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COMENTÁRIOS SOBRE DOWNS – análise dos pontos de Marcus Figueiredo Explique, em linhas gerais, como ocorre a definição do voto na teoria econômica sobre o comportamento eleitoral O capítulo que aborda a racionalidade restrita, economia e decisão eleitoral, do livro de Marcus Figueiredo apresenta a linha de investigação que parte da explicação econômica para justificar o voto. A idéia geral de que “se a economia vai bem os governantes ganham mais votos; se a economia vai mal, a oposição se beneficia”. Baseada em uma explicação econômica em que cada indivíduo isoladamente, no seu microcosmos, reage e age continuamente em resposta ao que ele percebe e experimenta em relação à economia. Assim, inicialmente a teoria para explicar o voto rejeitaria os componentes psicológicos das motivações individuais. Em suma, as pessoas votam por causa do benefício social ou econômico, baseada no principio do Homus economicus. Assim, a teria é baseada no comportamento racional do eleitor, na lógica do custo e benefício. Entretanto, o comportamento estritamente racional dos indivíduos não é suficiente para garantir que as decisões coletivas não sejam paradoxais, pois a ação racional gera imposições na interpretação do comportamento humano. Daí decorre a conclusão que as inferências sobre a racionalidade do comportamento dos indivíduos somente serão legítimas se as condições institucionais do processo de decisão coletiva que

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Page 1: Comentários Sobre Downs

COMENTÁRIOS SOBRE DOWNS – análise dos pontos de Marcus Figueiredo

Explique, em linhas gerais, como ocorre a definição do voto na teoria econômica

sobre o comportamento eleitoral

O capítulo que aborda a racionalidade restrita, economia e decisão eleitoral, do

livro de Marcus Figueiredo apresenta a linha de investigação que parte da

explicação econômica para justificar o voto. A idéia geral de que “se a economia

vai bem os governantes ganham mais votos; se a economia vai mal, a oposição se

beneficia”. Baseada em uma explicação econômica em que cada indivíduo

isoladamente, no seu microcosmos, reage e age continuamente em resposta ao

que ele percebe e experimenta em relação à economia. Assim, inicialmente a

teoria para explicar o voto rejeitaria os componentes psicológicos das motivações

individuais. Em suma, as pessoas votam por causa do benefício social ou

econômico, baseada no principio do Homus economicus. Assim, a teria é baseada

no comportamento racional do eleitor, na lógica do custo e benefício. Entretanto, o

comportamento estritamente racional dos indivíduos não é suficiente para garantir

que as decisões coletivas não sejam paradoxais, pois a ação racional gera

imposições na interpretação do comportamento humano. Daí decorre a conclusão

que as inferências sobre a racionalidade do comportamento dos indivíduos

somente serão legítimas se as condições institucionais do processo de decisão

coletiva que está sendo observado, fizerem parte do modelo de explicação. Assim,

se houver a situação mínima de participação eleitoral em três alternativas: não

participar, participar votando em A e participar votando em B. Diante desta

situação, o eleitor pode se comportar de duas maneiras distintas:

1) Ter um comportamento maximizante, “Teoria econômica do voto” (Anthony

Downs), alternativa que produza melhor resultado. Modelo racional, o ato de votar,

existe uma expectativa de mudar o estado do mundo. Função utilidade.

O ato de votar é uma não utilidade, ou seja, um custo que só pode ser

compensado pelos benefícios esperados.

2) Ter um comportamento que avalie minimamente a satisfação dos interesses,

“Modelo economicista” (Monroe). Cálculo estratégico. Economia, estrutura

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social. Desigualdade social. Custo no ato de votar. Ou também “teorias

economicistas da explicação do voto” fatores econômicos.

O autor Kramer, seguidor da linha Downsiana, assume integralmente o

modelo de comportamento racional, em que o ato de votar, existe uma expectativa

de mudar o estado do mundo. O voto é um instrumento de mudança, ao contrario

da a teoria do voto ético. Além disso, para esse autor, a avaliação feita pelo eleitor

sobre o governo parte da própria situação social. Ou seja, a regra da decisão,

segundo Kramer, baseia-se em informações prontamente disponíveis pata todos,

com base no passado dos governantes ou do partido a que eles pertencem.

Dessa informação, os eleitores avaliam os candidatos vis-à-vis a sua situação

social e econômica, e julgar se “vale a pena” manter o atual “equipe” de

governantes, ou se é melhor mudar e dar uma chance a oposição. Assim o voto é

uma maneira de punir ou de recompensar o partido no governo. Entretanto, essa

não se sustenta nos casos onde existe mais de uma oposição, pois não há como

avaliar o desempenho das oposições. Assim, a regra de Kramer não se sustenta

quando tem mais de uma oposição.

Neste sentido, o modelo de Homus econômicos redutíveis a um padrão de

comportamento “satisfacionista” tem um “sabor” sociológico e psicológico e uma

racionalidade limitada. Para Herbert Simon o processo decisório individual é

regulado por uma lógica cognitiva “simplificadora” do mundo. Essa teoria afirma

que “as pessoas não pretendem conseguir o melhor, mais limitam-se ao que lhes

parece ser satisfatório, ou o ‘bom o bastante’”. Além dessa teoria psicológica, o

efeito da estrutura do processo decisório na geração de predisposições

psicológicas que sustentam os comportamento arriscados e os mais cautelosos.

Assumir riscos ou evita-los, em vez de perguntarmos “o que queremos agora”

seria mais eficaz perguntarmos “o que sentiremos depois”.A regra da decisão

“satisfacionista”. Fragilidade da teoria. –no desempenho dos atuais governantes.

Como avaliar: a partir de sua situação econômica ou a partir da situação

econômica da estrutura social. A decisão do voto era explicado por indicadores

econômicos;

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Cálculo prospectivo - Situação de competição: apesar de avaliar-la negativamente

a situação, é a identificação do candidato oposicionista com posições e programas

políticos que se chocam frontalmente com seus projetos. Depende da campanha.