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atualização legislativa
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Lei que altera o sistema de recursos na Justia do Trabalho foidiscutida em evento no TRT-2
Lei que altera o sistema de recursos na Justia do Trabalho foidiscutida em evento no TRT-2
ltima atualizao em Quinta, 25 Setembro 2014 |
No destaque, da esq. para dir., juiz Paulo Jakutis, min. Pedro Manus, des. Carlos Husek, des. Salvador Laurino e prof. Estevo Mallet
No ltimo dia 23 de setembro, o Tribunal Regional do Trabalho da 2 Regio promoveu, na sua sede, na capitalpaulista, um evento para se discutir a Lei n 13.015, de 21 de julho de 2014 (em vigncia desde o ltimo dia 22 desetembro), que trouxe relevantes mudanas no sistema de recursos na Justia do Trabalho, alterando aConsolidao das Leis do Trabalho (CLT) em seus artigos 894, 896, 897-A e 899.
O debate foi promovido pela Escola Judicial do TRT-2 (Ejud-2), por meio de seu Subncleo de Direito Processual,coordenado pelo desembargador Salvador Franco de Lima Laurino e pelo juiz Paulo Srgio Jakutis.
Para conduzir o debate, foram convidados os professores Pedro Paulo Teixeira Manus (ministro aposentado doTST) e Estevo Mallet (advogado e doutor em direito do trabalho pela USP).
Dando incio ao evento, o professor Mallet j deu uma ideia de como seria abordada a nova lei, referindo-se a elacomo a mais ampla modificao no captulo dos recursos (da CLT). O professor dividiu sua apresentao emduas partes: aspectos gerais e especficos. Nesse ltimo caso, deteve-se em dois assuntos uniformizao dejurisprudncia dos TRTs e adoo de tcnica de julgamento de recursos repetitivos.
Em sua exposio, utlilizou o texto da lei projetado num telo, com as alteraes grifadas para facilitar oentendimento e, assim, passou a comentar o que considerava mais importante. Por se tratar de algo muitorecente, o prprio expositor dividiu com a plateia suas dvidas quanto aplicabilidade da lei. Fez algumas crticasquanto a alguns verbetes que poderiam ser mais bem colocados (por exemplo, em relao aos recursos derevista, o uso da palavra suspensos no lugar de sobrestados pode gerar uma interpretao incorreta, segundoele) ou, no campo das ideias, buscou uma interpretao correta do disposto, o que nem sempre fcil de seconseguir.
Seguem abaixo alguns trechos da lei e, na sequncia, alguns comentrios do professor Mallet:
Art. 896, pargrafo 10 Cabe recurso de revista por violao a lei federal, por divergncia jurisprudencial e porofensa Constituio Federal nas execues fiscais e nas controvrsias da fase de execuo que envolvam aCertido Negativa de Dbitos Trabalhistas (CNDT), criada pela Lei n 12.440, de 7 de julho de 2011.
Comentrio: o professor tem receio de que haja um tratamento favorecido Fazenda Pblica, o que tornaria essamedida injustificvel, segundo ele.
Art. 896, pargrafo 11 Quando o recurso tempestivo contiver defeito formal que no se repute grave, oTribunal Superior do Trabalho poder desconsiderar o vcio ou mandar san-lo, julgando o mrito.
Comentrio: ele considera que haja uma tendncia objetivao dos recursos extraordinrios (ele acha que esse
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seja o motivo que justifique o pargrafo acima). Ao mesmo tempo, ele levantou a questo: mas o que seria umdefeito no grave?, para a qual, logo em seguida, arriscou alguns palpites.
Ao abordar a parte especfica, no tocante aos recursos repetitivos, Estevo Mallet acha que vai acontecer adevoluo pelo TST de vrios recursos aos TRTs, visando uniformizao da jurisprudncia (art. 896-C). Nomesmo artigo, no pargrafo 8, ele destacou o fato de que o relator poder admitir manifestao de pessoa,rgo ou entidade com interesse na controvrsia. J no pargrafo 11 do mesmo artigo (seguimento denegado derecurso de revista sobrestado), o professor acredita que o legislador tenha escrito menos do que queriacomunicar.
Outro ponto observado pelo professor foi o aumento de importncia dado ao papel da jurisprudncia. Ajurisprudncia muito mais importante que a lei em algumas vezes, disse.
Para finalizar sua apresentao, classificou os pargrafos 16 e 17 do art. 896-C como muito interessantes, poistrazem consigo uma modulao dos efeitos temporais da deciso, e que confirmam, segundo ele, que oprocesso do trabalho sempre pioneiro.
Dando sequncia, o ministro aposentado do TST Pedro Paulo Teixeira Manus opinou sobre a motivao para acriao da nova lei: A inteno do TST , a meu ver, que passe a uniformizar o entendimento dos 24 TRTs.
O ministro reconheceu que no fcil a compreenso da nova lei, e disse que a devoluo de processos pelo TSTaos TRTs, ou seja, a operacionalizao, possa ser o maior problema. Por outro lado, a seu ver, a longo prazo, osreflexos podem ser positivos quanto diminuio de processos, pelo menos no TST.
Ao final, o diretor da Escola Judicial,desembargador Carlos Roberto Husek,agradeceu a presena de todos e concluiu:Talvez tenhamos que mudar a nossafilosofia em relao ao processo dotrabalho; conseguimos pelo menos decifraro problema que teremos pela frente.
Texto: Joo Marcelo Galassi; Fotos: FernandoHauschild Secom/TRT-2
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