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Comunicado Técnico 58 ISSN 1679-0162 Dezembro, 2002 Sete Lagoas, MG CULTIVO DO MILHO Plantas Daninhas Décio Karam 1 André Luiz Melhorança 2 1 Eng. Agr., PhD, Embrapa Milho e Sorgo. Caixa Postal 151 CEP 35 701-970 Sete Lagoas, MG. E-mail: [email protected] 2 Eng. Agr., DSc, Embrapa Agropecuária Oeste. Rodovia BR 163, km 253,6 - Cx. Postal 661 79804-970 - Dourados, MS As plantas daninhas requerem, para seu desenvolvimento, os mesmos fatores exigidos pela cultura do milho, ou seja, água, luz, nutrientes e espaço físico, estabelecendo um processo competitivo quando cultura e plantas daninhas se desenvolvem conjuntamente. É importante lembrar que os efeitos negativos causados pela presença das plantas daninhas não devem ser atribuídos exclusivamente à competição, mas sim a uma resultante total de pressões ambientais, que podem ser diretas (competição, alelopatia, interferência na colheita e outras) e indiretas (hospedar insetos, doenças e outras). Esse efeito total denomina-se INTERFERÊNCIA. O grau de interferência imposto pelas plantas daninhas à cultura do milho é determinado pela composição florística (pelas espécies que ocorrem na área e pela distribuição espacial da comunidade infestante) e pelo período de convivência entre as plantas daninhas e a cultura. A competição por nutrientes essenciais é de grande importância, pois esses, na maioria das vezes, são limitados. Mesmo o milho sendo eficiente na absorção, não consegue acumular nutrientes como as plantas daninhas fazem em seus tecidos. Em condições de competição o nitrogênio seria o nutriente de maior limitação entre milho e planta daninha. Assim, a adubação nitrogenada merece especial atenção em condições de alta infestação. A competição por espaço ocorre e a planta do milho assume uma arquitetura diferente daquela que possui quando cresce livre da presença de outras plantas, mudando o posicionamento de suas folhas, porque o espaço que deveria ocupar já se encontra ocupado por outra planta. É importante ressaltar que qualquer mudança na arquitetura da planta do milho representa sérios prejuízos na produção. O termo alelopatia aplica-se

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ComunicadoTécnico

58ISSN 1679-0162Dezembro, 2002Sete Lagoas, MG

CULTIVO DO MILHOPlantas Daninhas

Décio Karam1

André Luiz Melhorança2

1 Eng. Agr., PhD, Embrapa Milho e Sorgo. Caixa Postal 151 CEP 35 701-970 Sete Lagoas, MG.E-mail: [email protected] Eng. Agr., DSc, Embrapa Agropecuária Oeste. Rodovia BR 163, km 253,6 - Cx. Postal 66179804-970 - Dourados, MS

As plantas daninhas requerem, para seudesenvolvimento, os mesmos fatores exigidospela cultura do milho, ou seja, água, luz,nutrientes e espaço físico, estabelecendo umprocesso competitivo quando cultura eplantas daninhas se desenvolvemconjuntamente. É importante lembrar que osefeitos negativos causados pela presença dasplantas daninhas não devem ser atribuídosexclusivamente à competição, mas sim a umaresultante total de pressões ambientais, quepodem ser diretas (competição, alelopatia,interferência na colheita e outras) e indiretas(hospedar insetos, doenças e outras). Esseefeito total denomina-se INTERFERÊNCIA. Ograu de interferência imposto pelas plantasdaninhas à cultura do milho é determinadopela composição florística (pelas espécies queocorrem na área e pela distribuição espacial dacomunidade infestante) e pelo período deconvivência entre as plantas daninhas e a

cultura. A competição por nutrientesessenciais é de grande importância, poisesses, na maioria das vezes, são limitados.Mesmo o milho sendo eficiente na absorção,não consegue acumular nutrientes como asplantas daninhas fazem em seus tecidos. Emcondições de competição o nitrogênio seria onutriente de maior limitação entre milho eplanta daninha. Assim, a adubaçãonitrogenada merece especial atenção emcondições de alta infestação.

A competição por espaço ocorre e a planta domilho assume uma arquitetura diferentedaquela que possui quando cresce livre dapresença de outras plantas, mudando oposicionamento de suas folhas, porque oespaço que deveria ocupar já se encontraocupado por outra planta. É importanteressaltar que qualquer mudança na arquiteturada planta do milho representa sérios prejuízosna produção. O termo alelopatia aplica-se

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quando uma planta daninha libera substanciasquímicas no meio, prejudicando odesenvolvimento de outro, podendo ocorrerinclusive entre indivíduos da mesma espécie.Diversas plantas daninhas possuemcapacidade alelopática que reduzem odesenvolvimento do milho, como exemplo ocapim-arroz(Echinochloa crusgalli), o capim-colchão (Digitaria horizontalis) e o caoim-rabo-de-raposa (Setaria faberil). O grau deinterferência das plantas daninhas pode variarde acordo com as condições climáticas esistemas de produção. No entanto, as perdasocasionadas na cultura do milho em funçãoda interferência imposta pelas plantasdaninhas têm sido descritas como sendo daordem de 13,1%, sendo que, em casos ondenão tenha sido feito nenhum controle, essaredução pode chegar a aproximadamente85%.

Objetivos do Manejo de Plantas Daninhas

O manejo integrado visa eliminar as plantasdaninhas durante o período crítico decompetição, que é o período em que aconvivência com as plantas daninhas podecausar danos irreversíveis à cultura,prejudicando o rendimento. Outro importanteaspecto é dar condições para que a colheitamecanizada tenha a máxima eficiência, eevitar a proliferação de plantas daninhas,garantindo-se a produção de milho nas safrasseguintes. Portanto, ao usar algum método decontrole de plantas daninhas na cultura domilho, o produtor deve lembrar-se de que osprincipais objetivos são:

a. Evitar perdas devido à competição;b. Beneficiar as condições de colheita;c. Evitar o aumento da infestação;d. Proteger o ambiente

Evitar perdas devido à competição

O importante é que o produtor entenda que asperdas podem variar de ano a ano, devido àscondições climáticas, e de propriedade apropriedade, devido às variações de solo,população de plantas daninhas, sistemas demanejo (rotação de culturas, plantio direto)

etc. Portanto, é necessário que o produtor demilho tenha uma estimativa das perdas que asplantas daninhas ocasionam em sua lavoura,pois ela servirá para avaliar quando e de quemodo deve ser feito o controle.

Beneficiar as condições de colheita

Os métodos de controle de plantas daninhasserão usados também para beneficiar acolheita e não apenas para evitar acompetição inicial. As plantas daninhas quegerminam, emergem e crescem no meio dalavoura do milho após o período crítico decompetição não acarretam perdas naprodução. Entretanto, tanto a colheita manualquanto a mecânica podem ser prejudicadas.No caso da colheita manual, a presença daespécie Mimosa invisa Mart. Ex Colla,popularmente conhecida como malistra oudormideira, pode provocar ferimentos nasmãos dos trabalhadores. A colheita mecânica,quando realizada em lavouras com altainfestação de corda-de-viola (Ipomoea sp.) etrapoeraba (Commelinna sp.), pode serinviabilizada, pois a máquina não consegueoperar, devido ao embuchamento doscomponentes da plataforma de corte.

Evitar o aumento da infestação

O terceiro objetivo do manejo integrado deplantas daninhas está ligado à produçãosustentada. Ao terminar a colheita da safra, oprodutor deve lembrar-se de que a terra é umbem sagrado e que deve ser conservada paraas próximas safras. Se a terra é deixada empousio, as plantas daninhas irão sementear eaumentar a infestação. O banco de sementesdas plantas daninhas é o solo e, se nada forfeito para evitar a produção de sementes, onúmero de plantas daninhas emergindo a cadaano vai aumentar significativamente, asproduções de milho cairão, a dependência douso de herbicidas aumentará, os custos decontrole ficarão mais elevados e, depois disso,o único jeito é abandonar a terra. Em umsistema de produção sustentado, um dosfatores mais importantes é a manutenção dapopulação de plantas daninhas em baixosníveis de infestação. Para isso, podem ser

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adotadas algumas técnicas como rotação deculturas e semeadura de plantas de coberturae de adubação verde. Culturas de cobertura,como nabo forrageiro, aveia, ervilhaca peluda,milheto, no período de entressafra, têmgrande poder de supressão na emergência edesenvolvimento das plantas daninhas.Operações de pós-colheita, como a passadade uma roçadeira ou aplicação de herbicidaspara dessecação das plantas daninhas,também podem ser realizadas para que nãoocorra produção de sementes e/ou outrospropágulos.

Proteger o meio ambiente

Finalmente, o último objetivo do manejointegrado está ligado diretamente ao controlequímico, que, no atual sistema de produçãode milho, é realizado quase queexclusivamente com herbicidas. Herbicidassão substâncias químicas que apresentamdiferentes características físico-químicas e,portanto, um comportamento ambientaldiferenciado. Dependendo dessascaracterísticas, como o coeficiente deadsorção (Kd), a constante da lei de Henry e,principalmente, a meia-vida do composto nosolo, ar e água (T1/2), o herbicida usado podeser uma fonte de contaminação do ambiente.Produtos voláteis (que se transformam emgases) poderão contaminar o ar, produtoslixiviáveis (que sofrem movimentação no perfildo solo) poderão atingir o lençol de águasubterrâneo e os herbicidas fortemente presosnos sedimentos poderão atingir depósitos deáguas superficiais, por meio da erosão. Aadoção de métodos de controle de plantasdaninhas que minimizem ou dispensem o usode herbicidas são desejáveis para tornar aatividade agrícola ambientalmente maissegura.

Métodos de Controle de Plantas Daninhas

Diversos são os métodos de controle deplantas daninhas empregados na cultura domilho, dentre os quais pode-se destacar:

O controle preventivo tem como objetivoevitar a introdução ou disseminação de ·plantas daninhas nas áreas de produção. Aintrodução de novas espécies geralmenteocorre por meio de lotes contaminados desementes, máquinas agrícolas e animais. Deacordo com Gazziero et al. (1989), a utilizaçãode sementes de boa procedência, livres desementes de plantas daninhas, limpeza demáquinas e implementos ante de cercas e deestradas, em terraços, em pátios, em fontesde água e em canais de irrigação, ou emqualquer lugar da propriedade, sãoimportantes para evitar a disseminação desementes e de outras estruturas dereprodução.

Controle Cultural

O método cultural normalmente é utilizadopelos agricultores, mas não como uma técnicade manejo de plantas daninhas e visaaumentar a capacidade competitiva da culturaem detrimento das plantas daninhas. Menorespaçamento entre linhas, maior densidade deplantio, época adequada de plantio, uso devariedades adaptadas às regiões, uso decobertura morta, adubações adequadas,irrigação bem manejada, rotação de culturas,são técnicas que permitem à cultura tornar-semais competitiva com as plantas daninhas. Oplantio direto tem auxiliado no controle dasplantas daninhas, especialmente no milhosafrinha, semeado após a lavoura de verão.Nesse sistema, sem revolvimento do solo, obanco de sementes na parte superficial dosolo tende a reduzir, reduzindo a germinaçãodos propágulos.

Controle Mecânico de Plantas Daninhas

Capina Manual

Esse método é amplamente utilizado empequenas propriedades. De acordo com Hill(1982), dos 350 milhões de produtores nomundo, estimados nos anos 80,aproximadamente 250 milhões usavam algumtipo de capina manual. Normalmente, de duasa três capinas com enxada são realizadas

Controle Preventivo

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durante os primeiros 40 a 50 dias após asemeadura, pois, a partir daí, o crescimentodo milho contribuirá para a redução dascondições favoráveis para a germinação edesenvolvimento das plantas daninhas. Acapina manual deve ser realizadapreferencialmente em dias quentes e secos ecom o solo com pouca umidade. Cuidadosdevem ser tomados para evitar danos àsplantas de milho, principalmente às raízes.Esse método de controle demanda grandequantidade de mão-de-obra, visto que orendimento dessa operação é deaproximadamente oito dias/homem porhectare (Silva et al., 1987).

Capina Mecânica

A capina mecânica usando cultivadores,tracionados por animais ou tratores, ainda é osistema mais utilizado no Brasil. As capinasdevem ser realizadas nos primeiros 40 a 50dias após a semeadura da cultura. Nesseperíodo os danos ocasionados à cultura sãominimizados, comparados com os possíveisdanos (quebra e arranquio das plantas demilho) em capinas realizadas tardiamente. Àexemplo da capina manual, o cultivomecânico deve ser realizado superficialmenteem dias quentes e secos, com o solo compouca umidade, aprofundando-se as enxadaso suficiente para o arranquio ou corte dasplantas daninhas. Quando as plantas de milhotiverem de quatro a seis folhas, utilizarenxadas do tipo asa de andorinha, para evitardanos no sistema radicular do milho, pois omesmo encontra-se superficial. Aprodutividade desse método é deaproximadamente 0,5 a 1 dia/homem porhectare (tração animal) e 1,5 a 2,0 horas porhectare (tratorizada) (Silva et al., 1987).

Controle Químico

O controle químico consiste na utilização deprodutos herbicidas para o controle dasplantas daninhas, sendo necessário o registrodos produtos no Ministério da Agricultura,Pecuária e Abastecimento. Em algumas

situações, as Secretarias Estaduais deAgricultura podem proibir o uso dedeterminado(s) produto(s). Ao se pensar emcontrole químico em milho, algumasconsiderações devem ser feitas: a) aseletividade do herbicida para a cultura; b) aeficiência no controle das principais espéciesna área cultivada; c) o efeito residual dosherbicidas para as culturas que serãoimplantadas em sucessão ao milho. O uso deherbicidas, por ser uma operação de maiorcusto inicial, é indicado para lavouras médiase grandes, e com alto nível tecnológico, emque a expectativa é de uma produtividadeacima de 4.000 kg/ha. Embora seja,ultimamente, o método de controle com maiornível de crescimento, o controle químico, seutilizado indiscriminadamente, pode vir acausar problemas de contaminação ambiental.Cuidados adicionais devem ser tomados como descarte de embalagens, armazenamento,manuseio e aplicação dos herbicidas.Os herbicidas registrados para uso na culturado milho podem ser vistos nas Tabelas 1 e 2.O seu uso está vinculado aos cuidadosnormais recomendados nos rótulos pelosfabricantes e à assistência de um técnico daextensão oficial ou do distribuidor.

Métodos de Aplicação de Herbicidas

A eficiência de um herbicida está intimamenterelacionada à sua aplicação, que deve ser feitade maneira uniforme e utilizando osequipamentos adequados a cada tipo desituação. Os problemas verificados naineficiência do controle de plantas daninhasna maioria dos casos, estão relacionados àtecnologia de aplicação. Ross e Lembi (1999)apontam que 46% dos problemas dasaplicações ocorrem na calibragem dopulverizador, 5% na mistura de produtos e12% na combinação da calibragem e damistura de produtos. Segundo Zimdahl(1999), mais de 90% dos herbicidas ainda sãoaplicados via trator (sistemas hidráulicos),embora a aplicação via água de irrigaçãotenha aumentado nos últimos anos.

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Tabela 1. Herbicidas pré-emergentes para o controle de plantas daninhas na cultura do milho.

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Tabela 1. Herbicidas pré-emergentes para o controle de plantas daninhas na cultura do milho.Continuação

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Tabela 2. Herbicidas pós-emergentes para o controle de plantas daninhas na cultura do milho.

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Tabela 2. Herbicidas pós-emergentes para o controle de plantas daninhas na cultura do milho. Continuação

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Terrestre

A calibragem do sistema de aplicação terrestredeve ser realizada preferencialmente no localda aplicação, observando-se os fatores queinterferem na eficiência dos herbicidas. Osequipamentos tratorizados apresentam quatrocomponentes básicos: tanque, regulador depressão, bomba e bicos de aplicação, quedevem ser sempre verificados, evitandodefeitos ou entupimentos que possam vir atornar a aplicação ineficiente.

Aérea

A principal vantagem da aplicação aérea emrelação às aplicações terrestres tratorizadas oumanuais é o menor tempo gasto para trataruma mesma área. Esse método éeconomicamente e tecnicamente viávelsomente em áreas extensas e planas.Aplicações aéreas apresentam alto risco decontaminação ambiental, em função do altorisco de deriva, devendo, portanto, sempre seracompanhada por um técnico responsável.

Via irrigação

A aplicação de herbicidas via água deirrigação é conhecida como herbigação.Embora a adoção deste método de aplicaçãotenha aumentado nos últimos anos, ainda nãoexistem herbicidas registrados para essamodalidade. Além disso, apenas algunsherbicidas possuem características favoráveisà aplicação com água de irrigação. Embora aherbigação apresente como vantagens aredução do custo de aplicação, o aumento daatividade herbicida, maior uniformidade deaplicação e maior compatibilidade com osistema de plantio direto, por não havertrânsito de máquinas na época de controledas plantas daninhas, a aplicação,principalmente via pivô-central, podeapresentar riscos de contaminação ambientale aumento do tempo de aplicação.

Normas Gerais Para o Uso de DefensivosAgrícolas

Antes da aquisição de qualquer defensivoagrícola, deve-se fazer uma avaliação corretado problema e da necessidade da aplicação.Não se deve adquirir nenhum defensivoagrícola sem receituário agronômico e semverificar a data de validade, evitando comprarprodutos vencidos e com embalagensdanificadas. Não se deve aplicar defensivosagrícolas sem estar usando o equipamento deproteção individual (EPI) necessário. Fazer atríplice lavagem da embalagem após o uso einutilizá-la por meio de furos. Todaembalagem vazia e inutilizada de qualquerdefensivo agrícola deverá ser retornada aospontos de compra (solicitar orientação juntoao vendedor).

Informações sobre cuidados no transporte,armazenamento e manuseio podem serencontrados na Associação Nacional deDefesa Vegetal – ANDEF, no endereçoeletrônico http://www.andef.com.br/uso_seguro/index.htm.

Endereço para correspondência:ANDEFRua Capitão Antônio Rosa, 376 - 13o andarJardim PaulistanoCEP 01443-010 - São Paulo-SPTelefone (11) 3081-5033Fax (11) 3085-2637e-mail:[email protected]

Manejo de Plantas Daninhas no Milho“Safrinha”

As práticas de controle a serem adotadas nomilho “safrinha” ou milho de segunda época,que é semeado, em sua maioria, após acultura de verão, no final de fevereiro emarço, devem levar em conta que o plantio domilho nesse período apresenta maior risco eprodução menor que na época normal. Nesse

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Comitê dePublicações

Presidente: Ivan CruzSecretário-Executivo: Frederico Ozanan Machado DurãesMembros: Antônio Carlos de Oliveira, Arnaldo Ferreira daSilva, Carlos Roberto Casela, Fernando Tavares Fernandes ePaulo Afonso Viana

Expediente Supervisor editorial: José Heitor VasconcellosRevisão de texto: Dilermando Lúcio de OliveiraEditoração eletrôncia: Tânia Mara Assunção Barbosa

ComunicadoTécnico, 58

Exemplares desta edição podem ser adquiridos na:Embrapa Milho e SorgoCaixa Postal 151 CEP 35701-970 Sete Lagoas, MGFone: 0xx31 3779 1000Fax: 0xx31 3779 1088E-mail: [email protected]

1ª edição1ª impressão (2002) Tiragem: 200

período, a temperatura do solo é menor,fazendo com que a emergência e odesenvolvimento das plantas daninhas sejamenor e, por conseguinte, a pressão exercidapor elas é reduzida, especialmente asgramíneas, que têm como época preferencialde emergência os meses de outubro adezembro.

É importante lembrar que alguns herbicidas deefeito residual longo utilizados nas culturas deverão, como exemplo, o imazaquim, utilizadona cultura da soja, podem causar prejuízos aodesenvolvimento do milho que é plantado emseqüência.

Literatura Citada

GAZZIERO, D.L.P.; GUIMARÃES, S.C.;PEREIRA, F.A.R. Plantas daninhas: cuidadocom a disseminação. Londrina: EMBRAPA-CNPSo, 1989. (Folder).

HILL, G. D. Impact of weed science andagricultural chemicals on farm productivity inthe 1980’s. Weed Science, Ithaca, v.30,p.426-429, 1982.

ROSS, M. A.; LEMBI, C. A. Applied weedscience. 2. ed. New Jersey: Prentice Hall,1999. 452p.

SILVA, J. B.; CRUZ, J. C.; SILVA, A. F.Controle de plantas daninhas. In: EMBRAPA.Centro Nacional de Pesquisa de Milho eSorgo. Recomendações técnicas para ocultivo do milho.3.ed. Sete Lagoas, 1987.p.31-41 (EMBRAPA-CNPMS.Circular Técnica,4).