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BOLETIM SEMANAL RESERVADO
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N° 10/16
SEMANA: 21/03/16 a 15/04/16
ASSUNTOS:
COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA
PLANO NACIONAL DE BANDA LARGA
NOVOS CABOS SUBMARINOS
COMPARTILHAMENTO DE POSTES – RESOLUÇÃO CONJUNTA ANATEL ANEEL
OBRIGATORIEDADE DE COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA
LEI DAS ANTENAS – PROMULGADA – LEI N° 13.116/2015
IMPLANTAÇÃO DA FAIXA DE 700 MHz E DIGITALIZAÇÃO DA TV
A REVISÃO DO MODELO – O FOCO DA COMISSÃO DO MINICOM
UMA TENDÊNCIA DO STREAMING VÍDEO-ON-DEMAND
NOTA: OS TENS EM VERMELHO INDICAM TEMA NOVO OU ALTERAÇÃO EM ITEM DE EDIÇÕES ANTERIORES.
01.COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA
Índice
A Portaria da Revisão do Modelo de Prestação de Serviços de Telecomunicações
Os Postes, o SNOA, a Revisão do Modelo
Revisão dos Contratos de Concessão - Assinatura Adiada... Mais uma Vez!
O fim das Cabines Telefônicas
“Reclamaço” contra o estabelecimento de limite na franquia de dados
Banda Larga Ilimitada - Palavras e medidas... corretas e sensatas
O Set-Top Box Universal
TIM BRASIL muda a logomarca
Resultados do 4T15 da Oi
Novo CEO da Telecom Italia
Mudanças no Comando das Companhias…Também na Telefónica
American Tower faz significativos investimentos...na Índia
Telefônica Brasil vende torres para Subsidiária
A FCC vai direto aos usuários
Ampliado prazo do “simulcasting”
Sinal Amarelo no UK – Venda da O2 tem restrições
Ainda o caso FBI x Apple e certas repercussões de ordem ética
Cabo Submarino Brasil – Angola
Nesta semana o BS selecionou para registro e comentários os tópicos que seguem abaixo.
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A Portaria da Revisão do Modelo de Prestação de Serviços de Telecomunicações
O Ministro das Comunicações assinou a Portaria Nº 1.455, de 8 de abril de 2016, pela qual
estabeleceu diretrizes para a atuação da Anatel no sentido de encaminhar o processo de revisão do
atual modelo de prestação de serviços de telecomunicações do País.
A essência do Processo parece estar definida no Art. 3º da Portaria, a seguir reproduzido:
Art. 3º. A Anatel deve elaborar e propor ao Ministério das Comunicações, nos termos da Lei Geral de
Telecomunicações, propostas de mecanismos para possibilitar a migração das atuais concessões de
Serviço Telefônico Fixo Comutado - STFC para regime de maior liberdade, condicionado tal migração
ao atendimento de metas relativas à banda larga, priorizando aquelas que contribuam para os objetivos
previstos no inciso I do art. 2º desta Portaria.
E, o Art. 2º está colocado da seguinte forma:
Art. 2º. De modo a posicionar os serviços de banda larga no centro da política pública, devem ser privilegiados
os seguintes objetivos:
I - Expansão das redes de transporte em fibra óptica e em rádio de alta capacidade para mais municípios;
II - Ampliação da cobertura de vilas e de aglomerados rurais com banda larga móvel;
III - Aumento da abrangência de redes de acesso baseadas em fibra óptica nas áreas urbanas;
IV - Atendimento de órgãos públicos, com prioridade para os serviços de educação e de saúde, com acesso à
Internet em banda larga.
Ou seja: o que se deseja, é estabelecer um processo em que ocorra a migração do STFC para um
“regime de maior liberdade, condicionando tal migração ao atendimento de metas relativas à
banda larga”.
Deve-se dizer que a metodologia sugerida para a migração do STFC já foi aplicada – de forma similar,
mas, não exatamente igual – quando da migração do SMC (Serviço Móvel Celular) para o SMP
(Serviço Móvel Pessoal) há cerca de 15 anos atrás. O primeiro explorado em Regime de Concessão
e o segundo como Autorização.
As desigualdades, basicamente, estão nas obrigações que deverão ser assumidas pelas Prestadoras
envolvidas na migraçãono para o novo regime que, entre outras incertezas, envolve a sua
quantificação. Esta situação não ocorria com intensidade minimamente comparável no caso do
celular, pois não havia obrigações estabelecidas no regime de conceção que não fossem as
relacionadas com a prestação dos serviços e com a utilização do espectro.
Dito de forma clara, o que se deseja é trocar uma situação (a ser valorada) aplicável ao STFC por
uma outra relacionada com a Banda Larga, que não é prestada em regime de Concessão. Ou seja:
trocam-se obrigações de um Serviço (em que é possível existirem tais obrigações em função dos
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regime de exploração) por obrigações de outros Serviço (explorado em regime sobre o qual não é
possível regulamentarmente impor obrigações que não sejam objeto de negociação prévia).
Com isto, procura-se preencher algumas lacunas de intenções colocadas no Decreto nº 7.175, de 12
de maio de 2010, que institui o Programa Nacional de Banda Larga - PNBL, onde são estabelecidos
objetivos para massificar o acesso a serviços de conexão à Internet em banda larga no Brasil.
O BS considera que se trata de um avanço considerável. Mas, julga, também, que as diretrizes são
relativamente modestas quando se considera a evolução para um Modelo de Prestação de Serviços
de Telecomunicações que atenda às imensas evoluções e transformações pelas quais passa o Setor.
No caso, parece que o trabalho da Comissão foi fundamentalmente pautado para resolver a questão
da universalização da Banda Larga no País, mas, partindo da premissa que isto deve ser feito,
principalmente, a partir da migração do STFC o que, obviamente, apresenta evidentes limitações.
Este, sem dúvida, é um parâmetro importante a considerar. Mas, os avanços da Banda Larga no
Brasil, em termos quantitativos (quantidade de acessos e velocidade) e de qualidade de serviço vão
bem além deste ponto. E, para tanto, é essencial encontrar um Modelo no qual toda a indústria –
Prestadoras em Regime Público e Prestadoras em Regime Privado - participe de forma proporcional,
observado o campo de atuação e o porte de cada Prestadora.
A questão tem correlação com a assinatura da revisão quinquenal dos Contratos de Concessão que
deveria ter ocorrido em 31/12/2015 e foi transferida para 31/12/2016 (ver item “Revisão dos
Contratos de Concessão-Assinatura Adiada... Mais uma Vez! “ do COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA
deste BS).
O BS deverá retornar ao assunto oportunamente. De imediato, seguem as considerações iniciais
apontadas e o texto completo da mencionada Portaria que é merecedora de uma leitura acurada
por aqueles que têm alguma vinculação com o assunto.
PORTARIA Nº 1.455, DE 8 DE ABRIL DE 2016
Estabelece diretrizes para a atuação da
Agência Nacional de Telecomunicações
Anatel na elaboração de proposta de
revisão do atual modelo de prestação
de serviços de telecomunicações.
O MINISTRO DE ESTADO DAS COMUNICAÇÕES, no uso da atribuição que lhe confere o art. 87, parágrafo único,
inciso II, da Constituição Federal e o art. 27, inciso V, alínea a da Lei 10.683 de 2003; e,
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CONSIDERANDO que a Lei nº 9.472, de 16 de julho de 1997 (Lei Geral de Telecomunicações) atribui ao Poder
Público o dever de garantir, a toda a população, o acesso às telecomunicações, a tarifas e preços razoáveis, em
condições adequadas;
CONSIDERANDO a missão do Ministério das Comunicações de elaborar, implementar e monitorar políticas
públicas transparentes e participativas que promovam o acesso aos serviços de comunicações e contribuam
para o desenvolvimento econômico, tecnológico, a democratização e a inclusão social no Brasil, em
consonância com o Decreto nº 4.733, de 10 de junho de 2003, que dispõe sobre políticas públicas de
telecomunicações;
CONSIDERANDO que o Decreto nº 7.175, de 12 de maio de 2010, que institui o Programa Nacional de Banda
Larga - PNBL, estabelece o objetivo de massificar o acesso a serviços de conexão à Internet em banda larga no
Brasil;
CONSIDERANDO que o citado Decreto prevê também, em seu art. 6º, inc. VI, que a Anatel deverá, na
implementação e regulamentação dos serviços de telecomunicações e de infraestrutura de rede de suporte de
conexão à Internet em banda larga, visar a ampliação da oferta de serviços de conexão à Internet em banda
larga na instalação da infraestrutura de telecomunicações;
CONSIDERANDO que o Acórdão do Tribunal de Contas da União n.º 28/2016 recomendou ao Ministério das
Comunicações que avaliasse a conveniência e a oportunidade de consolidar as diversas ações e planos
específicos existentes no setor de telecomunicações em um único instrumento de institucionalização,
explicitando a lógica de intervenção estatal no setor, no médio e no longo prazo, contemplando princípios,
diretrizes, objetivos, metas, estratégias, ações, indicadores e mecanismos de monitoramento e avaliação, bem
como as competências dos atores envolvidos, instâncias de coordenação e os recursos necessários para a sua
implementação;
CONSIDERANDO que a Portaria nº 4.420, de 22 de setembro de 2015, estabeleceu Grupo de Trabalho entre o
Ministério das Comunicações e a Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel com o objetivo de realizar
estudos quanto às perspectivas de evolução das concessões de telefonia fixa no País, considerando a
importância de estimular o desenvolvimento da infraestrutura de suporte à banda larga no Brasil, e elaborar
proposta de atos e alternativas de políticas públicas;
CONSIDERANDO que referido Grupo de Trabalho concluiu suas atividades com a elaboração de Relatório Final,
apontando diferentes alternativas e cenários regulatórios referentes ao setor de telecomunicações;
CONSIDERANDO a importância de se estabelecer com clareza as perspectivas de evolução do setor, de modo
a promover a segurança jurídica e a estabilidade necessárias ao destravamento de investimentos em redes de
telecomunicações de suporte à banda larga, resolve:
Art. 1º. O acesso à Internet é essencial ao exercício da cidadania e o Poder Público deve atuar de modo a
promover o acesso de todos aos serviços de banda larga, com custos acessíveis e em níveis de qualidade
compatíveis com as expectativas dos usuários.
Art. 2º. De modo a posicionar os serviços de banda larga no centro da política pública, devem ser privilegiados
os seguintes objetivos:
I - Expansão das redes de transporte em fibra óptica e em rádio de alta capacidade para mais municípios;
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II - Ampliação da cobertura de vilas e de aglomerados rurais com banda larga móvel;
III - Aumento da abrangência de redes de acesso baseadas em fibra óptica nas áreas urbanas;
IV - Atendimento de órgãos públicos, com prioridade para os serviços de educação e de saúde, com acesso à
Internet em banda larga.
Art. 3º. A Anatel deve elaborar e propor ao Ministério das Comunicações, nos termos da Lei Geral de
Telecomunicações, propostas de mecanismos para possibilitar a migração das atuais concessões de Serviço
Telefônico Fixo Comutado - STFC para regime de maior liberdade, condicionado tal migração ao atendimento
de metas relativas à banda larga, priorizando aquelas que contribuam para os objetivos previstos no inciso I do
art. 2º desta Portaria.
§ 1º. Na alteração do atual modelo de prestação de serviços de telecomunicações, deve ser mantido o
atendimento existente de serviços de voz, onde este ainda for necessário.
§ 2º. Devem ser estabelecidos mecanismos de incentivo à migração, preservando-se as capacidades do Poder
Público quanto ao monitoramento de redes estratégicas.
§ 3º. Na definição das metas referidas no caput, devem ser observadas as seguintes diretrizes:
I - complementaridade com obrigações já existentes em decorrência de exigências regulatórias ou editais de
licitação de radiofrequência;
II - as novas metas não devem se restringir às atuais regiões de outorga das concessionárias de STFC;
III - com vistas a assegurar a prestação de serviço em áreas economicamente menos atraentes, devem ser
estabelecidos instrumentos que vinculem áreas rentáveis e não rentáveis;
IV - devem ser previstos mecanismos que assegurem o adequado controle do Poder Público quanto ao
cumprimento das metas.
§ 4º. Dentre os elementos que devem ser considerados pela Anatel na migração das atuais concessões de STFC,
incluem-se a revisão das metas de universalização do STFC existentes, a alteração do regime de controle
tarifário; a utilização de ônus contratuais financeiros; a eliminação do instituto da reversibilidade; e a
eliminação do prazo contratual de 2025.
§ 5º. A Anatel deve, sempre que couber, buscar a modulação da atuação regulatória em função das
características competitivas das áreas consideradas.
§ 6º. Com vistas à evolução do atual quadro normativo em direção a um regime mais convergente de prestação
de serviços, deve ser buscada a simplificação do atual modelo de outorgas de serviços de telecomunicações,
assim como a desburocratização e maior celeridade dos procedimentos de licenciamento.
Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
ANDRÉ FIGUEIREDO
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Os Postes, o SNOA, a Revisão do Modelo
O SNOA – Sistema de Negociação de Ofertas no Atacado – está prestes a ganhar um novo item: o
Cadastro de Postes! Uma iniciativaelogiável e salutar uma vez que venha a ser concretizada; não só
para as Prestadoras de Telecomunicações, mas, também, para as próprias distribuidoras de energia
elétrica que disporão de recursos e mecanismos mais estruturados para suportar uma atividade
que, sem dúvida, pode se constituir – se já não o é – em excelente fonte complementar de receitas.
Aqui se está diante de uma daquelas situações cujo sucesso somente estará garantido se for um
bom negócio para todas as Partes envolvidas. Na prática, trata-se da ocupação de espaço ocioso
dos postes, considerando a sua utilização pelas distribuidoras de energia elétrica, mas, de relevante
– senão imprescindível – importância para as redes de telecomunicações.
E, aqui, se fala de “compartilhamento de infraestrutura” por Concessionárias ou Autorizatárias de
Serviços Públicos que, por sua vez, também utilizam espaços públicos para a instalação dos postes
quando redes aéreas ou dutos quando redes subterrâneas. Portanto, o contexto da questão
envolve, sem dúvida, o interesse público sob diversos prismas de avaliação.
Porém, isto não pode ocorrer sem a imposição de determinados limites. Não há dúvidas que sob o
ponto de vista dos impactos urbanos as redes subterrâneas são preferíveis – por vezes obrigatórias
– em relação às redes aéreas. Mas, nem sempre isto é possível: como imaginar, por exemplo,
sistemas de iluminação pública sem postes ou redes de telecomunicações sem fio (via rádio) sem
torres, postes, ou, outras estruturas visíveis que suportem as imprescindíveis antenas? Como se
pode considerar que um atendimento de telecomunicações a áreas rurais, por exemplo, não
disponha de características bastante diversas daquelas existentes em regiões centrais de áreas
metropolitanas e, naturalmente, imponha a utilização de postes compartilhados?
Obviamente, se faz necessária a existência de um equilíbrio sob este viés de considerações e é neste
ponto que o SNOA, também, pode vir a ter um papel destacado e dar uma excelente contribuição â
necessária reorganização das redes aéreas – telecomunicações e elétricas – existentes em diversos
pontos das grandes metrópoles brasileiras.
O BS, vem levantando esta questão com comentários em diversas edições anteriores. Muitas fotos
foram inseridas nos textos para dar uma ideia da situação quase caótica que acontece em inúmeras
situações. E, o fato pode ser facilmente constatado por qualquer um que tenha a sua atenção fixada
na questão quando transitar por determinadas regiões de cidades com as quais tenha contato,
principalmente quando se moverem para pontos mais periféricos.
E, longe de o tema envolver somente aspectos estéticos sob o ponto de vista urbanístico: o assunto
assume proporções quase dantescas quando se considera o lado técnico. É inimaginável considerar
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que se pode estar proporcionando um serviço com qualidade aceitável a partir da situação física
visível do posicionamento desses cabos e fios. Até um leigo pode chegar a esta conclusão sem
muitas dificuldades!
E, por fim, mas não menos importante, há as considerações de ordem econômica. Quando o
compartilhamento é feito de forma adequada – e é assim que sempre deve ocorrer – todos ganham.
O pressuposto é que o uso dos recursos aconteça da forma mais otimizada possível, gerando
sinergias que, no final, se refletem em ganhos distribuídos para todos, inclusive, para os
consumidores (usuários) que poderão se beneficiar com custos mais baixos dos serviços.
Sob uma perspectiva mais estratégica, o SNOA também pode ser utilizado como uma excelente
fonte na determinação dos rumos a serem adotados nos inevitáveis próximos passos pelos quais
passarão as redes de acesso de telecomunicações via cabo. Não há dúvidas que as redes de cabo de
fios de cobre estão com seus dias contados. É inevitável que elas sejam substituídas por cabos de
fibras ópticas. E, é, também, inquestionável que as condições de instalação e operação nas duas
situações são substancialmente distintas.
Então, haverá um “mundo novo” a ser levado em consideração neste particular aspecto da evolução
das redes de telecomunicações. Com a consideração adicional de que não se trata de uma simples
tendência, mas, de um fato real que está ocorrendo em diversos países mais evoluídos e que, no
Brasil, apresenta uma defasagem que incomoda.
Neste sentido, é bastante preocupante que não exista no Brasil – pelo menos de conhecimento
público – quaisquer estudos que detalhem como ocorrerá a transição destas redes de acesso via
cabos de fios de cobre para os cabos de fibras ópticas. Nem por parte do Governo, nem por parte
das Operadoras que utilizam estes recursos (basicamente, as Concessionárias: Oi, Telefônica Vivo,
Embratel, CTBC, Sercomtel).
Esta questão fica mais evidente e resulta em alguma perplexidade quando se tem como assunto da
ordem do dia as medidas a serem tomadas no País visando a evolução para um imprescindível
“Novo Modelo” de Prestação de Serviços de Telecomunicações no País. E, assume um caráter mais
impressionante quando se avalia a questão dos “Bens Reversíveis” dos quais as Redes de Acesso de
Cabos de Fios de Cobre (legado das antigas, mas, ainda operacionais redes telefônicas) são um dos
itens fundamentais, senão o mais importante.
Fala-se em avaliar o “Valor da Concessão” visando determinadas linhas de “evolução” a serem
eventualmente adotadas. Tal valor pode ser decorrente de suas características estratégicas – pouco
provável no atual cenário das telecomunicações mundiais – e/ou dos bens materiais envolvidos
(Bens Reversíveis).
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Em qualquer das hipóteses o valor destas Redes de Acesso é fundamental. Com uma observação
que pode se transformar em fonte de discussões complexas: por um lado têm um valor quase
intangível, pois, sem elas não se pode prestar o serviço obrigatório (STFC) em inúmeras situações
relevantes no horizonte de planejamento atual. Por outro, há a certeza de que ao fim desse período
o seu valor será o de mera sucata! Como avaliar esta situação crítica sem um estudo técnico,
econômico e estratégico de abrangência profunda?
Visto sob esta perspectiva, o assunto ganha dimensões multidisciplinares. Desde questões de
postura urbana, passando por interesses econômicos e operacionais das Prestadoras de Serviços
Públicos, e, chegando, talvez, ao ponto mais importante: como conviver com uma situação
reconhecidamente crítica no contexto de uma imprescindível tomada de posição em relação à
evolução rumo ao futuro da prestação dos serviços de telecomunicações.
Revisão dos Contratos de Concessão - Assinatura Adiada... Mais uma Vez!
Pela terceira vez foi adiada a data de assinatura da revisão dos Contratos de Concessão do STFC,
originalmente prevista para 31/12/2015. Nesta oportunidade, o espaçamento foi maior, com a nova
data limite sendo estendida para 31/12/2016. Isto dá uma ideia das dificuldades para se estabelecer
uma linha de ação que paute esta penúltima revisão, uma vez que ela é quinquenal e os Contratos
se encerram em 31/12/2025, sem possibilidade de renovação.Desconhece-se até onde a decisão foi
unilateralmente tomada pelo Governo, ou, se houve alguma negociação com as Concessionárias.
Interessante que a assinatura poderia ter ocorrido de modo simples, quase cumprindo um rito
burocrático. Pode-se inferir que o Governo pretende introduzir condições não previstas nos
Contratos – novas obrigações! – as quais, naturalmente, devem ser definidas e acordadas com as
demais Partes envolvidas, uma vez que não podem ser impostas sem que haja uma negociação.
Esta possibilidade, é corroborada pelos desdobramentos dos trabalhos da Comissão estabelecida
para definir condições de um Novo Modelo para a prestação de serviços de telecomunicações no
País. Na verdade, em 8 de abril próximo passada o Ministro das Comunicações assinou a Portaria
Nº 1.455, na qual “Estabelece diretrizes para a atuação da Agência Nacional de Telecomunicações
– Anatel – na elaboração de proposta de revisão do atual modelo de prestação de serviços de
telecomunicações”. Em função disto, a Agência deverá se posicionar e os trabalhos deverão se
estender por até 8 meses. Este prazo está ajustado com o definido para a nova data de assinatura.
Deverá haver uma Consulta Pública por iniciativa da Agência cuja duração está prevista para 10 dias,
mas, há possibilidades de ser ampliada.
Sugere-se, em relação a este tema ler também os itens “A Portaria da Revisão do Modelo de
Prestação de Serviços de Telecomunicações” e Os Postes, o SNOA, a Revisão do Modelo” no
COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA deste BS Nº 10/16.
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O adiamento, sem dúvida, contribui para respaldar determinadas incertezas que pesam sobre os
Contratos de Concessão, com forte potencial de inibir ações por parte das Concessionárias no que
diz respeito à determinação de novos investimentos.
O fim das Cabines Telefônicas
O Brasil passa por um momento particularmente importante no Setor de Telecomunicações, pois se
discute um “Novo Modelo” de Prestação de Serviços para o País. Entre os temas relacionados está
a questão dos Telefones Públicos e uma de suas vertentes, as Cabines Telefônicas, instaladas em
ambientes externos.
Conforme já foi comentado em BS anteriores há uma tendência a eliminar ou a substituir por outras
alternativas tais Cabines. Um exemplo, recentemente mencionado, foi o da cidade de Nova York
onde há um movimento para substituir todas as Cabines Telefônicas por outras mais avançadas que
permitam múltiplos serviços (acesso à Internet). Uma das características seria a abertura do
mercado que poderia ser explorado por Empresas que não fossem necessariamente as tradicionais
Operadoras do Serviço Telefônico..
No caso de Nova York chegou a ser mencionada a cifra de $500 milhões anuais como valor mínimo
que a Prefeitura receberia pela exploração de tais Cabines que também veiculariam publicidade
subsidiariamente à prestação dos serviços de telecomunicações propriamente ditos.
Surge, agora, na Espanha – entre outros países – um movimento no sentido de eliminar as Cabines
Telefônicas; não, necessariamente, todos os Telefones Públicos! E, por incrível que possa parecer,
tal movimento é liderado pelo Órgão Regulador espanhol.
Sem entrar no mérito da questão, o BS reproduz reportagem do El País na qual são apresentadas
considerações sobre o assunto as quais, também, são estendidas ao tema dos Catálogos
Telefônicos. Espera-se, com isto, contribuir para as discussões em andamento, considerando que o
item Telefones Públicos é um dos mais importantes no contexto geral, pois trata-se de um dos
elementos fundamentais das ações de Universalização dos Serviços desenvolvidas em todo o País.
Com a referência adicional que, em algumas localidades, o Telefone Público – por mais anacrônico
que possa parecer – ainda é a única forma de comunicação disponibilizada para as comunidades.
¿El fin de las cabinas telefónicas? La CNMC pide que desaparezcan
Un informe de Competencia aconseja que se eliminen del servicio universal por su bajo uso y
ante la generalización del móvil
Ramón Muñoz
Madrid 23 MAR 2016
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Las cabinas telefónicas fueron hasta poco el único medio de muchos ciudadanos para comunicarse,
sobre todo cuando salían de su casa o de su oficina o se iban de vacaciones. Pero la generalización de
la telefonía móvil y el alto coste de su mantenimiento han hecho que este icono del mobiliario urbano
se haya convertido en una reliquia inservible. Consciente de esta situación. La Comisión Nacional de
los Mercados y la Competencia (CNMC) ha remitido un informe al Ministerio de Industria Industria,
Energía y Turismo en el que le aconseja que revise la conveniencia de mantener la cabinas dentro de
las obligaciones del servicio universal de las telecomunicaciones, lo que, en la práctica, supone a pedir
su retirada.
En España quedan 25.820 cabinas telefónicas de las 100.000 que había en el año 2000, según las últimas
cifras correspondientes a 2015. En los últimos tres años la caída interanual ha sido del 40%. Son todas
deficitarias por su bajo uso, y el alto grado de vandalismo que hace muy costoso su mantenimiento.
El actual servicio universal garantiza que tiene que haber al menos un teléfono público de pago y uno
más por cada 3.000 habitantes, en cada localidad de 1.000 o más habitantes y una cabina en cada uno
de los municipios de menos de 1.000 habitantes en los que esté justificado en base a los criterios de
oferta mínima.
Como ninguna compañía quiere hacerse cargo de esa obligación al no ser rentable el servicio, tanto por
el mantenimiento como pro el vandalismo, el Ministerio de Industria designó a Telefónica (a través de
su filial TTP Cabitel) como el operador encargado de la prestación de teléfonos públicos desde 2012 a
2016. No obstante, el coste de ese servicio se reparte entre los tres principales operadores (Telefónica,
Vodafone y Orange). Si en 2012 el coste neto de las cabinas se situaba en 400.000 euros, en 2013 éste
ya superaba los 1,2 millones de euros.
Industria debe revisar antes de final de año las condiciones y los operadores que deben hacerse cargo
del servicio universal de telecomunicaciones. Y todo apunta a que finalmente relajara la norma de
instalación de cabinas salvo en casos excepcionales (municipios muy pequeños o de difícil acceso), de
forma que los teléfonos públicos ya no se incluirán dentro de las obligaciones del servicio universal.
El 88% nunca las usa
La CNMC argumenta en su informe que en España, el número de cabinas se ha reducido notablemente
y la demanda de este servicio es cada vez menor. El 88% de los consultados responden que nunca han
utilizado las cabinas (Eurobarómetro 2014), lo que sitúa a España al nivel de la media europea. Y
recuerda que Francia decidió recientemente excluir las cabinas del servicio universal, lo que permitirá
a Orange empezar a desinstalarlas. Muchos países como Estonia, Repúblicas Checa o Finlandia hace
mucho que las retiraron.
Competencia también aclara que un 81% de los ciudadanos que respondieron a la consulta pública de
la Comisión Europea sobre la reforma de la normativa de telecos están en desacuerdo o muy en
desacuerdo con mantener las cabinas dentro del servicio universal.
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La guía telefónica, también herida de muerte
El mismo camino pueden llevar las guías telefónicas, también incluidas ahora en el servicio universal .
Según el mismo, todos los abonados al servicio telefónico fijo o móvil tienen derecho a figurar en la
guía de números de abonados y a recibir un ejemplar del tomo de la misma correspondiente a su zona
geográfica. El derecho a figurar en la guía se ejerce a través del operador que presta el servicio
telefónico (también el derecho a no figurar), mientras que el derecho a recibir la guía lo garantiza
Telefónica de España en su condición de operador designado a tal efecto en el marco del servicio
universal. Desde 2014, las guías de abonado en papel sólo se envían bajo petición, aunque están
disponibles en la web..
La CNMC en su informe indica que el 52% de los españoles no ha usado nunca guías de abonado en
papel y nadie afirma usarla más de una vez al mes (Eurobarómetro 2010). Por su parte, un 52% de los
españoles no ha usado nunca guías de abonado en papel y nadie afirma usarla más de una vez al mes
(Eurobarómetro 2010). por eso,como en el caso de las cabinas aconseja que sean retiradas de las
obligaciones del servicio universal.
No obstante, la CNMC considera necesario mantener la conectividad de banda ancha a 1 megabit por
segundo (Mbps) dentro del servicio universal. Pasra ello, argumenta que 445.199 líneas en España no
tienen aún cobertura de banda ancha a esta velocidad (el 2,5% del total de accesos fijos). Los niveles
de cobertura de banda ancha a 1 Mbit/s oscilan entre el 99% de la Comunidad de Madrid y Melilla y el
94 % de Galicia y Castilla y León.
“Reclamaço” contra o estabelecimento de franquia de dados
O Radar on line, do Site da Veja, publicou Nota informando que o Site “ReclameAQUI” promoverá
um “Reclamaço” contra a Anatel, no dia 27/04, de forma que os consumidores possam encaminhar
suas reclamações contra a medida de impor limites de utilização de dados (franquia) nos Planos do
SMC, a partir do próximo ano.
A medida dá uma ideia da polarização estabelecida com a decisão das Prestadoras em adotarem
esta alternativa nos seus Planos de Prestação do Serviço. O BS comentará este tema em outro item
deste COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA.
Segue, abaixo, o texto integral da Nota mencionada.
Site fará ‘reclamaço’ contra Anatel por limite de Internet Por: Natalia Viri 15/04/2016
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Força-tarefa contra nova política das teles
O site ReclameAQUI promoverá um “reclamaço” contra a Anatel no dia 27 para que os
consumidores possam enviar suas queixas em relação o limite de franquia dos planos de Internet
que passará a vigorar a partir do próximo ano.
As reclamações enviadas nesse dia serão diretamente encaminhadas para avaliação do órgão
regulador, que hoje concentra 9,3 mil reclamações no site, envolvendo os mais diversos assuntos.
Relativamente à banda larga fixa, as queixas ainda são poucas, apenas 740.
Pela regra anterior, o consumidor pagava um valor fixo por mês, e podia navegar à vontade com
uma velocidade pré-determinada. Agora, a proposta das operadoras é estabelecer um limite para
isso.
Banda Larga Ilimitada - Palavras e medidas... corretas e sensatas
Teve grande repercussão na mídia o rápido posicionamento da Anatel em relação à questão do fim
do consumo ilimitado de dados como regra básica dos planos de prestação de serviços de acesso à
Internet. Esta medida havia sido adotada pelas Prestadoras de Serviços e questionada pelos Órgãos
de Defesa do Consumidor, de modo geral, alegando, principalmente, supostos direitos adquiridos
pelos clientes.
Ainda que se compreenda o desejo dos usuários em relação ao não estabelecimento de limites, tal
proposta é técnica e economicamente inviável. E, também, injusta: na verdade, em tal regra os que
utilizam menos acabam por pagar pelos que utilizam mais. É inexorável a regra de quem usa ou
consome mais deve pagar mais; isto, em qualquer circunstância da vida em sociedade. Até, como
uma forma de controle da disponibilidade e preservação de qualquer produto ou serviço que no
mundo real envolve limitações e em algumas circunstâncias escassez.
A ação da Anatel e a sensibilidade manifestada para relacionar as consequências do uso ilimitado
com a decisão de realizar investimentos por parte das Empresas, mesmo correndo o risco de
desagradar os consumidores – que mais conscientemente, certamente, entenderão o
posicionamento - são atitudes do Poder Público que ainda dão o conforto de que há seriedade na
condução dos assuntos por parte desse Poder. Infelizmente, sujeita a exemplos inaceitáveis em
casos isolados de grande repercussão social.
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Entre as diversas manifestações na imprensa, especializada ou não, o BS encontrou na reportagem
da Veja online aquela que, no seu entender, repercute adequadamente o sentido que está se
procurando dar ao tema. E, por esta razão, tal reportagem é reproduzida na sequência.
Anatel sinaliza fim da era da internet ilimitada no Brasil
Nas palavras do presidente da agência, João Rezende, "não podemos trabalhar com a noção
de que o usuário terá um serviço ilimitado sem custo"
Veja online
18/04/2016 às 20:03
João Rezende, presidente da Anatel(ABr/VEJA)
O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), João Rezende, explicou que a era da internet
ilimitada está chegando ao fim. Apesar de medida cautelar da agência publicada nesta segunda-feira ter proibido
por 90 dias as empresas de banda larga fixa de reduzirem a velocidade da conexão ou cortarem o acesso,
Rezende afirmou que a oferta de serviços deve ser "aderente à realidade".
"Não podemos trabalhar com a noção de que o usuário terá um serviço ilimitado sem custo", afirmou
Rezende. "Para nem todos os modelos cabe ilimitação total do serviço. Não vai haver rede suficiente para
tudo."
O presidente da Anatel reconheceu, porém, que a culpa, nesse caso, é das empresas, que "deseducaram" o
cliente. "Acho que as empresas, ao longo do tempo, deseducaram os consumidores com essa questão da
propaganda de serviço ilimitado, infinito. Isso acabou, de alguma maneira, desacostumando o usuário. Foi
má educação", constatou.
Para Rezende, é importante que a Anatel dê garantias para que não haja um desestímulo aos investimentos
pelas companhias nas redes. "Acreditamos que isso é um pilar importante do sistema. É importante ter
garantias para que não haja desestímulo ao investimento. Não podemos imaginar um serviço ilimitado."
Consumo - Uma das principais obrigações a que as empresas terão que atender, conforme determinação da
Anatel, é criar ferramentas que possibilitem ao usuário acompanhar seu consumo para que ele saiba, de
antemão, se sua franquia está próxima do fim. Se a opção for criar um portal, o cliente poderá ver seu perfil
e histórico de consumo, para saber que tipo de pacote é mais adequado.
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Além disso, as empresas terão que notificar o consumidor quando estiver próximo do esgotamento de sua
franquia e informar todos os pacotes disponíveis para o cliente, com previsão de velocidade de conexão e
franquia de dados.
Uma vez que a Anatel apure o cumprimento dessas determinações, em 90 dias, as empresas poderão reduzir a
velocidade da internet e até cortar o serviço se o limite da franquia for atingido. Para não ter o sinal cortado ou a
velocidade reduzida, o usuário poderá, se desejar, comprar pacotes adicionais de franquia.
"Acreditamos que as empresas falharam e estão falhando na comunicação com o usuário", afirmou
Rezende. "Também acho absurdo suspender serviço sem avisar o usuário", acrescentou.
Rezende disse não ver relação entre a mudança na postura das empresas e a queda de assinantes de TV por
assinatura. Entre agosto de 2015 e fevereiro de 2016, as empresas perderam quase 700.000 clientes, de acordo
com a base de dados da própria Anatel. Ao mesmo tempo, a Netflix, serviço de vídeo por streaming, já contava
com 2,2 milhões de assinantes no início do ano passado. "Neste momento, não vejo essa concorrência", declarou
Rezende.
Rezende disse que as empresas que quiserem continuar a oferecer pacotes de internet ilimitada poderão fazê-lo.
Segundo ele, esse erro também já foi cometido pelas operadoras quando ofereciam pacotes ilimitados de voz.
"Quem quiser oferecer pacote ilimitado vai ver até onde vai suportar esse modelo de negócios", afirmou.
"Acho que as empresas tiveram um erro estratégico lá atrás de não perceber que qualquer mudança, como
serviço ilimitado de dados, levaria a um momento em que seria preciso corrigir a rota, sob risco de queda
de investimentos."
Ao comparar o uso da internet com o consumo de energia elétrica, a superintendente de relações com
consumidores da Anatel, Elisa Leonel, disse que o modelo de franquias é opcional, mas ressaltou que alguns
consumidores poderiam se surpreender com a conta no fim do mês se o modelo fosse de consumo aberto.
"As empresas poderiam deixar o cliente consumindo megabytes o mês todo e mandar a conta, mas, como o
consumidor não está habituado a isso, pode levar um susto no final do mês", afirmou Elisa. "A franquia garante
o controle do seu uso, mas ele não é obrigatório. É para o bem dele."
O secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Max Martinhão, disse que a medida chega
para dar equilíbrio e segurança ao consumidor. "As coisas estavam acontecendo de forma muito desordenada",
afirmou. "A medida traz tranquilidade nesse momento."
O Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviços Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil), que
representa as principais empresas do setor, informou que não iria se pronunciar sobre a cautelar, porque cada
empresa tem um posicionamento sobre a questão.
O Set-Top Box Universal
Conforme comentado em BS anterior (BS 08/16 “REGULAÇÃO DO SET-TOP BOX DA FCC NÃO SERIA
PROBLEMA...NOS US”) , a FCC estabeleceu uma política de Set-Top Box único como interface para os
Sistemas de TV dos US: interface aérea e via Cabo. A motivação da “universalização” deste
dispositivo é diminuir os custos para as famílias usuárias dos serviços que, segundo levantamentos
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feitos por diferentes Entidades, gastam na casa de $1 mil dólares por ano alugando estes
dispositivos das Operadoras.
A iniciativa, como não poderia deixar de acontecer, rendeu inúmeras divergências no mercado e se
refletiu no mundo político. A questão, chegou a envolver o Presidente Obama que deu seu respaldo
à posição de Tom Wheeler – Presidente da FCC e ex-Assessor de Obama na Casa Branca – no sentido
de reforçar o lobby sobre o assunto.
Isto significa que as Operadoras de serviços de vídeo – por exemplo a Comcast nos US e a NET no
Brasil – deverão abrir seus sistemas de modo que qualquer Empresa possa fabricar dispositivos de
interface compatíveis com os seus Sistemas.
O BS traz à tona novamente a questão na perspectiva que, inevitavelmente, a mesma chegará ao
Brasil em algum momento. Um fato relevante, considerando as discussões travadas no âmbito do
GIRED em relação ao fornecimento das “caixinhas” no contexto do processo de digitalização da TV
Aberta no País que, inevitavelmente, também se reflete no mercado de TV por Assinatura. E, um
fato que terá impacto sobre a política de inserção do midleware Ginga nestes aparelhos, no Brasil.
TIM BRASIL muda a logomarca
Conforme foi comentado anteriormente pelo BOLETIM SEMANAL (BS Nº 01/16 “Telecom Italia lança
um novo logo”) a TIM (Telecom Italia) mudou a identidade visual de sua marca na Itália e, esperava-
se que isso viesse a ocorrer também no Brasil.
A mudança no País foi anunciada pelo Presidente da Empresa no Brasil, Rodrigo Abreu, em evento
realizado em S. Paulo. Agora a mensagem de trabalho é “Evoluir é fazer a diferença” substituiu a
antiga “TIM, você sem fronteiras”.
O novo logotipo é reproduzido no presente comentário. A peça institucional de lançamento pode
ser acessada aqui.
O BS lembra que, recentemente, a Oi também introduziu mudanças no seu logo para tentar – da
mesma forma pretendida pela TIM – um reposicionamento junto ao mercado tentando se
aproximar mais dos consumidores com uma imagem mais atual que reflita mudanças de evolução,
mas, ao mesmo tempo, tentando fidelizar os clientes existentes.
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No caso da TIM, segundo as palavras do Presidente, procura-se que os clientes vejam a Empresa de
forma diferenciada, principalmente, em relação aos aspectos de qualidade de serviço. Não somente
em relação às suas concorrentes, mas, também em relação à imagem que ela refletia no passado.
Resultados do 4T15 da Oi
A Oi divulgou os resultados do 4T15 com os quais praticamente consolidou seus números do
Exercício de 2015. Devido à particular situação da Empresa o BS reproduz abaixo uma síntese de tais
números conforme publicado no Site da Companhia.
Nesta oportunidade, não serão feitos comentários específicos pelo BS que poderão ocorrer na
medida em que sejam divulgadas novas considerações em relação aos Planos da Companhia para
os próximos anos.
O BS reproduz alguns pontos que são mais sensíveis em discussões públicas que envolvem a Oi em
termos regulatórios como é o caso dos TAC e do Novo Modelo de Prestação de Serviços de
Telecomunicações.
Resultados do 4T15 –Ambiente Regulatório
•Mecanismo que provê a oportunidade de melhorar a qualidade do serviço alcançando compliance
regulatória
–TAC implica em investimentos da Oi para o ajustamento da conduta, habilitando a troca de multas
por projetos e/ou benefícios a clientes
•O TAC referente à Qualidade e Universalização está na reta final para aprovação do Conselho
Diretor da Anatel
–Após a aprovação, a proposta será enviada para apreciação do TCU. Se não houver ajustes, a
Anatel e a Oi terão até 30 dias para celebração
–Outros TACs (ex. Consumidor) virão em seguida após avaliação das demais áreas técnicas da
Anatel
•Grupo de Trabalho do MiniCom está prestes a lançar suas conclusões sobre novo marco
regulatório: regime de telefonia fixa, programa de banda larga, reversibilidade de bens, etc.
•Voto recente no Conselho Diretor da ANATEL sobre Concessão e PGMU, com recomendação de
conversão para regime de autorização em grande parte da área STFC Oi
–Pendente revisão de outros conselheiros –a ser discutido e votado nos próximos conselhos
–Oi espera que as reduções das obrigações do STFC possam ter impacto imediato
BOLETIM SEMANAL RESERVADO
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•Importante que o programa de expansão da banda larga a ser publicado pelo governo seja factível
e coerente com as necessidades do mercado
Ambos os temas com prazo esperado de definição até final do primeiro semestre de 2016
Informações mais detalhadas podem ser obtidas pelo link ri.oi.com.br clicando no quadro
Apresentação 4T15.
Divulgação de Resultados do 4º Trimestre de 2015
RESULTADOS DO 4T15 EM LINHA PARA ENTREGAR GUIDANCE DE 2016
Principais Destaques:
Oi encerra 2015 com EBITDA de rotina em R$ 7.230 milhões e Fluxo de Caixa Operacional (FCO)
em R$ 3.182 milhões (+R$1.644 milhões vs. 2014) para as operações brasileiras, entregando um
resultado acima do ponto médio do intervalo do guidance para o ano, que era de EBITDA de rotina
entre R$ 7,0 e 7,4 bilhões e melhoria no FCO entre R$ 1,2 e 1,8 bilhão no Brasil. O atingimento do
guidance em meio a um cenário macroeconômico desfavorável, com uma queda no PIB nacional de
3,8% e uma inflação anual de 10,7%, reforça o compromisso e o sucesso da Companhia na execução
do processo de transformação do negócio, com foco na qualidade e rentabilidade da base, eficiência
operacional e rígido controle de custos, otimização de infraestrutura e na retomada comercial com
lançamento de novo portfólio de ofertas.
No 4T15, o EBITDA de rotina das operações brasileiras atingiu R$ 1.745 milhões, um aumento
3,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, como resultado dos esforços de rentabilização
da base de clientes e do foco contínuo em eficiência de custos, que apresentou redução de 11,0%
em relação ao 4T14. No consolidado do ano, o Opex de rotina apresentou queda de 8,5%, uma
redução real de mais de 17%, considerando o efeito da inflação em 2015.
O Capex das operações brasileiras foi de R$ 1.072 milhões no 4T15 (+1,6% em relação ao 4T14),
sendo 90,1% deste total direcionado à rede. Em 2015, o Capex atingiu R$ 4.048 milhões nas
operações do Brasil, 20,2% menor que o ano anterior. Em 2015 a companhia focou na otimização
da alocação de investimento através de diversas iniciativas como renegociações contratuais,
compartilhamento de rede e projetos estruturantes para a modernização de infraestrutura com
tecnologias que aumentam a eficiência da rede, gerando maior capacidade de tráfego com um menor
custo por minuto de voz e por Mbps de dados. A execução destes projetos possibilitou que a
Companhia apresentasse significativo aumento de tráfego na sua rede, sobretudo de dados, ao
mesmo tempo em que reduziu o congestionamento e apresentou melhoria consistente nas métricas
de qualidade de rede. Este esforço está alinhado à estratégia de priorizar a melhoria da qualidade de
experiência dos seus clientes.
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O FCO (EBITDA de rotina menos Capex) das operações brasileiras foi de R$ 673 milhões no
trimestre, um aumento de 6,2% em relação ao 4T14, em função do aumento do EBITDA de rotina
e da eficiência na alocação dos investimentos.
A Receita líquida de clientes do Brasil (excluindo venda de aparelhos e uso de rede) alcançou
R$6.078 milhões no trimestre (-2,4% versus 4T14), refletindo a deterioração do cenário macro,
parcialmente compensado pelo crescimento das receitas de TV paga e dados móveis, e o aumento
do ARPU. Em 2015, a receita líquida de clientes totalizou R$ 24.478 milhões, praticamente estável
em relação ao ano anterior.
No segmento de Mobilidade Pessoal, a receita líquida de clientes, que exclui venda de aparelhos e
receita de VU-M, atingiu R$ 1.830 milhões no trimestre, um crescimento de 1,2% na comparação
anual, impulsionado pelo crescimento de 34,8% na receita de dados (incluindo SVA). A receita
líquida de clientes do segmento totalizou em 2015 R$ 7.166 milhões, registrando um sólido aumento
de 5,3% versus 2014. Essa performance foi explicada pelo aumento de 47,6% na receita de dados
no ano, o maior crescimento de dados no setor em 2015. O mix de dados sobre a receita de serviços
atingiu 37,1% no ano, um aumento de 12 p.p. nos últimos doze meses, também a melhor evolução
do mercado em 2015.
Os novos planos da Mobilidade Pessoal vêm apresentando resultados promissores como o aumento
médio de 17% nas recargas de clientes que migraram para o Oi Livre por semana e o aumento de
15% e 30% nas vendas dos planos pós-pago e Controle, respectivamente. A oferta Oi Livre, por
exemplo, já atingiu mais de 10 milhões de clientes em janeiro, 26% da base total do pré-pago, em
apenas 3 meses do seu lançamento.
No segmento Residencial, o ARPU, que atingiu R$ 79,6 neste trimestre (+5,8% na comparação
anual), continua apresentando melhora em todos os produtos, como resultado do foco da Companhia
em rentabilização de sua base de clientes. A receita líquida do segmento alcançou R$ 2.392 milhões,
-3,3% em relação ao 4T14 devido à queda das tarifas fixo-móvel (VC) e da menor base de clientes
de telefonia fixa, parcialmente compensado pelo crescimento da receita de TV paga. Impulsionado
pelos lançamentos do VDSL e do Oi Play, e com um modelo all-net, a oferta Oi Total, que combina
os 4 serviços oferecidos pela Companhia (telefonia fixa, banda larga, TV e mobilidade), vem
apresentando resultados preliminares que indicam crescimento de vendas nos 14 estados do país em
que já foi lançado.
A receita líquida do segmento Corporativo / PMEs alcançou R$ 1.984 milhões no 4T15, uma queda
anual de 4,8%, impactada, principalmente, pelo ambiente macroeconômico. Para o segmento de
PMEs, foi lançado o plano Oi Mais Empresas, com um modelo inovador de cobrança a partir de
tarifas flat fee, tornando-o mais fácil de entender, comprar e utilizar. Paralelamente, a Oi lançou o
aplicativo Oi Mais Empresas, que possibilita um atendimento ao cliente PME totalmente digital sem
necessidades de ligar a um 0800. O lançamento deste aplicativo é um dos primeiros passos para a
digitalização dos negócios da Oi, um dos pilares do plano de transformação da Companhia.
A dívida bruta encerrou o ano em R$ 54.981 milhões, sendo 70.3% composto por captação em
mercado de capitais internacional e o restante composto por mercado de capitais local, bancos de
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desenvolvimento nacionais e internacionais (ECAs) e bancos comerciais. A posição de caixa da
Companhia em 31 de dezembro de 2015 registrou R$ 16.826 milhões e a dívida líquida totalizou
R$ 38.155 milhões ao fim do ano (+2,5% versus 3T15), impactada pelo resultado financeiro,
parcialmente compensado no trimestre pelo efeito contábil positivo de R$ 739 milhões relacionado
à marcação a mercado de derivativos e pelo caixa gerado pelas operações no Brasil de R$ 174
milhões.
A Oi registrou prejuízo líquido consolidado de R$ 4,5 bilhões no 4T15 e de R$ 5,3 bilhões em 2015.
Este resultado foi impactado principalmente por 3 ajustes contábeis (sem efeito caixa), no montante
total de R$ 3,1 bilhões, todos ligados a impairment de ativos registrados no balanço: (i) ajuste de
impairment com uma perda de R$ 89 milhões sobre o valor justo da participação da Oi nos
investimentos controlados na África, que impactou a linha de lucro operacional; (ii) ajuste de
impairment com uma perda de R$ 1.582 milhões sobre o valor justo da participação da Oi nos
investimentos não controlados em África, incluindo aqui a Unitel, que impactou a linha de resultado
financeiro; e (iii) provisões para perdas de IR Diferido, no montante de R$ 1.392 milhões, para as
empresas que não apresentaram expectativa de geração de lucros tributáveis futuros suficientes para
compensar os créditos tributários. O prejuízo líquido pro-forma das operações continuadas,
excluindo os efeitos destes ajustes contábeis (não caixa), teria sido da ordem de R$ 1,5 bilhões no
4T15 e de R$ 3,4 bilhões em 2015, explicado basicamente pelas despesas financeiras, cuja variação
em relação ao mesmo período do ano anterior resulta da deterioração das condições dos mercados
financeiros no Brasil, com impacto significativo no aumento das taxas de juros.
Novo CEO da Telecom Italia
Conforme comentado em BS anterior foi confirmada a indicação de Flavio Cattaneo como novo CEO
da Telecom Italia. Ele era um dos dois nomes sobre os quais circulavam rumores de mercado em
relação à possibilidade de indicação para ocupar o cargo.
Cattaneo contou com o apoio dos mais influentes acionistas da Companhia, ou seja, a Vivendi e o
Mediobanca. Ele já atuava como Diretor Independente da Companhia desde 2014. Então, dispõe de
informações e conhecimentos suficientes para dar continuidade aos projetos de interesse da TIM,
tanto na Itália quanto no Brasil; os seus principais e, praticamente, únicos mercados de atuação.
Foi mantido na administração da Companhia Giuseppe Recchi, no cargo de Chairman-Executivo e
Membro do Conselho de Administração. Recchi ocupou interinamente a Presidência da Empresa
com a saída de Marco Patuano.
Obviamente, não há como deixar de considerar que a saída de Patuano e a entrada de Cattaneo
estão relacionadas com os novos rumos que os acionistas pretendem dar à Companhia, agora sob
o efetivo controle e influência da Vivendi.
É de conhecimento geral que o foco da Vivendi não é a Prestação de Serviços de Telecomunicações
e sim o de Serviços de Mídia. Portanto, não deve ser desprezada a possibilidade de a subsidiária
BOLETIM SEMANAL RESERVADO
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brasileira ser negociada como, aliás, já ocorreu com a venda da GVT - por ela controlada no Brasil-
para a Telefônica Vivo.
Diga-se de passagem, neste caso, com a concretização de um negócio que teve excelentes
resultados para a Vivendi, inclusive o fato de abrir o caminho para ampliar sua participação na TIM,
até os níveis atuais e lhe proporcionar oportunidades de novo negócio da mesma forma em
condições vantajosas.
Estas últimas considerações levam a um alerta do mercado em relação ao que pode acontecer com
a TIM Brasil. O momento não é propício para grandes negócios devido ao quadro turvo do País, em
termos políticos e econômicos que, inclusive, se reflete no ambiente regulatório do Setor. Como
uma das quatro grandes Operadoras, qualquer movimento no qual esteja envolvida terá
repercussões importantes no cenário da prestação de serviços de telecomunicações de interesse
coletivo do País.
Este ponto tem sido reiteradamente colocado pelo BS em edições anteriores. Em alguns momentos,
especulou-se bastante sobre a possibilidade de uma “junção” da TIM Brasil com a Oi, sempre com
a indefinição de quem seria o agente ativo da eventual operação. As mudanças societárias na TIM
e na Oi, bem como a substituição de seus principais executivos, acabou por relegar a um segundo
plano – senão a uma impossibilidade – tal opção.
Mudanças no Comando das Companhias…Também na Telefónica
Conforme mencionado no ítem “Novo CEO da Telecom Italia” do COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA
deste BS Nº 10/16, ocorreram mudanças no Comando da Empresa italiana. Por coincidência,
aconteceu algo semelhante na Telefónica. Ainda que por razões diferentes.
No caso da Empresa espanhola já se aguardava há algum tempo a saída de César Alierta. Desde
julho de 2000 ele havia assumido a presidência donde se conclui que ele liderou os negócios da
companhia por praticamente 16 anos. Sem dúvida, um tempo expressivo em um mercado de
mudanças intensas. Anteriormente, ele fazia parte do Conselho de Administração o que amplia o
período de tempo em que teve envolvimentos com a Telefónica.
Está sendo substituído por José Maria Álvarez-Pallete, por indicação do próprio Alierta. Pallete
ocupou cargos executivos na Companhia por cerca de 17 anos. Foi Diretor Geral de Finanças,
Presidente da Telefónica Latinoamérica, Presidente da Telefónica Europa, até galgar o mais elevado
cargo: o de Presidente Executivo! Portanto, também não é um “neófito” no âmbito corporativo da
Companhia.
Pallete já está implementando seu “estilo pessoal” na Administração. Conseguiu indicar os
substitutos de 4 Conselheiros ligados a Alierta que como ele, também, deixaram a Companhia.
Desta forma, segundo as informações correntes, Pallete pretende que o Conselho de Administração
tenha um perfil mais técnico e internacionalizado. Isto pode ser facilmente constatado a partir de
BOLETIM SEMANAL RESERVADO
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dois nomes indicados: Ignacio Cirac, físico do Instituto Max Planck de Múnich e Peter Losher, ex-
Presidente da Siemens.
O BS registra o fato pautado pelas repercussões que as mudanças no alto comando de Madrid
podem ter em relação à Telefônica Vivo, em S. Paulo. Não se esperam grandes alterações no curto
prazo; mas, elas podem ocorrer a médio prazo. A Telefônica Vivo representa a principal operação
da Telefónica fora da Espanha. Tem uma influência muito grande no valor e nos resultados da
Organização como um todo. E, há o fato importante de que Pallete conhece bem a Companhia e o
ambiente operacional em que atua em função de sua passagem pela Telefónica Latinoamérica.
A situação econômica do País, certamente, obrigará a alguns ajustes na estrutura operacional das
operações no Brasil. Mas, pode-se imaginar, em função do perfil mais técnico antes mencionado,
que a Telefônica Vivo pode liderar, no Brasil, o processo de mudanças que se vislumbram na
prestação dos serviços de telecomunicações no futuro imediato e de mais longo alcance.
Também, há a expectativa do posicionamento da Companhia em relação aos movimentos que
ocorrem no sentido de se introduzir um Novo Modelo de prestação de serviços de telecomunicações
no País, conforme comentado em outros itens do BS. Nunca é demais lembrar que a Telefónica Vivo
é uma das Concessionárias do STFC com importante presença num dos maiores mercados do País
(Estado de S. Paulo).
Assim, é interessante verificar os passos e os rumos da Telefônica Vivo no futuro imediato em razão
das mudanças na Espanha. Também não é demasiado registrar que a liderança da Companhia no
País está sendo ocupada por Executivos da GVT, que foi incorporada pela Vivo (inclusive na marca
– a GVT deixou de existir no Brasil). Até que ponto continuará havendo convergência das posições
entre uma administração de reconhecido sucesso (GVT), mas relativamente distante da “cultura
espanhola” de administrar – agora com uma nova roupagem – é uma questão que somente o tempo
responderá.
Espera-se, quaisquer que sejam os desdobramentos – se os houver – que as consequências para a
Telefônica Vivo seja as melhores possíveis, refletindo-se na crescente confiança no mercado
brasileiro e na ampliação dos investimentos no País.
American Tower faz significativos investimentos...na Índia
A American Tower continua investindo na infraestrutura de telecomunicações da Índia.
Recentemente, após uma reunião do CEO da AT com o Ministro das Comunicações daquele país, foi
anunciado que serão aplicados adicionalmente da ordem de $2 bilhões.
Cabe registrar que em novembro passado a AT adquiriu o controle da Viom Networks, uma empresa
de infraestrutura – que detinha cerca de 42.000 torres. Com isto, ela passou a contar com
aproximadamente 56.000 torres na Índia, pois, já detinha 14.000 anteriormente.
BOLETIM SEMANAL RESERVADO
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Não foi especificamente anunciado em que infraestrutura os $2 bilhões serão aplicados.
Provavelmente, serão adquiridas ou construídas novas torres e ampliada a participação na Viom.
Mas, não está descartada que tais investimentos ocorram em novos itens de infraestrutura.
O BS manifesta forte interesse para que se criem condições de forma que a American Tower – mas,
não somente ela, também, as demais Empresas que atuam no mercado brasileiro de infraestrutura
– sinta um ambiente de segurança econômica e institucional no País que, a exemplo da Índia, abra
perspectivas de ampliação dos seus investimentos no Brasil.
Telefônica Brasil vende torres para Subsidiária
O BS havia informado em edição anterior que a Telefónica criou uma Subsidiária com foco na
administração da infraestrutura de torres e de outros itens das redes de telecomunicações. Na
oportunidade, foi feita referência a que tal movimento seguia uma tendência de outras Operadoras
criarem tal tipo de subsidiária (TIM, América Movil, Sprint, entre outras).
Foi divulgada uma Comunicação à CVM dando conta que 1.655 torres da Vivo, no Brasil, foram
vendidas à Towerco Latam, por $214 milhões. A Towerco Latam é uma companhia controlada
indiretamente pela Telefónica através de sua unidade global de infraestrutura “Telxius!
Idêntico procedimento ocorreu no Perú, onde 900 torres foram transferidas por um valor não
informado no noticiário.
No Comunicado é mencionado que: “A transação assegura a continuidade da prestação do Serviço
Móvel Pessoal (SMP), pois ela inclui o leasing de espaço nestas infraestruturas por meio de um
contrato de longo prazo e estabelece condições para a expansão do espaço que pode ser alugado”.
É interessante ficar atento a estes movimentos por se tratar de uma tendência generalizada das
Prestadoras, pelo menos as maiores. Ainda que haja a obrigação de locação de espaço para
quaisquer interessados sempre ficam possíveis indagações a respeito de alguma forma de
“preferência” com outras Empresas do mesmo âmbito de Controle.
Uma das consequências, parece ser a inevitável tendência a que estas Empresas Subsidiária estejam
sujeitas a alguma forma de regulamentação por parte da Agência Reguladora da Prestação dos
Serviços, além, naturalmente, da Agência responsável pela regulamentação de ordem
concorrencial.
A FCC vai direto aos usuários
Vem dos US a notícia de que a “Comissária da FCC Mignon Clyburn”, representante do Partido
Democrata - por isso, identificada como “Comissária Democrata” - planeja começar uma “Tour
Nacional” durante os próximos meses para manter contatos diretos com as pessoas, de modo a
levantar os desafios a serem superados visando levar o serviço telefônico e a Internet a todas as
BOLETIM SEMANAL RESERVADO
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regiões do País, com preços módicos e uma forte oferta. Claramente, é uma atividade identificada
com a universalização dos serviços de telecomunicações.
Está prevista a visita a uma série de áreas e comunidades, nas quais manterá contatos com
responsáveis por: serviços de assistência à saúde, escolas públicas, empresas startups, cadeias e
prisões, territórios indígenas, Call Centers do 911, entre outras entidades similares.
A notícia não permite deduzir tratar-se de uma iniciativa de caráter pessoal da Comissária, ou, se
estaria a serviço da Agência Reguladora em uma missão para auscultar diretamente os usuários, ou
potenciais usuários dos serviços.
O BS registra este fato por entender que se trata de uma iniciativa interessante, principalmente se
não tiver um caráter político devido à associação partidária da Comissária. No Brasil, uma atividade
desta natureza, desenvolvida por um Conselheiro da Anatel, provavelmente seria vista com muitas
reservas se é que ela seria possível de ser executada, em razão da forma como as Agências
Reguladoras desenvolvem suas atividades no País.
De certa forma, seria uma forma de ouvir diretamente os usuários fora dos gabinetes da Agência
em outros fóruns além do “Comité de Usuários”. Deve-se reconhecer, que este Comitê não
preenche plenamente as funções para as quais foi concebido, teoricamente muito bem formuladas,
mas que, na prática, não têm alcançado os esperados resultados.
Ampliado prazo do “simulcasting”
Foi publicada no DOU de 1 de abril de 2016, a Portaria nº 1273/16, do Ministério das Comunicações,
por meio da qual é ampliado o período de transmissão simultâneas (simulcasting) das emissoras
AM que devem migrar para o espectro de FM. O prazo foi ampliado de 60 para 180 dias, o que
significa que a devolução da frequência AM ganhou 120 dias adicionais para se concretizar.
O Ministro André Figueiredo atendeu a uma solicitação da Abert e de outras Associações do
ambiente da Radiodifusão que, alegando dificuldades diversas, manifestaram não ser factível para
todas as Emissoras envolvidas cumprir o prazo originalmente estabelecido.
Cabe registrar que a migração foi estabelecida pela Decreto 8.139/2013. O processo, de certa forma,
está emperrado em razão dos custos da migração que são considerados elevados. Aparentemente,
a ABERT alega que a sistemática de cálculo dos custos da migração pelos aspectos da
radiofrequência não está adequada ao porte e ao potencial econômico das cidades nas quais o
processo está ocorrendo e desejam que seja feita uma revisão.
Pelo lado técnico não haveria quaisquer empecilhos para começar as operações em FM nas cidades
de menor porte onde deve haver espectro disponível. Nas regiões metropolitanas a situação estaria
mais limitada havendo a possibilidade de utilização da faixa estendida.
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Sinal Amarelo no UK – Venda da O2 tem restrições
A Comissão da Concorrência do Reino Unido impõe condições para que seja efetivada a venda da
O2 (Controlada pela Telefónica) para a Hutchison. A questão é que a Hutchison também controla a
Three e a referida entidade entende que haverá concentração de mercado.
O fato é parecido com algumas posibilidades que são levantadas de vez em quando no Brasil quando
se considera a possibilidade de uma fusão entre duas das quatro grandes Operadoras do SMP no
País.
Sem entrar no mérito da questão, o BS reproduz reportagem do El País, em que a questão da O2 é
abordada com mais detalhes.
El País Ramón Muñoz Madrid 11 ABR 2016
La Autoridad de Competencia y Mercados (CMA, por sus siglas en inglés), la comisión de la
competencia del Reino Unido, ha pedido a la Comisión Europea que prohíba la venta de O2 por
Telefónica a Hutchison Whampoa, o impongan fuertes desinversiones al grupo resultante de la fusión
para la autorización de la misma.
El consejero delegado de la CMA, Alex Chisholm, en una carta remitida este lunes a las autoridades de
competencia comunitaria, considera que las medidas de desinversión de activos ofrecidas por Hutchison
para que se autorice la operación son claramente insuficientes, ya que no garantizan la creación de un
cuarto operador móvil en el país.
"La fusión podría dar lugar a un impedimento significativo para la efectiva competencia en los
mercados de telecomunicaciones móviles minoristas y mayoristas en el Reino Unido", señala la misiva
dirigida a la comisaria de Competencia europea Margrethe Vestager.
Telefónica y Hutchison Whampoa alcanzaron en marzo de 2015 un acuerdo definitivo para la venta de
O2 UK, la filial de la compañía española en el Reino Unido, al grupo inversor de Hong Kong por un
importe de 10.250 millones de libras esterlinas (aproximadamente 13.000 millones de euros al tipo de
cambio actual). El grupo resultante de la fusión de O2 con Three, el operador móvil de Hutchison,
creará el líder de la telefonía móvil en Reino Unido con una cuota del 40%, por delante de BT-EE y
Vodafone.
Para contrarrestar las preocupaciones regulatorias, Hutchison ofrece vender el 20% de su capacidad de
red en Reino Unido a Sky y el 10% a la filial de cable de Liberty Global (Virgin Media) durante diez
años, dijeron las fuentes bajo condición de anonimato el jueves.
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La CMA señala que esta propuesta de desinversión de Hutchison es "deficiente" y "está muy por debajo
de lo que sería requerido para cumplir la norma jurídica pertinente", ya que no dará lugar a la creación
de un cuarto operador de red móvil, capaz de competir de manera eficaz y en a largo plazo con los
restantes tres operadores de telefonía móvil, como pretende la Comisión.
Venta de activos
Por ello, Competencia, en una postura muy similar al regulador de telecomunicaciones Ofcom, pide
que Hutchison venda la totalidad de su red o la de O2 a un a un comprador que sea aprobado por la
Comisión Europea. La desinversión tendría que incluir la infraestructura de red móvil y el espectro
suficiente para asegurar un cuarto operador comercialmente viable en el Reino Unido. "En ausencia de
tales remedios estructurales, la única opción a disposición de la Comisión es la prohibición", concluye.
Está previsto que Bruselas se pronuncie el próximo 19 de mayo. La aprobación de la operación es muy
importante para los intereses de Telefónica, ya que le permite cumplir con sus compromisos de
reducción de deuda. Además, la operador ha supeditado el segundo pago en efectivo del dividendo de
este años (0,35 euros por acción) a que se complete la venta. De no ser así, el pago se hará en acciones.
Rechazo de Hutchison
Hutchison ha reaccionado duramente contra lo que considera una "filtración" interesada de CMA para
entorpecer una operación sobre la que no tiene competencia. El operador de Hong Kong asegura que la
venta de Three o de O2 a un nuevo operador móvil como pide el regulador para obtener la aprobación
de la fusión es una argumentación falaz porque no hay ninguna empresa en el mercado que quiera
adquirir dichos activos. “Además, socavaría toda la lógica económica de la fusión y supondría una
inferioridad en materia de espectro y de capacidad para la compañía resultante de la operación”, añade
en una nota.
Hutchison afirma que sus soluciones van mucho más allá de las aceptadas por la Comisión en los casos
de fusión de operadores móviles anteriores y recuerda sus compromisos con Sky, Virgin, Tesco y el
UK Boradband para cederles más del 40% de la capacidad de la red e impulsar la competencia en el
mercado móvil del Reino Unido.
Ainda o caso FBI x Apple e certas repercussões de ordem ética
O rumoroso caso FBI x Apple a respeito do desbloqueio do aparelho iPhone de um dos supostos
terroristas da ação de San Bernardino, em que morreram 14 pessoas, incluindo o próprio, ganhou
novos desdobramentos a partir da notícia de que o aparelho em questão foi desbloqueado sem a
ajuda da Apple, conforme estava sendo tentado pelo FBI, inclusive com a proposição de uma Ação
Judicial, em um Tribunal Federal americano, neste sentido.
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A novidade é que, inicialmente, foi divulgado – sem uma confirmação formal – que a “quebra do
código” do aparelho havia sido conseguida com a “colaboração” de uma Empresa israelense
chamada Cellebrite. A possibilidade era sustentada pelo reconhecimento de que o FBI se relaciona
usualmente com esta Empresa. Indiretamente, pode-se concluir que alguma coisa correu, pois, o
FBI retirou a Ação que havia impetrado contra a Apple sem divulgar o nome da “terceira-parte” que
o teria apoiado no objetivo perseguido.
Posteriormente, passou a ser comentado que o FBI teria contratado Hackers especializados para
fazer o desbloqueio. Esta possibilidade foi primeiramente divulgada por uma reportagem do
Washington Post, um jornal de grande credibilidade nos US.
Naturalmente, o caso continua tendo desdobramentos e repercussão intensa nos US. Certamente,
não em função do caso isolado deste iPhone, mas do precedente ou dos procedimentos que serão
estabelecidos em função da grande quantidade de casos pretéritos e de outros que surgirão e
determinarão a possibilidade de os Serviços de Segurança americanos terem ou não acesso ao
“conteúdo” dos iPhones, quando eles assim o desejarem ou necessitarem. Obviamente, isto é válido
para aparelhos e dispositivos fabricados por outras Companhias.
A questão de momento envolve diretamente a Apple – um ícone americano - que tem um histórico
de garantir a integridade das informações contidas nos seus aparelhos. Mas, também, tem reflexos
na posição de diversas Entidades do País que defendem os direitos individuais dos cidadãos e
consideram que este seria uma das possibilidades de infringência da Neutralidade da Rede.
O que aconteceu nos US pode ter reflexos nos Brasil, pois situações similares – não necessariamente
de fundo terrorista – poderão ocorrer. Então, é legítimo que as autoridades policiais, judiciárias, e,
a sociedade como um todo se preocupem e discutam o tema. O que não deixa de ser,
adicionalmente, preocupante é a possibilidade de ter que recorrer a uma possível ilegalidade –
contratação de Hackers, que, em princípio, desenvolvem atividades marginais – para resolver uma
questão de ordem legal.
Assim, um item adicional da discussão é a ética a ser empregada no encaminhamento de assuntos
que afetem a sociedade, utilizando métodos que ela de modo geral condena, nos processos para
solucionar questões que envolvem crimes, ou, mesmo, simples ilegalidades, dentro da ordem legal
instituída.
Cabo Submarino Brasil – Angola
Foi divulgada a notícia de que o JBIC – Japan Bank for International Corporation – liberou o
financiamento de um empréstimo de $65,8 milhões, para a construção do cabo submarino SACS –
South Atlantic Cable System – interligando o Brasil (Fortaleza) e Angola (Sangano), na África. Em
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circunstâncias desta natureza, uma Empresa japonesa é que se responsabilizará pelo projeto, no
caso a NEC. O Sumitomo Mitsui Banking Corporation (SMBC) também financiará uma parte do
projeto ($43,9 milhões) de forma que o investimento total será da ordem de $109,7 milhões.
Este projeto já vinha sendo maturado há vários anos. Em determinado momento, inclusive, estava
prevista a participação da Oi, da Telebras, ou, de ambas. Esta possibilidade ficou inviabilizada ao
longo do tempo devido aos conhecidos problemas de ambas as Empresas no segmento societário e
na disponibilidade de recursos para novos investimentos.
No caso, um dos interessados iniciais, a Angola Cables, aparentemente está assumindo a
integralidade dos recursos necessários com o suporte do Governo de Angola cujo Banco de
Desenvolvimento de Angola (BDA) será o receptor e garantidor dos empréstimos.
O novo cabo submarino é o primeiro a ser lançado no Atlântico Sul e, sem dúvida, terá uma
importância estratégica enorme para o sistema mundial de interligações continentais, pois, a partir
de Fortaleza, será possível fazer conexões para a Europa e América do Norte, seja diretamente, seja
como rotas alternativas de segurança. Assim, Fortaleza vai se consolidando como um importante
Hub internacional de conexões da Internet do futuro.
02. PROGRAMA NACIONAL DE BANDA LARGA – BLPT
O Programa Banda Larga para Todos não teve evolução em 2015 que possa ser destacada. As
perspectivas para os próximos anos não são animadoras haja visto que sequer constam recursos
significativos no PPA do período 2016 – 2019.
Anteriormente, haviam sido divulgados dados sobre o PPA conforme comentado na sequência. No
período mais recente, a novidade foi a divulgação da Portaria Nº 1.455, do Ministério das
Comunicações, comentada no item inicial do COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA, do BS Nº 10/16.
A expectativa é que resultaos concretos somente surjam no final de 2016 ou início de 2017 em
função do tempo sinalizado pela Anatel para se posicionar em relação às diretrizes da referida
Portaria.
PPA 2016 - 2019
O DOU de 11/01/16 publicou o Plano Plurianual para o período 2016 - 2019. Nele estão contidas
metas para o Setor de Telecomunicações. Surpreendentemente, há metas quantitativas para a
Banda Larga Móvel e não estão incluídas para a Rede Fixa (Banda Larga Fixa; Backbone; e Backhaul).
Para estes segmentos há apenas algumas metas de qualidade a serem perseguidas.
No caso da Banda Larga Móvel espera-se que ao final do período 90% dos usuários móveis (sem fio)
tenham a ela acesso. Isto pode caracterizar uma aposta do governo no sentido de que a Banda Larga
no País, principalmente, nas regiões do Interior seja provida pelas Redes Móveis e não pelas Fixas.
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Se este é o objetivo aumenta a necessidade de se acelerar a implantação das redes de 700 MHz bem
como da construção de Backbones e Backhauls. Ocorre que as perspectivas de momento apontam
de forma categórica em sentido contrário!
Também há metas relacionadas com a digitalização da TV; programas de inclusão digital em cidades
do Interior; incentivo à produção nacional de conteúdo; estações de rádio comunitárias; emissoras
educativas; incentivos ao desenvolvimento e produção de equipamentos e software nacionais; e
outros de menor relevância.
Assim, pode-se concluir que o crescimento da Banda Larga no País, no período do PPA, estará mais
condicionado às ações da iniciativa privada – portanto do mercado – do que, propriamente, por
ações diretas do governo. Na visão do BS, em princípio, este não será um grande problema desde
que sejam tomadas medidas para reativar a economia do País, criando-se mecanismos para sair da
crise em que se encontra no momento. As perspectivas de curto prazo neste sentido não são
animadoras.
Por outro lado, está contemplado o lançamento do Satélite Geoestacionário de Defesa e
Comunicações Estratégicas; lançamento do cabo submarino Brasil – Europa; implantação da Rede
Privativa da Adminstração Pública Federal; e, realização de leilões reversos para a implantação de
redes de transporte ópticas capazes de atender aos Pequenos Provedores. Claramente, estes
projetos, estão relacionadas com atividades nas quais a Telebras estará envolvida. Uma outra
incógnita, pois são de conhecimento geral as dificuldades de ordem econômica e financeira pelas
quais pass a Empresa. Será um enorme desafio para a atual Diretoria conseguir equalizar este
aspecto com a real necessidade da implementação dos projetos em causa.
No campo da gestão do Setor de telecomunicações estão previstas diversas medidas que fazem
parte do Planejamento da Anatel para o período em questão, já divulgadas pelo BS em edição
anterior.
03. NOVOS CABOS SUBMARINOS
A mais recente novidade foi o anúncio do lançamento de um novo Cabo Submarino interligando as
Américas, com terminações no Brasil, em Fortaleza e Rio de Janeiro (Ver “Brusa – Novo Cabo
Submarino entre Brasil (Br) e Estados Unidos (USA)” no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA do BS
08/16.
Na semana anterior à emissão do BS Nº 10/16, foi anunciado o lançamento do Cabo Submarino
entre o Brasil e Angola (ver ”Cabo Submarino Brasil – Angola” no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA
do BS Nº 10/16). Um evento, realmente, importante em sendo efetivamente concretizado e posto
em operação no contexto mundial das telecomunicações.
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Não têm sid, divulgadas novas informações em relação ao Cabo Submarino que interligará o Brasil
à Europa, em função de um investimento conjunto da IslaLink e da Telebras, objeto de comentarios
em BS anteriores.
04. COMPARTILHAMENTO DE POSTES – DIFICULDADES PARA NEGOCIAR O ALUGUEL
Este item é de importância relevante para as Concessionárias de Energia Elétrica e para as
Prestadoras de Serviços de Telecomunicações, em particular, as que oferecem Serviço Fixo. Assim
mantém-se atual o texto do BS N° 18/15 com os comentários feitos nos BS 22/15 e BS 23/15.
Chama-se, no entanto, a atenção dos leitores para a leitura atenta do item 11 do BS 33/15
“COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA E O PL Nº 6.789/2013”. E, também, se sugere a leitura
do item 11. “FIOS & POSTES – UMA SITUAÇÃO QUE INCOMODA”do BS 34/15.
Sugere-se a leitura do item “Jogos Olímpicos – Uma oportunidade perdida...em Telecom – O Case
Avenida das Américas” inserido no BS 03/16 e sua complementação no BS 05/16, sob o título “Rede
Aérea de Telecomunicações – Avenida das Américas – Rio de Janeiro – Trajeto Olímpico”. Tendo
como referência as obras realizadas na Avenida das Américas devido à realização dos Jogos
Olímpicos no Rio de Janeiro, o BS aproveitou o caso para comentar a ausência de planejamento
integrado em obras de grande vulto e o fato de ser mantida nos postes desta via uma cabeação
instalada em condições precárias.
Também deve ser objeto de leitura o item ”Os Postes, o SNOA, a Revisão do Modelo” que faz parte
do COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA do BS Nº 10/16.
05. OBRIGATORIEDADE DE COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA
A Anatel deverá se posicionar sobre o assunto agora que a Lei das Antenas foi aprovada. O
compartilhamento no rais de 500 m só é obrigatório, ressalvadas condições técnicas, para os sites
implantados de maio de 2009 em diante.
Espera-se a aprovação da regulamentação em que serão estabelecidas as situações dispensadas do
compartilhamento obrigatório previsto na Lei No. 11.934/2015, conforme abordado no RELATÓRIO
SEMANA No. 13/15.
Ver item “Compartilhamento de Infraestrutura” no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA do BS 32/15 e
sugere-se fortemente a leitura do item 11 do BS 33/15 “COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA E
O PL Nº 6.789/2013” bem como o item 11 do BS 34/5, já identificado no item 04 acima.
Sugere-se, também, a leitura do item “Telefónica cria uma Empresa de Infraestrutura” no
COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA deste BS Nº 04/16.
06. LEI DAS ANTENAS – PROMULGADA – LEI N° 13.116/2015
Não houve alterações em relação a este ítem durante a semana. Permanecem os comentários do
RELATÓRIO SEMANAL N° 13/15. Aguarda-se uma manifestação da Anatel (regulamentação da Lei
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aprovada com os vetos da Presidente de República) que deverá colocar proposta de
regulamentação em Consulta Pública.
A expectativa é que o assunto evolua na medida em que se tenta envolver algumas Prefeituras que
já aprovaram legislação municipal aderente aos princípios desta legislação e outras que ainda têm
dificuldades em fazê-lo.
No entanto, sugere-se aos leitores atentarem para o texto do item 11 do BS 33/15
“COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA E O PL Nº 6.789/2013” no qual são feitas referências
relacionadas com a Lei das Antenas. Também se aconselha ler o item “Lei das Antenas - Mantido o
Veto Presidencial” no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA do BS 34/15.
07. IMPLANTAÇÃO DO LTE NA FAIXA DE 700 MHz E DA TV DIGITAL
Foi transferida para data ainda não definida a migração da TVA para a TVD no Projeto Piloto de Rio
Verde. Sugere-se ler o item “ O cronograma da TV Digital deverá ser alterado...O consenso e o bom
senso! ” no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA do BS 02/16.
Trata-se, no momento, da transição em Brasília, no Distrito Federal e Municípios vizinhos. Um
evento, já transferido para o mês de outubro, que, uma vez efetivado, se constituirá num marco do
processo e, certamente, balizador de outros que se seguirão.
08. A REVISÃO DO MODELO – O FOCO DA COMISSÃO DO MINICOM
A Comissão do Minicom, na prática, encerrou os seus trabalho com a assinatura da Portaria Nº
1.455, de 8 de abril de 2016, que mereceu rápida referênia no item inicial do COMENTÁRIO GERAL
DA SEMANA do BS Nº 0/16.
Conforme mencionado, a referida Portaria estabeleceu diretrizes para a Anatel se posicionar em
relação ao assunto. O BS continuará monitorando o assunto e irá fazendo os comentários na medida
em que houver alguma divulgação sobre o andamento dos trabalhos.
De qualquer forma, mantém como referência alguns texto comentados em BS anteriores, de uma
maneira ou outra, relacionados com o assunto. Por conveniência dos leitores, os mesmos estão
abaixo indicados e relacionados.
REP1. MODELO REGULATÓRIO DO SETOR DE TELECOM 2025 – DECISÕES DE INVESTIMENTOS E
CONSOLIDAÇÃO DO SETOR (BS 01/16)
REP2. O FUTURO DA REDE BRASILEIRA DE TELECOMUNICAÇÕES E A TEORIA DOS $200 BILHÕES DE
INVESTIMENTOS, EM 10 ANOS (BS 01/16)
REP3. VoWiFI e VoLTE - UMA ABORDAGEM TECNOLÓGICA COM REPERCUSSÕES REGULATÓRIAS NO STFC e
no SMP (BS 01/16)
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REP4. A UNIVERSALIZAÇÃO E CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS EXPLORADOS EM REGIME PÚBLICO (BS 01/16)
REP 5. COMENTÁRIOS DA TELEFÔNICA NA CONSULTA PÚBLICA (BS 01/16)
08A. COMENTÁRIOS DA INTERVOZES NA CONSUTLA PÚBLICA (BS 02/16
08B. COMENTÁRIOS DA Oi NA CONSULTA PÚBLICA (BS 02/16)
09. UMA TENDÊNCIA DO STREAMING VÍDEO-ON-DEMAND
Acaba de ser divulgado um estudo preparado pela Deloitte dando conta que cerca de metade dos
americanos estão vendo TV utilizando o VoD com recursos de Streaming. E os números apontam
que nos chamados “Millennials” a porcentagem é significativamente maior.
Esta tendência vem sendo notada e registrada há algum tempo. E não há dúvidas que ele
influenciará decisivamente o mercado de TV de modo geral e, em particular, o de TV por Assinatura.
Segue, abaixo, um texto sintético que faz referência ao referido estudo, publicado em 24 de março
de 2016.
Deloitte: nearly half of Americans now use SVoD
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The professional services firm’s tenth ‘Digital Democracy Survey’ claims that more than half of all
consumers and three-quarters of millennials watch movies and TV shows via streaming on at least once
a month.
Millennials aged 26-32 who currently pay for streaming video have an average of three subscriptions
and those aged 14-25 said they value their streaming video subscriptions more than pay TV
subscriptions.
“The proliferation of online content shows no signs of slowing down and the consumer appetite to
consume content is equally voracious,” said Deloitte vice chairman and US media and entertainment
sector leader, Gerald Belson.
“The survey data indicates that consumers are more willing than ever to invest in services to watch
whenever, wherever and on whatever device they choose.”
The survey also said that more than 90% of US consumers are now multitasking while watching TV
with millennials engaging in an average of four additional activities while watching TV – primarily
surfing the internet, using social networks and text messaging.
The report claims that 33% of all consumers typically browse the web while watching TV, while fewer
than 25% of consumers’ multitasking activities are directly related to the program being watched.
US viewers were also found to be keen ‘binge watchers’ with 70% of US consumers binge watching
an average of five episodes at a time, and 31% bingeing on a weekly basis.
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NOTA: Os comentários do presente BOLETIM SEMANAL bem como a edição final do texto são de responsabilidade
de Antonio Ribeiro dos Santos, Consultor Principal da PACTEL. A precisão das informações não foi testada. O
eventual uso das informações na tomada de decisões deve ocorrer sob exclusiva responsabilidade de quem o fizer.
Também não se assume responsabilidade sobre dados e comentários realizados por terceiros cujos termos o BS
não endossa necessariamente. É apreciado o fato de ser mencionada a fonte no caso de utilização de alguma
informação do BOLETIM SEMANAL.