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COMENTÁRIOS SOBRE DOWNS – análise dos pontos de Marcus Figueiredo
Explique, em linhas gerais, como ocorre a definição do voto na teoria econômica
sobre o comportamento eleitoral
O capítulo que aborda a racionalidade restrita, economia e decisão eleitoral, do
livro de Marcus Figueiredo apresenta a linha de investigação que parte da
explicação econômica para justificar o voto. A idéia geral de que “se a economia
vai bem os governantes ganham mais votos; se a economia vai mal, a oposição se
beneficia”. Baseada em uma explicação econômica em que cada indivíduo
isoladamente, no seu microcosmos, reage e age continuamente em resposta ao
que ele percebe e experimenta em relação à economia. Assim, inicialmente a
teoria para explicar o voto rejeitaria os componentes psicológicos das motivações
individuais. Em suma, as pessoas votam por causa do benefício social ou
econômico, baseada no principio do Homus economicus. Assim, a teria é baseada
no comportamento racional do eleitor, na lógica do custo e benefício. Entretanto, o
comportamento estritamente racional dos indivíduos não é suficiente para garantir
que as decisões coletivas não sejam paradoxais, pois a ação racional gera
imposições na interpretação do comportamento humano. Daí decorre a conclusão
que as inferências sobre a racionalidade do comportamento dos indivíduos
somente serão legítimas se as condições institucionais do processo de decisão
coletiva que está sendo observado, fizerem parte do modelo de explicação. Assim,
se houver a situação mínima de participação eleitoral em três alternativas: não
participar, participar votando em A e participar votando em B. Diante desta
situação, o eleitor pode se comportar de duas maneiras distintas:
1) Ter um comportamento maximizante, “Teoria econômica do voto” (Anthony
Downs), alternativa que produza melhor resultado. Modelo racional, o ato de votar,
existe uma expectativa de mudar o estado do mundo. Função utilidade.
O ato de votar é uma não utilidade, ou seja, um custo que só pode ser
compensado pelos benefícios esperados.
2) Ter um comportamento que avalie minimamente a satisfação dos interesses,
“Modelo economicista” (Monroe). Cálculo estratégico. Economia, estrutura
social. Desigualdade social. Custo no ato de votar. Ou também “teorias
economicistas da explicação do voto” fatores econômicos.
O autor Kramer, seguidor da linha Downsiana, assume integralmente o
modelo de comportamento racional, em que o ato de votar, existe uma expectativa
de mudar o estado do mundo. O voto é um instrumento de mudança, ao contrario
da a teoria do voto ético. Além disso, para esse autor, a avaliação feita pelo eleitor
sobre o governo parte da própria situação social. Ou seja, a regra da decisão,
segundo Kramer, baseia-se em informações prontamente disponíveis pata todos,
com base no passado dos governantes ou do partido a que eles pertencem.
Dessa informação, os eleitores avaliam os candidatos vis-à-vis a sua situação
social e econômica, e julgar se “vale a pena” manter o atual “equipe” de
governantes, ou se é melhor mudar e dar uma chance a oposição. Assim o voto é
uma maneira de punir ou de recompensar o partido no governo. Entretanto, essa
não se sustenta nos casos onde existe mais de uma oposição, pois não há como
avaliar o desempenho das oposições. Assim, a regra de Kramer não se sustenta
quando tem mais de uma oposição.
Neste sentido, o modelo de Homus econômicos redutíveis a um padrão de
comportamento “satisfacionista” tem um “sabor” sociológico e psicológico e uma
racionalidade limitada. Para Herbert Simon o processo decisório individual é
regulado por uma lógica cognitiva “simplificadora” do mundo. Essa teoria afirma
que “as pessoas não pretendem conseguir o melhor, mais limitam-se ao que lhes
parece ser satisfatório, ou o ‘bom o bastante’”. Além dessa teoria psicológica, o
efeito da estrutura do processo decisório na geração de predisposições
psicológicas que sustentam os comportamento arriscados e os mais cautelosos.
Assumir riscos ou evita-los, em vez de perguntarmos “o que queremos agora”
seria mais eficaz perguntarmos “o que sentiremos depois”.A regra da decisão
“satisfacionista”. Fragilidade da teoria. –no desempenho dos atuais governantes.
Como avaliar: a partir de sua situação econômica ou a partir da situação
econômica da estrutura social. A decisão do voto era explicado por indicadores
econômicos;
Cálculo prospectivo - Situação de competição: apesar de avaliar-la negativamente
a situação, é a identificação do candidato oposicionista com posições e programas
políticos que se chocam frontalmente com seus projetos. Depende da campanha.