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Palácio Guaicurus Avenida Desembargador José Nunes da Cunha Jardim Veraneio Parque dos Poderes Bloco 09 Campo Grande / MS CEP: 79.031-901 Tel.: (67)3389.6565 CNPJ: 03.979.390/0001-81 www.al.ms.leg.br COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E REDAÇÃO Projeto de Emenda Constitucional n. 007/2019 Processo n. 488/2019 Autor:Poder Executivo Estadual Mensagem 93/2019 Comissão de Constituição, Justiça e Redação da ALEMS Altera a redação e acrescenta dispositivos à Constituição Estadual de Mato Grosso do Sul, modifica o Sistema de Previdência Social e estabelece regras de transição e disposições gerais e transitórias, e dá outras providências.PARECER Relator:Deputado GERSON CLARO A) Relatório da PEC 7/2019 A proposta de Emenda à Constituição n. 7, de 2019, apresentada pelo Poder Executivo Estadual pela Mensagem n. 93/2019, tem como objeto a modificação do sistema de previdência social e estabelecimento de regras de transição e disposições transitórias, ao lado de diversas outras providências. A proposta encaminhada pelo Chefe do Executivo objetiva aplicar o mesmo tratamento que foi atribuído aos servidores da União, quanto às regras de concessão de aposentadoria e pensão por morte, vinculados a Regime Próprio da Previdência Social (RPPS). Alega que tais medidas sãs incontornáveis para busca de sustentabilidade do sistema previdenciário, a construção de um novo modelo capaz de fortalecer o próprio RPPS, evitando custos que poderão ser excessivos para as futuras gerações e gerando o comprometimento do pagamento dos benefícios de seus aposentados e pensionistas, ao mesmo tempo em que diminui a capacidade do Estado de realizar investimentos nas áreas de saúde, educação e segurança pública.

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E REDAÇÃO · COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E REDAÇÃO Concluído este relatório, passamos na sequência ao parecer, nos termos do

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Pa lác io Gua icurus

Aven ida Desembargador José Nunes da Cunha

Ja rd im Verane io – Pa rque dos Poderes – B loco 09

Campo Grande / MS – CEP: 79 .031 -901

Te l . : ( 67 )3389 .6565 – CNPJ: 03 .979 .390 /0001 -81

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COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E REDAÇÃO

Projeto de Emenda Constitucional n. 007/2019

Processo n. 488/2019

Autor:Poder Executivo Estadual – Mensagem 93/2019

Comissão de Constituição, Justiça e Redação da ALEMS

“Altera a redação e acrescenta dispositivos à

Constituição Estadual de Mato Grosso do Sul,

modifica o Sistema de Previdência Social e

estabelece regras de transição e disposições gerais e

transitórias, e dá outras providências.”

PARECER

Relator:Deputado GERSON CLARO

A) Relatório da PEC 7/2019

A proposta de Emenda à Constituição n. 7, de 2019, apresentada pelo

Poder Executivo Estadual pela Mensagem n. 93/2019, tem como objeto a modificação

do sistema de previdência social e estabelecimento de regras de transição e disposições

transitórias, ao lado de diversas outras providências.

A proposta encaminhada pelo Chefe do Executivo objetiva aplicar o

mesmo tratamento que foi atribuído aos servidores da União, quanto às regras de

concessão de aposentadoria e pensão por morte, vinculados a Regime Próprio da

Previdência Social (RPPS).

Alega que tais medidas sãs incontornáveis para busca de

sustentabilidade do sistema previdenciário, a construção de um novo modelo capaz de

fortalecer o próprio RPPS, evitando custos que poderão ser excessivos para as futuras

gerações e gerando o comprometimento do pagamento dos benefícios de seus

aposentados e pensionistas, ao mesmo tempo em que diminui a capacidade do Estado

de realizar investimentos nas áreas de saúde, educação e segurança pública.

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Em suma, trata-se de projeto de grande relevância que tem a finalidade

de estabelecer nova lógica na previdência social do Estado de Mato Grosso do Sul e,

também, no âmbito dos municípios.

Como além do projeto original, o parecer também tem o objetivo de examinar as 26 emendas apresentadas pelos Parlamentares, a análise será dividida em

duas partes e será seguida de anexo, sendo que: (I) a primeira parte destinada ao exame

do projeto original; (II) a segunda parte dedicada à análise das emendas e da justificativa

dos respectivos ajustes que serão realizados por iniciativa deste Relator e de outros

Deputados em cada um dos dispositivos emendados; e (III) o anexo se destinará ao

oferecimento de emenda substitutiva aglutinativa integral que tem o apoio de mais

de 1/3 dos Deputados Estaduais membros da Casa, providência que encontra amparo no

inc. II do art. 721, c/c art. 179, §§1º e 3º2 c/c inc. I do art. 1813 c/c inc. III do art. 1824,

todos do RI/AL/MS.

O propósito dessa emenda substitutiva aglutinativa integral é consolidar, num conjunto coerente de dispositivos, o projeto original, as emendas

acolhidas e as alterações implementadas ao texto neste parecer, todos numericamente

organizados de acordo com as alterações, supressões e inserções realizadas.

1Art. 72. Parecer é o pronunciamento da comissão sobre matéria sujeita ao seu estudo, emitido com observância das normas

fixadas nos parágrafos seguintes.

§ 1º O parecer constará de três partes:

I – relatório, em que se fará exposição da matéria em exame;

II – parecer do relator em termos sintéticos, com a sua opinião sobre a conveniência da aprovação ou rejeição, total ou

parcial, da matéria ou a necessidade de se lhe dar substitutivo ou se lhe oferecer emenda;

III – parecer da comissão, com assinatura dos deputados que votaram a favor ou contra. 2Art. 179. Emenda é a proposição apresentada como acessória de outra.

§ 1º As emendas são supressivas, substitutivas, modificativas, aditivas ou aglutinativas.

[...]

§ 3º Emenda substitutiva é a apresentada como sucedânea a parte de outra proposição, denominando-se "substitutivo"

quando a alterar, substancial ou formalmente, em seu conjunto; considera–se formal a alteração que vise exclusivamente

ao aperfeiçoamento da técnica legislativa.

[...]

§ 6º Emenda aglutinativa é a que busca conciliar, em uma única emenda, assunto enfocado em várias emendas e

que, embora possuindo um núcleo comum são, no entanto, divergentes entre si em alguns pontos, não conseguindo lograr

consenso entre os deputados. 3Art. 181.Poderão ser apresentadas emendas diretamente a comissão, a partir do recebimento da proposição principal

pelo órgão técnico, observado o seguinte:

I – por qualquer Deputado, e, se for o caso, com o número de assinaturas necessárias ao apoiamento previsto neste

Regimento;

[...] 4Art. 182. As emendas poderão ser apresentadas, desde que subscritas:

[...]

III – por um terço dos membros da Assembleia ou pela totalidade dos líderes de Bancada nos casos previstos no caput

do artigo anterior.

[...]

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Concluído este relatório, passamos na sequência ao parecer, nos termos

do inc. II do art. 72 do RI/AL/MS.

B) Do parecer do Relator

I) Primeira parte

• Princípios Constitucionais

A reforma da Previdência, no âmbito federal, estabeleceu um novo

paradigma no tratamento da questão previdenciária, mas não incorporou os Estados, o

Distrito Federal e os Municípios.

O direito à previdência social, consagrado na Carta Magna, consome mais de 50% do orçamento primário, instrumento para a concretização de vários outros

direitos. Afinal, apenas no rol de direitos sociais consagramos igualmente o direito à

educação, o direito à saúde, o direito à proteção à infância, o direito à assistência aos

desamparados, entre tantos outros.

Sem reforma, esta proporção provocará óbvia compressão no financiamento de políticas públicas e investimentos públicos destinados à

materialização de outros direitos, como os individuais ou sociais.

Enquanto nos deparamos com sucessivos cortes em áreas que a

Constituição em tese prestigia, as despesas com variados benefícios previdenciários são

recorde, ano após ano. Aposentadoria por tempo de contribuição, pensão, aposentadoria por idade, entre outros benefícios, utilizam cada um, recursos equivalentes a muitas

secretarias, e os valores crescem anualmente bem acima da inflação.

O aumento da expectativa de vida e regras anacrônicas para a concessão

de aposentadoria minam a sustentabilidade da previdência, pois degradam a razão

contribuintes /beneficiários.

O cidadão observa uma penúria cada vez maior nos transportes ou na

ciência e tecnologia, enquanto os jornais noticiam há anos gigantescos déficits

primários: o Estado gasta muito mais do que arrecada em tributos. Este aparente

paradoxo é explicado pela supremacia da Previdência.

Segundo o Tesouro Nacional, em boletim de agosto de 2019, os Estados já comprometem 16% da Receita Corrente Líquida (RCL) apenas com o déficit da

previdência de seus servidores. Já são R$ 100 bilhões por ano, cerca de R$ 500 por

habitante. Percebemos, assim, um desequilíbrio disseminado na Federação. É fácil

perceber que ele é prejudicial ao investimento público. Porém, esta máquina de

endividamento e tributação prejudica também o próprio investimento privado,

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dependente de estabilidade e confiança. Com altas taxas de desemprego, subutilização

e informalidade, não devemos nos omitir face à expansão deste desequilíbrio. Senão,

lesamos mais um direito de nossa Constituição: o direito ao trabalho.

Portanto, é necessário decidir se a Constituição de fato vai ser uma Carta Cidadã ou vai ser uma Carta Previdenciária! É preferível buscar assegurar as

promessas e garantias abraçadas pela norma constitucional ou o Estado vai ser

personificado em agência de previdência social.

Resta claro desta introdução à análise de constitucionalidade da PEC,

que a Constituição não se coloca como um obstáculo à Reforma da Previdência: ao

contrário, ela exige a Reforma para a concretização de variados direitos.

As críticas às reformas constitucionais na Previdência brasileira são

historicamente baseadas nos chamados princípios. Estes princípios constitucionais

seriam ofendidos na repactuação das regras previdenciárias. Entendemos que há um

abuso no uso dessa argumentação.

A começar, são exatamente os princípios constitucionais que

demandam a reforma da Previdência. O princípio do equilíbrio financeiro e atuarial

norteia tanto o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) quanto o Regime Próprio

de Previdência Social dos servidores (RPPS), estando inscrito no caput tanto do art. 201,

quanto no do art. 40 da Lei Maior.

Ele não é uma mera previsão burocrática sobre contabilidade. É uma

verdadeira proteção aos que não usufruem dos regimes, porque se nem todos têm o

direito a benefícios, todos têm a obrigação de pagar por eles. É exatamente isso que

significam déficits: quem está fora paga por quem está dentro.

O princípio do equilíbrio financeiro e atuarial é um escudo essencial

aos mais pobres e às gerações futuras. O corolário do desequilíbrio financeiro é imposto.

O corolário do desequilíbrio atuarial é dívida. Seja para o cidadão de hoje, seja para o

cidadão de amanhã.

Este princípio é tão fundamental porque temos um sistema tributário regressivo que incide mais sobre o consumo e, portanto, sobre os mais pobres. A fatura

da conta do supermercado embute contribuições sociais que cobrem o déficit do Regime

Geral, além de impostos que cobrem o déficit dos regimes próprios subnacionais.

As famílias mais miseráveis gastam cerca de 20% de sua renda com

impostos e contribuições sociais que fecham o buraco do Regime Geral e dos regimes próprios, entre outras destinações. É cerca de o dobro do esforço feito pelas famílias

mais ricas, a depender da faixa salarial.

É uma autoproteção da própria Carta: sem equilíbrio financeiro e

atuarial, o que teremos concretamente é a anulação de várias prescrições da

Constituição. A Previdência é uma despesa alta em todas as esferas, e é ascendente, pois

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é obrigatória e está atrelada a um dos mais rápidos processos de envelhecimento da

população no mundo.

Resta então perguntar: em que magnitude estamos descumprindo a

ordem da Constituição pela observância de critérios que preservem o equilíbrio

financeiro e o equilíbrio atuarial?

No âmbito do Estado de Mato Grosso do Sul, os recursos obtidos com

as contribuições previdenciárias dos servidores e a contrapartida patronal, bem como os

provenientes da compensação previdenciária com o Regime Geral de Previdência Social

(RGPS), não são suficientes para financiar os benefícios a serem pagos, gerando deficit

crescente que a curto prazo se tornará insustentável.

É forçoso concluir que inconstitucional é não reformar.

O verdadeiro retrocesso social são cortes nas políticas sociais de fato

destinadas aos pobres, cada vez mais corriqueiros nos governos federal, estaduais e

municipais. Quanto à segurança jurídica, ela não pode ser analisada apenas sob o prisma de quem planejava receber um benefício de uma tal forma no futuro, mas também pela

ótica de quem não planejava financiá-lo.

É justamente a motivação da vedação ao retrocesso e da garantia da

segurança jurídica que nos impele a colocar a despesa previdenciária em trajetória mais

sustentável, mas concentrando o ajuste nos benefícios recebidos pelos grupos mais bem

posicionados na distribuição de renda.

Outro princípio maltratado no debate previdenciário é o da dignidade

da pessoa humana, frequentemente usado para justificar transferências dos mais pobres

aos mais ricos. Não podemos ridicularizar esse princípio, que é de fato fundamento da

República como estabelece o art. 1º da Constituição.

Aliás, a respeito da dignidade da pessoa humana, Marcelo Novelino

nos lembra do dever de promoção, que impõe a adoção de medidas que possibilitem o

acesso aos bens e utilidades indispensáveis a uma vida digna. A elaboração de uma

norma, enquanto prestação jurídica, definitivamente se insere neste dever. Uma Reforma destinada a proteger o financiamento de direitos elementares e a assegurar o crescimento

econômico e a geração de empregos deve ser vista por esta perspectiva.

De fato, Marcelo Novelino enfatiza que o objetivo constitucional da

erradicação da pobreza, consubstanciado no art. 3º, é uma das muitas concretizações do

princípio da dignidade da pessoa humana. Estes objetivos não devem ser menosprezados na análise de constitucionalidade da Reforma da Previdência: foi só com

a Constituição de 1988 que passamos a ter objetivos expressos. Na concepção de

Novelino, eles se destinam justamente à promoção e à concretização dos fundamentos

da República, devendo ser perseguidos na maior medida possível.

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No mesmo sentido, Bernardo Gonçalves Fernandes afirma que os

objetivos são normas constitucionais que devem ser seguidas (diuturnamente). Não se

trata somente de noção processual, mas normativa, exigindo medidas jurídicas e

políticas concretas.

Concluímos, assim, que a Reforma é decorrência natural do respeito ao

princípio do equilíbrio financeiro e atuarial consubstanciado nos arts. 40 e 201 da

Constituição; do princípio da busca do pleno emprego exaltado no seu art. 170; e da

Regra de Ouro do seu art. 167, III, que veda que a geração atual deixe dívidas a gerações

futuras se não deixar também investimentos.

De forma mais ampla, a Reforma vai ao encontro do princípio da

prioridade absoluta da criança e do adolescente, emanado do art. 227 do Texto Magno;

dos fundamentos da República da dignidade da pessoa humana do seu art. 1º e dos

próprios objetivos constitucionais de garantir o desenvolvimento nacional, erradicar a

pobreza, e reduzir as desigualdades consagrados no art. 2º da Carta Cidadã.

• Análise do Projeto

Inicialmente, cabe dizer que incumbe à Comissão de Constituição,

Justiça e Redação se pronunciar sobre a admissibilidade da PEC nº 7, de 2019.

Nesse momento, trata-se de um juízo preliminar inerente ao processo

legislativo destinado à reforma constitucional, no qual se examina, exclusivamente, a

observância das limitações procedimentais ou formais, das limitações

circunstanciais e das limitações materiais.

Nesta fase da tramitação, as limitações formais dizem respeito à

legitimidade da iniciativa e à inexistência de matéria constante de proposta de emenda

rejeitada ou havida por rejeitada na sessão legislativa. As limitações circunstanciais

dizem respeito à inocorrência de situações de anormalidade institucional previstas na

Constituição, como intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio. As limitações

materiais, por fim, dizem respeito ao próprio objeto da reforma, que não pode violar

nenhuma cláusula pétrea.

Pelas razões delineadas, esta Comissão não realiza juízo de conveniência

e oportunidade nem afere se a proposta é condizente com os imperativos de justiça,

“meritum”. A propósito, dispõe o art. 314 do RIAL que o exame dos aspectos concernente ao mérito incumbe à Comissão Especial de Reforma Constitucional, já

designada (Ato n. 30/2019, Diário Oficial ALEMS n. 1609).

Verificamos, também, que a matéria tratada na proposição não foi objeto

de qualquer outra rejeitada ou tida por prejudicada na presente sessão legislativa, não

ocorrendo, portanto, o impedimento mencionado no art. 66, § 5º, da Carta Estadual.

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Quanto à matéria regulada, verificamos que a Proposta observa as

limitações do art. 66, § 4º da Constituição Estadual, não se vislumbrando em suas

disposições nenhuma tendência de ferir o princípio federativo e atentar contra a

separação dos poderes. Não identificamos, outrossim, qualquer incompatibilidade entre

as alterações pretendidas pelo Poder Executivo e os demais princípios e regras

fundamentais que alicerçam a Constituição vigente.

Quanto ao momento político-institucional brasileiro e sul-mato-

grossense, constatamos a inocorrência de anormalidade que atraia a limitação

circunstancial prevista no art. 60, § 1º, da Carta Política e art. 66, §1º, da Constituição

Estadual. Em momentos de extrema gravidade, como a vigência de intervenção federal

ou de estado de defesa ou de sítio, a Constituição não pode ser reformada. Consignamos,

contudo, que nenhuma dessas circunstâncias é verificada no momento presente.

Passando agora para a análise da iniciativa da PEC, é competência do

Poder Executivo do Estado de Mato Grosso do Sul dar início ao processo legislativo sobre o tema, que foi feito. Verificamos que a proposição foi apresentada pelo Chefe do

Poder Executivo, conforme autorizado pela Constituição Estadual (art. 66, II) e

obedecendo também a norma regimental prevista no art. 310, II do RIAL.

A proposta também não encontra óbices de constitucionalidade ou

juridicidade, uma vez que do Estado-Membro tem competência para legislar sobre

previdência social (artigo 24, XII, da Constituição Federal).

A Constituição Federal assevera, ainda, que “o regime próprio de

previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e

solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio

financeiro e atuarial” (art. 40), sendo que a CF dispõe sobre as regras que cada ente

federativo – o Estado de Mato Grosso do Sul naturalmente dentre eles – pode criar e

adotar para submeter seus servidores públicos.

A Carta Magna dispõe, em seu artigo 194, que “a seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da

sociedade destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à

assistência social”, sendo, então, o nobre e louvável objetivo desta PEC 7/2019 cumprir

a missão de aperfeiçoar o modelo atual vigente no âmbito do Estado de Mato Grosso do

Sul para, fundamentalmente, seguir o formato aprovado em nível federal e já

incorporado ao texto da Constituição Federal por meio da EC 103/2019.

Nesse contexto, o projeto original reúne plenas condições de ser

apreciado pelo seu mérito pela Comissão de Reforma da Constituição, logo, desde já,

registro que nosso voto é favorável à sua tramitação, pois observa os requisitos de

constitucionalidade e juridicidade, bem assim as disposições regimentais.

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II) Segunda parte – Do exame das emendas e da justificativa das respectivas

alterações realizadas por iniciativa deste Relator e da colaboração de outros

Deputados em cada um dos dispositivos emendados.

No período de pauta convencionado por 10 deputados, referendado

por todos os líderes partidários e aprovado pelo plenário,foram oferecidas 26 emendas

que visam a alterar alguns dispositivos, suprimir outros e inserir outros. Esta parte do

parecer é destinada a analisar cada uma dessas propostas.

1) Emendas 01 e22/2019

As emendas 01e 22/2019 foram oferecidas por diferentes

parlamentares e têm o mesmo objetivo, qual seja, alterar o período de vacatio

legis,substituindo a vigência imediata que foi proposta na versão original, pelo início da vigência em 90 dias contar da publicação. Como têm o mesmo objetivo, as emendas

devem ser apreciadas conjuntamente.

Pois bem, as emendas devem ser admitidas e processadas, pois estão

dentro dos contornos constitucionalmente admitidos para a emenda parlamentar, ou seja,

(a)tem pertinência temática com o projeto original; (b) não importam em aumento de despesa, daí porque voto pela sua aprovação e incorporação ao texto da emenda

substitutiva aglutinativa integral, ao final apresentada.

Além disso, de fato, devido à importância do projeto e do impacto que

produzirá na vida dos servidores sul-mato-grossenses, revela-se adequada a instituição do período de vacatio legis de 90 dias, em substituição à vigência imediata prevista no

projeto original.

Essas razões justificam o acolhimento das emendas 01 e 22/2019.

2) Emendas 2, 20, 24 e 26/2019

A emenda 2 tem o objetivo de disciplinar regras especiais para

policiais civis, equiparando-os, para fins previdenciários, aos policiais federais.

A emenda 20, por sua vez, propõe assegurar, aos policiais civis,

agentes penitenciários e agentes socioeducativos que ingressaram na carreira até a data da entrada em vigor desta PEC 7/2019,a preservação dos direitos assegurados na Lei

Complementar Federal n.º 51 de 1985.

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A emenda 24, além de repetir o mesmo propósito da emenda 20,

também mira: (a) prever que policiais civis, agentes penitenciários e agentes

socioeducativos que ingressaram na carreira até a data da entrada em vigor desta PEC

7/2019 se aposentarão aos 52 anos, se mulher, e aos 53 anos, se homem; (b) considerar

o tempo de exercício outras carreiras, como, por exemplo, no exército e na polícia

militar, para a aposentadoria dos policiais civis em tempo mais reduzido; (c) tratar dos

valores dos proventos de aposentadoria dos policiais civis.

A emenda 26, por outro lado, quer vincular policiais civis, militares,

agentes penitenciários, bombeiros e oficiais de Justiça em caso de “enquadramento por

periculosidade”, aos critérios diferenciados de idade e de tempo de contribuição

previstos para servidores públicos federais.

Como as emendas tratam de temas conexos, devem ser apreciadas

conjuntamente.

Acreditamos que não é juridicamente possível consentir com o processamento da emenda 2, porque o projeto original não se dispõe a tratar da

equiparação entre a carreira de policial civil, que é estadual, e a de policias federais.

Assim, embora louvável, o objetivo nuclear da emenda 2 não guarda a indispensável

pertinência temática com o projeto original.

A íntegra da emenda 20 e os textos dos §§ 1º e 2º do art. 6º que

constam da emenda 24, ao seu turno, merecem ser incorporadas ao projeto com alguns

ajustes porque são regras de transição importantes e seguem a linha de reproduzir em

âmbito estadual, com as adaptações necessárias, disposições da EC 103/2019. Somente

não é possível acolher a parte que pretende tratar dos valores dos proventos de aposentadoria dos policiais civis, isto é, o texto projetado para os §§3º e 4º do art. 6º da

Emenda 24, pois transcende aos limites do que consta no art. 5º da EC 103/2019.

Não pode ser acolhida a emenda 26 porque quer incluir Oficiais de

Justiça dentre os servidores com critérios diferenciados, sem, contudo, apontar

discrímen legítimo para justificar a retirada desse valoroso contingente de servidores da regra geral e, por isso, a proposta não merece ser acolhida. Os bombeiros, por sua vez,

possuem regras diferenciadas e legislação específica quanto à aposentadoria, que não

foram objeto de alteração na EC 103/2019, e, por isso, também não devem integrar a

presente PEC 7/2019. No que toca aos policiais, a emenda 26 precisa ser acolhida porque

o projeto original já cuidou no inc. II do §4º-A do art. 31-B de estabelecer critérios de idade e de tempo de contribuição diferenciados (55 anos para ambos os sexos ou 52 anos

de idade, se mulher, e aos 53 anos de idade, se homem, desde que cumprido período

adicional de contribuição correspondente ao tempo que, na data de entrada em vigor

desta Emenda Constitucional, faltaria para atingir o tempo de contribuição previsto na

Lei Complementar nº 51, de 20 de dezembro de 1985) e, agora, diante do que foi exposto linhas atrás, disciplinará de forma mais adequada a situação previdenciária de quem,

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atualmente, antes do possível início da vigência da PEC/2019, já está na carreira, logo,

o segmento já foi contemplado em termos apropriados.

No caso, dentro das balizas acima, a proposta conta com nosso apoio

para ser, com ajustes redacionais mínimos, incorporada ao texto da emenda

substitutiva aglutinativa integral.

Forte em tais razões, votamos pela rejeição das emendas 2 e 26/2019,

pelo acolhimento total da emenda 20/2019 e pelo acolhimento parcial da emenda

24/2019.

3) Emenda 03/2019

A emenda 03/2019 visa a dar novos traços para o teto remuneratório

no âmbito do Estado de Mato Grosso do Sul.

Acreditamos que não é juridicamente possível realizar a discussão

nesta sede, por três razões fundamentais:

a) primeira, a proposta não tem pertinência temática com o projeto

original que trata, exclusivamente, de aspectos que dizem respeito ao sistema

previdenciário – e não remuneratório;

b) segunda, a proposta padece de vício de iniciativa, pois somente o

chefe de cada Poder em âmbito municipal poderia dar início a processo legislativo sobre

o tema que versa sobre o teto remuneratório em âmbito municipal;

c) terceira, a proposta impõe acréscimo de despesas a todos os

municípios do Estado, o que não pode ser realizado a partir de proposição de iniciativa

legislativa de Parlamentar estadual.

Assim, com muito respeito, a proposta não ultrapassa o juízo de

admissibilidade desta CCJR daí porque voto pela rejeição da emenda 03/2019.

4) Emendas 04, 05, 06 e 19/2019

A emenda 04 tem o objetivo de alterar a proposta original do §6º do

art. 181. O que se pretende é fixar rigidamente o limite de 40% - e não 45% - para o computo geral fruto do somatório da contribuição previdenciária ordinária, da

contribuição previdenciária extraordinária e do imposto de renda retido da fonte.

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A emenda 05, por sua vez, pretende suprimir a nova base de cálculo

da contribuição ordinária dos aposentados e pensionistas, que foi disciplinada no §1º do

art. 181.

A emenda 6, de sua parte, visa a isentardo pagamento da contribuição extraordinária os aposentados que percebam valores inferiores ao limite máximo

estabelecido para o Regime Geral da Previdência Social.

A emenda 19, por sua vez, tem objetivo de simplificar a proposta de

criação da contribuição extraordinária e compatibilizá-la ao máximo com os termos em

que foi aprovada em nível federal.

Acredito que essas emendas, que observam os contornos regimentais

e constitucionais para a emenda parlamentar nesta fase do processo legislativo, devam

ser apreciadas conjuntamente, já que todas tratam da contribuição extraordinária.

No ponto, cabe destacar que o projeto foi além da EC n.º 103/2019,

que instituiu a reforma da previdência em âmbito federal, pois, aqui, além de tratar da instituição da contribuição extraordinária, a proposta também estabeleceu percentual

máximo de contribuição dos servidores e do ente federativo, tempo máximo de duração,

dentre outros aspectos.

Contudo, parece mais adequado, neste momento, apenas permitir a

instituição da contribuição extraordinária, sem constitucionalizar detalhes que, em

verdade, deverão ser disciplinados em ato normativo infraconstitucional, a depender da

demonstração de elementos necessários a tomada dessa decisão legislativa, como, por

exemplo, o cálculo atuarial.

Assim, fica prejudicada a tentativa de limitar constitucionalmente a base de cálculo da contribuição previdenciária extraordinária, que é o objetivo da

emenda 6, cabendo transferir a discussão e a decisão sobre o assunto para a futura lei

estadual que deverá disciplinar essa e outras questões, uma vez aprovada a PEC 7/2019.

Também reputamos necessário substituir o dever de criação da

contribuição extraordinária pela faculdade de fazê-lo. No ponto, embora os dados preliminarmente apresentados no projeto já demonstrem a necessidade de sua criação

para equacionar o déficit atuarial, creio que a fórmula empregada em nível federal, de

apenas permitir – e não de impor – a sua criação, seja adequada.

Nesse contexto, consideramos indispensável suprimir totalmente os

§§3º, 5º e 6º do art. 181 da proposta original, com readequação da redação do §4º na

forma da emenda substitutiva aglutinativa integral ao final apresentada.

Não é possível acolher a Emenda 5, pois contraria a essência do

projeto, que é a de reproduzir em âmbito estadual, tanto quanto possível, as disposições

aprovadas em âmbito federal. Além disso, a emenda não se fez acompanhar de qualquer

quantitativo mínimo que demonstrasse o impacto financeiro da enorme redução de

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contribuintes para o regime. Bem vistas as coisas, essa notável redução, por atingir

contingente muito grande de pessoas, certamente comprometeria a própria eficiência da

reforma previdenciária.

Essas razões justificam a rejeição da emenda 05/2019; o acolhimento da emenda 19/2019; na declaração como prejudicadas as emendas 04/2019 e 6/2019,

tudo conforme será consolidado na emenda substitutiva aglutinativa integral ao final

apresentada.

6) Emenda 07/2019

A emenda 7 pretende atribuir nova redação aos incisos II e III do art.

31-B com o singelo objetivo de deixar claro que servidores do Ministério Público, do

Tribunal de Contas e da Defensoria Pública também estão sujeitos às regras do caput.

Pois bem, a emenda deve ser admitida e processada, pois está dentro

dos contornos constitucionalmente admitidos para a emenda parlamentar.

Note-se que em nenhum momento a proposta original pretendeu

excluir servidores dessas instituições do dever de contribuição previdenciária, o que

seria até mesmo um contrassenso na medida em que já previa que servidores da ativa e

aposentados do Poder Legislativo, do Poder Executivo e do Poder Judiciário deveriam fazê-lo. Os servidores do MP estão sujeitos a todas as regras previdenciárias, que o

regime é contributivo e solidário, logo, o registro no corpo da Constituição Estadual é,

de fato, indispensável.

Assim, indispensável o aprimoramento do texto com a inclusão da redação sugerida para a emenda 7, que fica aqui acolhida e incorporada. Ainda, para o

completo aprimoramento da norma identificamos a necessidade de: a) inclusão no caput

do art. 31-B do termo “membros” para guardar coerência com os incisos do próprio

dispositivo e com o tratamento conferido ao longo da proposta, sempre com a menção a

“membros” e não a apenas servidores públicos; b) inserção do termo “titular” no caput do art. 31-B para fazer referência ao titular de cargo, visando a dar sentido à norma; e c)

inclusão da expressão “incluídos os das autarquias e fundações” nos incisos II e III do

art. 31-B apenas para deixar claro que, no âmbito do Poder Executivo, os servidores

dessas entidades com personalidade jurídica própria estão incluídos, por razões lógicas

e inerentes ao sistema previdenciário. Tais propostas ficam incorporadas nos termos

apresentados na emenda substitutiva aglutinativa integral.

7) Emenda 08/2019

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A emenda 8 pretende compatibilizar a redação do inc. II do §1º do art.

31-B da PEC 7/2019 ao texto do inc. II do §1º do art. 40 da Constituição Federal, com

a redação em vigor desde a EC 88/15.

Essa emenda também está dentro dos limites regimentais e

constitucionais admitidos para a atuação parlamentar nesta fase do processo legislativo.

Além disso, a providência é correta e necessária, pois, tal qual no

âmbito federal, aos 70 anos é possível, ao servidor estadual abrangido por Regime

Próprio de Previdência Social, a aposentaria com proventos proporcionais ao tempo de

contribuição. Em palavras simples, o que se está a fazer é repetir literalmente em nível

estadual a regra estabelecida na Constituição Federal.

Indispensável o refinamento do texto pelo que voto pelo acolhimento

da emenda 8, nos termos expostos na emenda substitutiva aglutinativa integral

apresentada abaixo.

8) Emenda 09/2019

A emenda 9 pretende adicionar ao §11 do art. 31-B da PEC 7/2019 a

menção necessária à “Constituição Federal” e acrescentar, ao final, o diálogo da regra

com o “disposto no §12 do art. 27 desta Constituição”.

Essa emenda também está dentro dos traços constitucionalmente

admitidos para a emenda parlamentar e trata-se de louvável correção que faz observar o

comando da alínea “g” do inc. II do art. 11 da Lei Federal Complementar 95/1998, que diz que para a obtenção da precisão do texto legislativo é necessária a indicação expressa

do “dispositivo objeto de remissão”. Além disso, a proposta tem o objetivo de contribuir

com a futura aplicação da regra e demonstrar a necessidade de interpretação sistemática,

afinal a Constituição Estadual não pode ser aplicada em tiras, mas, sim, no seu todo.

Assim, nosso voto é pelo acolhimento da Emenda 09/2019.

9) Emenda 10/2019

A emenda 10 pretende tão somente inverter a ordem de exposição da

frase do §16 do art. 31-B ad PEC 7/2019, transportando a oração “mediante prévia e expressa opção”, que constava na parte final, para o começo do texto, e a inclusão da

palavra “somente” guardando exata simetria com a redação da Constituição Federal.

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Essa emenda também está dentro dos contornos constitucionalmente

admitidos para a emenda parlamentar e deve ser acolhida, até mesmo porque tem o

objetivo de reproduzir a literalidade de ser congênere em vigor em âmbito federal, que

é o §16 do art. 40 da Constituição Federal.

Por isso, votamos pelo acolhimento da Emenda 10/2019.

9) Emenda 11/2019

A emenda 11 pretende, apenas, adicionar o registro de que “os critérios observados em lei do respectivo ente federativo” devem balizar a concessão do

abono de permanência previsto no §19 do art. 31-B da PEC 7/2019.

Essa emenda igualmente está dentro dos contornos

constitucionalmente admitidos para atuação parlamentar e deve ser acolhida com

aprimoramento redacional para consignar que se tratará de lei complementar estadual

ou municipal, seguindo a mesma lógica do §19 do art. 40 da Constituição Federal.

Votamos, por isso, pelo acolhimento da Emenda 11/2019.

10) Emenda 12/2019

A emenda 12 tem três propósitos: o primeiro de consignar que lei

estadual disciplinará critérios, os parâmetros e a natureza jurídica definidos de órgão

gestor único da previdência em Mato Grosso do Sul; o segundo de distinguir as

autoridades responsáveis pelos atos de gestão e dos atos de concessão do benefício; o terceiro de disciplinar no corpo da constituição o papel de orientação e de fiscalização

da concessão dos benefícios previdenciários.

Essa emenda igualmente está dentro dos limites regimentais e

constitucionais admitidos para a atuação parlamentar nesta fase do processo legislativo.

As proposições devem ser incorporadas à emenda substitutiva

aglutinativa integral, pois: (a) o Estado-Membro tem competência para legislar sobre

previdência social (artigo 24, XII, da Constituição Federal), logo, admissível a opção de

disciplinar critérios, os parâmetros e a natureza jurídica definidos de órgão gestor único

da previdência em Mato Grosso do Sul por lei estadual; (b) os procedimentos

preparatórios e o ato de concessão de benefício previdenciário não podem ser confundidos com atos de gestão e, por isso mesmo, devem ser mantidos na esfera de

decisão da autoridade de cada Poder, Instituição ou Entidade à qual o potencial

beneficiário esteja vinculado – e não transferidos para o gestor único; (c) o órgão de

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gestão centralizada deve exercer duplo papel, sendo um deles consultivo – durante o

processamento do pedido de concessão do benefício, mediante a emissão de parecer

opinativo e não vinculante para a autoridade de cada Poder, Instituição ou Entidade –e

outro de verificação da regularidade, sempre depois do ato de concessão do benefício.

Essa divisão de tarefas para o bom funcionamento do sistema projetado foram bem

disciplinados na emenda 12 e apresentam aperfeiçoamento do projeto e, por isso, a sua

ideia deve ser incorporada ao texto.

Em complemento ao que já foi sugerido, apresentamos proposta de

acréscimo da expressão “no prazo legal” depois do texto proposto para ser o novo §22

do art. 31-B, de maneira a constitucionalizar o dever de o órgão de gestão centralizado

não prolongar indevidamente o processo de apreciação do pedido de benefício.

Ainda, o originário § 22 do art. 31-B na redação da PEC não foi

suprimido por nenhuma Emenda, mas por equívoco não constou na Emenda 12. O

mencionado parágrafo deve ser mantido por guardar inteira similitude com norma da EC 103/19, devendo ser renumerado e inserido no texto. Forte em tais razões, votamos

pela incorporação do texto proposto para a Emenda 12/2019 à emenda substitutiva

aglutinativa integral.

11) Emenda 13/2019

A emenda 13/2019 pretende excluir o §21 do art. 31-B da PEC 7/2019.

Essa emenda também está dentro dos limites regimentais e constitucionais admitidos

para a atuação parlamentar nesta fase do processo legislativo.

De fato, parece não ser necessário estabelecer a imposição das severas

consequências previstas no inc. XIII do art. 167 da CF para a hipótese eventual criação

de outro órgão de gestão paralela ao gestor centralizado. A regra projetada para o §20

do art. 31-B – e mantida na emenda substitutiva aglutinativa integral– é, por si,

imperativa, cogente, e, como tal, deverá ser respeitada. Para o caso de improvável descumprimento, existem outros instrumentos de coerção, em especial, a possibilidade

de buscar a tutela jurisdicional.

Por isso, votamos pelo acolhimento da emenda 13/2019.

12) Emenda 14/2019

A emenda 14 pretende reproduzir na PEC 7/2019, para vigência

temporária, regra de transição prevista na EC 103/2019.

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A proposição também está dentro dos limites regimentais e

constitucionais admitidos para a atuação parlamentar nesta fase do processo legislativo.

A proposta é meritória e merece ser encampada por esta CCJR. O texto

cria regra de direito transitório, de caráter provisório, que se dispõe a vigorar até que lei

estadual discipline a questão de forma detalhada e completa.

Nesse contexto, está alinhada com a garantia constitucional do direito

adquirido, é regra de transição importante e segue a linha de reproduzir em âmbito

estadual disposições da EC 103/2019, no caso, o que está estabelecido no art. 3º daquele

texto.

Amparado nessas considerações, votamos pela incorporação do texto

proposto para a emenda 14/2019 à emenda substitutiva aglutinativa integral.

13) Emenda 15/2019

A justificativa da emenda 15/2019 informa que seu objetivo é

“adequar o texto do art. 6º da PEC 7/2019 ao da EC 103/2019, uma vez que por equívoco

redacional deixou-se de acrescentar o seguinte texto: ‘com contagem recíproca do

Regime Geral de Previdência Social’” e também que tem o propósito de “resguardar o

direito adquirido e o ato jurídico perfeito”.

Essa emenda igualmente está dentro dos contornos

constitucionalmente admitidos para a emenda parlamentar e deve ser acolhida.

É preciso preservar situações já consolidadas ao longo do tempo, que

é o objetivo do novo parágrafo previsto na emenda 15/2019, acolhida neste parecer. A redação também é salutar e merece ser incorporada à emenda substitutiva aglutinativa

integral porque bem resguarda não só os períodos de tempo ficto já averbados em

conformidade com a compreensão anterior à EC 20/1998, como também aqueles

averbáveis de acordo com a regras de então. É proposta que bem observa o disposto no

inc. XXXVI do art. 5º da CF que diz que “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato

jurídico perfeito e a coisa julgada”.

No ponto, além de acolher a emenda 15/2019, a emenda substitutiva

aglutinativa integral ainda pretende inserir mais dois parágrafos.

O primeiro deles quer enfrentar a seguinte questão. A Constituição

Federal, em seu art. 37, inciso XVI, traz as possibilidades de acumulação de cargos

públicos. Assim, aos servidores das categorias indicadas pela Carta Magna são

garantidos a titularidade de dois cargos públicos e, consequentemente, também são

asseguradas duas aposentadorias. Ocorre que o INSS, ao expedir a CTC, não reconhece

a acumulação de cargos garantidos pela CF/88, tratando os casos dos servidores em

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acumulação lícita como exercício concomitante, que, por sua vez, não possibilita o

aproveitamento do tempo nos cargos cumulativamente exercidos, certificando o tempo

como uno, atribuindo como tempo de exercício/contribuição o mais remoto, e o período

de cargo mais recente considerando como tempo zerado. Apesar da garantia

constitucional, as certidões expedidas pelo INSS que são apresentadas para averbação

junto ao Estado e aos municípios que mantêm RPPS não contemplam o tempo de

contribuição dos dois cargos acumulavelmente exercidos, constando somente o tempo

do cargo mais antigo e considerando como zerados do cargo mais recente, trazendo total

prejuízo e ferindo de morte o direito constitucional do servidor que exerce cargos

acumuláveis. O novo parágrafo incluído no art. 6º disciplina adequadamente a questão.

O segundo novo parágrafo acrescentado quer deixar consignado que a

pronuncia de nulidade de que trata aquele dispositivo somente será possível depois de

assegurado o contraditório prévio e ampla defesa, o que naturalmente engloba o direito

à produção de provas. É proposta que também quer afinar o projeto com a Constituição Federal quando diz no art. 5º, inc. LV, que “aos litigantes, em processo judicial ou

administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,

com os meios e recursos a ela inerentes”.

Assim, votamos pelo acolhimento da emenda 15/2019, com os

acréscimos que constam da emenda substitutiva aglutinativa integral apresentada

adiante.

14) Emendas 16 e 17/2019

A emenda 16 tem dois objetivos: primeiro, expressar que lei

complementar estadual disporá sobre a aposentadoria voluntária, aos sessenta e dois

anos de idade, se mulher, e aos sessenta e cinco anos de idade, se homem (inc. III do §1º

do art. 31-B), de membros e servidores públicos dos Poderes Legislativo, Executivo e

Judiciário, do Tribunal de Contas, do Ministério Público e da Defensoria Pública; segundo, adotar, em caráter temporário, os critérios da EC 103/2019 para disciplinar

esse benefício previdenciário até que a lei complementar estadual trate do assunto,

quanto a tais servidores e membros.

A emenda 17, por sua vez, pretende atribuir nova redação ao §4º do

art. 80, para vincular a aposentaria dos membros do Tribunal de Contas ao disposto no art. 108 da Constituição Estadual. Nota-se nesse contexto, no que toca ao Tribunal de

Contas,que os escopos das emendas 16 e 17 têm afinidade e, por isso, devem ser

apreciadas conjuntamente.

Pois bem, entendemos que não existe óbice regimental ou

constitucional à tramitação de mais essas duas emendas.

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A emenda 16 é salutar porque prestigia o Parlamento estadual e sua

competência assegurada pelo artigo 24, XII, da Constituição Federal, na medida em que

adota a lei estadual como parâmetro para a disciplina da aposentadoria de seus

servidores. A regra temporária também é bem-vinda na medida em confere segurança

jurídica e previsibilidade, até que a lei estadual venha a substituir o direito transitório

que se pretende instituir.

Ao lado disso, também reputamos necessário incluir os membros da

Procuradoria-Geral do Estado, que também integram carreira essencial à Justiça, nos

termos do art. 132 da Constituição Federal e do art. 144 da Constituição Estadual, em

abono ao tratamento isonômico entre tais carreiras, fazendo expresso registro da

“Procuradoria-Geral do Estado” no corpo do §1º do art. 31-C, não obstante sejam

servidores públicos do Poder Executivo – e por isso já estejam contemplados na

expressão “servidores públicos efetivos” do Poder Executivo.

Ainda, no caput do art. 31-C inserimos a expressão “membros”, para guardar coerência com as demais normas ao longo da proposição, bem como §1º onde

constava Poderes do Estado deixamos expresso que se trata dos Poderes Executivo,

Legislativo e Judiciário, buscando-se conferir maior clareza à norma.

Noutro norte, como a emenda 17 pretende consignar que lei

complementar estadual disporá, dentre outras coisas, sobre a aposentadoria dos membros do Tribunal de Contas, deve ser rejeitada a emenda 17 e a própria proposta de

nova redação para o §4 do art. 80, que é apresentada na PEC 7/2019, mantendo-se o

regramento em vigor até seja alterado pelo instrumento próprio.

Embasado nessas razões, votamos pelo acolhimento da emenda 16 e pela rejeição da emenda 17, com os acréscimos que constam da emenda substitutiva

aglutinativa integral apresentada adiante.

15) Emendas 18, 21 e 23/2019

A emenda 18 pretende reintroduzir o art. 108, que a proposta original

objetivava revogar. Esse dispositivo trata da vinculação dos magistrados estaduais às

regras de direito previdenciário previstas no art. 40 da Constituição Federal.

A emenda 21, de sua parte, objetiva suprimir a revogação dos arts.

108, 135 e 142, inc. VI.

A emenda 23, por sua vez, almeja reintroduzir o inc. VI do art. 142

com nova redação que, além de repetir o registro do direito à aposentaria, restabelecer o

vínculo dos membros da Defensoria Pública às mesmas regras previstas aos

magistrados, isto é, ao art. 108 da Constituição Estadual.

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As três emendas tratam de temas afins e, por isso, merecem ser

apreciadas em conjunto. Todas estão dentro dos contornos constitucionalmente

admitidos para a emenda parlamentar e, por isso, devem ser admitidas por esta CCJR.

Note-se que a proposta de retirada da revogação do art. 135, que trata

da vinculação do Ministério Público, é alinhada com a proposta do art. 142.

Os Magistrados, membros do Ministério Público, da Procuradoria-

Geral do Estado e da Defensoria Pública integram carreiras essenciais à administração

da Justiça, logo, adequado o tratamento uniforme, motivo pelo qual, propomos a

inserção do inciso III ao art. 146, com redação inteiramente alinhada à proposta

conferida aos dispositivos acima citados, nos exatos termos da Constituição Federal.

No ponto, contudo, é preciso fazer ajuste no art. 108 para atender o

comando da alínea “g” do inc. II do art. 11 da Lei Federal Complementar 95/1998, que

diz que para a obtenção da precisão do texto legislativo é necessária a indicação expressa

do “dispositivo objeto de remissão”.

Assim, ao invés de dizer genericamente que deverá ser observada a

“Constituição Estadual” se propõe consignar numericamente os dispositivos aplicáveis,

registrando que deverão ser observados “o disposto nos arts. 31-B, 31-C e 181

Constituição Estadual”.

Votamos pelo acolhimento das Emendas 18, 21 e 23/2019, com esse

aprimoramento redacional e acréscimo de dispositivo que consta da emenda

substitutiva aglutinativa integral.

16) Emenda 25/2019

A emenda 25/2019 pretende inserir novo parágrafo ao art. 31-B para

vedar a utilização de recursos do regime próprio de previdência social para a realização

de despesas distintas do pagamento dos benefícios previdenciários do respectivo fundo.

A emenda está dentro dos contornos constitucionalmente admitidos

para a emenda parlamentar e, por isso, deve ser admitida e encampada por esta CCJR,

pois segue a linha de reproduzir em âmbito estadual disposições da EC 103/2019, no

caso, o que está estabelecido no art. 167, XII, da Constituição Federal.

A única ressalva diz respeito à localização topográfica, pois, ao invés

de ser colocada como um dos parágrafos do art. 31-B, como sugere seu proponente, deve

ser inserida como novo inciso do art. 165 da Constituição Estadual, na forma

apresentada na emenda substitutiva aglutinativa integral ao final apresentada.

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COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E REDAÇÃO

Com isso, votamos pelo acolhimento parcial, com ajuste de redação,

da ideia central da emenda 25/2019.

III) Agradecimentos finais

Neste encerramento queremos, de público, louvar a corajosa iniciativa

do Governador do Estado, Reinaldo Azambuja, e a disponibilidade e comprometimento

de todos os Deputados que com responsabilidade se dedicaram a estudar, debater e

apresentar ideias para o aprimoramento do sistema previdenciário estadual que faço questão de citar nominalmente:1.Deputado Antônio Vaz – PRB; 2.Deputado Barbosinha

– DEM; 3.Deputado Cabo Almi – PT; 4.Deputado Capitão Contar – PSL; 5.Deputado

Coronel David – PSL; 6.Deputado Eduardo Rocha – MDB; 7.Deputado Evander

Vendramini – PP; 8. Deputado Felipe Orro – PSDB; 9.Deputado Herculano Borges –

Solidariedade; 10.Deputado Jamilson Name – PDT; 11.Deputado João Henrique – PL; 12.Deputado Lidio Lopes – PATRI; 13.Deputado Londres Machado – PSD;

14.DeputadoLucas de Lima –Solidariedade; 15. Deputado Marçal Filho – PSDB;

16.Deputado Marcio Fernandes – MDB; 17.Deputado Neno Razuk – PTB; 18.Deputado

Onevan de Matos – PSDB; 19.Deputado Paulo Corrêa –PSDB; 20.Deputado Pedro

Kemp – PT;21.Deputado Professor Rinaldo – PSDB; 22.Deputado Renato Câmara –

MDB; 23.Deputado Zé Teixeira – DEM.

Estamos seguros de que a aprovação do texto ao final apresentado é

medida indispensável à saúde financeira do Estado de Mato Grosso do Sul e à

sustentabilidade de seu sistema previdenciário.

Os reflexos positivos da aprovação deste histórico projeto que temos

a honra de relatar, certamente serão percebidos pela atual e por futuras gerações.

No final das contas, sua aprovação diretamente incrementará a

capacidade de investimento do Governo do Estado nas áreas de saúde, educação e

segurança pública, melhorando, com isso, as condições de vida de todos os cidadãos sul-

mato-grossenses.

IV) Conclusão

Diante de todo o exposto, votamos favoravelmente à regular tramitação da presente Proposta de Emenda Constitucional n.º 7/2019 com:

(a)acolhimento total das emendas 01, 07, 08, 09, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 18, 19, 20,

21, 22 e 23; (b) acolhimento parcial das emendas 24 e 25; (c) rejeição das emendas 02,

03, 05, 17 e 26; e (d) declaração de que estão prejudicadas as emendas 04 e 06.

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Com o propósito de consolidar, num conjunto coerente de

dispositivos, o projeto original, as emendas acolhidas e as alterações implementadas ao

texto neste parecer, conclamo os nobres pares a APROVAR a emenda substitutiva

aglutinativa integral apresentada no anexo, com os dispositivos numericamente

organizados de acordo e as alterações destacadas em vermelho, com subsequente

tramitação da PEC n.º 07/2019 em tais termos.

Ratificamos nobres colegas que com a aprovação desta emenda

estamos juntos construindo uma nova historia para a previdência do Estado de Mato

Grosso do Sul, e seus Municípios.

Campo Grande, MS, 09 de dezembro de 2019.

Deputado GERSON CLARO

Relator

ANEXO

Projeto de Emenda Constitucional n. 007/2019

Processo n. 488/2019

Emenda substitutiva aglutinativa integral

Com amparo no inc. II do art. 72 c/c art. 179, §§1º e 3º c/c inc. I do art. 181 c/c inc. III

do art. 182, todos do RI/AL/MS e pelas justificativas apresentadas no Parecer do

Deputado Gerson Claro na Comissão de Constituição, Justiça e Redação, os Deputados

signatários, representantes de mais de 1/3 dos membros da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, apresentam a Emenda substitutiva aglutinativa integral à Proposta

de Emenda Constitucional n.º 07/2019, que passará a tramitar com o seguinte texto

consolidado:

PROJETO DE EMENDA CONSTITUCIONAL

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Altera a redação e acrescenta dispositivos à

Constituição Estadual de Mato Grosso do Sul,

modifica o Sistema de Previdência Social e

estabelece regras de transição e disposições

gerais e transitórias, e dá outras providências.

A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE

MATO GROSSO DO SUL, nos termos do § 3º do art. 66 da Constituição Estadual, promulga

a seguinte Emenda ao Texto Constitucional:

Art. 1º Os dispositivos da Constituição Estadual de Mato Grosso do Sul, abaixo

indicados, passam a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 30. Ao servidor público, no exercício de mandato eletivo, aplica-se o

disposto no art. 38 da Constituição Federal, na redação dada pela Emenda

Constitucional nº 103, de 12 de novembro de 2019, publicada no Diário Oficial da

União em 13 de novembro de 2019.” (NR)

“Art. 31-B. Os Regimes Próprios de Previdência Social dos membros e dos

servidores titulares de cargos efetivos do Estado e dos Municípios do Estado do

Mato Grosso do Sul têm caráter contributivo e solidário, observados os critérios

que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e as regras e os requisitos

estabelecidos para o regime próprio do servidor público federal titular de cargo

efetivo, mediante o recolhimento:

I - da contribuição do respectivo ente federativo, nesta incluída a

contribuição dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, do Tribunal de

Contas, do Ministério Público, da Defensoria Pública, das Autarquias e das

Fundações Estaduais;

II - da contribuição dos servidores efetivos ativos dos Poderes Executivo,

incluídos os das Autarquias e das Fundações, e Legislativo, além dos membros e

servidores efetivos ativos do Poder Judiciário, do Ministério Público, do Tribunal

de Contas e da Defensoria Pública Estadual;

III - da contribuição dos servidores aposentados do Poder Executivo,

incluídos os das Autarquias e das Fundações, e do Poder Legislativo, além dos

membros e servidores aposentados do Poder Judiciário, do Ministério Público, do

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Tribunal de Contas e da Defensoria Pública Estadual, e seus respectivos

pensionistas.

§ 1º O servidor abrangido por Regime Próprio de Previdência Social será

aposentado:

I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver

investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese em que será obrigatória a

realização de avaliações periódicas para verificação da continuidade das

condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma estabelecida

para o servidor público federal titular de cargo efetivo;

II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de

contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de

idade, conforme estabelecido para o servidor público federal titular de cargo

efetivo;

III - voluntariamente, aos sessenta e dois anos de idade, se mulher, e aos

sessenta e cinco anos de idade, se homem, observados o tempo de contribuição e

os demais requisitos estabelecidos para o servidor público federal titular de cargo

efetivo.

§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao valor

mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 da Constituição Federal ou superiores ao

limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência Social, observado

o disposto nos §§ 15 a 17 deste artigo.

§ 3º As regras de cálculo e de reajustamento dos benefícios de aposentadoria

e de pensão por morte serão as mesmas aplicáveis para o servidor público federal

titular de cargo efetivo e de seus respectivos dependentes.

§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou de critérios diferenciados para

concessão de benefícios em regime próprio de previdência social, ressalvado o

disposto nos §§5º e 6º deste artigo.

§ 5º. O Estado e os Municípios que mantêm RPPS aplicarão as regras

estabelecidas para o servidor público federal titular de cargo efetivo relativas à

idade e ao tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores:

I - com deficiência, após obrigatória avaliação biopsicossocial realizada por

equipe multiprofissional e interdisciplinar, para verificação do preenchimento dos

requisitos para a concessão;

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II - ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente socioeducativo ou

de policial civil; e

III - cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes

nocivos químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação destes

agentes, vedados a caracterização por categoria profissional ou a ocupação e o

enquadramento por periculosidade.

§ 6º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em

cinco anos em relação às idades decorrentes da aplicação do disposto no inciso III

do § 1º deste artigo, desde que comprovem tempo de efetivo exercício das funções

de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, conforme

estabelecido para o servidor público federal titular de cargo efetivo.

§ 7º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na

forma da Constituição Federal, é vedada a percepção de mais de uma

aposentadoria à conta de regime próprio de previdência social, aplicando-se

outras vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios

previdenciários, estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social.

§ 8º Observado o disposto no § 2º do art. 201 da Constituição Federal,

quando se tratar da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o

benefício de pensão por morte será concedido, utilizando-se a forma diferenciada

aplicável ao servidor público federal titular de cargo efetivo, na hipótese de morte

dos servidores de que trata o inciso II do § 4º-A deste artigo, decorrente de

agressão sofrida no exercício ou em razão da função.

§ 9º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em

caráter permanente, o valor real conforme critérios estabelecidos pela União para

o servidor público federal titular de cargo efetivo.

§ 10 A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de

contribuição fictício.

§ 11. O tempo de contribuição federal, distrital, estadual ou municipal será

contado para fins de aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art.

201 da Constituição Federal, e o tempo de serviço correspondente será contado

para fins de disponibilidade.

§ 12. Aplica-se o limite fixado no art. 37, inciso XI, da Constituição Federal

à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da

acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades

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sujeitas à contribuição para o Regime Geral de Previdência Social, e ao montante

resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo

acumulável na forma da Constituição Federal, cargo em comissão declarado em

lei de livre nomeação e exoneração e de cargo eletivo, observado o disposto no §

12 do art. 27 desta Constituição.

§ 13. Além do disposto neste artigo, serão observados, no Regime Próprio de

Previdência Social do Estado e dos Municípios, no que couber, os requisitos e os

critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social.

§ 14. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em

comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo

temporário, inclusive aos detentores de mandato eletivo, ou de emprego público, o

Regime Geral de Previdência Social.

§ 15. O Estado e os Municípios instituirão, por lei de iniciativa do respectivo

Poder Executivo, Regime de Previdência Complementar para servidores públicos

ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Regime

Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias e das pensões em

regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto no § 17 deste artigo.

§ 16. O Regime de Previdência Complementar de que trata o § 15 deste artigo

oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribuição definida,

observará o disposto no art. 202 da Constituição Federal e será efetivado por

intermédio de entidade fechada ou aberta de previdência complementar, observado

o disposto no art. 33 da Emenda Constitucional nº 103, de 12 de novembro de 2019.

§ 17. Somente mediante prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 15 e 16

deste artigo poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço

público, até a data da publicação do ato de instituição do correspondente Regime

de Previdência Complementar, mediante prévia e expressa opção.

§ 18. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do

benefício previsto no § 3º deste artigo serão devidamente atualizados, nos mesmos

termos estabelecidos pela União para o servidor público federal titular de cargo

efetivo.

§ 19. Incidirá contribuição ordinária sobre os proventos de aposentadorias

e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite

máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social de

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que trata o art. 201 da Constituição Federal, com percentual igual ao estabelecido

para os servidores titulares de cargos efetivos na ausência de déficit atuarial.

§ 20. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo ente

federativo, Estadual ou Municipal, o membro e o servidor titular de cargo efetivo

que tenham completado as exigências para a aposentadoria voluntária e que optem

por permanecer em atividade poderão fazer jus a um abono de permanência

equivalente, no máximo, ao valor da sua contribuição previdenciária, até

completar a idade para aposentadoria compulsória, mantidos os mesmos critérios

estabelecidos para o servidor público federal titular de cargo efetivo.

§ 21. É vedada a existência de mais de um Regime Próprio de Previdência

Social e de mais de um órgão ou entidade gestora desse regime em cada ente

federativo, abrangidos todos os Poderes do Estado, órgãos e entidades autárquicas

e fundacionais, que serão responsáveis pelo seu financiamento, observados os

critérios, os parâmetros e a natureza jurídica definidos na Lei Complementar

Estadual.

§ 22. A gestão de que trata o §21 deste artigo não compreende os

procedimentos preparatórios e o ato de concessão de benefício previdenciário, que

caberá à autoridade competente no âmbito de cada Poder, Instituição ou Entidade,

nos termos da Lei Complementar Estadual.

§ 23 Antes da concessão do benefício previdenciário, caberá à autoridade

competente consultar, sob pena de nulidade, o órgão ou a entidade gestora a que

se refere o §21 deste artigo, a quem caberá, nos termos da Lei Complementar

Estadual, emitir parecer opinativo e não vinculante, no prazo legal.

§ 24 O órgão ou a entidade gestora de que trata o §21 deste artigo exercerá

sua competência no caso de constatadas irregularidades nos atos de concessão de

benefícios previdenciários pelos Poderes e Instituições e deverá notificá-los

administrativamente e, se for o caso, adotar as medidas judiciais cabíveis.

§ 25. O rol de benefícios do regime próprio de previdência social fica

limitado às aposentadorias e à pensão por morte.” (NR)

“Art. 31-C. As regras do Regime Próprio de Previdência Social do servidor

público federal titular de cargo efetivo serão parâmetro para as Leis aplicáveis aos

membros e aos servidores públicos titulares de cargo efetivo do Estado e dos

Municípios que mantêm RPPS, incluindo-se as de:

I - idade mínima para aposentadoria;

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II - tempo mínimo de contribuição para aposentadoria e pensão;

III - valor mínimo e limite máximo igual ao estabelecido para o Regime Geral

de Previdência Social para proventos de aposentadoria e de pensão;

IV - fórmula de cálculo para proventos de aposentadoria e de pensão;

V - forma de apuração de remuneração;

VI - reajuste de aposentadoria e de pensão;

VII - requisitos de idade e tempo de contribuição diferenciados para

aposentadoria de:

a) servidores com deficiência;

b) ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente socioeducativo ou

de policial do órgão de que trata o inciso IV do caput do art. 144 da Constituição

Federal;

c) servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a

agentes nocivos químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação

destes agentes; e

d) titulares do cargo de professor que comprovem exclusivamente tempo de

efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino

fundamental e médio;

VIII - redução da idade mínima para os ocupantes do cargo de professor,

desde que comprovem tempo de efetivo exercício das funções de magistério na

educação infantil e no ensino fundamental e médio;

IX - abono de permanência;

X - acúmulo de benefícios;

XI - regras de transição para aposentadoria, seja por idade, por tempo de

contribuição ou por combinação destes.

§1º Lei Complementar Estadual estabelecerá os requisitos para

aposentadoria prevista no inciso III do §1º do art. 31-B desta Constituição, para

os membros e servidores públicos efetivos dos Poderes Executivo, Legislativo e

Judiciário, do Tribunal de Contas, do Ministério Público, da Defensoria Pública e

da Procuradoria-Geral do Estado, e suas respectivas pensões, vedada a adoção de

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requisitos ou condições diferentes dos instituídos pela Emenda à Constituição

Federal nº 103, de 12 de novembro de 2019.

§2º Até a publicação da Lei Complementar de que trata o §1º deste artigo,

aplicam-se às aposentadorias e às pensões as disposições permanentes e

transitórias estabelecidas na Emenda à Constituição Federal nº 103, de 12 de

novembro de 2019.” (NR)

“Art. 108. A aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes

observarão o disposto nos arts. 31-B, 31-C e 181 desta Constituição Estadual e no

art. 40 da Constituição Federal.”

“Art. 142...........................................

..........................................................

VI – aposentadoria e pensão de seus dependentes, aplicando-se, no que

couber, o que dispõe o art. 108 desta Constituição.

.......................................................”

“Art. 142-A. .....................................

..........................................................

VII - editar exoneração, demissão, afastamento e outros que importem

vacância do cargo da carreira e dos serviços auxiliares, bem como os de

disponibilidade de membro da sua carreira e dos servidores dos serviços

auxiliares;

................................................” (NR)

“Art. 146............................

..........................................

III - a aposentadoria e pensão de seus dependentes, aplicando-se, no que

couber, o que dispõe o art. 108 desta Constituição.” (NR)

“Art. 165....................................

.................................................

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X - na forma estabelecida na lei complementar de que trata o § 22 do art. 40

da Constituição Federal, a utilização de recursos de regime próprio de previdência

social, incluídos os valores integrantes dos fundos previstos no art. 249 da

Constituição Federal, para a realização de despesas distintas do pagamento dos

benefícios previdenciários do respectivo fundo vinculado àquele regime e das

despesas necessárias à sua organização e ao seu funcionamento.

...................................................” (NR)

“Art. 181. O Estado e os Municípios que mantêm RPPS instituirão, por meio

de lei, contribuições para custeio de regime próprio de previdência social,

cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas, que poderão

ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de contribuição ou do

benefício recebido.

§ 1º Na ocorrência de déficit atuarial do RPPS, a contribuição ordinária dos

aposentados e pensionistas do Estado e dos Municípios que mantêm RPPS poderá

incidir sobre o valor dos proventos de aposentadoria e de pensões que superem o

salário mínimo, não se aplicando a base de cálculo prevista no § 19 do art. 31-B

desta Constituição.

§ 2º Demonstrada a insuficiência da medida prevista no § 1º deste artigo

para equacionar o déficit atuarial, é facultada a instituição, por Lei Complementar

Estadual e Municipal, de contribuição extraordinária, no âmbito do Estado e dos

Municípios que mantêm RPPS, a ser cobrada dos servidores e dos membros ativos,

dos aposentados e dos pensionistas.

§ 3º A contribuição extraordinária de que trata o § 2º deste artigo será

instituída simultaneamente com outras medidas para equacionamento do déficit e

vigorará por período determinado contado da data da sua instituição.

“Art. 181-A. A transparência da gestão previdenciária será assegurada

mediante a ampla divulgação dos estudos atuariaisdo Regime Próprio de

Previdência Social.” (NR)

Art. 2º Enquanto não forem promovidas as alterações pertinentes nas legislações

do Estado e dos Municípios que mantêm RPPS, observado o disposto no art. 3º desta Emenda

Constitucional, aplicam-se às aposentadorias dos servidores públicos titulares de cargo efetivo

e às pensões por morte por eles legadas as mesmas regras permanentes e de transição aplicadas

ao servidor público federal titular de cargo efetivo, estabelecidas na Emenda Constitucional nº

103, de 12 de novembro de 2019.

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COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E REDAÇÃO

Art. 3º Os municípios que mantêm RPPS poderão, por meio de lei ordinária de

iniciativa do Executivo local, adotar integralmente as regras e os requisitos estabelecidos nesta

Emenda à Constituição.

Parágrafo único. As disposições desta Emenda à Constituição, relativas aos

Municípios que mantêm RPPS, dependem da adesão prevista no caput deste artigo para sua

aplicação.

Art. 4º O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para

exercício de cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que

tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde

que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a

remuneração do cargo de origem.

Art. 5º É vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário ou

vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo em comissão à remuneração do

cargo efetivo.

Art. 6º Considera-se nula a aposentadoria que tenha sido concedida ou que venha

a ser concedida por Regime Próprio de Previdência Social, com contagem recíproca do Regime

Geral de Previdência Social, mediante o cômputo de tempo de serviço, sem o recolhimento da

respectiva contribuição ou da correspondente indenização pelo segurado obrigatório

responsável, à época do exercício da atividade, pelo recolhimento de suas próprias

contribuições previdenciárias.

§1º. O disposto no caput não se aplica às aposentadorias já concedidas e aos

períodos de tempo de serviço averbados ou averbáveis, ambos em conformidades com a

Emenda Constitucional Federal n. 20, de 15 de dezembro de 1998, até a data da promulgação

desta Emenda Constitucional.

§2º O tempo de contribuição realizado por membros e servidores do Estado que

exercem cargos acumuláveis na forma do art. 37, inciso XVI, da Constituição Federal, poderá

ser contabilizado, separadamente, para cada cargo.

§3º A nulidade referida no caput deste artigo não dispensa a observância das

garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa, de que trata o art. 5º, inciso LV,

da Constituição Federal.

Art. 7º O policial civil, o agente penitenciário e o agente socioeducativo do

Estado que tenham ingressado na respectiva carreira até a data de entrada em vigor desta

Emenda poderão aposentar-se, na forma da Lei Complementar Federal nº 51, de 20 de

dezembro de 1985, desde que observado o requisito de idade mínima e as demais condições

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Pa lác io Gua icurus

Aven ida Desembargador José Nunes da Cunha

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estabelecidas no caput e nos §§1º e 3º do art. 5º da Emenda Constitucional Federal nº 103, de

12 de novembro de 2019.

Art. 8º A concessão de aposentadoria a membro e a servidor público estadual e

municipal vinculado a regime próprio de previdência social e de pensão por morte aos

respectivos dependentes será assegurada, a qualquer tempo, desde que tenham sido cumpridos

os requisitos para obtenção desses benefícios até a data de entrada em vigor desta Emenda

Constitucional, observados os critérios da legislação vigente na data em que foram atendidos

os requisitos para a concessão da aposentadoria ou da pensão por morte.

§ 1º Os proventos de aposentadoria devidos a membro e a servidor público a que

se refere o capute as pensões por morte devidas aos seus dependentes serão calculados e

reajustados de acordo com a legislação em vigor à época em que foram atendidos os requisitos

nela estabelecidos para a concessão desses benefícios.

§ 2º Os proventos de aposentadoria devidos ao segurado a que se refere o caput

e as pensões por morte devidas aos seus dependentes serão apurados de acordo com a legislação

em vigor à época em que foram atendidos os requisitos nela estabelecidos para a concessão

desses benefícios.

§ 3º Até que entre em vigor a lei do respectivo ente federativo, estadual ou

municipal, de que trata o § 20 do art. 31-B desta Constituição, o servidor de que trata o caput

que tenha cumprido os requisitos para aposentadoria voluntária, com base no disposto na alínea

"a" do inciso III do § 1º do art. 40 da Constituição Federal, na redação vigente até a data de

entrada em vigor da Emenda Constitucional 103, de 12 de novembro de 2019, no art. 2º, no §

1º do art. 3º ou no art. 6º da Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003, ou no art.

3º da Emenda Constitucional nº 47, de 5 de julho de 2005, que optar por permanecer em

atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição

previdenciária, até completar a idade para aposentadoria compulsória.

Art. 9º Revogam-se:

I - o art. 31; o art. 31-A; o art. 32; o art. 33; o § 8º do art. 39; os incisos XXIV e

XXV do art. 63; o art. 182 e seus §§ 1º e 2º; o art. 183, e o art. 184, todos da Constituição

Estadual;

II - o art. 29 e seus §§ 1º e 2º do Ato das Disposições Constitucionais Gerais e

Transitórias da Constituição Estadual.

Art. 10 Esta Emenda Constitucional entra em vigor 90 (noventa) dias de sua

publicação.

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Nome Assinatura

1. Deputado

2. Deputado

3. Deputado

4. Deputado

5. Deputado

6. Deputado

7. Deputado

8. Deputado

9. Deputado

10. Deputado

11. Deputado

12. Deputado

13. Deputado

14. Deputado

15. Deputado