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1 © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. Como citar este material: ZAMBELLI, Renata Silva. Economia: Evolução do Pensamento Econômico. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2015. A teoria e o pensamento econômico são importantes para o entendimento do funcionamento da economia e para que sempre seja possível conduzir as decisões para elevar o grau de bem-estar das sociedades. Mas como acontecem as aplicações práticas da teoria na condução da economia dos países? Como o pensamento econômico pode contribuir para a melhor condução de decisões, resolução de conflitos, reversão de crises e recuperação da trajetória de crescimento dos países? Neste tema, compreenderemos que as transformações históricas na realidade econômica geram importantes impactos na trajetória de países e sociedades. Será possível compreender como a evolução da história, a mudança nas mentalidades e as concepções econômicas revolucionaram as atividades e a vida concreta das pessoas. A discussão sobre evolução do pensamento econômico é iniciada com sua fase pré-científica, ou seja, a compreensão de como a Economia era discutida antes de tornar-se uma disciplina autônoma. Para tanto, vamos analisar a inserção da Economia no pensamento antigo, no mercantilismo e na escola de pensamento fisiocrata. A partir das profundas transformações da Revolução Industrial, as formas de produção e geração de riquezas foram radicalmente transformadas. É fato que também houve uma grande mudança no pensar sobre Economia, por isso

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Como citar este material:

ZAMBELLI, Renata Silva. Economia: Evolução do Pensamento Econômico. Caderno de

Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2015.

A teoria e o pensamento econômico são importantes para o entendimento do

funcionamento da economia e para que sempre seja possível conduzir as

decisões para elevar o grau de bem-estar das sociedades.

Mas como acontecem as aplicações práticas da teoria na condução da

economia dos países? Como o pensamento econômico pode contribuir para a

melhor condução de decisões, resolução de conflitos, reversão de crises e

recuperação da trajetória de crescimento dos países?

Neste tema, compreenderemos que as transformações históricas na realidade

econômica geram importantes impactos na trajetória de países e sociedades.

Será possível compreender como a evolução da história, a mudança nas

mentalidades e as concepções econômicas revolucionaram as atividades e a

vida concreta das pessoas.

A discussão sobre evolução do pensamento econômico é iniciada com sua

fase pré-científica, ou seja, a compreensão de como a Economia era discutida

antes de tornar-se uma disciplina autônoma. Para tanto, vamos analisar a

inserção da Economia no pensamento antigo, no mercantilismo e na escola de

pensamento fisiocrata.

A partir das profundas transformações da Revolução Industrial, as formas de

produção e geração de riquezas foram radicalmente transformadas. É fato que

também houve uma grande mudança no pensar sobre Economia, por isso

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vamos discutir as contribuições teóricas dos economistas clássicos – Adam

Smith, David Ricardo – e a abordagem alternativa de Karl Marx.

Na transição do século XIX para o século XX, importantes economistas

recuperaram os principais fundamentos da economia clássica e elaboraram um

sofisticado corpo teórico, dominante até a metade do século XX: trata-se da

escola neoclássica de pensamento.

As grandes transformações e os efeitos negativos decorrentes da crise de 1929

obrigaram os economistas a, além de compreender suas causas, elaborar

planos de ação para a recuperação das economias afetadas. É exatamente

neste contexto que analisaremos as contribuições teóricas de um dos mais

importantes economistas do século XX: John Maynard Keynes.

E, finalmente, nossa discussão se dedica a compreender quais são as

principais relações estabelecidas entre o Estado e a atividade econômica,

respondendo à seguinte questão: em linhas gerais, quais são as razões e as

formas de intervenção do governo na organização econômica de uma

sociedade?

Introdução

É fato que as transformações históricas são responsáveis pelas mudanças

concretas na evolução das sociedades e na forma como a realidade é

interpretada. À medida que ocorrem significativas mudanças históricas –

acompanhadas de mudanças nas mentalidades –, a forma de se compreender

a economia de um país e suas necessidades também se altera.

A Economia estabelece relações com diversas áreas do conhecimento, como a

Matemática, Biologia, Sociologia e História. Antes de adquirir o status de

disciplina autônoma, o estudo de Economia integrava os estudos sobre

Filosofia social, Moral e Ética na Antiguidade.

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Precursores da Teoria Econômica: Antiguidade, Mercantilismo e

Fisiocracia

As primeiras referências às questões econômicas apareceram nas obras de

Aristóteles (384-322 a.C.) (Figura 2.1), Platão (427-347 a.C.) (Figura 2.2) e

Xenofonte (440-335 a.C.). Nestes escritos, os assuntos econômicos estavam

ligados às discussões de justiça social, ética, igualdade e à moralidade da

usura, isto é, à condenação da cobrança de juros altos.

Figura 2.1 Aristóteles.

Fonte: www.commons.wikimedia.org. Acesso em: 11 out. 2014

Figura 2.2 Platão.

Fonte: www.commons.wikimedia.org. Acesso em: 11 out. 2014

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A partir do processo de unificação dos Estados europeus, das navegações e

dos descobrimentos do século XVI, outras questões econômicas passaram a

ser relevantes. Os Estados Absolutistas, com suas recém-instituídas colônias,

tinham uma nova preocupação: como fortalecer e acumular riquezas para uma

nação?

A Figura 2.3 destaca uma pintura do século XVII, em que está representado o

Rei Luís XIV da França, também conhecido como Rei Sol. Célebre pela frase

“L’État c’est moi” – “O Estado sou eu”, Luís XIV é representante da atmosfera

dos Estados Absolutistas e síntese definitiva do processo de transição do

feudalismo para o capitalismo.

Figura 2.3 Luís XIV, o Rei Sol.

Fonte: Louis XIV (1638-1715). Hyacinthe Rigaud. 1701. França. Disponível em:

www.commons.wikimedia.org. Acesso em: 11 out. 2014

As ideias mercantilistas, que são a expressão econômica das unificações

europeias, não representam um conjunto teórico homogêneo, mas seus

princípios marcam o primeiro esforço de sistematização sobre questões

econômicas nacionais.

Os princípios do mercantilismo estavam centrados na ideia de enriquecimento,

com base no acúmulo de metais preciosos e na prática – sempre superavitária

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– de comércio exterior. Nesta visão de mundo, um país seria mais rico e

poderoso à medida que entesourasse mais metais e exportasse seus produtos,

principalmente às colônias. Além disso, eram defendidos outros mecanismos

de entesouramento, como a manutenção do Pacto Colonial e o protecionismo.

O nacionalismo e a grande participação do Estado nos assuntos econômicos

eram constantes no mercantilismo.

Já, no século XVIII, a Fisiocracia surgiu como reação ao pensamento

econômico mercantilista. Nesta escola de pensamento francesa, cujo principal

teórico foi o médico François Quesnay (França, 1694-1774), compreender a

origem da riqueza das sociedades continuou sendo uma questão norteadora

dos estudos de Economia (Figura 2.4). Porém, ao contrário do mercantilismo,

para os fisiocratas, a terra e o trabalho em atividades como agricultura, pesca e

mineração eram as únicas fontes de riqueza dos países.

Figura 2.4 François Quesnay.

Fonte: Johann-Georg Wille e Jean Chevalier. 1747. França. Disponível em: www.commons.wikimedia.org.

Acesso em: 11 out. 2014

De acordo com Quesnay, “O Universo é regido por leis naturais e imutáveis,

desejadas pela Providência Divina para a felicidade dos homens” (QUESNAY,

1983).

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Neste sentido, os fisiocratas se opunham à intensa intervenção do Estado nos

assuntos econômicos, ponto fundamental do pensamento mercantilista.

Sistematizado em um contexto de escassez de alimentos na Europa, o

conjunto de ideias da fisiocracia encorajou a agricultura e desestimulou as

atividades ligadas ao comércio e às finanças, em uma visão de mundo em que

só a terra era capaz de gerar e multiplicar riquezas.

[...] quando a agricultura prospera, todas as outras artes florescem com ela; mas quando se abandona o cultivo da terra, por qualquer razão que seja, todos os outros trabalhos, em terra ou no mar, desaparecem ao mesmo tempo. (QUESNAY, 1983)

Os Clássicos

A partir das profundas transformações nas técnicas e na organização da

produção, ocorridas durante a Revolução Industrial, em meados do século

XVIII, assistiu-se a uma nova mudança no pensamento econômico.

Considerado o pai da moderna teoria econômica, o economista escocês Adam

Smith (1732-1790) (Figura 2.5) foi responsável pela pioneira sistematização

das ideias sobre Economia em um corpo teórico próprio, publicado na obra A

riqueza das nações, em 1776.

Figura 2.5 Adam Smith.

Fonte: James Tassie. 1787. Reino Unido. Disponível em: www.commons.wikimedia.org. Acesso em: 11

out. 2014

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De acordo com Adam Smith, o ser humano tem uma natureza egoísta que,

naturalmente, tende para trocas. Se analisada isoladamente, a afirmação do

economista nos induz a acreditar que os resultados seriam negativos. Contudo,

Smith afirma que, coletivamente, a busca pelo bem-estar individual traz muitos

benefícios e harmonia à sociedade como um todo.

É exatamente a busca do lucro máximo individual, sem interferência direta do

Estado nas decisões e iniciativas econômicas, um dos pilares da contribuição

teórica do autor. Quando há liberdade econômica, livre iniciativa, concorrência

e expansão dos mercados, há crescimento – trata-se do liberalismo

econômico. A redução da presença ampla e direta do Estado na vida

econômica é um importante ponto a ser destacado, uma vez que, para Smith,

os mercados são autorregulados, como se houvesse uma mão invisível

garantindo o bom funcionamento de todo o sistema econômico. Nas palavras

do autor:

Assim, o mercador ou comerciante, movido apenas pelo seu próprio interesse egoísta, é levado por uma mão invisível a promover algo que nunca faz parte do interesse dele: o bem-estar da sociedade (SMITH, 1985).

Ao se questionar sobre a fonte de riqueza das sociedades, Smith chegou a

conclusões distintas de seus antecessores. Para o autor, o trabalho humano é

o responsável pela geração de riqueza, ideia central da teoria do valor-trabalho.

Ao realizar a divisão social do trabalho, ou seja, a especialização de cada

indivíduo em um tipo de tarefa, as economias obtêm ganhos de produtividade

fundamentais para a ampliação dos mercados e geração de mais riqueza.

Partindo das contribuições de Adam Smith, também no Reino Unido do século

XVIII, David Ricardo (1772-1823) (Figura 2.6) é outro expoente clássico que

avançou na construção da teoria econômica.

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Figura 2.6 David Ricardo.

Fonte: Thomas Phillips. 1821. Reino Unido. Disponível em: www.commons.wikimedia.org. Acesso em: 11

out. 2014

Ricardo desenvolveu importantes modelos econômicos com grande potencial

analítico, destacando-se, entre eles, suas contribuições sobre o comércio

internacional – sistematizadas em sua obra Princípios de economia política e

tributação, de 1817.

Para o autor, cada país define sua estratégia comercial de acordo com os

princípios da teoria das vantagens comparativas: cada nação de especializa na

produção em que dispõe de maior dotação de fatores. Em termos práticos, o

Brasil desfruta de maior abundância do fator de produção terra; assim, para

realizar trocas internacionais, o país terá mais vantagens ao se especializar na

produção agrícola.

Ainda no contexto da economia clássica, destacamos as contribuições de John

Stuart Mill (Inglaterra, 1806-1873) (Figura 2.7), reconhecido pelo seu esforço de

sistematização das ideias econômicas de seus antecessores. Seu trabalho foi,

na transição entre os séculos XIX e XX, o principal texto utilizado para o ensino

de Economia, consolidando as discussões da Ciência Econômica.

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Figura 2.7 John Stuart Mill.

Fonte: London Stereoscopic Company. 1870. Reino Unido. Disponível em: www.commons.wikimedia.org.

Acesso em: 11 out. 2014

O economista francês Jean-Baptiste Say (1768-1832) (Figura 2.8) também

realizou importantes contribuições para o pensamento econômico clássico. O

autor foi responsável pela retomada dos princípios liberais de Adam Smith ao

realizar a afirmação de que “Toda oferta cria sua própria demanda”. Segundo

Say, é a atividade produtiva livre que estimula a geração de novos empregos e

renda, dinheiro este que será gasto na aquisição de mais mercadorias e

serviços. A chamada Lei de Say foi de fundamental importância para a

sistematização do pensamento econômico futuro.

Figura 2.8 Jean-Baptiste Say.

Fonte: Achille Devéria. Data desconhecida. França. Disponível em: www.commons.wikimedia.org. Acesso

em: 11 out. 2014

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Destacam-se, também, na escola de pensamento clássica, as contribuições

teóricas do economista Thomas Malthus (França, 1766-1834) (Figura 2.9), o

primeiro teórico a sistematizar uma teoria geral sobre a população. De acordo

com o autor, um dos graves problemas das sociedades, no século XIX, era o

excesso populacional: enquanto a população crescia em progressão

geométrica, a produção de alimentos crescia em progressão aritmética. Assim,

o potencial de crescimento da população excederia em muito o potencial de

crescimento da oferta de alimentos.

Ao não prever as possibilidades de expansão da oferta de alimentos por meio

de melhoras tecnológicas na agricultura, Malthus foi responsável pela sugestão

de um maior controle de natalidade entre as famílias, além da aceitação da

realização de guerras para deter o crescimento populacional.

Figura 2.9 Thomas Robert Malthus.

Fonte: John Linnell. 1833. Inglaterra. Disponível em: www.commons.wikimedia.org. Acesso em: 11 out.

2014

A Teoria Neoclássica

O período neoclássico teve início na década de 1870 e se desenvolveu até as

primeiras décadas do século XX. Os economistas deste conjunto de

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pensamento privilegiam os aspectos microeconômicos da teoria, não

enfocando as discussões de economia nacional e planejamento.

Nesta abordagem, os principais enfoques estão no comportamento dos

consumidores – que desejam sempre maximizar sua utilidade – e no

comportamento das empresas, que são maximizadoras dos lucros. A corrente

neoclássica, conhecida também como teoria marginalista, é responsável pela

elaboração de um sofisticado aparato teórico.

Neste sentido, destacam-se as contribuições teóricas de Alfred Marshall

(Inglaterra, 1842-1924), visto que seu livro, Princípios de Economia, publicado

em 1890, serviu como referencial para o estudo de economia até a metade do

século XX. Marshall (Figura 2.10) realizou uma releitura e sistematização dos

principais fundamentos da economia clássica e desenvolveu um aparato

teórico-formal sobre o comportamento do consumidor, a utilidade, o

comportamento dos produtores e o equilíbrio de mercado.

Figura 2.10 Alfred Marshall.

Fonte: Autor desconhecido. 1921. Inglaterra. Disponível em: www.commons.wikimedia.org. Acesso em:

11 out. 2014

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A Abordagem Marxista

O avanço do capitalismo, ao longo do tempo, carregou consigo inúmeras

contradições. As economias europeias, principalmente depois da Revolução

Industrial, assistiram ao florescimento de novas técnicas, novas mercadorias,

novos mercados e novas ocupações. Contudo, a pobreza e a desigualdade

avançaram também como resultados do capitalismo por todo o continente.

Instigado por estas questões – a riqueza e pobreza geradas pelo modo de

produção capitalista –, destacam-se as contribuições teóricas do pensador

alemão Karl Marx (1818-1883) (Figura 2.11), principalmente na segunda

metade do século XIX.

Figura 2.11 Karl Marx.

Fonte: Autor desconhecido. 1875. Inglaterra. Disponível em: www.commons.wikimedia.org. Acesso em:

11 out. 2014

Marx influenciou ao longo de todo o século XX – e ainda influencia – diversas

áreas do conhecimento, como a Economia, as Ciências Sociais, a Ciência

Política, a Filosofia, a História e a Psicologia. O autor iniciou suas investigações

sobre a atividade econômica a partir da filosofia clássica alemã e da releitura

de economistas clássicos, como Adam Smith e David Ricardo.

Para desenvolver seu arcabouço teórico, Marx utilizou três fontes distintas: o

pensamento filosófico alemão; o pensamento político francês, observando

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particularmente as transformações políticas ocorridas na Revolução Francesa,

entre os anos 1789 e 1799; e o pensamento econômico inglês, desenvolvido,

principalmente, a partir da Revolução Industrial, em meados do século XVIII.

Em sua principal obra, O Capital: crítica da economia política, que foi publicada

pela primeira vez em 1867, Marx – assim como seu precursor Adam Smith –

desenvolveu uma teoria do valor-trabalho, compreendendo que o valor de uma

mercadoria é gerado pelo trabalho humano e composto, essencialmente, pela

quantidade de trabalho socialmente necessário para sua produção.

Contudo, o entendimento do processo de geração de riqueza exige também

que se compreenda quem são os principais sujeitos envolvidos nesta tarefa.

Para tanto, o autor dividiu a sociedade capitalista em duas grandes classes

distintas: a burguesia e o proletariado.

A burguesia pode ser definida como a classe que agrega os detentores dos

meios de produção; por outro lado, o proletariado é composto por indivíduos

que não possuem as ferramentas necessárias à produção e, necessariamente,

vendem sua força de trabalho para sobreviver.

No processo produtivo, a burguesia extrai mais-valia dos trabalhadores. A

mais-valia pode ser compreendida como a diferença entre o valor das

mercadorias produzidas em determinado intervalo de tempo e o valor pago

pela força de trabalho. Assim, de acordo com o pensamento marxista, o

sistema de mercado capitalista é extremamente desvantajoso para a classe

trabalhadora.

As alternativas propostas pela teoria social marxista apontam para a

necessidade de transformações importantes na sociedade e nos princípios do

capitalismo, de modo a dar fim à exploração de uma classe social sobre outra.

Para tanto, seriam fundamentais os processos de conscientização e

organização da classe trabalhadora, a realização de uma revolução socialista e

o fim da hegemonia da burguesia como classe central nas decisões políticas e

econômicas.

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Saiba Mais!

A situação da classe trabalhadora na Inglaterra ‒ Friedrich Engels

O Capitalismo e suas Mazelas

Nesta obra escrita, o então jovem Friedrich Engels, que mais tarde veio a

escrever outros livros com Karl Marx, traçou um retrato das duras condições

enfrentadas pela grande massa de indivíduos – homens, mulheres e crianças

– nas fábricas inglesas do século XIX. Enviado pela sua abastada família para

conduzir negócios em Manchester, Engels percebeu que a Revolução

Industrial gerou, além de progresso e riqueza, um grupo grande de

despossuídos.

ENGELS, Friedrich. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. Tradução

de A. B. Shumann. São Paulo: Boitempo, 2008.

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Germinal

Baseado no romance francês de Émile Zola, o filme mostra as duras

condições de trabalhadores franceses em uma mina de carvão, no século XIX.

A partir da situação de intensa exploração, os trabalhadores se rebelaram,

organizando uma greve.

GERMINAL. Direção de Claude Berri. Produção de Claude Berri. França,

Itália, Bélgica: Renn Productions, France 2 Cinéma, DD Productions, Nuova

Artisti Associati, 1993. 1 bobina cinematográfica. 160 min. Trailer oficial

disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=chCnbs7UMSk. Acesso em:

11 out. 2014.

A Teoria Keynesiana

Nascido na Inglaterra em 1883, formado na Universidade de Cambridge, o

economista John Maynard Keynes (1883-1946) (Figura 2.12) atuou, no início

de sua carreira, como conselheiro do governo britânico durante a Primeira

Guerra Mundial (1914-1918). Sua primeira obra, As consequências econômicas

da paz, publicada em 1919, teve grande impacto político ao apontar a

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necessidade de planejamento nas economias e nos mercados instáveis no

cenário de pós-guerra.

Figura 2.12 John Maynard Keynes.

Fonte: Fundo Monetário Internacional. 1946. Estados Unidos. Disponível em:

www.commons.wikimedia.org. Acesso em: 11 out. 2014

Contudo, foi a Grande Depressão iniciada em 1929 – e que percorreu toda a

década de 1930 – que deu a Keynes a oportunidade de desafiar o pensamento

econômico até então predominante. A crise de 1929 foi um ponto de inflexão

na economia norte-americana e, consequentemente, na economia mundial.

Entre as principais razões da crise podemos citar: a superprodução agrícola; a

excessiva produção industrial, associada à queda no consumo; e a ascensão

do movimento especulativo – processo de grande procura por ações de

empresas que sofreram desvalorização pouco tempo depois.

Os efeitos negativos da Depressão de 1930 foram sentidos ao longo de vários

anos nos Estados Unidos e na Europa: houve grande queda na produção

industrial, múltiplas falências, elevados níveis de desemprego e redução do

fluxo de comércio internacional entre os países.

Ao observar a profundidade dos fatos negativos e a longa duração da crise,

Keynes questionou a validade do pensamento econômico clássico. Seria

totalmente verdadeira a ideia de que todo o volume produzido por um país

encontra, automaticamente, seu mercado consumidor? Seria também fato que

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o sistema econômico funciona de maneira autorregulada – como a “mão

invisível” de Adam Smith – e que todas as instabilidades e flutuações

econômicas tendem a ser passageiras?

Saiba Mais!

As Crises Econômicas em Perspectiva Histórica

Classificado pela revista Financial Times como um dos dez melhores livros de

economia, esta obra reconstrói a história da economia mundial com base nas

mais importantes crises financeiras. Considerado um clássico da literatura

econômica e financeira, o livro traça um panorama que vai do século XV até a

crise de 1929, descrevendo o ciclo vicioso formado pelos capitais vultuosos

atraídos pela especulação.

KINDLEBERGER, Charles. Manias, pânicos e crashes: um histórico das crises

financeiras. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.

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Publicada pela primeira vez em 1936, a Teoria geral do emprego, dos juros e

da moeda propõe uma inversão metodológica. De acordo com o raciocínio do

autor, o motor dinâmico para estimular o crescimento econômico dos países

não é a garantia de livre iniciativa para os empresários, e sim a capacidade que

essa sociedade tem para consumir, ou seja, a demanda agregada. Assim,

Keynes inverte a clássica Lei de Say e desenvolve o princípio da demanda

efetiva.

Keynes parte da ideia de que as economias de mercado não regulam a si

próprias, e, portanto, a alta produtividade e os níveis satisfatórios de emprego

para a população não são automáticos. O autor também afirma que a atividade

econômica está sujeita a flutuações e crises, uma vez que as decisões do

mundo dos negócios são tomadas com base em expectativas e incertezas em

relação ao futuro.

O autor também ressalta a atuação de um agente econômico muito importante:

o Estado. Além de sua participação como coordenador e regulador da atividade

econômica, seu potencial de realizar gastos e investimentos pode ser

determinante para a reversão de um cenário de crise em um país.

Em um cenário de crise e estagnação econômica, os efeitos imediatamente

esperados nas economias nacionais são a redução dos investimentos dos

empresários e também a redução do ritmo de consumo dos indivíduos

(ausência de demanda). É neste momento que o Estado pode exercer um

papel ativo na reversão do cenário negativo: com medidas que provoquem o

aquecimento do mercado, e com seus próprios gastos e investimentos, ele se

torna um importante agente no processo de retomada do crescimento.

A adoção dessas medidas pelos Estados Unidos durante o governo Roosevelt

foi essencial para que a economia daquele país, e consequentemente a

economia mundial, pudesse voltar a crescer na década seguinte e, assim,

manter-se até o fim da década de 1960.

No caso brasileiro, temos dois exemplos da implantação dessas medidas. A

primeira ocorreu durante o primeiro governo Vargas, na década de 1930. Com

a crise de 1929, o preço do café no mercado internacional despencou. Nesta

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ocasião, Vargas ordenou a queima de café, a fim de restringir a oferta e manter

o preço do produto em um nível mínimo. Em troca, pagou indenizações aos

cafeicultores e impediu que quebrassem.

Como segundo exemplo, temos a aplicação de uma política macroeconômica

tipicamente keynesiana ao observarmos como o Estado brasileiro agiu perante

os efeitos negativos da crise financeira iniciada em 2008. Em um cenário de

queda na atividade econômica, a saída encontrada pela economia brasileira

para amenizar tais efeitos negativos foi a implementação de uma série de

medidas anticíclicas, ou seja, de cunho keynesiano.

Podemos citar a realização de investimentos em infraestrutura – as edições do

Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) I e II; a manutenção do

mercado interno aquecido, com a redução de impostos de automóveis e

eletrodomésticos; a expansão do crédito; o estímulo à geração de mais

empregos; e as políticas sociais de garantia de renda mínima às famílias mais

pobres. Todas essas medidas são exemplos práticos de políticas

macroeconômicas ativas, que defendem a atuação do Estado na economia

como importante ferramenta para reverter os efeitos negativos das crises.

Saiba Mais!

John Maynard Keynes

Conheça um pouco mais sobre Keynes, um dos mais respeitados teóricos da

economia do século XX. Confira as indicações a seguir:

Perfil de Keynes

Leia, a seguir, um breve perfil do economista britânico:

BARRETO, Pedro. Perfil – John Maynard Keynes. Revista Desafios do

Desenvolvimento – IPEA, Ano 6, Edição 52, 5 jul. 2009. Disponível em:

http://goo.gl/jff4I7. Acesso em: 21 out. 2014.

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Keynes – Obras e Fortuna Crítica

Se quiser conhecer um pouco mais a fundo suas obras, bem como artigos

publicados sobre sua teoria, confira o link a seguir:

JOHN Maynard Keynes (1883-1946). Disponível em: http://goo.gl/eb07qA.

Acesso em: 22 out. 2014.

Master of Money – Documentário da BBC

Esta série de documentários foi produzida pelo canal britânico BBC em

parceria com a instituição governamental The Open University. A série, dividida

em três episódios, retrata a vida e as contribuições teóricas de John Maynard

Keynes (Episódio 1), Friedrich Hayek (Episódio 2) e Karl Marx (Episódio 3),

assim como suas respectivas influências na teoria econômica moderna.

MASTERS of money. Direção de Martin Small. Produção de BBC.co.uk. Reino

Unido, 2012. Disponível em: http://www.bbc.co.uk/programmes/b01mzqw9.

Acesso em 21 out. 2014.

O Período Recente

Após um período de cinquenta anos de crescimento, a economia mundial

apresentou diversas transformações, principalmente a partir da década de

1970, após as duas crises do petróleo. Com efeito, a teoria econômica passou

a refletir três processos de mudança em andamento: uma consciência a

respeito das limitações e possibilidades da teoria; o avanço de pesquisas

empíricas; e a consolidação de várias contribuições dos períodos anteriores.

O desenvolvimento da tecnologia e da informática permite o processamento de

informações em quantidade e em volume sem precedentes, o que aumenta o

conteúdo empírico e a prática da teoria econômica.

Vale destacar que, atualmente, a análise econômica dedica-se a compreender

quase todos os aspectos da vida humana, sendo considerável o impacto

desses estudos na melhora da qualidade de vida e do padrão de bem-estar das

sociedades.

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As Relações entre a Economia e o Direito

O Estado é um importante agente do nosso sistema econômico, e sua atuação

está presente em diversas esferas da atividade econômica. Debatido por

diversos autores na evolução do pensamento econômico, vamos observar

algumas de suas funções e seus papéis no contexto nacional.

Na prática cotidiana, sabemos que o quadro de normas jurídicas vigentes no

país determina a ação da análise econômica, e, por outro lado, novas questões

econômicas vão determinar e alterar o arcabouço jurídico existente no país.

Com o passar do tempo e com o avanço da liberalização dos mercados, do

comércio e das finanças internacionais, ganha também maior relevância o

papel regulador do Estado, garantindo o direito de consumidores e o bom

funcionamento da concorrência.

O Direito e os Mercados: a Defesa do Consumidor e da Concorrência

Quando se analisa o funcionamento dos mercados, duas abordagens distintas

devem ser consideradas: o enfoque econômico e o jurídico. A análise

econômica se detém à compreensão do comportamento de consumidores e ao

papel dos empresários, com suas estratégias de maximização dos lucros. Já a

abordagem jurídica enfatiza as relações de consumo, isto é, os direitos e

deveres específicos de cada parte envolvida nas transações comerciais.

Para melhor encadear as relações existentes entre o Estado e a atividade

econômica, vamos retomar as contribuições teóricas de Adam Smith. Na visão

deste economista, os mercados, no modo de produção capitalista, tendem a

ser autorregulados, isto é, sempre podem atingir o equilíbrio e o máximo de

bem-estar coletivo.

De acordo com sua visão, o Estado deveria intervir o mínimo possível sobre as

decisões econômicas, uma vez que a livre iniciativa é a maneira mais eficiente

para a resolução dos problemas econômicos.

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Contudo, sabe-se que esta situação idealizada por Smith não é facilmente

observada no mundo real, pois existem diversas imperfeições de mercado que

precisam ser contornadas: as externalidades, as falhas de informação e a

concentração dos mercados.

As externalidades acontecem quando a produção ou o consumo de um bem

gera efeitos positivos ou negativos em indivíduos ou empresas. E são esses

impactos que podem muitas vezes ser negativos, que inspiram a criação de leis

antipoluição e leis de proteção ambiental.

É fato que os mercados possuem muitas falhas de informação, e, como medida

para a proteção dos consumidores, a ação do Estado é importante para

regulamentar a comercialização de bens e serviços. Neste caso, podemos citar

o estabelecimento de normas de segurança, validade e qualidade de produtos.

No Brasil, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia

(INMETRO) é uma importante instituição de avaliação da qualidade de bens e

serviços, a fim de promover a harmonia das relações de consumo.

Para minimizar os possíveis efeitos negativos da concentração dos mercados,

isto é, a construção de estratégias que evitem a fixação de preços abusivos, ou

práticas que restrinjam a concorrência, existem as chamadas leis de defesa da

concorrência.

Historicamente, a formação de grandes conglomerados econômicos e a

concentração dos mercados surgiram nos Estados Unidos, no século XIX.

Neste período, diversas empresas de menor porte passaram a ser adquiridas

por companhias maiores, limitando a oferta e encarecendo os preços. Em

1890, passou a valer a lei Sherman contra os trustes, ou seja, a lei passou a

limitar a formação de monopólios tanto no comércio como na indústria.

Presente desde a década de 1960, a legislação brasileira de defesa da

concorrência foi reformulada em 1994, em que foi criado o Sistema Brasileiro

de Defesa da Concorrência (SBDC), que é composto por três órgãos: a

Secretaria de Direito Econômico (SDE), Secretaria de Acompanhamento

Econômico (SAE) e Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência

(CADE). O Cade é uma autarquia responsável pela orientação, fiscalização e

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prevenção de abusos de poder econômico, sendo dele a decisão final em

matéria de concorrência. É esse conselho que vai limitar práticas abusivas

como vendas casadas de produtos, formação de cartéis em segmentos

comerciais, preços predatórios e acordos de exclusividade com fornecedores e

empresas.

O Estado brasileiro também atua regulando e fiscalizando a atividade de

setores que antes eram públicos, mas que, ao longo da década de 1990,

passaram por processos de privatizações e concessões. Neste caso, foi

importante e necessária a criação de órgãos especiais de regulação – as

Agências Reguladoras – que observam a atuação e o cumprimento de metas

de setores antes estatais, como os transportes, as telecomunicações e energia

elétrica.

Saiba Mais!

Enron: os Mais Espertos da Sala

O filme retrata o escândalo e a falência da megacorporação norte-americana

do ramo de energia. O filme mostra o esquema fiscal e contábil criado pela

empresa, que maquiava os resultados e fomentava um grande crescimento no

valor real de suas ações. Na época, as investigações revelaram que a Enron

manipulou balanços financeiros com a ajuda de outras empresas e bancos,

escondendo uma dívida de US$ 25 bilhões por dois anos consecutivos.

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© 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma.

ENRON: os mais espertos da sala. (Enron: the smartest guys in the room).

Direção de Alex Gibney. Estados Unidos, 2005. 109 min. Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=1dNZaKLjYbc. (Trailer). Acesso em: 11 out.

2014.

O Estado Promovendo o Bem-Estar da Sociedade

A ação do Estado, do ponto de vista econômico ou jurídico, tem de estar

voltada para o bem-estar da população. Com base neste princípio, as normas

constitucionais brasileiras foram criadas para promover o bem-estar coletivo e

estão na Constituição Federal de 1988. Em última instância, a atuação do

Estado brasileiro na economia está prevista no artigo 170 da Constituição de

1988:

A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:

I. Soberania nacional; II. Propriedade privada; III. Função social da propriedade; IV. Livre concorrência; V. Defesa do consumidor; VI. Defesa do meio ambiente; VII. Redução das desigualdades regionais e sociais; VIII. Busca do pleno emprego; IX. Tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.

Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.

Usura: cobrança de taxas de juros exorbitantes, superiores às taxas máximas

permitidas por lei ou admitidas como viáveis. Na Idade Média, qualquer

cobrança de juros era considerada usura e condenada pela Igreja Católica.

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© 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma.

Revolução Industrial: conjunto de transformações tecnológicas, econômicas e

sociais ocorridas na Europa, particularmente na Inglaterra, nos séculos XVIII e

XIX, que resultaram na consolidação do sistema fabril e na difusão do modo de

produção capitalista.

Liberalismo econômico: conjunto de ideias que defende a ampla liberdade

individual, o direito à propriedade privada, a democracia, a livre iniciativa e

concorrência empresarial. Segundo os princípios do liberalismo, as garantias

às liberdades individuais são capazes de assegurar o bem-estar coletivo e o

progresso social.

Lei de Say: decorre do modelo que mantém oferta e demanda em identidade.

Foi popularizada pelo economista francês Jean-Baptiste Say, com sua

explicação sobre o funcionamento dos mercados. A expressão didática para se

referir ao princípio e que sintetiza o significado da lei se caracteriza pelo

conceito de que “a oferta cria sua própria demanda”.

Princípio da demanda efetiva: conceito desenvolvido por Keynes para

substituir a lei de Say, em que a ideia principal é a de que a capacidade de

pagamento, isto é, a capacidade de realizar gastos (demanda) é responsável

por estimular a produção e a geração de empregos na economia.

Truste: estrutura empresarial em que ocorre a fusão de várias empresas sob a

mesma direção. O principal objetivo de um truste é estabelecer a liderança no

mercado de determinado produto ou serviço, reduzindo a concorrência dos

demais atuantes no segmento.

Instruções

Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você

encontrará algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia

cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.

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Questão 1

Sobre o mercantilismo, é correto afirmar:

I. O mercantilismo constitui uma escola de pensamento homogênea e coesa na

teoria econômica, sendo um marco para a formalização da disciplina.

II. As ideias mercantilistas são centradas na ideia de enriquecimento dos

territórios europeus recém-unificados e na prática superavitária de comércio

exterior.

III. O acúmulo de metais preciosos – conhecido como metalismo – tem papel

determinante para o conjunto de ideias mercantilistas, mas não é relevante o

papel das colônias.

São corretas as sentenças:

a) Apenas I.

b) Apenas II.

c) Apenas III.

d) I e II.

e) II e III.

Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.

Questão 2

A escola de pensamento clássica teve contribuições de economistas notáveis,

como Adam Smith, Thomas Malthus, Jean-Baptiste Say, David Ricardo e John

Stuart Mill. Analise as sentenças a seguir:

I. Para Adam Smith, os agentes econômicos, em busca de seus próprios

interesses, acabam promovendo o bem-estar de toda a comunidade, como se

uma “Mão invisível” orientasse todas as decisões da economia.

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II. David Ricardo defende que os países devem diversificar suas produções

para realizar comércio internacional, uma vez que a especialização em poucas

atividades não é benéfica para nenhuma economia.

III. De acordo com a Lei de Say, toda demanda cria sua própria oferta.

IV.Para Malthus, a população cresce segundo progressão geométrica,

enquanto a produção de alimentos cresce em progressão aritmética.

Estão corretas as afirmativas:

a) I e II.

b) II e III.

c) II e IV.

d) III e IV.

e) I e IV.

Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.

Questão 3

Sobre a crise de 1929 e a teoria keynesiana, assinale V, para Verdadeiro, e F,

para Falso:

( ) A crise evidenciou que a intervenção do Estado na economia poderia

prejudicar os ajustamentos automáticos de mercado.

( ) A crise foi causada porque os sindicatos trabalhistas fixaram salários

maiores do que os salários de equilíbrio de mercado.

( ) A crise demonstrou que o mercado é incapaz de gerar pleno emprego e

produção máxima por meio de ajustamentos automáticos.

( ) A solução dada para a crise foi a dissolução dos sindicatos e instituições

governamentais que interferiam no autoajuste dos mercados.

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( ) A solução dada para a crise foi a redefinição do papel do Estado à luz das

contribuições keynesianas, reorientando as políticas econômicas para o melhor

uso dos recursos produtivos.

Assinale a alternativa que mostra a sequência correta:

a) F, V, F, V, F.

b) F, F, V, F, V.

c) V, F, V, F, V.

d) V, V, F, F, F.

e) Nenhuma das demais alternativas está correta.

Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.

Questão 4

O que diz a teoria das vantagens comparativas? Quem foi seu autor?

Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.

Questão 5

Exponha, brevemente, algumas justificativas econômicas para a intervenção

governamental nos mercados.

Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.

Neste tema, analisamos as principais contribuições de economistas

fundamentais para a evolução do pensamento econômico. Antes da

consolidação da Economia como uma ciência autônoma – com objetos e

metodologias próprias –, as discussões econômicas eram realizadas no interior

de outras disciplinas, como a Filosofia e a Moral.

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A partir das ideias do mercantilismo, algumas questões econômicas – tais

como o enriquecimento das nações – começam a ser mais bem delineadas,

ainda que não em um corpo teórico homogêneo e coeso.

A partir dos economistas clássicos, como Adam Smith, David Ricardo e Karl

Marx, a Economia adquire a condição de ciência social com questões

investigativas próprias e um corpo teórico sofisticado.

Já no século XX, algumas transformações históricas, principalmente a crise de

1929, foram responsáveis por uma revolução nas ideias econômicas a partir

das contribuições de John Maynard Keynes. O autor é responsável por uma

importante mudança metodológica para a compreensão do funcionamento dos

mercados, partindo do princípio de que a capacidade de realizar gastos é o

elemento mais dinâmico das economias. Pertence também ao escopo

keynesiano a redefinição do papel do Estado na atividade econômica, atuando

não apenas como um agente regulador, mas sim ativo no planejamento e na

definição de políticas econômicas.

Por último, no bojo das discussões sobre Estado e atividade econômica,

analisamos quais são as principais razões e os aspectos da intervenção da

esfera governamental na economia, destacando sua relevância.

BARRETO, Pedro. Perfil – John Maynard Keynes. Revista Desafios do

Desenvolvimento – IPEA, Ano 6, Edição 52, 5 jul. 2009. Disponível em:

http://goo.gl/gtv5VP. Acesso em: 21 out. 2014.

CARNEIRO, Ricardo (Org.). Os clássicos da economia. São Paulo: Ática, 1997.

COUTINHO, Maurício. Lições de economia política clássica. São Paulo:

Hucitec, 1993.

ENGELS, Friedrich. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. Tradução

A. B. Shumann. São Paulo: Boitempo, 2008.

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ENRON: os mais espertos da sala. (Enron: the smartest guys in the room).

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Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=1dNZaKLjYbc (trailer).

Acesso em: 11 out. 2014.

FILOMENO, José Geraldo Brito. Manual de direitos do consumidor. 8. ed. São

Paulo: Atlas, 2005.

GALBRAITH, John Kenneth. O pensamento econômico em perspectiva: uma

história crítica. São Paulo: Pioneira, 1989.

GASTALDI, José Petrelli. Elementos de economia política. São Paulo: Saraiva,

1999.

GERMINAL. Direção de Claude Berri. Produção de Claude Berri. França, Itália,

Bélgica: Renn Productions, France 2 Cinéma, DD Productions, Nuova Artisti

Associati, 1993. 1 bobina cinematográfica. 160 min. Trailer oficial disponível

em: https://www.youtube.com/watch?v=chCnbs7UMSk. Acesso em: 11 out.

2014.

HEILBRONER, Robert. A história do pensamento econômico. São Paulo: Nova

Cultural, 1986.

HUNT, E. K.; SHERMAN, H. História do pensamento econômico. 24. ed.

Petrópolis: Vozes, 2008.

JOHN Maynard Keynes (1883-1946). Disponível em:

http://www.pensamentoeconomico.ecn.br/. Acesso em: 22 out. 2014.

KINDLEBERGER, Charles. Manias, pânicos e crashes: um histórico das crises

financeiras. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 2000.

MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. São Paulo: Abril Cultural,

1983.

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MASTERS of money. Direção Martin Small. Produção de BBC.co.uk. Reino

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QUESNAY, François. Quadro econômico dos fisiocratas. São Paulo: Nova

Cultural, 1996.

RICARDO, David. Princípios de economia política e tributação. 2. ed. São

Paulo: Nova Cultural, 1985.

SMITH, Adam. A riqueza das nações: investigações sobre a sua natureza e

suas causas. 2. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1985.

VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de; GARCIA, Manuel E.

Fundamentos de Economia. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.

Questão 1

Resposta: Alternativa B.

O mercantilismo não foi uma escola de pensamento nem um corpo teórico

homogêneo. Seus principais pilares foram o acúmulo de riquezas, metais

preciosos, exploração de colônias e do comércio internacional.

Questão 2

Resposta: Alternativa E.

Adam Smith é o teórico que prevê a harmonização dos interesses individuais

de toda a sociedade e as tendências à autorregulação e equilíbrio dos

mercados. Jean-Baptiste Say, a partir da releitura do princípio clássico do

liberalismo, afirma que a livre iniciativa para produzir garante seu próprio

mercado consumidor.

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Questão 3

Resposta: Alternativa B.

São verdadeiras as sentenças 3 e 5. A crise é fruto das flutuações e

instabilidades dos mercados no capitalismo. Keynes propõe um papel ativo do

Estado para a condução mais eficiente da atividade econômica.

Questão 4

Resposta: A teoria das vantagens comparativas, elaborada pelo economista

inglês David Ricardo, afirma que os países realizam trocas internacionais mais

eficientes à medida que se especializam. Contudo, essa especialização deve

obedecer à dotação de fatores produtivos de cada região: os países devem se

especializar na produção de bens que utilizem os fatores produtivos mais

abundantes.

Questão 5

Resposta: A intervenção do Estado na atividade econômica se justifica em

função da existência de diversas imperfeições de mercado: as externalidades,

a assimetria de informações e a concentração de mercados.