambiente até atingir a temperatura

interna da câmara frigorífica, temperatura programada por controladores para ser a

desejada no produto. Após atingido esta temperatura, o produto em questão deixará

de influenciar na carga térmica, pois se trata de carne. Somente produtos como frutas

e legumes devido seu amadurecimento continuam fornecendo calor ao ambiente,

durante todo tempo de conservação.

Page 44: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

43

3.3 OUTRAS CARGA TÉRMICAS (𝒒𝒐𝒖𝒕𝒓𝒐𝒔)

Essas cargas térmicas são provenientes de várias fontes de calor que pode ser

encontrada em uma câmara frigorifica. No caso avaliado, essas cargas serão de

pessoas que ocuparam o ambiente no momento do manejo dos produtos, iluminação,

motores dos evaporadores e degelo do sistema.

Cada pessoa fornece calor ao ambiente, assim como os equipamentos elétricos

existentes, será levantado o tempo de permanência dentro do ambiente, assim como

a potência dos motores e lâmpadas no local para obter o calor gerado, sendo o nosso

qoutros da equação 7 da fórmula geral.

Page 45: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

44

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capitulo serão apresentados todos os dados coletados na empresa X,

assim como as condições e resultados obtidos. Será apresentado também se a

empresa possui refrigeração sobrando para um possível aumento de produção e

custos agregado ao produto referente a refrigeração.

4.1 LEVANTAMENTO DE DADOS

A empresa X é uma empresa de embutidos, sendo seus principais produtos a

linguiça, salsichão e calabresa, estes dois últimos devem ser mantidos segundo o

rótulo aprovado pela CISPOA. A temperatura de conservação do produto deve ser de

0 °C a 7 °C. Sendo assim a empresa optou por manter o produto a uma média de 3

ºC, com objetivo deste produto não exceder a temperatura no momento de

transferência da câmara para o carro de transporte, pois necessita de um tempo fora

para pesagem e separação do produto.

A empresa possui em sua estrutura algumas câmaras frigoríficas para garantir

que esta temperatura seja possível, seu objetivo maior é manter a qualidade do

produto e em consequência manter-se dentro das exigências das normas dos órgãos

de fiscalização.

Será avaliada uma em questão, a construída mais recentemente, que pode ser

visto nas fotos da figura 18 e 19. Pelo fato de ser possível conseguir todos os dados

dos equipamentos e matérias utilizados, facilitando a avaliação do equipamento para

possível incremento de produção e qual fator de segurança.

Na figura 18 pode-se visualizar o ambiente interno da câmara de conservados,

ela é composta de prateleiras para facilitar a retirada de produtos, assim como garantir

a ventilação entre os pacotes e manter uma temperatura mais homogênea.

Observa-se na figura 19 as paredes externas: duas paredes são expostas a

temperatura ambiente. A parede que está posicionada a porta está na mesma

temperatura do ambiente interno da empresa. A outra parede lateral está montada

parede com parede com outra câmara a mesma temperatura, nesta parede a troca

será considerado nula, pois não haverá um diferencial de temperatura, condição

básica para ter um fluxo de calor.

Page 46: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

45

Figura 18 − Câmara de conservados, ambiente interno

Fonte: elaborado pelo autor (2018)

Figura 19 − Câmara de conservados, ambiente externo

Fonte: elaborado pelo autor (2018)

Outro detalhe que pode ser observado na foto da figura 19 é o telhado

mencionado anteriormente na metodologia, pode ser visto o vão de 2,70 m que possui

entre a câmara e o telhado. Este espaço possui ventilação com o ambiente externo,

mas a temperatura deste ambiente foi medida, encontrada uma diferença de

aproximadamente 5 °C da temperatura ambiente. Isso ocorre devido ao telhado de

Page 47: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

46

zinco existente deixar o calor do sol passar facilmente, mas dificulta a troca de ar com

o ambiente, como uma espécie de barreira.

4.1.1 Cálculo da carga térmica pelas paredes (𝒒𝒑𝒂𝒓𝒆𝒅𝒆)

Para calcular a carga térmica das paredes, primeiramente devemos saber as

temperaturas interna e externa, assim como espessura das paredes e os coeficientes

de condutividade térmica. Na figura 20 pode ser visto o esquema das temperaturas

envolvidas.

Figura 20 – Temperaturas mais críticas dos ambientes internos e externos (12/17; 01/18; 02/18)

Fonte: elaborado pelo autor (2018)

Para melhor compreensão de qual parede se está calculando, foi separado na

figura 18 as paredes por lado, pois possuem diferentes temperaturas envolvidas. Para

o cálculo das paredes são necessários outros dados como os coeficientes de

transferência térmica das matérias. Será utilizado o coeficiente de transferência

térmica da tabela da figura 6 para o EPS, material utilizado para revestimento térmico.

Page 48: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

47

Todos os cálculos devem ser feitos com base em um tempo estipulado, na

maioria dos projetos é determinado um ciclo de um dia, 24 horas, então também será

adotado esse valor como referência.

• LADO 1:

Este lado é o que possui a abertura da porta, para este caso calcularemos como

não tivesse a abertura de acesso, pois ela é fabricada no mesmo material, então

quando fechada pode ser considerada uma parede inteiriça. Abaixo podemos ver os

dados obtidos para o cálculo desta parede.

ti = 3 °C

te = 16 °C

Leps = 150 mm = 0,15 m

A1 = (6,00 m. 3,00 m) = 18 m²

keps = 0,034 W/m°C

qparede 1 =(16°C − 3°C)

0,15m

0,034W

m°C. 18m°

qparede 1 = 53,05 W

• LADO 2:

Neste lado não terá fluxo de calor, devido as temperaturas serem iguais nos

dois lados não possuindo gradiente de temperatura, requisito básico para uma troca

térmica.

• LADO 3:

Este lado é composto por duas camadas de parede, uma sendo de alvenaria,

construída por tijolos furados, e a outra o isolante térmico EPS, não será considerado

a transferência térmica entre as paredes, desconsiderando o tipo de união, material e

sua folga, pois como já está construída ser torna impossível a sua medição.

Será utilizado o coeficiente de condutividade térmica da tabela 7 para a parede

de alvenaria, sendo tijolo seco. Como não se sabe a massa especifica será utilizado

o coeficiente mais crítico. Sendo assim, do tijolo seco 0,7 W/m°C.

Page 49: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

48

Tabela 7 – Propriedades dos materias comuns de contruções

Fonte: adaptado pelo autor de PROTOLAB (2018)

ti = 3 °C

te = 36 °C

Lalv. = 200 mm = 0.2 m

Leps= 150 mm 0,15 m

A1 = A3 = (6,00 m. 3,00 m) = 18 m²

kalv. = 0.7 W/m°C

keps= 0,034 W/m°C

qparede 3 =(36 °C − 3 °C)

0.20 m0.7 W

m°C.18 m²

+0,15 m

0,034 W

m°C. 18 m°

qparede 3 = 126,45 W

Seco Molhado

Tijolo 1600-1900 0,6-0,7 0,9-1,2

Tijolo de Areia-cal 1900 0,9 1,4

Tijolo de Areia-cal 1000-1400 0,5-0,7

Concreto de cascalho 2300-2500 2 2

1600-1900 0,7-0,9 1,2-1,4

1000-1300 0,35-0,5 0,5-0,8

300-700 0,12-0,23

1000-1400 0,35-0,5 0,5-0,95

700-1000 0,23-0,35

Concreto de Isolação 300-700 0,12-0,23

1000-1300 0,35-0,5 0,7-1,2

400-700 0,17-0,23

1600-1900 0,45-0,70 0,7-1,0

1000-1300 0,23-0,30 0,35-0,5

Concreto

Concreto Leve

Concreto de pó de

polimento

Concreto Celular

Concreto de escória

Massa Específica

(kg/m³)

Condutividade térmica (W/m°C)MaterialGrupo

Alvenaria

Page 50: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

49

• LADO 4:

Este lado também é composto por paredes duplas, ficando:

ti = 3 °C

te = 36 ºC

Lalv. = 200 mm= 0,2 m

Leps= 150 mm = 0,15 m

A2 = A4 = (8,00 m. 3,00 m) = 24 m²

kalv = 0.7 W/m°C

keps= 0,034 W/m°C

qparede 4 =(36 °C − 3 °C)

0.20 m0.7 W

m°C.24 m²

+0,15 m

0,034W

m°C. 24 m°

qparede 4 = 168,60 W

Somando as trocas térmicas nas paredes, temos:

qparede =53,05 W + 126,45W + 168,60W

qparede = 348,1 W = 299,30 kcal/h

qparede = 7.183,2 kcal (8.354,5 W), em 24 horas.

4.1.2 Calculo da carga térmica pelo piso (𝒒𝒑𝒊𝒔𝒐)

O piso é composto por duas camadas de concreto, entre essas camadas possui

uma chapa de EPS, como visto anteriormente. O coeficiente de condutividade térmica

do concreto leve será utilizado o da tabela 7, de 0,9 W/m°C.

Neste caso:

ti = 3 °C

te = 20 °C (Medido experimentalmente o solo ao lado da câmara fria com um

termômetro penta, a uma profundidade de 30 cm, com temperatura ambiente de 33

°C).

L1 = 50 mm= 0,05 m

L2= 100 mm= 0,10 m

Page 51: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

50

L3 = 100 mm= 0,10 m

A = (8,00 m .6,00 m) = 48 m²

keps= 0,034 W/m°C

kc= 0,9 W/m°C

qpiso =(20 °C − 3 °C)

0,05 m0,9 W

m°C.48 m²

+0,10 m

0,034 W

m°C.48 m²

+0,10 m

0,9 W

m°C.48 m²

qpiso =262,56 W = 225,75 kcal/h

qpiso =5.418 kcal (6.301,47 W), em 24 horas.

4.1.3 Calculo da carga térmica pelo teto (𝒒𝒕𝒆𝒕𝒐)

O teto da câmara frigorífica é construído apenas com EPS, mas a única

observação é que como o ambiente acima da câmara é com pouca ventilação,

consideramos a temperatura 5 °C acima do ambiente, então tem-se:

ti = 3 °C

te = 41 °C

L= 0,15 m

k2 = 0,034 W/m°C

A= (8,00 m . 6,00 m) = 48 m²

qteto =(41 − 3)

0,15 m0,034 W

m°C.48 m2

qteto = 413,44 W =355,48 kcal

h

qteto= 8.531,52kcal (9.922,66 W), em 24 horas.

4.1.4 Calculo carga térmica devido a renovação de ar (𝒒𝒂𝒓)

Para calcular a carga térmica devido a abertura de portas, definiu-se que a

câmara tem aberturas de porta intensa. A porta é aberta um fluxo intenso no momento

de carregamento, quando o produto sai da produção para armazenamento, e no

horário do produto ser transferido para os carros de transporte, onde são distribuídos

Page 52: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

51

nos pontos de venda. Para obter essa carga térmica utiliza-se a equação 3, assim

como dados das tabelas 2, 3 e 4.

Pela tabela 2 definimos então nossas variáveis, a partir do volume da nossa

câmara frigorifica, temperatura interna, temperatura de bulbo seco e umidade relativa

do ar.

A câmara possui um volume de 144 m³, utilizaremos 150 m3 da tabela 4 com

temperaturas >0 °C, então:

Ft= 7

Multiplicando o fator por 2, recomendação da própria tabela quando o fluxo de

abertura de porta for intenso.

Ft= 7*2= 14

Pela tabela 4, tem-se o fator 𝑄𝑛, como mencionado anteriormente na

metodologia, utiliza-se a temperatura de bulbo seco de 40 °C e umidade relativa do ar

de 60 %, dado mais crítico da tabela. Também se utiliza temperatura interna de 5 °C,

pois a câmara trabalha com variação de 3 °C a 5 °C.

Qn= 29.2 kcal/m³

Sendo assim, aplicamos na equação 4;

Qinfiltração =144 m³ . 14 n° de troca em 24 horas . 29,2 kcal/m³

Qinfiltração = 58.867,2 kcal/24 horas (68.466,15 W/24 horas)

4.1.5 Calculo de carga térmica dos produtos (𝒒𝒑𝒓𝒐𝒅𝒖𝒕𝒐)

A câmara avaliada, é utilizada para estocagem de linguiça de carne suína,

popularmente chamada de salsichão. O produto deve ser estocado a temperatura

entre 0 °C a 7 °C, por escolha da empresa é mantido a 3 °C. Os produtos são

embalados e estocados em pacotes com peso de aproximadamente 700 g, como

podemos ver na figura 21.

Page 53: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

52

Figura 21 − Produto estocado

Fonte: elaborado pelo autor (2018)

A câmara tem capacidade para 5400 kg, para cálculo da carga térmica de

produtos, avalia-se com base da capacidade máxima, pela equação 5.

Então:

m = 5400kg

tentrada = 7°C

testocagem = 3°C

Page 54: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

53

Obtêm-se o calor específico do produto através da tabela 8, utiliza-se o

coeficiente da carne de suíno fresca, já que o produto possui aproximadamente 80 %

de carne suína.

c = 0,68kcal/kg

Aplicando na equação 6.

qproduto= 5.400 kg.0,68 kcal

kg. °C. (7 − 3) °C

qproduto = 14.688 kcal (17.083,04 W)

Tabela 8− Calor específico de produtos conservados e suas propriedades

Fonte: Fic Frio (2014, p.19)

4.1.6 Calculo de outras cargas térmica (𝒒𝒐𝒖𝒕𝒓𝒐𝒔)

Essa carga térmica é composta por parcelas de vários tipos de fontes de calor,

na câmara avaliada tem-se essa carga térmica sendo:

• Carga térmica pela ocupação de pessoas;

Cordeiro Congelado -18 90 - 0,3 46 -1,7 - 6-8 meses 58

Cordeiro Fresco 0-1 85-90 0,67 - - - - 5-12 dias 58

Figado 0-1 85-90 0,72 0,4 52 -1,7 - 14 dias 65

Toucinho 7 90-95 0,52 - - - - 4-8 meses -

Lombo 0-1 85-90 0,68 0,38 48 -2,8 - 7-12 dias 60

Suíno Defumado - - 0,6 0,32 - - - - 57

Suíno Congelado -18 90-95 - 0,38 48 -2,2 - 4-6 meses 60

Suíno Fresco 0-1 85-90 0,68 - - - - 3-7 meses 60

Carne Bov. Gorda Cong. -18 90-95 - 0,35 44 -2,2 - 6-9 meses -

Carne Bov. Gorda Fresca -1 88-92 0,6 - - - - 1-6 semanas -

Carne Bov. Magra Cong. -18 90-95 - 0,4 56 -1,7 - 6-9 meses 68

Carne Bov. Magra Fresca -1 88-92 0,77 - - - - 1-6 semanas 68

Bucho 1-4 85 0,5 0,3 14 - - 2-6 semanas 20

Aves Congeladas -18 90-95 - 0,37 59 -2,8 - 9-10 meses 74

Aves Frescas -1 85-90 0,79 - - - - 1 semana 74

Presunto 0-1 85-90 0,68 0,38 48 -2,8 - 7-12 dias 60

Salame Defumado 4-7 85-90 0,86 0,56 48 -3,9 - 6 meses 60

Salame Seco - - 0,39 0,56 52 -3,3 - - 65

Salame - - 0,89 0,56 52 -3,3 - - 65

Ponto

Cong.

(°C)

Cal. Resp. (Kcal/Kg24h)

Tempo

Cons.

(aproximado)

Água

(%)Produtos

Temper.

Cons.

(°C)

UR

(%)

Calor Esp.

(antes

cong.)

Calor Esp.

(pós

Cong.)

Calor

Lat.

(kcal/kg)

Page 55: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

54

Na tabela 9 pode-se obter o calor emitido por uma pessoa dentro de um

ambiente refrigerado, tendo como parâmetro a temperatura interna da câmara. Utiliza-

se para os cálculos o calor equivalente de uma pessoa a 0 °C, embora a temperatura

de trabalho seja de 3 °C utiliza-se o valor mais crítico.

Tabela 9 − Calor de ocupação

Calor de Ocupação

Temperatura da Câmara (°C) Calor equivalente por pessoas (kcal/h)

10 181

5 208

0 233

-5 258

-10 279

-15 313

-20 338

-25 358

Fonte: Fic Frio (2014 p.18)

Foi calculada uma média de 60 entradas de uma pessoa, com permanência de

aproximadamente 6 minutos dentro do ambiente.

qocupação = 60 . 0,1horas . 233kcal/h

qocupação = 1.398 kcal (1.625,96 W), em 24 horas.

• Carga térmica ventilador evaporadores;

Tem-se 2 evaporadores, cada um com 7 ventiladores instalados. Esses

ventiladores possuem potência de 1/20 HP, sabendo que um HP equivale a

aproximadamente 641,19 kcal e os ventiladores ficam ligados durante o tempo de

refrigeração, que é de 21 horas diária, temos.

qventiladores = 14.1

20 HP.641,19 kcal

h. 21 horas

qventiladores = 9.425,493 kcal (10.962,43 W), em 24 horas.

• Carga térmica iluminação

Page 56: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

55

A iluminação fica ligada somente enquanto permanecer pessoas dentro do

local, então utilizando o mesmo dado da permanência de pessoas dentro do ambiente

tem-se um tempo de 6 horas de iluminação. A câmara possui 4 lâmpadas fluorescente

de 110w cada.

Transformando as lâmpadas para kcal, temos que cada uma possui 94,578kcal.

Calculando a carga das 4 lâmpadas durante as 6 horas.

qiluminação =4 . 94,578kcal . 6 horas

qiluminação = 2.269,872 kcal (2.640 W), em 24 horas

• Carga térmica de degelos

Como sabe-se, durante o ciclo de 24 horas, tem-se 6 degelos com duração de

30 minutos. O degelo é composto por 25 min de resistência elétrica ligada, e 5 min

desligada, para drenagem da água. Totalizando 150 minutos de resistência elétrica

ligada durante o ciclo de 24 horas.

A potência do conjunto de resistência elétricas são de 2000 W ou 1719,6 kcal.

Pode-se calcular assim a carga térmica fornecido ao ambiente.

qdegelo = 2 . 1719,6 kcal . 2,5 horas

qdegelo = 8.598 kcal (10.000 W), em 24 horas.

Podemos assim chegar ao total da nossa carga térmica 𝑞𝑜𝑢𝑡𝑟𝑜𝑠, somando todas

as parcelas calculadas anteriormente.

qoutros = qocupação + qventiladores + qiluminação + qdegelo

qoutros = 1398 kcal + 9425,493 kcal + 2269,872 kcal + 8598 kcal

qoutros = 21.691,365 kcal (25.228,384 W), em 24 horas.

Page 57: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

56

4.1.7 Carga térmica total (24 horas)

Somando todas as partes de cargas térmicas pela equação 7, chegamos ao

valor total da nossa carga.

Qt = 7.183,2 kcal + 5.418 kcal + 8.531,52 kcal + 58.867,2 kcal + 14.688 kcal

+ 21.691,365 kcal

Qt = 116.379,29kcal (135.356,234 W)

Na figura 22, pode-se ser observado o gráfico de qual o impacto de cada carga

térmica comparando com a carga térmica total.

Figura 22 – Distribuição das cargas térmicas por fonte de calor na câmara frigorífica

Fonte: elaborado pelo autor (2018)

Ao observar o gráfico, pode ser notado que o maior impacto de carga térmica

vem de abertura de portas e que o produto é a menor carga térmica existente.

Na figura 23 o gráfico nos mostra o quanto essas cargas térmicas influenciam

quando comparada com a capacidade de refrigeração instalada. Observa-se também

que para o cálculo em 24 horas, utiliza-se apenas 27 % da capacidade total de

refrigeração.

Page 58: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

57

Figura 23 – Distribuição das cargas térmicas, considerando a capacidade de refrigeração

instalada

Fonte: elaborado pelo autor (2018)

Pode-se notar um excedente de 73 % de refrigeração, esse sobressalente pode

elevar o valor inicial de instalação, assim como o custo de manutenção. O custo de

manutenção é maior, devido as peças de reposição para modelos mais potentes têm

valor maior.

4.1.8 Custo agregado ao produto pela refrigeração

Para conseguir baixar a temperatura do produto e manter o ambiente

refrigerado tem-se um custo agregado ao produto. Será calculado então qual o valor

por kg, para fazer esse trabalho.

A condensadora tem consumo de aproximadamente 4,1 kW e como pode ser

visto na figura 21, nosso sistema precisa de apenas 27 % do tempo em funcionamento

para suprir a necessidade de refrigeração. Como o tempo máximo de refrigeração

possível do equipamento é de 21 horas, pois tem-se 3 horas que são referentes ao

degelo, momento em que o equipamento não fornece refrigeração. Tem-se então 5,67

horas em trabalho, com esse consumo:

Page 59: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

58

Consumo = 4,1 kW . 5,67 horas

Consumo = 23,247 kW.h (27,038 W)

A evaporadora fica em funcionamento o tempo todo, apenas se desliga no

momento de degelo, tem-se assim 21 horas de funcionamento com consumo de 0,26

kW.

Consumo = 0,26 kW . 21 horas

Consumo = 5,46 kW. h (6,35 W)

Tem-se assim um total de 28,707 kW para manter baixar a temperatura de

nosso produto e mantê-lo por 24 horas, com custo médio de energia elétrica a 0,70

centavos/kw.

Custokg = 28,707 kWh. 0,70 centavos/ kW

5400 kg

Custokg = 0,0037 centavos/Kg

Como podemos notar, o custo de refrigeração agregado ao produto por kg,

sendo avaliado o consumo de energia elétrica é muito baixo.

4.1.9 Oportunidades de melhorias

Como mencionado nos objetivos específicos de avaliar um possível aumento

de produção. Atualmente a câmara frigorifica possui apenas prateleiras nas laterais,

e no centro são colocadas algumas caixas que se quer deixar separadas das demais.

Para aumento da capacidade de armazenamento pode ser construído mais uma

prateleira dupla, como no layout da figura 24.

Page 60: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

59

Figura 24 – Novo layout proposto de prateleiras para a câmara frigorífica da empresa X

Fonte: elaborado pelo autor (2018)

Construindo prateleiras da mesma capacidade da menor, dando espaço para a

circulação em frente a porta, consegue-se um aumento de 4.800 kg, ficando com um

total de 10.200 kg de produtos.

Com essa nova carga de produtos, tem-se uma nova carga térmica, aplicando

novamente então na equação 5.

qproduto= 10.200 kg.0,68 kcal

kg. °C. (7 − 3) °C

qproduto = 27.744 kcal (32.267,97 W)

Com a nova quantidade de produtos armazenados, tem-se um novo cenário de

carga térmica e uso de capacidade de refrigeração. Como pode ser visto no gráfico

da figura 25.

Page 61: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

60

Figura 25 − Distribuição das cargas térmicas por fonte de calor na câmara frigorífica, novo

layout com aumento de capacidade de estocagem

Fonte: elaborado pelo autor (2018)

Como pode-se observar, a carga térmica referente ao produto tem um

acréscimo, mas isso não é significativo. Anteriormente esta era a menor parcela,

agora tem uma porcentagem um pouco maior, de 21 % da carga térmica total.

Outra mudança que poderia ser adotada no momento de instalação, seria uma

unidade menor de refrigeração. Diminuindo o valor de investimento, podemos ver o

valor aproximando dos equipamentos já instalados na tabela 10, assim como o valor

de um equipamento que também supriria a necessidade.

Page 62: CLEITON ZARDINELLO PADILHA

61

Tabela 10 − Economia gerada para instalação com equipamentos menores

EVAPORADORA (2 unidades)

Modelo Capacidade (kcal) RS

FLA 114 (Instalado) 449610 9.294,00

FLA 053 (Sugerida) 226800 3.870,00

Economia 5.424,00

CONDENSADORA (2 unidades)

Modelo Capacidade (kcal) RS

ESM 2500 (Instalado) 470706 9.620,00

ESM 2 300 (Sugerida) 301938 7.650,00

Economia 1.970,00

Economia Total 7.394,00

Fonte: elaborado pelo autor (2018)

Como pode ser visto na tabela 10, consegue-se uma economia de 7.394,00

reais. A instalação não teria uma diferença significativa pois a mão-de-obra seria a

mesma, uma pequena alteração no valor de material, mas nada que seria significante

para cálculos.

Como pode-se ver, teria uma diferença na carga térmica e capacidade de

refrigeração. Como sabe-se que sempre a menor capacidade de refrigeração limita o

sistema. Neste caso de um novo projeto, com equipamentos menores, mencionados

na tabela, a evaporadora limita nosso sistema de refrigeração. Com capacidade de

226.800 kcal (24 horas). Assim pode-se ver como ficaria no gráfico da figura 26.

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Figura 26 – Distribuição das cargas térmicas e capacidade de refrigeração (Novo layout) wwwwwwwwdddfv

Fonte: elaborado pelo autor (2018)

Mesmo com a redução dos equipamentos, continua-se com um fator de

segurança de aproximadamente 43%, isso é importante pelo motivo de que em alguns

dias pode ter um fluxo de abertura de portas maior, ou não conseguir esperar 24 horas

para entregar o produto. Mesmo assim o sistema continuaria sendo eficiente. De

acordo com a revista FIC FRIO (2014), é utilizado um fator de segurança de 20 % do

valor final de carga térmica.

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5 CONCLUSÕES

Neste trabalho foi feito avaliação de um sistema de refrigeração já existente,

com a finalidade de um possivel aumento de produção, visto que não se sabia qual

era a capacidade de refrigeração possivel pelas unidades e nem qual a capacidade

minima de refrigeração que o sistema necessitava para atender a demanda.

Com base nisso foi calculado a carga térmica necessária para anteder essa

demanda, e com isso chega-se a conclusão que hoje é utilizado apenas 27 % da

capacidade total que as unidades de refrigeração instaladas são capazes de produzir.

Pode-se então facilmente aumentar a quantidade de produto estocado, pois outro fator

importante é que a carga térmica referente aos produtos é a menor parcela das fontes

de calor.

Sendo assim foi proposto um novo cenário com um incremento de duas

prateleiras no centro da câmara com capacidade para armazenar 4800 kg, refeitos os

cálculos notou-se que esse aumento de produtos não impactou de forma notória a

carga térmica do sistema, já que a quantidade máxima devido ao espaço físico

existente limitou o incremento de produtos a esse valor.

Assim ainda foi possível avaliar se caso no momento de projeto fossem

utilizados equipamentos menores, podería ter uma redução no custo de

implementação, assim como uma redução no momento de manutenção. Pois as

peças para equipamento de maior potência são relativamente mais caras. Mesmo com

o aumento de aproximadamente 90 % de produto estocado e uma redução de

equipamentos. Com economia inicial de 7.394,00 reais, o que significa

aproximadamente 40 % de economia no investimento inicial, continua-se com um fator

de segurança de 40 %, um fator que pode se considerar bom, já que algumas

bibliografias sugerem 20%.

Outro número que pode ser considerado importante para um futuro estudo é a

carga térmica devido a abertura de portas. Se comparada com as outras fontes, ela

sozinha é responsavel pela metade da carga térmica existente em na câmara

frigorífica. Uma possivel implementação seria a de cortinas plásticas ou cortinas de

ar, podendo tambem ser avaliado a junção das duas possibilidades juntas. Como

pode ser visto nos resultados, sendo ela a maior fonte de calor, pode impactar em

uma grande economia de energia elétrica, caso consiga ser reduzida.

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