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A Presença do Outro ou o Dever de sentar- se

Comunicação: fato básico para se tornar pessoa – ser-para-o-outro, ser-com-o- outro. A presença do outro na minha vida: Outro não pode ser visto como

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A Presença do Outro ou o Dever de sentar-

se 

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1.0 A pessoa humana e suas dimensões fundamentais:

> Cósmica, física, corpórea: Encarnação.>Psicológica, psíquica: Consciência.>Social, comunitária: Comunicação.>Transcendente, espiritual: Transcendência.

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Comunicação: fato básico para se tornar pessoa – ser-para-o-outro, ser-com-o-outro.

A presença do outro na minha vida: Outro não pode ser visto como invasor, ladrão

A presença do outro como fator de crescimento: Aceitação do outro como um distinto de mim mesmo.

2.0 Dimensão social ou comunitária: Presença do outro.

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Atitude de disponibilidade: abertura e acolhida, sem cálculo ou sistemática

desconfiança. Atitude de dom de si: amor oblativo. O outro como um “tu”, não como um

“objeto”. Eu+tu= nós: comunicação de sujeitos,

diálogo, encontro autêntico. Comunhão de vida e de amor.

2.0 Dimensão social ou comunitária: Presença do outro.

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A presença do outro como fonte de libertação:Olhar revelador do outro: a presença do outro me inquieta, põe-me em causa, isto é, revela-me a mim mesmo (tanto o olhar generoso, como o olhar hostil ou reprovador).

Olhar solidário do outro me tira do isolamento, da solidão.

Olhar purificador do outro: “o olhar do ateísmo purifica a fé”; “o olhar da oposição ao governo...”

2.0 Dimensão social ou comunitária: Presença do outro.

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Olhar revitalizador: um apelo a melhorar, a superar-me, a ultrapassar-me.Olhar interrogador: a presença do outro me questiona, interroga-me. - A presença do outro é uma interrogação constante para mim; - Incita-me a libertar-me dos: - Meus hábitos, ideias, modos, “seguranças”, do comodismo, do conformismo, do fechamento em si (individualismo e egoísmo).

2.0 Dimensão social ou comunitária: Presença do outro.

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Daí, parte o projetar-se para Deus; o projetar-se para os outros;

Numa palavra, daí, nasce e amadurece o amor a Deus, ao próximo, a mim mesmo e ao mundo;

A presença do outro é, sobretudo, o apelo constante a realizar “o dever de sentar-se”, um dos meios de esforços para viver a espiritualidade do Sacramento do Matrimônio.

3.0 A presença do outro é um fenômeno (fato) fundamental para o meu crescimento e maturidade, como pessoa, e para libertar-me de mim mesmo.

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Por isso, o dever de sentar-se é um meio de aperfeiçoamento espiritual para o casal.

A presença do outro fecunda a minha vida. Aliás, é uma fecundação recíproca (diálogo).

Atenção para os limites da comunicação humana. Estes limites podem ser superados com a paciência, a compreensão mútua e, sobretudo, com a graça de Deus.

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Para refletir:

1ª. O que dificulta a nossa comunicação? E, por isso, dificulta o dever de

sentar- se?

2ª. Como (meios concretos) superar esta dificuldade?

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O Catecismo da

Igreja Católica

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O “Catecismo da Igreja Católica” é fruto de uma vastíssima colaboração. Foi elaborado em seis anos de intenso trabalho por peritos no assunto.

Nove redações, sempre consultando bispos, teólogos, exegetas, catequistas.

“O Catecismo reflete, deste modo, a natureza colegial de o Episcopado: testemunha a catolicidade da Igreja.”

 

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Distribuição da matéria

“Um catecismo deve apresentar, com fidelidade e de modo orgânico, o ensinamento da Sagrada Escritura, da Tradição viva da Igreja e do Magistério autêntico, bem como a herança espiritual dos Padres, dos Santos e das Santas da Igreja, para permitir conhecer melhor o mistério cristão e reavivar a fé do povo de Deus”.

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Quatro partes ligadas entre si:

O mistério cristão é objeto da Fé: Credo (1ª Parte);

É celebrado e comunicado nos atos litúrgicos: Liturgia (2ª Parte);

Está presente para iluminar e amparar os filhos de Deus no seu agir: Pastoral (3ª Parte);

Funda a nossa oração, cuja expressão privilegiada é o “Pai Nosso”, e conclui o objeto da nossa súplica, do nosso louvor e de nossa intercessão (4ª Parte).

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O Catecismo mostra a maravilhosa unidade do mistério de Deus, do seu desígnio de salvação e centralidade de Jesus Cristo, Filho Unigênito do Pai, nosso Salvador.

Ele está sempre presente em sua Igreja, particularmente nos Sacramentos; Ele é fonte da fé, o modelo no agir cristão e Mestre da nossa oração.

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Valor doutrinal do texto do Catecismo

É um instrumento válido e legítimo a serviço da comunhão eclesial e como uma norma segura par o ensino da fé. Quer prestar um serviço a todas as Igrejas Particulares a sustentar e confirmar a fé de todos os discípulos do Senhor Jesus, como também reforçar os laços da unidade na mesma fé apostólica.

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Prólogo

I. A vida do ser humano – Conhecer e amar a Deus

Deus, por pura bondade, criou o ser humano para fazê-lo participar de sua vida bem-aventurada. Deus “chama-o e ajuda-o a procura-lo, a conhecê-lo e a amá-lo com todas as suas forças”.

Tudo isto o faz, por meio de seu Filho, Jesus Cristo e de sua Igreja, como seu prolongamento no tempo e no espaço, que guardou o depósito da fé apostólica e é chamada a transmiti-la de geração em geração, vivendo-o na partilha fraterna e celebrando-o na liturgia e na oração.

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II. Transmitir a fé – a Catequese

Catequese: Sentido amplo = são os esforços empreendidos

pela Igreja para fazer discípulos de Jesus, a fim de, pela fé, terem vida em seu nome; e para educá-los e instrui-los nessa vida.

Sentido estrito = é a educação da fé das crianças, dos jovens e dos adultos, apresentando especialmente a doutrina cristã de modo orgânico e sistemático, em ordem à iniciação na plenitude da vida cristã.

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A catequese tem que, íntima e necessariamente, estar relacionada com toda a vida da Igreja, dentro de uma comunidade: evangelização (primeiro anúncio – querigma);

liturgia; pastoral; celebração dos sacramentos; integração na comunidade eclesial; testemunho apostólico e missionário.

 

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A catequese não é, apenas, para crescer em número dos discípulos (Apologética), mas, sobretudo, crescimento interior da Igreja e para que possa realizar sua missão na terra.

Os períodos de renovação da Igreja são também tempos fortes da catequese. Os Concílios foram sempre fonte de renovação do ministério da catequese. Assim, aconteceu, também, com o Concílio Vaticano II.

 

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III . O objetivo e os destinatários deste Catecismo

Objetivo: “apresentar uma exposição orgânica e sintética dos conteúdos essenciais e fundamentais da doutrina católica tanto sobre a fé quanto sobre a moral, à luz do Concílio Vaticano II e do conjunto da Tradição da Igreja”.

Suas fontes principais: Sagrada Escritura, Santos Padres, Liturgia e Magistério da Igreja.

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Destinatários: em primeiro lugar, aos Bispos, enquanto doutores da fé e pastores da Igreja, para auxiliá-los em seu ofício de ensinar o Povo de Deus.

E, por meio deles, ele se destina aos redatores de catecismos, aos presbíteros e aos catequistas.

Será útil a todo cristão e cristã que quer aprofundar e viver sua fé cristã católica.

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VI. A estrutura deste Catecismo

O projeto inspira-se na grande tradição dos catecismos que articulam a catequese em torno de quatro “pilares”:

Profissão de fé (o Símbolo): Revelação = fala de Deus (se revela e se doa ao ser humano) e resposta humana. O Símbolo é o resumo desta ação de Deus.

 

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Os Sacramentos da fé: Como Deus realiza a salvação e como perdura até hoje.

A vida de fé (os Mandamentos): Fim último do ser humano é a bem-aventurança e os caminhos para chegar a ela pelo agir reto e livre, com ajuda da fé e da graça de Deus. O fundamento dos Mandamentos é a caridade.

A oração do crente (o “Pai-Nosso”): trata do sentido e da importância da oração na vida dos crentes. Expõe brevemente os sete pedidos da Oração do Senhor.

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III. Indicações práticas para o uso deste Catecismo

“Este Catecismo foi pensado como uma exposição orgânica de toda a fé católica. Por isso é preciso lê-lo como uma unidade”.

Nas citações diretas ou indiretas (pelo sinal “cf.”), sempre é bom buscar na Bíblia o texto todo e também seu contexto.

Passagens de corpo menor, graficamente, indicam referência históricas, apologéticas, ou complementos.

No final de cada unidade, há um resumo bem condensado.

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VI. As adaptações necessárias

O Catecismo é a exposição geral da doutrina católica da fé e da moral. Há necessidade de fazer as devidas adaptações, conforme as diferentes culturas, idades, da vida espiritual, de situações sociais e eclesiais daqueles a quem a catequese é dirigida.

 

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Parte I -

A profissão da fé

Secção I - “eu creio” - “Nós cremos”

Primeira pergunta, antes de dizer “eu creio’ ou “nós cremos”, é o que significa “crer”.

“A fé é reposta do ser humano a Deus que se revela e a ele se doa, trazendo ao mesmo tempo uma luz superabundante ao ser humano em busca do sentido último da sua vida.

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Por isso vamos considerar primeiro esta busca do ser humano (capítulo I);

Em seguida, a Revelação divina, pela qual Deus se antecipa ao ser humano (capítulo II);

E finalmente a resposta da fé (capitulo III)”.

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Capitulo I

O Ser humano é “capaz” de Deus

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I. O desejo de Deus

O desejo de Deus está inscrito no coração do ser humano, já que o ser humano é criado por deus e para Deus; e Deus não cessa de atrair o ser humano a si, e semente em Deus o ser humano há de encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de procurar.

Ao longo da História, os ser humano sempre manifestou este desejo de muitas maneiras, em todos os lugares e culturas, sem exceção. Manifestou-se sempre como um ser religioso

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Este desejo de Deus pode ser esquecido, ignorado e até rejeitado explicitamente pelo ser humano.

Tais atitudes podem ter origens muito diversas: a revolta contra o mal no mundo, a ignorância ou indiferença religiosas, as preocupações com as coisas do mundo e com as riquezas, o mau exemplo dos crentes, as correntes de pensamento hostis à religião, e finalmente esta atitude do ser humano pecador que, por medo, se esconde diante de Deus e foge diante do seu chamado.

 

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O Ser humano pode esquecer, ignorar ou até rejeitar Deus. Este, por sua parte, jamais cessa de chamar todo ser humano a procura-lo, para que viva e encontre a felicidade.

Por outro lado, esta busca exige do ser humano o esforço da sua inteligência, a retidão da sua vontade e também o testemunho dos outros, que o ensinam a procurar a Deus.

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II. As vias de acesso ao conhecimento de Deus

“Criado à imagem de Deus, chamado a conhecer e a amar a Deus, o ser humano que procura a Deus descobre certas “vias” para aceder ao conhecimento de Deus”.

É bom ter presente que não são propriamente “provas da existência de Deus”. Mas “vias” de acesso ao conhecimento de Deus. Não são, portanto, do tipo “provas científicas”, como nas ciências naturais.

 

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Estas “vias” têm dois pontos de partida: o mundo material e a pessoa humana.

O mundo: a partir do movimento e do devir, da contingência, da ordem e da beleza do mundo, pode-se conhecer a Deus como origem e fim do universo (cf. Rm 1, 19-20).

O ser humano: Com a sua abertura à verdade e à beleza, com o seu senso do bem moral, com a sua liberdade e a voz da sua consciência, com a sua aspiração ao infinito e à felicidade, o ser humano se interroga sobre a existência de Deus.

 

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O ser humano percebe-se diferente de todos os outros seres criados e finitos. Por sinais, nota que há, nele, uma interioridade (alma) que não se encontra em outros e que lhe dá uma dimensão diversa de sua existência e lhe acena um sentido e fim diferentes.

Tudo isto não pode ser só produto da natureza, mas tem sua origem em Deus.

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O mundo e o ser humano atestam que não têm em si mesmos nem o seu princípio primeiro nem o seu fim último, mas participam do Ser em si, que é sem origem e sem fim.

  Desta forma, por estas “vias”, o ser humano

pode aceder ao conhecimento da existência de uma realidade que é a causa primeira e o fim de tudo, “e que todos chamam de Deus”, como Santo Tomás de Aquino nos apresenta na sua Summa Theologica.

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O ser humano tem capacidades que o tornam capaz de conhecer a existência de um Deus pessoal. Mas para entrar em intimidade com ele, Deus quis se revelar-se e dar-lhe a graça de poder acolher esta revelação na fé.

Estas “provas”, melhor “vias” de acesso a Deus podem dispor à fé e ajudar a ver que a fé não se opõe à razão humana.

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III. O conhecimento de Deus segundo a Igreja

Definição do Concílio Vaticano I: “A santa Igreja, nossa mãe, sustenta e ensina que Deus, princípio e fim de todas as coisa, pode ser conhecido com certeza pela luz natural da razão humana a partir das coisas criadas”.  

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Todavia, nas condições histórico-culturais em que se encontra, o ser encontra dificuldades para conhecer a Deus apenas com a luz da sua razão.

Por isso, o ser humano tem necessidade da revelação de Deus, para superar estas barreiras e para ultrapassar seu entendimento, chegando a atingir e aceitar as verdades religiosas.

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VI. Como falar de Deus?

Ao defender a capacidade da razão humana de conhecer a Deus, a Igreja exprime sua confiança na possibilidade de falar de deus a todos os seres humanos e com todos eles.

Nesta convicção se assenta à base do diálogo com outras religiões, com a Filosofia e as Ciência, como também com os não-crentes e os ateus.

 

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Nosso conhecimento de Deus é limitado. Da mesma forma, também a linguagem sobre Deus o é. Só podemos falar de Deus a partir das criaturas, e segundo o modo humano de conhecer e de pensar.

Pois, todas as criaturas trazem, em si, certa semelhança com Deus, muito particularmente o ser humano criado à imagem e semelhança de Deus.

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Assim, as múltiplas perfeições das criaturas (a sua verdade, a bondade e a beleza) refletem a perfeição infinita de Deus.

Contudo, Deus transcende a toda criatura. Por isso é preciso estar atento a nossa linguagem, purificá-la para não confundirmos o Deus “inefável, incompreensível, invisível, inatingível” com nossas representações humanas.

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  Ter sempre presente que nossa linguagem se

exprime sempre, sem dúvida, de maneira humana, com suas limitações e falhas. Contudo, é possível falar de Deus, embora nossa fala seja sempre aquém da infinita simplicidade de Deus.

  Sempre é bom lembrar: o ser humano é sempre

ser humano e Deus é sempre Deus, independente de tudo o que for dito sobre ambos. Seremos sempre um mistério inexprimível em sua totalidade.