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Sistemas de Telecomunicações
COMUNICAÇÕES VIA
SATÉLITE
Fernando Pereira Paula Queluz
Instituto Superior Técnico
1
Sistemas de Telecomunicações
Estrutura de um Sistema de
Comunicação Via Satélite
Rede Terrestre Rede Terrestre
Interface Terrestre
Interface de Utente Utente
Estação
de Terra Estação
de Terra
2
Sistemas de Telecomunicações
Comunicações Via Satélite: Serviços
Telecomunicações
Comunicações pessoais
Difusão
Transporte (~ Feixes Hertzianos)
Posicionamento (GPS -Global Positioning System)
Detecção remota
Estudo da Terra
Meteorologia
Apoio à agricultura
Espionagem
3
Sistemas de Telecomunicações
Serviços Móveis, Fixos e de Difusão
Serviços fixos por satélite (Fixed Satellite
Services, FSS), p.e. INTELSAT, EUTELSAT
Serviços móveis por satélite (Mobile
Satellite Services, MSS), p.e. INMARSAT
Serviços de difusão por satélite
(Broadcast Satellite Services, BSS), p.e.
EUTELSAT, ASTRA
4
Sistemas de Telecomunicações
Competindo com a Fibra Óptica …
5
Sistemas de Telecomunicações
Comunicações Via Satélite
Vantagens
Ligações a grande distância utilizando um único repetidor (o satélite).
Vastidão da zona de cobertura (continente, país, ou região de um país).
Ausência de condutas, postes ou outros requisitos logísticos.
Cobertura de zonas de difícil acesso, onde instalações fixas são impraticáveis ou onde as infra-estruturas de telecomunicações são inexistentes.
Comunicações móveis sem fios, independentemente da localização (aéreas, marítimas ou pessoais); serviços únicos de apoio à navegação e à aeronáutica.
Baixo custo por receptor adicionado.
Desvantagens
Custo do satélite e do seu lançamento.
Difícil manutenção.
Atraso introduzido (~ 300 ms por salto, para os satélites GEO)
6
Sistemas de Telecomunicações
Breve Resenha Histórica (1)
1945 – Arthur C. Clarke sugere, num artigo publicado na revista Wireless
World, a possibilidade de comunicações “globais” através do uso de 3 satélites
em órbita geoestacionária;
1954 – A Lua é utilizada como repetidor passivo, mantendo-se um serviço
regular para transmissão de voz entre o Haway e Maryland, no período 1956-
1962;
1957 – É lançado o Sputnik I, o primeiro satélite Russo, com órbita a 950 km
de altura. Manteve-se operacional durante 62 dias. EUA “aceleram” programa
espacial;
1958 – É lançado o Explorer I, o primeiro satélite americano. Manteve-se
operacional durante 5 meses;
1964 – Estabelece-se a International Telecommunications Satellite
(INTELSAT), organização internacional na qual Portugal esteve representado
através da Marconi.
1965 – É lançado o primeiro satélite da INTELSAT, conhecido como Early
Bird ou Intelsat I;
(...) 7
Sistemas de Telecomunicações
Breve Resenha Histórica (2)
A concorrência Rússia-EUA levou à
intensificação das investigações e ao
lançamento de novos satélites. Em
1975, existem várias redes de satélites
para comunicações comerciais:
INTELSAT, MARISAT,
INMARSAT, ....
(...)
1998 – Aparecem as primeiras redes
de satélite com cobertura global:
IRIDIUM (66 satélites) e
GLOBALSTAR (48 satélites).
Torna-se possível a comunicação
entre quaisquer dois pontos da
Terra, utilizando terminais
portáteis. 8
Sistemas de Telecomunicações
Projecto de um Satélite
O lançamento de um satélite em órbita geoestacionária implica que este deva ser
acelerado até uma velocidade de 3070 m/s numa órbita equatorial a 42242 km do
centro da Terra.
Actualmente, os satélites são colocados em órbita recorrendo a foguetões.
O custo e as limitações do lançamento levam a que este seja normalmente feito usando
2 passos. A latitude do local de lançamento determina a inclinação da órbita de
transferência e logo o gasto de energia na correcção da inclinação.
O peso do satélite determina fortemente o seu tempo de vida e a sua capacidade de
transmissão. A forma do satélite é fortemente determinada pelo esquema de correcção
da órbita e pela área mínima de painéis solares.
A duração dos eclipses do satélite pode atingir 70 minutos por dia o que põe problemas
à potência de emissão no satélite.
9
Sistemas de Telecomunicações
Evolução das Comunicações Via Satélite
Peso,
Tamanho
10
Sistemas de Telecomunicações
Evolução dos Satélites INTELSAT
11
Sistemas de Telecomunicações
Evolução dos Satélites INTELSAT (cont.)
12
Sistemas de Telecomunicações
Arquitectura dum satélite de
comunicações
13
Sistemas de Telecomunicações
Arquitectura (cont.)
14
Sistemas de Telecomunicações
Configurações típicas
15
Configuração cilíndrica
Estabilização (controlo da orientação)
por movimento de spin
Configuração cúbica
Estabilização por movimento
em torno dos 3 eixos
Sistemas de Telecomunicações
Exemplo: Intelsat VI
Telecommunications satellites have simplified the placement of transoceanic calls, and that simplicity has resulted in such an increase in overseas calls that the size and
Sistemas de Telecomunicações
Exemplo: “Kizuna”
Satélite de comunicações Japonês, lançado em 2008
17
Sistemas de Telecomunicações
Bandas de Frequência Utilizadas
As bandas de frequência a utilizar nas comunicações por satélite são
definidas pela ITU-R e atribuídas aos vários serviços pela WARC
(World Administrative Radio Conference), um sub-grupo da ITU-R.
As bandas de frequência do espectro radioelétrico mais favoráveis
para as comunicações via satélite, situam-se entre 1 GHz e 10 GHz, já
que:
a absorção pelos gases da atmosfera, ou pela chuva, tem pouca
importância nesta faixa de frequências;
o ruído, quer galáctico quer produzido pelo Homem, é mais intenso para
frequências mais elevadas;
bom desenvolvimento tecnológico para estas frequências (tecnologia
madura);
atenuação em espaço livre inferior à verificada para frequências mais
elevadas.
18
Sistemas de Telecomunicações
O elevado número de serviços
terrestres na faixa 1-10 GHz e a
ocupação desta faixa por vários
serviços de satélite, conduziu à
utilização de bandas de
frequências superiores aos 10
GHz, existindo actualmente
serviços comerciais nas bandas
Ku e Ka.
De notar que, devido às
limitações de potência no
satélite, o percurso descendente
é mais crítico que o ascendente,
justificando que lhe sejam
usualmente atribuídas bandas
de frequências mais baixas que
as utilizadas para o percurso
ascendente.
Nome da Banda Gama de Frequência
HF-band 1.8-30 MHz
VHF-band 50-146 MHz
P-band 0.230-1.000 GHz
UHF-band 0.430-1.300 GHz
L-band 1.530-2.700 GHz
S-band 2.700-3.500 GHz
C-band Downlink: 3.700-4.200 GHz
Uplink: 5.925-6.425 GHz
X-band Downlink: 7.250-7.745 GHz
Uplink: 7.900-8.395 GHz
Ku-band (Europe) Downlink: FSS: 10.700-11.700 GHz
DBS: 11.700-12.50 0 GHz
Uplink: FSS: 14.000-14.800 GHz;
DBS: 17.300-18.100 GHz
Ku-band (America) Downlink: FSS: 11.700-12.200 GHz
DBS: 12.200-12.700 GHz
Uplink: FSS: 14.000-14.500 GHz
DBS: 17.300-17.800 GHz
Ka-band Roughly 18-31 GHz
19
Sistemas de Telecomunicações
Órbitas Típicas para Satélites de
Comunicação
Órbitas circulares:
GEO – geostationary Earth orbit
( 36 000 km de altitude)
MEO – medium Earth orbit ( 5 000
a 15 000 km de altitude)
LEO – low Earth orbit (700 a 900
km de altitude)
Órbitas elípticas:
HEO – high elliptical orbit
20
Sistemas de Telecomunicações
Órbitas Típicas para Satélites de
Comunicações
21
Sistemas de Telecomunicações
Cinturas de Van Allen
Existem duas zonas de elevada radiação – cinturas de Van Allen – à
distância da Terra de 1500-5000 km e 15000-20000 km. A radiação
existente nestas zonas deteriora fortemente o equipamento dos
satélites, impossibilitando a utilização de satélites em órbita nessas
zonas.
Abaixo dos 200 km não é tecnicamente possível a manutenção de um
satélite, devido ao seu baixo tempo de vida por deterioração e
aquecimento.
Sistemas de Telecomunicações
Órbitas Típicas para Satélites de
Comunicação
Órbitas circulares:
GEO – geostationary Earth orbit
( 36 000 km de altitude)
MEO – medium Earth orbit ( 5 000
a 15 000 km de altitude)
LEO – low Earth orbit (700 a 900
km de altitude)
Órbitas elípticas:
HEO – high elliptical orbit
23
Sistemas de Telecomunicações
Atraso de propagação
24
Sistemas de Telecomunicações
Características das Órbitas GEO, LEO e
HEO
25
Sistemas de Telecomunicações
A Órbita (versão simplificada para órbitas
circulares)
Considerando que estão em presença a Terra e o satélite, deve ter-se em
conta
FORÇA DE ATRACÇÃO entre 2 corpos (Lei de Newton)
fa = k M m / r2
onde k é a constante de gravitação, M a massa da Terra, m a massa do
satélite e r a distância entre os 2 centros de massa (raio da órbita)
FORÇA CENTRÍFUGA provocada pelo movimento de translacção
fc = m 2 r
onde é a velocidade angular da órbita (rad. s-1)
26
Sistemas de Telecomunicações
A Órbita (versão simplificada para órbitas
circulares)
Para que a órbita seja estável, é necessário que as 2 forças em presença se
equilibrem ou seja
fa = fc
o que implica que
r3 = k M / 2
ou
r3 (km) = 5075, 6277 T 2 (hora)
r (km) = 5075, 6277 T 2/3 (hora)
que corresponde ao enunciado da 3ª Lei de Kepler: o cubo do raio da
órbita é proporcional ao quadrado do respectivo período.
27
Sistemas de Telecomunicações
Satélite Geosíncrono
Um satélite diz-se geosíncrono quando tem um período orbital igual ao
período de rotação da Terra ou seja T = 23 h 56 min 4.1 s.
O período de rotação da Terra vale
T = (360o + ) / 24 com = 360o /365.25 => T = 360o / T 23.9345 h
Como r (km) = 5075, 6277 T 2/3 (hora) então:
T= 12 h r = 26604 km Alt. = 22231 km
T= 23.9345 h r = 42154 km Alt. = 35781 km
T= 24 h r = 42231 km Alt. = 35858 km
28
Sistemas de Telecomunicações
Órbita Geoestacionária
29
(Vista do topo) (Vista de frente)
Sistemas de Telecomunicações
Satélite Geoestacionário
No contexto das órbitas possíveis, tem especial interesse para as
Telecomunicações a órbita geoestacionária que
É geosíncrona ou seja tem uma duração igual ao período de rotação da
Terra
É equatorial ou seja situa-se no plano do Equador
Os satélites com órbita geoestacionária têm a propriedade de,
observados a partir da Terra, parecerem imóveis no espaço.
30
Sistemas de Telecomunicações
Ângulo de fogo da antena de Terra
O ângulo de fogo com que a estação de Terra ‘olha’ o satélite deve ser
superior a 0o (Intelsat especifíca > 5o) para que:
A Terra não obstrua a visão do satélite
O percurso na atmosfera seja minimizado
A contribuição da presença da Terra no ruído do receptor na estação de Terra
seja limitada
)sin(
/)cos(arctan
l
rrl T
: ângulo de fogo
l : latitude da estação
rT : raio da Terra
r : raio da órbita
o
ol
7.8
3.810
Sistemas de Telecomunicações
Cobertura da Terra por Satélite
Um satélite em órbita geoestacionária pode comunicar com estações de
Terra situadas numa zona correspondente à intersecção de um cone com
vértice no satélite e semiabertura de = 8.7o e a própria Terra.
Zona coberta na Terra entre 81.3o N e 81.3o S.
Se se excluirem as zonas polares, é possível com 3 satélites em órbitas
geoestacionárias cobrir praticamente toda a superfície da Terra. 32
Sistemas de Telecomunicações
Cobertura da Terra por Satélite: INMARSAT
33
Sistemas de Telecomunicações 34
Sistemas de Telecomunicações
Rede Intelsat
10-02 @ 3590 E 35
Sistemas de Telecomunicações
10-02 @ 3590 E
36
Sistemas de Telecomunicações
Ku-band Spot 1
37
Sistemas de Telecomunicações
Especificações (Intelsat)
EIRP do satélite
Factor de Mérito da estação de Terra
Densidade de potência a colocar no satélite 38
Sistemas de Telecomunicações
Parâmetros Relevantes
Satélite – Potência Isotrópica Equivalente Radiada ou Equivalent Isotropic
Radiate Power (EIRP)
EIRP = Ps + Gs [dBm, dBW]
equivale à potência radiada por uma antena isotrópica
Estação de Terra – Densidade de potência a colocar no satélite
= PT + GT – 10 log10 (4 d2) [dBW/m2]
Estação de Terra - Factor de Mérito (G/T)
(G/T) = 10 log10 (gT /Teq) [dB/K]
onde Teq é a temperatura equivalente de ruído da estação de Terra e gT é o
ganho da antena da estação de Terra. 39
Sistemas de Telecomunicações
Temperatura equivalente de ruído
Considere-se o quadripolo
onde
g – ganho de potência
BW – largura de banda equivalente de ruído
F – factor de ruído
Ti – temperatura da fonte de ruído (térmico) na entrada
Tem-se
so=g si
ni = k Ti BW (k=1.3810-23 J/K – constante de Boltzman)
no=g ni+nint onde nint é o ruído gerado pelo quadripolo
F = (s/n)i / (s/n)o = 1+ nint /(gni) = 1+ nint /(gk Ti BW )=1+Te /Ti
F=1+ Te /Ti , onde Te é a temperatura equivalente de ruído do quadripolo
e Te= nint /(gkBW )
Ti g, Bw, F
so ,no si ,ni
Dimensão: Kelvin
40
Sistemas de Telecomunicações
Temperatura equivalente de ruído
(cont.)
F=1+ Te /Ti : factor de ruído; Fo=1+ Te /To : factor de ruído padrão
Como no=g ni+nint no=g k Ti BW + g k Te BW = g k BW (Ti +Te)
Ti g, Bw, F g, Bw
ideal
Ti
Te
Associação em cadeia de quadripolos
Ti g1, F1 g2, F2 g3, F3
g1 g2 g3 Ti
Tcadeia=
ideais
21
3
1
21
gg
T
g
TT ee
e
Temperatura padrão (290 K)
41
Sistemas de Telecomunicações
Temperatura Equivalente de Ruído da
Estação de Terra
Para avaliar o desempenho da ligação no percurso descendente, é necessário
calcular o ruído térmico total introduzido pela cadeia de elementos activos e/ou
passivos da estação receptora, bem como o ruído térmico captado pela antena.
Para isso, define-se a Temperatura equivalente de ruído da estação, Teq
Ta – temperatura de ruído captada pela antena
F – factor de ruído da cadeia de quadripolos que constituem a estação
Ter – temperatura equivalente de ruído da cadeia de quadripolos, referida aos terminais de
entrada da cadeia
Bw – largura de banda equivalente de ruído da cadeia
(s/n)i, (s/n)o– relação sinal-ruído à entrada e à saída da cadeia
gT – ganho da antena da estação de Terra
gc – ganho da cadeia
Teq = (Ta + Ter) – temperatura equivalente de ruído da estação de Terra
Guia Receptor
T a
F , T er , B
w , g c
gT Pré -
amplificador
(G/T) = 10 log10 (gT /Teq) (dB/K)
Factor de mérito
42
Sistemas de Telecomunicações
Temperatura Equivalente de Ruído da
Estação de Terra (cont.)
Como atrás se deduziu:
no = gc k Teq Bw
Nota: k=1.3810-23 J/K – constante de Boltzman
A temperatura equivalente de ruído da estação é Teq=Ta+Ter e o ruído na
recepção, referido aos terminais de entrada, pode ser calculado por:
n = k Teq Bw
O parâmetro (G/T) = 10 log10 (gT /Teq) (dB/K)
permite caracterizar o desempenho da estação de Terra, sendo designado
por Factor de Mérito da estação.
43
Sistemas de Telecomunicações
O Percurso Ascendente - Uplink
O percurso ascendente é o percurso entre a estação de Terra emissora e o satélite,
receptor. Este percurso é menos crítico que o percurso descendente e por isso
funciona normalmente a uma frequência mais elevada, p.e. 6/4 GHz ou 14/11 GHz.
A densidade de potência colocada no satélite pela estação de Terra é
= PT + GT – 10 log10 (4 d2) [dBW/m2]
Do ponto de vista do ruído, o satélite comporta-se como um simples amplificador
com um certo ganho e factor de ruído.
Para cada satélite e gama de frequência, a INTELSAT especifica a densidade de
potência a colocar no satélite.
ascendente descendente
44
Sistemas de Telecomunicações
O Percurso Descendente - Downlink
O percurso descendente é o percurso entre o satélite emissor e
a estação de Terra, receptora. Este percurso é o mais crítico
devido às limitações de potência no satélite.
A relação sinal-ruído na estação de Terra (considerando apenas o percurso
descendente) vem:
C/N=PS + GS + GT – Lfs - 10 log10 (KTeqBw)=EIRP + G/T - Lfs - 10 log10 (KBw)
A atenuação do percurso é normalmente calculada para a situação mais
desfavorável ou seja para os ângulos de fogo mais baixos. A INTELSAT
especifica um ângulo de fogo mínimo de 5o para o qual se tem d=41118 km.
Sendo EIRP e G/T especificados pela INTELSAT para cada gama de frequência,
C/N fica essencialmente dependente da largura de banda.
Nas comunicações via satélite, o desvanecimento deixa de ser importante devido
ao ângulo com que se atravessa a atmosfera mas a atenuação da chuva continua
a ser relevante.
Para ligações via satélite digitais, a qualidade de referência é normalmente uma
taxa de erros de 10-6. 45
Sistemas de Telecomunicações
Problemas com o Sol
Períodos de eclipse
Em torno dos equinócios da Primavera e
do Outono a luz solar é bloqueada,
durante um certo intervalo de tempo
(período do eclipse), pela Terra e não
atinge os paineis solares. O período de
eclipse dura, no máximo, 72 minutos,
sendo necessário recorrer às baterias
existentes no satélite.
Alinhamento Sol-Satélite-
Estação (Sun outage)
Imediatamente antes/após o equinócio
da Primavera/Outono a ligação satélite-
Terra fica alinhada com o Sol, o que
aumenta muito a temperatura de ruído
da estação de Terra, degradando a
qualidade da ligação e podendo mesmo
conduzi-la ao corte. Esta situação pode
ocorrer durante alguns minutos/dia,
durante alguns dias.
46
Sistemas de Telecomunicações
Relação C/N Global do Sistema
A relação sinal-ruído do sistema global, (c/n)T, e que determina a taxa de erros
binários (BER) na estação de Terra, pode-se relacionar com as relações sinal-ruído
para cada um dos percursos considerados de forma independente:
(c/n)a – relação sinal-ruído no percurso ascendente;
(c/n)d – relação sinal-ruído no percurso descendente, calculada como atrás
exposto, i.e., de forma independente do percurso ascendente;
(c/n)T – relação sinal-ruído global na estação de Terra, i.e., considerando o
efeito combinado dos dois percursos.
Uma vez que a relação sinal-ruído do sistema resulta do “paralelo” das relações
sinal-ruído em cada um dos percursos, o desempenho global do sistema é
normalmente condicionado pelo percurso com a relação sinal-ruído mais baixa.
1
11 )()()(
daT
n
c
n
c
n
c
47
Sistemas de Telecomunicações
Porquê o paralelo das relações c/n ?
na – potência do ruído introduzido no
percurso ascendente
pra – potência do sinal recebido no
percurso ascendente
nd – potência do ruído introduzido no
percurso descendente
prd – potência do sinal recebido no
percurso descendente
nT – potência do ruído total na estação de
Terra
g – ganho do amplificador do satélite
gS – ganho da antena emissora do satélite
gT – ganho da antena receptora da estação
de Terra
lfs – a atenuação em espaço livre no
percurso descendente
g
R
p ra ; n a
g S
g T
l fs
p rd ; n T
48
Sistemas de Telecomunicações
a
raa
n
p
n
c)(
fs
TS
ra
fs
TSrard
l
ggL
gLpl
gggpp
com
d
ra
d
rdd
n
gLp
n
p
n
c)(
1
11 )()(
//
1
)/()(
1
)(
da
radraa
rada
da
ra
T
rdT
n
c
n
c
gLpnpn
gLpngLn
ngLn
gLp
n
p
n
c
Relação sinal-ruído no percurso ascendente:
Potência de sinal recebido no percurso descendente:
Relação sinal-ruído no percurso descendente:
Relação sinal-ruído do sistema global:
g
R
p ra ; n a
g S
g T
l fs
p rd ; n T
49
Sistemas de Telecomunicações
Níveis de
Potência de
Sinal Link Power Budget
Exemplo para um
satélite INTELSAT
Saída da Terra
Chegada
ao satélite
Saída do
satélite
Chegada à Terra
50
Sistemas de Telecomunicações
O Sistema de Comunicações
O sistema de comunicações é a
componente principal de um
satélite de comunicações ainda
que possa não constituir a parcela
maior em termos de peso e
volume.
O sistema de comunicações é
basicamente constituído por uma
ou mais antenas e um conjunto de
receptores e emissores que
recebem, amplificam e
retransmitem os sinais.
As unidades básicas de recepção-
emissão são conhecidas como
transpositores (transponders). INTELSAT V
51
Sistemas de Telecomunicações
10-02 @ 3590 E
52
Sistemas de Telecomunicações
Arquitectura de um Transpositor
Existem vários transpositores por
satélite, cada um a operar numa
fracção da banda disponível. Os
satélites actuais têm entre 24 a 72
transpositores, com uma banda
típica de 36 MHz (cada
transpositor).
53
Transpositor ( ( transponder )
Front end Translacção
de frequência
Amplificador
G 80 – 100 dB
(vários andares de amplificação)
Filtro
uplink downlink
Alocação de frequências para um satélite com 24 transpositores
Sistemas de Telecomunicações
O Acesso Múltiplo
O acesso múltiplo corresponde à possibilidade de um elevado número de
estações de Terra comunicarem simultaneamente através do mesmo satélite.
O acesso múltiplo influencia todos os blocos do sistema, determina a sua
capacidade e flexibilidade e é fundamental para o seu custo e rentabilidade.
O problema básico em questão é como permitir a um grupo variável no
tempo de estações o uso simultâneo dos recursos do satélite de modo a
optimizar:
Capacidade do satélite
Utilização do espectro
Potência do satélite
Interconectividade
Flexibilidade
Adaptabilidade a ‘misturas’ de tráfego
Custo
Aceitação do utente
Como a optimização
simultânea de todas
estas variáveis é
impossível, trata-se de
encontrar o
compromisso possível
entre elas !
54
Sistemas de Telecomunicações
Técnicas de Acesso Múltiplo
O acesso múltiplo corresponde à possibilidade de um elevado número de
estações de Terra comunicarem simultaneamente através do mesmo satélite.
Existem 3 técnicas principais de acesso múltiplo:
Acesso múltiplo por divisão na frequência (Frequency Division Multiple Access,
FDMA) – todas as estações usam o satélite ao mesmo tempo mas cada uma usa
uma gama de frequência diferente (comum em transmissão analógica).
Acesso múltiplo por divisão no tempo (Time Division Multiple Access, TDMA)
– as estações transmitem à vez (numa dada gama de frequência) usando os
‘slots’ no tempo que lhe foram atribuídos (comum em transmissão digital).
Acesso múltiplo por divisão no código (Code Division Multiple Access, CDMA)
– várias estações transmitem simultaneamente na mesma frequência sinais
‘espalhados no espectro’, codificados ortogonalmente; a recuperação de um
sinal implica o conhecimento do código usado para ‘espalhar’ o sinal no
espectro.
55
Sistemas de Telecomunicações
FDMA, TDMA e CDMA
56
Sistemas de Telecomunicações
FDMA
57
Sistemas de Telecomunicações
TDMA
58
Sistemas de Telecomunicações
CDMA
59
Sistemas de Telecomunicações
CDMA (cont.)
60
Sistemas de Telecomunicações
Notas finais
Os satélites têm vindo a assumir um papel cada vez mais variado em
termos de serviços prestados, p.e. comunicações fixas, móveis e de
difusão. Este papel tem variado ao longo do tempo e dependerá sempre
das alternativas terrestres, guiadas ou não guiadas, que existirem em
cada momento (e das suas características).
Os satélites permitem facilmente coberturas vastas e em zonas de
difícil acesso mas têm a desvantagem do atraso devido às grandes
distâncias percorridas.
A tecnologia para lançamento de satélites é cara e complexa mas
existem cada vez mais países capazes de o fazer.
61
Sistemas de Telecomunicações
E no futuro ...
http://telecom.esa.int/telecom/www/object/index.cfm?fobjectid=29325
62
Sistemas de Telecomunicações
Bibliografia
Satellite Communications Systems Engineering, Louis J.
Ippolito Jr., Wiley, 2008 (ISBN 978-0-470-72527-6)
63