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Compasso

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Suplemento produzido para a disciplina de Jornalismo Impresso II, 2011, do curso de Jornalismo da Unesp, câmpus Bauru, sob a orientação do Prof. Dr. Angelo Sottovia Aranha

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O Medo do vestibular

No Brasil, o principal meio de admissão

nas Universidades aconte-ce através das provas dos vestibulares. Os principais exames que acontecem no final do ano e chegam a ter mais de 130.000 inscritos. Porém, a grandes partes dos estudantes que saem direto do ensino médio não se sentem confortá-veis para realizar a prova. Recentemente, o ministro da Educação, Fernando Haddad declarou que o En-sino Médio é usado como pedágio para se chegar à faculdade. A afirmação do ministro, que defendia o ENEM, colocou em che-que a qualidade do ensino médio brasileiro e a prepa-ração do jovem para o in-gresso nas faculdades.

Para a psicopedagoga, Maria Cristina Alves, o ves-

tibular é uma barreira de acesso às universidades, princi-palmente públicas, para as camadas mais pobres da so-ciedade. “O ensino médio brasileiro é fraco, e as provas exigem conhecimento que muitas vezes não são passa-dos em sala de aula” afirma Maria Cristina. Ela ainda defende que hoje, tem mais chances de entrar em boas universidades quem estudou em escolas particulares, ou tiveram a chance de fazer um curso pré-vestibular.

A psicopedagoga ainda critica a forma do vestibular. “O modelo da prova é arcaico, e os exames não avaliam o verdadeiro conhecimento adquirido no Ensino Médio, mas simplesmente informações memorizadas pelo ves-tibulando”, afirma. Para ela outro erro da prova é o fato das questões serem elaboradas sem que haja uma com-preensão mais profunda dos conteúdos e o vestibulando não desenvolve um raciocínio crítico.

Maria Carolina Ferrari, estudante, compartilha da mes-ma opinião da psicopedagoga. Vestibulanda pela primeira vez esse ano, acredita que o ensino adquirido por ela não é o suficiente para cursar Relações Públicas na USP. “A USP é muito concorrida. Sinto que além de ter que aprender muitos conteúdos ainda, minha rotina de estu-dos não é suficiente para passar no vestibular esse ano”, opina a estudante que já procura um curso preparatório para o próximo ano. Victor Martinez, também estudante, vai além. Vestibulando pela segunda vez, ele acredita que fatores como estresse e falta de concentração também interferem no desempenho da prova.

Apesar desses problemas, Angélica Pastori, coordena-

BUSCA - OS PRIMEIROS PASSOS

Adolescentes acreditam não estarem preparados para as provas

Thais Oliveira Silva é uma adolescente de 17 anos que estuda, vai pra balada, adora curtir os amigos e é fã da banda Restart. Além disso, Thais trabalha todos os dias na Prefeitura Municipal de Bauru, auxiliando os funcioná-rios nas tarefas administrativas e atendimento ao público.

Para Thais, o trabalho foi uma maneira de ter seu pró-prio dinheiro e conseguir aprender atividades rotineiras que, no futuro, servirão de experiência para a área que pretende seguir: Administração de Empresas. “Todo dia eu aprendo coisas novas aqui. Converso bastante com todos os funcionários para saber a tarefa que eu devo fa-zer, levo processos e papeis em muitos departamentos e todos me tratam muito bem”, afirma a estudante e menor aprendiz.

O termo menor aprendiz é designado para jovens en-tre 14 e 24 anos, inscritos em programas de formação profissional, que estabelecem um contrato de aprendiza-gem de no máximo dois anos, e carga diária de trabalho de no máximo seis horas, com órgãos empregadores.

Além de aprendizado, a possibilidade de certa inde-pendência financeira e, principalmente, de encontrar o primeiro emprego, são alguns dos benefícios que Thais encontrou ao participar do CIPS – Consorcio Intermuni-cipal de Promoção Social. O CIPS é uma entidade social sem fins lucrativos que presta atendimento a crianças e a adolescentes. Localizada na cidade de Bauru, a institui-ção tem como principal objetivo a qualificação profissio-nal de jovens com idade entre 14 e 18 anos, provenientes de famílias de baixa renda. Por meio dele, jovens como Thais enxergam a possibilidade de inserção no mercado de trabalho e, consequentemente, uma melhoria na qua-lidade de vida, já que passam a ganhar o próprio salário e contribuir com a família, por exemplo.

Adolescentes também trabalhamNa cidade de Bau-

ru o número de menores aprendizes é de aproxima-damente dois mil jovens. Esse tipo de mão-de-obra é importante para o menor, que ganha experiência pro-fissional, inclusão no mer-cado de trabalho e na so-ciedade, bem como para o empregador, que colabora com a vida desses jovens trabalhadores e garante um futuro profissional melhor a esses adolescentes. Para a funcionária Luciana Mar-tins, responsável na orien-tação de desenvolvimento das tarefas profissionais de Thais, a garota é uma mão-de-obra excelente, já que colabora diretamen-te para o andamento dos trabalhos do departamento do qual ela faz parte. “As tarefas mais burocráticas, como enviar processos e recolher assinaturas e até mesmo coisas simples, mas que tomam tempo, como tirar cópias e organizar pastas, posso contar com ela e confiar que vai ficar tudo certo. Claro que eu sempre oriento, principal-mente no atendimento ao público, mas sem ela, tudo

Luana Rodriguez

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Ana Lígia Corrêa

Menores aprendizes garantem primeira experiên-cia profissional e colaboram com empresas.

dora de cursinho pré-vestibular acredita que há enormes vantagens em utilizar o vestibular como meio de acesso ás universidades. “A principal vantagem é a impessoalidade da prova e da correção. Já que o anonimato é garantido, todos os candidatos têm chances iguais de concorrerem às vagas, segundo, é claro, o preparo acadêmico de cada um, não havendo favorecimento em nenhuma das par-tes envolvidas”. Além disso, Angélica ainda afirma que o vestibular também proporciona o acesso igualitário às universidades para qualquer pessoa, visto que não há discriminações de origem.

Algumas propostas já foram feitas ao congresso para substituir o Vestibular, uma delas é a utilização das notas obtidas pelo candidato durante os ensinos fundamental e médio.

seria muito mais difícil”, completa. E Thais complementa que, além do trabalho que desenvolve, cria laços afetivos que vai levar para toda a sua vida pessoal e profissio-nal “Aqui é como se fosse uma família. Ao invés de ficar em casa sozinha navegando na internet ou vendo TV, eu posso conhecer novas pessoas que me ajudam muito. E também é um jeito de ganhar meu dinheiro”, acrescenta.

Serviço

O CIPS fica na Rua Inconfidência, 2-28, Centro de Bauru. O telefone de contato é 3879-6961, e o site, com maiores informações sobre cursos e processos seletivos é http://cips-blog.blogspot.com/

Organização de pastas, processos, e das mesas de trabalhos são algumas das tarefas burocráticas desenvolvidas pelos menores aprendizes

Foto: Ana Lígia Corrêa

Ás vesperas da Fuvest, estudantes se preparam para prova mais disputada do Brasil.

Nos momentos finais do fechamento deste suple-mento, ainda discutíamos as pautas que pode-

riam cair, os retoques na diagramação, a mudança de cores de uma matéria, as legendas de fotos e a sub-stituição de uma ou outra imagem. Apesar de toda a correria e stress, como jornalistas, essa foi a nossa es-colha. Optamos por uma profissão, que ao longo dos anos, cada uma de nós descobrirá o que de melhor (e também de pior) ela traz.

Em nossa equipe feminina há quem já tenha pen-sado em ser dentista, aeromoça, modelo, socióloga, engenheira florestal, advogada,publicitária, nutricioni-sta, bióloga, entre tantas outras opções. No fim, todas acabaram escolhendo o jornalismo. E foi pensando nas inúmeras possibilidades de escolha profissional que uma pessoa tem, que surgiu a idéia de fazermos um suplement...o especial sobre profissões e o mer-cado de trabalho.

A dúvida na hora da escolha do caminho profis-sional a seguir é grande, não só pela diversidade de cursos que as universidades apresentam, mas por tantas outras questões que norteiam uma escolha tão importante: existem profissões que realmente garan-tem um bom retorno financeiro? É possível ter sucesso profissional sem fazer uma faculdade? Universidade pública ou particular? Existe vocação? Religião pode ser profissão? O que, de fato, é sucesso profissional?

Nesta edição, procuramos responder algumas des-sas questões, e ajudar, principalmente, aos jovens que ainda enfrentarão o mercado de trabalho. Mas, acima de respostas, procuramos mostrar o valor que cada profissão tem de forma singular, na satisfação pessoal de cada um, e de forma coletiva, pois uma sociedade precisa de pessoas que abracem diferentes papéis na hora do trabalho. E todos têm o seu valor.

Equipe Compasso.

Sumário 3 | BUSCA

O medo do vestibularAdolescentes também trabalham

4 | FORMAÇÃOFaltam homens, o mercado de trabalho procura.Estágio abre portas ao mercado de trabalho

5 | FORMAÇÃOPassos curtos para o mercado de trabalhoPara dentro da gaveta

6 | PROFISSÃO“O João vai ser padre”

7 | PROFISSÃODureza X Glamour

8 | PROFISSÃOEntrevista com o ator Pedro Garcia Netto

9 | PROFISSÃOCarreira Militar é opção para muitos jovens

10 | PROFISSÃOO emprego instantâneo

11 | PROFISSÃOCadê o patrocínio?Jovens ganham espaço no mundo dos negócios

12 | CURIOSIDADESEncarando o R.HProfissões em Extinção

Jornalista responsável: Ângelo Sottovia Aranha MTB: 12.870 Edição: Ana Beatriz Assam, Ana Carolina Levorato, Ana Lígia Corrêa, Camila Mello, Daniele Seridório, Jéssica Mobílio, Luana Rodriguez, Paola Patriarca, Renata Coelho, Soraia Alves

Reportagem: Ana Beatriz Assam, Ana Carolina Levorato, Ana Lígia Corrêa, Camila Mello, Daniele Seridório, Jéssica Mobílio, Luana Rodriguez, Paola Patriarca, Renata Coelho, Soraia Alves Fotografia: Daniele Seridório, Jéssica Mobílio, Luana Rodriguez, Paola Patriaca Diagramação: Ana Beatriz Assam, Ana Lígia Corrêa Capa: Ana Beatriz Assam

Trabalho para as disciplinas de Jornalismo Impresso II e Planejamento Gráfico II sob a supervisão dos professores Ângelo Sottovia e Renata Malta Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação, Unesp – Bauru Dezembro, 2011

Ao leitor,

ExpEdiEntE

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4 5FORMAÇÃO - A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FORMAÇÃO - A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO

O ensino superior sofreu adequação regional. Mas ao que se deve essa movimentação? É uma via de

mão dupla. Há tempos, as graduações e ensinos técnicos têm experimentado o ritmo acelerado de crescimento. As instituições particulares e públicas de ensino mostram que os cursos estão, cada vez mais, voltados às neces-sidades de uma região, tanto econômicas como sociais. Os estados brasileiros vêm delimitando um mercado de trabalho específico, e consequentemente, a mão de obra é impulsionada a desenvolver capacidade para suprir os buracos econômicos.

O interior paulista é fruto desse diálogo. A cidade de Jaú (SP) é conhecida pelas confecções e distribuição de sapatos femininos em municípios vizinhos. O ex-depu-tado jauense, José Paulo Toffano, argumentou sobre a

importância da atividade, “Claro que existe a vocação para a produção do calçado feminino e que reflete nas cidades da região, como Bariri, Bocaina, Mineiros do Tietê, Dois Córregos, Barra Bonita”. Para isso, o SESI (Serviço Social da Indús-tria) criou o curso de De-sign de calçados e a FATEC Jahu, também tem um cur-so voltado para o ramo.

Em Bauru, o governo fe-deral construirá, ainda em 2012, um Instituto Fede-ral de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPS) com pre-visão de entrega para 2014. Segundo vice-prefeita, Es-tela Almagro (PT), o cen-tro educacional é resposta à defasagem de profissio-nais e ao desenvolvimen-to da cidade. “A demanda de cursos fica a cargo de análise do governo fede-ral, mas determinamos que o curso de geografia fosse uma prioridade. Temos de-fasagem de professores da rede pública de Bauru. É uma demanda regional”.

Faltam homens, o mercado de trabalho procuraAs universidades analisam demanda econômica para implantar seus cursos

Os cursos técnicos, que até a alguns anos eram destinados principalmente aos que entravam no

ensino médio, tornaram-se uma opção para quem já completou essa etapa, mas não tem condições de fazer uma faculdade ou ainda não decidiu que área quer tra-balhar.

Desde 1997, o ensino técnico não é mais vinculado ao médio, tornando-se uma escolha do jovem que acaba de concluir os estudos, quer entrar no mercado de trabalho de uma forma mais rápida ou, até mesmo, aprimorar-se em cursos de curta duração.

É importante lembrar que os cursos de qualificação profissional normalmente não exigem o ensino médio. Já para os técnicos, o aluno precisa ter completado o segun-do grau, ou cursá-lo paralelamente.

Em Bauru, escolas e universidades trabalham para se adaptar às novas opções. Conhecidos em território nacio-nal, escolas como Senai e Senac estão na cidade e ofe-recem cursos de construção civil, mecânica automotiva, tecnologia, informática, panificação, moda, radialismo, entre outros.

Para o coordenador de atividades técnicas do Senai, professor Guilherme Gonsales Panes, o perfil dos alunos que procuram o Senai são aqueles que querem se aper-feiçoar no ensino técnico industrial, aqueles que termina-ram o fundamental ou os interessados em cursos profis-sionalizantes.

“O mercado precisa de funcionários multifacetados”, afirma Guilherme. A grande procura de cursos técnicos é uma tendência. Odil Zepper, coordenador do curso de Moda do Senac e da USC e professor no ensino técnico/profissionalizante, acredita que “diante das gerações X e Y é inevitável que essa modalidade se consagre como target [alvo]”.

Corra aluno, corraSegundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, uma pessoa com curso técnico no

currículo tem 10% a mais de chances de conquistar um lugar no mercado de trabalho. “O aluno do tecnológico é motivado a ser um pouco mais empreendedor para corres-ponder à volatilidade do mercado” afirma o coordenador.

Monique Rocha, estudante de Moda na Universidade Sagrado Coração indica que um curso curto é uma ótima opção para quem quer trabalhar, mas não sabe ao certo que área seguir. “Como esses cursos são rápidos, o aluno não perde tanto tempo caso ele queira mudar de área após se formar”. Monique afirma também que existe uma maior facilidade na escolha da área na hora de se especializar “dentro da moda acabei descobrindo que o que eu realmente gosto é de modelagem!”.

Já os cursos superiores de curta duração, como, por exemplo, gastronomia, minis-trado na Universidade do Sagrado Coração, possuem um público com expectativas dis-tintas. A aluna Gabriely Brefe, formada em 2010, fez gastronomia motivada pela paixão pela cozinha. Para Gabriely, o curso foi uma experiência única e deve ser igualmente reconhecida, já que “mesmo sendo de curto prazo, consegue-se aprender bastante”, afirma.

A criação de mais escolas profissionalizantes é fundamental na educação brasileira. “Precisamos sempre procurar nos atualizar e estar de olho no que o mercado quer e exige. Incentivar os alunos a crescer e ser independente é nossa missão”, afirma Gui-lherme.

Fotos1 - Curso de Extensão de CupCake - Gabriely Brefe | 2 - Aula de desing de sapatos - Juba Zepper | 3 - Curso Técnico SENAI - Galeria de Imagens

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Passos curtos para o mercado de trabalhoCursos técnicos e superiores de curta duração têm atraído cada vez mais os jovens

Após a decisão do STF, que derrubou a necessidade do diploma de jornalismo, o ministro Gilmar Mendes afirmou que a queda dessa exigência acabará por criar uma espé-cie de modelo de desregulamentação para outras profis-sões. Isso faz com que muitos contestem a “necessidade” imposta pela sociedade de se fazer uma graduação.

Por mais que existam algumas profissões que não exi-gem diploma, em um mercado de trabalho competitivo, uma formação superior é valorizada. Cursos técnicos e profissionalizantes se apresentam como um caminho rá-pido de formação. Há muitos casos de pessoas que op-tam por fazer apenas (ou também) um curso técnico com a intenção de entrarem logo no mercado de trabalho

O estudante Diego Melo fez curso de Técnico em Informática em 2005 na ETE Pedro Ferreiras Alves, em Mogi Mirim. Atualmente cursando jornalismo, ele alega que após se formar no curso técnico, trabalhou durante 3 anos como Auxiliar Financeiro, enquanto fazia cursinho. Ele conta que já tinha certa vontade de fazer jornalismo, mas só decidiu de fato no dia da inscrição do vestibular.

Aprovado, Diego não gostava do curso no começo.

M esmo sendo muito gratificante terminar um curso em uma faculdade e saber que uma boa parte da

base necessária para enfrentar o mercado de trabalho já foi adquirida, os jovens sabem que isso não é o suficien-te. Aquela palavrinha que sempre assusta parece não sair mais de suas cabeças: experiência.

Existem aqueles precavidos, como Juliana Souza; “Logo que iniciei a faculdade de Administração de Em-presas, fui à busca de estágios, pois sabia que seria mais fácil conseguir um emprego se eu tivesse alguma experi-ência.” Juliana viu sua primeira oportunidade de estágio em um anúncio no mural de sua faculdade. Depois de passar por uma seletiva conseguiu ser contratada. Com o término do contrato, a estudante não ficou parada e foi em busca de outras oportunidades. Concluiu o curso de Administração de Empresas em 2009, com a experiência de três estágios. “Durante todos esses estágios foi possí-vel adquirir bastante experiência na área administrativa, e tudo que eu fui aprendendo, levei de um estágio ao outro, sempre demonstrando o meu diferencial”. Juliana acha muito importante as faculdades exigirem o estágio, pois conta muito na hora de enfrentar o mercado de tra-balho. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Estágio (Abres) Seme Arone Junior, é aconselhável que os jovens busquem uma vaga desde o primeiro ano de curso, assim é possível construir uma carreira profissional de sucesso.

O estágio profissional é considerado por vários espe-

cialistas o principal meio de inserção do jovem no mer-cado de trabalho. Com ele a pessoa ganha a oportunida-de de aplicar na prática o que aprendeu na faculdade e de vivenciar a rotina de sua profissão, dando o primeiro passo na carreira. Porém, conseguir estagiar representa um grande desafio para os estudantes do Brasil. Exis-tem 5 milhões de estudantes universitários matriculados no país e, de acordo com dados de pesquisa da Abres, apenas 740 mil vagas de estágios são disponibilizadas, o que representa 14,5% do total de estudantes. Com a oficialização da Lei do Estágio em 2008, que regularizou e garantiu direitos aos estagiários, muitas empresas e corporações passaram a entender a importância da con-tratação. Da mesma maneira as vantagens aumentaram para os estagiários, que passaram a ter carga horária de 6 horas diárias, recesso remunerado, auxílio transporte e bolsa auxílio para os estágios que não são obrigatórios. Por outro lado, muitas empresas fecharam as portas para os estagiários, tendo em vista que estes têm direitos se-melhantes aos dos empregados formais

Estágio é um ato educativo e investir na formação acadêmica é essencial. Uma das formas eficientes de conseguir um estágio é através da internet. Muitos sites estão disponíveis na rede, sendo eles pagos ou gratuitos. É o caso do site estagiarios.com, que atua desde 1999 no segmento de busca, seleção e contratação de estagiários. Segundo Giuliano Bortoluci, diretor de atendimento do estagiarios.com, “a eficiência se deve ao fato de que a internet agiliza e desburocratiza o processo de busca e seleção, além de racionalizar os custos inerentes a estas contratações.”, afirma.

Se você está se formando ou quer adquirir experiência para melhor formação profissional veja dicas de portais de seleção no box ao lado.

Estágio abre portas ao mercado de trabalhoOlá, Vida Real! É essa a impressão que os novos formandos das faculdades têm quando pegam o seu diploma.

Jéssica Mobílio

Ana Carolina Levorato

Ana Beatriz Assam

Camila Mello

“Sem nunca ter atuado na área fica difícil dizer com certeza do que não gosto. Mas, se quer uma resposta, não me vejo como repórter de jornal”, declara o jovem.

Mesmo não se identi-ficando com o jornalismo, Diego continuou com o curso e hoje está indo para o último ano. Trabalhando como redator em um blog de tecnologia e desenvol-vedor web em uma agên-cia, o jovem afirma que ainda está tentando desco-brir como suas duas áreas podem ser úteis uma a ou-tra.

Mas, diferente de Diego, há quem tenha coragem de encarar uma segunda gra-duação. Felipe Castro for-mou-se em 2005 no curso de turismo da antiga CE-

FET, atual IFSP (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo). Ele relata que decidiu cursar outra graduação desde o momento em que entrou na pri-meira, pois não via muita perspectiva na área. “Mas como o curso era federal e eu não sabia direito o que queria fazer novamente, resolvi terminar”, afirma. Durante esse tempo, o jovem amadureceu a ideia de fazer jornalismo.

Passaram-se dois anos entre o fim da primeira gra-duação e o começo da segunda. Nesse meio tempo, Fe-lipe revela que ganhou experiência na área de turismo, trabalhando em companhias aéreas e em uma agência de viagem. Um amigo foi o responsável por convencê-lo a prestar vestibular novamente. Segundo ele, foram 3 meses de estudo, que resultaram em uma provação no vestibular da Unesp.

Atualmente, o recém-formado Felipe trabalha com comunicação em marketing e alega gostar da área. De acordo com ele, os ensinamentos usados diariamente, são os de jornalismo. No entanto, o jovem acredita que a área de turismo foi seu diferencial durante a procura por um emprego, ajudando-o a entrar na empresa onde tra-balha atualmente. “Quando fiz a entrevista, eles tinham fechado recentemente contas com dois grandes clientes do segmento do turismo. Certamente foi um diferencial em relação a outros candidatos”, declara.

Para dentro da gavetaHistórias de quem tem “um diploma a mais na manga”

Box: Ana Lígia Corrêa

Estela complementa e ressalta a importância da esco-la, “O nosso papel é realizar um trabalho de divulgação do instituto entre os cidadãos bauruenses, porque os jo-vens carentes não acreditam que fazem parte desse pro-jeto. Devemos focar neles, o crescimento desses jovens é o objetivo”. O instituto deve contemplar nove municípios da região.

O Curso de Radialismo da UNESP de Bauru é outro modelo de demanda. O Prof. Marcos Américo, de Comu-nicação Social, lembra da história do curso. “Bauru faz parte da história da televisão brasileira. Tivemos aqui a primeira emissora de tevê do interior paulista na América Latina. Isso cria uma circunstância não só profissional, mas histórica para que se crie um curso de Rádio e TV por aqui. Isso pode ser considerado uma raiz”.

Ele afirma que os cursos de audiovisual ainda são poucos, “No total, para escolas públicas, são apenas 45 vagas para o estado de São Paulo e o interior paulista. Apesar de existir cursos particulares voltados para a área, a demanda ainda é alta e desproporcional”.

A última década mostrou-se promissora para os cur-sos de graduação e escolas técnicas em todo o país. O Censo da Educação Superior 2010 revela que 973.839 estudantes concluíram cursos de graduação, segundo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educa-cionais Anísio Teixeira). Em nove anos, de 2001 a 2010, o número de pessoas que freqüentaram o ensino superior dobrou, de 400 mil estudantes a quase um milhão. Os investimentos em aprimoramento profissional têm carac-terizado o cotidiano dos brasileiros. No entanto, as pre-ocupações com formação em nível superior vão além da carga pessoal.

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6 7PROFISSÃO - HISTÓRIAS DE VIDA

“O João vai ser padre”Profissão, religião e vocação. Histórias de quem se dedica à Igreja

Éramos pouco mais de 10 jovens na turma de crisma, guiados por Luciana, a nossa catequista. Estávamos no ano de 2005, nos encontrávamos aos sábados de manhã na Igreja São José. Discutíamos os valores do sacramen-to, e Luciana tentava cultivar em nós a dedicação à vida cristã. Porém, o tempo e as atividades escolares nos le-varam a outro caminho, era preciso estudar para sermos alguém na vida.

O susto veio quando em uma missa, cinco anos mais tarde, vejo um de meus colegas no altar, João Vitor Bulle. Ele vestia uma túnica branca e auxiliava o Padre Aymoré. As palavras de Luciana incentivaram um daqueles jovens. João estava no primeiro ano do seminário.

Fiquei curiosa, queria compreender porque um jovem escolheu o caminho da Igreja. Um ano depois, nos en-contramos. Era um sábado, combinamos de ir à mesma igreja em que nos conhecemos. Acho aquele lugar nos-tálgico, são muitas lembranças e muita fé.

Cruzei com a Luciana pelos corredores, dei-lhe um abraço, parecia que estava voltando no tempo. João che-gou suado, veio a pé do Seminário, uma caminhada de uma hora. Secou a testa com um lenço e sorriu. Ele vestia uma camisa de gola pólo azul por dentro de uma calça de brim, segurava uma pasta de couro, que não foi aberta em nenhum momento. Na mão direita um anel de Túcun, para selar seu compromisso com os pobres.

Ele me contou sobre o processo de discernimento da vocação, o quanto rezou e pediu a ajuda de Deus. Con-fesso que quase chorei quando ele descreveu o momento em que conversou com sua mãe. “Ela sempre quis ser avó, não poderia acabar com esse sonho. Eu frenquenta-va um grupo de oração, e um dia, no momento em que o santíssimo é exposto, pedi à Deus que ele me ajudasse. Cheguei em casa, ela olhou para mim e com lágrimas nos olhos disse ‘Filho você quer ser padre?”.

No seminário sua rotina é regrada. Acorda cedo todos os dias e vai até o Instituto de Filosofia São Tomás de Aquino (INFISTA) para assistir aulas teóricas. As sextas, ele e seus colegas seminaristas são responsáveis pela limpeza do prédio. Após a missa podem sair, contanto que retornem até as onze da noite. João está com 19 anos, terminará os estudos de formação religiosa em cin-co. Ainda precisa estudar mais um ano de filosofia no INFISTA, e quatro de Teologia, na Pontifícia Universidade Católica (PUC), em Campinas. Para ser seminarista é pre-ciso disciplina e principalmente fé. João me disse que dos que entram, em média, 10% se formam.

Sempre fui católica, mas nesse ano comecei a namo-rar um evangélico. Passei a me interessar pelo modo que outros cristãos pensam, por isso, decidi procurar por um pastor para entender esse “Chamado de Deus”.

A conversa foi por telefone. Ariovaldo mora em Uber-lândia, sua fala mansa e o sotaque me deixaram à von-tade. O pastor tem 32 anos e é também analista de sistemas. Frequenta a igreja desde os 16, quando se con-verteu cristão de natureza protestante. A vocação religio-sa surgiu mais tarde, quando começou a se reunir com um grupo de punks, metaleiros e homossexuais em uma praça. Foram sete anos de evangelização na rua para que ele fosse ordenado pastor. Perguntei-lhe sobre a posição da Igreja Evangélica frente às novas tribos urbanas, as quais ele pastorava. Então, ele me apresentou o Tribal Generation.

A ideia é fantástica. Eles se denominam “Igrejas para nova Geração”. É um grupo de pessoas que se dedica à evangelização de jovens que antes se sentiam excluídos, formando novos líderes dentro da igreja evangélica. São encontros regionais, nacionais e internacionais, vídeos

disponíveis na internet e, inclusive, uma escola para pastores. A Escola de Implantado-res de Igreja.

O diretor executivo do instituto é colega de Ariovaldo. Rafael Dhaer Machado, de 28 anos, contou-me, com o mesmo sotaque mineiro, mas de fala rápida, que existem três modalidades de curso. O modular, que consiste em 14 módulos, um por mês, aos finais de semana. O extensivo, que tem a duração de 6 meses, conta com aulas diárias. Já o treinamento intensivo, que acontece em algumas cidades, visa a formação de novas igrejas naquele contexto específico. Nas três modalidades de curso, a escola já formou mais de mil e trezentos líderes.

Rafael me explicou que existe uma demanda no Brasil por pessoas treinadas que saibam trabalhar a questão da liderança cristã. “Nós nascemos do Tribal Generation porque víamos a necessidade de trabalhar essa geração emergente dentro das tribos urbanas. Percebemos que faltava capacitação, tínhamos poucos missionários”.

Fiquei fascinada pelo movimento. Pensei como era importante disseminar a fé en-tre as novas tribos. Mas me perguntava se não existam outras maneiras de evan-gelizar. Lembrei-me da música.

Decidi procurar por algo que não conhecia, uma igreja mais conservadora. Fui até a Assembleia de Deus Madureira conversar com a banda de rock cristã Cais 513. Eles me esperavam no portão, eram cinco jovens. Todos de altura mediana, bem vestidos. Foram simpáticos. Entramos no prédio, fiquei surpresa com a dimensão. Eram quatro andares, a sala de reunião ocupava três deles. No principal havia um local para uma orquestra e várias cadeiras acolchoadas em auditório. Os outros dois eram mezaninos, de onde se via os instrumentos. A acústica do lugar era perfeita.

Fomos ao último mezanino. Conversamos sobre vocação religiosa e a pretensão que eles têm de viver para a música. Ser pastor? “Isso não é para a gente, cada um tem um papel dentro da Igreja, e o nosso é fazer música”. Eles expuseram a necessidade que sentem em levar a palavra pela música. Para eles o rock cristão é o soldado de frente, que abre o caminho e a mente das pessoas para a igreja. Eles ressaltaram que é importante mostrar que não podemos ser robôs seguindo a Bíblia.

Logo que cheguei em casa fui conferir o myspace da Cais 531. A música é boa. O rock é um pouco puxado para uma igreja conservadora. Apesar da diferença de reli-gião, senti vontade de voltar a freqüentar as missas. No próximo fim de semana irei à Igreja São José, quem sabe não encontro meu amigo João por lá.

1- Na primeira foto, acima e a esquerda, João Vitor faz uma oração na paróquia São José

2 - Na foto acima e a di-reita, João mostra seu anel de Tucún

3 - Ao lado, os músicos Fleiton, Samuel, Leandro, Tiago e Alex: soldados de frente pela palavra de Deus.

Fotos de Daniele Seridório.

PROFISSÃO - HISTÓRIAS DE VIDA

Há certas profissões que despertam os sonhos e fetiches das pessoas. O mundo artístico está cheio de profissionais que são vistos com tanta admiração que ganham status de ce-lebridade, e têm suas vidas pessoais invadidas pela mí-dia. Se por um lado fama e sucesso são tão atraentes, por outro, parece que tais coisas são restritas, distan-tes da população comum. Assim, as mesmas pessoas que admiram atores, can-tores e outros artistas, por vezes, desencorajam os próprios filhos a tentarem uma carreira artística. Estas profissões “não dão dinhei-ro”, como afirma a dona de casa Silvana Machado da Silva. Para ela, “poucas pessoas dão certo nessas profissões. A realidade é di-ferente, não é todo mundo que consegue aparecer na TV e fazer sucesso”. Silva-na é mãe de Beatriz de seis anos, que ao ouvir a clás-sica pergunta “o que você quer ser quando crescer?”, responde sem demora: “cantora”. A mãe ri, e acha que a vontade da menina é apenas “coisa de criança. Quando ela crescer vai ter que estudar, se formar e ter uma profissão”.

Algumas profissões que não exigem o diploma pen-durado na parede parecem não ter o mesmo reconhe-cimento, mas exigem muita dedicação. É o caso do bai-larino Louiz Rodriguez, 21, que já chegou a ter uma rotina diária de 12 horas de ensaios. “Hoje, depois de muito suar, minha carga horária é de 8 a 9 horas por dia”, conta.

A história do dançarino, natural da cidade de Barra Bonita, mostra que, além da dedicação física, ele pre-cisou conviver com mudan-ças de cidades e a saudade da família para chegar ao seu atual posto de bailarino da Cia Brasileira de Ballet, dirigida por Jorge Texeira e com sede no Rio de Janeiro. Até conseguir estabilidade, ele, que também já passou pela Escola do Teatro Bol-

Dureza X GlamourAs dificuldades e os prazeres das profissões artísticas

Daniele Seridório Soraia Alves

Foto 1- Francine Pantalaeo - editoriais de moda que fez pela Agência Joy. | Foto 2 - Louiz Rodriguez em apresentação pela Cia Brasileira de Ballet. | Foto 3 Na passarela Francine se destaca. Apesar do glamour, ser modelo exige sacrifícios.Todas as fotos são de arquivos pessoais

shoi no Brasil, em Joinville, teve que ralar muito: “infeliz-mente o ballet, assim como outras profissões relaciona-das à arte, não tem valor algum no Brasil. O salário não é dos melhores e o tipo de preconceito que enfrento hoje é de que faço algo que não é visto como uma profissão. É como se eu estivesse ‘brincando’ de dançar, quando na verdade eu vivo disso”.

Por falar em preconceito, Louiz diz que sua família nunca viu problemas com o ballet. “Meu pai foi diretor de teatro, então me entendia bem. Sempre me alertou sobre a vida de um artista, que não é uma profissão fácil, mas que é gratificante”. Já com os colegas, a história foi dife-rente: “enfrentei preconceito de amigos que diziam que eu estava fazendo algo pra meninas, e me chamavam de gay.” Há também a confusão com arte e esporte: “Dife-rente do que muitos pensam, [dançar] não é um esporte, afinal não há modalidade ballet nas Olimpíadas. É arte, e só eu sei o que sinto quando estou no palco usando meu corpo”, explica e se emociona Louiz.

A recompensa por tanto esforço vem na forma de aplausos a cada apresentação, e em alguns “privilégios”. Monte Carlo (Mônaco), Miami (EUA) e Pequim (China) estão carimbados em seu passaporte. Louiz ressalta a diferença da arte lá fora, “no meu ponto de vista, a arte em outros países está muito presente na cultura, diferen-te daqui. Lá fora é super normal ir ao teatro assistir a um ballet completo, que muitas vezes dura mais de 3 horas, ou a uma ópera”.

Viagens também fazem parte da vida da modelo inter-nacional Francine Pantaleao, 22. Chile, Itália, Espanha, França, Alemanha, Turquia, China e Filipinas são alguns dos países em que ela já trabalhou. A garota de Jaú con-quista o reconhecimento de agências internacionais não só pela beleza, mas também por sua simplicidade e na-turalidade com a qual encara o trabalho: “Não sonhava desde pequena em ser modelo, sabe? Eu queria estudar, fazer faculdade. Meu sonho era fazer história (risos), uma mudança total, né?”.

Foi o professor de dança de Francine que a inscre-veu no concurso Pernambucanas New Face, em 2005. O grande problema era sua timidez, mas os pais viram que ela levava jeito para o trabalho e decidiram investir na carreira dela. Foram diversos concursos nos quais Fran-cine não foi a vitoriosa, mas sempre havia olheiros nas seletivas. Durante o concurso Ford, a agência Joy a con-tratou. “Depois disso, fui pra São Paulo e fiquei moran-do por três meses na cidade grande. Um tempo depois, consegui minha primeira viagem”. Ela foi para o México e lá ficou por um ano: “Tive que escolher entre os estudos e a carreira. Não cheguei a terminar o terceiro colegial”, conta. Além dos estudos, Francine aponta outros fatores que compõem o lado negativo da profissão: “há milhares de modelos, todas em busca da mesma coisa, é preciso correr atrás de trabalhos e castings. Lá fora, a agência te dá um mapa, e boa sorte. Você chega, e às vezes tem dez, doze castings por dia. Você tem que se virar, pegar metrô, busão e cumprir o horário. Às vezes tem 400 mo-delos no teste para duas ou três vagas.” O preconceito também está presente: “Quando alguém me pergunta o que faço e eu digo ‘modelo’, não leva a sério, acha que é só um hobby”.

Ficar longe da família é o pior dos obstáculos. “São poucos os amigos verdadeiros. Os demais te vêem ape-nas como mais uma concorrente”, comenta. Se o gla-mour das profissões artísticas é grande, as exigências e as dificuldades também são. A maioria das pessoas não leva em consideração tais dissabores na hora de admira-rem seus artistas favoritos, mas é essa admiração que, para eles, compensa todo o resto.

“Eu frenquentava um grupo de oração, e um dia, no momento em que o santíssimo é exposto, pedi

à Deus que ele me ajudasse”

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Quando descobriu e decidiu que a profissão que queria para sua vida era ser ator? Com quantos anos começou a atuar?

Com quase 17 anos entrei em um curso de teatro em Bauru com o professor Paulo Neves. Entrei no curso ape-nas para ajudar com a minha timidez e comecei a me interessar de verdade. Ficava em dois turnos das aulas, ensaiava no lugar de um ator quando faltava e fui me envolvendo.Quando atuei pela primeira vez foi uma peça de poesias em que eu declamava o “Navio Negreiro” de Castro Alves. Foi emoção tão grande, adrenalina, poder, prazer, uma sensação muito forte que naquele momento eu decidi que ia me dedicar e me profissionalizar.

Antes de seguir nessa profissão, havia pensan-do em outra?

O meu sonho de criança era ser piloto de carros. Ten-tamos até ver como funcionava, mas era muito caro. Cheguei a pensar também em filosofia e jornalismo, mas estou feliz onde estou, com conquistas importantes no teatro e cheio de vontade de melhorar, de trabalhar e cheio de coragem.

Quais as principais dificuldades encontradas para quem quer ser ator?

Primeira constatação é de que é uma profissão que exige muito de nós. Essa história de celebridade, fotos e anúncios, poucos vão desfrutar. A carreira é de dedi-cação, descobertas, de auto-análise e de lidar com seus limites. Você é o seu instrumento de trabalho, então tem que estar tudo funcionando muito bem, o corpo, a mente e as emoções. E temos o outro lado também, que é o de se produzir, escolher o que quer dizer e o de pensar “o que é relevante ser discutido?”. Além de gerar trabalho, correr atrás de patrocínio, montar uma equipe e realizar um bom trabalho.

Como surgiu a oportunidade de atuar na novela das oito e interpretar o Nando Brandão em Insen-sato Coração? O que mudou depois dessa partici-pação na novela?

O autor da novela, Gilberto Braga, assistiu a peça “Um certo Van Gogh”, que até fomos para Bauru em 2008. O Gilberto gostou muito do meu trabalho, nos falamos de-pois da peça e foi só isso. Depois de um ano fui chamado para fazer a novela e foi a primeira vez que fui convidado, diferente de todos os meus outros trabalhos que foram através de testes. O que mudou foi o reconhecimento do grande público que assiste o horário nobre. A responsa-bilidade foi maior também, mas a luta continua.

Quais são os seus planos para o futuro na tele-visão? Alguma proposta?

Tenho muita vontade de continuar trabalhando na te-levisão, pois é um exercíco maravilhos e são desafios que me interessam.Estou com a peça agora até julho de 2012

PROFISSÃO - HISTÓRIAS DE VIDA PROFISSÃO - HISTÓRIAS DE VIDA

Segunda-feira, 19 de Setembro, 7h20 da manhã, quartel da Polícia Militar do Estado de São Paulo em Bauru. Os alunos da Escola de Formação de Soldados da Policia Militar já estão em forma no pátio do quar-tel para a revista matinal. A voz de comando é dada pelo Tenente da PM Nil-son César Pereira à frente dos pelotões e, simultane-amente, continências são prestadas em um ato de disciplina e respeito para o hasteamento da bandei-ra nacional. É o começo de mais uma semana de ensi-no e dedicação para os fu-turos policiais militares.

Carreira Militar é opção para muitos jovensEntre disciplina e hierarquia, a profissão garante

estabilidade, mas a aptidão é essencial Rotina na escola Para o jovem que passou em todas as fases do con-

curso, o próximo passo é a escola. Este é um tempo de aprendizado e de extrema dedicação, mas é durante esse período que muitos desistem de ser militares. É ali que o jovem realmente se vê defrontado com a hierarquia e a disciplina.

O Tenente Walter Ghirardello Filho, de 22 anos, se formou este ano pela Academia Militar das Agulhas Ne-gras. Entrou em 2007 através da Escola preparatória de Cadetes do Exército e atua no 2º Batalhão de Polícia do Exército em Osasco. “Minha escola foi um período bem difícil, mas que valeu muito o esforço”, revela.

A rotina do Tenente na Academia era bem variada. Se-gundo ele, no primeiro e segundo ano a rotina foi igual, com alvorada às 5h50, seguido de café da manhã e uma formatura matinal com todo o Corpo de Cadetes. Aulas de ensino universitário, das 7h30 as 15h20 e duas ho-ras de treino físico militar, com natação, corrida e lutas. Normalmente, seu dia letivo se encerrava no jantar, mas ocasionalmente ocorriam aulas pela noite.

No começo do terceiro ano, o Cadete escolhe sua arma, quadro ou serviço, que no caso do Tenente Walter a escolhida foi a Arma de Infantaria. “A partir dai, o en-sino se volta mais para a prática de manobras militares, estágios e viagens a diversas Organizações Militares do Brasil”, destaca.

A rotina na Polícia Militar é um pouco diferente. Para Soldado da PM o curso é de três meses de formação e de oito a três meses de estágio operacional. Para o Oficial, a duração é de quatro anos. Segundo o Tenente Nilson, a escola tem a função de dar condições para que o futuro policial militar possa entender tanto a doutrina da Policia Militar quanto a cultura da instituição que é muito forte. Além disso, eles ensinam todos os conceitos e teorias bá-sicas para que o aluno possa exercer o papel de policial militar, tanto na parte jurídica quanto na parte técnica do trabalho.

Dificuldades na carreiraMuitas são as dificuldades encontradas na carreira mi-

litar, como enfrentar a violência e a distância da família. Segundo o Major da PM Walter de Oliveira, uns dos de-safios são a disciplina e a mudança de comportamento. “Por mais firme e rígida que seja a educação que o jovem tenha tido, a carreira militar exige muito mais que isso, exige uma postura diferente e atitudes diferentes. Depois de alguns anos, você incorpora a vida militar e a rotina incorpora em você também e tudo fica mais tranqüilo”, conta.

Para o Sargento Marcelo Koguchi do Exército, a difi-culdade na carreira militar é o profissional estar sempre disposto a mudar de cidade. “Um dia você pode estar perto da família e outro você pode ir lá para a Amazônia. A distância familiar é uma dificuldade que sempre temos que enfrentar”, diz o Sargento.

A falta de conhecimento da população em relação ao trabalho da Policia Militar e de outras instituições milita-res também é uma das dificuldades. Pouca gente, segun-do o Tenente Nilson, conhece o trabalho da PM no dia a dia e acaba tendo a falsa impressão de que a Policia não o faz bem feito. “Lógico que têm policiais que não são tão bons, não são tão competentes, porém, a maior parte deles se esforça muito, como salvar pessoas sem conhecê-las, expõe sua vida a risco para salvar alguém e isso não é reconhecido”, afirma.

Condição de trabalho e o grande risco que a profissão proporciona estão entre os principais desafios enfrenta-dos pela PM. “Entre tantas dificuldades, o essencial é o profissional ter a aptidão para ser policial, por mais que haja dificuldade no dia a dia, acaba suprindo essas dificul-dades com a boa vontade de trabalhar”, complementa.

Entrevista com o ator Pedro Garcia NettoApaixonado pelo trabalho, dedicado e talentoso, o ator bauruense Pedro Gar-cia Netto, de 33 anos, está crescendo cada vez mais em sua carreira artística. Começou aos 20 anos estreando em “Caça Talentos” no ano de 1996 na Rede Globo. Participou também de telenovelas como Filhas da Mãe, JK, Cobras e Lagartos, Eterna Magia, Casos e Acasos, Ciranda de Pedra, Caras e Bocas e Insensato Coração. Além desses trabalhos na televisão, Pedro é bastante ativo no teatro. Sobrinho de Edson Celulari, Pedro tem ganhado espaço no teatro e na televisão. Ele conversou um pouco sobre sua profissão.

e devo voltar para a telinha no segundo semestre.Mas não tenho certezas do que real-mente vai acontecer, nessa profissão nós tentamos nos programar, mas nem sempre é possível. Estou trabalhando há cinco anos sem férias e isso é muito bom. Antes de acabar a novela Insensato Coração já estava ensaiando a peça com o Edson Celulari.

Além de novelas, você também está no teatro. Atualmente está com a peça “Nem um dia se passa sem notícias suas” com seu tio, Edson Celulari. É um texto contemporâneo, como tem sido a recepção da peça pelo público?

É a terceira peça que faço com a autora Daniela Pereira de Carvalho, que é uma autora de 33 anos, jovem e muito talentosa.Estou muito feliz com esse trabalho e estou contracenando com meu tio, que me influenciou na escolha dessa profissão e que eu sempre admirei. É uma peça que fala de família, de sangue e de descendência.

A peça trata de um encontro especial em que dois atores da mesma família estão o tempo todo em cena e duas gerações de atores se complementam.O público adora a peça, ri e se emociona. Ela trata de um universo masculino, da relação de dois irmãos e em outro momento da relação de pai e filho. Faço dois personagens na peça, o irmão e o filho do Edson. Estamos ansiosos para levar a peça para Bauru!!

Paola Patriarca

Foto 2 - Carreira Militar:A disciplina, hierarquia e respeito são fundamentais para todo militar.

Fotos 1, 3 e 5 - Carreira Militar: Alunos da Escola de Soldados da Policia Mili-tar em Bauru no desfile de encerramento da soleni-dade no CPI-4.

Fotos de Paola Patriarca

Paola Patriarca

Foto: Camilla Coutinho

Disciplina, hierarquia, marcha, continência, farda, res-peito, responsabilidade e esforço fazem parte da rotina de todo militar. Essa carreira tem sido a opção para mui-tos jovens, tanto homens quanto mulheres. Os concur-sos costumam ser concorridos, como os da Academia do Barro Branco da Policia Militar que teve, em sua última edição, aproximadamente dez mil inscritos.

Para ser um militar, além das muitas responsabilida-des que a farda exige, é preciso dedicação e vontade de servir. Há vários campos de atuação, seja na Polícia Militar, como nas Forças Armadas do Exército Brasileiro. Como enfatiza o Tenente da Polícia Militar Nilson César Pereira, aquele que tem o perfil ideal para ser militar é aquele que tem uma boa educação e que não vê a car-reira apenas como um emprego. “O jovem que quer ser militar deve entender que o papel dele não é apenas ter um emprego ou apenas uma carreira que envolva trinta anos de serviço bem prestados para ganhar um salário. Sua função é muito além, é defender as pessoas com a própria vida, gostar do que faz e ter sempre a intenção de ajudar ao próximo”, afirma.

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10 11PROFISSÃO - HISTÓRIAS DE VIDA PROFISSÃO - HISTÓRIAS DE VIDA

Dezenas de barracas com aparelhos eletrônicos, brinquedos e roupas estão espalhadas pela cidade de Bauru, interior de São Paulo. O Parque Vitória Régia, o Calçadão da Batista de Carvalho e a Feira do Rolo são considerados palcos do comércio informal. Esses pontos turísticos transformam-se em alegorias nas mãos de tra-balhadores autônomos e ganham vida própria com suas estórias.

Há trinta anos como vendedor ambulante, Osni Ce-lestino da Silva é o personagem do Parque Vitória Régia. O camelô tem uma pequena barraca de brinquedos com bolas, bonecos, carrinhos de plástico, jogos e pipas. Aos 66 anos, Osni e sua esposa administram seu comércio, assim sustenta dois filhos. “Há dois anos, compramos uma cama elástica e as crianças sempre vêem ao Vitória para brincar. Alguns pais já estão acostumados e deixam as crianças com a gente. É como uma família”, contou o camelô.

“Quando tinha vinte anos, saí de casa e montei meu próprio negócio. Sempre tive dificuldades para arrumar emprego fixo, porque não freqüentei a escola. Comecei a vender relógios nas ruas, e logo comprei os primeiros brinquedos para minha barraca”, lembrou o ambulante que trabalha apenas feriados e aos finais de semana.

Carmem da Silva, 64 anos, é outra personagem do comércio informal. Há 12 anos, a ambulante está insta-lada na Feira Rolo, localizada na Agenor Meira, paralela ao Calçadão da Batista de Carvalho. Dentre os produtos vendidos, há bijuterias, brinquedos e rádios de pilha. “Se eu tivesse a oportunidade de trabalhar em uma empre-sa, largaria a vida de camelô. Sou sozinha no mundo, e tenho muitas dificuldades de locomover a minha barraca. É muito sofrido. Sem contar que não recebo aposenta-doria”. Carmem precisa desmontar a barraca todos os dias e levar a mercadoria para casa.

A Feira do Rolo é o lugar do escambo, das trocas de mercadorias. É possível levar um objeto e trocar por outro usado, com bom estado de conservação. Desde roupas, calçados, celulares, discos, livros a peças de celulares.

O emprego instantâneoHistórias de pessoas que abandonaram o traba-lho formal e montaram suas barracas

FOTO 1 - Ambulantes sfrem com o a disposição das barracas na calçadas

FOTO 2 - Produtos inusitados, a Feira do Rolo é conhecida pela troca de mercadorias

FOTO 3 - Comércio no Parque Vitória Régia é voltado para o entretenimento

FOTO 4 (Abaixo) - O vendedor ambulante precisa de autor-ização para implantação de barraca

Fotos de Jéssica Mobílio

Os jogos pan-americanos acabaram e o que se viu foi a segunda melhor participação brasileira na história dos jogos. Com 141 medalhas no total, sendo 48 de ouro, quatro a menos que na edição passada, no Rio de Janei-ro, o evento deixou a sensação de que o país, enfim, tor-nou-se uma potência no esporte. Os brasileiros têm au-mentado seu investimento no esporte, de 2003 a 2010, o orçamento do Ministério do Esporte subiu mais de 400 por cento, no entanto, falta ainda patrocínio para os atle-tas, que continuam enfrentando dificuldade na profissão. Para explicar isso, uma breve história será contada.

Era uma vez um menino chamado Marcelo, lutador de kung fu desde pequenininho, o jovem sonhava em trabalhar com aquilo que melhor sabia fazer. Enquanto as outras crianças pediam para os pais chuteiras de pre-sente, ele gostava das espadas e dos kimonos. A criança cresceu e viu que não seria fácil trabalhar com a aquilo de que tanto gostava. Com o apoio e a ajuda financeira dos pais, Marcelo começou a participar de alguns peque-nos torneios, mas como nada parecia ser o bastante para que ele fosse notado, pensou em desistir de tudo. Aliás, justamente nessa época é que tudo mudou. Após sair vitorioso de um campeonato regional foi descoberto por um grupo financeiro, que lhe ofereceu patrocínio. Marce-lo assinou o contrato e viveu feliz para sempre.

Marcelo Yamada é atleta profissional de kung fu. Pa-trocinado Grupo Tiliform, o atleta será um dos represen-tantes brasileiros no mundial de kung fu, na Turquia. O bauruense, que já participou de duas outras edições do mundial, tendo sua melhor participação em Toronto, 2009, quando ficou em 18° lugar entre 70 esportistas, acredita que ainda falta muito para o esporte melhorar as suas condições, principalmente para aqueles considera-dos pequenos. “É claro que o esporte que eu pratico não é muito popular, mas tenho sorte de ser patrocinado. É fundamental para o atleta ter a ajuda financeira de insti-tuições ou grupos empresariais”, disse Yamada.

O atleta ainda acredita que esportes como vôlei, fute-bol e recentemente a ginástica artística, conseguem pa-trocínio mais facilmente. “Esportes mais populares atra-em mais visibilidade para o investidor. Isso é favorável para os dois lados. O atleta ganha uma ajuda financeira,

Cadê o patrocínio?Sem estímulos financeiros, atletas abandonam a profissão

enquanto que o patrocina-dor ganha notoriedade”, acrescenta.

Diferente de Yamada, que recebe patrocínio, e por isso consegue competir em campeonatos, Cristiane Bállico, 21, deixou a seleção sub-21 de vôlei por falta de patrocínio. A jogadora que integrava a equipe Finasa-Osasco perdeu o patrocínio da agência após a crise fi-nanceira de 2008. Na épo-ca, Cristiane era jogadora da equipe paulista, mas o banco Bradesco, para sair da crise econômica cortou o apoio dado ao esporte na cidade de São Paulo. Com

Com diferentes visões, os novos empreen-dedores mostram que podem se dar bem ao

dirigirem a própria empresa.

Atingir o sonho da estabilidade financeira e de se auto-sustentar são os principais objetivos que impulsionam os jovens a investirem na bolsa de valores. O espírito aven-tureiro, muito comum nos mais novos, e a facilidade em lidar com a tecnologia tornam-se elementos indispensá-veis para a entrada dos jovens no mercado financeiro. Para eles, acessar o “home broker”, sistema online de compra e venda de ações, não é um bicho de sete cabe-ças como pode parecer para os mais velhos.

O administrador de empresas Luiz Fernando Martins, recebeu dos pais o valor de R$ 33 mil para comprar seu primeiro carro, mas, em vez disso, resolveu se aventurar e investir o dinheiro pela primeira vez na bolsa de valo-res. “Eu tinha uma noção e interesse por causa da minha

formação. Mesmo receoso, resolvi investir um pouco do dinheiro até adquirir mais co-nhecimento e segurança”, afirma.

No período de quatro anos, Luiz Fernando passou por períodos de sorte e reveses. Conseguiu quase dobrar seu patrimônio inicial, mas perdeu muito dinheiro no período de queda dos valores das ações. Contudo, sua experiência teve saldo positivo. “Tirei o dinheiro em um bom momento. Deu para comprar meu carro e ainda me restou R$ 9 mil para investimentos futuros”, conta.

Segundo dados da “Agência Estado” divulgados em janeiro deste ano, já havia 39.054 jovens de até 25 anos na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Este núme-ro reflete um crescimento de 8,52% de fevereiro de 2009 até dezembro de 2010.

Além do talento que os jovens têm para se conduzirem no mercado de ações, mui-tos se destacam pelo empreendedorismo e pela facilidade de “tocar” um negócio pró-prio ou familiar, como o estudante de marketing Bruno Xavier, de 21 anos, que trabalha na empresa de seu pai.

Segundo Bruno, trabalhar com o pai vai muito além de cuidar dos próprios negócios e assegurar um futuro próspero. “Meu pai é um grande empreendedor e trabalhar com ele é mais do que uma escola. Além disso, conheço todas as etapas do processo de produção. O que mais me orgulho de dizer é que algumas de minhas idéias tornaram, ao mesmo tempo, as peças mais modernas, arrojadas e funcionais, e, o melhor, fazen-do o uso de matérias primas boas e mais baratas, o que aumentou a lucratividade”, ressalta.

Bruno tem como ídolos o criador do “Facebook”, Mark Zuckerberg, e Steve Jobs, in-ventor e empresário do setor da informática. Como eles, o jovem empresário não quer apenas “tocar” suas empresas no sentido de administrar, mas quer “tocar” no sentido de conduzir como uma música, respeitando os elementos melodia, harmonia, e ritmo.

Jovens ganham espaço no mundo dos negócios

Jéssica Mobílio Luana Rodriguez

Renata Coelho

Foto

: Lu

ana

Rodr

igue

z

o corte do patrocínio bancário, a equipe foi reformulada e assinou contrato com outra empresa, Sollys-Osasco, o que levou ao corte de algumas atletas. Sem atuar em nenhuma grupo paulista, a jogadora se viu cortada da seleção, e agora participa de peneiras para reintegrar a equipe paulista.

Nelson Farias é recém formado em educação física. O jovem, também largou a carreira como atleta por falta de patrocínio e decidiu virar professor. “Eu praticava judô, mas as viagens ficavam caras e eu não tinha patrocínio. Abandonei o esporte e decidi virar professor. Foi bom, a educação física é uma área que vem crescendo cada vez mais”, explica Nelson. Ele acrescenta que hoje há no país cerca 230 mil profissionais de Educação Física registrados no Conselho Federal de Educação Física (Confef). Para auxiliar na profissionalização dos esportistas, o Governo Federal criou, em 2006 leis de estímulo ao esporte. Essa lei prevê a possibilidade de pessoas físicas ou jurídicas destinarem uma parcela do imposto de renda em benefí-cio a projetos esportivos.

Com patrocínio atleta pode seguir para o mundial

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12CURIOSIDADES - IMPORTANTE SABER

Apesar do nervosismo e da pressão para encontrar o primeiro emprego, diversas empresas estão in-

vestindo na contração de trabalhadores através de em-presas de Recursos Humanos, as chamadas R.H.

De acordo com Gutemberg do Instituto Gutemberg Macedo a primeira regra e a que deve ser mais respeita-da pelo candidato é: Não mentir!

Outra lição de Gutemberg além de jamais mentir du-rante a entrevista: (sempre vale a pena frisar) é chegar atrasado; demonstrar despreparo e comportamento in-fantil; usar expressões chulas, etc

É sempre importante também lembrar qual o perfil da empresa em que a vaga está sendo oferecida. Mostrar conhecimento sobre o serviço e informações local de tra-balho é um diferencial.

O estilo neutro, com roupas básicas, unhas com es-malte discreto, sem decotes e maquiagem leve para as mulheres é o mais indicado na hora de passar por um recrutamento.

A sua roupa diz muito a respeito de seu caráter. Por-tanto, todo candidato precisa investir na sua aparência.

“Quando entrevistava jovens para as empresas, uma das primeiras coisas que a vinha a minha mente era: “Ele ou ela tem pinta de presidente?”Se ele ou ela não demonstrasse tal perfil, eu os eliminaria.” Aponta Gutemberg.

Saia na Frente:Muitas empresas em seus processos seletivos dão prioridade aos candidatos com

experiência no mercado. No entanto na busca pelo primeiro emprego, uma boa opção é partir para o trabalho voluntário.

Além do trabalho social, cursos e atividades também potencializam o candidato na busca pela vaga. “Qualquer tipo de atividade que tenha desenvolvido e que possa reve-lar seu nível de liderança, competência no cultivo de relacionamento interpessoal pode ajudá-lo” afirma Gutemberg.

Encarando o R.HAna Carolina Levorato

Box: Ana Lígia Corrêa