Comentario Bíblico Matthew Henry - Gálatas

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  • 5/11/2018 Comentario B blico Matthew Henry - G latas

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    ssa epistola de Paulo nao e dirigida a uma igreja ou as igrejas de uma unica cidade, como ocorre com~algumas outras epistolas, mas a urn pais on provincia, ou seja, a Galacia. E muito provavel que esses

    galatas se converteram inicialmente a f e crista pelo ministerio dele. Ou, se ele nao fo i 0 agente doplantio, pelo menos tinha sido usado para regar essas igrejas, como pode ser observado na propriaepistola, e tambem em Atos 18.23, em que 0 encontramos viajando por toda a regiao da Galacia eFrigia, para fortalecer os discipulos. Enquanto esteve com os galatas, eles tinham expressado gran-de apreco e amor pela sua pessoa e rninisterio. Mas nao demorou muito, ap6s a sua partida, paraque alguns mestres judaizantes se introduzissem no meio deles, por cuja destreza e insinuaeoes eles logo foram convenci-

    dos a ter uma opiniao depreciativa do ap6stolo e de seu ministerio. Os falsos mestres objetivavam principalmente afas-ta-les da verdade em Jesus, espeeialmente em relacao a grande doutrina da justifleacao, ensino que perverteram com-pletamente. Eles afirmavam ser necessario associar 0cumprimento da lei de Moises com a fe em Cristo. E, para melhoralcancar esse designio, fizeram de tudo para depreciar 0 carater e a reputaeao do ap6stolo e para elevar a imagem delesem detrimento da do ap6stolo. Esses falsos mestres descreviam 0 ap6stolo como alguem que, se pudesse ser consideradourn apostolo, era muito inferior aos outros, e que na o merecia 0mesmo respeito dado a Pedro, Tiago e Joao , de quem aspi-ravam ser seguidores. Nessas duas tentativas, eles tiveram grande sucesso. Esse era 0motivo desta epistola, em que 0ap6stolo expressa sua grande preocupacao pelo fato de terem se afastado ta o rapidamente da fe do evangelho, e defendesua reputacao e autoridade como ap6stolo contra a difamacao dos seus inimigos. Ele mostra que sua missao e doutrinaeram ambas divinas, e que ele nao foi, de forma alguma, "...inferior ao mais excelenies ap6stolos" (2 Co 11.5).0 ap6stoloentao procura defender e sustentar a grande doutrina evangelica da justificacao pela fe sem as obras da lei e remover al-gumas dificuldades que pudessem aparecer na mente deles em relacao a isso. Tendo demonstrado essa importante dou-trina, el e os exorta a permanecer firmes na liberdade para a qual Cristo os havia liberto. Paulo os adverte contra 0abusodessa liberdade, apresenta diversos conselhos e orientacoes muito uteis e entao conclui a epistola apresentando uma des-cr icao justa desse s falsos mestres por quem tinham sido seduzidos, e, contrario, de seu proprio temperamento e compor-tamento. Em tudo isso, seu grande designio realmente era restaurar aqueles que tinham sido pervertidos, solidificaraqueles que pudessem estar oscilantes e indecisos e firrnar aqueles que tinham mantido sua integridade.

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    vv 1-5 GALATAS 1 546beu sua qualificacao para esse oficio, nem sua designa-~ aopara tal, pela mediacao de homens, mas recebeu am-bos diretamente do alto. Ele era ap6stolo "...p or JesusCristo". Ele tinha recebido suas instrueoes e comissao di-retamente dele, e, conseqiientemente, de "...Deus P ai" ,que era urn com Ele quanta it sua natureza divina. Ele 0tinha nomeado , como Mediador , para ser 0 ap6stolo esumo sacerdote da nossa profissao, e como tal para auto-rizar outros a esse oficio. Ele acrescenta: "...que 0 ressus-citou (Jesus) dos monos", para nos comunicar que comisso Deus, 0Pai , deu urn testemunho publico de que Cris-to era seu Filho e 0Messias prometido. E, uma vez queseu chamado para 0 apostolado vinha diretamente deCristo, isso aconteceu depois da ressurreicao do Se-nhor dos mortos, quando Ele ja estava no seu estadoexaltado. Por isso ele tinha motivos para descrever-se,nao somente como estando no mesmo nivel dos outrosap6stolos, mas, de alguma forma, acima deles. Porque,ao passo que eles foram chamados por Cristo enquantoesteve na terra, Paulo recebeu seu chamado quando 0Senhor ja estava no ceu, Assim, 0 apostolo, sendo cons-trangido a isso pelos seus adversaries, exalta s eu oficio,Embora as homens nao devessem se orgulhar da auto-ridade recebida, em certos momentos e certas ocasioespode tornar-se necessario reivindica-la. 2. Mas ele inse-re todos os irmaos que estavam com ele na dedicat6riada epistola, "...todos os i rmaos que est/ia comigo" podesignificar os cristaos daquele lugar onde estava, ou a-- queles que estavam envolvidos como ministros do evan-gelho. Apesar do carater e das realizacoes superioresdele, ele esta pronto para reconhece-los como seus ir-mao s . E, embora fosse 0 autor exclusivo da epistola, eleos inclui na dedicat6ria da mesma. Ao mostrar sua pro-funda modestia e humildade, e quao longe estava de assu-mir uma postura de arrogancia, ele pode estar fazendoisso para expor essas igrejas a uma consideracao maiorpor aquilo que ele escrevia. Parece que 0ap6stolo tinha aconcordancia deles na doutrina que tinha pregado, e esta-va agora prestes a confirmar, e essa doutrina nao eranada alem do que tinha sido divulgado e reconhecido por

    essas igrejas "...grar;a e paz, da parte de Deus Pai e dade noseo Senhor Jesus Cristo". Essa e a bencao habi-tual por meio da qual ele abencoa as igrejas em nomedo Senhor - qraca e paz. Graca inclui a benevolenciade Deus para conosco; e paz sugere todo consolo inte-rior ou prosperidade exterior, da qual precisamos.Graca e paz vern de Deus, 0Pai, como a fonte, por meiode Jesus Cristo como 0 canal de transmissao. 0 apos -tolo deseja esses dois aspectos para esses cristaos.Primeiro vern a graca, entao a paz, porque nao podehaver a verdadeira paz sem a graca, Apos mencionar 0Senhor Jesus Cristo, ele nao pode deixar de engran-decer 0 seu amor. E, portanto, acrescenta (v. 4): "...0qual se deu a si mesmo po r no eso s p eca do s" . JesusCristo se deu pelos nossos pecados, como urn grandesacriffcio para fazer a propiciacao por nos. Ajustica deDeus exigia is so e por isso Ele se submeteu livremen-te por amor a nos. Seu objetivo era "...nos livrar dopresente seculo mau"; nao somente nos redimir da ir ade Deus, e da rnaldicao da lei, mas tambem nos restau-rar da dcpravacao que esta no mundo por meio da la s-civia, e resgatar-nos das praticas e costumes deprava-dos dele, aos quais fomos naturalmente escravizados.E possivelmente tambem nos libertar da consti tuicaomosaica, porque aion houtos e usado dessa forma (1Co 2.6,8). Podemos observar 0 seguinte: 1. Este mun-do atual e urn mundo perverso. Ele se tornou dessaforma devido ao pecado do homem. Ele esta a s s impor causa do pecado e do sofrimento que 0 enche edos muitos laces e tentacoes aos quais estamos ex-postos enquanto continuarmos vivendo nele. 2. Mas ,Jesus Cristo morreu para nos libertar deste mundoperverso atual, nao para remover seu povo ins t anta -neamente daqui, mas para resgata-lo do poder do pe-cado, para guarda-lo do mal, e, no tempo devido, pre-sentea-lo com urn mundo melhor. 0ap6stolo nos infor-rna que isso Ele que fez "..._segund o a vontade de Deus,nosso Pai". Ao oferecer-se como sacrificio para essefim e prop6sito, Ele agiu de acordo com a ordem doPai, bern como de acordo com 0 seu proprio consenti-

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    54 7 GALATAS 1 vv.6-9oPreocupa~ao do Ap6stolo com aApostasia dos Galatas

    vv.6-9cacao apresentada pelo evangelho. Ao mesmo tempoele modera sua repreensao com brandura e ternura aoretrata-los mais como os que foram atraidos para essaposicao pela artimanha de alguns que os perturbaramdo que como os que seguiram esse caminho por iniciati-va propria. Isso, na verdade, nao os desculpava, masera uma atenuante para 0 engano deles. Dessa forma,ele nos ensina que, ao repreendermos alguem, deverfa-mos ser brandos, e esforcar- nos em encaminhar "...0tal com espirito de mansidtio" (cap. 6.1).

    Aqui 0 ap6stolo chega ao corpo da epistola, Ele co-meea fazendo uma repreensao mais geral a essas igrejaspor causa da sua inconstancia na f e . Mais tarde ele conti-nua tratando desse assunto. Aqui podemos observar:o quanto ele estava preocupado com 0 afastamentodeles: "Maravilho-mee ..". Ele e sta va p ro fu nd am e n-te surpreso e triste. 0 pecado e a loucura deles eram que

    na o haviam se apegado a doutrina do cristianismo comotinha sido pregada, mas haviam se afastado da pureza esimplicidade dela. E houve diversas coisas que agrava-ra m a desercao deles: 1. Que tao "...depressa passceseidaquele que vos chamou ...". Eles nao somente estavamabandonando 0 ap6stolo, que tinha sido 0 agente parachama- los a comunhao do evangelho, mas tambem aDeus , por cuja ordem e orientacao 0 evangelho havias ido pregado a eles, e eles haviam sido convidados a par-ticipar dos privilegios desse evangelho. Por isso, eleseram culpados de abusar da bondade e misericordia doSenhor. 2. Que eles tinham sido chamados "... it qraca deCristo". Tal como 0 evangelho que tinha sido pregado aeles era a descoberta mais gloriosa da graea e miseri-cordia divinas em Cristo Jesus, assim eles tinham sidochamado s para participar das maiores bencaos e b en e-ficios, tais como a justificacao e reconciliacao com Deusaqui , e a vida eterna e felicidade no futuro. Essas ben-~aos 0 nosso Senhor Jesus comprou com seu preciososangue e livremente as concede a todo aquele que sin-ceramente 0 aceita. 0 pecado e a loucura deles emabandonar isso e permitir que fossem desviados do ca-minho eram muito series, uma vez que 0 privilegio queeles tinham desfrutado era muito grande. 3. Que ".u ta odep re ss a ... " estavam abandonando aquele que os haviachamado . Em pouco tempo eles perderam 0 gosto eapreeo pela graea de Cristo, e tao facilmente deram ou-vidos aqueles que ensinavam que a justificacao era ob-

    Ele estava confiante de que 0 evangelho que lhes ti -nha pregado era 0 unico e verdadeiro evangelho.Ele estava tao completamente persuadido disso que pro-nunciou urn anatema contra aqueles que buscavam pregaroutro evangelho (v. 8). Eles precisavam ver que isso naoprocedia de precipitaeaoou zelo excessivo dele, por isso re-petiu es sa advertencia (v . 9). Isso nao serve como jus t if ic a -tiva para trovejar anatemas contra aqueles que divergemde nos em coisas insignificantes. Isso vale somente paraaqueles que forjam urn novo evangelho, que destroem 0fundamento do pacta da graca, eolocando as obras da lei noIugar da justica de Cristo e corrompendo 0 cristianismocom 0 judaismo. Paulo apresenta 0 easo : "Imaginem quepregassemos urn outro evangelho; nao somente isto, massuponham que urn anjo do ceu 0 fizesse", como se fossepossivel que urn anjo do Cell fosse 0 mensageiro de umamentira, Ele expressa isso para reforcar 0 que estava aponto de d izer. "S e urn Dutro evangelho for pregado a vo-ces por qualquer outra pessoa, em nosso nome, ou sob 0pretexto de 0 0 - 1 0 diretamente de urn anjo, voces devemconcluir que estao sendo enganados; e quem quer que pre- .gue urn outro evangelho esta se colo ca nd o d eba ix o d e mal-dieao, e esta em perigo de coloca-los debaixo da mesmamaldi~ao" .

    A Integridade doAp6stolovv.10-24

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    vv. 10-24 GALATAS 1 548balho e oficio; ou que seu alvo era levar as pessoas itobediencia, nao a homens, mas a Deus. Como admitiaagir em obediencia a Deus, ele buscava promover a glo-ria dele, restabelecendo pecadores a urn estado de su-jeicao a Ele. De acordo com esse grande alvo, ele cons-cientemente nao procura "...agradar a homens". Ele,em sua doutrina, nao procurou adaptar-se aos capri-chos das pessoas, para ganhar a aprovacao delas ou evi-tar a indignacao delas. Mas, 0 seu grande cuidado erabuscar a aprovacao de Deus. Os mestres judaizantes,por quem essas igrejas foram corrompidas, tinhamdescoberto urn motivo muito diferente. Eles mistura-yam obras com fe e a lei com 0evangelho, somente paraagradarem os judeus, para evitarem ser perseguidos.Mas Paulo era urn homem com outro espirito. Ele naoestava tao ansioso por agrada-los, nern aliviar a raivadeles contra ele, modificando a doutrina de Cristo paraobter 0 favor ou evitar a fiiria deles. E ele apresentaesse born motivo: "Se estivesse ainda agradando aoshomens, ntio seria servo de Cristo". E Ie sabia que ne-nhum hornem podia servir a dois mestres; portanto,embora nao buscasse desagradar desnecessariamentea a lguem, nao ousava satisfazer a homens a custa dasua fidelidade a Cristo. Assim, com base na sinceridadedos seus alvos e intencoes no desempenho do seu oficio,ele prova ser urn verdadeiro ap6stolo de Cristo. A par-tir dessa sua indole e comportamento, podemos obser-var: 1. 0 grande proposito dos rninistros do evangelho, deve ser levar pessoas a Deus. 2. Aqueles que sao fieisnao buscarao agradar pessoas, mas ser aprovados porDeus. 3. Eles nao devem ser solicitos em agradar pes-soas, quando buscam s er servos fieis a Cristo. Mas,caso esses argumentos ainda nao fossem suficientes, 0ap6stolo passaria entao a provar 0 seu apostolado.

    Acerca da maneira como recebeu 0 evangelhoque pregou a eles. Ele lhes assegura (vv. 11,12)que nao 0 tinha recebido de outros, mas pela revelacaodo ceu, Uma coisa peculiar na posieao de urn ap6stoloera ter sido chamado e instruido para esse oficio direta-

    ligiao crista, apesar das diversas provas quanta a suaorigem divina, mas tambem tinha sido urn perseguidordela, e tinha buscado destruir os adeptos dela com vio-lencia e furia. Paulo menciona esse aspecto com fre-quencia, por causa da grandiosidade dessa graca livre epreciosa que 0 tornou urn penitente sincero, transfor-rnando-o de urn perseguidor furioso em urn ap6stolo.Era muito oportuno mencionar isso aqui, porque ficavaclaro que ele nao tinha sido levado ao cristianismo,como foi 0 caso de muitos outros, puramente pelo ensi-no, uma vez que tinha sido criado em aversao e oposicaoa essa doutrina. Assirn, eles podem sensatamente su-por que tenha ocorrido algo realmente extraordinariopara promover uma mudanea tao ra -d ic a l n ele , a pontode veneer os preconceitos da sua educacao e 0 levar na osomente a professar, mas a pregar, essa doutrina, aqual tinha se oposto com tanta veemencia,

    2. Ele descreve a maneira maravilhosa como foi dis-suadido do erro dos seus caminhos, como foi levado aoconhecimento e fe em Cristo e designado para 0 oficio doapostolado (vv. 15,16). Isso nao foi feito de uma forma CO ~mum, nem por meios ordinaries, mas de uma maneiraextraordinaria. Porque: (1) Deus "...desde 0 ventre deminha mile me separou ...".A mudanea operada n ele fo iem consequencia de urn prop6sito divino, em que fo i de-signado para ser cristae e apos tolo , antes de vir a o m un-do ou ter feito bern ou mal. (2) Ele foi chamado "...pelasua qraco". Todos os convertidos sao -chamados pelagraca de Deus. A conversao e 0 resultado do favor deDeus em relaeao aos convertidos, e e realizado pelo s eupoder e graea neles. Mas havia algo peculiar no ca so dePaulo, quanta a rapidez e it grandeza da mudanca opera-da nele, e tamhem da maneira como foi operada. Essamudanca nao ocorreu pela mediacao de outros, mas pelaaparieao pessoal de Cristo a ele e a operacao imediatanele. Dessa maneira, ficou evidente a acao extraordina-ria do poder e favor divines .. (3) Ele tinha Cristo revela-do nele. Ele nao s6 foi revelado a ele, mas nele. Nao nosbeneficiaremos da revelacao de Cristo feita a n6s setambem Ele nao for revel ado em n6s. Mas esse nao era 0

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    54 9 GALATAS 2 vv . 1-10s er 0 ap6stolo aos gentios. E, de la , " ...voltei Dutra vez aDamasco" , onde havia comeeado seu ministerio, e deonde tinha escapado com dificuldade da ira dos seus ini-migos (At 9). Somente "...ire anos ..." apos a sua conver-s ao , ele foi "...a Jerusalem para ver a Pedro". E quandoo f ez , ficou pouco tempo com ele, nao ma i s de "...quinzedias". Enquanto esteve la, ele nao entrou em muitaseonversacoes, porque nao viu "...a nenhum outro dosap6stolos, sen/io a Tiago, irmiio do Senhor". Portanto,fica dificil insistir que Paulo se sentia endividado em re-l a ~ ao aos outros apostolos quanta ao seu conhecimentodo evangelho ou sua autoridade para prega-lo. Fica cla-ro que tanto suas qualificacoes, quanto seu chamadopara oficio apost6lico foram extraordinarios e divinos.Esse relato era importante para estabelecer sua reivin-dicacao em relacao a esse oficio, para eliminar as criticasinjustas dos seus adversaries e para corrigir os galatasdas impress6es erradas que tinham recebido a respeitodele. Ele confirm a is so por meio de urn juramento sole-ne (v . 20), declarando, na presenca de Deus, que aquiloque tinha dito era totalmente verdade, e que na o tinhafraudado 0seu relato. Embora isso nao justifique que f ac a -mo s u rn voto solene a Deus em cada ocasiao, mostra que,em questoes de peso e importancia podemos faze-lo, e quea s vezes isso nao so e legitimo, mas urn dever. Depois disso,el e lhes in forma que fo i " .. .para as partes da Sirio. e da C i-licia". Ap6s fa ze r essa visi ta breve a Pedro, ele volta nova-mente ao seu trabalho. Ele nao tinha contato naquela epo-ca com as "...igrejas da Judeia; que estavam em Cristo".Ele nao era conhecido de vista pelos cristaos d a Judeia,E le s " ...somente tinham ouvido dizer: Aquele que ja nosperseguiu anuncia, agora, a Ie que, antes, destruia. Eglorificavam a Deus a respeito dele". Por causa disso,muitas acoes de graea foram expressas a Deus. Esse re-la to d a mudanea poderosa ocorrida nele enchia-os de ale-gria e es tim ula va -os a dar gl6rias a Deus .

    A Viagem de Paulo a Jerusalem. A Decisaoe Fidelidade de Paulovv . 1-10

    Pelo que parece, de acordo com 0 relata que Pauloapresenta de si mesmo nesse capitulo, desde a primeirapregacao e 0 estabelecimento do cristianismo havia umadiferenca de compreensao entre os cristaos oriundos dosjudeus e os que eram gentios. Muitos daqueles que ti -nham sido judeus conservavam urn respeito pela le i ceri-monial e esforcavam-se para manter esse conceito. Masaqueles que eram gentios nao tinham esse tipo de respei-to pela lei de Moises, mas viam 0 cristianismo como umareligiao perfeita e pura e resolveram devotar-se a ela. Pe-dro era 0 ap6stolo da circuncisao e pregou 0 evangelho aeles. A lei cerimonial, embora marta com Cristo, mas ain-da nao sepultada, era tratada com respeito por Pedro.Mas Paulo era 0 ap6stolo aos gentios, e, embora fosse he-breu de hebreus, apoiou 0 cristianismo puro.

    Nesse capitulo, ele nos relata 0 que aconteceu entreele e os outros ap6stolos, e de maneira mais especificaentre ele e Pedro (vv. 1-10). Aqui ele nos informa:

    ~.rkrll~~~I,'I

    I

    ~ApfTULO 2

    De algumas circunstancias da sua viagem a Jerusa-lem: 1. Em relacao ao tempo dessa viagem. Elaocorreu "...catorze anos" mais tarde (veja cap. 1.18). Ou,como outros preferem entender, desde sua conversao,ou da morte de Cristo. Foi uma amostra da grande bon-dade de Deus uma pessoa tao util ser protegida em seutrabalho por tantos anos. Esse fato servia como umacerta evidencia de que Paulo nao dependia dos outrosap6stolos, mas tinha uma autoridade igual a deles; deque tinha estado tanto tempo ausente deles, mas conti-nuava pregando e propagando 0 cristianismo puro, semser questionado por eles a esse respeito. Caso tivessesido considerado inferior, e sua doutrina fosse desapro-vada por eles, certamente teria sido questionado. 2. Emrelacao aos seus companheiros: Ele subiu "...com Bar-n a b e , levando tarnbem consigo Tito". Se a viagem aquimencionada se refere a mesma registrada em Atos 15

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    vvIvl O GALATAS 2 550e tarefas. Embora nao tenhamos motivos de esperaralgo desse genero, isso deveria nos ensinar que em to-dos os momentos deveriamos nos esforcar, tanto quantapossivel, para ver nosso caminho tornar-se claro diantede nos , e entregar-nos a orientacao da Providencia,

    Ele nos apresenta urn relato da sua conduta en-quanta esteve em Jerusalem, em que deixou cla-

    ro que nao era inferior em nada em relacao aos outrosap6stolos, mas que tanto sua autoridade como suas qua-lificacoes eram iguais a s deles. Ele nos informa de modoparticular 0 seguinte:

    1.Que "...lhes expus 0 evangelho que prego entre osgentios e particularmente ...". Aqui podemos observar afidelidade e a prudencia do nosso grande ap6stolo. (1)Sua fidelidade em apresentar-lhes urn relato livre e claroda doutrina que sempre tinha pregado entre os gentios econtinuava decidido a pregar - urn cristianismo puro, li -vre de todas as misturas do judaismo. Ele sabia que essadoutr ina seria desagradavel pa ra m uitos a li, e, me smo as-sim, nao estava com medo de confessa-la, Ele a expos demaneira livre e amistosa diante deles e deixou que julgas-sem se de fato era 0 verdadeiro evangelho de Cristo oun ao . M a is uma v ez: (2 ) Paulo usa de prudencia e cautela,com receio de ofender alguem. Ele prefere faze-lo deuma maneira mais particular, ao inves de publica, e"...aos que estavam em estima", isto e, aos propriosapostolos, ou aos lideres entre os cristaos judeus, em vez. de faze-lo mais aberta e indiscriminadamente a todos.Ele sabia que em Jerusalem "...milhares de judeus luique creem; e todos sao zelosos da lei" (At 21.20).0 moti-vo dessa cautela era "...para que de maneira algumaniio corresse ou nao t iv e ss e cor rid o em ao", Ele naoqueria incitar oposicao contra si mesmo, para que 0 su-cesso dos seus esforcos passados nao fosse diminuido,ou seu proveito futuro, obstruido, Nada impede mais 0progresso do evangelho do que as difereneas de opiniaoacerca das doutrinas do evangelho, especialmente quan-do ocasionam disputas e brigas entre os seus adeptos,como ocorre com tanta frequencia, Para 0 seu prop6sito

    ou na convivencia deles, e que vieram somente para"...espiar a nossa liberdade que temos em Cristo Jesus".Talvez a inteneao deles era ver se Paulo defenderia essaliberdade da le i cerimonial que ele havia ensinado comoa doutrina do evangelho, e representava 0 p riv ileg io d a -queles que seguiam a religiao crista. 0 intento dessesfalsos irmaos era coloea-los "...em servidiio", 0que teriaocorrido se tivessem alcancado 0 seu objetivo. Se tives-sem convencido Paulo e os outros ap6stolos a circunci-dar Tito, eles facilmente teriam imposto a circuncisao aoutros gentios, e, dessa forma, os teriam levado para de-baixo da escravidao da lei de Moises, Ma s Paulo, reco-nhecendo 0 intento deles, nao cederia de forma a lguma ."...nem ainda poruma hora, cedemos com sujeir;ilo". Ea razao disso era "...para que a verdade do evangelhopermanecesse entre vas" - para que os cristaos gentios,e particularmente os galatas, preservassem esse evan-gelho puro e integro, e nao fossem corrompidos com amistura do judaismo. A circuncisao, naquela epoca, erauma coisa indiferente, e a qual s e poderia ceder em a l-guns casos sem com isso pecar. Algumas vezes, ate mes -mo Paulo cedeu, como no c a so de Timoteo (At 16 .3 ). P a u -lo sabia que se concordasse com a circuncisao como algonecessario, mesmo que em uma unica ocas iao , isso pode-ria ser visto como urn sinal favoravel para a ap rovac aodessa imposicao, Por isso, ele estava tao preocupadocom a pureza e liberdade do evangelho. Ele nao cederiaaos ritos e cerimoniais mosaicos, mas permaneceria fir-me na liberdade, com a qual Cristo os libertou. Isto nosmostra que em algumas circunstancias pode ser legiti-mo fazer algumas concessoes, desde que nao fira a ver-dade, ou nos faca desistir da liberdade do evange lho.Caso isso nao seja possivel, deve ser rejeitado.

    3. Que, embora tivesse conversado com os outrosapostolos, nao recebeu qualquer acrescimo ao seu co-nhecimento ou autoridade deles (v. 6). "...quanta iiquelesque pareciam ser alguma coisa ...": Paulo se refere aosoutros apostolos, especialmente Tiago, Pedro e Joao, aquem mais tarde menciona pelos nomes (v . 9). Em rela-~ aoa esses apostolos ele admite que merecidamente ti -

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    551 GALATAS 2 vv. 11-21n heiro a p6s tolo (v v. 7-10). Eles nao s6 estavam satisfeitosc om e ss a doutrina, mas viram poder divino nela, tanto napregacao quanta na operaeao de milagres para a confir-macae da doutrina: "(p orq ue a qu ele qu e o pe ro u e fica z-mente em Pedro para 0 apostolado da c ir cu nc is iio , e ss eoperou tarnbem em mim com eficacia para com os genti-os)".Eles concluiram justarnente "...que 0 evangelho damcircuncisiio me estava co nfia do , como a Pedro 0da cir-cuncisiio", E, portanto, percebendo "...a grat;a que se meh av ia d ad o" (que ele tinha recebido a honra e 0 oficio deurn apos tolo , semelhantemente a eles), deram a ele e aBarnabe "...as destras, em comunhiio ...", simbolo pormeio do qua l reconheceram a igualdade desses dois comeles , e concordaram que fossem "...aos gentios ....", en-quanto eles continuariam pregando aos da "...circunci-sao". Eles entenderam que a divisao desse trabalho erada vontade de Cristo e para 0desenvolvimento do cristia-ni smo. Assim, 0 encontro terminou ern completa harmo-nia e concordancia, Eles aprovaram a doutrina e a condu-ta de Paulo e estavam contentes com ele. Os ap6stolos 0receberam como apostolo de Cristo e nao tinham rnaisnada a acrescentar, " ...recomendando-nos somente quenoslembnissemoe dos pobres, 0que iambem. procurei fa-ze r com diliqencio", Os cristaos da .Iudeia na epoca pas-s av am por grandes necessidades e dificuldades. Os ap6s-tolos, por eompaixao e preocupacao com eles, apresenta-ra m essa situacao a Paulo, para que usasse sua influenciana s igrejas gentilicas a tim de obter ajuda aos cristaos ju-deus . Esse era urn pedido justo, "...porque, se os gentiosforcrn. pariicipantes dos seus bens espirituais, devemta mbe m m in is tra r-lh es o s temp ora is " (Rm15.27). Pauloprontamente concorda com esse pedido, mostrando suadispos icao caridosa e liberal, sua prontidao em conside-rar os convertidos judeus seus irmaos, embora muitosdeles tivessem dificuldade em conceder 0 mesmo f avorao s convertidos gentios. Paulo acreditava que uma meradiferenea de opiniao nao era motivo para nao se empe-nha r em socorre-los, Dessa forma, ele nos apresenta urnexcelente padrao de caridade crista, enos ensina que naodevemos limita-la aqueles que concordam conoseo, mas

    o caso, certamente Paulo nao lhe teria resistido em suapropria igreja, como lemos. Mas, ao contrario, Pauloapresenta essa situacao como uma visita ocasional quePedro fez a ele. No outro encontro houve harmonia e con-cordancia, Pedro e os outros apostolos tinham reconheci-do a comissao de Paulo e aprovado sua doutrina, e haviamse despedido como bons amigos. Mas, nesse encontro, Pa-u lo s e nt e- s e obrigado a opor-s e a Ped ro, " ...p orque era re-preensivel", evidencia clara de que nao era inferior a ele.Essa tarnbem e uma evidencia clara da fragilidade da as-piraeao do papa quanta it sua supremacia e infalibilidade,como sucessor de Pedro. N esse texto, podemos observaro seguinte:

    1.0 erro de Pedro. Quando esteve no meio das igre~jas gentilicas, ele se sujeitou a elas, e corneu com osgentios convertidos, embora nao fossem circuncidados,segundo as instrucoes que foram dadas a ele (At 10),quando foi advertido pela visao celestial a nao chamarcoisa alguma comum ou imunda. Mas , quando vieramalguns cristaos judeus de Jerusalem, ele ficou commedo de ofender aqueles da circuncisao, 0 que sem du-vida foi urn gesto que trouxe grande tristeza e desani-rn o a s igrejas gentflicas. Lemos que ele "...se foi reti-rando e se apartou deles". Seu erro teve uma influencianegativa sobre outras pessoas, porque "...08 outros ju-deus tambem dissimulavam com ele". Embora antestivessem uma disposicao melhor em se relacionar comos cristaos gentios, agora, em virtude do seu exemplo,receavam comer com os gentios e fingiam que nao podi-am faze-lo em sa consciencia, porque nao eram circun-cidados. E (voce consegue imaginar?) proprio Barna-be, urn dos ap6stolos aos gentios, alguem que tinha sidousado para plantar e regar as igrejas dos gentios, "...sedeixou levarpela sua dissimulaciio". Observe aqui: (1)A fraqueza e inconstancia dos homens mais devotos,quando sao deixados sozinhos, quao inclinados sao paravacilar no seu dever para com Deus, devido a urn desejoindevido de agradar as pessoas, (2) 0 grande poder dosmaus exemplos, especialmente os exemplos de homensnotaveis e bons, que sao conhecidos por sua sabedoria e

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    vv . 11-21 GALATAS 2 5 5 2em contradicao com a Dutra; porque se ele, que era ju-deu, podia dispensar 0 usa da lei cerimonial, e viver deacordo com os costumes gentilicos, i s so mostra que elenao considerava a observancia dela necessaria, mesmopara os judeus. Portanto, ele nao podia, de forma coe-rente com sua pratica, impo-la aos cristaos gentios. E,no entanto, Paulo 0 acusa disso, pelo fato de querer for-car os gentios a viverem de acordo com os judeus - naopor forca e violencia, mas essa era a inteneao do que fez.Na verdade, 0 seu gesto deu a entender que os gentiosdeveriam agir de acordo com os judeus, caso contrario,nao deveriam ser admitidos na comunhao crista.

    Paulo, tendo estabeleeido sua reputacao e oficio, emostrado com sucesso que nao era inferior aos

    apostolos, mesmo em relacao a Pedro (do epis6dio da re-preensao), aprovei ta a oportunidade para fa l a r da grandee fundamental doutrina do evangelho. Ele mostra que ajustificacao e somente pela f e em Cristo, e nao pelasobras da lei (embora alguns comentaristas achem quetudo 0 que Paulo escreve ate 0 tim do capitulo e 0 que dis-se a Pedro em Antioquia), cuja doutrina condenou Pedropor se identificar com os judeus. Porque, se era 0 princi-pio dessa religiao que 0 evangelho e 0 instrumento danossajustifica~ao e nao a lei, entao ele fez muito mal emaprovar aqueles que guardavam a lei, e estavam a favorde eombina-la com a f e em relacao a nossa justiflcacao.Essa era a doutrina que Paulo tinha pregado aos galatas,a qual continuava fiel, e que e 0 seu grande interesse nes-ta epfstola, Nesse sentido Paulo nos familiariza:

    1.Com a pratica dos proprius cristaos judeus: "N6s",d iz ele, "somos judeus por natureza e nao pecadores den-tr e os gentios (os que nascemos e fomos criados na reli-gia o jud a ica e na o entre os gentios impuros). Sabendo qu eo homem niio e justificado pelas obras da lei, mas pela feem Jesus Cristo, temos tambem crido em Jesus Cristo,para sermos ,justificados pela fe de Cristo e niio pelaso bra s d a lei, porquanto pelas obras da lei nenhuma car-ne sera justificada. E, se achamos ser necessario buscara justificacao pela fe em Cristo, por que entao deveriamos

    estamos tao distantes de sermos justificados que continu-amos pecadores impuros, e indignos de c om u nh ao ?" E ledeixa claro que essa seria a consequencia, mas a rejeitacom firmeza: "De maneira nenhuma", diz ele, "podemosalimentar esse tipo de pensamento acerca de Cristo, ouda sua doutrina, e permitir que por meio dela Ele nos levea uma justificacao que e imperfeita e ineficaz, e deixaraqueles que a aceitam injustificados, ou que de 0 menorencorajamento ao pecado e aos pecadores", Isso seriamuito desonroso para Cristo, e seria muito o fe ns iv o p a raeles tambem, "Porque", diz ele (v . 18), "s e to rn o a e difu xr:aquilo que destrui - se eu (ou qualquer outro), que ensi-nei que 0 cumprimento da lei de Moises nao e neces sa r i apara a justificaeao, deveria agora, pela pa la vra ou pra ti-. .. .." ,. .ca, ensmar ou msmuar que 1880 e necessano -, consti-tuo-me a mim mesmo transgressor. Reconheco que con-tinuo sendo urn pecador impuro e permaneco deba ixo daculpa do pecado, ape s a r da minha fe em Cristo; ou estareisujeito a ser acusado de falsidade e prevaricacao, e deagir de maneira inconsistente comigo mesmo". Ass im 0apostolo defende a grande doutrina da justificacao pela f esem as obras da lei dos principios e praticas dos proprioscristaos judeus e das consequencias que provocar i am 0afastamento dela. Por isso, ficou not6rio que Pedro e osoutros judeus estavam muito enganados ao recusa remter comunhao com os cristaos gentios e se esforcarempara leva-los para debaixo da escravidao da lei.

    2. Ele nos relata 0 seu proprio julgamento e pratica,(1 ) Que estava morto para a lei. Independentemente d oque os outros pensavam, ele estava morto para a lei. Elesabia que a lei moral proclamava uma maldicao contra t o -dos que na o obedeciam a tudo que nela es t ava escrito. Porisso, ele estava m orto pa ra ela , e pa ra tod a a esperanca deju s tifica ca o e s a lv a ca o por m eio dela . Quanto a le i cerimo-nial, ele tambem sabia que ela era agora antiquada e es t a -va suplantada com a vinda de Cristo. P orta nto , co m a vindada esseneia, ele nao tinha mais estima pela sombra. Ele,pois, estava morto para a lei, pela propria lei. Ao con sid e-rar a lei, Paulo percebeu que a justificacao nao podia s eresperada pelas obras da lei (visto que ninguem conseguiria

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    5 5 3 GALATAS 3 vv.1-5

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    vv.6-18 GALATAS 3 5 5 4justif icados dessa maneira. Paulo entao acrescenta: O ua justificacao foi recebida pela "...preqcciio dale" , isto e ,a pregacao da doutrina da fe em Cristo como a unica for-ma de justificacao? Se estivessem dispostos a falar averdade, seriam ohrigados a reconhecer a justificacaopela fe somente. Eles precisariam ser muito injustos sequisessem rejeitar uma doutrina dos bons resultados da

    ~sua experiencia, Observe: (1) E geralmente pela minis-tracao do evangelho que 0 Espirito e transmitido a spessoas. (2) As pessoas que permitem ser afastadas doministerio e doutrina que foram beneaos na sua vidaespiritual sao imprudentes.3. Ele pede para que considerem a conduta passadae presente deles e julguem s e nao estavam a gindo demaneira tola e irracional (vv. 3,4): ele lhes d iz que tinham" .. ..comecado pelo Espirito", mas agora pretendiam aca-ba r " ...pela carne". Eles aceitaram a doutrina do evan-gelho e receberam 0 Espirito. Essa era a unica e verda-deira maneira de a justificacao ser revelada. Eles ti-nham eomecado bern, mas agora estavam se voltandopara a lei. Eles esperavam subir degraus mais altos daperfeicao em relacao a justificaeao ao acrescentar a obe-diencia d a lei a fe em Cristo. Infelizmente, isso acabariaem vergonha e desapontamento. Em vez de ser urnavanco para 0 evangelho, esse acrescimo era, na verda-de, uma perversao do mesmo. E, enquanto buscavamser justificados dessa forma, eles estavam se distancian-do da possibilidade de se tornarem cristaos perfeitos ecorrendo 0risco de nao virem a ser cristaos em hip6tesealguma. Na verdade, eles estavam derrubando com umam ao 0que tinham construido com a outra e desfazendo 0que tinham feito ate esse ponto no cristianismo. 0 apos-tolo tambem deixa claro que eles nao somente tinhamabracado a doutrina crista, mas tambem tinham sofridopor causa dela. Portanto, a insensatez deles seria tantomais agravada, se abandonassem essa doutrina. Porque,nesse caso, todas as dificuldades pelas quais passaramteriam sido em vao - ficaria evidente que tinham sido in-sensatos em sofrer por aquilo que agora abandonavam,e 0 sofrimento deles teria sido totalmente em vao, sem

    A Justificacao pela Fevv.6-18Ap6s censurar os galatas pelo fato de nao obedece-

    rem a verdade e empenhar-se em imprimir neles um apercepcao da insensatez deles, nesses versiculos 0 ap6s-tolo procura provar a doutrina que eles haviam rejeita-do, a saber, a justificaeao pela fe sem as obras da lei. 1880ele faz de diversas maneiras:

    Com base no exemplo da justificacao de Abraao, 0ap6stolo usa 0 seguinte argumento (veja tambemRm 4): "...Abrtuio [...]creu em Deus, e isso lhefoi impu-ta do como ju stir ;a " (v. 6). O u seja, sua f e fo i firmada napalavra e promessa de Deus. Ao crer, ele foi reconhecidoe aceito por Deus como homem justo. Ahraao e conside-rado 0pai dos crentes, por isso 0apostolo deseja que sa i -bamos que "...os que sa o da Ie sao filhos d e A br aa o" (v7), nao de acordo com a carne, mas de acordo com a pro-messa. E, conseqiientemente, sao justificados da mes -rna maneira que ele foi. Abraao foi justificado pela fe, e . 0mesmo ocorre com eles. Para confirmar isso, 0 apostolorepete a promessa feita a Abraao em Genesis 12.3: "To-das as nucoe seriio benditas em ti" (v . 8). Lemos que a sEscrituras previram, porque aquele que escreveu a sEscrituras tambem previu quejustificaria 0mundo gen-tflico por meio da f e e Portanto, em Abraao, isto e, pela se-mente de Abraao, que e Cristo, nao somente os judeus ,mas tambem os gentios, seriam abencoados; nao somen-te abencoados na semente de Abraao, mas abeneoadoscomo Abraao foi, sendo justificados como ele foi. 0 apos-tolo chama isso de anunciar "...0 evangelho a Abraiio" ededuz (v. 9) que "...08 que sa o da fe", isto e, os verdadei -ros crentes, independentemente de s u a n a cio na lid a d e,"...sao benditos com 0 crente Abrtuio". Eles sao abenco-ados com Abraao, 0 pai dos crentes, pela promessa feitaa ele, e, portanto, pela fe, como foi 0 s eu caso. F oi po rmeio da fe na promessa de Deus que ele foi abencoado, ee dessa maneira que os demais obtern esse privilegio.

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    5 5 5 GALATAS 3 vv. 19-29

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    uma separacao para todo tipo de mal, com toda forea epoder contra todos os pecadores, e, portanto, contra to-dos os homens. Porque todos pecaram e tornaram-seculpados diante de Deus; ese, como transgressores dalei, estamos debaixo da maldicao dela, parece ser umacoisa v a buscar a justificacao por meio dela. Mas, embo-ra is so nao seja esperado pela lei, 0 ap6stolo nos lembramai s tarde que existe urn caminho aberto para escapar-m os da maldicao e recuperarmos 0 favor de Deus, a sa-ber, por meio da fe em Cristo, que (como ele diz, v . 13)"...nos resgatou da moldiciio da lei". Jesus us ou urn m e -todo estranho para nos redimir da maldicao da lei. Ele sefez " ...maldictio por n6s". Pelo fato de ter sido feito peca-do por nos, Ele foi feito maldicao por nos; nao separadode Deus, mas sujeitando-se debaixo do sinal infame dodesagrado divino sobre 0 qual a lei de Moises tinha colo-cado uma marca particular (Dt 21.23). 0 objetivo dissoe ra " ...que a ben~aode Abrtuio chegasse aos gentios porJesus Cristo" - que todo aquele que cresse em Cristo,quer judeu ou gentio, pudesse tornar-se herdeiro dabencao de Abraao, e especialmente daquela grandepromessa do Espirito, que estava particularmente re-servada para os tempos do evangelho. Por isso, ficoucla ro q ue nao foi pelo fato de colocar-se debaixo da lei,m as por meio da fe em Cristo, que se tornaram povo deDeus e herdeiros da promessa. Observe aqui: 1. A m i-s eria na qual, como pecadores, os homens estao afun-Jados: estao debaixo da maldicao e condenacao da lei.2.0 amor e a graea do nosso Senhor Jesus Cristo paraconoseo: Ele se entregou para ser feito maldicao pornos, para que pudesse nos redimir da maldicao da lei. 3.Aperspectiva feliz que temos agora por meio dele, naosomente de escapar da maldicao, mas de herdar a ben-~ a o . 4. Somente por meio da fe nele podemos esperarobter esse favor.

    unica maneira pela qual os pecadores foram justificadosno passado, ou seriam no futuro.

    Para provar que a justificacao e pela fe, e naopelas obras da lei, 0apostolo cita 0 testemunhoexpresso do Antigo Testamento (v . 11). Ele faz referen-

    ci a a Habacuque 2.4, em que lemos: "...mas 0justo, pela

    Para esse prop6sito 0 apostolo salienta a estabi-lidade do concerto que Deus fez com Abraao,

    que nao foi revogado nem anulado corn 0 aparecimentoda lei de Moises (vv. 158s.). A fe tinha a primazia sobre alei, porque Abraao foi justificado pela f e e Foi uma pro-messa sobre a qual edificou, e promessas sao os objetosapropriados da fe. Deus fez uma alianca com Abraao (v.8), e essa alianca era firme e permanente. Se ate as alian-cas dos homens tern essas caracteristicas, quanta mais adele. Quando uma ac ao e realizada, ou clausulas de acor-dos sao seladas, ambos os lados estao comprometidos, e etarde demais para mudar as coisas. E, portanto, nao de-vemos presumir que co~ a lei subseqiiente a alianca deDeus fosse revogada. A palavra original diatheke signifi-ca tanto uma alianca (concerto) quanto urn testamento. Apromessa feita a Abraao era antes urn testamento do queuma alianea. Quando urn testamento entra em vigor pelamorte de urn testador, ele nao pode ser alterado. E, por-tanto, a promessa que foi dada aAbraao, tendo a nature-za de urn testamento, permanece firme e inalterada. Mas,se alguem dissesse que urn testamento poderia ser anula-do pela ausencia de pessoas para reivindicar 0 beneficiodele (v . 16), ele mostra que na o ha perigo disso n es se ca so.Abraao esta morto, e os profetas tambem, mas a alianea efeita com Abraao e sua posteridade. E ele nos apresentauma exposicao surpreendente disso. Provavelmente pen-sariamos que essa posteridade se referia somente aopovo judeu. "N ao", diz 0 ap6stolo, "a posteridade esta nosingular e aponta para uma unica pessoa - essa posteri-dade e Cristo". Por isso a alianca continua em vigor; por-que Cristo permanece para sempre em sua pessoa, e emsua posteridade espiritual, que sao os seus pela f e e E, sealguem fizer a objecao de que a lei que foi dada por Moi-ses anulou essa alianca, por insistir tanto em obras, e pornela haver tao POllCD acerca da fe ou do Messias prometi-do, ele responde que a lei subsequente nao pode anular aalianea ou promessa anteriores (v. 18): "Porque, se a he-

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    vv.19-29 GALATAS 3 5 5 6

    A lei fo i " ...ordenada por causa das transgressoes" (v.19). Ela nao tinha a intencao de anular a promessa eestabelecer urn c aminho diferente de justificacao daquele

    que foi estabelecido pela promessa. Mas ela foi ordenada(adicionada, versao RA), com 0prop6sito de ser subser-viente a promessa, e isso por causa das transqressoe. Osisraelitas, embora fossem escolhidos para ser 0 povo ex-clusivo de Deus, eram pecadores como os outros, e, por-tanto, a lei foi dada para convence-los do s eu peca do, e doestado de sujeicao ao desagrado divino por conta disso:" ...p o rque p e la lei em. 0 conhecimento do pecado" (Rm3.20) , e " ...veio a lei para que 0 pecado abundasse" (Rm5.20). A lei tambem tinha a intencao de refrea-los de co-meter pecado, colocar urn temor na mente deles e ser urnfreio para os seus desejos de devassidao, aos quais esta-yam naturalmente inclinados. Ao mesmo tempo, ela foidesignada para conduzi-Ios ao unico e verdadeiro cami-nho por meio do qual 0pecado pode ser expiado, e no qualpodem obter 0perdao; a saber, por m eio da morte e sacri-ficio de Cristo, que era 0usa especial para 0 qual a lei desacrificios e purificacoes fo i dada.o ap6stolo acrescenta que a lei foi dada para esseprop6sito: "...a te que viesse a posteridade a quem a pro-messa tinha sido feita"; isto e, ate que Cristo viesse (aposteridade principal a que se refere a promessa, comoPaulo tinha mostrado anteriormente), ou ate que a dis-pensacao do evangelho ocorresse, quando judeus e genti-os, sem distincao, pela fe , se tornassem a posteridade deAbra a o, A lei fo i acrescentada por c aus a das transgres-sees, ate que viesse essa plenitude do tempo, ou essa dis-pensacao completa. Quando a posteridade viesse, e umadescoberta mais completa da graca divina na promessafosse feita, entao a lei, como apresentada por Moises, de-veria cessar; esse concerto, ao se mostrar imperfeito, de-veria dar lugar a urn concerto melhor (Hb 8.7,8). Essa lei,

    podia por de lado a promessa; porque (v. 20) "...0 medi-aneiro n/io 0 e de um s6", de uma unica pessoa; "...masDeus e um" na promessa ou concerto feito com Abra a o,Portanto, nao se deveria pensar que por urn procedi-mento que ocorreu somente entre Ele e a nacao dos ju -deus, seria anulada uma promessa que tinha sido feitamuito antes a Abraao e a toda a sua posteridade espiri-tual, judeus ou gentios. Isso nao seria coerente com suasabedoria, nem com sua verdade e fidelidade. Moisesera somente urn mediador entre Deus e os israelitas,nao entre Deus e a posteridade espiritual de Abraao ,Portanto, a lei que foi dada por ele nao poderia afetar apromessa, muito menos aboli-Ia.

    sito. Poderia ser perguntado: "Se essa promessa e sufi-ciente para a salvacao, para que servia a lei? au: Por queDeus deu a lei por intermedio de Moises?" Paulo entaooferece a seguinte resposta: .

    A lei foi apresentada para convencer as pe s soa sda necessidade de urn Salvador. 0 apostolo per-gunta aquilo que algumas pessoas estariam dispostas acontestar (v. 21): "...a lei e contra as promessas de Deus?Sera que elas realmente entram em conflito entre s i? O uvoce nao coloca 0 concerto com Abraao e a lei de Moisesem disc6rdia urn com 0Dutro?" E Paulo responde: "Denenhuma sorte". Ele estava longe de cogitar es se tipode pensamento, nem podia ser inferido pelo que ha viadito. A lei, de forma alguma, e discordante da promessa,mas subordinada a ela, uma vez que 0 prop6sito dela erevelar as transgress6es dos homens e mostrar a eles anecessidade que tern de uma justica melhor do que a quea lei oferece. Essa seria muito mais uma conseqiienciada doutrina deles do que da dele: "...porque, se dadafos-se uma lei que pudesse viv ifica r, a [ustica; na verdade,teria sido p e Z a lei", e, nesse caso, a promessa teria sidosubstituida e considerada inutile Mas isso nao poderiaocorrer em nossa situacao atual, porque "....a Escriiuroencerrou tudo debaixo do pecado" (v . 22), ou declarouque todos, judeus e gentios, sao culpados, e, portanto,incapazes de alcancar a justica e justificacao pelas obrasda lei. A lei descobriu as .feridas, mas nao podia ofere-cer-lhes urn remedio. Ela mostrava que eram culpados ,porque estabelecia sacrificios e purificacoes que eramclaramente insuficientes para tirar 0pecado. Portanto, 0

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    557 GALATAS 3 vv.19-29qua l s eriam libertos d a escravidao e servidao e trazidospara urn estado de maior luz e liberdade. Agora, nessees ta do, ele d iz que a lei " ... serviu de aio, para nos condu-zir a Cristo, para que, p ela fe , fo ss em o s ju stific ad os ".Assim como a lei declarava 0 proposito e a vontade deDeus em relacao a eles, e ao rnesmo tempo pronunciavaumamaldicao contra eles por toda falha na obrigacao oudever deles, a s s im era apropriado convence-los da suacondieao perdida e incompleta neles m esm os , e dei-x a -lo s v er a fraqueza e insuficiencia da sua propria justi-c a e recomenda-los a Deus. E com o os obrigava a um avar iedade de sacr if icios etc., que, embora nao pudessemtirar 0 peeado, era uma tipificacao de Cristo e do grandesacrificio que Ele iria oferecer pela expiacao dele, assimisso os conduziu a Ele (em bora de um a form a m a is obs -cura e sombria) como unico socorro e refugio deles. Des-sa forma, esse era 0 aio deles, que os instruiria e dirigi-ria n o seu estado de menor idade , OU, com o a palavra pai-d ag og os mais apropriadamente signifiea, servo deles,pa ra guia r e conduzi-los a Cris to (com o a s criancas eramacostumadas a ser levadas para a escola pelos servosqu e cu id av am d ela s); para que fo s sem in s tru id o s de m a -neira mais completa por ele como seu aio, na verdadeiraforma de justificaeao e salvacao, que somente ocorre .pela fe nele, e de quem ele era designado a dar as desco-bertas ma i s completas e cla ra s . M as para que na o fos sed ito : " Se a lei tinha esse uso e service para 0 estado ju-ueu, por que ela nao poderia continuar a ter 0mesmosignif icado para 0 estado cristae?", 0 ap6stolo acres-centa (v . 25) que "...depois que a fe veio", e ocorreu adispensacao do evangelho, na qual Cristo e 0 caminhodo perdao e da vida por meio da fe nele sao colocados itluz mais clara, "...ja tuio estamos debaixo de aio" - naotemos mais esse tipo de necessidade da lei para nosconduzir a Ele como ocorria naquela epoca, Assim, 0ap6stolo nos familiariza com as propositos da lei. Deacordo com as palavras de Paulo, podemos observar 0seguinte acerca dessa questao:, 1.A bondade de Deus para com 0 seu povo dos tem-pos antigos, dando-Ihes a lei. Embora, em comparacao

    teriores. 0 apostolo descreve esse aspecto nos versiculoss eg uin tes . T en do m o stra do 0 in tento da lei, no fina l do ca - .pitulo ele agora nos mostra os privilegios em Cristo. Eledeclara de maneira especial:

    (1) Que somos "...fi lhos deDeus pelo.j em Cristo Je-sus" (v.26). E aqui podemos observar: [1] 0 grande e ex-celente privilegio que os verdadeiros cristaos desfrutamem relacao ao evangelho: Eles sao os fi lhos de Deus.Eles nao sao mais servos, masfilhos. Eles nao sao man-tidos a uma distancia tao grande e de baixo de restricoes,como era 0 caso dos judeus, mas lhes e permitido urnacesso mais proximo e livre a Deus. Eles fazem parte etern direito a todos os privilegios dos filhos de Deus. [2]Como eles obtiveram esse privilegio: foi "...pela fe emCristo Jesus". Tendo aceitado a Jesus como Senhor eSalvador deles, e confiado somente nele para a justifica-~ao e salvaeao, eles sao agora aceitos nesse relaciona-m ento feliz com Deus e tern direito a es ses privilegios,Lemos em Joao 1.12: "A to do s qua nto s 0 receberamdeu-lhes 0poder de serem feitos filhos de Deus: aos quecreem no seu nome". Paulo lembra aos crentes galatasque essa fe em Cristo, por meio da qual se tornaram fi-lhos de Deus (v. 27), era 0 que professaram no batismo.Por isso acrescenta: "...todos quantos fostes batizadosem Cristo jii vos revestis tes de Cristo". Tendo confessa-do sua f e nele no ba tism o, se devotaram a Ele e coloea-ram seu uniforme, e declararam ser seus servos e disci-pulos. E, tendo se tornado membros de Cristo, foram,por meio dele, reconhecidos como filhos de Deus. Obser-ve aqui que, em primeiro lugar, 0 batismo e agora 0 ritosolene da nossa admissao na igreja crista, assim como acircuncisao era para os judeus. NOS80 Senhor Jesus or-denou que fosse assirn, na comissao dada aos discipulos(M t 28.19), e, portanto, era a pratica deles bat izar aque-les que discipulavam na fe crista. Talvez 0 a p6s to lo m en -eione 0 batismo deles e 0 fato de se tornarem filhos deDeus pela fe em Cristo para evitar uma opos icao adicio-nal , que os falsos mestres poderiam estar inelinados arealcar a favor da circuncisao, Eles podiam estar pron-tos a dizer: "Embora estejamos inclinados a consentir

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    vv. 1-7 GALATAS 4 5 5 8(2) Que esse privilegio de ser filho de Deus e de ser

    consagrado a Ele por meio de Cristo e agora desfrutadoem comum por todos os verdadeiros cristaos. A lei, naverdade, fazia diferenca entre judeus e gregos, dandoaos judeus, em muitas ocasioes, a primazia. Ela tambemdiferenciava entre servo e livre, senhor e escravo, e en-tre macho e femea, sendo que os machos eram circunci-dados. Mas nao e assim agora. Todos eles estao no mes-mo nfvel, e sao todos "...um em Cristo Jesus". Assimcomo alguem nao e aceito pelo fato de desfrutar de aIgu-rna vantagem pessoal ou nacional, da mesma forma 0 ou-tro nao e rejeitado pela falta dela; mas todos que since-ramente ereem em Cristo, independentemente de na-~ a o , sexo ou condieao, sao aceitos por Ele, e tornam-sefilhos de Deus, por meio da fe nele.(3 ) Qu e, sendo "...de Cristo, eniiio; sois descendenciade Abraiio e herdeiros conform e a promessa". Os mes-tres judaizantes ensinavam que eles deveriam ser cir-cuncidados e guardar a lei de Moises, caso contrario, naoseriam salvos. "Nao", diz 0 apostolo, "nao ha necessida-de disso tudo; porque se voces sao de Cris to , se sincera-m ente creem nele , que e a descendencia prometida, emquem todas as naeoes da terra devem ser abeneoadas,entao voces se tornam a verdadeira tlescendencia deAbrtuio, 0 pai dos fieis, Como tais sao herdeiros confer-me a promessa, e conseqiientemente sao habilitadospara as grandes bencaos e privilegios dela". Fica claroentao que a justificacao nao deve ser obtida por meio dasobras da lei, mas somente pela fe em Cristo, e que a leide Moises era uma instituicao temporaria, que foi dadapara esse fim. A promessa nao tinha a intencao de sersubversiva; por isso, agora, sob 0 evangelho, os cristaosdesfrutam de privilegios muitos maiores e melhores doque os judeus desfrutavam debaixo da antiga dispensa-cao, Conclui-se, entao, que eles seriam muito impruden-tes e insensatos se dessem ouvidos aqueles que outrorase esforcavam em priva-los da verdade e liberdade doevangelho.

    A Redencao por Cristovv.1-7Nesse capitulo, 0 ap6stolo lida claramente com aque-

    les que davam ouvidos aos mestres judaizantes, que exal-tavam a lei de M ois es em com pa ra ca o com 0evangelho deCristo, e se esforeavam em leva-los para debaixo da suaescravidao. Para convence-los da sua insensatez e corri-gir seus erros em relacao a isso, ele continua usando ailustracao de urn menino menor de idade, que ha via m en-cionado no capitulo anterior. Dessa maneira mostra a sgrandes vantagens que temos agora, com 0 evangelho,em relacao ao que tinham com a lei. Aqui:

    ,

    Ele nos familiariza corn 0estado d a c omun id a d e judai-ca do Antigo Testamento: Ela era semelhante a urnmenino menor de idade, que e mantido em urn estado deescuridao e servidao, em comparaeao com a luz e liberdademais amplas que desfrutamos sob 0 evangelho. Aquelaera, alias, uma dispensacao da graea, e, nao obstante, er acomparativamente uma dispensacao de escuridao. Assimcomo 0 herdeiro, em sua menoridade, "...e su i d e ba ix o d etutores e curado re s ate ao tempo determinado pelopai",por quem e educado e instruido naquelas coisas das quaisno presente momento te rn p ou co c on he cim e nto , e mai starde provavelmente serao de grande utilidade pa ra ele;assim ocorria com 0povo judeu do Antigo Testamento - aorganizaeao mosaica, sob a qual se encontravam. Elesnao conseguiam entender completamente 0 significadodela. Como 0 ap6stolo diz: Eles nao olhavam "...firme-mente para 0 Jim daquilo que era transit6rio" (2 Co3.13). Mas para a igreja, quando se tornasse m adura , nosdias do evangelho, esse aspecto se tornaria de grandeproveito. Aquela dispensaeao era urn tempo de escuridao,bern como de servidao, pois estavam "...reduzidos it s e r -uid/io debaixo dOB primeiros rudimentos do mundo".Eles estavam presos a urn.grande numero de rituais e ob-servancias penosas, por meio das quais, como por urn tipode primeiros rudimentos, eles foram ensinados e ins-truidos, e pelos quais foram mantidos em urn estado de su-

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    559 GALATAS 4 v v . 8-11sujeitou-se a nascer "...de mulker" (a sua encarnaeao) ena scer "...sob a lei" (a sua submissao). Aquele que eraverdadeiramente Deus, tornou-se homem por amor anos. E aquele que era Senhor de tudo consentiu em sujei-tar-se e tomar a forma de servo. Um dos motivos da suavinda era para "...remir os que estavam debaixo da lei"- para nos salvar desse juga intoleravel e desenvolverordenancas do evangelho mais racionais e faceis, Ele ti-nha , na verdade, algo maior em vista ao v ir aomundo doque meramente libertar-nos da servidao da lei cerimoni-a l . E le veio em nossa natureza, e consentiu sofrer e rnor-rer por nos, para que dessa forma pudesse remir-nos daira de Deus e da rnaldicao da lei moral, sob a qual todosas pecadores se encontram. E ssa era uma das finalida-des da sua vinda, e uma misericordia guardada a serconferida no tempo da sua manifestacao. Entao 0estadoma i s servil da igreja chegaria ao fim, e urn estado me-lhor sucederia esse periodo. Ele tam bem foi enviadopa ra nos redimir, "...afim de recebermos a tu lo e iio d e fi-lh os" - para que nao fossemos mais considerados e tra-t ados como servos, mas como filhos maduros, que rece-beram privilegios maiores, do que quando estavam de-baixo de tutores e curadores.D argumento do ap6stolonos leva a essa conclusao, embora, sem duvida, tambernpossa ser entendido como que significando essa adocaograciosa a qual 0 evangelho tantas vezes se refere comoo privilegio daqueles que creem em Cristo. Israel era 0rilho de Deus , s eu filho primogenito (veja Rm 9.4 ). Masagora, sob 0 evangelho, crentes especificos recebem aadocao . E, como evidencia disso, eles recebem simulta-neamente 0 Espirito de adoeao, imputando-lhes 0 deverd e o ra r, e capacitando-os em oraeao a ver Deus como Pai(v . 6 ): " .. .p orq ue s ois filhos, Deus enviou aos nossos co-rocoee 0 Espirito de seu Filho, que clama: Aba, Pai".Ass im, 0ap6stolo conclui esse argumento ao acrescentar(v . 7): "Assim que J a niio e s mais servo, mas filho; e, se e sjilho, e e tambem herdeiro de Deus po r Cr is to ". Agora , d eacordo com 0 evangelho, nao estamos mais debaixo daservidao da lei, mas, ao crermos em Cristo, nos tornamos

    se assemelharao a Ele. [2] 0 Espirito de adoeao sempree 0 Espirito de oraeao, e e nosso dever em oracao ver .Deus como Pai. Cristo nos ensinou em oracao a ver Deuscomo nosso Pai do ceu. [3]Se somos seus filhos, somosseus herdeiros. Isso nao ocorre entre os homens, em queo filho mais velho e 0herdeiro; no entanto, todos os filhosde Deus sao herdeiros. Aqueles que tern a natureza defilhos terao a heranca d e filh os .

    Repreensao Carinhosavv.8-11

    Nesses versiculos, 0 ap6stolo deixa claro 0que eramantes da conversao deles it f e em Cristo, e a mudancaabencoada que essa conversao realizou na vida deles.Entao ele se empenha em convence-los da enorme in-sensatez deles ao dar ouvidos aqueles que os conduziri-am debaixo da servidao da le i de Moises,Ele fala do estado e comportamento passado deles,e 0 que eram antes que 0 evangelho lhes fosse pre-

    gado. Naquela epoca, niio conheciam a Deus. Eles eramtotalmente ignorantes acerca do verdadeiro Deus e daforma como deveria ser adorado. Naquela epoca, esta-yam debaixo da pior escravidao, porque serviam "...aosque p or natureza nco sa o d eu se s". Eles estavam envol-vidos em urn grande mimero de praticas supersticiosas eid6latras dedicadas aqueles que, embora fossem consi-derados deuses respeitados, nao eram na verdade deu-ses, mas meras criaturas, e ta lvez a pr6pria criacao de-les, sendo, portanto, totalmente incapazes de ouvir eajuda-los. Observe: 1.Aqueles que sao ignorantes acer-ca do verdadeiro Deus estao predispostos a seguir falsosdeuses. Aqueles que abandonaram 0 Deus que fez 0mundo, em vez de estarem sem deuses, adoraram aque-les que eles mesmos fizeram. 2. A verdadeira adoracaosomente pode ser feita aquele que por natureza e Deus.Quando 0 ap6stolo acusa aqueles que prestavam culto

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    vv. 12-16 GALATAS 4 5 6 0de servidao. Ele fa la acerca desse assunto com surpresae profunda preocupacao: "como tornais Dutra vez... ?" ,diz ele (v.9). "Como e possivel que voces, que foram ensi-nados a adorar a Deus de acordo com 0evangeIho, sejamagora persuadidos a concordar com a forma cerimonialda adoracao? Como e possivel que voces, que conhecema dispensacao da luz, da liberdade e do amor, como e 0easo do evangelho, sejam agora submetidos a dispensa-~ ao da escuridao, servidao e terror, como e 0 caso dalei?" Eles nao tinham motivo algum para estar debaixoda lei, uma vez que nunca tinham estado debaixo da leide Moises, como os judeus. Por causa disso, eles erammais indesculpaveis do que os proprios judeus, que po-deriam ter urn certo apego aquilo que tinha estado comeles por tanto tempo. Alern disso, eles permitiram serescravizados por "...rudimenios fracos e pobres", coisasde que nao conseguiam limpar a alma deles, nem ofere-cer qualquer tipo de satisfacao duradoura para a mente,e que somente eram destinados para esse estado de me-noridade debaixo da qual 0 povo de Deus tinha estado,mas que agora tinha chegado ao fim. Portanto, a fra-queza e a insensatez deles eram tanto mais graves pelofato de participarem com os judeus nos varies cerimonia-is, aqui representados por "...dias, emeses, e tempos, e,anos", Obse rve aqui: 1. E poss iv el que aqueles q ue fize -ram grandes declaracoes de f e sejam mais tarde atraidospara terriveis apostasias que se afastam da pureza e sim-plicidade dela. Este era 0 caso desses cristaos. 2. Quantomaior for a misericordia de Deus mostrada a alguem,pelo conhecimento do evangelho, e os privilegios e vanta-gens dele, tanto maior e 0pecado e a insensatez ao se per-mitir ser privado deles. Por isso, 0 ap6stolo ressalta quedepois de terem conhecido a Deus, ou melhor, serem co-nhecidos por E Ie , nao deviam desej ar estar em servidaodebaixo dos rudimentos fracos e pobres da lei.

    seu ministerio e husea faze-los refletir acerca da inade-quabilidade do seu comportamento atual em relacaoaquilo que professavam anteriormente. E aqui podemosobservar:Quao afetuosamente ap6stolo se dirige a eles, Eleos chama de irmaos, embora soubesse que seus co-racoes es ta vam em grande parte alienados dele. 0 apos-tolo deseja que todo 0 ressentimento possa ser deixado

    de lado, e que eles tenham a mesma disposicao de an imoque ele tinha com eles. Ele queria que fossem "...comoeu, porque tambeni eu sou como v6s", e, alem dis-so, diz aeles que nao 0 ofenderam em nada. Paulo nao tinha ne -nhuma rixa ou m agoa em relacao a e .le s. Embora, ao con-denar a conduta deles, tivesse se expressado com um acerta veemencia e preocupacao, ele os assegura q ue is sona o era dev ido a qualquer sentimento d e of ens a pes soa l(como eles poderiam estar propensos a pensar). Ele a getendo em vista 0 zelo pela verdade e pureza do evange-lho e para 0 bem-estar e felicidade deles. Assim, se em-penha em abrandar 0 espirito deles em relacao a ele,para que possam estar mais dispostos a receber as a d-moestacoes que estava transmitindo. Com isso, 0 apos-tolo ensina que, ao repreendermos alguem, devemos to-mar cuidado para convence-lo de que a nossa repreen-sao nao e decorrente de qualquer tipo de ressentimentopessoal, mas de uma consideracao sincera em relacao ahonra de Deus e para 0bem-estar deles. Teremos maiorsucesso quando formos totalmente imparciais.

    A forma em que ele exalta 0 antigo amor delespor ele, para que possam estar tanto mais enver-gonhados pelo s eu comportamento atual em rela ea o aele. Para esse prop6sito: 1.Ele mostra a dificuldade comque trabalhou no meio deles na primeira vez que estevecom eles: "...v6s sabeis que primeiro vos anunciei 0 evan-gelho estando em fraqueza da carne". N a o temos certezade qual era essafraqueza da carne, que ele expressa na spaIavras seguintes c om o " ...uma tentaciio na minha CQ,J ' -ne" (embora, sern duvida, fosse bern conhecida aque les

    Ele expressa sua apreensao, ou seja, "...quehaja eu . trabalhado em vilopara convoseo". Ele, tinha trabalhado muito na pregacao do evangelho e seesforeado para confirma-los na fe e na liberdade desse

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    561 GALATAS 4 vv.17,18postas a arrancar seus proprios olhos! Deveriamos, por-tanto, nos esforcar para sermos aceitos por Deus. Paulodisse: "...mui pouco se me d/i de ser julgado por vas oupo r algum juizo humano" (1Co 4.3).

    ~oes,estavam mais interessados no interesse pr6prio doque no dos irmaos galatas: "Eles iem zelo por v6s" , d iz 0 .ap6stolo; "eles mostram uma consideraeao muito gran-de por v6s, e simulam uma grande afeicao, mas noocomo conuem . Eles nao 0 fazem por urn born mo tiv o , elesnao sao sinceros e honestos naquilo que fazern, porquequerem excluir-vos, para que vas tenhais zelo por eles.Eles buscam basicamente obter vossa afeicao; e, paraisso, estao fazendo todo 0 possivel para afastar 0 vossoamor por mim e pela verdade. Dessa forma, eles conse-guirao atrair-vos para si mesmos". Esse, Paulo assegu-ra, era 0 designio deles, e, portanto, os galatas seriammuito imprudentes se derem ouvidos a esses falsos mes-tres. Observe: 1.Pode haver muito zelo, onde, no entan-"to, ha ponca verdade e sinceridade. 2. E a forma costu-meira de os sedutores buscarem obter a afeicao das pes-soas, e por esse meio atrai-las para suas opinioes, 3. Qu-aisquer que sejam as pretensoes dessas pessoas, elasgeralmente estao mais interessadas em si mesmas doque nos outros, e nao se incomodarao em arruinar a re-putacao destes, se com isso puderem elevar a sua. Nessaocasiao, 0 ap6stolo nos apresenta uma regra excelente_ ,(v. 18): "E bom ser zeloso, mas sempre do bem...". Quan-do a nossa tradueao traz: mas sempre do bem, alguns es-c olh em tra d u zir: a um homem bom, e dessa forma acre -ditam que 0 ap6stolo se refere it sua pessoa. Eles acredi-tam que isso favorece tanto 0 contexto precedente quan-to as palavras que seguem: "...e niio som ente quando es-tou presente canvoseo", que pode ser entendido da s e-guinte forma: "Houve urn tempo em que voces foram ze-losamente apegados a mim; voces me consideravam urnhomem b orn . V o c es nao tern motivos agora para pensarde maneira diferente. Certamente voces deveriam mos-trar 0mesmo respeito por mim, agora que estou ausen-te de voces, de quando estive presente com voces".Mas, se seguirmos a nossa traducao, entao 0 ap6stolonos fornece aqui uma regra muito boa para nos guiar eajudar no exercicio do nosso zelo, Ele recornenda duascoisas especiais acerca desse prop6sito: (1) Que seja

    Quao seriamente ele protesta contra eles:"Qual e . logo, a v os sa b em -a ve ntu ra nr ;a ?" ,pergunta. Como se estivesse dizendo: "Houve uma epo-ca em que voces expressaram a maior alegria e satisfa-~ a o pelas boas novas do evange lho e estavam muito dis-postos a derramar suas bencaos sobre mim c omo 0divulgador delas. Por qual motivo voces estao tao dife-rentes agora, e tern tao pouco interesse por elas e respei-to por m im ? Houve um a epoca em que voces estavam feli-zes em receber 0 evangelho. V o ces tern algum rnotivopara pensar de outra forma?" Observe: Aqueles queabandonaram 0 seu primeiro amor fariam bern em con-siderar: Onde esta agora a bem-aventuran~a da qual urnd ia falavam? 0 que aconteceu com 0 prazer que urn diasentiam ao fazer parte da comunhao com Deus e da com-panhia dos seus servos? Para sublinhar uma vergonhajusta acerca da conduta atual deles, 0ap6stolo novamen-te pergunta (v 16): "Fiz -me , _ a ca so , vo ss o inimigo, di-zendo a verdade? Como e possivel que eu, que era vossofavori to, sou agora considerado vosso inimigo? Existea lgum Dutro motivo a nao ser pelo fato de ter contado averdade a vos, de ter me empenhado em torna-la conhe-cida a vos , a verdade do evangelho? Se esse DaO e 0 caso,quao injusta deve ser vossa desafeicao para comigo!"Observe: 1. Nao e incomum os homens consideraremcomo inimigos aqueles que realmente sao seus melhoresamigos. Porque, indubitavelmente, sao esses, quer se-ja m ministros ou outros, que lhes contam a verdade etratam livre e fielmente com eles acerca de questoes re-l ac ionadas it salvacao eterna deles, c omo 0 apostolo ago-ra fazia com esses cristaos. 2. Osministros podem a s ve-zes criar inimigos por causa do desempenho fiel das suasfuncoes. Esse era 0 c a so de Paulo. Ele era considerado 0inimigo deles por dizer-Ihes a verdade. 3. No entanto, os

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    vv.21-31 GALATAS 4 562mestres, que simulavam uma grande afeieao, quando naverdade estavam apenas interessados no bem-estar delesproprios, Mas 0 apostolo tinha uma preocupacao sincerapelo bem-estar deles. Ele estava mais interessado neles.Mesmo quando 0consideravam seu inimigo, ele lhes asse-gura que continuava sendo amigo deles. E nao somenteis so , m a s que s entia as dores de parto que uma mae senteem relacao a eles. Ele os chama de meusfilhinhos, comod e fa to podia fazer, uma vez que tinha sido 0agente da con-v ers a o d eles a fe crista. Sim, el e os chama defilhinhos, 0que denota urn grau maior de ternura e afeicao por eles.Talvez tambem esteja ligado ao comportamento atual de-les , em que s e mostravam como criancas pequenas, quesao facilmente manipuladas pela destreza e insinuacoes deou tr os . E le expressa sua preocupacao por eles e urn desejos in ce ro pelo bem-estar e prosperidade da a lma deles. Eles en tia "...as dores de porto" por eles. 0 motivo principalde s s a grande dar nao era tanto que eles pudessem afe-ta-lc, mas para "...que C ris to sejaformado em va s", paraque se tornassem cristaos de fato e fossem fortalecidos nafe do evangelho. Podemos observar entao: 1.A afeicao ter-na que ministros fieis sentem por aqueles que estao sobsua responsabilidade. Ela e semelhante ao amor que ospais sentem pelos seus filhinhos. 2. A coisa principal quea nelam e pela qual chegam a sentir dores de parto e queCristo seja formado neles; nao tanto que eles recebam aa feiea o d os cris ta os s ob os seus cuidados, muito menos queos tornem suas vitimas, mas que possam ser renovados noespirito, moldados a imagem de Cristo e mais completa-mente formados e confirmados na fe e vida cristas. Quaoirracionalmente essas pessoas agem quando permitem serpersuadidas a abandonar ou repugnar esses ministros! 3.Cristo nao e plenamente formado nos homens ate que dei-xem de confiar em sua pr6pria justica e aprendam a confi-ar somente nele e em sua justica,

    Como mais uma evidencia da afeicao e preocupacaoque 0ap6stolo tinha por esses cristaos, ele acrescenta (v.20) que desejaria "...estar presente ..." corn eles - que es-taria feliz se tivesse a oportunidade de estar com eles,conversar com eles e ter urn motivo para mudar a sua

    izantes que confiam na lei, por meio de uma compar ac aotirada da historia de Isaque e Ismael. Ele busca impres -sionar e comover a mente dos galatas, e convence-los dagrande fraqueza deles em afastar-se da verdade, e p er-mitir serem destituidos da liberdade do evangelho: "Di-ze i-m e v 6s ", diz 0apostolo, " oe que que re is estar debaixoda lei: niio o uvis v6s a le i?" Ele da por certo que ouviama lei, porque entre os judeus era costume le-la nas sua sreunioes publicas todos os sabados, Ja que gos tavamtanto estar debaixo dela, ele os faria considerar devida-mente 0 que nela estava escrito (referindo-se a o queesta registrado em Genesis 16 e 22), porque, se 0 fizes-sem, logo veriam que nao tinham muitos motives paraconfiar nela. E aqui: 1. Ele coloca diante deles a propriahist6ria (vv.22,23): "Po rque e eia e sc rito que Abrtuio tevedoisfilhos ...". A qui ele revela 0diferente es tado e a con-dicao desses dois filhos de Abraao: que urn deles, I sma -el, era d a e scr av a, e 0 outro, Isaque, era da livre. En-quanta 0 primeiro "...nasceu segundo a carne", o u p elocurso habitual da natureza, 0 outro, "...po r p romes so ",quando pelo curso da natureza nao havia motivo para es~perar que Sara tivesse urn filho. 2. Ele os farniliarizacom 0 significado e proposito dessa historia ou com o pla -nejava usa-la (vv. 24-27). Essas coisas deveriam s er en -tendidas "...por alegoria", em que, alem d o s en tid o lite-ral e hist6rico das palavras, 0 Espirito de Deus tinha emmente urn outro significado para nos, ou seja, que e s s a sduas, Agar e Sara, "...s ao o s d o is co nce rto s", ou t inham aintencao de tipificar e prefigurar as duas dispensacoesdo concerto. 0 concerto anterior, Agar, representavaaquilo que foi dado no monte Sinai, "...gerando filhospara a servidiio", que, ernbora fosse uma dispensacaoda graca, em comparacao com 0 estado do evangelho,era uma dispensacao de servidao. 1S80 se intensificouem relacao aos judeus, por causa do seu engano em re la -~ ao ao intento desse concerto, porque esperavam serjustificados pelas obras da lei. "...esta Agar e Sinai, ummonte da Arabia (0monte Sinai era na epoea c h amadode Agar pelos arabes), que corresponde it Jerusalemque agora existe, pois e escrava com seus filhos"; isto e ,

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    563 GALATAS 5 vv . 1-12c a prometida bern como a s suas bencaos. Mas, para queos cristaos nao tropecem diante da oposicao que poderi-am encontrar dos judeus, que eram tao obstinados com as ua lei a ponto de estarem prontos a perseguir aquelesque nao se submetessem a ela, ele deixa claro que issoapenas representava 0 que havia sido apontado na hist6-ria. Porque "...como, enuio, aquele que era gerado se-gundo a carne perseguia 0que 0 era segundo 0Espirito,assim e tambem; agora". Mas, para 0 consolo deles nes-s a situacao, ele deseja que considerem 0 que as Escritu-ras disseram (Gn 21.10): "Lomca fo ra a e scra va e se ufi-lho, porque, de modo algum, 0filho da escrava herdamicom 0filho da livre". Embora os judaizantes os perse-guissem e odiassem, 0 judaismo declinaria, murcharia esucumbiria. Mas 0verdadeiro cristianismo floresceria eduraria para sempre. Entao, como uma conclusao geralde tudo que tinha ensinado, 0 ap6stolo diz (v. 31): "Dema ne ir a q ue , ir miio s, somos filhos ntio da escrava, masda l iv re ".

    em que somos libertos do juga da lei cerimonial e damaldicao da lei moral. Assim, ja nao estamos presospara cum prir uma, nem ligados ao rigor da outra, queamaldieoa todo aquele que deixa de curnprir tudo queesta escrito nela (cap. 3.10).2. Devemos essa liberdadea Jesus Cristo. Foi Ele que no s lib e rt ou . Pelos seus m e -ritos Ele satisfez as exigencias da lei abolida, e pela s uaautoridade como rei Ele nos libertou das obrigacoesdessas ordenancas carnais que eram impostas aos ju-,deus. 3. E, portanto, nosso dever permanecer firmesna liberdade, constante e fielmente dedicar- nos ao e-vangelho e it sua liberdade e nao permitir, em hipotesealguma, que nos metam debaixo do Ju go d a serouliio,nem sermos persuadidos a voltar a lei de Moises, Essae a advertencia ou exortacao geral, que 0 ap6stolo res-salta nos versiculos seguintes par meio de variadas ra-z6es ou argumentos. Como , por exemplo:

    ;APITULOSubmeter-se it circuncisao e depender das obras dalei para a justificacao era uma contradicao implicitada f e crista deles e uma privacao de todas as vantagensconquistadas em Jesus Cristo (vv. 2-4). Podernos obser-var 0 seguinte: 1.A forma solene de 0 ap6stolo declararisso: "Eis que eu, Paulo, vos digo . .. " (v. 2); e repete no

    versiculo 3: "...d e no vo , p ro iesto .: ", como se estivesse di-zendo: "Eu, que tenho provado ser apostolo de Cristo eter rece bido autoridade e instrucoes dele, declaro, e es-tou pronto a penhorar minha honra e reputacao nisso,que, se vo s d eixa rd es circuncidar, Cristo de nada vosaproueitarti [...]".Com i s so , ele rnostra que 0 que estavaagora dizendo nao era apenas uma questao de grande im-portancia, mas a base de tudo que dizia. Ele estava taolonge de ser urn pregador da circuncisao (como alguns 0diriam) que considerava essa questao de consequenciascruciais se nao se submetessem a ela. 2. 0 motivo de um adeclaracao tao solene e segura: e que se eles deixassem se"... cir cu ncid ar , C ris to d e n ad a v os a pr oo eita rti" . Na o de-vemos imaginar que ap6stolo fala aqui d.euma mera cir-cuncisao, ou que era seu intento que ninguem que fossecircundado tivesse algum beneficio de Cristo. Porque to-

    -Nesse capitulo, 0 ap6stolo faz uma aplicacao dos eu discurso anterior. Ele comeca com uma adver-tencia geral (v. 1). Mai s tarde ele reforca essa ad-vertencia com diversas consideracoes (vv. 2-12).Entao os pressiona a uma devocao pratica seria,que e 0melhor antidoto para as ciladas dos falsosmestres. 0 ap6stolo ressalta especialmente: I.Que eles nao deveriam contender uns com os ou-tros (vv. 13-15). II. Que deveriam contender con-tra 0 pecado. Aqui ele mostra: 1. Que existe emcada pessoa uma luta entre a carne e 0 espirito (v.27) . 2. Que e nosso dever e interesse, nessa luta, fi -car do lado da parte melhor (vv. 1 6,1 8) . 3 . Ele espe-cifica as obras da carne, que devem ser vigiadas emortificadas, e 0 fruto do Espirito, que deve serdesenvolvido e estimado, e mostra a importanciadisso (vv . 19-24). Entao conclui 0 capitulo co m uma

    v v . 1-12 GALATAS

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    justificacao dessa forma. Conseqiientemente, ao se re-belarem contra Cristo e depositarem suas csperancasna lei, Cristo nao Ihes serviria para nada. Corn a circun-cisao, eles renunciavam ao cristianismo e excluiam-se detodas as vantagens oferecidas por Cristo. Eles tinhamtodos as motivos para seguir firmemente a doutrina doevangelho que haviam adotado e nao permitir que fossemcolocados novamente debaixo desse juga de servidao,Observe: (1) Ernbora Jesus Cristo seja capaz de salvar 0maior pecador, mesmo assim existem multidoes que naoaproveitarao essa salvacao, (2) Todos aqueles que bus-cam ser justificados pela lei estao descartando JesusCristo. Ao colocarem sua esperanea nas obras da lei, dei-xam de colocar sua espcranca nele; porque Ele nao sera 0Salvador de alguem que nao reconhecer e confiar nelecomo 0 unico Salvador.

    Para persuadi-los a constancia na doutrina e li-berdade do evangelho, ele coloca diante deles 0seu pr6prio exemplo e 0 exemplo de outros judeus quetinham se convertido it fe crista. 0 apostolo os familiari-za com 0 tipo de esperanca que eles podem ter, a saber,que, "...pelo espirito da fe , aguardamos a esperomea dajustico". Embora fossem judeus por natureza, e tives-sem sido criados debaixo da lei, ao serem levados peloEspirito ao conhecimento de Cristo tinham renunciado atoda a dependencia das obras da lei e buscavam a justifi-cacao e salvacao somente pela fe nele. Portanto, e umagrande insensatez para aqueles que nunea estiveramdebaixo da lei permitir que sejam submetidos a ela, e co-locarem sua espcranca nas obras dela. Podemos obser-var 0 seguinte aqui: 1. 0 que os cristaos estao aguardan-do?A esperanca da jusiica, por meio da qual podemosentender de uma maneira especial a felicidade do outromundo. Chamamos isso de esperanca dos cristaos, vistoque e 0 grande objeto da nossa esperanca, 0 que deseja-mos e buscamos acima de qualquer outra coisa. E a es-peranca da justica nao esta fundada na nossa propriajustica, mas na justica do nosso Senhor Jesus. Ernborauma vida de justica seja 0 caminho que leva a essa felici-

    como 0 caminho para nossa aceitacao por Deus. Ele diz(v. 6) que "...em Jesus Cristo, ou debaixo da dispensacaodo evangelho, nem a circuncisiio nem a incircuncisiiotent virtude alguma". Enquanto continuasse 0 estadoda lei, haveria diferenea entre judeu e grego, entre osque eram circundados e os que nao eram. Nesse caso, a sprimeiros rece biam 0 direito de usufruir dos privilegiosda igreja de Deus dos quais os outros eram excluidos.No entanto, isso foi mudado no estado do evangelho .Com a vinda de Cristo, que e ofim da lei (veja Rm 10.4),ja nao fazia diferenca se 0homem era ou nao circundado ,A circuncisao nao melhorava ou piorava 0 cristae ou 0tornava mais ou menos aceitavel a Deus. Os mestres ju-daizantes eram muito insensatos ao impor a circuncisaoe obrigar os gentios a cumprir a lei de Moises; por i s so ,os galatas seriam insensatos caso se submetessem a es-sas exigeneias. Embora lhes assegurasse de que nemcircuncisao nem incircuncisao teriam algum beneficio naaceitacao de Deus, 0 apostolo lhes informa 0 que trariabeneficio, ou seja, "...a fe que opera por caridade". Averdadeira e genuina fe em Cristo ama sinceramente aDeus e 0proximo. Se possuissem essa fe, nao importariase eram circuncisos ou incircuncisos. Por outro lado,sem ela, nada do que fizessem mudaria alguma coisa,Observe: 1. Nenhuma confissao ou privilegio externoajudara na nossa aceitacao por parte de Deus, s e naohouver uma sincera f e em nosso Senhor Jesus. 2. A ver-dadeira f e e graca operadora: ela age por meio do amo!'-amor a Deus e amor aos nossos irmaos, E a fe, que a tuapelo amor, opera tudo em todos em nosso cristianismo.

    Para recupera-los da apostasia e envolve-los emuma constancia maior no futuro, ele fala do bon:comeeo deles e os exorta a refletir em que m om ento per-mitiram ser afastados do born caminho (v. 7 ).1.Ele diz que corriam bern. Quando comeearam a ca-minhada crista , portaram-se de maneira elogiosa. Eles ti -nham prontamente aceitado a religiao crista e percebidourn fervor devido nela. Como no batismo, quando t inhamsido consagrados a Deus e declarado ser discipulos de

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    5 6 5 GALATAS 5 vv . 1-12por algum motivo impedidos em seu progresso, ou saodesviados do caminho. (2) Aqueles que corriam bern, masagora estao se desviando do caminho ou se cansaramnele, devem perguntar-se 0que os esta impedindo. O s no-vos convertidos devem esperar que Satanas coloque pe-dras de tropeeo em seu caminho e faca de tudo para afas-ta-Ios do curso em que se encontram. Mas, sempre queestiverem correndo 0 risco de ser afastados do caminho,deveriam ponderar 0 que os esta obstruindo. Indepen-dentemente de quem fossem as pessoas que estavamatrapalhando esses cristaos, ap6stolo deixa claro que aodarem ouvidos a esses falsos mestres, eles estavam sendoimpedidos de obedecer "...a verdade" e estavam correndoo risco de perder 0 beneficio do que t inham feito na fee 0ap6stolo assegura que 0 evangelho que foi pregado, e queeles tinham aceitado e professado, era a verdade. Somen-te dessa forma 0verdadeiro caminho de justificacao e sal-vacao seria plenamente revelado. Para qu e pudessemdesfrutar das vantagens, era necessario que obedeces-sem ao evangelho e continuassem a governar a vida e aesperanca de acordo com as orientacoes dele. Se permi-t issem ser afastados desse caminho, seriam culpados degrande fraqueza e insensatez. Observe: [1] A verdadena o deve ser somente erida, mas obedecida, deve ser re-c eb id a n a o somente a luz dela, mas no amor e poder dela.[2]Aqueles que nao seguem firmemente a verdade, na o aobedecem de m a neira certa . [3] 0 mesmo motivo usadopara obedecer a verdade vale t ambem para segui-Ia. Por-tanto, aqueles que com eca ram bern a corrida crista e per-mitiram ser obstruidos, nao perseverando nela, agem deforma muito irracional.

    dos os motivos para rejeita-la e continuar firmes na ver-dade que haviam seguido anteriormente. Observe: 1.A.fim de sermos imparciais no julgamento das diferentespersuasoes religiosas que ha no meio cristae, precisa-mos indagar se elas vern daquele que nos chamou, ouseja, se estao fundadas na autoridade de Cristo e seusap6stolos ou nao. 2. Se upos esse exarne, essas persua-soes provam nao estar sobre 0 fundamento correto, in-dependentemente de quanta procuram impo-las a nos,nao deveriamos, em hipotese alguma, nos submeter aelas, mas, sim, rejeita-las,

    o perigo de espalhar essa infeccao, e a influenciamalefica que ela podia ter sobre os outros. Esse emais urn argumento que 0 apostolo usa para os galatasnao concordarem com as imposieoes desses falsos mes-. . , -tres. E possivel que, a o diminuir 0proprio erro deles, elesestivessem dispostos a dizer que havia somente algunsfalsos mestres entre eles que buscavam atrai-Ios paraessa persuasao e pratica. Talvez eles tenham alegado quehavia somente algumas questoes menores em que con-cordavam com esses mestres - que embora concordas-sem em ser circuncidados, e em observar apenas algunsritos das leis judaicas, no ent a nt o, eles nan tinham, de for-ma alguma, renunciado ao seu cristianismo e passadopara 0 judaismo, au , suponha que a concordancia delescom essas persuasoes fosse de fato tao errada quanta 0apostolo tinha descrito, talvez argumentassem que haviaapenas alguns entre eles que haviam se afastado do cami-nho, e, portanto, ele nao precisava estar tao preocupado

    ,com essa questao, Para remover esse tipo de desculpas, epara convence-los de que havia mais perigo do que podi-am imaginar, ele diz (v. 9) que "um pouco defermenio Ze-veda toda a massa". Em outras palavras, todo 0 cristia-nismo pode ser manchado e corrompido por urn principioerroneo como esse ou toda a sociedade crista pode serinfectada por urn membro dela. Portanto, eles deveriamestar muito cuidadosos para nao cair nesse erro, e, se al-guem 0 tivesse feito, os galatas deveriam esforcar-se emusar os metodos apropriados para

    Ele argumenta a favor da firmeza na f e e liberdadedo evangelho deles, uma vez que tinham sido afas-

    t ados pela persuasao malefica dos falsos mestres (v. 8):"Esta persuasiio niio vem daquele que vos chamou". Aopiniao ou persuasao it qual 0 apostolo se refere aquiera , sem duvida, a necessidade de serem circuncidados,e de guardarem a lei de Moises, ou de mesclarem a leicom fe em Cristo quevv . 13-26 GALATAS 5 5 6 6

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    almente da forma como colocaram a questao, era incon-cebivel. Para provar a injustica dessa acusacao, ele ofe-rece argumentos que se os galatas refletissem com cu i-dado acerca deles, certamente seriam convencidos pareles. 1.Se tivesse pregado a eircuncisao, ele p od eria te l"evitado a perseguicao. Se "...prego ainda a circunci-sao", diz ele," por que sou, pois, perseguido?", Era ev i-dente, e eles sabiam que 0 apostolo era odiado e perse-guido pelos judeus. Mas como poderiam explicar 0 com-portamento deles em relacao a ele, se ele tinha sido iden-tificado como aquele que prega a circuncisao, e a obser-vancia da lei de Moises, como necessaria para a salva-~ao?Esse era 0grande ponto em discussao. E, se tivesseconcordado com isso, em vez de ser exposto it ira deles,ele poderia ter caido nas boas gracas deles. A persegui-~ao deles era uma evidencia clara de que ele nao haviaconcordado com eles. Em vez de pregar a doutr ina daqual 0acusavam, ele estava disposto a expor-se ao s mai-ores riscos. 2. Se tivesse cedido aos judeus nessa ques-tao, "...0 escamdalo da cruz estaria aniquilado"; osjuda-izantes na o teriam s e of en d ido tanto em relacao it dou-trina do cristianismo como fizeram, nem teria ele e ou-tros sido expostos a tanto sofrimento por causa disso.Ele nos informa (1 Co 1.23) que a pregacao da cruz deCristo (ou a doutrina da justificacao e salvacao somentepela fe no Cristo crucificado) era e sctm da lo p ar a os ju -deus (veja 1Co 1.23).0 aspecto que causava mais ofens aem relacao ao cristianisrno era que a circuncisao, e todaestrutura legalista, fo i posta de lado. I s so suscitou 0m a -ior protesto deles e os incitou a opor-se a essa doutr ina ea perseguir os seus mestres. Se 0 ap6stolo Paulo e ou -tros tivessem cedido e concordado em conservar a cir-cuncisao, e concordado em que a observancia da le i deMoises junto com a fe em Cristo sao necessarias para asalvaeao, entao 0 ressentimento deles teria sido removi-do em grande parte, e eles poderiam ter evitado os sofri-mentos que passaram. Mas, ainda que outros, e part icu-larmente aqueles que estavam prontos a calunia-lo co-mo pregador dessa doutrina, pudessem facilmente fazerconcess6es a ela, Paulo nao fazia. Ele preferiu arr iscar

    muitos temores e duvidas acerca deles (que era 0motivode usar de tanta franqueza e liberdade com eles ), ele es -perava que, por meio da bencao de Deus em relacao aoque tinha escrito, eles pudessem ser levados a ter 0mes-mo sentimento. Ele tambem queria que reconhecessem epermanecessem nessa verdade e liberdade do evangelhoque ele tinha pregado a eles, e estava agora empenhadoem ratificar neles. 0 ap6stolo nos ensina que devemos es-perar 0 melhor mesmo daqueles de que temos motivospara temer 0pior. Para que eles estejam menos ofendidoscom as repreensoes que ele passou por causa da incons-tancia da fe deles, ele coloca a culpa mais nos outros doque neles; porque ele acrescenta: "...mas aquele que vosinquieta, seja ele quem fo r, s ofr er o. a condenacao". Eleestava ciente de que havia "...alguns que os inquietavame queriam transtornar 0 evangelho de Cristo" (como cap.1.7), e possivelmente ele poderia estar se referindo a umapessoa em particular que era mais ativa e radical do queos outros, e poderia ser 0 agente principal da desordemque reinava no meio deIes, e a isso ele atribui a apostasiae inconstancia deles mais do que a alguma coisa nelesmesmos. Precisamos lembrar que ao reprovarmos 0 pe-cado e 0 erro, devemos sempre fazer uma distincao entreos lideres e os liderados, aqueles que atraem outras pes-soas a determinada coi sa , e aquelas que sao atraidos poreles. Par isso, 0 apostolo suaviza e alivia 0 erro dessescristaos, mesmo quando os esta advertindo, para que pos-sa melhor convence-los a voltar e permanecer firmes, naliberdade, por meio da qual Cristo os havia Iibertado.Mas quanta a pessoa ou pessoas que os importunavam,independentemente dequem eram, ele declara que sofre-r a a condenocao. Ele tinha certeza que Deus trataria comeles de acordo com seu merecimento, e de acordo comsua justa indignaeao contra eles, como inimigos de Cristoe sua igreja. Ele desejava que "...ossem cortados" - naocortados de Cristo e de toda esperanea de salvacao porEle, mas cortados de acordo com a disciplina da igreja,que devera testemunhar contra esses mestres que per-verteram a pureza do evangelho. AqueIes, quer ministrosou nao, que se poem a destruir a fe do evangelho, e per-

    567 GALATAS 5 vv. 13-26

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    sido "...chamados it liberdade", e ele queria que perma-necessem firmes na liberdade, por meio da qual Cristoos havia libertado; mas ele tambem queria que tivessemmuito cuidado para que nao usassem "...da liberdadepara dar ocasuio it carne" - para que nao aproveitassemocasiao alguma para ceder a quaisquer sentimentos oupraticas deturpadas, especialmente do tipo que podemcriar distancia e