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Unidade II
COMUNICAO E EXPRESSO
Prof. Bruno Csar dos Santos
Para comear: objetivos
Discutir a produo e a interpretao de textos como meios de comunicao e interao social.
Definir o que texto e contexto, como reconhecer tcnicas e recursos para pestabelecer comunicao com o outro.
Intertextualidade
Ao utilizarmos trechos originais ou parafraseados de textos na elaborao de nossos textos, criamos uma forma de dilogo: a intertextualidade.
Julia Kristeva, inspirada em M. Bakhtin, t it dnos apresenta o conceito de
intertextualidade como um processo de elaborao em que todo texto a absoro e a transformao de uma multiplicidade de outros textos; constri-se como um mosaico de citaes Pormse como um mosaico de citaes. Porm, a intertextualidade no uma mera cpia de fragmentos; prope um dilogo que revigora o texto usado como referncia. H um movimento transformador de ideias.
Tipos de intertextualidade
A citao ocorre quando transpomos, para o nosso texto, a ideia de um autor na ntegra. Vir entre aspas quando for uma citao direta ou associada a uma reflexo.
A parfrase permite a aluso de um outro texto para reforar uma mensagem. permitido alterar algumas expresses para causar efeito potico.
A pardia permite a aluso de um outro texto, porm utiliza-se da ironia para ridiculariz-lo. O movimento literrio do modernismo utilizou-se da pardia para ridicularizar os romnticos.
Tipos de intertextualidade
A epgrafe apresenta uma dedicatria ou referncia a algum.
A traduo de textos em outras lnguas tambm pressupe a intertextualidade.
A intertextualidade pode ser observada t t d lquanto ao contedo, por exemplo, em
matrias jornalsticas que se referem a outras notcias j publicadas; textos que imitam a linguagem bblica, jurdica ou um estilo de poca. A intertextualidade pode ser qualificada como um meropode ser qualificada como um mero processo de referncia, como a epgrafe, por exemplo, ou como um processo absolutamente criativo, que exige do leitor muito conhecimento intra e extralingustico.
Interatividade
Determine a alternativa correta:a) A intertextualidade uma figura de
linguagem apropriada para textos poticos.
b) Para interpretar a intertextualidadeb) Para interpretar a intertextualidade, basta o conhecimento do lxico.
c) A intertextualidade um recurso utilizado s em textos jurdicos.
d) A intertextualidade um recurso tili ado s em te tos jornalsticos comutilizado s em textos jornalsticos, com
o objetivo de recuperar notcias.e) A intertextualidade um recurso
que promove dilogo entre textos.
Informaes implcitas
A elaborao de uma mensagem pautada em informaes que, muitas vezes, no so automaticamente desvendadas; esto implcitas e exigem do leitor ateno na tarefa de desvend-l d ilas. um dos recursos mais apimentados, porque exige do interlocutor ou receptor conhecimentos apurados sobre os recursos da lngua. Tambm necessrio estar atento aos fatos e situaes do cotidiano quefatos e situaes do cotidiano que possam servir de pista para a decodificao das mensagens.
Pressupostos
As mensagens so construdas com base nas informaes que se explicitam no texto por meio de indicadores lexicais ou de outra natureza. No texto verbal, aparecem palavras e expresses, no
i d i di tid Penunciado, que indicam o sentido. Por exemplo, quando nos deparamos com uma caracterizao de personagens, seja em texto verbal ou no verbal, possvel pressupor a sua classe social e, muitas vezes o tipo de profisso que exercevezes, o tipo de profisso que exerce. Isso acontece porque somos capazes de reconhecer indicadores na maneira da personagem se vestir, falar, agir etc.
Subentendidos
A mensagem decodificada pelo ouvinte ou receptor sem expresses ou marcas no enunciado. O subentendido abre espao para uma suposio que, diferente da deduo, leva a uma i t t di t l P linterpretao discutvel. Por exemplo, um diretor pede referncias para um de seus gerentes sobre um funcionrio com possibilidade de promoo a ser definida pelas recomendaes de seu gerente. Ao escrever a carta o gerente pode elencarescrever a carta, o gerente pode elencar uma srie de qualidades do operrio, porm com a inteno de mostrar que ele no deve ser promovido.
Subentendidos
possvel supor que o gerente no quer perder o seu operrio. As insinuaes que se podem depreender da no foram marcadas linguisticamente no texto, mas so inferidas pelo reconhecimento de um
t tcontexto.
Alterao de sentido das palavras
A denotao ocorre quando definimos uma palavra no sentido literal (dicionrio). Esse procedimento reduz a gama de interpretaes; por isso, seu uso frequente em livros didticos, t t d i t P ltextos acadmicos etc. Por exemplo, ao estudarmos as classes gramaticais, nas gramticas, percebemos o rigor com que so definidas, pois qualquer tipo de ambiguidade pode gerar uma interpretao equivocada do conceitointerpretao equivocada do conceito proposto.
Alterao de sentido das palavras
A conotao ocorre quando a proposta de interpretao extrapola o sentido literal. Os poetas, ao traduzirem o mundo, nos revelam muitas possibilidades de sentido para as
lpalavras.
Metfora
A metfora uma figura de linguagem que ocorre pela justaposio de dois termos que apresentam traos em comum; uma comparao sem o conectivo como. Por exemplo, no
i d Mi h l h id d enunciado: Minha alma humanidade, uma das possibilidades que a metfora tenha sido construda com base na multiplicidadecomo trao de sentido que une os termo alma e humanidadehumanidade .
Metonmia
A metonmia uma figura de linguagem que aproxima termos por contiguidade (termos afins), incluso ou implicao. Leva-nos ao termo substitudo:
parte pelo todo: No carnaval, fantasias p pdesfilam na avenida. (fantasias por participantes);
espcie pelo indivduo: Joo leu Machado (obra/Machado de Assis);
Metonmia
efeito pela causa: Na cultura oriental, os cabelos brancos so respeitados. (velhice);
a coisa por seu atributo (perfrase): O poeta dos escravos no se calou diante pdo homem branco. (Castro Alves);
Metonmia
a coisa por seu smbolo: A sustica ainda persiste, apesar das sequelas da tragdia histrica que causou. (nazismo);
o contedo pelo continente: Vamos tomar uma xcara de caf? (xcara por caf);
o local pela coisa: O senado revolta-se com a divulgao de atos corruptos. (senadores);
o singular pelo plural: A Itlia dominou o Bexiga. (italianos);
a matria pela coisa: Trajava um pano colorido e leve. (roupa)
Interatividade
Indique a alternativa incorreta:a) Nos pressupostos, h palavras e
expresses que indicam um sentido.b) O subentendido no vem marcado por
expresses lingusticasexpresses lingusticas.c) A conotao o sentido literal das
palavras.d) A denotao utilizada nas definies
de dicionrio.e) A metfora e a metonmia so figuras de
linguagem.
Processo de argumentao
A argumentao tem o objetivo de convencer o indivduo a compartilhar de uma tese proposta. As condies de argumentao iro determinar o seu poder de persuaso. Condies: definir a tese; ter uma linguagem comum com o
pblico; causar empatia;
agir de forma tica agir de forma tica.
Procedimentos argumentativos
Exemplificao: um recurso que abastece o processo de argumentao, pois elucidativo. So utilizados marcadores ou conectivos para essa finalidade - por exemplo, mais i t t timportante que etc.
Explicitao: um recurso utilizado para esclarecer fatos. Conectivos para essa finalidade - haja vista, quer dizer, ou seja etc.
Enumerao: um recurso utilizado para apresentar uma sequncia de elementos que comprovem a tese. Conectivos para essa finalidade - sucessivamente, respectivamente, em seguida etc.
Procedimentos argumentativos
Comparao: um recurso para provar o que apresentado como opinio do autor. Conectivos para essa finalidade -tal como, da mesma maneira etc.
Sntese: um recurso que retoma o que q qj foi dito antes. utilizado na concluso do texto e pode ser moldado segundo o raciocnio de deduo (conectivos - de acordo com, logo etc.); segundo a relao de causa e consequncia,
t d l ti d fapontada pelos conectivos de forma que, por causa de etc.; por uma interrogao, e tambm citao direta.
Operaes mentais implicadas no processo de argumentao: induo
A induo o raciocnio que fazemos quando analisamos fatos particulares para chegar a uma concluso ampliada. Por exemplo, com bases nos seguintes dados particulares, podemos chegar a uma
l i d concluso por induo: cobre conduz energia; ouro conduz energia; ferro conduz energia;
todo metal cond energia (concl so) todo metal conduz energia (concluso).
Operaes mentais implicadas no processo de argumentao: deduo
A deduo o raciocnio que fazemos quando analisamos uma verdade estabelecida (geral) para validar um fato. composta por trs proposies. Por exemplo: todo homem mortal; Jos homem; logo, Jos mortal.As duas primeiras proposies so as premissas e a ltima a concl sopremissas, e a ltima a concluso.Podemos observar que as informaes contidas na concluso j estavam implcitas nas premissas.
Validade das nossas premissas
Para que o nosso ponto de vista possa ser validado, necessrio apresentar fatos que o credenciem. Nesse sentido, cabe saber se uma premissa verdadeira ou no. Para essa tarefa, devemos verificar: a consistncia lgica; se pode ser submetida verificao; se contradiz alguma verdade j aceita; se est apoiada em algum testemunho
a tori adoautorizado.Toda hiptese, portanto, deve ser passvel de verificao.
Interatividade
Indique a alternativa que apresenta os conectivos adequados para o procedimento argumentativo da explicitao:a) Isto , haja vista, na verdade.b) Por exemplo de maior relevncia queb) Por exemplo, de maior relevncia que.c) Em seguida, por ltimo.d) Assim como, igualmente.e) Logo, de acordo com.
A estrutura do texto dissertativo
Introduo: a parte da dissertao em que apresentaremos o assunto e o nosso ponto de vista ou tpico frasal.
Desenvolvimento: a parte em que apresentaremos os argumentos para p g pjustificar a defesa;
Concluso: a parte em que enfatizaremos o nosso ponto de vista por meio de apresentao ou proposta de soluo.
Tipos de texto argumentativo: artigo
O artigo veicula um ponto de vista sobre determinado tema; utiliza-se de uma linguagem adequada ao perfil do pblico; apresenta recursos argumentativos e a assinatura do autor.
Tipo de texto utilizado em jornais, revistas especializadas e trabalhos acadmicos.
Editorial
O editorial apresenta a opinio dos responsveis pelo jornal em forma de comentrio.
Tem carter opinativo; no traz assinatura; utiliza-se de uma linguagem g gformal; procura chamar a ateno do leitor para a linha de pensamento do jornal.
Crnica
A crnica o relato dos fatos do cotidiano, determinados por um contexto scio-histrico. H trs tipos de crnica:1. comentrio - a narrativa se constri em
primeira pessoa; uso de linguagem p p g gsimples e presena de fatos que iro gerar a reflexo;
2. lrica - a narrativa se constri em primeira pessoa; uso de linguagem sentimental e coloquial, sem a presena de fatos que geram uma reflexo, com a presena de uma viso sentimental de fatos relacionados realidade interna ou externa;
Crnica
3. narrativa - foco em primeira ou terceira pessoa; linguagem humorstica, irnica, predomnio do dilogo, histria breve e divertida.
Resenha
A resenha um resumo comentado e/ou acompanhado de anlise crtica sobre uma determinada obra lida. comum encontrar resenhas em cadernos culturais e jornais. Uma das principais
t ti d h caractersticas da resenha a elaborao de resumo e reflexo de uma obra. A resenha, portanto, no temtica; opinativa e reflexiva sobre o texto do outro.
Resenha
possvel desenvolver dois tipos de resenha: crtica e descritiva. A diferena entre elas est no tipo de julgamento ou ponto de vista sobre a obra. Na resenha crtica, o resenhista apresenta um juzo d l d ti b i bde valor do tipo bom ou ruim sobre a obra e sugere ou no a sua leitura. Na resenha descritiva, o resenhista julga se procedente a linha de raciocnio do autor da obra; se o que dito faz sentido Os julgamentos se parecemsentido. Os julgamentos se parecem, porm o tipo de manifestao, mais persuasiva, no primeiro caso, e menos persuasiva, no segundo, que estabelece a diferena.
Resenha
A resenha deve apresentar:1. introduo, resumo ou sntese das
principais ideias do autor;2. desenvolvimento ou explanao das
reflexes;reflexes;3. concluso para finalizar o ponto de vista
apresentado.A resenha deve conter, portanto, sntese, anlise aprofundada das ideias centrais, ponto de ista sobre o te to lido ponto de vista sobre o texto lido. necessrio indicar a obra lida no corpo da prpria resenha.
Elaborao de resenha
Para elaborao de uma resenha, necessrio contemplar os seguintes aspectos: ler atentamente a obra a ser resenhada; anotar todas as ideias e argumentos g
importantes e consideraes que possam servir para o desenvolvimento da resenha;
identificar o assunto, seu contexto e pblico-alvo para ajud-lo a desenvolver seu ponto de vista;
fazer um resumo com suas palavras, e no uma cpia das palavras do autor;
escolher uma das ideias centrais da obra para a sua reflexo.
Interatividade
Indique a alternativa incorreta:a) H trs tipos de crnica: comentrio,
lrica e narrativa.b) O editorial geralmente no traz
assinatura pois representa a opinio deassinatura, pois representa a opinio de um grupo de pessoas.
c) A resenha um resumo de uma obra lida.
d) O artigo tem carter opinativo.e) Intencionalidade, finalidade, tipos de
argumentos e contexto so critrios para definir os gneros textuais estudados.
Para finalizar...
Da felicidade
Quantas vezes a gente, em busca da [ventura,Procede tal e qual o avozinho infeliz:qEm vo, por toda parte, os culos procuraTendo-os na ponta do nariz!
Mario Quintana.
AT A PRXIMA!