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INSTRUÇÕES GERAIS: 1. Justifique a alternativa assinalada em cada questão; 2. Entregue em folha separada, com letra legível, a justificativa de cada questão assinalada; 3. DEVEM SER ENTREGUES: a) a folha de respostas; b) as justificativas; 4. TODAS as respostas devem ser redigidas obrigatoriamente a CANETA; 5. NENHUM trabalho escrito a lápis será recebido. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FUNÇÕES DA LINGUAGEM Questão 01 - (UNIMONTES MG) DEIXEM JESON EM PAZ André Petry Sou a favor da legislação da eutanásia. É uma louvável alternativa que o homem encontrou para morrer com dignidade, para evitar o suplício das dores vãs. Mesmo assim, mesmo defendendo que a eutanásia seja um direito disciplinado na lei brasileira, eu precisaria ser louco para apontar o dedo, atirar uma pedra ou escrever uma linha que fosse contra a atitude de Rosemara dos Santos Souza, a mãe de Jhéck Breener de Oliveira, que luta para impedir que seu filho seja submetido à eutanásia. O pequeno Jhéck, 4 anos, está num leito de UTI, vítima de uma doença degenerativa irreversível. Já perdeu a fala, a visão, o movimento dos braços e pernas, alimentase por meio de sonda e respira com ajuda de aparelhos. A luta de Rosemara merece respeito e, onde quer que ela apareça, assim tem sido. A luta de Jeson de Oliveira, o pai de Jhéck, também deveria ser respeitada. Mas é nesse ponto que a história se complica. Jeson queria pedir à Justiça que seu filho fosse submetido à eutanásia. Ele não suporta ver o seu filho preso a uma cama, inerte, morto para a vida, sem andar de bicicleta, tomar um sorvete, apontar pra Lua, desenhar um elefante, bater palmas, sorrir. E o que se fez com esse pobre homem? Não lhe deram uma lasca de respeito. Jeson foi hostilizado, xingado, difamado. Foi acusado de assassino, de querer matar o próprio filho! Jeson pensou até em se mudar de Franca, a cidade paulista onde mora e onde seu filho está internado, porque já não podia caminhar na rua em paz. Ceifaramlhe o direito de ir à Justiça. Questionaramlhe até a sanidade mental, sugerindo que procurasse tratamento psiquiátrico forma maliciosa de sugerir que a eutanásia é coisa de gente mentalmente perturbada. Jeson, afinal, desistiu de tentar a eutanásia do filho. “Desisto oficial e definitivamente. Quero dar chances à mãe e estou entregando meu filho a Deus”, disse ele, numa entrevista, na véspera do feriado de 7 de setembro. O pai de Jhéck, claro, tem todo o direito de mudar de idéia (e, pessoalmente, saúdo que tenha conseguido dominar seu sofrimento para ceder à vontade da mãe de Jhéck). O dado repugnante é a intolerância da qual foi vítima. Jeson virou a Geni da Franca, só faltou ser apedrejado nas ruas. Os adversários da eutanásia religiosos dogmáticos, em geral não lhe deram o direito sequer de pensar em voz alta. É coisa própria das mentalidades entrevadas, dos que se sentem ungidos por forças superiores, dos que cevam suas idéias como se fossem bens supremos, perfeitos, inatacáveis. Aos religiosos dogmáticos e intolerantes em geral, aos que sacralizam suas idéias e acham que sabem tudo na vida e do sofrimento, aqui vai um apelo: deixem o Jeson em paz! Ele já sofre o bastante com um filho que perdeu a liberdade de viver para tornarse um prisioneiro da vida. A eutanásia, caros intolerantes, pode ser, sim, um ato de amor. Revista Veja, 140905 É um exemplo da função metalinguística no texto: a) ”Desisto oficial e definitivamente.” b) ”...saúdo que tenha conseguido dominar seu sofrimento...” c) ”Jeson queria pedir à justiça que seu filho fosse submetido à eutanásia.” d) ”É uma louvável alternativa que o homem encontrou para morrer com dignidade...” Questão 02 - (UERJ) Olho as minhas mãos Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas Porque são minhas. Mas é tão esquisito distendê-las Assim, lentamente, como essas anêmonas do fundo do mar... Fechá-las, de repente, 5 Os dedos como pétalas carnívoras! Só apanho, porém, com elas, esse alimento impalpável do tempo, Que me sustenta, e mata, e que vai secretando o pensamento Como tecem as teias as aranhas. A que mundo 10 Pertenço? No mundo há pedras, baobás 1 , panteras, Águas cantarolantes, o vento ventando E no alto as nuvens improvisando sem cessar. COLÉGIO SHALOM ENSINO MÉDIO - 1º AEM Prof. Clécio Oliveira Língua Portuguesa Aluno (a): ___________________________________________ Lista de atividades RECUPERAÇÃO SEMESTRAL 2018

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INSTRUÇÕES GERAIS:

1. Justifique a alternativa assinalada em cada questão;

2. Entregue em folha separada, com letra legível, a justificativa de cada questão assinalada;

3. DEVEM SER ENTREGUES: a) a folha de respostas; b) as justificativas;

4. TODAS as respostas devem ser redigidas obrigatoriamente a CANETA;

5. NENHUM trabalho escrito a lápis será recebido.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Questão 01 - (UNIMONTES MG) DEIXEM JESON EM PAZ

André Petry Sou a favor da legislação da eutanásia. É uma louvável alternativa que o homem encontrou para morrer com dignidade, para evitar o suplício das dores vãs. Mesmo assim, mesmo defendendo que a eutanásia seja um direito disciplinado na lei brasileira, eu precisaria ser louco para apontar o dedo, atirar uma pedra ou escrever uma linha que fosse contra a atitude de Rosemara dos Santos Souza, a mãe de Jhéck Breener de Oliveira, que luta para impedir que seu filho seja submetido à eutanásia. O pequeno Jhéck, 4 anos, está num leito de UTI, vítima de uma doença degenerativa irreversível. Já perdeu a fala, a visão, o

movimento dos braços e pernas, alimentase por meio de sonda e respira com ajuda de aparelhos. A luta de Rosemara merece respeito e, onde quer que ela apareça, assim tem sido. A luta de Jeson de Oliveira, o pai de Jhéck, também deveria ser respeitada. Mas é nesse ponto que a história se complica. Jeson queria pedir à Justiça que seu filho fosse submetido à eutanásia. Ele não suporta ver o seu filho preso a uma cama, inerte, morto para a vida, sem andar de bicicleta, tomar um sorvete, apontar pra Lua, desenhar um elefante, bater palmas, sorrir. E o que se fez com esse pobre homem? Não lhe deram uma lasca de respeito. Jeson foi hostilizado, xingado, difamado. Foi acusado de assassino, de querer matar o próprio filho! Jeson pensou até em se mudar de Franca, a cidade paulista onde

mora e onde seu filho está internado, porque já não podia caminhar na rua em paz. Ceifaramlhe o direito de ir à Justiça.

Questionaramlhe até a sanidade mental, sugerindo que procurasse tratamento psiquiátrico forma maliciosa de sugerir que a eutanásia é coisa de gente mentalmente perturbada. Jeson, afinal, desistiu de tentar a eutanásia do filho. “Desisto oficial e definitivamente. Quero dar chances à mãe e estou entregando meu filho a Deus”, disse ele, numa entrevista, na véspera do feriado de 7 de setembro. O pai de Jhéck, claro, tem todo o direito de mudar de idéia (e, pessoalmente, saúdo que tenha conseguido dominar seu sofrimento para ceder à vontade da mãe de Jhéck). O dado repugnante é a intolerância da qual foi vítima. Jeson virou a Geni da Franca, só faltou ser apedrejado nas ruas. Os

adversários da eutanásia religiosos dogmáticos, em geral não lhe deram o direito sequer de pensar em voz alta. É coisa própria das mentalidades entrevadas, dos que se sentem ungidos por forças superiores, dos que cevam suas idéias como se fossem bens supremos, perfeitos, inatacáveis. Aos religiosos dogmáticos e intolerantes em geral, aos que sacralizam suas idéias e acham que sabem tudo na vida e do sofrimento, aqui vai um apelo: deixem o Jeson em paz! Ele já sofre o bastante com um filho que perdeu a liberdade de viver

para tornarse um prisioneiro da vida. A eutanásia, caros intolerantes, pode ser, sim, um ato de amor. Revista Veja, 140905

É um exemplo da função metalinguística no texto: a) ”Desisto oficial e definitivamente.” b) ”...saúdo que tenha conseguido dominar seu sofrimento...” c) ”Jeson queria pedir à justiça que seu filho fosse submetido à eutanásia.” d) ”É uma louvável alternativa que o homem encontrou para morrer com dignidade...” Questão 02 - (UERJ) Olho as minhas mãos Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas

Porque são minhas. Mas é tão esquisito distendê-las Assim, lentamente, como essas anêmonas do fundo do mar... Fechá-las, de repente, 5Os dedos como pétalas carnívoras! Só apanho, porém, com elas, esse alimento impalpável do tempo, Que me sustenta, e mata, e que vai secretando o pensamento Como tecem as teias as aranhas. A que mundo 10Pertenço? No mundo há pedras, baobás1 , panteras, Águas cantarolantes, o vento ventando E no alto as nuvens improvisando sem cessar.

COLÉGIO SHALOM

ENSINO MÉDIO - 1º AEM Prof. Clécio Oliveira – Língua Portuguesa

Aluno (a):

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Lista de atividades RECUPERAÇÃO

SEMESTRAL

2018

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Mas nada, disso tudo, diz: “existo”. 15Porque apenas existem... Enquanto isto, O tempo engendra a morte, e a morte gera os deuses E, cheios de esperança e medo, Oficiamos rituais, inventamos 20Palavras mágicas, Fazemos Poemas, pobres poemas Que o vento Mistura, confunde e dispersa no ar... 25Nem na estrela do céu nem na estrela do mar Foi este o fim da Criação! Mas, então, Quem urde eternamente a trama de tão velhos sonhos? Quem faz – em mim – esta interrogação?

(QUINTANA, Mário. Apontamentos de história sobrenatural. Porto Alegre: Globo, 1984.)

A metalinguagem pode ser percebida quando, em uma mensagem, a linguagem passa a ser o próprio objeto do discurso. A metalinguagem não está presente na seguinte alternativa: a) “A que mundo / Pertenço?” (v. 9 - 10) b) “Fazemos / Poemas, pobres poemas” (v. 21 - 22) c) “Foi este o fim da Criação!” (v. 26) d) “Quem faz – em mim – esta interrogação?” (v. 29) Questão 03 - (ESCS DF)

BALADA DAS TRÊS MULHERES DO SABONETE ARAXÁ

Manuel Bandeira

As três mulheres do sabonete Araxá me invocam, me bouleversam, me hipnotizam. Oh, as três mulheres do sabonete Araxá às 4 horas da tarde! O meu reino pelas três mulheres do sabonete Araxá. Que outros, não eu, a pedra cortem Para brutais vos adorarem, Ó brancaranas azedas, Mulatas cor da lua vêm saindo cor de prata Ou celestes africanas: Que eu vivo, padeço e morro só pelas três mulheres do sabonete Araxá! São amigas, são irmãs, são amantes as três mulheres do sabonete Araxá? São prostitutas, são declamadoras, são acrobatas? São as três Marias? Meu Deus, serão as três Marias? A mais nua é doirada borboleta. Se a segunda casasse, eu ficava safado da vida, dava pra beber e nunca mais telefonava. Mas se a terceira morresse... Oh, então, nunca mais a minha vida outrora teria sido um festim!

Se me perguntassem: Queres ser estrela? Queres ser rei? Queres uma ilha no Pacífico? um bangalô em Copacabana? Eu responderia: Não quero nada disso tetrarca. Eu só quero as três mulheres do sabonete Araxá: O meu reino pelas três mulheres do sabonete Araxá! A função de linguagem, além da função poética, que predomina no poema é: a) emotiva; b) fática; c) metalinguística; d) conativa; e) referencial. Questão 04 - (IBMEC SP)

O NAVIO NEGREIRO - Castro Alves

(fragmento)

Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras moças, mas nuas e espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoa vãs! E ri-se a orquestra irônica, estridente... E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais ... Se o velho arqueja, se no chão resvala, Ouvem-se gritos... o chicote estala. E voam mais e mais... Presa nos elos de uma só cadeia, A multidão faminta cambaleia, E chora e dança ali! Um de raiva delira, outro enlouquece, Outro, que martírios embrutece, Cantando, geme e ri! No entanto o capitão manda a manobra, E após fitando o céu que se desdobra, Tão puro sobre o mar, Diz do fumo entre os densos nevoeiros: "Vibrai rijo o chicote, marinheiros! Fazei-os mais dançar!..."

Além da função poética, qual outra função da linguagem prevalece no poema de Castro Alves? a) metalinguística b) referencial c) apelativa d) fática e) emotiva Questão 05 - (UNIFICADO RJ)

Os sonhos também envelhecem Os sonhos! Esses companheiros que movem a vida, que vêm de mãos dadas à existência!

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Sonhos que se realizam, sonhos possíveis, impossíveis sonhos, fáceis e difíceis, alavanca de cada dia. 5Sonhos dormidos, sonhos bem acordados. Li em algum lugar que os “sonhos são os primeiros passos para as realizações”. Verdade, porque se realiza o que se pensa, se pensa o que se sonha. Engatinhamos em pensamento, damos os primeiros passos, andamos 10rumo à vitória, pelo menos deveria ser assim. Estava pensando que os sonhos, assim como tudo, ficam velhos. Feio isso, não é? Sonhos velhos, velhos sonhos, que se cansaram de sonhar, que enrugaram a cara, a esperança, a vontade. 15Pergunto-me se os sonhos ficam velhos ou se erramos nas projeções de realização. Seguimos com tantos sonhos e vejo que alguns passam do sonho ao desafio a si mesmo. Muitas vezes, quando se chega ao pé do sonho, 20quando o temos nas mãos, não é mais importante, apenas vencemos um desafio, não alcançamos o sonho bonito, digladiamos com a força de fazer, quer se queira ainda ou não. A dialética da vida, essa pressa de mudar tudo, faz 25as óticas mudarem também. Muitas vezes não percebemos e continuamos a trilhar na mesma estrada, como se as árvores que a enfeitam não fossem outras, à medida que se evolui... Como se o tempo não passasse pela metamorfose de dia e noite, de chuva e sol. 30Continuamos as mesmas velhas pessoas, com os mesmos sonhos. Os sonhos também envelhecem, mas podem passar pela plástica da visão ampla e serem novos, novos sonhos, com cara de menino, com cara de vida, na nossa 35cara de vencedor... Importante se faz tirar o véu que cobre a jovialidade do sonho, identificar sua velhice, vê-lo deitado e cansado de ser sonhado, interromper o desafio, fazer renascer, melhor, moderno e possível...

LAGARES, Jane (adaptado). Disponível em: http://prosaepoesia.com.br/cronicas/

sonhos_envelhecem.asp. Acesso em: 12 nov. 2006.

Em “Feio isso, não é?” (l. 12), a função da linguagem existente no segmento destacado é: a) emotiva. b) conativa. c) metalinguística. d) poética. e) fática. Questão 06 - (UNIRG TO) Overbook Vivo com alguns amigos e com uns poucos inimigos. Todos necessários ou, pelo menos, inevitáveis. São pessoas diferentes, com diferentes idades, nomes e apelidos próprios. Diferem também no jeito de encarar e sentir a coisas. Uns eu conheço bem, outros nem tanto. Acordamos e dormimos juntos e, enquanto escrevo esta coluna, estamos todos ocupando o assento 4D de um avião.

Um em cima do outro, sobrepostos. Felizmente pelo custo de uma única passagem. Somos eu, o Filho de meu pai, o Pai da minha filha, o Marido de minha mulher, do Dono da minha empresa, o Religioso, o Gozador, o Boêmio, o Rebelde, o Civilizado... contei uns 17. Estamos todos a caminho de Londrina, a trabalho. Nem todos querem viajar. Duas horas antes, alguns não queriam fazer a barba. Tudo é resolvido numa espécie de reunião de condomínio. O prédio não tem síndico. O avião se prepara para decolar: o Religioso reza uma “avemaria”, enquanto o gozador pega o gancho da “ave” e vai trocando a letra “ave, Maria, cheia de garças, sabiá é convosco, bem-te-vi entre nós...” enche a prece de passarinhos – mesmo assim é uma prece. Ele acha que Deus é humor. O avião ainda nem saiu do chão e o passageiro da frente deita a poltrona com violência. O Rebelde tenta se livrar das cordas, sem sucesso – o Dono da empresa e o Civilizado acham prudente amarrá-lo quanto viajamos a negócios. Nós de marinheiro. Não conheço Londrina, mas ouvi muito sobre a cidade na minha infância. O Sobrinho do meu tio é o mais animado com a viagem, começa a planejar programas, atrapalhando a concentração do Dono da minha empresa, que queria repassar os tópicos da apresentação. Os dois começam a discutir, para desespero do Boêmio, que queria dormir. A aeromoça passa oferecendo balas. O Neto do meu avô enche a mão. O colunista vai parando por aqui, porque o piloto acaba de avisar que vamos entrar numa zona de turbulência. O comentário do Gozador é impublicável.

Que frase do texto demonstra um exercício metalinguístico? a) “Nem todos querem viajar.” b) “Ele acha que Deus é humor.” c) “O colunista vai parando por aqui.” d) “O avião se prepara para decolar.” Questão 07 - (IFRS) Poema em linha reta 01 Nunca conheci quem tivesse levado porrada. 02 Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo. 03 E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil, 04 Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita, 05 Indesculpavelmente sujo, 06 Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho, 07 Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo, 08 Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,

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09 Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante, 10 Que tenho sofrido enxovalhos e calado, 11 Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda; 12 Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel, 13 Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes, 14 Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar, 15 Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado 16 Para fora da possibilidade do soco; 17 Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas, 18 Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo. 19 Toda a gente que eu conheço e que fala comigo 20 Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho, 21 Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida... [...]

22 Arre, estou farto de semideuses! 23 Onde é que há gente no mundo? 24 Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra? […]

PESSOA, Fernando. Fernando Pessoa - Obra Poética. Cia. José Aguilar Editora: Rio de Janeiro, 1972. p. 418.

No texto, predomina a função de linguagem a) apelativa, pois o poema procura influenciar e orientar o comportamento do leitor, por meio da utilização de verbos no modo imperativo. b) fática, porque o poema testa o funcionamento do canal de comunicação. c) emotiva, porque o poema está centrado na expressão dos sentimentos, emoções e opiniões do eu lírico. d) referencial, porque a intenção principal do autor é informar o leitor. e) metalinguística, pois o código é posto em destaque, ou seja, o poema reflete sobre a criação poética.

Questão 08 - (UFT TO) Leia a charge a seguir.

MACHADO, Dálcio. Jornal Correio Popular. Disponível em: <https://www.facebook.com/CPopular/photos/pb.186546768078215.-

2207520000.1404670209./688749461191274/?type=3&theater>. Acesso em: 01 Jul. 2014.

Assinale a alternativa CORRETA correspondente à função da linguagem predominante no excerto: “Meu Deus!!”; “É o fim!! É o fim!!!” a) Função poética, pois evidencia um modo não habitual de expressão e que comumente é utilizado pelos jovens; trata-se de uma forma rebuscada de transmitir a mensagem. b) Função metalinguística, uma vez que a personagem tem por objetivo explicar a fragilidade de suas emoções ao receptor. c) Função fática, haja vista que sua utilização tem por finalidade predominante o estabelecimento de um contato com o leitor. d) Função conativa, pois ilustra um apelo da personagem, cuja finalidade é influenciar o leitor sobre a necessidade de haver uma relação mais próxima entre pais e filhos.

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e) Função emotiva, uma vez que sua predominância é evidenciada pelas emoções expressas na fala da personagem, as quais são intensificadas pelo uso de exclamações.

Questão 09 - (UNIFOR CE) “Não queiras passar a ponte que se estende imensa, silenciosa, sobre o mundo. O amanhã é enigma. Não apreses o dia porque a ponte pula o tempo. Não pules o tempo”.

(Gabriel José da Costa) Com relação ao texto, de Gabriel José da Costa, assinale a alternativa que traz a função da linguagem predominante: a) Emotiva. b) Referencial. c) Fática. d) Metalinguística. e) Apelativa. Questão 10 - (IBMEC SP)

Palavras, palavras, palavras Um amigo erudito, que ocasionalmente vem visitar meu enfisema, como não tem fundos para flores ou presentes, me traz o prazer de sua presença e um papo - monólogo ou preleção, a bem dizer - sobre seu assunto favorito: vida, paixão e morte das palavras. Sabe que eu tenho o mesmo gosto por elas que ele, embora indigno de beijar seus pés incalustres (obsoleto, português do Brasil: livre de calos). Sempre que posso tomo nota depois de pedir a devida vênia (outro termo nosso em vias de extinção) e fico por uns dias pesquisando e, que me resta?, meditando. Meu amigo, que ensina inglês para emigrantes lusos e brasileiros recém-chegados à Grã-Bretanha (pois é, nem todo mundo está indo embora), gosta de se dizer poliglota, embora mais de uma vez tenha me explicado, e eu sempre esquecendo, a contradição existente na confecção do termo formado por poli + glota. "Trata-se de um idiotismo lusitano seiscentista", já me explicou e, tamanha sua verve formal e presença avassaladora, que eu já me esqueci. Em matéria de idiotismos minha cota já se esgotou. (...) Mas eu tenho minha forma de apoquentá-lo. Como o dileto (Dileto não é seu verdadeiro nome) se encontra fora do país natal, que é o mesmo meu, gosto de atazaná-lo, ou melhor, espicaçar sua mente viva, com os neologismos que pesco aqui e ali nas águas bravias do mare nostrum cibernético. Já o pus frente a frente com brasileirismos atuais que o deixaram rubro de vergonha ou ódio, pois ele é difícil de distinguir quando se queima. Taquei-lhe brasileirismos atuais como bullying, point, fashion week, os irmãos Loxas e Lunda e vi-o deixar minha casa falando sozinho entredentes, como se tivesse sido assaltado pelo mundo. (...)De certa feita, fui contra as regras do jogo e deixei-o zonzo por desconhecer o significado de biringaço, que, após

revelar-me sua total ignorância, danou-se quando eu expliquei tratar-se de lusitanismo obsoleto significando, nas altas camadas sociais do século 17, uma espécie de guarda-costas alugado a preços de arrasar. Palavras. Há nelas, embutida, uma tremenda luta corporal. Urge dela participar, mesmo passando rasteira (regionalismo, Brasil). (http://www1.folha.uol.com.br/bbc/1093251-ivan-lessa-palavras-palavras-

palavras.shtml)

Considerando-se a temática central explorada no texto de Ivan Lessa, é possível identificar a predominância da função a) apelativa, já que destaca o receptor. b) emotiva, já que destaca o emissor. c) referencial, já que destaca a informação. d) metalinguística, já que destaca o código. e) poética, já que destaca a mensagem. Questão 11 - (UNIFOR CE) No quadrinho abaixo, observamos um problema de comunicação entre os personagens. Assinale a alternativa que apresenta o elemento da comunicação que levou a esse problema.

a) Canal. b) Código. c) Referente. d) Mensagem. e) Receptor. Questão 12 - (UNIFOR CE) Conforme as intenções comunicativas desejadas, selecionamos os elementos que nos interessam e os combinamos para transmitir determinado conteúdo, ou seja, os signos articulam-se de um modo específico segundo a função para que se destinam. Assim, marque a opção que indica a função da linguagem predominante na publicidade a seguir.

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a) Função Referencial b) Função Conativa c) Função Poética d) Função Metalinguística e) Função Emotiva Questão 13 - (GAMA FILHO RJ)

Sempre existem novas formas de chegar a um mesmo resultado. Muitas vezes, melhor. A comunicação

eficaz consistem sempre numa forma original de dizer mais ou menos as mesmas coisas.

Porque no fundo, vamos ser honestos, o que tem de ser dito varia pouco. Qual é a pasta de dentes que não deixa os dentes mais brancos? A margarina que não é mais gostosa? O seguro que não protege sua família? O perfume que não provoca romances? Giuseppe Glacosa, que escreveu o libreto da ópera La Bohême para Puccini, afirmou certa vez que em toda a literatura produzida pela humanidade desde os gregos só existiam 148 situações dramáticas possíveis. Em "marketing" é igual. As situações que um produto enfrenta num mercado não são infinitas. Elas se repetem. O que varia é a forma como se abordam essas situações. As pessoas em geral não estão interessadas nos produtos em si. Estão interessadas no benefício que podem tirar desses produtos. Um Rolex torna a pessoa distinta. Um carro esporte torna o dono mais jovem. Um creme de beleza engana a morte. Quais as chances de você ser percebido? Tem de usar talento. Mais um tipo específico de talento: o talento de comunicar.

Júlio Ribeiro In Revista Exame, 14/09/94, p. 110-111 (adaptação)

As funções da linguagem predominantes no primeiro e no último parágrafos do texto são, respectivamente: a) emotiva e fática. b) conativa e metalinguística. c) emotiva e referencial. d) referencial e conativa. e) fática e metalinguística. Questão 14 - (ITA SP) Assinale a opção que apresenta a função da linguagem predominante nos fragmentos abaixo:

( I ) Mana Rosa quase que aceitava, de uma vez, para resolver a situação, tal o embaraço em que se achavam. Estiveram um momento calados.

Gosta de versos?

Gosto...

Ah! Pousou os olhos numa oleografia.

É brinde de farmácia?

É.

Bonita...

Acha?

Acho... Boa reprodução... (Orígenes Lessa, O feijão e o sonho)

(II) Sentavam-se no que é de graça: banco de praça pública. E ali acomodados, nada os distinguia do resto do nada. Para a grande glória de Deus. Ele: - Pois é. Ela: - Pois é o quê? Ele: - Eu só disse “pois é”! Ela: - Mas “pois é” o quê? Ele: - melhor mudar de conversa porque você não me entende. Ela: - Entender o quê? Ele: - Santa Virgem, Macabéa, vamos mudar de assunto já.

(Clarice Lispector, A hora da estrela)

a) Poética. b) Fática. c) Referencial. d) Emotiva. e) Conativa. Questão 15 - (UNIRIO RJ) “APELO” Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, pra dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho. Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, e até o canário ficou mudo. Para não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite e eles se iam e eu ficava só, sem o perdão de sua presença a todas as aflições do dia, com a última luz na varanda. E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero na salada – o meu jeito de querer bem. Acaso é saudade. Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa, calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolhas? Nenhum

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de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.”

DALTON TREVISAN, “Apelo”, em “O Conto Brasileiro Contemporâneo” (seleção de textos, introdução e notas bibliográficas por Alfredo Bosi) 2ª

ed., São Paulo, Cultrix, 1977, p.190.

A eclosão do apelo, no terceiro parágrafo, vai-se construindo por meio de uma função da linguagem nele predominante e que se denomina função: a) poética. b) fática. c) apelativa. d) emotiva. e) referencial. Questão 16 - (UERJ) CIDADE DE DEUS Barracos de caixas de tomate, madeiras de lei, carnaúba, pinho-de-riga, caibros cobertos, em geral, por telhas de zinco ou folhas de compensados. Fogueiras servindo de fogão para fazer o mocotó, a feijoada, o cozido, o vatapá, mas, na maioria das vezes, para fazer aquele arroz de terceira grudado, angu duro ou muito ralo, aqueles carurus catados no mato, mal lavados, ou simplesmente nada. Apenas olhares carcomidos pela fome, em frente aos barracos, num desespero absoluto e que por ser absoluto é calado. Sem fogueira para esquentar ou iluminar como o sol, que se estendia por caminhos muitas vezes sem sentido algum para os que não soltavam pipas, não brincavam de pique-pega e não se escondiam num pique-esconde. Os abismos têm várias faces e encantam, atraem para o seu seio como as histórias em quadrinhos que chegavam ao morro compradas nas feiras da Maia Lacerda e do Rio Comprido, baratas como a tripa de porco que sobrava na casa do compadre maneiro que nem sempre era compadre de batismo. Era apenas o adjetivo, usado como substantivo, sinônimo de uma boa amizade, de um relacionamento que era tecido por favores, empréstimos impagáveis e consideração até na hora da morte. São as pessoas nesse desespero absoluto que a polícia procura, espanca com seus cassetetes possíveis e sua razão impossível, fazendo com que elas, com seus olhares carcomidos pela fome, achem plausíveis os feitos e os passos de Pequeno e de sua quadrilha pelos becos que, por terem só uma entrada, se tornam becos sem saídas, e achem, também, corriqueira essa visão de meia cara na quina do último barraco de cada beco de crianças negras ou filhas de nordestinos, de peito sem proteção, pé no chão, shorts rasgados e olhar já cabreiro até para o próprio amigo, que, por sua vez, se tornava inimigo na disputa de um pedaço de sebo de boi achado no lixo e que aumentaria o volume da sopa, de um sanduíche quase perfeito nas imediações de uma lanchonete, de uma pipa voada, ou de um ganso dado numa partida de bola de gude. Lá ia Pequeno, senhor de seu desejo, tratando bem a quem o tratava bem, tratando mal a quem o tratava mal e tratar mal era dar tiros de oitão na cabeça para estuporar os miolos. Os exterminadores pararam na tendinha do Zé Gordo para tomar uma Antarctica bem gelada, porque esta era a cerveja

de malandro beber. Pequeno aproveitou para perguntar pelos amigos que fizera no morro, pelas tias que faziam um mocotó saboroso nos sábados à tarde, pelos compositores da escola. - Qualé, Zé Gordo, se eu te der um dinheiro, tua mulher faz um mocotó aí pra gente? - Então, meu cumpádi!

Pequeno deu a quantia determinada pela esposa de Zé Gordo, em seguida retornaram à patrulha que faziam.

(LINS, Paulo. Cidade de Deus. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.)

No segundo parágrafo do texto Cidade de Deus, há um comentário sobre os sentidos e as possíveis classificações gramaticais da palavra compadre. Nesse trecho, o narrador recorreu à função da linguagem denominada: a) poética b) conativa c) referencial d) metalinguística Questão 17 - (UNIRIO RJ)

INTERROGAÇÕES 1 "Certa vez estranhei a ausência de espelhos nos sonhos. 2 Talvez porque neles não nos podemos ver, como no velho conto do homem que perdeu a sombra. 3 Pelo contrário, seremos tão nós mesmos a ponto de dispensar o testemunho dos reflexos? 4 Ou será tão outra a nossa verdadeira imagem - e aqui começa um arrepio de medo - que seríamos incapazes de a reconhecer naquilo que de repente nos olhasse do fundo de um espelho? 5 Em todo caso, lá deve ter suas razões o misterioso cenarista dos sonhos..."

(Mario Quintana)

"... seremos tão nós mesmos a ponto de dispensar o testemunho dos reflexos?" (par.3) A passagem anterior apresenta, predominantemente, as funções: a) conativa e emotiva. b) emotiva e poética. c) referencial e apelativa. d) fática e metalinguística. e) metalinguística e conativa. Questão 18 - (MACK SP) Assinale a alternativa em que se evidencia a presença de metalinguagem. a) Meus amigos foram às ilhas. Ilhas perdem o homem. Entretanto alguns se salvaram e trouxeram a notícia de que o mundo, o grande mundo está crescendo todos os dias,

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entre o fogo e o amor. b) Gastei uma hora pensando num verso que a pena não quer escrever. No entanto ele está cá dentro inquieto, vivo. Ele está cá dentro e não quer sair. Mas a poesia deste momento inunda minha vida inteira. c) Este pintor sabe o corpo feminino e seus possíveis de linha e de volume reinventados. Sabe a melodia do corpo em variações entrecruzadas. Lê o código do corpo, de A ao infinito dos signos e das curvas que dão vontade de morrer de santo orgasmo e de beleza. d) E não gostavas de festa... Ó velho, que festa grande hoje te faria a gente. E teus filhos que não bebem e o que gosta de beber, em torno da mesa larga, largavam as tristes dietas, esqueciam seus fricotes, e tudo era farra honesta acabando em confidência. e) Um grito pula no ar como foguete. Vem da paisagem de barro úmido, caliça e andaime hirtos. O sol cai sobre as coisas em placa fervendo. O sorveteiro corta a rua. E o vento brinca nos bigodes do construtor Questão 19 - (PUC SP) Observe a seguinte afirmação feita pelo autor: “Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.” Ela faz referência à função da linguagem cuja meta é “quebrar o gelo”. Indique a alternativa que explicita essa função. a) Função emotiva b) Função referencial c) Função fática d) Função conativa e) Função poética Questão 20 - (PUC MG) Leia atentamente o poema a seguir.

XIII Estou atravessando um período de árvore. O chão tem gula de meu olho por motivo que [meu olho tem escórias de árvore. (...) O chão deseja meu olho por motivo que meu olho [possui um coisário de nadeiras O chão tem gula de meu olho pelo mesmo motivo [que ele tem gula por pregos por latas por folhas A gula do chão vai comer meu olho. No meu morrer tem uma dor de árvore. Sobre ele, é INCORRETO afirmar que: a) privilegia as coisa ínfimas, os restos, o lixo como imagens recorrentes. b) utiliza a repetição como recurso construtivo. c) faz uso de metalinguagem e intertextualidade. d) afirma a identificação do sujeito poético com as coisas. Questão 21 - (UFRN)

CARTA A UM JOVEM QUE FOI ASSALTADO “Foste assaltado. Bem, a primeira coisa a dizer é que isso não chega a ser um fato excepcional. Excepcional é ganhar um bom salário, acertar a loto: mas ser 3assaltado é uma experiência que faz parte do cotidiano de qualquer cidadão brasileiro. Os assaltantes são democráticos: não discriminam idade, nem sexo, nem cor, nem mesmo classe social - grande parte das vítimas é das vilas 6populares. É claro que na hora não pensaste nisso. Ficaste chocado com a fria brutalidade com que o delinqüente te ordenou que lhe entregasse a bicicleta (podia ser o 9tênis, a mochila, qualquer coisa). Entregaste e fizeste bem: outros pagaram com a vida a impaciência, a coragem ou até mesmo o medo - não poucos foram baleados pelas costas. 12Indignação foi o sentimento que te assaltou depois. Afinal, era o fruto do trabalho que o homem estava levando. Não fruto do teu trabalho - até poderia ser - mas o fruto do trabalho do teu pai, o que talvez te doeu mais. 15Ficaste imaginando o homem passando a bicicleta para o receptador, os dois satisfeitos com o bom negócio realizado. É possível que o assaltante tenha dito, nunca ganhei dinheiro tão fácil. E, pensando nisso, a amargura te invade o 18coração. Onde está o exército? Por que não prendem essa gente? Deixa-me dizer-te, antes de mais nada, que a tua indignação é absolutamente justa. Não há nada que justifique o crime, nem mesmo a pobreza. 21Há muito pobre que trabalha, que luta por salários maiores, que faz o que pode para melhorar a sua vida e a vida de sua família - sem recorrer ao roubo ou ao assalto. Mas tudo que eles levam, os ladrões e assaltantes, são coisas materiais. 24E enquanto estiverem levando coisas materiais, o prejuízo, ainda que grande, será só material. Mas não deves deixar que te levem o mais importante. E o mais importante é a 27tua capacidade de pensar, de

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entender, de raciocinar. Sim, é preciso se proteger contra os criminosos, mas não é preciso viver sob a égide do medo. Deve-se botar trancas e alarmes nas portas, não em nossa mente. Deve-se 30repudiar o que fazem os bandidos, mas deve-se evitar o banditismo. Eles te roubaram. É muito ruim, isso. Mas que te roubem só aquilo que podes substituir. Que não te roubem o coração."

SCLIAR, Moacyr. Moacyr Scliar (seleção e prefácio de Luís Augusto Fischer). São Paulo: Global, 2004. p. 267-268. (Coleção Melhores Crônicas)

Glossário: égide: escudo.

Predominam, na crônica, as seguintes funções da linguagem: a) emotiva e referencial, uma vez que o remetente da carta, além de externar um ponto de vista particular sobre o assunto tratado, sustenta esse ponto de vista em dados consistentes sobre a realidade. b) emotiva e metalingüística, uma vez que o remetente da carta, além de externar um ponto de vista particular sobre o assunto tratado, estabelece diferenciações semânticas entre os tipos de roubo. c) conativa e referencial, uma vez que o remetente da carta, além de centralizar o alvo da comunicação no destinatário, expõe, de forma imparcial, informações verdadeiras sobre a realidade. d) conativa e emotiva, uma vez que o remetente da carta, além de centralizar o alvo da comunicação no destinatário, externa um ponto de vista particular sobre o assunto tratado. Questão 22 - (UNAERP SP) Assinale a opção cuja função de linguagem não está corretamente analisada. a) "O poema que segue é o mais popular de Alphonsus de Guimarães. O texto situa-se na parte de sua obra que se inclina a buscar algumas sugestões de forma e conteúdo na tradição poética medieval." (poética) b) "Anda em mim, soturnamente, Uma tristeza ociosa, Sem objetivo, latente, Vaga, indecisa, medrosa" (emotiva) c) "Não ande com o celular pendurado na calça. Fica feio, guarde-o na mochila. Dá pra escutá-lo do mesmo jeito." (conativa) d) "Ah! Jamais ter necessidade de pronunciar essa interjeição…" (metalingüística) e) "Neandertais comiam neandertais." As referências são fortes. Os nossos primos neandertais extintos há uns 30.000 anos, comiam seus semelhantes. (referencial) Questão 23 - (UNIFESP SP)

Este inferno de amar Este inferno de amar – como eu amo! Quem mo pôs aqui n’alma... quem foi? Esta chama que alenta e consome, Que é a vida – e que a vida destrói – Como é que se veio a atear, Quando – ai quando se há-de ela apagar? Almeida Garrett

Nos versos de Garrett, predomina a função a) metalinguística da linguagem, com extrema valorização da subjetividade no jogo entre o espiritual e o profano. b) apelativa da linguagem, num jogo de sentido pelo qual o poeta transmite uma forma idealizada de amor. c) referencial da linguagem, privilegiando-se a expressão de forma racional. d) emotiva da linguagem, marcada pela não contenção dos sentimentos, dando vazão ao subjetivismo. e) fática da linguagem, utilizada para expressar as ideias de forma evasiva, como sugestões. Questão 24 - (UNIMES SP) “A americana não entendia. 'Pois sim' queria dizer não e 'Pois não' queria dizer sim? Tentaram lhe explicar. 'Pois sim' tinha o sentido de 'imagine se alguém diria sim para isso', e 'pois não' o sentido contrário. Então o que queria dizer a palavra 'pois'? Era complicado. E a americana ficou ainda mais impaciente quando, em vez de lhe darem uma resposta, disseram 'Pois é... ' Até que também perderam a paciência com a americana e alguém sugeriu: 'Perguntem a ela sobre a guerra no Iraque.'

Luís Fernando Veríssimo. O Estado de S.Paulo. 14/08/2005, p. D14.

Nos trechos em que se tenta explicar para a americana os sentidos de construções típicas da língua portuguesa, predomina a função: a) referencial da linguagem. b) conativa da linguagem. c) fática da linguagem. d) metalinguística da linguagem. e) emotiva da linguagem. Questão 25 - (UFAC) Ribeirão Preto, SP – Uma quadrilha assaltou o Banco Nossa Caixa de São Simão, na região de Ribeirão Preto, 314 quilômetros ao norte de São Paulo, na manhã desta quinta-feira. [...] Funcionários e seguranças foram rendidos e trancados, e dois assaltantes pegaram o dinheiro do cofre, valor não divulgado. A PM foi avisada às 10h30. Não há pistas do bando. (O Estado de S. Paulo, 23 jan. 2003)

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Identifique a função da linguagem que predomina no seguinte texto: a) emotiva b) poética c) conativa d) referencial e) metalinguística Questão 26 - (UEPB) “A professora do Bocão está corrigindo o dever de casa. Aí, balança a cabeça, olha para o Bocão e diz: – Não sei como uma pessoa só, consegue cometer tantos erros. E o Bocão explica: – Não foi uma pessoa só, professora. Papai me ajudou.”

(ZIRALDO, Alves Pinto. Rolando de rir. O livro das gargalhadas do Menino Maluquinho. São Paulo: Melhoramentos, 2001. p. 20)

Em relação ao texto acima, pode-se concluir que I. há predominância da função metalinguística. II. as falas dos interlocutores se sucedem sem a presença do narrador. III. a comicidade do texto se dá em razão da interpretação literal de “Bocão”. Analise as proposições e marque a alternativa conveniente. a) Apenas II e III estão corretas. b) Apenas I e II estão corretas. c) Apenas I e III estão corretas. d) Apenas III está correta. e) I, II e III estão corretas.

Questão 27 - (MACK SP)

Considere as seguintes afirmações: I. Encontra-se na tira expressão que representa a função fática da linguagem, aquela que põe em evidência o contato linguístico. II. Os sinais de exclamação (1º quadrinho) expressam estados emotivos distintos. III. As respostas da garota (2º e 3º quadrinhos) podem ser consideradas exemplos de orações classificadas pela gramática como reduzidas. Assinale: a) se apenas as afirmações I e II estiverem corretas.

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b) se apenas as afirmações I e III estiverem corretas. c) se apenas as afirmações II e III estiverem corretas. d) se apenas a afirmação III estiver correta. e) se todas as afirmações estiverem corretas. Questão 28 - (UFGD MS) Leia o poema de Mário Quintana e responda à questão O poema Um poema como um gole d´água bebido no escuro. Como um pobre animal palpitando ferido. Como pequenina moeda de prata perdida para sempre na floresta noturna. Um poema seja outra angústia que a sua misteriosa condição de poema. Triste. Solitário. Único. Ferido de mortal beleza. É curioso que o texto tem por título “O poema”, revelando a presença de um das funções da linguagem predominante na intenção do poeta, a saber: a) função emotiva; b) função referencial; c) função metalinguística; d) função fática; e) função conativa.

Questão 29 - (IBMEC SP)

(http://www2.uol.com.br/laerte/tiras/index-overman.html)

A função de linguagem predominante no quadrinho aparece em:

a) “Sentia um medo horrível e ao mesmo

tempo desejava que um grito me anunciasse qualquer acontecimento extraordinário. Aquele silêncio, aqueles rumores comuns, espantavam-me.” (Graciliano Ramos)

b) “a luta branca sobre o papel que o poeta evita, luta branca onde corre o sangue de suas veias de água salgada.” (João Cabral de Melo Neto)

c) “Olá, como vai?/ Eu vou indo e você, tudo bem?/ Tudo bem, eu vou indo pegar um lugar no futuro e você? ” (Paulinho da Viola)

d) “Se um dia você for embora/ Ria se teu coração pedir/ Chore se teu coração mandar.” (Danilo Caymmi & Ana Terra)

e) “Alô, alô continuas a não responder/E o telefone cada vez chamando mais” (André

Filho, com O Grupo do Canhoto) Questão 30 - (UEMS) As funções de linguagem que predominam nos períodos abaixo são, respectivamente: Não interrompa o tratamento sem o conhecimento de seu médico. Seu médico sabe o momento ideal para suspender o tratamento. a) referencial e poética b) metalinguística e referencial c) emotiva e fática d) conativa e referencial e) referencial e conativa

Questão 31 - (UNIFOR CE)

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No quadrinho acima, observamos um problema de comunicação entre os personagens. Assinale a

alternativa que apresenta o elemento da comunicação que levou a esse problema.

a) Canal.

b) Código.

c) Referente.

d) Mensagem.

e) Emissor. Questão 32 - (ESCS DF)

DESAFIO GLOBAL O Globo, 24-11-2008

No momento em que os brasileiros acabam de eleger seus prefeitos e prefeitas, o Brasil sediará o mais importante evento do mundo sobre o combate à exploração sexual de crianças e adolescentes. A coincidência de agendas não foi intencional, mas existe uma forte conexão entre as eleições e o tema que será discutido por autoridades e especialistas de 150 países durante o III Congresso Mundial de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, que acontece entre os dias 25 e 28 de novembro no Rio de Janeiro. Apesar dos avanços obtidos nessa área por governos, ONGs e sociedade civil, evidências confirmam que a exploração sexual de crianças se alastra e atravessa fronteiras geográficas. Mais de uma década após o I Congresso Mundial contra a Exploração Sexual de Crianças, realizado em Estocolmo, a situação é de crescente preocupação. O Congresso Mundial vai debater exatamente esses desafios globais, mas é importante lembrar que as ações devem ser colocadas em prática. Mas, afinal, o que a prefeita e o prefeito eleitos podem fazer? Além de programas e ações de combate ao problema, é fundamental que o município adote um plano municipal de enfrentamento da exploração sexual de crianças e adolescentes, baseado no diálogo entre os principais atores do Sistema de Garantia dos Direitos: conselho dos direitos, conselho tutelar; secretarias municipais, delegacia de proteção à criança; juízes e promotores da infância. Nesse processo, as lideranças comunitárias, os adolescentes e suas famílias são atores fundamentais. Ainda que essa etapa de articulação seja essencial, essa iniciativa deve ter orçamento próprio, dedicado a programas de atendimento às crianças, às redes de proteção à família e a um serviço de denúncia. Dessa forma, o poder público municipal terá condições de cumprir seu papel de prevenir novos casos de exploração, proteger a criança que sofreu violência e punir os agressores de forma mais ágil e eficiente. Enfrentar a exploração sexual de crianças e adolescentes requer persistência. Estamos diante de um problema complexo. Mesmo que esse crime tenha como causa a pobreza e a miséria, é importante ressaltar que a maior incidência de casos é registrada entre meninas e mulheres afro-descendentes e indígenas, com baixa escolaridade e que vivem com suas famílias de baixa renda nas periferias das grandes metrópoles ou municípios de baixo desenvolvimento socioeconômico. A partir de 1o de janeiro os novos prefeitos e prefeitas serão agentes fundamentais. No entanto, cada um de nós também tem um papel nesses esforços: propor e exigir soluções, além de denunciar os casos de violação. Podemos, juntos, colocar um fim a essa prática criminosa e cruel, que marca para sempre a mente de quem sofre

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a violação. Em seus novos mandatos, os representantes políticos nos municípios terão uma oportunidade de mudar de uma vez essa realidade.

(Marie-Pierre Poirier – representante da Unicef no Brasil)

Considerando o texto como um todo, a função de linguagem que nele predomina é: a) referencial; b) conativa; c) fática; d) metalinguística; e) emotiva. Questão 33 - (FCM MG)

A última lição de Chico Anysio A última entrevista de Chico Anysio, falecido em março, foi feita em sua casa e não foi para nenhum jornal, rádio ou TV. Com cerca de 40 minutos de duração, foi concedida ao psiquiatra Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Chico havia sido convidado para ser padrinho da campanha "A sociedade contra o preconceito", 5 da ABP, lançada no Congresso Brasileiro de Psiquiatria, ano passado. Devido ao seu estado de saúde e com medo de não comparecer ao evento, fez questão de deixar algumas palavras aos médicos na abertura do congresso, onde seu depoimento foi exibido. Como sua fala é de grande valia, divido com os leitores algumas de suas últimas palavras. 9 Paciente orgulhoso do psiquiatra Marcos Gebara por quase 25 anos, fez questão de explicitar a importância do tratamento psiquiátrico na sua vida. "Sem os remédios da psiquiatria, eu não teria feito 20% do que fiz." O grande Chico Anysio, que divertiu a vida de gerações de brasileiros, sofreu de depressão por anos a fio. 14 "Depressão é um quadro que só se controla com remédio. O antidepressivo acertou a minha vida. 15 A psiquiatria é fundamental como o ar que eu respiro." A depressão era "um demônio, um gás letal, ela entra e a pessoa não sente que está deprimida. Os outros é que descobrem". 17 Chico definiu como "criminoso" o preconceito contra as doenças mentais, traduzido pela palavra psicofobia. "Achar que ir ao psiquiatra ainda é coisa de maluco é retrato do preconceito. Depressão é uma coisa, maluquice é outra", comparou. 20 Chico se revoltou com o descaso com que governos e autoridades lidam com os transtornos mentais e o fornecimento de medicamentos. "Se é possível ajudar e curar pessoas e isso não é feito, é crime. O governo tem esse dever. Não é favor colocar os remédios psiquiátricos ao alcance dos pobres, é obrigação. É dever do governo. Remédios psiquiátricos precisam ser gratuitos para quem precisa, assim como já acontece com os soropositivos", propôs. Ele afirmava que seu grande mal não era a depressão, mas o cigarro. "Meu pulmão foi meu grande adversário. O grande criminoso da minha vida foi o cigarro. Eu venci a depressão porque pude pagar remédios e psiquiatra. A depressão é vencível, é controlável. É só ir ao psiquiatra e tomar os remédios. O cigarro não." Ele era categórico em afirmar que seu único arrependimento em quase 80 anos de vida era o vício 31 no cigarro. "Sou do tempo em que fumar era coisa de macho. Cary Grant fumava, Humphrey Bogart fumava... Conseguir que uma pessoa pare de fumar significa que ela volte a viver", afirmou emocionado. Ele foi capaz de um feito raro: parar de fumar sozinho. Mas, infelizmente, já era tarde demais. Os danos ao pulmão e coração eram de tal ordem que muito pouco poderia ser revertido. Antes de falecer, Chico andava com a ideia de criar uma fundação com seu nome para apoiar os estudos de combate ao tabagismo. Infelizmente, não teve tempo. Ele tinha a dimensão do poder que suas palavras poderiam ter para as vítimas de depressão e tabagismo. "O humor só existe em países com problemas. Não existe humorista sueco ou finlandês. Do problema nasce o humor. Como humorista, não tenho nenhum poder de consertar uma coisa, mas tenho o dever de denunciá-la. É o que estou fazendo aqui: denunciando a falta de socorro aos doentes mentais no Brasil".

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Que o seu contundente relato alcance aqueles que ainda fumam ou questionam os danos que os transtornos mentais não tratados podem causar na vida de quem os sofre, seus familiares e amigos. 46 Se Chico conseguiu diminuir a tristeza de milhões de brasileiros com o sorriso, que ele possa agora diminuir o preconceito contra as doenças psiquiátricas por meio de suas palavras.

(GIGLIOTTI, A. Folha de São Paulo, 14/08/2012, 1º caderno, p.3.) * Analice Gigliotti,48, mestre em psiquiatria pela Unifesp, é médica e sobrinha de Chico Anysio

Considerando os elementos que compõem o processo de comunicação, o texto ilustra, basicamente, a função: a) fática. b) poética. c) conativa. d) expressiva. Questão 34 - (ESPM SP) Sim, mas não esquecer que para escrever não-importa-o-quê o meu material básico é a palavra. Assim é que esta história será feita de palavras que se agrupam em frases e destas se evola um sentido secreto que ultrapassa palavras e frases.

(Clarice Lispector)

Nesse trecho o texto se volta para o próprio texto, incluindo-se aí o questionamento sobre a criação literária, por isso pode-se afirmar que está presente a função da linguagem: a) emotiva b) conativa c) fática d) referencial e) metalinguística Questão 35 - (IBMEC SP)

Palavras que ferem, palavras que salvam "Posso ajudar?" Eis duas palavrinhas que nos soam mais que familiares. Entra-se numa loja e lá vem: "Posso ajudar?". Está desencadeado um processo durante o qual não mais conseguiremos nos livrar da prestimosa oferta. Ao entrar numa loja, o ser humano necessita de um tempo de contemplação. Precisa se acostumar ao novo ambiente, testar a nova luminosidade, respirar com calma o novo ar. Sobretudo, necessita de solidão para, por meio de um diálogo consigo mesmo, distinguir entre os objetos expostos aquele que mais de perto fala à sua necessidade, ao seu gosto ou ao seu desejo. A turma do "posso ajudar" não deixa. Mesmo que se diga "Não, obrigado; primeiro quero examinar o que há na loja", ela só aparentemente entregará os pontos. Ficará por perto, olhando de esguelha, como policial desconfiado. Onde a situação atinge proporção mais dramática é nas livrarias. Livraria é por excelência lugar que convida ao exame solitário das mesas e das prateleiras. É lugar para passar lentamente os olhos sobre as capas, apanhar e sentir nas mãos um ou outro volume, abrir um ou outro para testar um parágrafo. Um jornal certa vez avaliou como critério de qualidade das livrarias a rapidez com que o atendente se apresentava ao freguês. Clamoroso equívoco. Boa é a livraria em que o atendente só se apresenta quando o freguês o convoca. As melhores, sabiamente, dispensam o "posso ajudar". As mais mal administradas, desconhecedoras da natureza de seu ramo de negócio, insistem nele. Ainda se fossem outras as palavrinhas – "Posso servi-lo? Precisa de alguma informação?" Não; o escolhido é o "posso ajudar", traduzido direto do jargão dos atendentes americanos ("May I help you?"). A má tradução das expressões comerciais americanas já cometeu uma devastação no idioma ao propagar o doentio surto de gerúndios ("Vou estar providenciando", "Posso estar examinando") que, do telemarketing, contaminou outros setores da linguagem corrente. O "posso ajudar" é caso parecido. Tal qual soa em português, mais merecia respostas como: "Pode, sim. Meu carro está com o pneu furado. Você pode trocá-lo?". Ou: "Está quase na hora de buscar meu filho na escola. Você faz isso por mim? Assim me dedico às compras com mais sossego".

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Pode haver algo mais irritante do que o "posso ajudar"? Pode. É o "é só aguardar". Este é próprio dos lugares em que se é obrigado a esperar para ser atendido – o banco, o INSS, o hospital, o cartório, o Detran, a delegacia da Polícia Federal em que se vai buscar o passaporte. Ou bem há uma mocinha distribuindo senhas ou um mocinho organizando a fila. Chega-se, a mocinha dá a senha, o mocinho aponta o lugar na fila, e tanto a mocinha quanto o mocinho dirão em seguida: "Agora é só aguardar". Só? Só mesmo? O que vocês estão dizendo é que o mais difícil, que foi apanhar essa senha ou ouvir a instrução sobre em qual fila entrar – ações que não me custaram mais que alguns segundos –, já passou? Agora é só gozar as delícias desta sala de espera, mais apinhada do que a Faixa de Gaza? Ou apreciar as maravilhas desta fila, comprida como a Muralha da China? Um traço característico da turma do "é só aguardar" é que ela nunca cometerá a descortesia de dizer "é só esperar". Seus chefes lhes ensinaram que é mais delicado, menos penoso, "aguardar" do que "esperar". É um pouco como quando se diz que fulano "faleceu", em vez de dizer que "morreu". A crença geral é que quem falece morre menos do que quem morre. No mínimo, morre de modo menos drástico e acachapante. Há outras ocasiões em que o uso inábil da língua vem em nosso socorro. Exemplos: "Foi movido contra você um processo nº 01239/2009 por danos morais, conforme a Lei nº 9.099, na segunda vara penal. Caso não compareça no lugar especificado no arquivo em anexo poderá implicar em chamada de segunda instância e/ou recolhimento da sociedade". "Todos os clientes MasterCard, devem recadastrar o seu cartão em 72 horas. Este procedimento está sendo ocorrido mundialmente. Caso nosso sistema não reconhecer o recadastramento, ele bloqueia o cartão, isto é, ficando impossibilitado de novas compras. Clique no link abaixo e recadastre". Quem frequenta a internet sabe do que se trata: e-mails de golpistas, ladrões de senhas. Quando não oferecem outros indícios, eles se denunciam pelo incontornável costume de estropiar o idioma. Que bom que a escola brasileira é tão ruim.

(Roberto Pompeu de Toledo. Veja, 25 de março de 2009) Considerando seus conhecimentos sobre funções de linguagem, avalie as afirmações a seguir. I. A expressão “Posso ajudar?”, empregada por atendentes de lojas, exemplifica a função fática, cuja meta é estabelecer contato com o receptor. II. Para compreender o enunciado “Agora é só gozar as delícias desta sala de espera, mais apinhada do que a Faixa de Gaza?”, é necessário informações extralinguísticas, que é a principal característica da função referencial de linguagem. III. O fato de a linguagem estar sendo usada como assunto da própria linguagem permite dizer que, nesse artigo, a função metalinguística é predominante. Está(ão) correta(s) a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas II e III. e) Apenas I e III. Questão 36 - (ESCS DF) CARINHOSO

Pixinguinha e João de Barro Meu coração Não sei por que Bate feliz, quando te vê E os meus olhos ficam sorrindo E pelas ruas vão te seguindo Mas mesmo assim foges de mim.

Ah! Se tu soubesses Como sou tão carinhoso E muito e muito que te quero E como é sincero o meu amor Eu sei que tu não fugirias mais de mim Vem, vem, vem, vem Vem sentir o calor

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Dos lábios meus À procura dos teus Vem matar esta paixão Que me devora o coração

E, só assim então Serei feliz, bem feliz.

Nos três primeiros versos da terceira estrofe do poema, predomina a função de linguagem denominada: a) emotiva ou expressiva; b) conativa ou apelativa; c) fática; d) metalinguística; e) referencial. Questão 37 - (UFS SE)

Disparidades raciais Fator decisivo para a superação do sistema colonial, o fim do trabalho escravo foi seguido pela criação do mito da democracia racial no Brasil. Nutriu-se, desde então, a falsa idéia de que haveria no país um convívio cordial entre as diversas etnias. Aos poucos, porém, pôde-se ver que a coexistência pouco hostil entre brancos e negros, por exemplo, mascarava a manutenção de uma descomunal desigualdade socioeconômica entre os dois grupos e não advinha de uma suposta divisão igualitária de oportunidades. O cruzamento de alguns dados do último censo do IBGE relativos ao Rio de Janeiro permite dimensionar algumas dessas inequívocas diferenças. Em 91, o analfabetismo no Estado era 2,5 vezes maior entre negros do que entre brancos, e quase 60% da população negra com mais de 10 anos não havia conseguido ultrapassar a 4ª. série do 1º. grau, contra 39% dos brancos. Os números relativos ao ensino superior confirmam a cruel seletividade imposta pelo fator socioeconômico: até aquele ano, 12% dos brancos haviam concluído o 3º. Grau, contra só 2,5% dos negros. É inegável que a discrepância racial vem diminuindo ao longo do século: o analfabetismo no Rio de Janeiro era muito maior entre negros com mais de 70 anos do que entre os de menos de 40 anos. Essa queda, porém, ainda não se traduziu numa proporcional equalização de oportunidades. Considerando que o Rio de Janeiro é uma das unidades mais desenvolvidas do país e com acentuada tradição urbana, parece inevitável extrapolar para outras regiões a inquietação resultante desses dados.

(Folha de São Paulo, 9. de jun. de 1996. Adaptado). Considerando as funções que a linguagem pode desempenhar, reconhecemos que, no texto acima, predomina a função: a) apelativa: alguém pretende convencer o interlocutor acerca da superioridade de um produto. b) expressiva: o autor tenciona apenas transparecer seus sentimentos e emoções pessoais. c) fática: o propósito comunicativo em jogo é o de entrar em contato com o parceiro da interação. d) estética: o autor tem a pretensão de despertar no leitor o prazer e a emoção da arte pela palavra. e) referencial: o autor discorre acerca de um tema e expõe sobre ele considerações pertinentes. Questão 38 - (ENEM Simulado) Sentimental 1 Ponho-me a escrever teu nome Com letras de macarrão. No prato, a sopa esfria, cheia de escamas 4 e debruçados na mesa todos contemplam esse romântico trabalho. Desgraçadamente falta uma letra,

7 uma letra somente para acabar teu nome! — Está sonhando? Olhe que a sopa esfria! 10 Eu estava sonhando... E há em todas as consciências este cartaz amarelo: “Neste país é proibido sonhar.” ANDRADE, C. D. Seleta em Prosa e Verso. Rio de Janeiro: Record, 1995.

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Com base na leitura do poema, a respeito do uso e da predominância das funções da linguagem no texto de Drummond, pode-se afirmar que a) por meio dos versos “Ponho-me a escrever teu nome” (v. 1) e “esse romântico trabalho” (v. 5), o poeta faz referências ao seu próprio ofício: o gesto de escrever poemas líricos. b) a linguagem essencialmente poética que constitui os versos “No prato, a sopa esfria, cheia de escamas e debruçados na mesa todos contemplam” (v. 3 e 4) confere ao poema uma atmosfera irreal e impede o leitor de reconhecer no texto dados constitutivos de uma cena realista. c) na primeira estrofe, o poeta constrói uma linguagem centrada na amada, receptora da mensagem, mas, na segunda, ele deixa de se dirigir a ela e passa a exprimir o que sente. d) em “Eu estava sonhando...” (v. 10), o poeta demonstra que está mais preocupado em responder à pergunta feita anteriormente e, assim, dar continuidade ao diálogo com seus interlocutores do que em expressar algo sobre si mesmo. e) no verso “Neste país é proibido sonhar.” (v. 12), o poeta abandona a linguagem poética para fazer uso da função referencial, informando sobre o conteúdo do “cartaz amarelo” (v. 11) presente no local. Questão 39 - (IBMEC SP) Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz Lá a existência é uma aventura De tal modo inconseqüente Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente Vem a ser contraparente Da nora que nunca tive

E como farei ginástica Andarei de bicicleta Montarei em burro brabo Subirei no pau-de-sebo Tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado Deito na beira do rio Mando chamar a mãe d’água Pra me contar as histórias Que no tempo de eu menino Rosa vinha me contar Vou-me embora pra Pasárgada Em Pasárgada tem tudo É outra civilização

Tem um processo seguro De impedir a concepção Tem telefone automático Tem alcalóide à vontade Tem prostitutas bonitas Pra gente namorar E quando eu estiver mais triste Mas triste de não ter jeito Quando de noite me der Vontade de me matar — Lá sou amigo do rei — Terei a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada

(Manuel Bandeira)

Em “Vou-me embora pra Pasárgada”, a mensagem centra-se, exclusivamente, no emissor; logo, predomina a função: a) Poética. b) Conativa ou apelativa. c) Metalingüística. d) Denotativa ou referencial. e) Emotiva ou expressiva. Questão 40 - (IBMEC SP)

O blá-blá-blá das empresas O que você entende da frase "tal colaborador foi desligado"? Antes de pensar que um consultor de sua empresa se mostra desatento ou que um colega que tem contrato temporário foi dispensado de um projeto, experimente trocar a palavra “colaborador” por “funcionário” e “desligado” por “demitido”. Captou a mensagem? Cada vez mais, palavras usadas no discurso das companhias – seja no trato com o funcionário, cliente ou fornecedor – vêm sendo substituídas por outras, capazes de amenizar o que realmente significam. Apontada por especialistas em recursos humanos (RH) como uma ferramenta aplicada para manter um bom clima organizacional, esse vocabulário também é entendido como um reflexo da falta de transparência,

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gerando imprecisão. Resumo da ópera: se você faz, bem, mil coisas diferentes ao mesmo tempo no trabalho, não adianta reclamar que está "sobrecarregado". A empresa provavelmente gosta e considera você um funcionário "multifuncional".

(O Globo, 29/07/2009.) No texto, predomina a seguinte função de linguagem a) apelativa, em que se exploram os jogos de palavras de duplo sentido, comuns nas empresas. b) metalinguística, que consiste em usar o código como objeto de análise do texto. c) fática, empregada para expressar ideias de forma claramente evasiva. d) referencial, uma vez que busca efeitos de objetividade por meio da conotação. e) emotiva, marcada pela subjetividade, dando vazão aos sentimentos expressos nas empresas.

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VARIEDADES LINGUÍSTICAS Questão 01

"Todas as variedades linguísticas são estruturadas e correspondem a sistemas e subsistemas adequados às necessidades de seus usuários. Mas o fato de estar a língua fortemente ligada à estrutura social e aos sistemas de valores da sociedade conduz a uma avaliação distinta das características das suas diversas modalidades regionais, sociais e estilísticas. A língua padrão, por exemplo, embora seja uma entre as muitas variedades de um idioma, é sempre a mais prestigiosa, porque atua como modelo, como norma, como ideal linguístico de uma comunidade. Do valor normativo decorre a sua função coercitiva sobre as outras variedades, com o que se torna uma ponderável força contrária à variação."

Celso Cunha. Nova gramática do português contemporâneo. Adaptado.

A partir da leitura do texto, podemos inferir que uma língua é: a) conjunto de variedades linguísticas, dentre as quais uma alcança maior valor social e passa a ser considerada exemplar.

b) sistema que não admite nenhum tipo de variação linguística, sob pena de empobrecimento do léxico.

c) a modalidade oral alcança maior prestígio social, pois é o resultado das adaptações linguísticas produzidas pelos falantes.

d) A língua padrão deve ser preservada na modalidade oral e escrita, pois toda modificação é prejudicial a um sistema linguístico. Questão 02 - Enem 2013

Até quando? Não adianta olhar pro céu Com muita fé e pouca luta

Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer E muita greve, você pode, você deve, pode crer

Não adianta olhar pro chão Virar a cara pra não ver

Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus

Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer! GABRIEL, O PENSADOR. Seja você mesmo (mas não seja sempre o mesmo).

Rio de Janeiro: Sony Music, 2001 (fragmento).

As escolhas linguísticas feitas pelo autor conferem ao texto a) caráter atual, pelo uso de linguagem própria da internet. b) cunho apelativo, pela predominância de imagens metafóricas. c) tom de diálogo, pela recorrência de gírias. d) espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial. e) originalidade, pela concisão da linguagem. Questão 03 - Enem 2012 Texto I Antigamente

Antigamente, os pirralhos dobravam a língua diante dos pais e se um se esquecia de arear os dentes antes de cair nos braços de Morfeu, era capaz de entrar no couro. Não devia também se esquecer de lavar os pés, sem tugir nem mugir. Nada de bater na cacunda do padrinho, nem de debicar os mais velhos, pois levava tunda. Ainda cedinho, aguava as plantas, ia ao corte e logo voltava aos penates. Não ficava mangando na rua, nem escapulia do mestre, mesmo que não entendesse patavina da instrução moral e cívica. O verdadeiro smart calçava botina de botões para comparecer todo liró ao copo d’água, se bem que no convescote apenas lambiscasse, para evitar flatos. Os bilontras

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é que eram um precipício, jogando com pau de dois bicos, pelo que carecia muita cautela e caldo de galinha. O melhor era pôr as barbas de molho diante de um treteiro de topete, depois de fintar e engambelar os coiós, e antes que se pusesse tudo em pratos limpos, ele abria o arco.

ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983 (fragmento). Texto II

Expressão Significado

Cair nos braços de Morfeu Dormir

Debicar Zombar, ridicularizar

Tunda Surra

Mangar Escarnecer, caçoar

Tugir Murmurar

Liró Bem-vestido

Copo d'água Lanche oferecido pelos amigos

Convescote Piquenique

Treteiro de topete Tratante atrevido

Abrir o arco Fugir

Bilontra Velhaco

FIORIN, J. L. As línguas mudam. In: Revista Língua Portuguesa, n. 24, out. 2007 (adaptado).

Na leitura do fragmento do texto Antigamente constata-se, pelo emprego de palavras obsoletas, que itens lexicais outrora produtivos não mais o são no português brasileiro atual. Esse fenômeno revela que

a) a língua portuguesa de antigamente carecia de termos para se referir a fatos e coisas do cotidiano. b) o português brasileiro se constitui evitando a ampliação do léxico proveniente do português europeu. c) a heterogeneidade do português leva a uma estabilidade do seu léxico no eixo temporal. d) o português brasileiro apoia-se no léxico inglês para ser reconhecido como língua independente. e) o léxico do português representa uma realidade linguística variável e diversificada. Questão 04 Contudo, a divergência está no fato de existirem pessoas que possuem um grau de escolaridade mais elevado e com um poder aquisitivo maior que consideram um determinado modo de falar como o “correto”, não levando em consideração essas variações que ocorrem na língua. Porém, o senso linguístico diz que não há variação superior à outra, e isso acontece pelo “fato de no Brasil o português ser a língua da imensa maioria da população não implica automaticamente que esse português seja um bloco compacto coeso e homogêneo”. (BAGNO, 1999, p. 18)

Sobre o fragmento do texto de Marcos Bagno, podemos inferir, exceto:

a) A língua deve ser preservada e utilizada como um instrumento de opressão. Quem estudou mais define os padrões linguísticos, analisando assim o que é correto e o que deve ser evitado na língua.

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b) As variações linguísticas são próprias da língua e estão alicerçadas nas diversas intenções comunicacionais.

c) A variedade linguística é um importante elemento de inclusão, além de instrumento de afirmação da identidade de alguns grupos sociais.

d) O aprendizado da língua portuguesa não deve estar restrito ao ensino das regras.

e) Segundo Bagno, não podemos afirmar que exista um tipo de variante que possa ser considerada superior à outra, já que todas possuem funções dentro de um determinado grupo social.

Questão 05

Observe a charge abaixo e marque a alternativa correta:

A linguagem da charge revela:

a) Pelo tipo de linguagem usada pelos falantes eles não conseguem se comunicar.

b) Evidenciamos um uso formal da linguagem, visto que eles personagens são estudantes.

c) Expressões como “cê”, “pra”, pobrema” devem ser banidos da língua em qualquer situação.

d) A fala dos personagens evidenciam o uso coloquial da linguagem, motivado por diversos fatores.

e) Não há nenhum tipo de problema com a linguagem usada por eles, podendo ser utilizada também em

trabalhos escolares, requerimentos...

Questão 06

Leia o texto abaixo e assinale a única alternativa correta:

“Iscute o que to dizeno,

Seu dotor, seu coroné:

De fome tão padeceno

Meus fio e minha muiér.

Sem briga, questão nem

guerra,

Meça desta grande terra

Umas tarefas pra eu!

Tenha pena do agregado

Não me dexe deserdado

Daquilo que Deus me deu”

(Patativa do Assaré)

Esse falante, pelos elementos explícitos e implícitos no poema, é identificável como:

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a) Escolarizado proveniente de uma metrópole.

b) Sertanejo de uma área rural.

c) Idoso que habita uma comunidade urbana.

d) Escolarizado que habita uma comunidade no interior do país.

e) Estrangeiro que imigrou para uma comunidade do sul do país.

Questão 07

Leia a música abaixo e marque a única alternativa correta:

Esmola

Uma esmola pelo amor de Deus

Uma esmola, meu, por caridade

Uma esmola pro ceguinho, pro menino

Em toda esquina tem gente só

pedindo.

Uma escola pro desempregado

Uma esmola pro preto, pobre, doente

Uma esmola pro que resta do Brasil

Pro mendigo, pro indigente (...)

(Samuel Rosa/Chico Amaral)

A música registra um pedido de esmola, em que o eu - lírico utiliza uma linguagem:

a) Pouco compreensiva, já que contém vários erros de gramática.

b) Coloquial, crítica, compreensiva, comunicável.

c) Imprópria para os poemas da literatura brasileira.

d) Crítica, porém não-coloquial.

e) Descuidada e cheia de repetições. Questão 08

Com relação ao texto retirado do Orkut, assinale a alternativa correta:

Vc viu como ele xegô em kza hj? Tôdu blz!

a) Não pode ser considerado um texto, visto que não cumpre sua função comunicativa.

b) Por ter palavras abreviadas em excesso está totalmente contrariando as regras da gramática, logo não é um

texto.

c) Esse tipo de escrita é valorizado em qualquer meio de comunicação formal.

d) Mesmo por se tratar de linguagem abreviada, cumpre sua função comunicativa, mas só deve ser utilizada

situações informais como internet, celular etc.

Questão 09 - (IFPE) BRASI DE CIMA E BRASI DE BAXO (Fragmento)

Meu compadre Zé Fulô, Meu amigo e companhêro, Faz quage um ano que eu tou Neste Rio de Janêro; Eu saí do Cariri

Maginando que isto aqui Era uma terra de sorte, Mas fique sabendo tu Que a miséra aqui no Su É esta mesma do Norte.

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Tudo o que procuro acho. Eu pude vê neste crima, Que tem o Brasi de Baxo E tem o Brasi de Cima. Brasi de Baxo, coitado! É um pobre abandonado; O de Cima tem cartaz, Um do ôtro é bem deferente: Brasi de Cima é pra frente, Brasi de Baxo é pra trás.

Aqui no Brasil de Cima, Não há dô nem indigença, Reina o mais soave crima De riqueza e de opulença; Só se fala de progresso, Riqueza e novo processo De grandeza e produção. Porém, no Brasi de Baxo Sofre a feme e sofre o macho A mais dura privação.

Brasi de cima festeja Com orquestra e com banquete, De uísque dréa e cerveja Não tem quem conte os rodete. Brasi de baxo, coitado! Vê das casa despejado Home, menino e muié Sem achá onde morá Proque não pode pagá O dinhêro do alugué.

No Brasi de Cima anda As trombeta em arto som Ispaiando as propaganda De tudo aquilo que é bom. No Brasi de Baxo a fome Matrata, fere e consome Sem ninguém lhe defendê; O desgraçado operaro Ganha um pequeno salaro Que não dá pra vivê.

Inquanto o Brasi de cima Fala de transformação, Industra, matéra-prima, Descobertas e invenção, No Brasi de Baxo isiste O drama penoso e triste Da negra necissidade; É uma coisa sem jeito E o povo não tem dereito Nem de dizê a verdade. No Brasi de Baxo eu vejo Nas ponta das pobre rua O descontente cortejo De criança quage nua. Vai um grupo de garoto Faminto, doente e roto Mode caçá o que comê Onde os carro põe o lixo, Como se eles fosse bicho Sem direito de vivê. Estas pequenas pessoa, Estes fio do abandono, Que veve vagando à toa Como objeto sem dono, De manêra que horroriza, Deitado pela marquiza, Dromindo aqui e aculá No mais penoso relaxo, É deste Brasi de Baxo A crasse dos Marginá. Meu Brasi de Baxo, amigo, Pra onde é que você vai? Nesta vida do mendigo Que não tem mãe nem tem pai? Não se afrija, nem se afobe, O que com o tempo sobe, O tempo mesmo derruba; Tarvez ainda aconteça Que o Brasi de Cima desça E o Brasi de Baxo suba.

[...] (ASSARÉ, Patativa do. Melhores poemas.

Seleção de Cláudio Portella. São Paulo: Global, 2006. p.329-332)

Ao observar a variedade linguística e o nível de linguagem utilizados no poema, é correto caracterizar o eu lírico como

a) um cidadão escolarizado que vive em um grande centro urbano, pois utiliza muitas gírias.

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b) uma pessoa idosa porque, no vocabulário utilizado, aparecem palavras ou expressões que remetem a uma variação histórica.

c) um cidadão sertanejo pouco escolarizado, já que sua linguagem guarda singularidades regionais e se distancia do registro culto.

d) um cidadão escolarizado que faz uso de um vocabulário técnico com o objetivo de ser compreendido pelo grupo do qual faz parte.

e) um estudante que utiliza a variedade coloquial da língua a fim de criticar a sociedade na qual está inserido. Questão 10 - (ACAFE SC)

A língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes. O uso de uma língua varia de época para época, de região para região, de classe social para classe social, e assim por diante. Nem individualmente podemos afirmar que o uso seja uniforme. Dependendo da situação, uma mesma pessoa pode usar diferentes variedades de uma só forma da língua.

Nesse sentido, correlacione as colunas a seguir.

(1) variação social (2) variação regional (3) variação de contato com a língua italiana (4) registro formal (5) registro informal

( ) Eu queria ver ele, porque ele queria me ver. Então o que me marcou, na minha vida aí, foi isso aí. Esse aí

marcou muito. ( ) Quanto me custa a musculaçon!? ( ) Dirijo-me a V. Sa. para solicitar auxílio-doença nos termos da lei. ( ) Vinha descendo a rua principal, de uma feita, com a cabeça cheia de “veneno” que se compra nos balcões de

bolicho, em copitos de fundo grosso. Parecendo, pelo andar balanceado, que totalmente borracho (Silva Rillo). ( ) Ocê já viu uma prantação de tumati?

A sequência correta, de cima para baixo, é:

a) 3 - 5 - 1 - 2 - 4 b) 4 - 2 - 5 - 1 - 3 c) 5 - 3 - 4 - 2 - 1 d) 2 - 4 - 3 - 1 – 5

Questão 11 - (UNIFOR CE) Asa Branca Luíz Gonzaga/Humberto Teixeira Quando “oiei” a terra ardendo Qual a fogueira de São João Eu perguntei a Deus do céu, ai Por que tamanha judiação Eu perguntei a Deus do céu, ai Por que tamanha judiação Que braseiro, que fornaia

Nem um pé de “prantação” Por farta d’água perdi meu gado

Morreu de sede meu alazão Por farta d’água perdi meu gado Morreu de sede meu alazão Inté mesmo a asa branca Bateu asas do sertão “Intonce” eu disse, adeus Rosinha Guarda contigo meu coração “Intonce” eu disse, adeus Rosinha Guarda contigo meu coração Hoje longe, muitas légua

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Numa triste solidão Espero a chuva cair de novo

Pra mim vortar pro meu sertão [...]

Disponível em: < http://letras.mus.br/luizgonzaga/ 47081/ >. Acesso em: 08/11/2012.

A poesia de Luiz Gonzaga apresenta a variação da norma padrão da língua no que se refere:

a) à sintaxe. b) ao gênero. c) à pronúncia. d) ao vocabulário. e) à semântica.

Questão 12 - (ESPM RS)

Um caso especial de variação de estilo é o que se vê no tabu linguístico, quando os falantes evitam determinados assuntos como um todo, ou certas palavras em situações particulares (por exemplo, na presença de estranhos, de membros do sexo oposto, de crianças, de pessoas mais velhas etc). Tanto quanto se sabe, esse fenômeno é encontrado em todas as comunidades, embora o tipo de assunto e de vocabulário, assim como as situações nas quais os tabus operam, variem consideravelmente. Na Inglaterra, nomes de divindades e palavras com conotações religiosas (sem dúvida, relíquias de atitudes mágicas mais antigas em relação à língua), da mesma forma que palavras consideradas obscenas, algumas vezes parecem aliviar os sentimentos de tensão simplesmente ao serem pronunciadas; mas, na maioria das situações, seu uso é desaprovado como blasfêmia e outras expressões são introduzidas.

(R. H. Robins, Linguística Geral, Porto Alegre, Ed.Globo) Para o autor, a Inglaterra:

a) simboliza um caso especial de variação de estilo de falar. b) apresenta-se como uma exceção linguística ao usar nomes de divindades ou palavras religiosas. c) observa regras de mágica religiosa em situações de tensão no ato da fala. d) constitui um exemplo de variação de estilo de falar em decorrência de tabus linguísticos. e) apresenta exemplos gritantes de xingamentos em situações de tensão.

Questão 13 - (ENEM)

A substituição do haver por ter em construções existenciais, no português do Brasil, corresponde a um dos processos mais característicos da história da língua portuguesa, paralelo ao que já ocorrera em relação a ampliação do domínio de ter na área semântica de “posse”, no final da fase arcaica. Mattos e Silva (2001:136) analisa as vitórias de ter sobre haver e discute a emergência de ter existencial, tomando por base a obra pedagógica de João de Barros. Em textos escritos nos anos quarenta e cinquenta do século XVI, encontram-se evidências, embora raras, tanto de ter “existencial”, não mencionado pelos clássicos estudos de sintaxe histórica, quanto de haver como verbo existencial com concordância, lembrado por Ivo Castro, e anotado como “novidade” no século XVIII por Said Ali.

Como se vê, nada é categórico e um purismo estreito só revela um conhecimento deficiente da língua. Há mais perguntas que respostas. Pode-se conceber uma norma única e prescritiva? É válido confundir o bom uso e a norma com a própria língua e dessa forma fazer uma avaliação crítica e hierarquizante de outros usos e, através deles, dos usuários? Substitui-se uma norma por outra?

CALLOU, D. A propósito de norma, correção e preconceito linguístico: do presente para o passado, In: Cadernos de Letras da UFF, n.° 36, 2008.

Disponível em: www.uff.br. Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado).

Para a autora, a substituição de “haver” por “ter” em diferentes contextos evidencia que

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a) o estabelecimento de uma norma prescinde de uma pesquisa histórica. b) os estudo clássicos de sintaxe histórica enfatizam a variação e a mudança na língua. c) a avaliação crítica e hierarquizante dos usos da língua fundamenta a definição da norma. d) a adoção de uma única norma revela uma atitude adequada para os estudos linguísticos. e) os comportamentos puristas são prejudiciais à compreensão da constituição linguística.

Questão 14- (ENEM)

Motivadas ou não historicamente, normas prestigiadas ou estigmatizadas pela comunidade sobrepõem-se ao longo do território, seja numa relação de oposição, seja de complementaridade, sem, contudo, anular a interseção de usos que configuram uma norma nacional distinta da do português europeu. Ao focalizar essa questão, que opõe não só as normas do português de Portugal às normas do português brasileiro, mas também as chamadas normas cultas locais às populares ou vernáculas, deve-se insistir na ideia de que essas normas se consolidaram em diferentes momentos da nossa história e que só a partir do século XVIII se pode começar a pensar na bifurcação das variantes continentais, ora em consequência de mudanças ocorridas no Brasil, ora em Portugal, ora, ainda, em ambos os territórios.

CALLOU, D. Gramática, variação e normas. In: VIEIRA, S. R.; BRANDÃO, S. (orgs). Ensino de gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2007 (adaptado).

O português do Brasil não é uma língua uniforme. A variação linguística é um fenômeno natural, ao qual todas as línguas estão sujeitas. Ao considerar as variedades linguísticas, o texto mostra que as normas podem ser aprovadas ou condenadas socialmente, chamando a atenção do leitor para a

a) desconsideração da existência das normas populares pelos falantes da norma culta. b) difusão do português de Portugal em todas as regiões do Brasil só a partir do século XVIII. c) existência de usos da língua que caracterizam uma norma nacional do Brasil, distinta da de Portugal. d) inexistência de normas cultas locais e populares ou vernáculas em um determinado país. e) necessidade de se rejeitar a ideia de que os usos frequentes de uma língua devem ser aceitos.

Questão 15 - (UFMS)

Leia o excerto abaixo, extraído da obra “Os Subterrâneos da Liberdade: Agonia da Noite”, de Jorge Amado.

Avô, mesmo que a gente morra, é melhor morrer de repetição na mão, brigando com o coronel, que morrer em cima da terra, debaixo de relho, sem reagir. Mesmo que seja pra morrer nós deve dividir essas terras, tomar elas pra gente. Mesmo que seja um dia só que a gente tenha elas, paga a pena de morrer. Levando-se em conta a variação linguística, assinale a(s) proposição(ões) correta(s) a respeito da linguagem do texto lido.

01. Trata-se de uma variante coloquial. 02. Trata-se de uma variante popular. 04. O texto apresenta construções típicas dos dialetos populares e, por isso, não previstas no sistema linguístico

do português. 08. O uso das expressões “nós deve” e “a gente tenha elas” podem ocorrer em situações informais. 16. O texto é um exemplo característico de variantes inovadoras.

Questão 16 - (ENEM)

Serafim da Silva Neto defendia a tese da unidade da língua portuguesa no Brasil, entrevendo que no Brasil as delimitações dialetais espaciais não eram tão marcadas como as isoglossas*1 da România Antiga. Mas Paul Teyssier, na sua História da Língua Portuguesa, reconhece que na diversidade socioletal essa pretensa unidade se desfaz. Diz Teyssier:

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“A realidade, porém, é que as divisões ‘dialetais’ no Brasil são menos geográficas que socioculturais. As diferenças na maneira de falar são maiores, num determinado lugar, entre um homem culto e o vizinho analfabeto que entre dois brasileiros do mesmo nível cultural originários de duas regiões distantes uma da outra.”

SILVA, R. V. M. O português brasileiro e o português europeu contemporâneo: alguns aspectos da diferença. Disponível em:

www.uniroma.it. Acesso em: 23 jun. 2008.

*1 isoglossa – linha imaginária que, em um mapa, une os pontos de ocorrência de traços e fenômenos linguístico idênticos.

FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986

De acordo com as informações presentes no texto, os pontos de vista de Serafim da Silva Neto e de Paul Teyssier convergem em relação

a) à influência dos aspectos socioculturais nas diferenças dos falares entre indivíduos, pois ambos consideram

que pessoas de mesmo nível sociocultural falam de forma semelhante. b) à delimitação dialetal no Brasil assemelhar-se ao que ocorria na România Antiga, pois ambos consideram a

variação linguística no Brasil como decorrente de aspectos geográficos. c) à variação sociocultural entre brasileiros de diferentes regiões, pois ambos consideram o fator sociocultural

de bastante peso na constituição das variedades linguísticas no Brasil. d) à diversidade da língua portuguesa na România Antiga, que até hoje continua a existir, manifestando- se nas

variantes linguísticas do português atual no Brasil. e) à existência de delimitações dialetais geográficas pouco marcadas no Brasil, embora cada um enfatize aspectos

diferentes da questão. Questão 17 - (ENEM)

Compare os textos I e II a seguir, que tratam de aspectos ligados a variedades da língua portuguesa no mundo e no Brasil.

Texto I Acompanhando os navegadores, colonizadores e comerciantes portugueses em todas as suas incríveis viagens,

a partir do século XV, o português se transformou na língua de um império. Nesse processo, entrou em contato — forçado, o mais das vezes; amigável, em alguns casos — com as mais diversas línguas, passando por processos de variação e de mudança linguística. Assim, contar a história do português do Brasil é mergulhar na sua história colonial e de país independente, já que as línguas não são mecanismos desgarrados dos povos que as utilizam. Nesse cenário, são muitos os aspectos da estrutura linguística que não só expressam a diferença entre Portugal e Brasil como também definem, no Brasil, diferenças regionais e sociais.

PAGOTTO, E. P. Línguas do Brasil. Disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br. Acesso em: 5 jul. 2009 (adaptado).

Texto II

Barbarismo é vício que se comete na escritura de cada uma das partes da construção ou na pronunciação. E em nenhuma parte da Terra se comete mais essa figura da pronunciação que nestes reinos, por causa das muitas nações que trouxemos ao jugo do nosso serviço. Porque bem como os Gregos e Romanos haviam por bárbaras todas as outras nações estranhas a eles, por não poderem formar sua linguagem, assim nós podemos dizer que as nações de África, Guiné, Ásia, Brasil barbarizam quando querem imitar a nossa.

BARROS, J. Gramática da língua portuguesa. Porto: Porto Editora, 1957 (adaptado).

Os textos abordam o contato da língua portuguesa com outras línguas e processos de variação e de mudança decorridos desse contato. Da comparação entre os textos, conclui-se que a posição de João de Barros (Texto II), em relação aos usos sociais da linguagem, revela

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a) atitude crítica do autor quanto à gramática que as nações a serviço de Portugal possuíam e, ao mesmo tempo, de benevolência quanto ao conhecimento que os povos tinham de suas línguas.

b) atitude preconceituosa relativa a vícios culturais das nações sob domínio português, dado o interesse dos falantes dessa línguas em copiar a língua do império, o que implicou a falência do idioma falado em Portugal.

c) o desejo de conservar, em Portugal, as estruturas da variante padrão da língua grega — em oposição às consideradas bárbaras —, em vista da necessidade de preservação do padrão de correção dessa língua à época.

d) adesão à concepção de língua como entidade homogênea e invariável, e negação da ideia de que a língua portuguesa pertence a outros povos.

e) atitude crítica, que se estende à própria língua portuguesa, por se tratar de sistema que não disporia de elementos necessários para a plena inserção sociocultural de falantes não nativos do português.

Questão 18 - (UFF RJ)

Falar uma única língua num território de dimensões continentais faz parte do imaginário de nossa identidade nacional. Mas até que ponto resiste essa unidade lingüística brasileira? (...) Historicamente, as variações de pronúncia, entonação e ritmo observados no Brasil espelham a expansão heterogênea do português desde a colonização do país. Tupi-guarani, ioruba, banto, castelhano, holandês, francês, árabe, alemão, italiano, inglês são alguns dos idiomas que influenciaram a variação existente no português daqui.

Revista Língua, 2007

Assinale o fragmento de texto que apresenta, de forma mais abrangente, o pluralismo étnico e cultural na formação da sociedade brasileira. a) A refavela

Batuque puro De samba duro de marfim Marfim da costa De uma Nigéria Miséria, roupa de cetim

Gilberto Gil b) É negro, e branco, e nisei

É verde, é índio peladão E mameluco, e cafuso, e confusão Oh Pindorama quero seu Porto Seguro Suas palmeiras, suas pêras, seu café Suas riquezas, praias, cachoeiras Quero ver o seu povo de cabeça em pé

Seu Jorge c) Brasília tem o seu destaque

Na arte, na beleza e arquitetura Feitiços de garoa pela serra São Paulo engrandece a nossa terra Do Leste por todo Centro-Oeste Tudo é belo, e tem lindo matiz

Silas de Oliveira d) Vanina linda, Vanina linda

Lisboa linda E a Porto infinda Luanda é linda, ô Vanina, ô Vanina Também Cabinda E lá Dili, Timor Leste Serás bem-vinda ou bem-ida Maputo e fina, ô Vanina, ô Vanina

Martinho da Vila

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e) Vim do Norte vim de longe De um lugar que já não há Vim dormindo pela estrada Vim parar neste lugar Meu cheiro é de cravo Minha cor de canela A minha bandeira É verde-amarela

Tom Jobim Questão 19 - (UNIMONTES MG)

Pérolas, porcos e patetas Bia Abramo

1“Graças a Deus, nunca fui de ler livro.” A frase, definitiva, é de uma das ilustres celebridades criadas no laboratório do "BBB", um tal de Fernando.

É má política ficar indignado com aquilo que já sabemos não ser digno de atenção, mas, ainda assim, por vezes a estupidez dá tais sustos na gente que é difícil ficar impassível.

5Neste caso, o mais intrigante não é, evidentemente, o fato de o moço não ser de “ler livros”. A cultura escrita não goza lá de muito prestígio entre nós, brasileiros, falando de maneira bem genérica. Se consideramos o microcosmo do “BBB” — gente jovem, considerada bonita, com pendores exibicionistas, ambição de se tornar celebridade e propensa a ganhar dinheiro fácil —, o índice deve tender a quase zero. O mais revelador é o alívio com que ele se expressa, como a dizer: “Graças a Deus não fui 10amaldiçoado com essa

estranhíssima vontade, esse gosto bizarro, esse defeito de caráter”. Qual é, exatamente, a ameaça que se pensa haver nos livros, ficamos sem saber, mas o temor de pertencer ao esquisito grupo daqueles que “são de ler livro” fala por si só.

Por outro lado, é nesses momentos de espontaneidade real que o “BBB” tem algum interesse. Embora aqueles que chegaram ao programa não sejam, a rigor, representativos de nada, nessas brechas 15escapa o que vai na cabeça dessas moças e rapazes, de certa forma parecidos com os que estão do lado de fora. O desprestígio do conhecimento letrado é marca funda da sociedade brasileira — e, quando é formulado com tanta veemência e clareza, é preciso prestar atenção.

Enquanto isso, na universidade de Aguinaldo Silva, o pau come. Na novela “Duas Caras”, a instituição de ensino é palco de uma luta renhida entre aqueles que “querem estudar” — para vencer na 20vida, não mais do que isso; estudar aqui tem um valor de troca muito claro — e o bando de baderneiros e oportunistas, identificados como “de esquerda”, que querem tumultuar o projeto “eficiente” do reitor, um ex-militante convertido ao ensino privado.

Todos estudam lá — as mulatas sestrosas da favela, as patricinhas do condomínio, a mulher adulta que volta à sala de aula. Só não se sabe, ao certo, o que se estuda — embora haja gente empunhando livros e cadernos, não há uma indicação sequer (nem nos diálogos, nem nas trajetórias dos personagens) de que, em uma universidade, ao contrário dos shoppings do ensino, deva se produzir conhecimento e que o conhecimento de verdade é transformador. Justamente o que deve temer o “brother” Fernando.

Folha de São Paulo, 3/2/2008

Com base no que se sabe a respeito de Variação Lingüística, de Níveis de Fala e Norma Culta, é CORRETO afirmar a respeito da gíria “o pau come”, usada nesse texto: a) É totalmente inadequada, pois o restante do texto, como é de se esperar num texto jornalístico,

apresenta-se num estilo inteiramente formal. b) Embora aparentemente destoante e imprópria para um texto jornalístico, reflete o tom de deboche com

que a autora trata a questão focalizada no fragmento em que se encontra. c) Trata-se de uma cochilo (=distração) do autor, que deixou passar uma expressão não recomendável na

situação em que ela aparece, ou seja, num jornal marcado pelo apuro da linguagem. d) Nesse tipo de texto, é comum os autores fazerem uso de uma linguagem informal, e até certo ponto

desleixada, para adequá-lo ao perfil do leitor a quem o mesmo se destina.

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Questão 20 - (UFPel RS)

O “internetês”, como popularmente é conhecida essa linguagem, vem sendo uma variante da língua escrita cada vez mais utilizada pelos internautas. Esse novo modo de escrever, trazido no bojo das novas tecnologias, utiliza-se de determinados recursos de modo a assegurar uma comunicação mais rápida nos “chats”. O seguinte diálogo, extraído de uma sessão de bate-papo via IRC – software desenvolvido para comunicação virtual – , ilustra esse uso:

1<IrcLittleGirl> oie. c tae? 2<NLO_matrix> aham. 3<IrcLitteGirl> mas eh um virciado msm... 4 hehehehe. iaih como c vai? 5<NLO_matrix> bah, se eu so virciado, tu eh

nerd... 6 hiahuahauaahua. td blz. tu?

7<IrcLittleGirl> + ou :’( 8<NLO_matrix> tche, conta ae 9<IrcLittleGirl> melhor naum 10<NLO_matrix>:/ 11<IrcLittleGirl>afff... tah bom. bombei de novu

em 12 fisik. Pod issu? Fala seriu... 13<NLO_matrix> <o> psss mas me caiu os butiah 14 do bolso agora. Deu pra ti entaum? 15<IrcLittleGirl> nem tantu... tm mais um

semestre

16 pela frent, ops bimestre mas tipow se eu rodar jag

17 era...Panico rulezzz... 18<NLO_matrix> ah meo tens q t enkrna, faze os 19 troçu em ksa, pegah aula particular 20<IrcLittleGirl> kra eu jah fiz td issu mas tipow

na hr 21 da prova dah um tilt ta ligadu? 22<NLO_matrix> sei, sei... t deu um ctrl alt del no 23 cérebro. fico tri d kra qdo me dah uma

dessa... 24<IrcLittleGirl> kkkkkk... peor. No stress. 25<NLO_matrix> flw. m xama no pvt.:***** 26<IrcLittleGirl> nem adoro tu entaum...; ) 27 bjinhuxxxx 28<NLO_matrix> vlw. eu tb. Ah, manda um [ ] p saulo. t+ 30<IrcLittleGirl> pod cre. xauzinhu

I. Os erros presentes no texto possuem diferentes motivos, dentre eles a redução de palavras (namo –

namorado), a supressão de vogais (qr – quer) ou até mesmo o empréstimo de palavras do inglês (pvt – private – privado).

II. O termo ops (linha 16) está para uma expressão de retificação, assim como aham (linha 2) está para uma de confirmação, ao passo que tipow (linha 16) (variação internética da gíria “tipo”) é uma partícula expletiva, ou seja, pode ser retirada sem prejuízo de sentido.

III. Pelo texto, é correto depreender que o interlocutor masculino possui mais marcas gaúchas em sua linguagem, utilizando um nível entre o regionalista e o coloquial.

IV. O símbolo :/ (linha 10), pelo contexto, poderia ser corretamente substituído por: “Eu não acredito nisso que me contaste... Que coisa desagradável!”

Estão corretas apenas as afirmativas a) I e IV. b) I e II. c) II e III. d) II e IV. e) I, II e IV.

Questão 21 - (UPE)

Coração bate de novo no compasso da serenata As cenas são centenárias, mas não há quem não sonhe ser a mocinha ou o mocinho que cruzam olhares

no embalo de uma serenata, que tenham nos olhos o reflexo da chama amarelada das velas sobre a mesa de jantar e que, emocionados, molhem o sorriso com lágrimas na entrega da rosa.

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O comportamento parece ridículo, mas também não há quem não sonhe em ficar sentado horas esperando o telefone tocar para, depois, relembrar palavra por palavra dada do outro lado da linha; escrever frases bregas no cartãozinho mais brega ainda (e achar um exemplo de bom gosto e originalidade); ficar sem fome (ou comer demais); ouvir música (melosa) sem descanso e perder o maior tempo imaginando os passos do outro.

Não há quem não queira ser o motivo da “loucura” e da inspiração (mesmo desastrada) para o versinho que vem assinado pelo Chuchu, pelo Fofo ou pela Gatinha – apelidos que fazem o resto do mundo cair na gargalhada e ele(a) se sentir realmente fofo, um chuchu ou uma gatinha. Os últimos românticos ganharam milhões de companheiros.

O romantismo sobreviveu a todas as formas de revoluções de comportamento. Ele pode ter emprestado as vestes da modernidade, mas, despido, ainda tem as velhas formas que emocionam todas as gerações. Não há como negar. Não há quem não queira ser o te do Eu te amo.

(Márcia Guerreiro, O Estado de São Paulo, 12 jun. 1994.)

A partir de noções ligadas à questão da ‘variação linguística’, avalie os comentários que são feitos a seguir.

I. O fato de um texto ser escrito para tornar-se uma comunicação pública – como aconteceu com o texto D – justifica a opção pela norma padrão da língua, a norma socialmente prestigiada.

II. O tema desenvolvido no texto D bem como os contextos mais prováveis de sua circulação motivaram o uso de uma linguagem mais informal. A opção por certos diminutivos e a escolha de certas palavras atestam esse teor mais coloquial do texto.

III. Sob a perspectiva da variação linguística, não existe ‘língua intrinsecamente melhor ou pior’. Existe língua mais adequada ou menos adequada às condições da situação em que ocorre. O texto D poderia ser inadequado, se dirigido a crianças menores.

IV. Um trecho como “o reflexo da chama amarelada das velas sobre a mesa de jantar” desvirtua a dimensão jornalística do texto. A metáfora é um recurso reservado à linguagem poética e artística.

V. A declaração “Eu te amo” poderia, aqui no Brasil e em um contexto menos formal, assumir a formulação “Te amo”. O pronome no início do período, nesse caso, confirmaria o uso corrente do português brasileiro.

Os comentários corretos estão presentes nos itens: a) I, II, III e V, apenas. b) II, III e IV, apenas. c) I e II, apenas. d) I, II, III e IV, apenas. e) I, III, IV e V, apenas.

Questão 22 - (UDESC SC)

Tiro ao Álvaro

01 De tanto levar frechada do teu olhar Meu peito até parece, sabe o quê? Táubua de tiro ao álvaro, não tem mais onde furar Teu olhar mata mais do que bala de carabina

05 Que veneno estriquinina Que peixeira de baiano Teu olhar mata mais Que atropelamento de automóver Mata mais que bala de revórver

(Adoniran Barbosa e Oswaldo Moles)

Assinale a alternativa INCORRETA.

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a) Só é possível entender o texto, se o falante tiver conhecimento de variação lingüística. b) Versos como os do trecho Tiro ao Álvaro podem estimular as pessoas a falar de forma incorreta, fugindo

às normas da linguagem padrão. c) A linguagem do Texto 2 está escrita na forma não-padrão da língua portuguesa. d) Através da linguagem, a cultura e a realidade dos falantes se manifestam. e) A pronúncia lexical de “frechada”, “táubua” e “álvaro” é aceitável em determinado dialeto da Língua

Portuguesa falada no Brasil. Questão 23 - (PUC PR)

Em relação às duas estrofes do poema Aula de Português, de Carlos Drummond de Andrade, assinale a alternativa INCORRETA:

A linguagem na ponta da língua, tão fácil de falar e de entender. A linguagem na superfície estrelada das estrelas, sabe lá o que ela quer dizer?

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Boitempo. In: Poesia e Prosa. Rio: Nova Aguilar, 1988.)

a) As estrofes fazem oposição entre as modalidades falada e escrita da língua. b) Para o poeta, a modalidade escrita é mais valorizada, complexa e, portanto, letrada; daí a sua dificuldade

em entendê-la. c) As estrofes focalizam o fenômeno da variação lingüística, isto é, das variedades coloquial e poética. d) As estrofes sugerem que a língua não é homogênea nem uniforme sob o ponto de vista de seu uso. e) O poeta sugere que há melhor desempenho do usuário em uma modalidade lingüística que em outra.

Questão 24 - (UFPE)

A linguística se ocupa de muitos aspectos da linguagem e de seu uso; um aspecto do uso da linguagem de que a linguística não se ocupa é a distinção entre o “certo” e o “errado” na língua. O ensino do português muitas vezes difunde a crença de que existe uma maneira “certa” de usar a língua, e que essa é a única maneira aceitável; todas as outras são “erradas”, devem ser evitadas. Isso é reforçado por colunas em jornais, gramáticas escolares, livros de “não erre mais” e a pressão social de todo momento. Essa atitude, com suas perniciosas consequências, tem sido objeto de crítica por parte de linguistas e professores, mas continua muito presente na escola e na vida. Não há a menor base linguística para a distinção entre “certo” e “errado” – o linguista se interessa pela língua como ela é, e não como ela deveria ser. Imagine-se um historiador que descobre que determinado povo antigo praticava sacrifícios humanos. Ele, pessoalmente, pode desaprovar esse costume, mas nem por isso tem o direito de afirmar que os sacrifícios não ocorriam – um fato é um fato, e precisa ser respeitado. No entanto, quantas vezes não nos dizem que a palavra chipanzé “não existe” (porque o “certo” seria chimpanzé)? Dizer isso é desrespeitar o fato de que milhões de pessoas dizem chipanzé. Um linguista parte sempre dos fatos, e a cada passo verifica suas teorias em confronto com eles: se muitos falantes dizem chipanzé, então ele precisa registrar esse fato, e levá-lo em conta em sua descrição e teorização. E se todo mundo diz me dá ele aí, essa é uma estrutura legítima da língua falada do Brasil, e precisa figurar na descrição. A oposição entre “certo” e “errado” muitas vezes corresponde, no fundo, à oposição – essa, sim, legítima – entre língua falada e língua escrita. É fato (e, portanto, temos que respeitar) que a gente não escreve como fala. E se é um fato, deve figurar em algum ponto de uma gramática completa da língua. Mas se é errado escrever me dá ele aí em uma carta formal de pedido de emprego, é igualmente errado sentar na mesa do bar e dizer dê-me esse copo. Cada variedade da língua é apropriada em seu contexto próprio, e os falantes

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sabem isso muito bem, tanto é que empregam com toda a segurança a variedade adequada à situação do momento: ninguém fala como escreve, e ninguém escreve como fala. Isso, já que é um fato, merece ser descrito e eventualmente ensinado. Mas note-se a diferença: não se trata de dizer que me dá ele aí é “errado”, mas que é uma forma coloquial, usada na fala. Diga-se, de passagem, que as formas faladas são usadas em uma variedade muito maior de situações, em ocasiões muito mais numerosas, por um número muito maior de falantes do que as formas escritas. Assim, elas são as representantes mais genuínas da língua do Brasil. [...] Diz-se, às vezes, que os linguistas são permissivistas para quem “tudo vale, desde que haja comunicação.” Não é verdade. Por exemplo, praticamente ninguém questiona a conveniência de se ensinar o uso do português padrão escrito, desde que limitado aos contextos em que ele é socialmente aceito. O português padrão é, queiramos ou não, a nossa língua erudita, e, no que pese seu caráter exclusivamente escrito, está aí para ficar. O que se defende é o respeito aos fatos: a língua falada também existe e constitui um objeto de estudo interessante e importante. Um linguista, portanto, não deve fazer julgamentos de valor a respeito de seu objeto de estudo – para ele, qualquer variedade da língua tem interesse, desde que realmente exista e seja usada (ou tenha sido usada) por uma comunidade. Uma pessoa que não consegue se libertar da sensação de que certas formas da língua são “feias”, “erradas” ou de alguma maneira desagradáveis deveria procurar outra profissão que não a de linguista ou professor de línguas.

(PERINI, Mário A. Princípios de linguística descritiva: introdução ao pensamento gramatical. São Paulo: Parábola, 2006, p.21-23.

Adaptado.) Marque V ou F, considerando o propósito comunicativo que prevalece no texto é o de propor uma reflexão sobre:

00. as concepções linguísticas que ganharam prioridade em colunas de jornais, em gramáticas escolares e em livros didáticos.

01. as bases teóricas a partir das quais se pode analisar os usos linguísticos que ocorrem nos diferentes contextos da interação verbal.

02. a variação dos usos linguísticos no que concerne aos julgamentos de valor que podem ser feitos em relação a esses usos.

03. as relações existentes entre língua falada e língua escrita e os respectivos contextos sociais aos quais cada uma deve adequar-se.

04. as condições que definem o português padrão, ou seja, os usos eruditos da língua falada e da língua escrita por brasileiros.

Questão 25 - (ESCS DF)

INSÔNIAS Carlos Heitor Cony

Um dos argumentos usados para promover a venda de canais a cabo foi o da insônia. A TV dita aberta tinha o hábito de sair do ar por volta das duas da manhã. E alguns canais saíam antes, outros depois.

Aqueles que, por um motivo ou por outro, não estavam dormindo nem fazendo coisa melhor e ligavam o aparelho em busca de alguma coisa para ver ficavam condenados aos chuviscos. Com o advento da TV por assinatura, os insones poderiam dispor de entretenimento, cultura, lazer, o diabo.

Pois sim. Outro dia - aliás, outra noite dessas -, dormi a tarde inteira e, à noite, fiquei sem sono. Fui testar as maravilhas prometidas pelas duas TVs a cabo que aluguei.

Por Júpiter! Nada daquilo me interessava. Não pretendo comprar tapetes, não vou adquirir complicadíssimos aparelhos de malhação, não rezo o terço bizantino, não posso nem quero testar as receitas culinárias oferecidas e demonstradas.

A vida sexual dos golfinhos nunca me interessou e minhas preocupações presentes, passadas e futuras não estão nas grutas pré-históricas do Tibete. Tampouco preciso exorcizar os demônios que me frequentam, convivo bem com todos eles. Mudei o canal para uma cena incompreensível. Dois javalis ou coisas

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equivalentes disputavam uma fêmea, acho que da mesma espécie. Era um pornô animal narrado cientificamente por um especialista de um instituto canadense.

Apertei mais uma vez o controle remoto e vi um sujeito barbado lendo um texto apocalíptico e anunciando o fim do mundo. Ao contrário de me despertar, deu-me sono letal. E voltei para a cama, donde não deveria ter saído.

A frase do texto que mostra uma variação informal do uso da língua é:

a) “...os insones poderiam dispor de entretenimento, cultura, lazer, o diabo.”; b) “Um dos argumentos usados para promover a venda de canais a cabo foi o da insônia.”; c) “A TV dita aberta tinha o hábito de sair do ar por volta das duas da manhã.”; d) “A vida sexual dos golfinhos nunca me interessou...”; e) “E voltei para a cama, donde não deveria ter saído”.

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PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS

Questão 01

Sobre as palavras destacadas, assinale a alternativa correta:

a) A palavra jantar sofreu processo de derivação imprópria.

b) A palavra guisadinho sofreu processo de derivação prefixal.

c) A palavra duplicidade sofreu processo de derivação prefixal e sufixal.

d) A palavra infiltrado é primitiva.

e) A palavra televisão é derivada.

Questão 02 - (UNIFOA MG/2002)

Morte e Vida Severina

O meu nome é Severino

não tenho outro de pia.

Como há muitos Severinos

que é santo de romaria,

deram então de me chamar

Severino de Maria;

Como há muitos Severinos

com mães chamadas Maria,

fiquei sendo o da Maria

do finado Zacarias.

Mas isso ainda diz pouco:

há muitos na freguesia,

por causa de um coronel

que se chamou Zacarias

e que foi o mais antigo

senhor desta sesmaria.

Como então dizer quem fala

ora a Vossas Senhorias?

Vejamos: é o Severino

da Maria do Zacarias,

lá da serra da Costela,

limites da Paraíba.

Mas isso ainda diz pouco:

se ao menos mais cinco havia

com nome de Severino

filhos de tantas Marias

mulheres de outros tantos,

já finados Zacarias,

vivendo na mesma serra

magra e ossuda em que eu vivia.

Somos muitos Severinos

iguais em tudo na vida:

na mesma cabeça grande

que a custo se equilibra,

no mesmo ventre crescido

sobre as mesmas pernas finas,

e iguais também porque o sangue

que usamos tem pouca tinta.

E se somos Severinos

iguais em tudo na vida,

morremos de morte igual,

mesma morte Severina:

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que é a morte de que se morre

de velhice antes dos trinta,

de emboscada antes dos vinte,

de fome um pouco por dia

(de fraqueza e de doença é que a morte severina ataca em qualquer idade, e até gente não nascida).

Somos muitos Severinos

Iguais em tudo e na sina:

a de abrandar estas pedras

suando-se muito em cima,

a de tentar despertar

terra sempre mais extinta,

a de querer arrancar

algum roçado da cinza.

Mas, para que me conheçam

melhor Vossas Senhorias

e melhor possam seguir

a história da minha vida,

passo a ser o Severino

que em vossa presença emigra.

(João Cabral M. Neto – Morte e Vida Severina – Ed. Nova. Fronteira – 1997 – adaptado)

Todas as palavras abaixo possuem um sufixo, exceto:

a) sangue

b) freguesia

c) havia

d) crescido

e) velhice

Questão 03 - (UFAM/2006) Assinale a alternativa que indica os pares de derivação parassintética, derivação regressiva e derivação sufixal,

precisamente nesta ordem:

1. desalmado 3.boiada 5. dentista

2. ataque 4.empalidecer 6. Pesca

a) 2-5, 1-3, 4-6

b) 1-4, 2-6, 3-5

c) 3-4, 1-6, 2-5

d) 1-2, 3-4, 5-6

e) 2-4, 1-5, 3-6

Questão 04 - (UFAM/2007)

Assinale a opção em que ocorre derivação prefixal e sufixal:

a) deslealdade

b) descarregar

c) envelhecer

d) amaciar

e) emplacar

Questão 05 - (FGV /2008)

Com a sociedade de consumo nasce a figura do contribuinte. Tanto quanto a palavra consumo ou consumidor, a

palavra contribuinte está sendo usada aqui numa acepção particular. No capitalismo clássico, os impostos que

recaíam sobre os salários o faziam de uma forma sempre indireta. Geralmente, o Estado taxava os gêneros de

primeira necessidade, encarecendo-os. Imposto direto sobre o contra-cheque era coisa, salvo engano, inexistente.

Com o advento da sociedade de consumo, contudo, criaram-se as condições políticas para que o imposto de renda

afetasse uma parcela significativa da classe trabalhadora.

Quem pode se dar ao luxo de consumir supérfluos ou mesmo poupar, pode igualmente pagar impostos.

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(Fernando Haddad, Trabalho e classes sociais. Em: Tempo Social, outubro de 1997)

Sobre os processos de formação de palavras, é correto afirmar que há a formação de um

a) substantivo por prefixação em supérfluos.

b) adjetivo com sufixo com sentido de profissão em contribuinte.

c) substantivo com prefixo com sentido de negação em impostos.

d) substantivo por sufixação em consumidor.

e) adjetivo com prefixo com sentido de distanciamento em advento.

Questão 06 - (UFRRJ/2008)

(Disponível on-line: www.tiras-hagar.blogspot.com/

2006_05_01_archive.html)

No segundo quadrinho da tirinha de “Hagar, o Horrível”, há o neologismo “desreclamador”, cujo processo de

formação se assemelha ao das seguintes palavras do texto:

a) enquadramentos e interrompem.

b) atentamente e impulsionada.

c) atentamente e enquadramento.

d) entrelaçamento e enquadramento.

e) atentamente e entrelaçamento.

Questão 07 - (UFAM/2008)

Assinale a opção em que ambos os vocábulos exemplificam a derivação parassintética:

a) emudecer, achatamento

b) deslealdade, alistar

c) envergonhar, esfarelar

d) enegrecer, infelizmente

e) desenvolvido, enfileirar

Questão 08 - (FEI SP/1999) Em "É IMPOSSÍVEL esquecer as profecias de Aldous Huxley em seu 'Admirável Mundo Novo'", o termo em

destaque foi formado por qual dos processos de formação das palavras:

a) derivação prefixal

b) derivação regressiva

c) derivação parassintética

d) derivação sufixal

e) derivação imprópria

Questão 09 - (FGV /2001) Assinale a alternativa em que se observe o mesmo processo de formação de palavras que ocorre em

EMPOBRECER.

a) Apogeu.

b) Apelar.

c) Circular.

d) Crucifixo.

e) Apedrejar.

Questão 10 - (UFRRJ/1999)

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O prefixo da palavra em destaque na oração "ao TRANSPOR a porta para a rua..." tem, respectivamente, o

significado de

a) movimento através de.

b) movimento em torno.

c) posição além do limite.

d) movimento para além de.

e) movimento intermitente.

Questão 11 - (UFT TO/2012)

Leia a capa da obra de Osmar Casagrande abaixo.

Osmar Casagrande Campus. A casa: (in)cômodos e (di)versos.

A respeito da apresentação das palavras ‘(in)cômodos’ e ‘(di)versos’, é CORRETO afirmar que:

a) as partículas (in) e (di) são prefixos usados para alterar o sentido das palavras cômodos e versos.

b) o prefixo in- pode ser empregado na palavra cômodos quando esta tem um significado equivalente a calmo,

tranquilo. c) a partícula (in) é um prefixo de negação, que pode formar palavras como incômodo, infeliz e introvertido.

d) o radical da palavra diversos é versos, radical presente também na palavra versificar.

e) a partícula (di) na palavra ‘(di)versos’ é um prefixo que indica dualidade, assim como ocorre na palavra

dissílabo.

Questão 12 - (INTEGRADO RJ/1997)

O que se indica nos parênteses NÃO está correto na opção:

a) bordado (vogal temática).

b) esforço-me (desinência número-pessoal).

c) desenrolando (característica de gerúndio).

d) imperceptível (derivado parassintético).

e) meia-idade (composto por justaposição).

Questão 13 - (FGV /2006)

O Coronel e o Lobisomem

1 – Que faniquito é esse? Respeite a patente

2 e deixe de ficar sestrosa.

3 Foi quando, sem mais nem menos, deu

4 entrada no meu ouvido aquele assobio fi

5 ninho, vindo não atinei de onde. Podia ser

6 cobra em vadiagem de luar. Se tal fosse, a

7 mula andava recoberta de razão. Por isso

8 dei prazo de espera para que a peçonha

9 da cobra saísse no claro. Nisso, outro as

10 sobio passou rentoso de minha barba, com

11 tanta maldade que a mula estremeceu da

12 anca ao casco, ao tempo em que sobrevi

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13 nha do mato um barulho de folha pisada.

14 Inquiri dentro do regulamento militar:

15 – Quem vem lá?

CARVALHO, José Cândido de. O coronel e o lobisomen. 46. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, pp.177-179

No texto, fininho (L. 4-5) apresenta:

a) Sufixo aplicado ao adjetivo e tem sentido intensificador.

b) Sufixo aplicado ao substantivo e tem sentido emotivo.

c) Sufixo aplicado ao advérbio e tem sentido diminutivo.

d) Sufixo aplicado ao adjetivo e tem sentido pejorativo.

e) Sufixo aplicado ao substantivo e tem sentido aumentativo.

Questão 14 - (UFV MG/2008) 1O desbloqueio é um assunto 2fácil de entender. 3Mas tem gente que não está sabendo explicar.

4Todo consumidor pode comprar um celular desbloqueado. Ou seja, um 5aparelho desvinculado de qualquer plano,

que pode ser usado em qualquer 6operadora. Quem garante isso não é essa ou aquela operadora, mas a 7Anatel. É

um direito seu: você pode escolher entre um celular desbloqueado 8e um que não é. E, como em toda escolha, você

abre mão de alguma coisa 9para ter outra. 10Mas, no final das contas, qual das duas opções é a melhor? 11Esta pergunta só você pode responder. 12Se preferir,

você pode comprar seu aparelho desbloqueado aqui na TIM. 13E terá a vantagem de poder usá-lo com qualquer

operadora que quiser. 14Acontece que, por essa razão, nós não damos nenhum desconto no preço do 15aparelho. Nem a TIM, nem as outras

operadoras. Essa é uma prática 16totalmente aceita pela Anatel. Portanto, a liberdade do desbloqueio custa o 17preço

de um aparelho mais caro. 18Se você optar por um celular que só pode ser usado aqui na TIM, terá as 19vantagens naturais de uma relação

duradoura. Por exemplo, o custo do seu 20aparelho será bem menor (conforme também permite a Anatel). Além 21disso, quanto mais você ficar com a TIM, melhor será sua relação 22custo-benefício nos diversos produtos e

serviços que oferecemos. 23Aqui na TIM, você tem as duas opções: desbloqueado ou não. Porque nós 24achamos que quem deve decidir o

que é melhor para você é você mesmo. 25E não a sua operadora.

(O desbloqueio é um assunto fácil de entender. Disponível em:

http://www.tim.com.br/portal/site/PortalWeb/menuitem.8a1c785c7c3d9742649e1610703016a0/?vgnextoid=edb2

e247f73a0110VgnVCM100000a22e700aRCRD&wfe_pweb_are a=45&wfe_pweb_estado=21&. Acesso em: 18

jun. 2008. Adaptado.)

Os processos de formação dos itens lexicais “desbloqueado” e “bloqueio” têm a mesma estrutura das palavras:

a) desvincular, aceitação.

b) descuidado, aceito.

c) desvinculado, passeio.

d) desvantagem, melhoria.

Questão 15 - (UFCG PB/2008)

Considerando os processos de formação das palavras sublinhadas e as relações de sentido que elas podem gerar,

julgue verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmações abaixo.

I. Mergulhar os dentes numa solução contendo cálcio, fosfato e cloreto de potássio estimula a sua

remineralização. A palavra formada por derivação sufixal indica o resultado da reconstrução do dente.

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II. Elas seguem a tendência que os analistas chamam de desmetropolização. O neologismo é motivado pela

derivação prefixal e sufixal e indica diminuição do crescimento das grandes cidades.

III. Esses aparelhos são baseados em reações químicas envolvendo o álcool etílico, presente na baforada e um

reagente, por isso o nome técnico desses aparelhos é etilômetro. A palavra é formada pelo processo de composição

e se refere à medição, por reações químicas, do teor de álcool etílico no sopro de quem bebeu.

IV. O caos no trânsito piora, porque o governo não investiu o suficiente em ônibus e metrô. A palavra é formada

por derivação regressiva, nomeando o transporte das metrópoles.

A sequência correta é:

a) FVVF.

b) FVFV.

c) VVVF.

d) FFVF.

e) VFVV.

Questão 16 - (UNIFOR CE/2001)

O prefixo de origem grega que se encontra na palavra metamorfose tem seu correspondente, de origem latina, com

o mesmo sentido em:

a) revolver.

b) envelhecer.

c) transformação.

d) despregada.

e) ignorada.

Questão 17 - (UFCG PB/2008) (....) 1“Os ruralistas defendem a proposta - o projeto de lei (PL) que muda substancialmente a porcentagem de autorização

para derrubada de vegetação nativa em propriedades privadas na Amazônia - , alegando que a lei, Se aprovada, vai 5incentivar a adesão dos fazendeiros à legislação ambiental e, dessa forma, garantir a sobrevivência de metade da

biodiversidade amazônica. A verdade, porém, é que, num ecossistema frágil como o amazônico, ninguém sabe

quanto de biodiversidade resistiria se 50% dela fosse 10destruída. conforme a floresta encolhe, diminuem o volume

de chuvas e a capacidade de a vegetação reter água. Com isso, a mata fica cada vez mais seca e vulnerável à ação

do calor e do fogo.”

ARAIA, Eduardo , Projeto de lei pode significar, no prazo de algumas décadas, o fim da Floresta Amazônica.

28/05/2008. www.terra.com.br/isto é/sumarios. Acesso em 04/08/08.

Julgue certas (C) ou erradas (E) as assertivas abaixo em relação às palavras “biodiversidade” (l.9) e

“ecossistema”(l.8) utilizadas no texto:

I. Apresentam, em sua constituição, radicais gregos que significam respectivamente “vida” e “casa”.

II. São palavras formadas pelo processo de composição por justaposição.

III. Apresentam radicais latinos e gregos que significam respectivamente vida e ambiente.

IV. São palavras formadas pelo processo de prefixação e sufixação com a presença de radicais eruditos.

A sequência correta é:

a) CCEE.

b) CECE.

c) ECEC.

d) CECC.

e) EECE.

Questão 18 - (UNIFOR CE/2001)

A série em que os vocábulos são formados pelo mesmo processo é:

a) enciclopédia - historietas - heróis

b) página - panorama - acordados

c) cachecol - restaurante - conhecimento

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d) memória - certeza - realidade

e) inseparáveis - desconhecidos – desparafusando

Questão 19 - (MACK SP/2002)

Assinale a alternativa correta.

a) Cinemateca, é exemplo de vocábulo formado por composição em que o segundo elemento é um radical

grego que significa “lugar onde se guarda”.

b) A frase “Cinematecas, que preservam e difundem a cultura cinematográfica, não devem ser confundidas

com instituições saudosistas” mantém o sentido original, se forem retiradas as vírgulas.

c) A concordância verbal está correta em: “Antes da Cinemateca não haviam lugares próprios para a

restauração de filmes”.

d) A frase Embora o acervo cinematográfico tenha sido vítima de incêndios tem sentido equivalente a “Já que

incêndios costumavam vitimar o acervo cinematográfico”.

e) O segmento Membro efetivo da Fédération Internacionale des Archives du Film desde 1949 exerce a mesma

função sintática do termo grifado em “Jovens estudantes, procurem conhecer a Cinemateca.”

Questão 20 - (MACK SP/2012)

01 Descobri aos 13 anos que o que me dava prazer nas

leituras não era a beleza das frases, mas a doença

delas.

Comuniquei ao Padre Ezequiel, um meu Preceptor,

05 esse gosto esquisito.

Eu pensava que fosse um sujeito escaleno.

- Gostar de fazer defeitos na frase é muito saudável,

o Padre me disse.

[...]

10 Há que apenas saber errar bem o seu idioma.

Esse Padre Ezequiel foi o meu primeiro professor de gramática.

Manoel de Barros, “Poema VII”

O valor do prefixo da palavra agramática encontra-se também em:

a) anagrama.

b) acrópole.

c) adjunto.

d) amoral.

e) análise.

Questão 19 - (MACK SP/2002)

Assinale a alternativa correta.

a) Cinemateca È exemplo de vocábulo formado por composição em que o segundo elemento é um radical

grego que significa “lugar onde se guarda”.

b) A frase “Cinematecas, que preservam e difundem a cultura cinematográfica, não devem ser confundidas

com instituições saudosistas” mantém o sentido original, se forem retiradas as vírgulas.

c) A concordância verbal está correta em: “Antes da Cinemateca não haviam lugares próprios para a

restauração de filmes”.

d) A frase Embora o acervo cinematográfico tenha sido vítima de incêndios tem sentido equivalente a “Já que

incêndios costumavam vitimar o acervo cinematográfico”.

e) O segmento Membro efetivo da Fédération Internacionale des Archives du Film desde 1949 exerce a mesma

função sintática do termo grifado em “Jovens estudantes, procurem conhecer a Cinemateca.”

Questão 20 - (MACK SP/2012)

01 Descobri aos 13 anos que o que me dava prazer nas

leituras não era a beleza das frases, mas a doença

delas.

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Comuniquei ao Padre Ezequiel, um meu Preceptor,

05 esse gosto esquisito.

Eu pensava que fosse um sujeito escaleno.

- Gostar de fazer defeitos na frase é muito saudável,

o Padre me disse.

[...]

10 Há que apenas saber errar bem o seu idioma.

Esse Padre Ezequiel foi o meu primeiro professor de gramática.

Manoel de Barros, “Poema VII”

O valor do prefixo da palavra agramática encontra-se também em:

a) anagrama.

b) acrópole.

c) adjunto.

d) amoral.

e) análise.