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COMPREENDER E ENSINAR: POR UMA DOCÊNCIA DA MELHOR QUALIDADE. PROFª LAIZE PROFª LAIZE

COMPREENDER E ENSINAR

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COMPREENDER E ENSINAR: POR UMA DOCÊNCIA DA

MELHORQUALIDADE.

PROFª LAIZEPROFª LAIZE

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COMPREENDER E ENSINAR NO MUNDO MODERNO

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Terezinha Rios comenta este tema em seu livro, sendo resultado da tese apresentada pela autora que pretende fazer uma interlocução com todos aqueles que têm interesse em participar da desafiadora tarefa que é a de ser professor no mundo contemporâneo.

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• Tanto o fazer, quanto o pensar crítico sobre o trabalho do professor são exercícios simultâneos que mesclam razão e paixão.

• Portanto, envolver-se afetivamente com esse trabalho é fazer um movimento que guarda uma dimensão de utopia.

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• É possível constatar que esse caráter utópico da prática educativa se revela mesmo no eixo de cruzamento da Filosofia, reflexão que empreende uma busca de compreensão da realidade, e da Didática. chamada de ciência do ensino.

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COMPREENDER E ENSINAR NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

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• Este livro não pretende ser qualificado de Didática da Filosofia ou de Filosofia da Didática.

• A intenção que move a autora é o de realizar uma articulação entre Filosofia e Didática trazendo ao campo da Didática a reflexão filosófica procurando ao mesmo tempo, fazer uma incursão da Didática.

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• O desafio de organizar o conhecimento com o objetivo de partilhá-lo de maneira sistemática fez com que a autora descobrisse seu caminho: "ela chegou a Didática como filósofa e retomou a função de professora".

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• Filosofia e Didática se localizam em um cenário com as características do mundo contemporâneo. Eis algumas de suas demandas, que se configuram como desafios:

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• um mundo fragmentado exige, para superação da fragmentação, uma visão da totalidade, um olhar abrangente e, no que diz respeito ao ensino, a articulação estreita dos saberes e capacidades;

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• um mundo globalizado requer, para evitar a massificação e a homogeneidade redutora, o esforço de distinguir para unir, a percepção clara de diferenças e desigualdades e, no que diz respeito ao ensino, o reconhecimento de que é necessário um trabalho interdisciplinar, que só ganha sentido se parte de uma efetiva disciplinaridade;

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• um mundo em que se defrontam a afirmação de uma razão instrumental e a de um irracionalismo, é preciso encontrar o equilíbrio, fazendo a recuperação do significado da razão articulada ao sentimento e, no que diz respeito ao ensino, a re-apropriação do afeto no espaço pedagógico.

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• A filosofia se caracteriza pela busca amorosa de um saber inteiro, ou seja, da compreensão do mundo. Compreender guarda em seu interior a referência de uma dimensão intelectual e afetiva.

• Há uma capacidade de conhecimento, uma argúcia da inteligência que lê dentro ou nas "entrelinhas" da realidade. Ao aspecto cognoscitivo se une uma perspectiva de afeto.

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• Como Filosofia da Educação, ao lado de outras perspectivas do conhecimento, ela buscará compreender o fenômeno educacional em todas as suas dimensões, inclusive olhar criticamente a tarefa do educador, da escola como instância educativa e dos indivíduos que têm um ofício muito especial: o de professor.

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• É o professor quem ensina no mundo e, para isso, ele precisa ter didática. Didática é a arte de ensinar. Ela engloba duas perspectivas: como um saber, um ramo do conhecimento - uma ciência que tem objeto próprio - e, uma disciplina que compõe a grade curricular dos cursos de forma ção de professores.

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• O ensino é um ato social e cabe ao professor ter um posicionamento crítico diante do instituído e do necessário. No gesto de socialização, a docência/ensino toma a característica da construção e reconstrução do conhecimento e valores, possíveis em uma situação dialética. Nessa dialogia, professor e alunos aprendem, estão integrados no processo.

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• A interlocução também se realiza entre a Didática e a Filosofia da Educação. O mundo atual é mais complexo para o docente, daquilo que ele estava habituado. Sendo muito amplo, ele possui algumas características que podem produzir no âmbito da educação alguns problemas:

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• a) a fragmentação - cabe à Filosofia da Educação apresentar as possibilidades da totalidade, que quando entendida pelo docente, viabiliza uma

• Didática que dialoga com a diversidade dos saberes.

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• b) a globalização - que em seu bojo traz o risco da massificação e da perda da individualidade. Didaticamente remete à necessidade do quem vem a ser disciplinaridade e da interdisciplinaridade;

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• C) a irracionalidade de uma razão instrumental e um irracionalismo, refletido dentro da Filosofia como a necessidade de articulação de todas as capacidades humanas, e dentro da Didática, como a reafirmação do objetivo de uma formação que leve em conta todas as capacidades a serem desenvolvidas pelos alunos/aprendizes e que se mobilize de maneira crítica e criadora.

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•COMPETÊNCIA E QUALIDADE NA DOCÊNCIA

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• O ensino competente é um ensino de boa qualidade.

• O conceito de qualidade é totalizante, abrangente, multidimensional.

• É social e históricamente determinado porque emerge de uma realidade específica de um contexto concreto .

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• Quando se fala de educação, as pessoas imediatamente, se remetem à idéia de um conjunto de qualidades, ou seja:

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• a) quando se está a referir ao processo de socialização e cidadania;

• b) quando se pretende a formação sócio-cultural do docente;

• c) de uma forma extremista, a Qualidade Total (inspiração dos asiáticos);

• d) o processo democrático que deverá estar presente especialmente dentro das escolas públicas.

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• Durante suas reflexões, a autora propõe a formação e a prática dos educadores e educadoras e a necessidade de pensá-las, numa perspectiva crítica.

• O que ela procura é avançar na problematização de alguns aspectos que parecem fundamentais para a melhoria da qualidade do trabalho docente.

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• Então, é primordial caminharem direção à construção de um profissional competente, reconhecedor de todas aquelas implicações e mobilizador de ações efetivas para sua concretização

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• Retorna-se, assim, ao tema da competência, procurando enfocá-la na articulação com a questão .da qualidade, e contando com a contribuição específica da Filosofia.

• "Que nós necessitamos de uma educação de qualidade é inquestionável; o que se deve questionar é qual o significado que se dá à qualidade, conceito que guarda em sua compreensão uma multiplicidade de elementos". Trata-se, urgentemente, de qualificar a qualidade.

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• A discussão sobre a competência e a qualidade ganha um sentido especial no espaço de articulação entre Filosofia e Didática.

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• No núcleo da Didática, estão o processo ensino-aprendizagem, a vida e a profissão do professor, de quem se espera qualidade.

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• A idéia de competência pode ser definida como saber fazer bem o que é necessário e desejável no espaço da profissão. Isso se revela na articulação de suas dimensões técnica e política, mediadas peia ética. Além disso, a autora procura trazer à luz uma perspectiva estética, que diz respeito à presença da sensibilidade - e mesmo da beleza - no trabalho.

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• Não há vida social que não seja política, pois é, em função de fins específicos decorrentes de certos interesses, que os homens estabelecem relações com a natureza e entre si.

• Em política, o objetivo é vencer. A prática política se apóia na verdade do poder.

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• Política é um conjunto de intencionalidades, um programa de ação. A educação tem uma função técnica e uma função política.

• Ou melhor, a função da educação tem uma dimensão técnica e uma dimensão política, dialeticamente relacionadas. A dimensão política da educação se realiza na articulação entre o especificamente pedagógico com a totalidade do social.

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• Do ponto de vista técnico, isso implica a criação de conteúdos e técnicas que possam garantir a apreensão do saber pêlos sujeitos, a descoberta e a invenção. Mas, conteúdos e técnicas não são neutros, pois eles são selecionados e transmitidos em função de certos interesses.

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• A tarefa fundamental da educação, da escola, ao construir, reconstruir e socializar o conhecimento, é formar cidadãos, portanto contribuir para que as pessoas possam atuar criativamente no contexto social de que fazem parte e conseguir êxito em suas vidas.

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• Razão maior, portanto, é ver com clareza qual é a tarefa da escola, do educador e explicitar a significação da felicidade. Para a autora, o principal para a vida de um ser humano é ser feliz; piegas ou romântico, ou ainda, levando-se em. conta as contradições agudas do mundo contemporâneo, temos certeza de que esta afirmativa é verdadeira.

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• Entretanto, ninguém pode ser feliz sozinho. Daí a importância do conceito de cidadania. A idéia de relação social ganha muita força. Para a concretização da felicidade, é preciso que haja dignidade, auto-realização, espírito de solidariedade, igualdade de direitos.

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• Isso demora para acontecer, é um processo que precisa ser exercitado numa sociedade democrática. A escola tem muito a ajudar.

• Se entendemos que a cidadania é uma possibilidade concreta de participação na construção da cultura e da história, devemos lutar através de uma ação conjunta e imbuídos de valores comuns, de forma contínua e perseverante. A cidadania não é algo pronto, ela precisa ser construída.

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•AS DIMENSÕES DA COMPETÊNCIA DO

EDUCADOR

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• Fazendo a articulação entre os conceitos de competência e de qualidade, chegamos a uma definição de competência que se apresenta como uma totalidade que abriga em seu interior uma pluralidade de propriedades; um conjunto de qualidades de caráter positivo; fundadas no bem comum; na realização dos direitos do coletivo de urna sociedade.

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• O objetivo desse capítulo é explorar cada uma das dimensões em todas as ações docentes, mostrando a estreita relação entre elas: técnica, política, ética e estética.

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• A dimensão técnica - O termo técnica é usado. para indicar o "conjunto dos processos de uma arte" ou a "maneira ou habilidade especial de executar ou fazer algo". Com esse significado, fala-se em ensino técnico, faz-se referência ao avanço tecnológico do mundo contemporâneo etc.

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• A dimensão estética - os gregos usavam o ; termo aesthesis para indicar exatamente a percepção sensível da realidade.

• A autora procura lançar claridade sobre a presença da sensibilidade - e da beleza - como elemento constituinte do saber e do fazer docente. Refere-se à sensibilidade como algo que vai além do sensorial e que diz respeito a uma ordenação das sensações, uma apreensão consciente da realidade, ligada estreitamente à intelectualidade

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• As dimensões ético-políticas - Existe uma estreita ligação entre essas dimensões; no entanto, ela não nos impede de fazermos uma distinção. Ao explorar o conceito de ética, uma primeira distinção já se impõe: aquela entre ética e moral. Vejamos:

• Cada sociedade possui seu ethos, ou se compõe de um conjunto de ethos, jeitos de ser, que conferem um caráter àquela organização social. O ethos se desdobra em ethos econômico, político e social. Os papéis sociais têm seu fundamento no ethos da sociedade.

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• A moral pode ser definida como "um conjunto de normas e regras destinadas a regular as relações dos indivíduos numa comunidade social dada". Em que se sustentam essas normas e regras? Nos valores criados pêlos homens nas suas relações entre si e com a natureza. Não se pode falar em valores "em si", mas criados a partir de propriedades concretas, reais, no mundo, na relação que os homens estabelecem

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• Na ética, estamos numa perspectiva de um juízo crítico, próprio da filosofia que quer compreender, quer buscar o sentido da ação. As proposições da ética devem ter o mesmo rigor, a mesma coerência e fundamentação das proposições científicas.

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“A cidadania que precisamos formar, com o exercício da docência competente, não é uma cidadania qualquer. Ela ganha sentido num espaço democrático, que também demanda um esforço de construção coletiva e no qual os dilemas e conflitos estão a nos desafiar.”

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• O educador competente é comprometido com a construção de uma sociedade justa, democrática,na qual o saber e poder tenham equivalência na organização de relações de solidariedade e não de dominação .

• Não se considera competente quem é proprietário de um saber que não é partilhado.

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• A competência não está estabelecida de uma vez por todas. Ela é construída cotidianamente e se propõe como um ideal a ser alcançado.

• Além de ser construída, a competência é compartilhada, pois uma pessoa não pode ser humana sozinha, nem pode ser competente sozinha, pois a qualidade do trabalho se define na relação com os outros.

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BEIJOSSSSSS,ATÉ AMANHÃ !!!!