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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA 1 AVULSOS DA 31ª SESSÃO ORDINÁRIA DO DIA 29.04.2014 ÍNDICE PROPOSIÇÃO PAG. 01) VOTAÇÃO RED. FINAL DO PL 172/12 - DEP. GILSINHO LOPES.........02 02) VOTAÇÃO RED. FINAL DO PL 366/12 - DEP. ROBERTO CARLOS......03 03) PLC 10/14 DO PODER EXECUTIVO (MENS 23/14)..................................17 04) PL 136/13 DO DEP. ROBERTO CARLOS...................................................18 05) PL 197/13 DO DEP. DOUTOR HÉRCULES................................................30 06) PL 361/13 DA DEP. LUZIA TOLEDO..........................................................32 07) PL 410/13 DA DEP. LUZIA TOLEDO..........................................................35 08) PL 438/13 DO DEP. LUIZ DURÃO..............................................................39 09) PL 06/14 DO DEP. GILSINHO LOPES.........................................................43 10) PLC 24/14 DO PODER EXECUTIVO (MENS 76/14)..................................46 11) PL 85/14 DA DEP. LUCIA DORNELLAS....................................................47

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

1

AVULSOS DA 31ª SESSÃO ORDINÁRIA DO DIA 29.04.2014

ÍNDICE

PROPOSIÇÃO PAG.

01) VOTAÇÃO RED. FINAL DO PL 172/12 - DEP. GILSINHO LOPES.........02

02) VOTAÇÃO RED. FINAL DO PL 366/12 - DEP. ROBERTO CARLOS......03

03) PLC 10/14 DO PODER EXECUTIVO (MENS 23/14)..................................17

04) PL 136/13 DO DEP. ROBERTO CARLOS...................................................18

05) PL 197/13 DO DEP. DOUTOR HÉRCULES................................................30

06) PL 361/13 DA DEP. LUZIA TOLEDO..........................................................32

07) PL 410/13 DA DEP. LUZIA TOLEDO..........................................................35

08) PL 438/13 DO DEP. LUIZ DURÃO..............................................................39

09) PL 06/14 DO DEP. GILSINHO LOPES.........................................................43

10) PLC 24/14 DO PODER EXECUTIVO (MENS 76/14)..................................46

11) PL 85/14 DA DEP. LUCIA DORNELLAS....................................................47

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

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COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO

PÚBLICO E REDAÇÃO

PARECER N.º 125/2014

RELATÓRIO

O Projeto de Lei nº 172/2012, de autoria do Deputado Gilsinho Lopes, que dispõe sobre a responsabilidade no

fornecimento de bebidas alcoólicas, foi lido na Sessão Ordinária do dia 08.5.2012 e publicado no Diário do Poder Legislativo

do dia 18.5.2012, às páginas 130 a 133.

Durante sua tramitação ordinária o Projeto recebeu o parecer nº 325/2012 da Comissão de Constituição e Justiça,

Serviço Público e Redação pela constitucionalidade com adoção de emenda supressiva; e os pareceres nºs 112/2012 da

Comissão de Defesa da Cidadania e dos Direitos Humanos; 15/2012 da Comissão de Segurança e Combate ao Crime

Organizado e 14/2013 da Comissão de Saúde e Saneamento, todos pela aprovação com adoção da emenda apresentada na

Comissão de Justiça. Na Comissão de Finanças, Economia, Orçamento, Fiscalização, Controle e Tomada de Contas o Projeto

recebeu o parecer nº 44/2013 com a adoção da emenda supressiva apresentada e de mais uma emenda aditiva. Em seguida, por

ter recebido nova emenda, o Projeto retornou à Comissão de Justiça, recebendo o parecer nº 30/2014 pela constitucionalidade,

juridicidade, legalidade e boa técnica legislativa com adoção da emenda aditiva apresentada na Comissão de Finanças.

Concluído o exame técnico, foi colocado o Projeto de Lei nº 172/2012 à apreciação do Plenário que o aprovou na forma do

Parecer da Comissão de Justiça. Por ter sido aprovado com emendas, o Projeto veio a esta Comissão para elaboração de sua

Redação Final, na forma do artigo 212 do Regimento Interno.

Este é o Relatório.

PARECER DO RELATOR

O Regimento Interno determina que a proposição aprovada com emenda ou com flagrante desrespeito às normas

gramaticais e de técnica legislativa seja submetida à nova votação. Cabe o exame a esta Comissão.

O Projeto de Lei nº 172/2012 foi aprovado pelo Plenário com a adoção de emendas apresentadas na Comissões de Justiça e de

Finanças, com as seguintes redações:

Emenda Supressiva ao Projeto de Lei nº 172/2012

- Fica suprimido o art. 5º do Projeto de Lei nº 172/2012, renumerando-se o artigo seguinte.

Emenda nº 01 ao Projeto de Lei nº 172/2012:

- Acrescenta-se ao Projeto de Lei nº 172/2012, de autoria do Exmo. Deputado Estadual Gilsinho Lopes, o seguinte artigo:

“Art. 6º O descumprimento das disposições da presente Lei acarretará a imposição de multa ao infrator no valor de 500

(quinhentos) Valores de Referência ao Tesouro Estadual - VRTEs, aplicada em dobro em caso de reincidência.”

Com base no artigo 215 do Regimento Interno e em atenção ao disposto na Lei Complementar Federal nº 95/98, alterada pela

Lei Complementar Federal nº 107/01, e nas Normas para Padronização dos Atos Legislativos estabelecidas pela Secretaria

Geral da Mesa, sugerimos à matéria aprovada as alterações a seguir destacadas em vermelho.

Dessa forma, sugerimos aos membros da Comissão a adoção do seguinte:

PARECER Nº 125 /2014

A COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO é pela aprovação da

redação final do Projeto de Lei nº 172/2012, de autoria do Deputado Gilsinho Lopes, na forma que segue:

REDAÇÃO FINAL DO PROJETO DE LEI Nº 172/12

Dispõe sobre a responsabilidade no fornecimento de bebidas alcoólicas.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

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DECRETA:

Art. 1º O fornecedor de bebidas alcoólicas deve, sem prejuízo das demais obrigações previstas em lei:

I - assegurar informações suficientes e adequadas sobre os produtos e os riscos que apresentam;

II - respeitar o direito de segurança do consumidor quanto ao modo do fornecimento, tendo como objetivos:

a) minimizar os riscos que razoavelmente se esperam da ingestão dos produtos;

b) evitar, dentro da medida do possível e do razoável, que o consumidor, por abuso ou redução das capacidades cognitivas

decorrentes da ingestão do produto, coloque-se em situação de perigo iminente.

Art. 2º Em virtude do risco ao consumidor e à sociedade que envolve o consumo de bebidas alcoólicas, o fornecedor:

I - pode advertir o consumidor quando verificar que o exagero no consumo está pondo em risco sua saúde ou a de terceiros;

II - pode limitar o fornecimento, para consumo imediato, a determinada quantidade;

III - pode, dentro das condições de razoabilidade, restringir o fornecimento de bebidas para consumo imediato, servindo-as

somente acompanhadas de alimentos;

IV - deve recusar-se a fornecê-las àqueles que, devido as circunstâncias em que se encontrem, for facilmente perceptível que a

ingestão acarretará riscos elevados a eles próprios ou a terceiros;

Art. 3º É proibido fornecer bebidas alcoólicas àqueles:

I - menores de dezoito anos;

II - afetados por enfermidade ou deficiência mental que, nos termos da lei civil, sejam considerados absolutamente incapazes;

III - acometidos de incapacidade absoluta de exprimir a vontade, ainda que por causa transitória;

IV - em estado perceptível de elevada embriaguez ou alteração de consciência, induzido por tóxicos ou drogas, que reduzam

drasticamente a capacidade de discernimento.

Art. 4º É proibido fornecer bebidas alcoólicas para consumo imediato àqueles que:

I - estiverem conduzindo veículos automotores;

II - estiverem na iminência de conduzir veículos automotores.

Art. 5º O descumprimento das disposições da presente Lei acarretará imposição de multa ao infrator no valor de 500

(quinhentos) Valores de Referência do Tesouro Estadual - VRTEs, aplicada em dobro em caso de reincidência.

Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Sala das Sessões, 1.º de abril de 2014.

ELCIO ALVARES

Presidente

MARCELO SANTOS

Relator

SANDRO LOCUTOR

JOSÉ CARLOS ELIAS

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO

PÚBLICO E REDAÇÃO

PARECER N.º 113/2014

RELATÓRIO

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

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O Projeto de Lei nº 366/2012, de autoria do Deputado Roberto Carlos, que dispõe sobre as normas gerais relativas a concursos

públicos no âmbito do Estado do Espírito Santo, instituindo o Estatuto dos Candidatos a Concursos Públicos e dá outras

providências, foi lido na Sessão Ordinária do dia 1º.10.2012 e publicado no Diário do Poder Legislativo do dia 10.10.2012, às

páginas 21 a 33.

Durante sua tramitação ordinária o Projeto recebeu o parecer nº 215/2013 da Comissão de Constituição e Justiça, Serviço

Público e Redação pela constitucionalidade, legalidade, juridicidade e boa técnica legislativa, na forma do substitutivo

apresentado pelo autor, Deputado Roberto Carlos, com adoção de emenda modificativa apresentada na própria Comissão e de

emenda aditiva apresentada pelo Deputado Sandro Locutor; e os pareceres nºs 129/2013 da Comissão de Defesa da Cidadania e

dos Direitos Humanos; 28/2013 da Comissão de Defesa do Consumidor e 06/2014 da Comissão de Finanças, Economia,

Orçamento, Fiscalização, Controle e Tomada de Contas, todos pela aprovação na forma do substitutivo apresentado com

adoção das emendas apresentadas.

Concluído o exame técnico, foi colocado o Projeto de Lei nº 366/2012 à apreciação do Plenário que o aprovou na forma do

Parecer da Comissão de Justiça. Por ter sido aprovado com emendas, o Projeto veio a esta Comissão para elaboração de sua

Redação Final, na forma do artigo 212 do Regimento Interno.

Este é o Relatório.

PARECER DO RELATOR

O Regimento Interno determina que a proposição aprovada com emenda ou com flagrante desrespeito às normas gramaticais e

de técnica legislativa seja submetida à nova votação. Cabe o exame a esta Comissão.

O Projeto de Lei nº 366/2012 foi aprovado pelo Plenário na forma do substitutivo apresentado pelo autor, Deputado Roberto

Carlos, com adoção das emendas apresentadas na Comissão de Justiça e pelo Deputado Sandro Locutor, com as seguintes

redações:

EMENDA MODIFICATIVA:

O Art. 93 do Substitutivo das fls. 107/123, do Projeto de Lei nº 366/2012, apresentado pelo Excelentíssimo Senhor Deputado

Roberto Carlos, passa a ter a seguinte redação:

“Art. 93 Esta Lei entra em vigor 90 (noventa) dias após a data de sua publicação.”

EMENDA ADITIVA Nº 01/2012

- Acrescenta os parágrafos 3º e 4º ao artigo 2º do Projeto de Lei nº 366/2012, de autoria do Deputado Estadual Roberto Carlos,

que dispõe sobre as normas gerais relativas a concursos públicos no âmbito do Estado do Espírito Santo, instituindo o Estatuto

dos Candidatos a Concursos Públicos, com a seguinte redação:

“Art. 2º A realização do concurso público, em todas as suas fases, exige a observância dos princípios constitucionais expressos

e implícitos.

§ 1º Em respeito ao princípio da publicidade, o edital deverá informar as vagas existentes para os cargos em disputa, devendo

estas serem providas.

§ 2º Entende-se como cadastro de reserva a necessidade fundamentada da administração manter um quadro de possíveis

substitutos imediatos para cargos com previsibilidade de vacância devidamente motivada, e para os quais não se possa

aguardar, por razões de interesse público, a realização de concurso específico após detectada efetivamente as vacâncias.

§ 3º Para os cargos cujas atribuições exijam que o candidato tenha registro em órgão fiscalizador do exercício profissional,

deverá esse, em caso de sucesso, provar antes da sua posse no cargo, que está devidamente registrado no Conselho Regional da

sua profissão ou Ordem.

§ 4º Comprovado o registro no órgão fiscalizador do exercício profissional para efeito de posse, caso o candidato esteja

inadimplente, terá o prazo de 180 (cento e oitenta) dias para quitação do débito existe perante o Conselho Regional

correspondente ou Ordem.”

Com base no artigo 215 do Regimento Interno e em atenção ao disposto na Lei Complementar Federal nº 95/98, alterada pela

Lei Complementar Federal nº 107/01, e nas Normas para Padronização dos Atos Legislativos estabelecidas pela Secretaria

Geral da Mesa, sugerimos à matéria aprovada as alterações a seguir destacadas em vermelho.

Dessa forma, sugerimos aos membros da Comissão a adoção do seguinte:

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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

5

PARECER N.º 113/2014

A COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO é pela aprovação da redação

final do Projeto de Lei nº 366/2012, de autoria do Deputado Roberto Carlos, na forma que segue:

REDAÇÃO FINAL DO PROJETO DE LEI N.º 366/12

Dispõe sobre as normas gerais relativas a concursos públicos no âmbito do Estado do Espírito Santo, instituindo o Estatuto

dos Candidatos a Concursos Públicos, e dá outras providências.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

DECRETA:

CAPÍTULO I

DAS NORMAS GERAIS

Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre a realização de concursos públicos de provas ou de provas e títulos no âmbito

do Estado do Espírito Santo.

§ 1º As regras constantes da presente Lei não se aplicam aos concursos públicos para ingresso na carreira da Magistratura e do

Ministério Público, devendo ser observadas unicamente as exigências específicas do Conselho Nacional de Justiça e do

Conselho Nacional do Ministério Público.

§ 2º Esta Lei não se aplica aos concursos públicos realizados pelos Municípios do Estado do Espírito Santo.

§ 3º Esta Lei não se aplica às contratações temporárias realizadas no âmbito do Estado do Espírito Santo.

Art. 2º A realização do concurso público, em todas as suas fases, exige a observância dos princípios constitucionais expressos

e implícitos.

§ 1º Para os cargos cujas atribuições exijam que o candidato tenha registro em órgão fiscalizador do exercício profissional,

deverá esse, em caso de sucesso, provar, antes da sua posse no cargo, que está devidamente registrado no Conselho Regional da

sua profissão ou Ordem.

§ 2º Comprovado o registro no órgão fiscalizador do exercício profissional para efeito de posse, o candidato que esteja

inadimplente terá o prazo de 180 (cento e oitenta) dias para quitação do débito existente perante o Conselho Regional

correspondente ou Ordem.

Art. 3º A requerimento de quaisquer interessados, fica a Comissão Organizadora do Concurso obrigada a fornecer informações

relativas a qualquer fase do certame.

Art. 4º Todos os atos relativos ao concurso público são passíveis de reexame, especialmente:

I - os que configurem erro material do edital ou seu descumprimento;

II - os que configurem lesão ou ameaça de lesão a direito do candidato;

III - os que configurem discriminação ilegítima com base em idade, sexo, orientação sexual, estado civil, condição física,

deficiência, raça, naturalidade, proveniência ou moradia;

IV - os relativos ao sigilo, à publicidade e à competitividade.

§ 1º O disposto no inciso III deste artigo não afasta a possibilidade de adoção de políticas de ação afirmativa previstas em lei.

§ 2º É vedada a discriminação na acessibilidade aos cargos públicos em razão de idade, sexo, religião, categoria profissional,

condições mínimas de capacidade física e mental, orientação sexual, deficiência, raça, salvo previsão em lei específica.

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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

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CAPÍTULO II

DO EDITAL

Art. 5º O edital é vinculante e de cumprimento obrigatório para a Administração Pública e para os candidatos, devendo ser

redigido de forma clara e objetiva, de maneira a possibilitar a perfeita compreensão de seu conteúdo pelo pretendente ao cargo

ou cargos oferecidos.

§ 1º O edital deverá ser publicado no Diário Oficial do Estado e no sítio eletrônico do órgão executor do concurso e, em caso

de terceirização da prova, também no sítio eletrônico da entidade que realizar o certame, visando à máxima divulgação.

§ 2º A critério do órgão executor ou interessado, poderão ser publicados em jornais de grande circulação os editais que

contenham as informações a que se refere este artigo, na íntegra ou de forma resumida; neste último caso, os extratos deverão

fazer menção à localização do edital completo na internet e no Diário Oficial.

Art. 6º O conteúdo mínimo do edital, sob pena de nulidade, é composto de:

I - identificação do cargo, suas atribuições, quantidade de vagas, vencimentos ou subsídios em valores integrais e carga horária;

II - indicação dos requisitos de investidura e escolaridade exigidos para a posse no cargo;

III - indicação precisa dos locais e procedimentos de inscrição, bem como do procedimento de confirmação desta;

IV - indicação dos critérios de pontuação;

V - indicação do peso relativo de cada questão ou conjunto de questões;

VI - enumeração precisa das disciplinas e seus respectivos conteúdos, dos eventuais agrupamentos de provas e das prováveis

datas de suas realizações, de forma a permitir ao candidato a perfeita compreensão do conteúdo programático que será exigido;

VII - procedimento de divulgação dos resultados, com datas, locais e horários;

VIII - procedimento de elaboração, apresentação e julgamento de recursos, e procedimento de publicação, no site da entidade

organizadora, da decisão dos recursos;

IX - fixação do prazo de validade e da possibilidade de sua prorrogação;

X - percentual de cargos ou empregos reservados às pessoas com deficiência e às políticas de ação afirmativa, se houver, e os

critérios para sua admissão;

XI - indicação das etapas eliminatórias e classificatórias;

XII - indicação das técnicas admitidas e do desempenho mínimo nas provas físicas;

XIII - indicação dos instrumentos, aparelhos, sistemas de informática, ou das técnicas a serem utilizadas nas provas de

taquigrafia, digitação e outros conhecimentos práticos específicos;

XIV - cronograma detalhado, com datas prováveis, do concurso público;

XV - indicação precisa dos procedimentos necessários para a solicitação de atendimento diferenciado para a realização da

prova.

Parágrafo único. Será disponibilizado prazo de 15 (quinze) dias para impugnação do edital de abertura, contados a partir da

publicação no Diário Oficial do Estado.

Art. 7º O edital de abertura deverá ser publicado com antecedência mínima de 60 (sessenta) dias em relação à primeira prova.

Art. 8º A alteração de qualquer dispositivo do edital deve ser fundamentada expressa e objetivamente, e obriga a divulgação

das mudanças no Diário Oficial do Estado e nos meios de comunicação em que o edital tenha sido publicado originalmente.

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§ 1º É vedada a veiculação de alterações do edital em edição especial, extraordinária ou de circulação restrita de veículo oficial

de publicidade.

§ 2º É vedada qualquer alteração no conteúdo do edital nos 15 (quinze) dias que antecedem a primeira prova, exceto para

corrigir erro material.

§ 3º Caso a data da prova objetiva seja alterada, a prova não poderá ser realizada em um intervalo menor do que 30 (trinta)

dias, contados a partir da data da publicação da alteração, devendo ser aberto prazo para pedido de desistência, com devolução

do valor da inscrição.

Art. 9º É válida a fixação no edital de critérios de concorrência em caráter regional e em áreas de especialização, mesmo que

para o mesmo cargo.

Art. 10. A revogação ou anulação de concurso público com edital já publicado exige fundamentação, amplamente divulgada.

CAPÍTULO III

DA INSCRIÇÃO

Art. 11. A formalização da inscrição no concurso depende da satisfação completa dos requisitos exigidos no edital.

Parágrafo único. São vedadas:

I - a inscrição condicional;

II - a exigência de comprovação no ato de inscrição de escolaridade mínima e qualificação profissional, as quais deverão ser

comprovadas no ato de posse no cargo público, salvo o que dispuser lei específica;

III - a exigência, como requisito de inscrição, de determinada naturalidade ou de residência em determinado local, exceto nos

casos previstos em lei federal e na Constituição Federal.

Art. 12. Será de 20 (vinte) dias o período mínimo de realização das inscrições.

Parágrafo único. Deverá ser divulgado o número de candidatos inscritos em listagem nominal por cargo, antes da realização

da primeira prova.

Art. 13. É assegurado à pessoa com deficiência o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo ou

emprego cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência que o candidato possui.

§ 1º O candidato com deficiência, sem prejuízo das condições especiais necessárias à sua participação no concurso previstas no

respectivo edital, participará do concurso em igualdade de condições com os demais candidatos, especialmente no que

concerne:

I - ao conteúdo das provas;

II - aos critérios de avaliação e aprovação;

III - ao horário de aplicação das provas;

IV - à nota mínima exigida para aprovação e para eventual nota de corte entre as fases do concurso, se adotado esse critério.

§ 2º O candidato com deficiência, inscrito em concurso público, concorrerá a todas as vagas, sendo-lhe reservado percentual

mínimo de cargos ou empregos, na forma da lei específica.

§ 3º As prescrições dos §§ 1º e 2º deste artigo aplicam-se, no que couber, aos casos de políticas de ação afirmativa, previstos

em lei específica.

§ 4º As candidatas que estejam amamentando também farão jus às condições especiais necessárias à sua participação no

concurso, conforme procedimentos previstos obrigatoriamente no edital.

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Art. 14. A inscrição por procuração exige a constituição formal de procurador com poderes específicos.

Parágrafo único. A entrega de documentos em outras fases do certame em que não seja exigível o comparecimento pessoal do

candidato também poderá ser feita por meio de procurador com poderes específicos, na forma do caput deste artigo.

Art. 15. A inscrição por via eletrônica impõe a adoção de processos de controle, de segurança do procedimento e de proteção

contra fraude.

Art. 16. O valor da inscrição fixado no edital levará em conta o custo efetivo do concurso público.

§ 1º No caso de edital relativo a vários cargos, os valores de inscrição poderão ser fixados relativamente a cada um deles,

obedecendo-se ao disposto no caput deste artigo.

§ 2º A devolução do valor relativo à inscrição é assegurada, no prazo máximo de 30 (trinta) dias a contar do fato ou do

requerimento de devolução, nas seguintes hipóteses:

I - no caso de cancelamento do concurso, por qualquer causa;

II - no caso de ato ilegal praticado pela Comissão Organizadora do Concurso, desde que redunde em prejuízo direto ao

candidato inscrito.

§ 3º A gratuidade de inscrição será a prevista em lei especial.

Art. 17. A inscrição via internet é de caráter obrigatório e não exclusivo.

§ 1º Caso seja prevista inscrição presencial, as inscrições serão recebidas em locais de fácil acesso e em período e horário que

facilitem ao máximo a sua realização pelos interessados em prestar o concurso, devendo os postos de recebimento de inscrição

estar localizados de forma a cobrir, da melhor maneira possível, a área geográfica do Estado.

§ 2º Serão distribuídas senhas no posto de inscrição, sendo obrigatório o atendimento a todos os candidatos que as retirarem

antes do término do horário de expediente.

Art. 18. É obrigatório o envio do cartão confirmatório de inscrição pela Comissão Organizadora do Concurso.

§ 1º A eventual retirada pessoal de cartão confirmatório de inscrição poderá ser feita por procuração com poderes específicos.

§ 2º É garantido ao candidato devidamente inscrito o acesso ao local de prova na posse de documento oficial de identificação,

mesmo quando não estiver de posse do cartão confirmatório da inscrição.

Art. 19. Será nula a inscrição de candidato que, por qualquer meio, fizer uso de informação ou documento falso para inscrição,

ou ocultar informação ou fato relevante, sem prejuízo das sanções legais cabíveis.

Parágrafo único. Este artigo será especialmente aplicado nos casos de uso de informação incorreta para aproveitamento de

vagas destinadas a pessoas com deficiência ou nas políticas de ação afirmativa.

Art. 20. O procedimento de inscrição não poderá ser composto de ato ou providência vexatória, gravosa ou de difícil realização

pelo candidato.

Art. 21. A participação de candidato estrangeiro nos concursos públicos estaduais obedecerá ao disposto na Constituição

Federal e na legislação específica.

CAPÍTULO IV

DO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Art. 22. É obrigatória a inclusão de conteúdo programático completo e detalhado no edital do concurso.

Parágrafo único. O conteúdo programático deverá guardar relação com as competências, funções e atribuições específicas de

cada cargo em disputa.

Art. 23. O edital poderá indicar a bibliografia de que se valerá a banca examinadora para a elaboração das provas.

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

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Parágrafo único. Caso seja indicada a bibliografia, esta deverá conter detalhadamente o autor, o título da obra, a edição, a

cidade e o ano da publicação.

Art. 24. Ressalvados os casos em que o domínio de outros idiomas seja indispensável ao exercício das atribuições do cargo, é

vedada a previsão de provas destinadas a aferir o conhecimento de língua estrangeira na realização de concursos públicos

tutelados por esta Lei.

Art. 25. Quando o conteúdo programático do concurso versar sobre normas jurídicas, será cobrado o texto em vigor na data da

publicação do edital.

§ 1º A Legislação Estadual e Municipal deverá ter seu número devidamente informado no edital, com as alterações

eventualmente existentes.

§ 2º A numeração da legislação federal com as alterações também será informada no edital, excetuando-se os Códigos e as

Consolidações de Leis, que poderão ser informados apenas pelo seu nome.

§ 3º Quando o conteúdo de lei, codificação ou de consolidação de leis for exigido apenas parcialmente, o edital deverá informar

expressamente os títulos, capítulos e artigos eventualmente cobrados.

§ 4º As referências a portarias ou a outros atos normativos do Poder Público, de caráter infralegal ou regulamentar, além de

observarem as disposições dos §§ 1º a 3º deste artigo, deverão indicar a data em que foram publicadas no Diário Oficial.

§ 5º O edital deverá informar o local onde é possível ter acesso ao texto das leis e documentos oficiais contidos no programa do

concurso, disponibilizando, caso exista, link do sítio eletrônico que contenha o texto legal.

CAPÍTULO V

DA ELABORAÇÃO DAS PROVAS

Art. 26. As provas serão elaboradas de maneira clara e objetiva, de forma a possibilitar ao candidato a compreensão do tema

dado a julgamento, considerando-se o nível de escolaridade e nível técnico dos cargos em disputa.

§ 1º As provas relativas à matéria jurídica poderão, a critério da banca examinadora, conter variações de redação que exijam do

candidato análise de conteúdo e intelecção completa da questão, sendo admitida a utilização de vocabulário técnico-jurídico e

da estilística forense.

§ 2º Na elaboração das provas de Língua Portuguesa e de intelecção de texto, será utilizada como referência a terminologia

ordinária padrão da língua culta.

Art. 27. O nível de dificuldade das questões será definido com base na complexidade das funções relativas ao cargo em

disputa.

Art. 28. Serão anuladas:

I - as questões redigidas de maneira obscura ou dúbia;

II - as questões cuja redação admita mais de uma interpretação, salvo nos casos de indicação de bibliografia que, por si,

restrinja ou elimine a eventual dúvida;

III - as questões com erro gramatical, quando o erro comprometer o entendimento da questão ou resposta do candidato;

IV - as questões nas quais a complexidade da redação textual seja mais proeminente que o próprio conteúdo técnico objeto de

questionamento.

Parágrafo único. Nas provas de matéria técnica, a redação das questões poderá utilizar terminologia e redação próprias do

ramo de conhecimento respectivo, sempre formuladas objetivamente.

Art. 29. A Ordem dos Advogados do Brasil participará de concursos públicos na forma da legislação federal vigente e dos atos

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editados pelo seu Conselho Federal.

Art. 30. A Comissão Examinadora do Concurso e a contratada em caso de terceirização do concurso são responsáveis pelo

sigilo das provas, respondendo por atos ou omissões que possam divulgar ou propiciar a divulgação de provas, questões ou

parte delas.

Parágrafo único. Estará impedido de integrar a Banca Examinadora cônjuge, companheiro, ex-companheiro, padrasto, enteado

ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau de qualquer candidato.

CAPÍTULO VI

DA APLICAÇÃO DAS PROVAS

Art. 31. Os concursos públicos serão de provas ou de provas e títulos.

§ 1º As provas, desde que previsto no edital, poderão ser realizadas em uma ou mais fases, e relativamente a cada uma delas, o

edital definirá os critérios e limites de aprovação e convocação para a fase seguinte.

§ 2º O edital de abertura conferirá às provas e fases caráter eliminatório, classificatório ou ambos.

§ 3º As prováveis datas das provas serão previstas no edital e no cronograma do concurso.

Art. 32. Não serão aplicadas provas em local, data ou horário diferentes dos predeterminados em edital ou em comunicado

publicados no Diário Oficial do Estado e nos demais sítios eletrônicos.

Parágrafo único. Não será admitido ingresso de candidato no local de realização das provas após o horário fixado para seu

início.

Art. 33. Cada sala terá, no mínimo, dois fiscais para organizar, gerenciar e controlar a execução dos trabalhos e das provas.

Parágrafo único. Os fiscais deverão exibir aos candidatos, antes da aplicação das provas, os envelopes que contiverem as

provas do concurso, visando demonstrar que os mesmos não foram violados.

Art. 34. É obrigatória a instalação e a manutenção, durante a aplicação de prova, de relógio ou cronômetro em local visível a

todos os candidatos.

Art. 35. Quando o concurso fizer previsão de identificação papiloscópica, esta não terá caráter obrigatório, sendo vedado

qualquer outro processo de reconhecimento gravoso ou vexatório, exceto quando houver fundadas suspeitas sobre a identidade

do candidato.

§ 1º Alternativamente à identificação papiloscópica, poderá ser exigida do candidato a aposição de três assinaturas em linhas

distintas, ou a transcrição de texto para posterior exame grafológico, sendo estas de caráter obrigatório.

§ 2º A garantia da lisura e da regularidade do concurso público é de responsabilidade da Comissão Organizadora do Concurso,

da Banca Examinadora e da Contratada em caso de terceirização, na medida de suas atribuições, aplicando-se o artigo 30 da

presente Lei, no que couber.

Art. 36. No edital serão indicados os materiais, objetos, instrumentos e papéis cuja posse será permitida no local da prova.

Parágrafo único. A infração pelo candidato das disposições do edital de que trata este artigo implicará eliminação do

concurso.

Art. 37. O local de realização das provas deverá contar com:

I - atendimento especial para os candidatos que alegarem comprovadamente convicção religiosa impeditiva da realização das

provas no dia e horário determinados pelo edital, desde que solicitado;

II - condições estruturais e instrumentais que garantam a acessibilidade de pessoas com deficiência, incluindo as deficiências

físicas, auditivas, visuais, intelectuais e múltiplas, de acordo com a solicitação do candidato;

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III - condições especiais para candidatos obesos, canhotos, gestantes, lactantes ou com agravos de saúde;

IV - serviço de atendimento médico de emergência.

§ 1º No caso do inciso I, os candidatos ficarão em local reservado, que garanta a incomunicabilidade, e realizarão a mesma

prova dos demais candidatos, logo após o término do impedimento religioso.

§ 2º As provas serão realizadas preferencialmente aos domingos.

Art. 38. O órgão executor do concurso ou a contratada em caso de terceirização poderão determinar que os cadernos de

questões fiquem retidos após a prova.

Parágrafo único. Os cadernos de questões e de respostas deverão ser disponibilizados na internet antes do período de

interposição de recursos.

Art. 39. É vedada a marcação da folha de respostas ou do gabarito da prova objetiva a lápis.

Parágrafo único. Nas provas discursivas será fornecida ao candidato folha de rascunho, na qual será permitido o uso de lápis.

Art. 40. O gabarito oficial será divulgado após cada prova escrita, no qual constará:

I - no caso de provas objetivas, a respectiva alternativa considerada correta para cada uma das questões da prova;

II - no caso das provas discursivas, para cada uma das questões uma chave de resposta, com cada um dos itens que seriam

esperados como solução dos problemas propostos pela banca examinadora na questão formulada.

Parágrafo único. A chave de resposta das questões discursivas deverá guardar correlação com o texto da questão.

CAPÍTULO VII

DA CORREÇÃO DAS PROVAS

Art. 41. Caso o edital indique a bibliografia, a correção a ser realizada pela banca examinadora ficará vinculada às obras

indicadas, cujo conteúdo admitido será o da edição prevista no edital.

Art. 42. É admitido o condicionamento de correção de prova de determinada fase à aprovação na fase anterior, inclusive com a

adoção do sistema de nota mínima em cada fase.

Art. 43. A correção das provas de Língua Portuguesa e de intelecção de texto utilizará como referência a terminologia ordinária

padrão da língua culta.

Art. 44. A correção de prova de informática utilizará denominações e sistemas disponíveis nas versões mais atuais dos

programas indicados no edital, salvo indicação expressa no edital de versão menos recente.

Art. 45. A correção das provas relativas à língua estrangeira, quando o cargo exigir este quesito, utilizará os critérios

redacionais, estruturais e gramaticais oficialmente aceitos.

Art. 46. No cálculo das notas serão observados os seguintes aspectos:

I - questões eventualmente nulas, quando de provas objetivas, serão computadas como certas para todos os participantes, para

todos os efeitos legais;

II - a nulidade de questão discursiva acarretará redistribuição proporcional da nota às demais questões discursivas.

Parágrafo único. Será anulada a fase do concurso que tiver 30% (trinta por cento) ou mais das questões anuladas ou com

gabarito e chave de correção alterados.

CAPÍTULO VIII

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DAS PROVAS OBJETIVAS

Art. 47. As provas objetivas serão elaboradas de forma a se aferir, pela resposta do candidato, o efetivo conhecimento da

matéria sob exame, vedadas formulações cuja dificuldade se constitua, exclusiva ou predominantemente, na intelecção da

assertiva, exceto no caso de prova específica dessa área de conhecimento lógico.

Art. 48. A elaboração das questões relativas às provas objetivas dará preferência ao raciocínio do candidato sobre a matéria

técnica.

CAPÍTULO IX

DAS PROVAS DISCURSIVAS

Art. 49. É atribuição da banca examinadora a definição do número de questões discursivas, do espaço de resposta em linhas e

da pontuação de cada questão.

§ 1º As questões discursivas podem receber pontuação diferenciada entre si, observando-se objetivamente a complexidade de

cada uma destas questões.

§ 2º O edital deverá conter de forma objetiva:

I - os temas e conteúdos das questões;

II - os prazos de arguição;

III - os critérios de correção e de atribuição de pontos;

IV - as tipologias textuais passíveis de exame;

V - o número de questões discursivas com as respectivas pontuações.

§ 3º Os critérios de divulgação de conteúdo programático e de bibliografia, referidos nos capítulos anteriores, também se

aplicam às provas discursivas.

Art. 50. A correção das respostas será feita por, pelo menos, 2 (dois) examinadores, sendo a nota final a média dos resultados

de todos os examinadores.

Parágrafo único. Caso o edital traga mais de 2 (dois) examinadores para a respectiva disciplina, todos deverão corrigir cada

uma das provas.

Art. 51. A avaliação das respostas às questões discursivas deverá ser feita sobre tábua objetiva ou gabarito de correção, onde

estejam indicados, pelo menos:

I - os temas de abordagem necessária;

II - a pontuação a eles relativa;

III - o critério de atribuição da nota final da questão;

IV - as razões da perda de pontos pelo candidato.

Art. 52. É assegurado ao candidato, durante o prazo de vigência do concurso público, o conhecimento, o acesso e o

esclarecimento dos critérios de pontuação de sua prova, desde que assim o requeira por escrito.

CAPÍTULO X

DOS TÍTULOS

Art. 53. A fase de títulos será obrigatória nos concursos expressamente previstos em lei como de provas e títulos.

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Parágrafo único. A exigência de títulos será facultativa nos demais casos.

Art. 54. A fase de títulos é classificatória, e não poderá atribuir pontos totais superiores a 20% (vinte por cento) do total

possível de ser obtido nas demais fases do concurso, e sua realização exige a identificação expressa dos títulos aceitáveis e

respectiva pontuação, vedada a aceitação de títulos que não guardem relação com as atribuições do cargo em disputa e de

títulos exigidos como requisito mínimo para participação no certame.

§ 1º Quando a fase de títulos se der por titulação de cursos de especialização, mestrado e doutorado, a proporção entre estes

deverá ser de pelo menos 30% (trinta por cento) de diferença, respeitado o limite do previsto no caput deste artigo.

§ 2º É facultado ao candidato não apresentar títulos, caso em que apenas não lhe serão atribuídos os pontos respectivos.

§ 3º Os títulos deverão ser comprovados por meio de documentação que atenda aos requisitos legais atinentes à espécie,

quando houver regulamentação específica.

§ 4º Os títulos obtidos em instituições estrangeiras deverão ser validados nos termos da legislação específica e não poderão ter

pontuação superior aos equivalentes obtidos em instituições nacionais.

§ 5º Nos casos em que o concurso se destinar a cargos com formação universitária específica, é vedado aceitar títulos que não

guardem relação com essa formação.

§ 6º Qualquer documentação apresentada como comprovante para efeito de títulos eivada de fraude, dolo, simulação ou

qualquer outra espécie de vício excluirá o candidato do concurso.

§ 7º O tempo de serviço ou de atividade profissional somente será computado como título quando previsto no edital e desde

que guarde relação direta com as atribuições do cargo em disputa e terá a mesma valoração, limitada a 30% (trinta por cento)

do valor total possível para os títulos.

Art. 55. O concurso público para cargos de profissões da educação escolar da rede pública estadual será necessariamente de

provas e títulos, na forma do inciso V do artigo 206 da Constituição Federal.

Art. 56. É proibida a realização de contratações para cargos ou empregos efetivos com base em análise exclusiva de títulos ou

currículos, ou quaisquer outros procedimentos que não incluam a realização de provas.

CAPÍTULO XI

DAS PROVAS FÍSICAS

Art. 57. A realização de prova física em concurso público exige previsão objetiva no edital e indicação de performances

mínimas diferentes para homens e mulheres.

Art. 58. A prova física é eliminatória e não será repetida, exceto se essa possibilidade estiver prevista no edital.

Art. 59. Os desempenhos mínimos serão fixados com atenção ao desempenho médio de pessoa em condição física ideal para a

realização satisfatória das funções do cargo.

Art. 60. É vedada a discriminação com base em idade ou raça para fins de aceitação de desempenho físico mínimo.

CAPÍTULO XII

DAS PROVAS PRÁTICAS

Art. 61. A realização de provas práticas de habilitação exige o fornecimento, a todos os candidatos, de idêntico equipamento ou

instrumento, em condições de funcionamento ideais, vedadas as variações de marca, modelo ou operacionalidade.

Art. 62. O desempenho do candidato será julgado por examinador especialista, por escrito e fundamentadamente.

Parágrafo único. Deverão ser previstos no edital critérios expressos e objetivos de pontuação e avaliação que serão adotados

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pelo examinador.

Art. 63. As provas de habilidade prática deverão ser realizadas, preferencialmente, em um único dia, salvo quando não for

possível.

Art. 64. O equipamento, processo, técnica, material ou instrumento utilizados deverão necessariamente guardar relação direta

com o exercício das funções do cargo.

Art. 65. O edital deverá informar os equipamentos, materiais ou instrumentos que serão utilizados, de forma objetiva, com

indicação, se for o caso, da marca, do modelo e do tipo, além de todas as indicações necessárias à perfeita identificação, sob

pena de nulidade dessa fase do certame.

Art. 66. Todo candidato terá direito à vista da respectiva avaliação psicológica.

CAPÍTULO XIII

DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E DA AVALIAÇÃO MÉDICA

Art. 67. A avaliação psicológica será exigível e deverá estar contida no edital quando for expressamente prevista em lei.

§ 1º Em relação a cargos cujas funções não exijam determinado perfil psicológico, os exames de que trata este artigo não serão

eliminatórios.

§ 2º Nos cargos em que se exija determinado perfil psicológico, o caráter eliminatório poderá ser afastado por lei especial, que

preveja apenas o caráter complementar do exame.

Art. 68. A realização de avaliação psicológica considerará o perfil profissiográfico exigido para cada cargo do certame.

Art. 69. A avaliação psicológica será realizada por junta composta por pelo menos 3 (três) especialistas, vedada a submissão do

candidato a um único avaliador.

Parágrafo único. A avaliação psicológica terá por base critérios objetivos, de reconhecido caráter científico previstos no edital.

Art. 70. Todos os resultados deverão ser objetiva e tecnicamente fundamentados.

Parágrafo único. Em caso de reprovação na avaliação psicológica, fica assegurado ao candidato o direito de acesso ao

conteúdo da fundamentação, no prazo de 05 (cinco) dias.

Art. 71. É vedada a avaliação psicológica somente por entrevista.

Art. 72. Nos testes escritos, somente serão utilizadas técnicas de avaliação comportamental com uso autorizado pelo Conselho

Federal de Psicologia, de quociente intelectual e de perfil psicológico, devendo ser considerados os desvios aceitáveis.

Art. 73. Não serão aceitos resultados de exames psicológicos de outro concurso ou aplicados de forma particular, limitando-se

a validade dos resultados apenas ao concurso respectivo.

Art. 74. O edital deverá identificar, com objetividade e padrão científico, as condições mínimas de saúde para o exercício

normal das atribuições do cargo.

CAPÍTULO XIV

DAS PROVAS ORAIS

Art. 75. As provas orais serão realizadas quando houver previsão na legislação de regência do cargo, e serão avaliadas por

banca formada por no mínimo 3 (três) especialistas reconhecidos na respectiva área do cargo.

§ 1º A prova oral será utilizada como critério eliminatório e classificatório ou apenas classificatório e sua pontuação máxima

não poderá exceder a 30% (trinta por cento) do valor da média de pontos das provas escritas.

§ 2º A prova oral será pública.

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§ 3º A prova oral será realizada, preferencialmente, em um único dia, salvo quando não for possível.

§ 4º As provas orais serão gravadas e documentadas.

Art. 76. A avaliação do candidato será obrigatoriamente fundamentada, com demonstração objetiva da correção ou incorreção

das respostas, sendo vedada a análise sucinta.

Parágrafo único. A nota final da prova oral por disciplina será obtida pela média dos resultados aferidos por todos os

examinadores.

CAPÍTULO XV

DOS RECURSOS

Art. 77. Todos os resultados de provas e fases do concurso público são recorríveis administrativamente, sendo considerada sem

efeito qualquer previsão do edital que impeça ou obstaculize a interposição de recurso.

§ 1º O pedido de vista, formulado por candidato ou por procurador, é de deferimento obrigatório.

§ 2º No caso de vista de prova discursiva, é obrigatório o fornecimento de cópia dos textos e das respectivas planilhas de

correção.

Art. 78. O prazo para recurso não pode ser inferior a dois dias úteis.

Parágrafo único. O prazo para resposta deve ser indicado pelo edital.

Art. 79. O gabarito de provas objetivas e os resultados de correção de provas discursivas ou de habilitação devem estar

disponíveis aos candidatos um dia antes do prazo para elaboração de recursos.

Parágrafo único. Os locais nos quais serão disponibilizados o gabarito e o resultado das provas a que se refere o caput deste

artigo serão comunicados ao candidato no edital de abertura ou no momento da aplicação da prova, por escrito, com

comprovação de recebimento pelo candidato.

Art. 80. Os recursos interpostos em face de prova ou fase do concurso devem ser julgados em até 30 (trinta) dias, a contar do

encerramento do prazo de interposição dos recursos.

Art. 81. Não serão aceitos recursos sem fundamentação, que não guardem relação com a matéria em debate ou meramente

protelatórios.

Art. 82. As decisões sobre os recursos exigem fundamentação ampla e objetiva, vedadas as decisões que se limitem

exclusivamente à remissão a autor, teoria ou corrente doutrinária.

Parágrafo único. É admitida a elaboração de parecer único para uma mesma questão ou item, desde que tratadas todas as teses

apresentadas.

Art. 83. É assegurado ao candidato o direito de examinar as razões de indeferimento do recurso por ele interposto, bem como o

fornecimento de certidão da decisão em inteiro teor.

Art. 84. No caso de provas discursivas, os recursos serão analisados individualmente, não sendo alteradas as notas de

candidatos que não recorram, diante do caráter subjetivo e individual da argumentação e construção textual, aproveitando

apenas ao candidato que tiver especificamente recorrido sobre a questão eventualmente reavaliada.

Parágrafo único. Os recursos ao resultado da correção de provas discursivas não poderão ensejar redução da nota inicialmente

atribuída.

Art. 85. Na anulação de questão objetiva ou discursiva deve ser observado o disposto nos incisos I e II do artigo 46 da presente

Lei, respectivamente.

Art. 86. Nos casos de alteração de gabarito, impõe-se a revisão geral de notas e resultados, devendo obrigatoriamente ser

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desconsiderada a questão alterada.

CAPÍTULO XVI

DOS ATOS CONTRA O CONCURSO PÚBLICO

Art. 87. É considerado ato ilegal e abusivo contra o concurso público:

I - elaborar edital ou permitir que edital seja elaborado com discriminação ilegal de raça, sexo, idade ou formação, ou cujas

previsões restrinjam indevidamente a publicidade e a competitividade do certame;

II - atentar contra a publicidade do edital, do concurso público ou de qualquer de suas fases;

III - violar ou permitir a violação do sigilo das provas do concurso público, por ato comissivo ou omissivo;

IV - impedir, de qualquer forma, a inscrição no concurso, a realização das provas, a interposição de recurso e o acesso ao

Judiciário;

V - beneficiar alguém com informação privilegiada relativa ao concurso público ou a qualquer de suas fases;

VI - beneficiar, de qualquer maneira, candidato no concurso público;

VII - inserir ou fazer inserir no edital qualquer cláusula, requisito ou exigência que impeça ou dificulte, de maneira ilegítima, a

publicidade e a competitividade do concurso público;

VIII - obstar a inscrição de pessoa com deficiência em concurso público para cargo ou emprego cujas atribuições sejam

compatíveis com a deficiência que possui.

CAPÍTULO XVII

DAS PENALIDADES

Art. 88. Os órgãos responsáveis pelo concurso ou a contratada em caso de terceirização poderão eliminar, em qualquer das

fases, o candidato que se enquadrar nas hipóteses de:

I - prática ou tentativa de prática de infração à norma de aplicação de prova;

II - uso ou tentativa de uso de meio fraudulento, em benefício próprio ou de terceiro, para realização de prova;

III - prática de falsidade ideológica em qualquer momento do concurso;

IV - falsa identificação pessoal;

V - incorrer em qualquer das práticas vedadas previstas no artigo 87;

VI - não atendimento às determinações do edital regulador do concurso e de outros que venham a ser publicados.

Parágrafo único. A relação prevista neste artigo não é taxativa, podendo ser previstas outras hipóteses no edital.

CAPÍTULO XVIII

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 89. A publicação do resultado final de concurso conterá a relação dos aprovados, inclusive os que estiverem fora das

vagas, com a respectiva pontuação e colocação.

§ 1º Não haverá classificação de candidato considerado reprovado em qualquer fase do concurso.

§ 2º Os critérios de desempate em qualquer das fases do concurso serão definidos no edital de abertura, respeitando-se as

disposições da legislação especial.

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Art. 90. Computam-se os prazos desta Lei na forma da legislação civil.

Art. 91. Decididos todos os recursos aplicáveis aos resultados, será publicado o edital de homologação do concurso em até 15

(quinze) dias.

Art. 92. É assegurado ao candidato, ainda que não aprovado no certame, o conhecimento, acesso e esclarecimentos sobre

questões de seu interesse relativas ao concurso.

Art. 93. Esta Lei entra em vigor após decorridos 90 (noventa) dias de sua publicação oficial.

Sala das Sessões, 1.º de abril de 2014.

ELCIO ALVARES

Presidente

JOSÉ CARLOS ELIAS

Relator

MARCELO SANTOS

SANDRO LOCUTOR

Mensagem nº 23/2014

Exmº Senhor Presidente da Assembleia Legislativa:

Deputado Theodorico de Assis Ferraço

Encaminho à apreciação dessa Casa de Leis o anexo Projeto de Lei Complementar, que altera dispositivos da Lei

Complementar nº 82, de 10 de junho de 1996, que Autoriza o Poder Executivo Estadual a criar o Fundo Estadual de Defesa do

Consumidor.

O Projeto de Lei Complementar ora apresentado visa adequar a Lei Complementar n° 82/96 às mudanças legislativas ocorridas

posteriormente à sua edição, em especial em relação à Lei Estadual 9.091/2008, que reorganiza o Conselho Estadual de Defesa

do Consumidor e à Lei Complementar n° 373/2006, que reestrutura o PROCON.

Pelo exposto, e na certeza de que essa Casa de Leis, ao apreciar o teor do projeto, anexo, e as razões que o justificam, apoiará

esta iniciativa por reconhecer o interesse público que ela traduz.

Atenciosamente

JOSÉ RENATO CASAGRANDE

Governador do Estado

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 010/2014

Altera dispositivos da Lei Complementar de nº. 82/1996, que criou o Fundo de Defesa do Consumidor.

Art. 1º O Art. 1º; os incisos II e VII do Art. 2º; o Art. 3º, §1º; o Art. 5º; o Art. 6º e o Art. 7º da Lei Complementar de nº.

82/1996 passam a vigorar com as seguintes redações:

“Art. 1º Fica criado o Fundo Estadual de Defesa do Consumidor - FEDC, com autonomia administrativa, financeira e

contábil, para atendimento ao disposto no art. 57, da Lei Federal de nº. 8.078/1990 - Código de Defesa do Consumidor, com o

objetivo de criar condições financeiras e de gerenciamento dos recursos destinados ao desenvolvimento das ações e serviços

de proteção e defesa dos direitos dos consumidores, coordenadas ou executadas pela Secretaria de Estado de Justiça – SEJUS,

por meio do Conselho Estadual de Defesa do Consumidor – CONDECON e do Instituto Estadual de Proteção e Defesa do

Consumidor – PROCON/ES.

Art. 2º (...)

(...)

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II – financiar total ou parcialmente os programas e projetos de proteção e defesa do consumidor, desenvolvidos pela

Secretaria de Estado de Justiça – SEJUS ou órgãos e entidades a ela conveniadas;

(...)

VII - estruturar e instrumentalizar o Instituto Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor – PROCON/ES, objetivando a

melhoria dos serviços aos seus usuários;

Art. 3º (...)

§1º As receitas previstas neste artigo serão depositadas pela Secretaria de Estado da Fazenda – SEFAZ, em conta especial,

vinculada ao Fundo Estadual de Defesa do Consumidor – FEDC.

(...)

Art. 5º O Fundo Estadual de Defesa do Consumidor será administrado por um Conselho Diretor, composto por membros do

Conselho Estadual de Defesa do Consumidor.

Art. 6º Será considerado Presidente do Conselho Diretor do Fundo Estadual de Defesa do Consumidor, um membro do

Instituto Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor – PROCON/ES.

Art. 7º O Conselho Diretor do Fundo Estadual de Defesa do Consumidor se reunirá:

I – em sessão ordinária, uma vez a cada três meses, por convocação de seu Presidente;

II – em sessão extraordinária, sempre que convocado pelo Presidente ou por solicitação de um terço de seus membros ”(NR)

Art.2º Fica acrescentado o inciso X, no Art. 3º, da Lei Complementar de nº. 82/1996, com a seguinte redação:

“Art. 3° (...)

(...)

X – receitas oriundas de multas decorrentes de descumprimento do compromisso de ajustamento de conduta, nos termos do

§6º do art. 5º da Lei nº. 7.347/85.” (NR)

Art. 3º Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 4º Ficam revogados os §§ 2º e 3º, do Art. 3º e os artigos 4º e 12 da Lei Complementar de nº. 82, de 10/06/1996.

PROJETO DE LEI Nº 136 /2013

Assegura aos professores da rede de ensino público e particular de todo o território do Estado do Espírito Santo que estejam

exercendo suas funções, o pagamento de 50% do valor realmente cobrado para o ingresso em estabelecimentos e/ou casas de

diversões, praças esportivas e similares, que promovam espetáculos de lazer, entretenimento e difusão cultural, conforme

especifica.

A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

D E C R E T A:

Art. 1º. Fica assegurado aos professores da rede de ensino público e particular de todo o território do Estado do Espírito Santo,

que estejam exercendo suas funções, o pagamento de 50% (cinquenta por cento) do valor realmente cobrado para o ingresso em

estabelecimentos e/ou casas de diversões, praças esportivas e similares, que promovam espetáculos de lazer, entretenimento e

difusão cultural.

Parágrafo único. A meia-entrada corresponderá sempre à metade do valor do ingresso cobrado, ainda que sobre o seu preço

incidam descontos ou atividades promocionais.

Art. 2º. Consideram-se casas de diversões, para efeitos desta lei, os estabelecimentos que realizarem espetáculos musicais,

artísticos, circenses, teatrais, cinematográficos, atividades sociais recreativas, de artes plásticas e quaisquer outros que

proporcionem lazer e entretenimento.

Art. 3º. A condição prevista no artigo 1º, para o recebimento do benefício, deverá ser feita mediante apresentação de

comprovante de vínculo empregatício ou funcional com a instituição de ensino e documento oficial de identificação.

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

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Art. 4°. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Sala das Sessões, 23 de abril de 2013.

ROBERTO CARLOS

Deputado Estadual - PT

J U S T I F I C A T I V A

Os professores da rede pública e particular de ensino prestam um serviço imprescindível à sociedade brasileira, difundindo o

conhecimento técnico e científico, e preparando jovens e adultos para o mercado de trabalho.

A valorização da classe docente a partir de mecanismos de qualificação profissional e valorização da categoria são

instrumentos essenciais para a qualidade de vida no exercício da atividade docente. No entanto, deve-se esclarecer que este

mecanismo de valorização não substitui, tampouco minimiza, a necessidade da reposição salarial, mediante correção das

perdas, valorização da carreira e aumento real.

Não obstante, a remuneração dos professores, nas três esferas de governo e na iniciativa privada ainda é insuficiente.

Esta realidade cria uma situação contraditória, pois cabe aos professores incentivar os jovens na busca do conhecimento

cultural e científico, usufruindo dos bens culturais disponíveis, enquanto os próprios professores estão com dificuldades de

acesso a esses bens, em virtude da situação financeira precária.

O meio ingresso objetiva efetivar um direito expresso na Constituição de 1988: o acesso à cultura. É dever do Estado

democratizar o acesso às fontes da cultura nacional, bem como possibilitar o envolvimento da população em atividades que

aprimorem o seu desenvolvimento humano e intelectual, conforme determina o artigo 215 da Constituição Federal.

Além disso, trata-se de iniciativa que promove a valorização cultural, a promoção e difusão dos bens culturais.

No Espírito Santo já existe a meia entrada para estudantes e para doadores do sangue, previstas respectivamente nas leis nº

4.955/1994 e nº 7.737/2004.

Ou seja, a Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo já tratou do tema e o considerou constitucional ao aprovar as

referias proposições.

Inclusive, no ano de 2012 a ALES, novamente, tratou do tema, ao aprovar o PL 340/2012, que conferiu nova redação ao artigo

5º da Lei nº 7.737/2004, que instituiu a ½ (meia) entrada em locais públicos de cultura, esporte e lazer para doadores de sangue

e órgãos, originando a Lei 9988/2013.

Percebe-se, com isso, que a ALES já estabeleceu a constitucionalidade do tema e o Governador sancionou a proposta de meia

entrada.

Quanto à meia entrada para professores, esta já é realidade no Município do Rio de Janeiro, estando prevista na Lei Municipal

nº 3.424, de 18 de julho de 2002. Também no Estado do Paraná foi aprovada a Lei nº 15.876, de 07 de Julho de 2008, e no

Estado de Goiás, a Lei nº 17.575, de 30 de janeiro de 2012, que alterou a Lei nº 14.975, de 20 de outubro de 2004.

A matéria não trata de competência privativa do Poder Executivo e refere-se à intervenção no domínio econômico, portanto, de

competência concorrente (art. 24, I da Constituição Federal), por isso, não há vício de iniciativa. Ao contrário, o Supremo

Tribunal Federal já se pronunciou acerca do tema, decidindo pela sua constitucionalidade.

Nesse sentido, seguem os Acórdãos do Supremo:

EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI N. 7.844/92, DO ESTADO DE SÃO PAULO. MEIA

ENTRADA ASSEGURADA AOS ESTUDANTES REGULARMENTE MATRICULADOS EM ESTABELECIMENTOS DE

ENSINO. INGRESSO EM CASAS DE DIVERSÃO, ESPORTE, CULTURA E LAZER. COMPETÊNCIA CONCORRENTE

ENTRE A UNIÃO, ESTADOS-MEMBROS E O DISTRITO FEDERAL PARA LEGISLAR SOBRE DIREITO

ECONÔMICO. CONSTITUCIONALIDADE. LIVRE INICIATIVA E ORDEM ECONÔMICA. MERCADO.

INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA. ARTIGOS 1º, 3º, 170, 205, 208, 215 e 217, § 3º, DA CONSTITUIÇÃO

DO BRASIL. 1. É certo que a ordem econômica na Constituição de 1.988 define opção por um sistema no qual joga um papel

primordial a livre iniciativa. Essa circunstância não legitima, no entanto, a assertiva de que o Estado só intervirá na economia

em situações excepcionais. 2. Mais do que simples instrumento de governo, a nossa Constituição enuncia diretrizes, programas

e fins a serem realizados pelo Estado e pela sociedade. Postula um plano de ação global normativo para o Estado e para a

sociedade, informado pelos preceitos veiculados pelos seus artigos 1º, 3º e 170. 3. A livre iniciativa é expressão de liberdade

titulada não apenas pela empresa, mas também pelo trabalho. Por isso a Constituição, ao contemplá-la, cogita também da

"iniciativa do Estado"; não a privilegia, portanto, como bem pertinente apenas à empresa. 4. Se de um lado a Constituição

assegura a livre iniciativa, de outro determina ao Estado a adoção de todas as providências tendentes a garantir o efetivo

exercício do direito à educação, à cultura e ao desporto [artigos 23, inciso V, 205, 208, 215 e 217 § 3º, da Constituição]. Na

composição entre esses princípios e regras há de ser preservado o interesse da coletividade, interesse público primário. 5. O

direito ao acesso à cultura, ao esporte e ao lazer, são meios de complementar a formação dos estudantes. 6. Ação direta de

inconstitucionalidade julgada improcedente.

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20

(ADI 1950, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 03/11/2005, DJ 02-06-2006 PP-00004 EMENT VOL-

02235-01 PP-00052 LEXSTF v. 28, n. 331, 2006, p. 56-72 RT v. 95, n. 852, 2006, p. 146-153)

EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI N. 7.737/2004, DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO.

GARANTIA DE MEIA ENTRADA AOS DOADORES REGULARES DE SANGUE. ACESSO A LOCAIS PÚBLICOS DE

CULTURA ESPORTE E LAZER. COMPETÊNCIA CONCORRENTE ENTRE A UNIÃO, ESTADOS-MEMBROS E O

DISTRITO FEDERAL PARA LEGISLAR SOBRE DIREITO ECONÔMICO. CONTROLE DAS DOAÇÕES DE SANGUE E

COMPROVANTE DA REGULARIDADE. SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE. CONSTITUCIONALIDADE. LIVRE

INICIATIVA E ORDEM ECONÔMICA. MERCADO. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA. ARTIGOS 1º, 3º,

170 E 199, § 4º DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. 1. É certo que a ordem econômica na Constituição de 1.988 define opção

por um sistema no qual joga um papel primordial a livre iniciativa. Essa circunstância não legitima, no entanto, a assertiva de

que o Estado só intervirá na economia em situações excepcionais. Muito ao contrário. 2. Mais do que simples instrumento de

governo, a nossa Constituição enuncia diretrizes, programas e fins a serem realizados pelo Estado e pela sociedade. Postula um

plano de ação global normativo para o Estado e para a sociedade, informado pelos preceitos veiculados pelos seus artigos 1º, 3º

e 170. 3. A livre iniciativa é expressão de liberdade titulada não apenas pela empresa, mas também pelo trabalho. Por isso a

Constituição, ao contemplá-la, cogita também da "iniciativa do Estado"; não a privilegia, portanto, como bem pertinente apenas

à empresa. 4. A Constituição do Brasil em seu artigo 199, § 4º, veda todo tipo de comercialização de sangue, entretanto

estabelece que a lei infraconstitucional disporá sobre as condições e requisitos que facilitem a coleta de sangue. 5. O ato

normativo estadual não determina recompensa financeira à doação ou estimula a comercialização de sangue. 6. Na composição

entre o princípio da livre iniciativa e o direito à vida há de ser preservado o interesse da coletividade, interesse público

primário. 7. Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente.

(ADI 3512, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 15/02/2006, DJ 23-06-2006 PP-00003 EMENT VOL-

02238-01 PP-00091 RTJ VOL-00199-01 PP-00209 LEXSTF v. 28, n. 332, 2006, p. 69-82)

O suposto argumento que o presente projeto de lei fere a igualdade prevista no artigo 5º da Constituição Cidadã não pode se

sustentar.

Primeiramente porque é preciso tratar os desiguais de forma desigual. Não é possível tratar desiguais de forma igual sob pena

de incorrer em desigualdade. Os professores lidam todos os dias com o acesso à cultura, por isso, é imprescindível tratar essa

categoria de forma diferente. O próprio Supremo Tribunal Federal já decidiu que a verdadeira igualdade é tratar os iguais de

forma igual e os desiguais de forma desigual. Logo, alegar inconstitucionalidade no presente projeto é tratar todos de forma

igual, isso sim, fere o principio constitucional da igualdade.

Segundo, porque, no julgamento do sistema de cotas nas universidades o Supremo Tribunal Federal decidiu pela

constitucionalidade. No voto do Ministro Luiz Fux, é preciso destacar que: “a instituição de cotas dá cumprimento ao dever

constitucional que atribui ao Estado a responsabilidade com a educação, assegurando acesso aos níveis mais elevados do

ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um”. Por isso, a “meia entrada” para Professores é

também uma forma de assegurar o acesso à cultura e o cumprimento de dever constitucional.

Terceiro, pois, o Ministro decano do STF, Celso de Mello, ao proferir voto no julgamento das ações afirmativas destaca que:

“O desafio não é apenas a mera proclamação formal de reconhecer o compromisso em matéria dos direitos básicos da pessoa

humana, mas a efetivação concreta no plano das realizações materiais dos encargos assumidos”. Por isso, de acordo com os

encargos assumidos pelos professores, necessário se faz o tratamento desigual dos mesmos, uma vez que lidam todos os dias

com o acesso aos bens culturais, por isso, devem ser tratados de forma diferenciada e facilitada.

Quarto, a ALES já tratou do tema e conferiu constitucionalidade à proposta.

Não cabe, ainda, justificar inconstitucionalidade argumentando que a proposta pode abrir precedente para outras categorias.

Desde que sejam constitucionais e razoáveis é necessário criar condições para benefícios constitucionalmente assegurados, já

que, dessa forma, o legislador estadual além do dever de legislar, estará cumprindo com o dever de facilitar o acesso aos

direitos fundamentais de segunda dimensão, ou seja, direitos sociais, tão escassos e raros de serem cumpridos.

Além disso, o Plano Plurianual para o quadriênio 2012-2015 estabelece como uma das diretrizes e eixos estratégicos que

representam os grandes desafios com os quais a sociedade se depara neste momento é: o desenvolvimento da educação e da

cultura. Nesse sentido, percebe-se que a presente proposta vai ao encontro, também, do PPA do Governo do Estado.

Por fim, destaca-se a questão suscitada pelo ministro Marco Aurélio no voto das ações afirmativas no STF: “as ações

afirmativas devem ser utilizadas na correção de desigualdades. Mas estamos longe disso. Façamos o que está a nosso alcance, o

que está previsto na Constituição Federal”. Por isso, apresentar mecanismos, a exemplo dessa proposta, que contribuam para o

acesso à produção cultural está ao nosso alcance e está previsto na Constituição Cidadã, conforme matéria já apreciado nesta

Casa e diversas leis vigentes no país que concede aos professores a “meia entrada”.

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Assim, considerando a necessidade de efetivação do acesso aos bens culturais pelos professores, imprescindíveis à contínua

formação, e a necessidade de democratização do acesso aos bens culturais, é que apresento o presente projeto de lei.

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO

Processo: PL 136/2013

Autor Deputado Roberto Carlos

Assunto: Concessão de meia-entrada para professores nos eventos realizados em casa de diversões.

I - RELATÓRIO

1. Cuida-se nestes autos da emissão de parecer quanto à constitucionalidade da proposição legislativa em epígrafe, de iniciativa

do Exmo. Sr. Deputado Roberto Carlos.

2. A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa em exercício do mero juízo de delibação que lhe impõe o Artigo 1431 do

Regimento Interno - Resolução nº 2.700, de 15 de julho de 2009, publicada no DPL e no DOE de 16 de julho de 2009, proferiu

o despacho de fls. 2 no qual admitiu a tramitação da proposição entendendo, prima facie, inexistir manifesta

inconstitucionalidade ou um dos demais vícios previstos na norma regimental.

1 Diz o Art. 143: Não se admitirão proposições:

I - sobre assunto alheio à competência da Assembleia Legislativa;

II - em que se delegue a outro Poder atribuições do Legislativo;

III - antirregimentais;

IV - que, aludindo à lei, decreto, regulamento, decisões judiciais ou qualquer outro dispositivo legal, não se façam acompanhar

de sua transcrição, exceto os textos constitucionais e leis codificadas;

V - quando redigidas de modo a que não se saiba à simples leitura qual a providência objetivada;

VI - que, fazendo menção a contratos, concessões, documentos públicos, escrituras, não tenham sido estes juntados ou

transcritos;

VII - que contenham expressões ofensivas;

VIII - manifestamente inconstitucionais;

IX - que, em se tratando de substitutivo, emenda ou subemenda, não guardem direta relação com a proposição.

3. Admitida a proposição que foi protocolizada no dia 24/04/2013, seguiu sua regular tramitação. Foi lida na sessão ordinária do

dia 29/04/13.

4. O processo está instruído apenas com o articulado legal da proposição e sua mensagem. Todavia, destaco que na mensagem

estão elencados fundamentos jurídicos ancorados em acórdãos do STF sobre a matéria.

5. No âmbito da procuradoria foi emitido parecer favorável a matéria.

É o relatório sucinto.

II - PARECER DO RELATOR

6. De prefácio, para análise da constitucionalidade da presente proposição cumpre identificar o cerne da questão jurídica trazida a

lume. Ao meu sentir o núcleo da questão jurídica diz respeito à possibilidade da concessão do beneficio da meia entrada

para a categoria dos professores, nos eventos realizados em casas de diversões, sejam os da rede pública de ensino, sejam os

da rede particular de ensino.

7. A matéria, como se nota, traz evidentes implicações vinculadas ao campo da intervenção do estado no domínio econômico.

Com efeito, o núcleo da questão jurídica submetida a exame remete a interpretação dos postulados constitucionais da ordem

econômica, consignados sob a forma de princípios no Art.170, caput e inciso IV da CRFB.

8. A inciativa é meritória e, segundo o que se extrai da justificativa apresentada, o propósito do ilustre autor Deputado Roberto

Carlos é o de assegurar aos professores o direto de acesso aos bens culturais. Trata-se, portanto, de um esforço para imprimir

eficácia aos direitos culturais preconizados na Lei Maior, por meio de legislação estadual.

9. No plano da ordem jurídica infraconstitucional cumpre assinalar que proposições desta natureza não são pioneiras. Com efeito,

há registro de que legislações do Estado de São Paulo, Rio de Janeiro e, do próprio Estado do ES, já trataram do tema de forma

semelhante, conforme indica o quadro resumo apresentado a seguir:

Estados Legislação Conteúdo

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SP Lei 7.844/1992 “1º — Fica assegurado aos

estudantes regularmente

matriculados em estabelecimentos

de ensino do primeiro, segundo e

terceiro graus, existentes no Estado

de São Paulo, o pagamento de meia

- entrada do valor efetivamente

cobrado para o ingresso em casas de

diversão, de espetáculos teatrais,

musicais e circenses, em casas de

exibição cinematográfica, praças

esportivas e similares das áreas de

esporte, cultura e lazer do Estado de

São Paulo.”

RJ LEI Nº 3.364/2000 “Art. 1º - É assegurado o

pagamento de 50% (cinquenta por

cento) do valor efetivamente

cobrado para o ingresso em casas

de diversões, praças desportivas e

similares aos jovens de até 21 anos

(vinte e um) anos de idade.

Art. 2º - Consideram-se casas de

diversões, para efeitos desta Lei, os

estabelecimentos que realizem

espetáculos musicais, artísticos,

circenses, teatrais, cinematográficos,

atividades sociais, recreativas e

quaisquer outros que proporcionem

lazer e entretenimento.”

ES LEI Nº 7.737/2004 “Art. 1º Fica instituída a ½ (meia)

entrada para doadores regulares

de sangue, em todos os locais

públicos de cultura, esporte e lazer

mantidos pelas entidades e órgãos

das administrações direta e indireta

do Estado do Espírito Santo.

Art. 2º A ½ (meia) entrada

corresponde a 50% (cinquenta por

cento) do valor do ingresso cobrado,

sem restrição de data e horário.”

10. Feitas esta considerações de timbre introdutório passo análise da Constitucionalidade formal.

COMPETÊNCIA LEGISLATIVA ESTADUAL PARA DISPOR SOBRE O TEMA

11. A matéria por versar sobre intervenção do estado no domínio econômico é controvertida. No STF, refletindo as posições

doutrinárias sobre o tema há os que admitem a existência de uma competência legislativa estribada no artigo 23 da CRFB, que

trata da competência de encargos dos entes federais, combinado com artigo 24 da Lei Maior que cuida da competência

legislativa concorrente.

12. Outros sustentam tese antagônica2 e com supedâneo no Artigo 22, da CRFB, defendem que a

2 A tese descrita tem sido sustentada na Ações de inconstitucionalidade proposta pela Confederação nacional

do Comercio e também acolhida por ministros do STF, como fizeram os ministros Peluso e Marco Aurélio Mello no

julgamento da ADI 1950.

competência para legislar sobre a matéria é privativa da União. Nessa linha de argumentação, começam por imputar as leis que

instituem a meia entrada uma equivalência com o tabelamento de preços. E, o tabelamento de preços afronta a norma

constitucional, especialmente, o artigo 170, que consagra o principio da livre iniciativa, e o Art.174, que veda planejamento

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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

23

estatal vinculante para o setor privado. Tamanha intervenção - argumenta-se - fosse válida, competiria, exclusivamente, a

União - e não aos estados membros e municípios.

13. Dito de outro modo: para alguns a meia entrada constituiria, em verdade uma prefixação do valor de um contrato. Neste

sentido, se encartaria até na seara do direito civil e, como tal sujeito a competência privativa da união, ex vi do artigo 22, I da

CRFB.

Sob este prisma, identifico a existência de competência legislativa estadual para dispor sobre o tema. O fundamento

constitucional para expedir legislação sobre a matéria tem por base a possibilidade jurídica de todos os entes federais, no

âmbito de suas respectivas competências, intervirem em matéria relacionada à atividade econômica, como é o caso da meia

entrada.

15. De fato, examinando o sistema constitucional vigente verifico que é compatível com a competência legislativa do Estado-

membro, inserir-se no âmbito do direito econômico, conforme prevê o artigo 24, I da CRFB.

Art. 24. Compete à União aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

I. direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico

(...)

§ 1° No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais; § 2° A

competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar do Estado; § 3° Inexistindo lei

federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender as peculiaridades.

16. Ademais, sobre o tópico em apreço não há norma geral federal. Sendo assim, os Estados exercem competência plena, nos

termos do artigo 24, § 3° da CRFB. Há, portanto, lastro constitucional para que o Estado, com base no interesse regional,

legisle sobre assuntos atinentes à sua economia.

17. Por fim, convém aditar à fundamentação expendida que as regras consignadas nos artigos 215 e, 23, inciso V, da Constituição

Federal reforçam a evidência de que a proposição pode ser expedida pelo poder legislativo estadual.

Art. 215: “O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e

incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais”

Art. 23 É competência comum da União, dos Estados e dos Municípios:

(...)

V- proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência.

ANÁLISE DA INICIATIVA LEGISLATIVA

18. Demonstrada a competência estadual para legislar sobre a matéria, cumpre ingressar, ainda, para fins de exame da

constitucionalidade formal, na análise da iniciativa legislativa.

19. O conteúdo da proposição, conforme demonstrado, não tem afetação direta com a gestão administrativa do poder executivo.

Por esta razão, revela-se impertinente qualquer consideração que suscite dúvida quanto à legitimidade constitucional do

parlamentar em deflagrar a produção de leis dessa natureza. De fato, a proposição não oferece risco de usurpar a reserva de

iniciativa do poder executivo prevista no art. 61, inciso II, da Constituição da República Federativa do Brasil

20. Isto posto, vencida a análise atinente a constitucionalidade formal concluo, neste ponto, pela inexistência de vícios que possam

macular a presente proposição.

EXAME DA CONSTITUCIONALIDADE MATERIAL

21. Quanto ao controle da constitucionalidade material entendo que a questão se encontra devidamente superada, sobretudo em

vista das decisões judiciais sobre temas semelhantes proferidas pela Corte Suprema.

22. Saliente-se que quanto a este aspecto o próprio autor do PL, em bem fundamentada justificativa, traz a colação acórdão do STF

da lavra do eminente ministro relator Eros Grau que ingressa no exame da constitucionalidade material admitindo a

compatibilidade de norma desse jaez com a Lex Mater.

23. Todavia, cumpre ver que em relação à constitucionalidade material o tema traz aspectos peculiares no plano da normativa

constitucional que merecem algumas considerações.

24. Inegavelmente, a proposição cuida da intervenção no domínio econômico. Porém, como não se trata de contrato de concessão,

como ocorre com a meia passagem no sistema de transporte coletivo, os impactos da norma vão incidir diretamente sobre os

empreendedores do setor de entretenimento e cultura, bem como artistas de todo o gênero cuja atividade autônoma dependem

do proveito econômico auferido pelo mercado.

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Neste sentido, nota-se claramente que não se trata de incentivo fiscal a cultura ou qualquer modalidade de subsídio

governamental. O escopo da norma é a democratização do acesso a cultura pela regulação do mercado via imposição de

beneficio da meia entrada.

26. Vê-se, pois, que o objeto veiculado na proposição de uma forma ou de outra, suscitará sempre um difícil debate a respeito de

quem deva ser o beneficiário da meia entrada. É justamente no aspecto pertinente a isonomia que talvez resida a maior

dúvida quanto à constitucionalidade do presente projeto. Indaga-se: Qual o critério que deverá ser adotado para inclusão do

cidadão na categoria de beneficiário ? Qual o fator de discrímen3? Ou seja: Qual o elemento diferenciado utilizado para realizar

a discriminação? A discriminação empregada é constitucionalmente válida ?

3 Vale lembrar que no julgamento da ADI ajuizada em face da lei paulista 7844/92 que concede meia entrada aos “estudantes

regularmente matriculados”, o ministro Marco Aurelio, explicitamente, questiona a validade do fator diacrítico afirmando que a

norma é falha por no tratamento de desiguais de forma igual, sem distinguir aquele que tem recursos do que não tem para

efetuar o pagamento”.

27. Não surpreende, portanto, a judicialização do tema pelos empreendedores que, de um modo geral, visualizam a medida

proposta como intervencionista e atentatória ao princípio constitucional da livre iniciativa.

28. No projeto em apreço o fator eleito para desigualar foi a categoria profissional. Nos termos do artigo 1º fica patente que para

gozar do benéfico da meia entrada basta comprovar a condição de professor em exercício com vínculos jurídicos firmados com

a administração pública ou entidade privada.Como se nota, não se cogita de qualquer critério alusivo a condição econômica.

29. Ora, partindo do aforismo segundo o qual a verdadeira igualdade consiste em tratar desigualmente os desiguais, é de se indagar

se o tratamento preferencial que o projeto pretende instituir para os professores está incluído entre aquele rol de tratamentos

preferenciais que a Constituição estabeleceu, por exemplo, em relação aos idosos, aos deficientes, as crianças, dentre outros.

30. A distinção de benefícios entre pessoas só encontra abrigo constitucional se atender aos

pressupostos. A rigor, a interpretação constitucional para validar um critério de discriminação exige que os parâmetros

escolhidos: a)sejam compatíveis com a pauta axiológica da Constituição; b)tenham fundamento fático objetivamente

demonstrável; c) sejam aptos a alcançar a finalidade constitucional pretendida pelo legislador que instituiu o critério de

desigualação;

Neste passo, é indispensável recorrer a lição do insuperável mestre Celso Antonio Bandeira de Mello:

“Em verdade, o que se tem de indagar para concluir se uma norma desatende a igualdade ou se convive bem com ela é o

seguinte: se o tratamento diverso outorgado a uns for “justificável”, por existir uma “ correlação lógica” entre o “fato

discrímen” tomado em conta e o regramento que se lhe deu, a norma ou conduta são compatíveis com o principio da

igualdade: se, pelo contrario, inexistir esta relação de congruência lógica ou - o que ainda seria mais flagrante - se nem ao

menos houvesse fator de discrímen indentificável, a norma ou conduta serão incompatíveis com o principio da igualdade.”

Princípio da Isonomia : Desequiparações Proibidas e Desquiparações Permitidas” in revista Trimestral de Direito público, PP

79-83.

31.

O tema é de superlativa importância e tem conseqüências praticas que devem ser dimensionadas. Com efeito, malgrado a

previsão constitucional de que o estado conforme o Art. 215, caput: “... garantirá a todos o pleno exercício dos direitos

culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações

culturais”, no PL 136 não se cogita de subsidio, nem tão pouco, se faz alusão as fontes de custeio do beneficio. Sendo assim,

fica patente que o ônus da meia entrada, cujos beneficiários são os professores, serão transferidos e suportados pelos demais

segmentos sociais que consomem os bens e serviços culturais relacionados no Artigo 2º do projeto.

32. Qualquer estudo de logística haverá de demonstrar que implicações de diversas ordens devem ser previamente avaliadas.

Apenas para ilustrar é fácil presumir que dependendo da adesão dos beneficiários à norma o repasse do rateio dos custos da

meia entrada entre os demais consumidores culturais poderá acarretar um efeito perverso que a própria norma não cogita, nem

tão pouco intenciona, qual seja: um acréscimo nos custos dos bens e serviços culturais que, segundo esta linha de argumentação

poderão ser onerados. Efetivamente, sofrerão elevação de custos para compensar a meia entrada. Desnecessário dizer que, na

hipótese de que tais fatos ocorram (o que não se espera), ficará nítido que os efeitos práticos da futura lei poderão conspirar

contra a própria idéia de democratização do acesso.

33. Ademais, poder-se-ia imaginar até mesmo uma sobrecarga de custos incidindo sobre segmentos sociais que, ao menos sob o

prisma dos dados estatísticos, em tese, estariam mais apartados do acesso a bens e serviços culturais do que a honrosa categoria

dos professores.

34.

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

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Em suma, no que pertine aos parâmetros da isonomia, embora não tendo identificado no corpo normativo da proposição, nem

na justificativa fundamentos constitucionais que demonstrem o atendimento dos pressupostos de validade da desigualação,

entendo que dado a complexidade do tema competirá ao próprio poder legislativo promover, se assim entender pertinente, o

aperfeiçoamento da proposição com vistas a superação da dúvida quanto a observância dos parâmetros da isonomia

constitucional.

35. A escolha por um critério de correlação lógica do fator de dicrímen é tipicamente uma apreciação de caráter axiológico.

Portanto, depende do senso de razoabilidade, do juízo de valor dos parlamentares que, neste campo, exercem o poder decidir

sobre o rol dos beneficiados e o alcance da norma que se pretende produzir para conceder o benéfico da meia entrada.

36. Após análise dos aspectos constitucionais formais, resta-nos analisar os aspectos materiais. A proposição não contraria os

princípios e regras, implícitos ou explícitos, disciplinados pelas constituições Federal e Estadual, em especial os direitos e

garantias fundamentais dispostos no art. 5º da Carta Magna Federal, respeitando-se, assim, os princípios da proteção ao direito

adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada.

37. Superado o exame da constitucionalidade, ingresso na análise dos aspectos referentes à tramitação legislativa consoante

preconiza a norma regimental - Resolução nº 2.700 de 15 de julho de 2009.

38. A espécie normativa de que se reveste a proposição revela-se compatível com os parâmetros constitucionais, como se

depreende da exegese dos dispositivos transcritos a seguir.

39. A espécie normativa adequada é a lei ordinária, que se encontra disciplinada no artigo 61, inciso III, da Constituição Estadual.

Art. 61. O processo legislativo compreende a elaboração de:

...

III - leis ordinárias;

40. A tramitação da matéria deve observar o rito o procedimento ordinário, conforme preceitua o artigo 148, inciso II do

Regimento Interno (Resolução nº 2.700 de 15 de julho de 2009), in verbis:

Art. 148. As proposições serão submetidas aos seguintes regimes de tramitação:

...

II - ordinária;

41. Quanto ao quórum de aprovação, consoante o artigo 194 do Regimento Interno (Resolução nº 2.700 de 15 de julho de 2009), é

necessária a maioria simples dos membros desta Casa de Leis, desde que presente a maioria absoluta dos Deputados, senão

vejamos:

Art. 194. As deliberações, salvo disposições em contrário, serão tomadas por maioria dos votos, presente, no mínimo, a

maioria absoluta dos Deputados.

42. Quanto ao processo de votação deve ser utilizado o simbólico Art. 200, I, do Regimento Interno:

Art. 200. São dois os processos de votação:

I - simbólico

43. Nos termos em que se acha redigida a proposição, encontra-se plenamente compatível com o ordenamento jurídico

infraconstitucional.

44. Quanto ao aspecto da técnica legislativa empregada, concluímos que o projeto em apreço atende as regras apresentadas pela Lei

Complementar Federal nº 95/98, que rege a redação dos atos normativos, com alterações introduzidas pela Lei Complementar

Federal nº 107/2001. Quanto ao estudo técnico realizado pela Diretoria de Redação à fl. 11, subscrevo as sugestões de

aperfeiçoamento apresentadas.

45. Todavia, em razão do impacto econômico que advirá da aplicação da referida lei, entendo ser recomendável a adoção da

técnica legislativa de protrair no tempo a sua eficácia, vale dizer: consignar um período de vacatio legis para que a atividade

econômica possa se preparar para cumprimento integral da norma. É precisa, neste ponto, a lei complementar 95 ao determinar

que a cláusula de vigência imediata seja adotada apenas para as leis de pequena repercussão, ex vi do artigo 8º. No presente

caso, até em atenção ao principio da segurança jurídica, sugiro um interregno ao menos nonagesimal, na forma de emenda

modificativa.

46. Em face das razões expendidas, entendo que a proposição nº 136/2013, de autoria do ilustre Deputado Roberto Carlos, nos

termos em que se acha redigida, preenche os pressupostos constitucionais. Por tais motivos, e com arrimo nas fundamentações

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

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jurídicas anteditas, entendo constitucional a proposição e concluo este parecer opinando pela constitucionalidade, legalidade,

juridicidade e boa técnica legislativa, sugerindo adoção de emenda referente a clausula de vigência.

Sendo assim, sugerimos aos demais membros desta Comissão a aprovação do seguinte:

PARECER Nº 351/2013

A COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO é pela constitucionalidade,

juridicidade, legalidade e boa técnica legislativa do Projeto de Lei nº 136/2013, de autoria do Exmo. Deputado Estadual

Roberto Carlos, com a adoção da seguinte emenda:

EMENDA MODIFICATIVA Nº 01/2013 - O artigo 4º do Projeto de Lei nº 136/2013, de autoria do Deputado Roberto Carlos, passa a ter a seguinte redação:

Art. 4º Esta lei entrará em vigor 90 (noventa) dias após a data de sua publicação.

PLENÁRIO RUI BARBOSA, em 15 de outubro de 2013.

ELCIO ALVARES - Presidente

LUZIA TOLEDO - Relatora

GILSINHO LOPES

DA VITÓRIA

JOSÉ CARLOS ELIAS

ATAYDE ARMANI

CLAUDIO VEREZA

COMISSÃO DE DEFESA DA CIDADANIA E DOS DIREITOS HUMANOS

Proposição: Projeto de Lei nº 136/2013

Autor: Deputado Roberto Carlos

Ementa: Assegura aos professores da rede de ensino público e particular de todo o território do Estado do Espírito Santo que

estejam exercendo suas funções, o pagamento de 50% (cinquenta por cento) do valor realmente cobrado para o ingresso em

estabelecimentos e/ou casas de diversões, praças esportivas e similares, que promovam espetáculos de lazer, entretenimento e

difusão cultural, conforme especifica.

RELATÓRIO

Trata-se de projeto de lei de autoria do Excelentíssimo Deputado Estadual Roberto Carlos que visa assegurar aos professores da

rede de ensino público e particular de todo o território do Estado do Espírito Santo que estejam exercendo suas funções, o

pagamento de 50% do valor realmente cobrado para o ingresso em estabelecimentos e/ou casas de diversões, praças esportivas

e similares, que promovam espetáculos de lazer, entretenimento e difusão cultural, conforme especifica.

A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, em exercício de juízo de delibação que lhe impõe o art. 120 do Regimento Interno,

proferiu o despacho (fl. 02), em que admite a tramitação da proposição entendendo, a priori, inexistir manifesta

inconstitucionalidade ou um dos demais vícios previstos na norma regimental.

A matéria foi protocolada no dia 24/04/2013 (fl. 02), lida no expediente da sessão ordinária do dia 29/04/2013 (fl. 02) e

publicado no Diário do Poder Legislativo no dia 10/05/2013 (fls. 39 a 42 dos autos).

A proposição foi encaminhada para Procuradoria da Assembleia Legislativa que opinou pela constitucionalidade, legalidade,

juridicidade e boa técnica legislativa, com sugestão de emenda modificativa. (fls. 12 a 24).

Ato contínuo, a Comissão de Constituição e Justiça, Serviço e Redação após análise, emitiu parecer, se manifestando

igualmente pela constitucionalidade, legalidade, juridicidade e boa técnica legislativa do presente projeto de lei, juntamente

com a emenda modificativa referente à cláusula de vigência, (fls. 45-57).

Seguindo o trâmite regimental, e em atendimento ao despacho exarado pelo Presidente da Mesa Diretora (fl. 02), a matéria foi

distribuída a esta Comissão de Defesa da Cidadania e dos Direitos Humanos, para exame e parecer quanto ao mérito da

proposta legislativa, conforme determina o art. 52 do Regimento Interno da Assembleia Legislativa.

É o relatório.

PARECER DO RELATOR Trata-se de Projeto de Lei que visa assegurar aos professores da rede de ensino público e particular de todo o território do

Estado do Espírito Santo que estejam exercendo suas funções, o pagamento de 50% do valor realmente cobrado para o ingresso

em estabelecimentos e/ou casas de diversões, praças esportivas e similares, que promovam espetáculos de lazer, entretenimento

e difusão cultural.

A partir da leitura da justificativa exposta pelo proponente da matéria às fls. 04 a 08 fica claro que:

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

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[...] os professores da rede pública e particular de ensino prestam um serviço imprescindível à sociedade brasileira,

difundindo o conhecimento técnico e científico, e preparando jovens e adultos para o mercado de trabalho. (fl. 04)

E que:

[...] A valorização da classe docente a partir de mecanismos de qualificação profissional e valorização da categoria são

instrumentos essenciais para a qualidade de vida no exercício da atividade docente. No entanto, deve-se esclarecer que este

mecanismo de valorização não substitui, tampouco minimiza, a necessidade da reposição salarial, mediante correção das

perdas, valorização da carreira e aumento real. 10 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 24 de abril de 2014

Não obstante, a remuneração dos professores, nas três esferas de governo e na iniciativa privada ainda é insuficiente.

Esta realidade cria uma situação contraditória, pois cabe aos professores incentivar os jovens na busca do conhecimento

cultural e científico, usufruindo dos bens culturais disponíveis, enquanto os próprios professores estão com dificuldades de

acesso a esses bens, em virtude da situação financeira precária. (fl. 04)

Diante do quadro posto, assegura que:

[...] O meio ingresso objetiva efetivar um direito expresso na Constituição de 1988: o acesso à cultura. É dever do Estado

democratizar o acesso às fontes da cultura nacional, bem como possibilitar o envolvimento da população em atividades que

aprimorem o seu desenvolvimento humano e intelectual, conforme determina o artigo 215 da Constituição Federal.

Além disso, trata-se de iniciativa que promove a valorização cultural, a promoção e difusão dos bens culturais. (fl. 04)

Com efeito, a matéria exposta no Projeto de Lei se enquadra na competência regimental desta Comissão, consoante preveem os

incisos I e II do art. 52 do Regimento Interno da Assembleia Legislativa:

Art. 52. À Comissão de Defesa da Cidadania e dos Direitos Humanos compete opinar sobre:

I - prevenção e defesa dos direitos individuais e coletivos;

II - promoção da garantia dos direitos difusos e coletivos;

Ademais, a proposta legislativa é de suma importância para o incentivo e acessibilidade à cultura, com a garantia de

valorização da classe de professores da rede de ensino público e particular do nosso Estado. Vê-se que a intenção do legislador

estadual é reconhecer o papel fundamental que os docentes detêm na divulgação e propagação da cultura, valorizando esses

nobres profissionais que prestam relevantes serviços na área da Educação, propondo assegurar a eles o pagamento de 50% do

valor cobrado no ingresso em estabelecimentos e/ou casas de diversões, praças esportivas e similares, que promovam

espetáculos de lazer, entretenimento e difusão cultural.

Assim sendo, entendemos que o Projeto de Lei ora em exame não encontra obstáculos em sua tramitação e, desta forma,

sugerimos aos nobres pares desta Comissão a adoção do seguinte:

PARECER Nº 165/ 2013

A COMISSÃO DE DEFESA DA CIDADANIA E DOS DIREITOS HUMANOS é pela APROVAÇÃO do Projeto de Lei

nº 136/2013, de autoria do Deputado Estadual Roberto Carlos, juntamente com a emenda modificativa 01/2013 aprovada pela

Comissão de Constituição e Justiça, Serviço Público e Redação.

SALA DAS COMISSÕES, em 03 de dezembro de 2013.

GENIVALDO LIEVORE - Presidente

GILSINHO LOPES - Relator

JANETE DE SÁ

COMISSÃO DE CULTURA E COMUNICAÇÃO SOCIAL

Projeto de Lei nº 136/2013

Autor (ª): Deputado Roberto Carlos Ementa: “Assegura aos professores da rede de ensino público e particular do Estado, que estejam exercendo suas funções, o

pagamento de 50% (cinquenta por cento) do valor realmente cobrado para o ingresso em estabelecimentos e/ou casas de

diversões, praças esportivas e similares, que promovam espetáculos de lazer, entretenimento e difusão cultural, conforme

específica.”

RELATÓRIO

Trata-se de projeto de lei, de iniciativa do Excelentíssimo Senhor Deputado Roberto Carlos, cujo conteúdo, em síntese, dispõe

sobre Assegura aos professores da rede de ensino público e particular do Estado, que estejam exercendo suas funções, o

pagamento de 50% (cinquenta por cento) do valor realmente cobrado para o ingresso em estabelecimentos e/ou casas de

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diversões, praças esportivas e similares, que promovam espetáculos de lazer, entretenimento e difusão cultural, conforme

específica.

A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, em exercício de juízo de delibação que lhe impõe o Artigo 120 do Regimento

Interno - Resolução nº 2.700/2009, proferiu o despacho de fl. 02, no qual admitiu a tramitação da proposição entendendo, a

priori, inexistir manifesta inconstitucionalidade ou um dos demais vícios previstos na norma regimental.

A proposição, que foi protocolizada no dia 24 de abril de 2013, seguiu sua regular tramitação, lida no expediente da sessão

ordinária realizada no dia 29 de abril de 2013. No que tange à publicação no Diário do Poder Legislativo, foi publicado no dia

10 de maio de 2013, conforme se comprova nas fls. 39/42 dos autos.

Os presentes autos foram encaminhados à douta Procuradoria para a elaboração de parecer técnico, nos termos do artigo 121 do

Regimento Interno - Resolução nº 2.700, do ano de 2009, recebendo parecer pela sua constitucionalidade, legalidade,

juridicidade e boa técnica legislativa. Por sua vez, a Proposição Legislativa, recebeu encaminhamento para Comissão de

Constituição e Justiça, Serviço Público e Redação, conforme dispõe o art. 41 do Regimento Interno da ALES (Resolução n.º

2.700/2009), recebendo parecer pela sua constitucionalidade, legalidade, juridicidade e boa técnica legislativa com a adoção da

Emenda Modificativa nº 01/2013 , na forma do Parecer nº 351/2013, às fls. 45/57.

Encaminhada à douta Comissão de Defesa da Cidadania e dos Direitos Humanos, para exame quanto ao mérito da Propositura,

na forma do art. 52 do Regimento Interno (Resolução nº 2.700/09), nos termos do Parecer nº 165, a matéria foi aprovada

juntamente com a emenda da CCJ, (fls. 65/68), vindo a esta Comissão de Cultura e Comunicação Social, nos termos do Art. 51.

PARECER DO RELATOR

A presente proposição, ao chegar a esta Comissão para ser submetida à análise de mérito, ao nosso sentir, não existe obstáculos

que possam impedir sua aprovação, já que a matéria tem por objetivo maior agraciar uma categoria que presta relevantes

serviços à população. Portanto, as razões que sustentam o Projeto de Lei em comento são suficientes para garantir sua provação

com louvor.

Cabe à Comissão de Cultura e Comunicação Social opinar sobre tema que envolva desenvolvimento cultural nos precisos

termos do art. 51, I do Regimento Interno da ALES, verbis:

“Art. 51 - À Comissão de Cultura e Comunicação Social compete opinar sobre:

I - preservação, promoção e desenvolvimento cultural, histórico e artístico;” (grifo nosso)

Neste sentido, o Projeto de Lei nº 136/2013 atende prontamente a análise de mérito concernente ao art. 51, I do Regimento

Interno da ALES, haja vista que a valorização dessa classe que presta serviço imprescindível à sociedade brasileira, difundindo

o conhecimento técnico e cientifico e preparando jovens e adultos para o mercado de trabalho.

Face ao exposto, esta relatoria propõe aos doutos membros desta Comissão a adoção do seguinte parecer:

PARECER Nº 01/2014

A COMISSÃO DE CULTURA E COMUNICAÇÃO SOCIAL, é pela aprovação do Projeto de Lei nº 136/2013, de autoria

do Exmº Sr. Deputado Roberto Carlos, com adoção da emenda Modificativa nº 01/2013, de autoria da Comissão de

Constituição e Justiça, Serviço Púbico e Redação.

SALA DAS COMISSÕES, em 24 de fevereiro de 2014.

LUZIA TOLEDO - Presidente

JAMIR MALINI - Relator

COMISSÃO DE FINANÇAS, ECONOMIA, ORÇAMENTO, FISCALIZAÇÃO, CONTROLE E TOMADA DE

CONTAS

PROJETO DE LEI Nº 136/2013

AUTOR: DEPUTADO ESTADUAL - ROBERTO CARLOS. EMENTA: “Assegura aos professores da rede de ensino público e particular do Estado, que estejam exercendo suas funções, o

pagamento de 50% (cinquenta por cento) do valor realmente cobrado para ingresso em estabelecimento e/ou casa de diversões,

praças esportivas e similares, que promovam espetáculos de lazer, entretenimento e difusão cultural, conforme especifica”.

RELATÓRIO Trata-se de analise de mérito ao Projeto de Lei n° 136/2013, de autoria do Deputado Roberto Carlos, com a finalidade de

assegurar aos professores da rede de ensino público e particular do Estado, que estejam exercendo suas funções, o pagamento

de 50% (cinquenta por cento) do valor realmente cobrado para ingresso em estabelecimento e/ou casa de diversões, praças

esportivas e similares, que promovam espetáculos de lazer, entretenimento e difusão cultural, conforme especifica.

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

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A matéria passou pela Comissão de Constituição e Justiça, Serviço Público e Redação, onde recebeu parecer nº 351/2013, com

emenda modificativa, nº 01/2013, pela constitucionalidade, juridicidade, legalidade e boa técnica legislativa, (fls. 45/57).

Na Comissão de Defesa da Cidadania e dos Direitos Humanos, recebeu parecer nº 165/2013, (fls. 65/68), pela aprovação.

Na Comissão de Cultura e Comunicação Social, recebeu parecer nº 01/2014, (fls. 73/74), pela aprovação.

O Projeto de Lei foi publicado no Diário do Poder Legislativo, edição do dia 10 de maio de 2013, fls. 39/42 dos autos. Na

Diretoria de Redação sofreu correções, às quais incorporo neste parecer por entender pertinentes (fl.11).

Após, percorridas as Comissões acima, foi encaminhado à COMISSÃO DE FINANÇAS, ECONOMIA, ORÇAMENTO,

FISCALIZAÇÃO, CONTROLE E TOMADA DE CONTAS. Designado pelo Presidente, coube-me a relatoria, “ex vi” do

art. 67 e art. 42, inciso VII, do Regimento Interno (Resolução nº 2.700/09).

É o relatório.

PARECER DO RELATOR

QUANTO AO MÉRITO - FUNDAMENTAÇÃO Estamos a examinar matéria relacionada aos professores da rede de ensino público e particular do Estado, que estejam

exercendo suas funções, o pagamento de 50% (cinquenta por cento) do valor realmente cobrado para ingresso em

estabelecimento e/ou casa de diversões, praças esportivas e similares, que promovam espetáculos de lazer, entretenimento e

difusão cultural, conforme especifica.

De uma maneira bem definida as atribuições da Comissão de Finanças, Economia, Orçamento, Fiscalização, Controle e

Tomada de Contas, vêm definidas nos artigos 42 e 43 do Regimento Interno. Cabe destacar que compete a esta Comissão,

opinar obrigatoriamente sobre todas as matérias de caráter financeiro, e especialmente quando for o caso de: plano plurianual;

diretrizes orçamentárias; proposta orçamentária; proposições referentes a matérias tributárias, abertura de créditos, empréstimos

públicos e as que, direta ou indiretamente, alterem a despesa ou a receita do Estado, acarretem responsabilidades ao Erário

Estadual ou interessem ao crédito e ao Patrimônio Público Estadual.

Cabe a esta Comissão a análise e oferecer parecer ao Projeto de Lei nº 136/2013, no sentido de verificar se não colide com

matéria diretamente vinculada ao sistema financeiro, especialmente, quanto aos aspectos financeiro-orçamentários, sobre a sua

compatibilização ou adequação com o plano plurianual e lei de diretrizes orçamentárias e o orçamento anual e, ainda, toda

matéria de cunho financeiro, conforme dispõe o art. 42 do Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado.

A matéria encontra-se fundamentada na justificativa, e por força Regimental é necessário passar pelo crivo desta Comissão.

É preciso ressaltar que o professor do século XXI deve ser um profissional da educação que com criatividade conhecimentos

teóricos e críticos sobre a realidade. Nessa era da tecnologia, os professores devem ser encarados e considerados como

parceiros/autores na transformação da qualidade social da escola. .

Para isso, deve ter algumas vantagens no decorrer de sua vida profissional, tais como: o pagamento de 50% (cinquenta por

cento) do valor realmente cobrado para ingresso em estabelecimento e/ou casa de diversões, praças esportivas e similares, que

promovam espetáculos de lazer, entretenimento e difusão cultural.

Não há impedimento quanto ao mérito do Projeto em comento, no que pode seguir sua tramitação regimentalmente até final

aprovação. Confirmo aqui o que disse o Deputado Roberto Carlos com grande dose de acerto em sua justificativa: “Assim,

considerando a necessidade de efetivação do acesso aos bens culturais pelos professores, imprescindíveis a continua formação,

e a necessidade de democratização do acesso aos bens culturais.”.

Nesses termos, o contexto pretendido pela finalidade objetivada pela pretensa normatização não reflete, necessariamente, em

despesa pública, haja vista que os encargos serão arcados pelas próprias empresas fornecedoras de bens e serviços.

Tal circunstância projeta diminuição de despesa pública, configurando em importante matiz de economicidade para o erário

estadual. Com essa inteligência normanda, o projeto encontra-se adequado para surtir eficácia no âmbito da sociedade

capixaba.

Outrossim, perante a análise de mérito, verifica-se do diagnóstico decorrente que, incontestavelmente, a pretensa normatividade

da Proposição Legislativa - identificada como Projeto de Lei nº 136/2013, de autoria do Senhor Deputado Roberto Carlos, não

traz ponto de divergência com o interesse público da sociedade do Estado do Espírito Santo, assim, revelando-se portadora de

mérito, nos termos da competência desta Comissão.

Ante o que acima ficou exposto, opino no sentido de que o parecer desta Comissão de Finanças, Economia, Orçamento,

Fiscalização, Controle e Tomada de Contas seja pela APROVAÇÃO do Projeto de Lei nº 136/2013, de autoria do Deputado

Roberto Carlos.

Sendo assim, sugiro aos demais membros desta Comissão à adoção do seguinte:

PARECER Nº 018 /2014

A COMISSÃO DE FINANÇAS, ECONOMIA, ORÇAMENTO, FISCALIZAÇÃO, CONTROLE E TOMADA DE

CONTAS é pela APROVAÇÃO do Projeto de Lei nº 136/2013, de autoria do Deputado Roberto Carlos, com as Emenda

Modificativa 01/2013, apresentada na Comissão de Constituição e Justiça Serviço Público e Redação.

PLENÁRIO RUI BARBOSA, em 14 de abril de 2014.

DARY PAGUNG - Presidente

ATAYDE ARMANI - Relator

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

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PAULO ROBERTO

JOSÉ ESMERALDO

EUCLÉRIO SAMPAIO

LUZIA TOLEDO

PROJETO DE LEI Nº 197/2013

Proíbe a comercialização de Álcool Líquido.

A Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, no uso de suas atribuições legais,

D E C R E T A

Art. 1º - Fica proibida a comercialização de Álcool Líquido no Estado.

Art 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Sala das Sessões, 05 de junho de 2013.

Doutor Hércules

Deputado Estadual - PMDB

JUSTIFICATIVA

Trata-se de iniciativa que objetiva evitar graves acidentes, em especial domésticos.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, por meio de resolução publicada hoje (25) no Diário Oficial

da União, a suspensão da fabricação, distribuição e comércio em todo o território nacional de álcool líquido com graduação

acima de 54º Gay Lussac. A medida de estende a todas as empresas fabricantes e as associadas à Associação Brasileira dos

Produtores e Envasadores de Álcool (Abraspea). Além de proibir a comercialização, a Anvisa determina que as empresas

recolham o produto remanescente no mercado.

Segundo estatísticas divulgadas, no Brasil, cerca de 150 mil pessoas, por ano, são vítimas de queimaduras provocadas por

acidentes com álcool líquido. Desse universo, 45 mil são crianças.

Com o objetivo de minorar o problema, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) editou em fevereiro de 2002, a

Resolução (RDC) 46, proibindo a venda do álcool líquido 96º GL, permitindo-se somente a comercialização na forma de gel.

Esta medida resultou na redução de 60% nos acidentes provocados pelo manuseio do produto nos meses anteriores à entrada

em vigor da resolução, o que representou 90 mil adultos e 27 mil crianças a menos na lista dos queimados nos serviços de

saúde.

A venda do álcool gel seria de suma importância para o sistema de saúde brasileiro, eis que além de evitar o sofrimento das

vítimas, a ausência de acidentes com o álcool etílico reduziria os gastos do Sistema Único de Saúde (SUS).

Em face do exposto, solicito a aprovação da matéria.

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO

PARECER N.º 104/2014

Parecer do Relator: Projeto de Lei n.º 197/2013

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

31

Autor: Deputado Doutor Hércules

Ementa: “Proíbe a comercialização de álcool líquido no Estado”.

RELATÓRIO

O Projeto de Lei nº 197/2013, de autoria do Deputado Doutor Hécules, objetiva proibir a venda de álcool líquido no Estado.

Foi protocolizado no dia 12 de junho de 2013. Por sua vez, a Proposição foi lida na Sessão Ordinária do dia 17 do mesmo mês

e ano. Em adendo, cabe grifar que os autos do Projeto de Lei nº 197/2013 não informam que ocorreu a devida publicação do

mesmo no Diário do Poder Legislativo – DPL, desta forma, destaca-se que este procedimento é regimental e não pode ser

dispensado sob pena de invalidade do referido projeto por irregularidade formal insanável, nos termos dos dispositivos

previstos nos artigos 120 e 149 do Regimento Interno da augusta Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo

(Resolução nº 2.700/2009).

Após a proposição veio a esta Comissão de Constituição e Justiça, Serviço Público e Redação, com o fim de elaboração de

Parecer para efeito de análise da sua constitucionalidade, legalidade, juridicidade e técnica legislativa empregada em sua

feitura, conforme dispõe o art. 41 da Resolução nº 2.700/2009 (Regimento Interno desta augusta Assembleia Legislativa).

É o relatório.

PARECER DO RELATOR

Conforme acima grifado, o Projeto de Lei nº 197/2013, de autoria do Deputado Doutor Hécules, objetiva proibir a venda de

álcool líquido no Estado.

Aduz o autor, segundo estatísticas divulgadas, no Brasil, cerca de 150 mil pessoas, por ano, são vítimas de queimaduras

provocadas por acidentes com álcool líquido. Desse universo, 45 mil são crianças. Com o objetivo de minorar o problema, a

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) editou em fevereiro de 2002, a resolução (RDC) 46, proibindo a venda de

álcool líquido 96° GL, permitindo-se somente a comercialização na forma de gel.

Entretanto, vislumbra-se da análise jurídica do Projeto de Lei ora em comento a existência de antinomia com o ordenamento

constitucional brasileiro. O ponto de divergência jurídica encontra-se no fato de que o projeto é estadual e a competência

legislativa constitucionalmente prevista para o mesmo é privativamente reservada para a União, pois o seu objeto possui

natureza de Direito Civil e de Direito Comercial.

Vejamos a ordem expressa da Constituição Federal:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;

Como se observa, a Constituição Federal gabaritou o “Sistema Federativo Brasileiro”, de forma que cada Ente-Federado

passasse a ter, em regra, o seu próprio campo de competência legislativa e, nesse norteamento constitucional, a disciplina da

matéria pertence privativamente a União. Vale dizer que só a lei federal pode regulamentar os pontos integrantes do conjunto

geral de temas que compreende Direito Civil e Direito Comercial.

Além do mais, considerando a espécie de Estado que conforma a República Federativa do Brasil (Estado composto por

coordenação sob a espécie Federal) e a repartição de competências previstas na Constituição Federal de 1988, como se poderia

imaginar que uma lei estadual pudesse regulamentar detalhamento de relação comercial.

O projeto, tal como formulado, desconsidera o caráter de aplicabilidade obrigatória e uniforme em todo o País do sistema

normativo instituído pelo Poder Central, circunstância que subtraído legislador estadual espaço para atuação nesse terreno,

mormente em direção colidente com as regras provindas da União, como é de rigor, porque assim determina a Constituição da

República, ao estabelecer a partilha de competências sobre a qual repousa o princípio federativo.

Por todas as linhas de diagnose realizada, chega-se a conclusão de que o Projeto em estudo, in totum, não se sustenta

juridicamente, por possuir gravames de inconstitucionalidade. Desta forma, perante a análise jurídica, verifica-se do

diagnóstico decorrente que, incontestavelmente, a pretensa normatividade da Proposição Legislativa traz pontos de antinomia

com os preceitos constitucionais, tornando-se gravada como formalmente inconstitucional.

Por fim, salienta-se que por vislumbrar a inconstitucionalidade formal do projeto de Lei, resta prejudicada a análise dos demais

aspectos intrínsecos ao parecer técnico legislativo, nos temos do parágrafo 5º, do art. 9º do Ato n.º 2.517/2008, que estabelece

as normas de organização e funcionamento da Procuradoria Geral da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo (Lei

Complementar n.º 287/2004), senão vejamos:

§ 5º - Averiguada a inconstitucionalidade da proposição no exame de um dos aspecto previstos nos incisos do caput deste

artigo, o Procurador poderá considerar prejudicado o exame dos demais.

São estas as considerações pertinentes na análise da propositura legislativa em foco.

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

32

Em conclusão final, o Projeto de Lei n.º 197/2013, de autoria do Excelentíssimo Senhor Deputado Estadual Doutor Hércules, é

formalmente INCONSTITUCIONAL e, não há emenda que lhe promova saneamento, não devendo seguir sua tramitação

regular nesta Casa de Leis.

Assim, sugerimos aos nobres pares desta Comissão o seguinte:

PARECER N.º 104/2014

A COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO é pela

INCOSTITUCIONALIDADE do Projeto de Lei nº 197/2013, de autoria do Deputado Doutor Hércules.

Plenário Rui Barbosa, 1.º de abril de 2014.

ELCIO ALVARES

Presidente

CLAUDIO VEREZA

Relator

GILSINHO LOPES

JOSÉ CARLOS ELIAS

PROJETO DE LEI Nº 361/ 2013

Dispõe sobre local para colocação de prospecto informativo sobre o combate à dengue nas floriculturas, supermercados e lojas

que comercializam vasos, adornos ou recipientes, localizadas no âmbito do Estado e dá outras providências

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO DECRETA:

Art. 1º As floriculturas, lojas e supermercados que comercializam vasos, adornos ou recipientes destinados à colocação e

plantio de flores ou folhagens, localizadas no âmbito do Estado, poderão destinar local para colocação de prospecto informativo

com objetivo de informar sobre o combate a dengue.

Art. 2º O conteúdo do prospecto terá informações de caráter técnico, com linguagem acessível a todos, e poderá ser

desenvolvido e distribuído pelo Poder Executivo através do órgão que julgar competente, e por parcerias firmadas com as

prefeituras municipais, nos locais especificados no Artigo 1º desta Lei.

Parágrafo único. O Poder Executivo poderá ainda, determinar a disponibilização do conteúdo dos prospectos em sítios

oficiais do Governo do Estado e em sítios de grande acesso pela população.

Art. 3º O descumprimento do disposto nesta Lei sujeitará o infrator às sanções previstas na Lei Federal nº 8.078, de 11 de

setembro de 1990.

Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Palácio Domingos Martins, 30 de outubro de 2013.

Luzia Alves Toledo

Deputada Estadual-PMDB

JUSTIFICATIVA

O objetivo do presente projeto de lei é a colocação de prospecto informativo sobre o Combate à Dengue nas floriculturas,

supermercados e lojas que comercializam vasos, adornos ou recipientes, localizadas no âmbito do Estado.

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

33

Essa iniciativa visa cooperar como mais uma medida de conscientização da população de nosso Estado quanto aos graves

problemas causados por esta doença.

A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo!

O grande problema para combater o mosquito Aedes aegypti é que sua reprodução ocorre em qualquer recipiente utilizado para

armazenar água, tanto em áreas sombrias como ensolaradas.

Considerando essa facilidade de disseminação, e diante do grau de dificuldade para efetivamente combater essa doença - o que

só é possível com a quebra da cadeia de transmissão, eliminando o mosquito dos locais onde se reproduzem e com participação

da população é que a prevenção e as medidas de combate exigem a participação e a mobilização de toda a comunidade a partir

da adoção de medidas simples, visando à interrupção do ciclo de transmissão e contaminação.

Apresentamos o presente Projeto de Lei por entender ser de grande relevância social.

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO

PARECER N.º 105/2014

Parecer do Relator: Projeto de Lei n.º 361/2013

Autora: Deputada Luzia Toledo

Ementa: Dispõe sobre local para colocação de prospecto informativo sobre o combate à dengue nas floriculturas,

supermercados e lojas que comercializam vasos, adornos ou recipientes, localizados no Estado, e dá outras providências.

I - RELATÓRIO

Cuida-se nestes autos da emissão de parecer jurídico, com fulcro no Art.132 da CF c/c Art. 122 § 5°, da CE e a Lei

Complementar n° 287/04 quanto à constitucionalidade da proposição legislativa em epígrafe de lavra da Ilustre Deputada Luzia

Toledo.

A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa em exercício do mero juízo de delibação que lhe impõe o Artigo 120, do

Regimento Interno - Resolução n° 2.700, de 15 de julho de 2009, publicada no Diário do Poder Legislativo - DPL, de 16 de

julho de 2009, proferiu o despacho de fls. 02, por meio do qual admitiu a tramitação da proposição.

Foi protocolizado no dia 30 de outubro de 2013. Por sua vez, a Proposição foi lida na Sessão Ordinária do dia 04 de novembro

de 2013 e publicada no Diário do Poder Legislativo – DPL – do dia 11/11/2013, página 34.

Após, a proposição veio a esta Comissão de Constituição e Justiça, Serviço Público e Redação, com o fim de elaboração de

Parecer para efeito de análise da sua constitucionalidade, legalidade, juridicidade e técnica legislativa empregada em sua

feitura, conforme dispõe o art. 41 da Resolução nº 2.700/2009 (Regimento Interno desta augusta Assembleia Legislativa).

É o relatório.

II – PARECER DO RELATOR

EXAME DA CONSTITUCIONALIDADE FORMAL DA PROPOSIÇÃO

É cediço que o exame do controle formal de constitucionalidade deve preferir ao de exame de mérito. A razão dessa

prevalência, para fins da análise decorre da sedimentada jurisprudência do pretório excelso, segundo a qual, a existência de

vício formal de inconstitucionalidade fulmina, integralmente, o ato ou a lei.

Em decorrência, sendo constatada a existência de vício formal de inconstitucionalidade, torna-se despiciendo qualquer exame

quanto à constitucionalidade material, posto que ante a constatação do aludido vício formal e insanável, a lei estará,

irremediavelmente, condenada a ser expungida do mundo jurídico.

Conforme acima grifado, o Projeto de Lei nº 361/2013, de autoria da senhora Deputada Luzia Toledo, visa dispor sobre local

para colocação de prospecto informativo sobre o combate à dengue nas floriculturas, supermercados e lojas que comercializam

vasos, adornos ou recipientes, localizados no Estado, e dá outras providências.

Com esse desígnio, a parlamentar autora do projeto ora em apreço vislumbra “cooperar com mais uma medida de

conscientização da população de nosso Estado quanto aos graves problemas causados por esta doença”.

Continua a explanar a parlamentar autora:

“O grande problema para combater o mosquito Aedes aegypti é que sua reprodução ocorre em qualquer recipiente utilizado

para armazenar água, tanto em áreas sombrias como ensolaradas”.

Outrossim, a “mens legislatoris” que se destaca da Justificativa é relevante sob a ótica do interesse público, destarte, resta

registrado o elevado grau de importância meritória do Projeto de Lei nº 361/2013. Entretanto, vislumbra-se da análise jurídica

do projeto que o seu objeto normativo é inconstitucional, desta forma gerando gravame de invalidade insanável para o mesmo.

Em primeiro ponto, a antinomia com o ordenamento jurídico perpassa pelo fato de que os projetos de lei autorizativos de

iniciativa parlamentar são injurídicos, pois não conformam normas de direito e, destarte, não implicam em obrigação jurídica a

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

34

ser cumprida pelos seus destinatários. Em verdade tais normas constroem, simplesmente, mera faculdade – in casu agravada

por não ter sido solicitada por quem de direito representa o Poder Executivo estadual (o Governador do Estado) – que pode ou

não ser exercida por quem tais normas pretendam alcançar. Em artigo publicado na Biblioteca Digital da Câmara dos

Deputados, o professor Márcio Silva Fernandes1 ministra que:

“O projeto autorizativo nada acrescenta ao ordenamento jurídico, pois não possui caráter obrigatório para aquele a

quem é dirigido. Apenas autoriza o Poder Executivo a fazer aquilo que já lhe compete fazer, mas não atribui dever ao

Poder Executivo de usar a autorização, nem atribui direito ao Poder Legislativo de cobrar tal uso”.

Nota-se que a inconstitucionalidade está presente em todo e qualquer projeto “autorizativo”, independentemente deste possuir

ou não objeto normativo pertencente ao campo de matérias de iniciativa legislativa do Chefe do Poder Executivo (art. 61, §1º,

da CR), que por simetria de formas do Pacto Federativo também incide no âmbito dos Entes Federados estaduais (ADI 637,

Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 25-8-04, DJ de 1º-10-04). Uníssono a este entendimento, a própria Súmula nº 1,

da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados, assim declara:

“Projeto de lei, de autoria de Deputado ou Senador, que autoriza o Poder Executivo a tomar determinada providência,

que é de sua competência exclusiva, é inconstitucional”

Na mesma corrente, o Supremo Tribunal Federal firmou posição de que a utilização das leis de cunho autorizativo não pode ser

desvirtuada, pois isso traduz interferência na atividade privativa do Executivo. Ad litteram:

“O fato de a lei impugnada ser meramente autorizativa não lhe retira a característica de inconstitucionalidade, que a

desqualifica pela raiz” (STF, Pleno, Repr. 686-GB, in Revista da PGE, vol. 16, pág. 276)”.

Não obstante a falta de força jurídica, em um segundo ponto que se desdobra do primeiro, a problemática dos projetos

“autorizativos” converge também para outra inconstitucionalidade decorrente da desobediência ao Princípio da Separação de

Poderes e ao Princípio da Reserva de Administração, em face de ser vedado ao Poder Legislativo impor obrigação ou

autorização ao Poder Executivo no contexto de sua atuação político-administrativa.

Em outras palavras, prever em seu artigo 2°, O conteúdo do prospecto terá informações de caráter técnico, com linguagem

acessível a todos, e poderá ser desenvolvido e distribuído pelo Poder Executivo através do órgão que julgar competente, e por

parcerias firmadas com as prefeituras municipais, nos locais especificados no artigo 1º desta Lei. Mais uma vez, o Supremo

Tribunal Federal, na Representação de Inconstitucionalidade nº 993-9, relatada pelo Ministro Néri da Silveira, proferiu:

“Lei autorizativa traduz, sob ângulo material, verdadeiro ato administrativo. Ora, ao órgão legislativo só é lícito

participar diretamente da atividade administrativa nos casos em que, para tanto, a Constituição Estadual lhe outorgue

competência expressa. Fora daí ocorre violação do princípio da harmonia e independência dos poderes (C.F., artigo 10,

inc. VII, letra ‘e’).”

Outrossim, salvo as exceções, taxativamente, indicadas pelo Constituinte (que não é o caso do projeto de lei ora em análise), o

fato de ser mera autorização não elide o efeito de dispor, ainda que de forma não determinativa, sobre matéria de iniciativa

alheia aos parlamentares. Vale dizer, a natureza teleológica da lei – seja a finalidade de determinar ou seja a de autorizar – não

inibe o vício de iniciativa. A inocuidade da lei não lhe retira a inconstitucionalidade, ao contrário, lhe amplia o gravame de

antijuridicidade.

Vejamos o que define a Constituição Estadual in verbis:

Art. 63. A iniciativa das leis cabe a qualquer membro ou comissão da Assembleia Legislativa, ao Governador do Estado,

ao Tribunal de Justiça, ao Ministério Público e aos cidadãos, satisfeitos os requisitos estabelecidos nesta Constituição.

Parágrafo único. São de iniciativa privativa do Governador do Estado as leis que disponham sobre:

(...)

III - organização administrativa e pessoal da administração do Poder Executivo;

(...)

VI - criação, estruturação e atribuições das Secretarias de Estado e órgãos do Poder Executivo.

Por fim, salienta-se que por vislumbrar a inconstitucionalidade formal do projeto de Lei, resta prejudicada a análise dos demais

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

35

aspectos intrínsecos ao parecer técnico legislativo, nos temos do parágrafo 5º, do art. 9º do Ato n.º 2.517/2008, que estabelece

as normas de organização e funcionamento da Procuradoria Geral da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo (Lei

Complementar n.º 287/2004), senão vejamos:

§ 5º - Averiguada a inconstitucionalidade da proposição no exame de um dos aspectos previstos nos incisos do caput

deste artigo, o Procurador poderá considerar prejudicado o exame dos demais.

São estas as considerações pertinentes na análise da propositura legislativa em foco.

Em conclusão final, o Projeto de Lei nº 361/2013, de autoria da senhora Deputada Luzia Toledo, é formalmente

INCONSTITUCIONAL e, não há emenda que lhe promova saneamento, não devendo seguir sua tramitação regular nesta Casa

de Leis.

Assim, sugerimos aos nobres pares desta Comissão o seguinte:

PARECER N.º 105/2014

A COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO é pela

INCONSTITUCIONALIDADE do Projeto de Lei nº 361/2013, de autoria da senhora Deputada Luzia Toledo.

Plenário Rui Barbosa, 1.º de abril de 2014.

ELCIO ALVARES

Presidente

CLAUDIO VEREZA

Relator

GILSINHO LOPES

JOSÉ CARLOS ELIAS

1 http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/1375/inconstitucionalidade_projetos_fernandes.pdf - 19/08/2013.

PROEJTO DE LEI Nº 410/2013 A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

DECRETA:

DISPÕE SOBRE A PROIBIÇÃO DO USO DE HIDRÓXIDO DE AMÔNIO EM ALIMENTOS NO ÂMBITO DO

ESTADO.

DISPÕE SOBRE A PROIBI Art. 1º- Fica proibido no âmbito do Estado, o uso de Hidróxido de Amônio em alimentos no âmbito do Estado.

Art. 2º- O descumprimento desta lei acarretará aos estabelecimentos responsáveis a aplicação de multa no valor equivalente a

2000 (dois mil) VRTE’s computadas em dobro no caso de reincidência.

Parágrafo único - A penalidade de multa prevista no “caput” não elide a aplicação das demais cominações administrativas e

penais previstas para a hipótese do uso de substancias nocivas à saúde do consumidor, inclusive as disposições da Lei n° 8.078,

de 11 de setembro de 1990 – Coóigo do Consumidor, além das determinadas pela ANVISA e Vigilâncias Sanitárias locais.

Art. 3º- Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Palácio Domingos Martins, 28 de novembro de 2013

Luzia Toledo

Deputada Estadual-PMDB

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

36

JUSTIFICATIVA

Essa substância é extremamente nociva à saúde humana. Por liberar amônia, o hidróxido de amônio é sufocante e bastante

irritante aos olhos, pele, mucosas e aparelho respiratório superior. A intensidade dos efeitos provocados pelo composto,

depende do tempo de exposição e podem variar de leves irritações até sérias lesões. Se inalado, pode provocar dificuldades

respiratórias, queimaduras, espasmo brônquico, edema pulmonar, retenção da urina, entre outras desordens; o contato com a

pele e olhos pode ocasionar dor, rubor, irritação e até queimaduras graves; se ingerido, pode causar uma corrosão do esôfago e

inflamação do peritônio (camada serosa responsável pela redução do atrito entre as visceras), tendo como sintomas: dores na

boca, tórax e no abdomem, vômitos, tosse e desmaio.

Repetidas exposições ao hidróxido de amônio geralmente causam tosse, respiração ruidosa e ofegante, larangite e bronquite

crônica. Os principais órgãos afetados pela contaminação por esse produto são o estômago e os pulmões. O hidróxido de

amônio não é tido como substância cancerígena, mas muito prejudicial à saúde.

Nos Estados Unidos essa substância foi proibida de ser adicionada aos alimentos e diversas redes de fast food deixaram de

utilizá-lo. Utilizavam o hidróxido de amônio para converter partes gordurosas de carne em recheio para seus produtos.

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO

PARECER N.º 118/2014

Parecer do Relator: Projeto de Lei n.º 410/2013

Autora: Deputada Luzia Toledo

Ementa: “Dispõe sobre a proibição do uso de hidróxido de amônio em alimentos no âmbito do Estado”.

I - RELATÓRIO

Cuida-se do Projeto de Lei nº 410/2013, de autoria da Senhora Deputada Estadual Luzia Toledo, que dispõe sobre a proibição

do uso de hidróxido de amônio em alimentos no âmbito do Estado.

Como é possível inferir da justificativa acostada ao Projeto (fl.03), tal medida se destina a estabelecer normas de proteção à

saúde do consumidor, porquanto, a despeito de sua reconhecida aplicação na indústria, inclusive alimentícia, o hidróxido de

amônio pode ser extremamente nocivo se adicionado diretamente a alimentos, sobretudo em razão dos riscos de causar graves

queimaduras e irritações quando em contato com a pele ou outros tecidos do corpo.

O Projeto foi protocolizado no dia 29.11.2013. Submetido à Mesa Diretora, teve sua tramitação admitida, conforme despacho

proferido à fl. 02, sendo em seguida lido na sessão ordinária do dia 03.12.2013, e publicado no Diário do poder Legislativo no

dia 18.12.2013, páginas 81 e 82.

Por derradeiro, o Projeto de Lei veio a esta Comissão de Constituição e Justiça, Serviço Público e Redação para exame e

manifestação jurídica, na forma do Artigo 41, I, do Regimento Interno.

É o relatório.

II – PARECER DO RELATOR

2.1 DA CONSTITUCIONALIDADE FORMAL

Preliminarmente, saliente-se que o exame do projeto de lei, sob o aspecto da constitucionalidade formal, tem por escopo

averiguar se o mesmo está de acordo com as normas constitucionais que regulam o processo legislativo, bem como aferir se a

proposição trata de tema da competência legislativa que a Lei Fundamental atribui aos Estados-membros.

Em outras palavras, esta primeira análise se limita a apontar a existência de eventuais vícios formais a macular o futuro ato

normativo singularmente considerado, sem adentrar o seu conteúdo, em razão da inobservância dos pressupostos e

procedimentos relativos à formação da lei.

Como bem assinala o professor Gilmar Ferreira Mendes, in verbis:

“os vícios formais traduzem defeito de formação do ato normativo, pela inobservância de princípio de ordem técnica ou

procedimental ou pela violação de regras de competência. Nesses casos, viciado é o ato nos seus pressupostos, no seu

procedimento de formação, na sua forma final.” 1

Tecidas essas considerações iniciais, verifica-se que o Projeto de Lei repercute nas relações de consumo, porquanto, ao

estabelecer regras que, em última análise, visam a preservar a saúde dos consumidores, interfere na relação jurídica

estabelecida entre estes e os destinatários da norma, ora representados pelos fornecedores de alimentos.

Por outro lado, a despeito dessa vocação consumerista subjacente ao Projeto de Lei em exame, não se pode olvidar o inegável

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

37

caráter econômico e sanitário da Proposição. No primeiro caso, por impor restrições à produção e comercialização de alimentos

e bebidas que incluam hidróxido de amônio em sua composição. No segundo, por tentar reduzir os riscos de danos à saúde

ocasionados pela ingestão da referida substância química.

Destarte, por se referir às matérias de produção, consumo e defesa da saúde, conclui-se que a competência legislativa, nos

moldes do art. 24, incisos V e XII, da Constituição Federal, é concorrente entre a União e Estados-membros. Confira-se:

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

[...]

V – produção e consumo.

XII – previdência social, proteção e defesa da saúde.

(grifou-se)

Conveniente salientar que no campo da competência legislativa concorrente, a repartição de competência entre os Entes

Federados dá-se de forma não cumulativa, segundo a qual, na dicção de Fernanda dias Menezes de Almeida, “há definição

prévia do campo de atuação legislativa de cada centro de poder em relação a uma mesma matéria, cada um deles, dentro dos

limites definidos, deverá exercer a sua competência com exclusividade, sem subordinação hierárquica.” 2

Em outras palavras, relativamente aos temas arrolados no art. 24 da Constituição deve a União limitar-se a estabelecer normas

gerais (CF, art. 24, § 1º), cabendo aos Estados-membros, observadas as normas gerais federais, desenvolver toda uma

legislação específica que atenda às suas peculiaridades locais (CF, art. 24, § 2º).

Pois bem. No espaço reservado à sua competência para legislar sobre normas gerais em matéria de consumo, a União editou a

Lei Federal nº 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor), cujo art. 4º, II, “d”, define como princípio básico das relações de

consumo a necessidade de haver ações governamentais no sentido de dar efetiva proteção ao consumidor, assegurando que

produtos e serviços sejam postos no mercado de consumo com padrões adequados de segurança.

Ademais, consoante o art. 6°, inc. I, do Diploma Consumerista, situa-se entre os direitos básicos do consumidor o direito de

proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços

considerados perigosos ou nocivos.

Por sua vez, os artigos 8º e 10 do Código de Defesa do Consumidor são expressos ao proibirem, com as devidas ressalvas

legais, a colocação no mercado de consumo de produtos que possam representar riscos à saúde e à segurança dos

consumidores.

Nessa esteira, ao proibir que o hidróxido de amônio seja empregado diretamente na fabricação ou preparação de alimentos,

caminhou o legislador estadual no sentido de conferir concretude aos princípios, direitos e vedações supracitados, colmatando a

normatividade do diploma federal em benefício dos consumidores, campo temático no qual o Estado está autorizado a atuar.

Logo, ao ser apreciado sob o ponto de vista da tutela ao direito do consumidor, o Projeto não extrapola os limites da

competência legislativa estadual, sendo, por esta razão, formalmente constitucional.

Não obstante, como já explicitado, a Proposição não cuida apenas de consumo, na medida em que também dispõe sobre

questões relativas à produção de alimentos e à proteção e defesa da saúde.

Conquanto sejam temas também inseridos no âmbito da competência legislativa concorrente, verifica-se que o Projeto de Lei

em questão afronta as regras de repartição de competência traçadas pela Constituição.

Chega-se a esta conclusão pelo fato de a legislação federal existente (Decreto-Lei n. 986, de 21/10/1969, Decreto Federal n.

55.871, de 26/03/1965, Portaria SVS/MS n. 540, de 27/10/97, entre outros) autorizar a utilização de aditivos alimentares,

mediante o atendimento de certas condições, como, por exemplo, a justificativa técnica do uso do aditivo alimentar, o prévio

registro do mesmo no Ministério da Saúde e, uma vez autorizado, que a utilização da substância se dê dentro dos limites

previamente fixados (art. 5º, Decreto n. 55.871/65).

Demais disso, tais atos normativos também determinam que toda substância, antes de ser adicionada a qualquer alimento, deve

se submetida à análise laboratorial, a fim de verificar, entre outros aspectos, a sua adequação toxicológica (art. 9º, Dec. Lei n.

986/69 c/c art. 2.1 Portaria SVS/MS n. 540/97).

Assim, ao proibir peremptoriamente, e sem qualquer ressalva, a utilização do hidróxido de amônio no fabrico de alimentos e

bebidas no âmbito territorial do Estado, afastou-se o Projeto de Lei de seu caráter meramente suplementar, pois, ao invés de

adaptar a legislação federal às peculiaridades locais, nos termos do art. 24, § 2º da Constituição, criou norma geral paralela e

confrontante com a regulamentação federal em vigor.

Nesse sentido, já decidiu o Colendo Supremo Tribunal Federal, litteris:

EMENTA. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI 14.861/05, DO ESTADO DO PARANÁ.

INFORMAÇÃO QUANTO À PRESENÇA DE ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS EM ALIMENTOS E

INGREDIENTES ALIMENTARES DESTINADOS AO CONSUMO HUMANO E ANIMAL. LEI FEDERAL 11.105/05 E

DECRETOS 4.680/03 E 5.591/05. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE PARA DISPOR SOBRE

PRODUÇÃO, CONSUMO E PROTEÇÃO E DEFESA DA SAÚDE. ART. 24, V E XII, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

ESTABELECIMENTO DE NORMAS GERAIS PELA UNIÃO E COMPETÊNCIA SUPLEMENTAR DOS ESTADOS. 1.

Preliminar de ofensa reflexa afastada, uma vez que a despeito da constatação, pelo Tribunal, da existência de normas federais

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

38

tratando da mesma temática, está o exame na ação adstrito à eventual e direta ofensa, pela lei atacada, das regras

constitucionais de repartição da competência legislativa. Precedente: ADI 2.535-MC, rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ

21.11.03. 2. Seja dispondo sobre consumo (CF, art. 24, V), seja sobre proteção e defesa da saúde (CF, art. 24, XII), busca

o Diploma estadual impugnado inaugurar regulamentação paralela e explicitamente contraposta à legislação federal

vigente. 3. Ocorrência de substituição - e não suplementação - das regras que cuidam das exigências, procedimentos e

penalidades relativos à rotulagem informativa de produtos transgênicos por norma estadual que dispôs sobre o tema de

maneira igualmente abrangente. Extrapolação, pelo legislador estadual, da autorização constitucional voltada para o

preenchimento de lacunas acaso verificadas na legislação federal. Precedente: ADI 3.035, rel. Min. Gilmar Mendes, DJ

14.10.05. 4. Declaração de inconstitucionalidade conseqüencial ou por arrastamento de decreto regulamentar superveniente em

razão da relação de dependência entre sua validade e a legitimidade constitucional da lei objeto da ação. Precedentes: ADI 437-

QO, rel. Min. Celso de Mello, DJ 19.02.93 e ADI 173-MC, rel. Min. Moreira Alves, DJ 27.04.90. 5. Ação direta cujo pedido

formulado se julga procedente.3 (grifou-se)

Deveras, não podem os Estados-membros, a pretexto de suprir lacunas deixadas pela norma geral, transgredir a lei federal já

existente, dispondo em sentido diametralmente oposto a esta, sob pena de quebrantarem a harmonia do condomínio legislativo

estabelecido entre a União e Estados-membros pelo texto constitucional.

De outra perspectiva, ao estabelecer uma disciplina própria, válida exclusivamente para as empresas instaladas no território do

Espírito Santo, o Projeto de Lei também incorre em inconstitucionalidade por impor um desigual tratamento para os fabricantes

e comerciantes de alimentos aqui situados, repercutindo inegavelmente no mercado interestadual e, por consequência,

usurpando a competência privativa da União para dispor sobre comércio interestadual, a teor do art. 22, inc. VIII, da

Constituição Federal4.

Em virtude dessa reserva de competência legislativa, afigura-se inadmissível restringir a proibição contida no Projeto de Lei

aos produtos fabricados e comercializados no Espírito Santo, na medida em que o tema reclama padronização em âmbito

nacional. Ou, em outros dizeres, não se revela razoável estabelecer critérios de fabricação e comercialização em uma única

Unidade Federativa, conforme pretendido, vez que, como é sabido, uma grande variedade de produtos alimentícios são

oriundos de outros Estados da federação.

Por todas as linhas de diagnose realizada, chega-se a conclusão de que o Projeto em estudo, in totum, não se sustenta

juridicamente, por possuir gravames de inconstitucionalidade. Desta forma, perante a análise jurídica, verifica-se do

diagnóstico decorrente que, incontestavelmente, a pretensa normatividade da Proposição Legislativa traz pontos de antinomia

com os preceitos constitucionais, tornando-se gravada como formalmente inconstitucional.

Por fim, salienta-se que por vislumbrar a inconstitucionalidade formal do projeto de Lei, resta prejudicada a análise dos demais

aspectos intrínsecos ao parecer técnico legislativo, nos temos do parágrafo 5º, do art. 9º do Ato n.º 2.517/2008, que estabelece

as normas de organização e funcionamento da Procuradoria Geral da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo (Lei

Complementar n.º 287/2004), senão vejamos:

§ 5º - Averiguada a inconstitucionalidade da proposição no exame de um dos aspecto previstos nos incisos do caput

deste artigo, o Procurador poderá considerar prejudicado o exame dos demais.

Em conclusão, pelas razões acima expendidas, sugiro aos Ilustres Pares desta Comissão a adoção do seguinte:

PARECER N.º 118/2014

A Comissão de Constituição e Justiça, Serviço Público e Redação é pela INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL do

Projeto de Lei nº 410/2013, de autoria da Deputada Luzia Toledo.

Plenário Rui Barbosa, 1.º de abril de 2014.

ELCIO ALVARES

Presidente

SANDRO LOCUTOR

Relator

MARCELO SANTOS

JOSÉ CARLOS ELIAS

1 in: Curso de Direito Constitucional, 2011, p. 1070 2 In: Competências na Constituição de 1988, 2010, p. 128 3 ADI 3645/PR, Relatora Ministra Ellen Gracie, DJ 31/05/2006. 4 Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: [...] VIII – comércio exterior e interestadual.

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

39

PROJETO DE LEI Nº 438/2013.

Dispõe sobre a proibição de os estabelecimentos comerciais denominados de hipermercados, supermercados ou congêneres

cobrarem, no momento do pagamento, preços diferentes daqueles veiculados na promoção dos produtos sobre a prateleira no

âmbito do Estado do Espírito Santo.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO DECRETA:

Art. 1º Todos os estabelecimentos comerciais denominados de hipermercados, supermercados ou congêneres ficam proibidos

de cobrarem preços diferentes daqueles veiculados nos produtos que se encontrem em promoção sobre a prateleira.

Parágrafo único. O descumprimento do disposto no “caput” deste artigo só poderá ocorrer nos casos em que o valor cobrado

no caixa seja inferior ao da promoção do produto sobre a prateleira.

Art. 2º Comprovada a diferença entre a superioridade do valor do produto cobrado no caixa relativamente ao valor exibido pela

promoção do mesmo produto sobre a prateleira, o comerciante deverá fornecer o produto gratuitamente ao consumidor.

Art. 3º O descumprimento de quaisquer dos dispositivos desta Lei é ato ilícito nos termos do artigo 186, do Código Civil

brasileiro, ficando o infrator sujeito a ações indenizatórias decorrentes dos artigos 12 e 14, ambos da Lei nº 8.078/90 (CDC),

pelos danos aos usuários causados, sem prejuízo das demais ações cabíveis.

Art. 4º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Sala das Sessões, em 17 de dezembro de 2013.

Luiz Durão

Deputado Estadual/ PDT

Vice-Presidente da ALES

JUSTIFICATIVA

O presente Projeto de Lei que dispõe sobre a proibição de os estabelecimentos comerciais denominados de hipermercados,

supermercados ou congêneres cobrarem, no momento do pagamento, preços diferentes daqueles veiculados na promoção dos

produtos sobre a prateleira no âmbito do Estado do Espírito Santo visa coibir uma prática que, ultimamente, tem sido usual,

principalmente nos supermercados e hipermercados, pois têm sido recorrentes as reclamações a esse respeito. Isso, tendo em

vista o fato de os estabelecimentos cobrarem valores superiores àqueles que se encontram em promoção nos produtos sobre a

prateleira. De modo que, se aproveitam, por muitas vezes, da falta de atenção dos consumidores, estes que por muitas vezes,

devido a pressa, não conseguem notar essa espécie de fraude cometida pelos estabelecimentos.

O nosso atual Código Civil, prevê, em seu artigo 927, a possibilidade de reparação do dano em virtude da prática de ato ilícito.

Vejamos:

"Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo."

Dessa forma, constatado o fato que gerou o dano, proveniente da relação de consumo, e o dano à parte mais fraca, caberá ao

responsável a sua reparação, não havendo necessidade do consumidor apresentar prova da culpa.

O nosso atual Código Civil, prevê, em seu artigo 927, a possibilidade de reparação do dano em virtude da prática de ato ilícito.

Vejamos: "Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo."

Complementando, segue a norma legal: "Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa,

nos casos, especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua

natureza, risco para os direitos de outrem."

O referido parágrafo está justamente inserido de forma a representar o Código de Defesa do Consumidor, em sua previsão

legal, ao mencionar que o causador do dano deve reparar a lesão independentemente de culpa, nos casos previstos em lei. Esta

Lei, no presente caso, é justamente o CDC.

Ao contrário do que exige a lei civil, quando reclama a necessidade da prova da culpa, na relação entre consumidores esta

prova é plenamente descartada, sendo suficiente a existência do dano efetivo ao ofendido. Isso porque, os artigos da Lei assim

o determinam. Dessa forma, constatado o fato que gerou o dano, proveniente da relação de consumo, e o dano à parte mais

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

40

fraca, caberá ao responsável a sua reparação, não havendo necessidade do consumidor apresentar prova da culpa. Nesse mesmo

sentido, a redação do art. 14 do CDC é clara. Senão vejamos:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos

causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou

inadequadas sobre sua fruição e riscos.

Assim sendo, verifica-se que a Lei nº 8.078/90 estabeleceu a responsabilidade objetiva dos produtores e fornecedores da cadeia

produtiva, não levando em consideração a existência da culpa frente aos danos provenientes de acidentes de consumo ou vícios

na qualidade ou quantidade dos mesmos ou na prestação dos serviços. Nesse sentido, acompanhemos o seguinte julgado do

Tribunal de Justiça do RS:

Resta caracterizada a falha da ré, na prestação de serviço, sendo caso de aplicação do art. 14 do Código de Defesa do

Consumidor, segundo o qual os fornecedores respondem, independentemente de culpa, pela reparação dos danos

causados a consumidores por defeitos relativos aos serviços prestados, bem como por informações insuficientes ou

inadequadas sobre sua fruição e riscos.

O entendimento supra é pacífico no poder judiciário, restando consagrada a determinação expressa da norma legal do Código

de Defesa do Consumidor.

Por fim, o doutrinador Nelson Nery ensina:

A norma estabelece a responsabilidade objetiva como sendo o sistema geral da responsabilidade do CDC. Assim, toda

indenização derivada de relação de consumo, sujeita-se ao regime da responsabilidade objetiva, salvo quando o Código

expressamente disponha em contrário. Há responsabilidade objetiva do fornecedor pelos danos causados ao consumidor,

independentemente da investigação de culpa.

Portanto, a intenção subjetiva pouco importa quando enfrentamos questões que envolvem relações de consumo, pois esta não

faz parte dos critérios determinantes no momento de se condenar à reparação do dano, pois que, havendo ou não a pretensão de

lesar, o que interessa é apenas a existência do prejuízo, e por isso, o causador é obrigado a repará-lo.

Desse modo, não existe, ao nosso juízo, nenhum motivo de ordem formal ou meritória que possa servir de óbice à aprovação da

presente medida. Pelo contrário, considerando os abusos que constatamos no nosso cotidiano, acreditamos que a presente

proposição merece a aprovação deste Parlamento. De modo que, ante todo o exposto solicito o concurso dos meus Nobres

Pares para a aprovação do presente Projeto de Lei.

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO

PARECER N.º 121/2014

Parecer do Relator: Projeto de Lei n.º 438/2013

Autor: Deputado Luiz Durão

Assunto: Dispõe sobre a proibição de os estabelecimentos comerciais denominados de hipermercados, supermercados ou

congêneres cobrarem, no momento do pagamento, preços diferentes daqueles veiculados na promoção dos produtos sobre a

prateleira no âmbito do Estado do Espírito Santo.

RELATÓRIO

O Projeto de Lei nº 438/2013, de autoria do Deputado Luiz Durão, dispõe sobre a proibição de os estabelecimentos comerciais

denominados de hipermercados, supermercados ou congêneres cobrarem, no momento do pagamento, preços diferentes

daqueles veiculados na promoção dos produtos sobre a prateleira no âmbito do Estado do Espírito Santo.

A Proposição foi protocolizada no dia 17/12/2013, lida na Sessão Ordinária do dia 18/12/2013. Quanto à publicação no Diário

do Poder Legislativo – DPL que é obrigatória deverá ser providenciada pelo setor competente e anexada aos autos após a

emissão deste Parecer.

O Projeto veio a esta Comissão de Constituição e Justiça Serviço Público e Redação na forma do art. 41, inciso I do Regimento

Interno (Resolução nº 2.700/09).

É o relatório.

PARECER DO RELATOR

DA ANÁLISE QUANTO AO ASPECTO DA JURIDICIDADE, CONSTITUCIONALIDADE FORMAL E MATERIAL,

LEGALIDADE E TÉCNICA LEGISLATIVA.

Pelo prisma da constitucionalidade não há quaisquer obstáculos a serem invocados, eis que o Projeto de Lei em epígrafe trata de

matéria de competência legislativa remanescente dos Estados Federados, consoante o que dispõe o art. 25, § 1º, da Constituição

Federal.

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

41

Sobre o assunto em tela, a Constituição da República prevê no art. 24, V, a competência concorrente da União, Estados e

Distrito Federal para legislar, conforme segue:

“Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

V - produção e consumo.”

Realmente, a criação de deveres exigíveis dos fornecedores por consequência de cobranças indevidas, notadamente a forma de

ajuste da respectiva exigência, constitui matéria de inegável interesse nacional, a demandar tratamento uniforme em todo o

território brasileiro. Com efeito, as normas em comento não especificam tratamento jurídico porventura existente acerca dessa

matéria, não constituem uma solução optativa escolhida sob a influência determinante de uma norma geral. Pelo contrário, elas

buscam inovar o ordenamento, criando um direito/dever dantes não previsto, e que é do interesse do segmento dos

consumidores/contribuintes como um todo. Não se trata, portanto, de tratamento específico de diretrizes veiculadas por uma

norma geral, em adaptação às peculiaridades regionais.

Em suma: a matéria objeto da presente norma não demanda um tratamento geral e uniforme, por ser de interesse nacional; não

configura mero desdobramento de disciplina contida em um regramento geral preexistente. Por fim, não se trata também de

legislação de que tenha previsão em norma federal que justificasse a competência legislativa plena.

Nada obstante a isso, tem-se que a inobservância dos ditames da competência legislativa concorrente, colocados no art. 24 da

Carta da República, assume o lugar de mera argumentação adminiculativa na presente hipótese, quando se atenta para o fato de

que o texto em aquisição representa, na verdade, verdadeiro retrocesso na proteção dos direitos dos consumidores capixabas em

caso de cobrança indevida.

Conforme justificativa do autor a iniciativa em comento visa coibir uma pratica usual, principalmente aos supermercados,

hipermercados e congêneres de cobrarem do consumidor preços diferentes daqueles vinculados na promoção dos produtos

ofertados nas gôndolas e ou prateleiras desses estabelecimentos.

Salienta também, que após constatado o fato que gerou o dano proveniente da relação de consumo, caberá ao responsável a sua

reparação.

De fato, tal pratica é constante e motivo de várias de reclamações dos consumidores gerando denuncias nos órgãos públicos de

Defesa do Consumidor. Vale destacar que no dia 15 de janeiro de 2014, entra em vigor no Rio de Janeiro a campanha “DE

OLHO NO PREÇO”, cujo objetivo é garantir ao consumidor o direito de levar gratuitamente o produto que tiver diferença entre

o preço anunciado dentro do supermercado e o registrado no caixa.

A iniciativa faz parte de um termo de compromisso firmado entre a Defensoria Pública e os órgãos do Sistema Estadual de

Defesa do Consumidor, as associações de supermercados.

A norma não contempla produtos das seções têxteis, eletrônicos, áudio e vídeo ou equipamento para veículos. Aderiram também

a Campanha o Ministério Público a Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa (ALERJ) e a Ordem dos

Advogados do Brasil (OAB/RJ).

Em caso de descumprimento, os supermercados receberão multa diária de R$ 1.000,00 (mil reais), revertidos aos Fundos de

Defesa do Consumidor (extraído do site: www.portaldoconsumidor.gov.br).

Assim, quanto ao art. 2º do Projeto de Lei em foco, prescreve “Comprovada à diferença entre a superioridade do valor do

produto cobrado no caixa relativamente ao valor exibido pela promoção do mesmo produto sobre a prateleira, o comerciante

deverá fornecer o produto gratuitamente ao consumidor”.

Tal descumprimento não é previsto no Código de Defesa do Consumidor, consequentemente, isto é, fornecer o produto

gratuitamente ao consumidor quando nos caso a que o valor cobrado no caixa seja maior que os da promoção do produto nas

prateleiras.

Desta forma vejamos que diz o Código de Defesa do Consumidor (Lei Federal nº 8.078/90):

“Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o

consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:

I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade;

II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;”

“Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal.

Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para informação dos

legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem.”

“Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.

§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa,

ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza,

características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.

§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo

ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

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seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.

§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do

produto ou serviço.”

“Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina.”

“Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções

administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em normas específicas:

I – (...);

XII - imposição de contrapropaganda.”

Destacamos também que o art 6º do CDC já estabelece os direitos básicos do consumidor, entre as quais a proteção contra

práticas abusivas impostas no fornecimento de produtos e serviços.

Nesse sentido, vejamos o que prescreve a Lei nº 10.962/2004 que dispõe sobre a oferta e as formas de afixação de preços de

produtos e serviços para o consumidor:

“Art. 5º No caso de divergência de preços para o mesmo produto entre sistemas de informação de preços utilizados pelo

estabelecimento, o consumidor pagará o menor dentre eles.”

Resumindo, no caso de diferenciação do preço diferente do anunciado pelo fornecedor, o consumidor poderá exigir à sua escolha:

- a substituição do produto por outro da mesma espécie;

- a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada;

- ou o abatimento proporcional ao preço.

Neste contexto, é entendimento dos PROCON’s Nacionais que os supermercados que praticam preços diferentes no caixa e na

prateleira ferem o artigo 31 do CDC que preconiza que as ofertas devem assegurar as informações corretas e precisas sobre suas

características preços dentre outros através das denuncias dos consumidores, o órgão fiscalizará e poderá aplicar além de multa e

outras penalidades cabíveis.

Assim, opinamos pela INCONSTITUCIONALIDADE do Projeto de Lei nº 438/2013, de autoria do Deputado Luiz durão por

superveniência de lei, ficando prejudicado o exame dos demais aspectos da proposição. Isto posto, sugerimos aos Ilustres pares

desta Comissão a adoção do seguinte:

PARECER N.º 121/2014

A COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO é pela

INCONSTITUCIONALIDADE e ILEGALIDADE, do Projeto de Lei nº 438/2013, de autoria do Deputado Luiz Durão.

Plenário Rui Barbosa, 1.º de abril de 2014.

ELCIO ALVARES

Presidente

SANDRO LOCUTOR

Relator

MARCELO SANTOS

JOSÉ CARLOS ELIAS

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

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PROJETO DE LEI Nº 006/2014.

“Dispõe sobre o benefício do pagamento de meia-entrada para estudantes, idosos, pessoas com deficiência e jovens de 15

a 29 anos comprovadamente carentes em espetáculos artístico-culturais e esportivos.”

A Assembléia Legislativa do Estado do Espírito Santo

D E C R E T A

Art. 1o É assegurado aos estudantes o acesso a salas de cinema, cineclubes, teatros, espetáculos musicais e circenses e eventos

educativos, esportivos, de lazer e de entretenimento, em todo o território nacional, promovidos por quaisquer entidades e

realizados em estabelecimentos públicos ou particulares, mediante pagamento da metade do preço do ingresso efetivamente

cobrado do público em geral.

§ 1o O benefício previsto no caput não será cumulativo com quaisquer outras promoções e convênios e, também, não se aplica ao valor dos serviços adicionais eventualmente oferecidos em camarotes, áreas e cadeiras especiais.

§ 2o Terão direito ao benefício os estudantes regularmente matriculados nos níveis e modalidades de educação e ensino

previstos no Título V da Lei Federal no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que comprovem sua condição de discente, mediante

a apresentação, no momento da aquisição do ingresso e na portaria do local de realização do evento, da Carteira de

Identificação Estudantil (CIE), emitida pela Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), pela União Nacional dos

Estudantes (UNE), pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), pelas entidades estaduais e municipais filiadas

àquelas, pelos Diretórios Centrais dos Estudantes (DCEs) e pelos Centros e Diretórios Acadêmicos, com prazo de validade

renovável a cada ano, conforme modelo único nacionalmente padronizado e publicamente disponibilizado pelas entidades

nacionais antes referidas e pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), com certificação digital deste, podendo a

carteira de identificação estudantil ter 50% (cinquenta por cento) de características locais.

§ 3o A Associação Nacional de Pós-Graduandos, a União Nacional dos Estudantes, a União Brasileira dos Estudantes

Secundaristas e as entidades estudantis estaduais e municipais filiadas àquelas deverão disponibilizar um banco de dados

contendo o nome e o número de registro dos estudantes portadores da Carteira de Identificação Estudantil (CIE), expedida nos

termos desta Lei, aos estabelecimentos referidos no caput deste artigo e ao Poder Público.

§ 4o A representação estudantil é obrigada a manter o documento comprobatório do vínculo do aluno com o estabelecimento

escolar, pelo mesmo prazo de validade da respectiva Carteira de Identificação Estudantil (CIE).

§ 5o A Carteira de Identificação Estudantil (CIE) será válida da data de sua expedição até o dia 31 de março do ano

subsequente.

§ 6o Também farão jus ao benefício da meia-entrada as pessoas com deficiência, inclusive seu acompanhante quando

necessário, sendo que este terá idêntico benefício no evento em que comprove estar nesta condição, na forma do regulamento.

§ 7o Também farão jus ao benefício da meia-entrada os jovens de 15 a 29 anos de idade de baixa renda, inscritos no Cadastro

Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e cuja renda familiar mensal seja de até 2 (dois) salários

mínimos, na forma do regulamento.

§ 8. A concessão do direito ao benefício da meia-entrada é assegurada em 40% (quarenta por cento) do total dos ingressos

disponíveis para cada evento.

Art. 2o O cumprimento do percentual de que trata o § 10 do art. 1o será aferido por meio de instrumento de controle que faculte

ao público o acesso a informações atualizadas referentes ao quantitativo de ingressos de meia-entrada disponíveis para cada

sessão.

§ 1o As produtoras dos eventos deverão disponibilizar:

I - o número total de ingressos e o número de ingressos disponíveis aos usuários da meia-entrada, em todos os pontos de venda

de ingressos, de forma visível e clara;

II – o aviso de que houve o esgotamento dos ingressos disponíveis aos usuários da meia-entrada em pontos de venda de

ingressos, de forma visível e clara, quando for o caso.

§ 2o Os estabelecimentos referidos no caput do art. 1o deverão disponibilizar o relatório da venda de ingressos de cada evento à

Associação Nacional de Pós-Graduandos, à União Nacional dos Estudantes, à União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, a

entidades estudantis estaduais e municipais filiadas àquelas e ao Poder Público, interessados em consultar o cumprimento do disposto no § 10 do art. 1o.

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

44

Art. 3o No âmbito do Estado do Espírito Santo esta lei será fiscalizada pelos PROCONs- Órgãos Estaduais e Municipais

constituídos pelos poderes públicos com a finalidade de defesa do consumidor.

Parágrafo único. A comprovação da emissão irregular ou fraudulenta de carteiras estudantis acarretará à entidade emissora,

conforme o caso, sem prejuízo das sanções administrativas e penais aplicáveis aos responsáveis pela irregularidade ou fraude:

I - multa; e

II - suspensão temporária da autorização para emissão de carteiras estudantis;

Art. 4o Os estabelecimentos referidos no caput do art. 1o deverão afixar cartazes, em local visível da bilheteria e da portaria, de

que constem as condições estabelecidas para o gozo da meia-entrada, com os telefones dos órgãos de fiscalização.

Art. 5º Até que a Carteira de Identificação Estudantil (CIE) possa ser emitida pelas entidades de que trata o § 2º do art. 1º desta

lei, nos moldes previstos no referido §, serão aceitas as carteiras de identificação da forma como são expedidas atualmente.

Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Sala das Sessões, 6 de janeiro de 2014.

DEPUTADO GILSINHO LOPES

J U S T I F I C A T I V A

O Congresso Nacional, recentemente, aprovou a lei 12.933/2013. A legislação estadual necessita ser compatibilizada à referida

lei.

Além disso, é importante garantir a validade das atuais carteiras até que possam ser emitidas como prevê a lei federal, bem

como nominar os órgãos de fiscalização que, no Estado, terão atribuições do poder de polícia para assegurar o direito previsto

nesta norma.

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO

PARECER N.º 108/2014

PARECER DO RELATOR: Projeto de Lei n.º 06/2014

AUTOR: Deputado Estadual Gilsinho Lopes

ASSUNTO: Dispõe sobre o benefício do pagamento de meia-entrada para estudantes, idosos, pessoas com deficiência e jovens

de 15 a 29 anos comprovadamente carentes em espetáculos artístico-culturais e esportivos.

RELATÓRIO

O Projeto de Lei nº 06/2014, de autoria do Senhor Deputado Gilsinho Lopes, objetiva dispor sobre o benefício do pagamento

de meia-entrada para estudantes, idosos, pessoas com necessidades especiais e jovens na faixa dos 15 aos 29 anos

confirmadamente carentes em espetáculos de natureza artística, culturais e esportivas.

A Proposição foi protocolizada no dia 07 de janeiro de 2014, lida na Sessão Ordinária do dia 04 de fevereiro de 2014 e a

publicação no Diário do Poder Legislativo que é indispensável, certamente será providenciada pelo setor competente. Após, o

Projeto de Lei recebeu encaminhamento para esta Comissão de Constituição e Justiça, Serviço Público e Redação, conforme

dispõe o art. 41 do Regimento Interno da ALES (Resolução nº 2.700/2009).

Este é o Relatório.

PARECER DO RELATOR

Conforme acima já grifado, Projeto de Lei nº 06/2014, de autoria do Senhor Deputado Gilsinho Lopes, visa assegurar o

beneficio do pagamento da meia-entrada para estudantes, idosos, pessoas com necessidades especiais e jovens na faixa dos 15

aos 29 anos confirmadamente carentes em espetáculos de natureza artística, culturais e esportivas.

Denota-se da normatização que sua finalidade ainda prevê outras providências referentes:

1º) O valor de 50% corresponderá sempre à metade do valor do ingresso cobrado, não sendo cumulativo a incidência de

descontos provenientes de convênios e promoções;

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

45

2º) Define que o acesso dos beneficiários refere-se a estabelecimentos que realizam espetáculos musicais, artísticos, circenses,

teatrais, cinematográficos, atividades sociais, recreativas e quaisquer outros que proporcionem lazer e entretenimento;

3º) Para fins do exercício do pretenso direito, deverá o beneficiado comprovar atendimento as exigências e condicionantes por

meio de documento de identidade expedido na conformidade do Título V da Lei Federal nº 9.394/1996; e

4º) A entidade que comprovadamente emitir carteiras fraudulentas ou irregulares serão penalizadas administrativa e

penalmente.

A princípio, seu escopo é de grande relevância para o interesse público, daí que, em tese, se dá o seu elevado grau para o

interesse público. Trazendo esse entendimento, a Justificativa do Projeto argumenta:

O Congresso Nacional, recentemente, aprovou a lei 12.933/2013. A legislação estadual necessita ser compatibilizada à referida

lei.

Além disso, é importante garantir a validade das atuais carteiras até que possam ser emitidas como prevê a lei federal, bem

como nominar os órgãos de fiscalização que, no Estado, terão atribuições do poder de polícia para assegurar o direito previsto

nesta norma.

É inegável que a teleologia objetivada pela mens legislatoris, a medida é apta e capaz de permitir a inclusão das pessoas

portadoras de necessidades à vida comunitária, assim se revelando plenamente meritória frente aos interesses da sociedade

capixaba. Desta forma, resta confirmada a condição de pleno valor do Projeto de Lei ora em apreço. Entretanto, sob o enfoque

jurídico, desponta da análise que o objeto normativo, do Projeto de Lei nº 06/2014, produz uma infringência direta aos

comandos endereçados nos incisos III e VI, do parágrafo único, do artigo 63, da Constituição Estadual.

Tal infringência se verifica pela própria circunstância definida no texto da Proposição Normativa, pois, por ser de autoria de

parlamentar, não poderia prever ações que correspondam diretamente a nova atribuição a ser desempenhada pelos servidores

públicos da Secretaria de Estado respectiva. Ou seja, ações referentes a fiscalização e a aplicação de multa às entidades

infratoras corresponde necessariamente a organização administrativa e pessoal da administração do Poder Executivo e,

consequentemente, define uma nova atribuição para uma das Secretarias de Estado ou de órgãos deste Poder.

Vale destacar, por ser de autoria de Deputado Estadual, o Projeto não poderia definir novas incumbências para órgão público

do Poder Executivo Estadual, além disso, não poderia impor, também, ingerência na organização de pessoal e de conduta

funcional para ocupantes de cargos públicos daquele Poder, ao determinar, explicitamente, que no âmbito do Estado a

incumbência da fiscalização caberá aos órgãos estaduais e municipais, tipificando ingerência, pois imiscui em poder de polícia,

próprio de agentes públicos revestidos de atributos do cargo e pertencentes aos quadros dos servidores públicos da

administração.

Nesse contexto, o Projeto viola diretamente a esfera de Iniciativa Legislativa Privativa do Chefe do Poder Executivo. Vejamos

o que define a Constituição Estadual in verbis:

Art. 63. A iniciativa das leis cabe a qualquer membro ou comissão da Assembléia Legislativa, ao Governador do Estado, ao

Tribunal de Justiça, ao Ministério Público e aos cidadãos, satisfeitos os requisitos estabelecidos nesta Constituição.

Parágrafo único. São de iniciativa privativa do Governador do Estado as leis que disponham sobre:

III - organização administrativa e pessoal da administração do Poder Executivo;

VI - criação, estruturação e atribuições das Secretarias de Estado e órgãos do Poder Executivo.

(grifamos)

Ademais, adentra na esfera de ensino público e privado nos níveis municipais, estaduais e federal, em âmbito de competência

do Poder Executivo em matéria administrativa como trata a Lei nº 9.394/1996, conhecida Lei da Educação Nacional.

Uníssono a este topoi jurídico, o próprio Supremo Tribunal Federal já se manifestou em casos idênticos e se posicionou no

sentido de preservar incontest os Princípios da Reserva de Administração do Poder Executivo e da Separação dos Poderes

(ADI-MC 776/RS – Órgão Julgador: Tribunal Pleno – Relator: Ministro Celso de Mello – Julgamento: 23/10/1992. DJ 15-12-

2006 PP-00080; ADI-MC 2364 – Órgão Julgador: Tribunal Pleno – Relator: Ministro Celso de Mello – Julgamento:

23/10/1992. DJ 15-12-2006 PP-00080.

Não obstante, julgando a constitucionalidade de uma lei do Estado do Espírito Santo, o Excelso Pretório ratificou o seu

posicionamento, inclusive para concluir que nem na hipótese de sanção haveria convalidação do vício de inconstitucionalidade

resultante da usurpação do poder de iniciativa do chefe do Poder Executivo (ADI 2867/ES – Órgão Julgador: Tribunal Pleno –

Relator: Ministro Celso de Mello – Julgamento: 03/12/2003. DJ 09-02-2007 PP-00016).

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

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Sendo desta forma, perante a análise jurídica, verifica-se do diagnóstico decorrente que, incontestavelmente, a pretensa

normatividade da Proposição Legislativa traz ponto de antinomia com os preceitos constitucionais, tanto da Constituição

Federal (Princípio da Simetria imposta pelo modelo Federativo adotado pelo Estado Brasileiro), quanto da Constituição

Estadual, destarte, tornando-se gravada como formalmente inconstitucional.

Por todo o exposto, o Projeto de Lei nº 06/2014, de autoria do Senhor Deputado Gilsinho Lopes, é formalmente

inconstitucional e diante disso, sugerimos aos Ilustres Pares desta Comissão a adoção do seguinte:

PARECER N.º 108/2014

A COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO é pela

INCONSTITUCIONALIDADE do Projeto de Lei nº 06/2014, de autoria do Senhor Deputado Gilsinho Lopes.

Plenário Rui Barbosa, 1.º de abril de 2014.

ELCIO ALVARES

Presidente

JOSÉ CARLOS ELIAS

Relator

GILSINHO LOPES (contra)

CLAUDIO VEREZA

SANDRO LOCUTOR

Mensagem nº 76/2014

Exmº Senhor Presidente da Assembleia Legislativa:

Deputado Theodorico de Assis Ferraço

Encaminho à apreciação dessa Casa de Leis o anexo Projeto de Lei onde proponho a alteração da Lei Complementar n°

664/2012 com o objetivo de incluir, dentre os beneficiários da gratuidade integral da tarifa do Sistema Transcol, todas as

pessoas com deficiência usuárias do Serviço Especial Mão na Roda, com recursos alocados no Programa Transcol Social,

conforme disposto no artigo 3° da Lei Complementar acima menscionada.

Não se trata de concessão de nova gratuidade, tampouco inclusão de subsídio para cobrir déficit de natureza diferente da

especificada pela Emenda Constitucional Estadual n° 86, de 16.07.2012, considerando que contra iniciativas com tal propósito

existe vedação constitucional, consoante o que dispõe o § 2°, do artigo 229 da CE/89.

No caso presente, trata-se de uma recomposição da provisão de receita para cobertura de custo já subsidiado pelo governo

estadual por meio do programa TRANSCOL SOCIAL. Isto se impõe em razão do reajuste dos valores dos insumos associados

ao custo quilométricos do Serviço Especial Mão na Roda, ressaltando-se que, atualmente, desse custo apurado é descontada a

receita gerada pela cobrança de tarifa dos usuários desse serviço que não gozam do benefício de gratuidade.

Quanto à conveniência da iniciativa governamental de isentar todos os usuários do SE Mão na Roda do pagamento da tarifa,

assim entendidos tanto os usuários principais, os cadeirantes, quanto os seus respectivos acompanhantes devidamente

cadastrados, vale destacar que o item mão-de-obra representa em torno de 44% (quarenta e quatro por cento) do custo total

desse serviço, e por força de sentença judicial proferida no Dissídio Coletivo de Trabalho da categoria de trabalhadores

rodoviários da RMGV em novembro de 2013, os Motoristas que também exercem a função de cobrador, como é o caso do SE

Mão na Roda, conquistaram um adicional de 10% (dez por cento) além do reajuste de 10% (dez por cento) sobre os seus

salários, o que significa que esse item de custo sofreu uma elevação de 21% (vinte e um por cento), impactando a planilha de

custos do SE Mão na Roda em 9,24% (nove vírgula vinte e quatro por cento). Não incidindo o adicional de 10% (dez por

cento) sobre o salário reajustado, a diferença de 11% (onze por cento) equivale a R$ 202,74 (duzentos e dois reais e setenta e

quatro centavos) por Motorista, e ao montante de R$ 246.628,83 (duzentos e quarenta e seis mil seiscentos e vinte e oito reais e

oitenta e três centavos) por ano, enquanto que a receita gerada pela parcela dos usuários do SE Mão na Roda que pagam a tarifa

gira em torno de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) por ano; ou seja, para arrecadar R$ 20.000,00 tem-se um custo de R$

246.628,83, ficando evidente o desequilíbrio entre custo operacional da prestação desse serviço e receita originada da cobrança

de tarifa pelo uso do mesmo, ficando evidente o desequilíbrio entre custo operacional e receita originada da cobrança de tarifa.

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

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Logo, não resta dúvida que entre manter o Motorista cobrando tarifa nos veículos que operam o SE Mão na Roda e isentar os

poucos usuários que pagam pelo uso do serviço, a segunda opção é a melhor a ser implementada pelo Governo do Estado, por

oferecer uma relação custo x benefício relevantemente favorável ao erário público, já que deixará de se efetivar uma receita de

R$ 20.000,00 (vinte mil reais) para evitar uma despesa de R$ 246.628,83 (duzentos e quarenta e seis mil seiscentos e vinte e

oito reais e oitenta e três centavos), e com isso obter nessa equação um saldo positivo de 226.628,83 (duzentos e vinte e seis

mil seiscentos e vinte e oito reais e oitenta e três centavos), ficando fielmente mantidas as regras da política de desoneração

tarifária instituída pelo TRANSCOL SOCIAL, e consolidado o subsídio pleno do Serviço Especial Mão na Roda, conforme

preconizado pela Lei Complementar nº 664, de 16 de julho de 2012.

Quanto à fonte de recursos (R$ 20.000,00) para subsidiar esse complemento de isenção aos usuários do SE Mão na Roda,

também já está identificada e com provimento garantido, uma vez que a Portaria nº 003-S, de 10 de janeiro de 2014, baixada

pelo Exmo. Sr. Secretário de Estado dos Transportes e Obras Públicas – SETOP, que ratifica recomendação do CGTRAN/GV

de manter inalterada a tarifa do sistema Transcol em R$ 2,50 e R$ 2,20, respectivamente para os dias úteis e para os domingos,

com a contrapartida de aumento do subsídio pelo Governo do Estado, assim estabelece em seu Parágrafo Único, artigo 2º:

“A contribuição financeira de que trata o “caput” deste artigo está fixada em R$ 0,5084 (cinqüenta centavos e oitenta e

quatro centésimos), a ser praticada no ano de 2014.”

Pelo exposto, e na certeza de que essa Casa de Leis, ao apreciar o teor do projeto, anexo, e as razões que o justificam, apoiará

esta iniciativa por reconhecer o interesse público que ela traduz.

Atenciosamente

JOSÉ RENATO CASAGRANDE

Governador do Estado

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 024/2014

Dá nova redação ao artigo 3° da Lei Complementar nº 664, de 16.07.2012.

Art. 1º O “caput” do artigo 3º da Lei Complementar 664, de 16.07.2012, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 3º Nos termos da Emenda Constitucional nº 86, de 16.7.2012, e da presente Lei Complementar, é assegurada a

gratuidade a todos os usuários do Serviço Especial Mão na Roda e seus acompanhantes, e no Transporte Coletivo

Intermunicipal de Passageiros da Região Metropolitana da Grande Vitória aos estudantes regularmente matriculados, e com

presença frequente, nos seguintes cursos e categorias:

(...)”

Art. 2º Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.

PROJETO DE LEI Nº. 085/2014

Dispõe sobre a proibição de colocação de películas (Insulfilm), nos vidros dos veículos destinados ao transporte escolar no

Estado do Espírito Santo.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

DECRETA:

Art. 1º - Os veículos que operam o serviço de transporte escolar ficam proibidos de utilizar películas nos vidros, de modo que

sua transparência deve ser total.

Art. 2º - Os infratores desta Lei terão seus registros suspensos e serão vedadas suas participações em concorrência pública.

Art. 3º - As despesas com a execução desta Lei correção por conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se

necessário.

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

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Art.4º - Esta Lei entra com vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Palácio Domingos Martins, 31 de março de 2014.

Lúcia Dornellas

Deputada Estadual – PT

JUSTIFICATIVA

Os transportes escolares exigem especial atenção, no que concerne a segurança e à regulamentação.

O presente projeto de lei, ao impedir a utilização de películas que impeçam ou dificultem a visão de sua parte interna, visa

garantir a segurança de seus passageiros, seja com o objetivo de coibir atos de violência contra crianças e adolescentes, seja a

fim de facilitar a fiscalização quanto à utilização dos dispositivos de segurança.

De fato, com a transparência dos vidros do veículo escolar, qualquer transeunte pode visualizar seu interior e noticiar a

autoridade atitudes suspeita. Ademais, a transparência facilita o trabalho dos fiscalizadores do trânsito, que podem averiguar

com maior facilidade se os passageiros estão sentados com cintos afivelados.

Diante de seu nítido caráter social e interesse público, espera-se que o presente projeto seja aprovado pelos nobres integrantes

desta casa.