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EMERGÊNCIAS MÉDICASPrincípios Básicos
Universidade Federal da Bahia Universidade Federal da Bahia
Faculdade de Medicina da Bahia Faculdade de Medicina da Bahia
Liga Acadêmica de Emergências MédicasLiga Acadêmica de Emergências Médicas
Luana Barreto de Almeida
O verbo grego
medeo, que
quer dizer:
“cuidar de”.
Qual a origem do nome medicina?
A Estrela da VidaA Estrela da Vida
O símbolo do Serviço de Emergências Médicas
"Define-se por URGÊNCIA a ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita de assistência médica imediata".
Qual a diferença entre Emergência, Urgência e o Pronto Atendimento?
Resolução CFM 1451/95
"Define-se por EMERGÊNCIA a constatação médica de condições de agravo à saúde que impliquem em risco iminente de vida ou sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato".
PRONTO ATENDIMENTO é o serviço médico que deve prestar o primeiro atendimento à maioria das ocorrências médicas, tendo caráter resolutivo para os casos de menor gravidade e encaminhando os casos mais graves ou para um Serviço de Urgência ou de Emergência, ou para internamento hospitalar para cirurgia eletiva, ou para o atendimento pelo médico especialista indicado para aquele paciente.
Exemplos: Parada cardiorespiratória e hemorragias são sempre
emergências. Fraturas, dependendo do comprometimento podem ser
urgências. Entorses e luxações são geralmente urgências também.
Na rotina pré-hospitalar, encaramos todas as ocorrências como uma situação de "emergência", pois mais vale pecar por excesso do que por omissão.
Quando o anúncio de Emergência for genérico, plantonistas nas seguintes especialidades: Clínica Médica, Cirurgia Geral, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia e Anestesiologia.
Que especialistas uma instituição que trabalha com
emergências médicas deve ter?
Plantonista(s) na(s) especialidade(s) anunciada(s).
Decálogo do Emergencista 1. Entender que o diagnóstico e o tratamento devem andar
juntos, pois vale mais uma manobra salvadora que um diagnóstico brilhante.
2. Desconfiar dos chamados sinais patognomônicos - eles são tão-somente uma ilusão clínica.
3. Evitar conclusões intuitivas e precipitadas, atendo-se ao que recomenda à experiência consagrada.
4. Evitar uma consciência exclusivamente especializada, voltado-se à parte mas sem esquecer o todo.
5. Ter coragem para assumir a dimensão de sua responsabilidade sem aceitar a intromissão ou a coação.
6. Ter coragem para fazer, para não fazer e para dizer que não sabe a alguém mais experimentado.
7. Agir com modéstia e sem vaidade, pois a humildade é a mãe de todas as virtudes.
8. Falar pouco e em tom sério, evitando pronunciamentos açodados em declarações ruidosas ante o infortúnio.
9. Ser competente para ser respeitado, aumentando cada dia o saber saber continuado.
10. Ser honesto para ser justo, afastando a falsa impressão que os valores materiais parecem favorecer.
Genival Veloso de França
Por que os médicos de urgência tem alto risco de responder a
processo por má prática?
Falta de uma relação médico-paciente estabelecida.
Na medicina de urgência as decisões são quase sempre irrevogáveis
E o que deve ser provado nesses casos?
Dever de tratarDever de tratar Negligência realNegligência real DanosDanos Relação causalRelação causal
Relação Médico-Paciente no Atendimento da Urgência
O Médico Regime de Plantão
Equipe composta por vários especialistasNoção mais precisa do estado do pacienteNenhum dos médicos efetivamente assume a
condução do caso
Não há no ambiente acadêmico formação na área de psicologia médica. Dessa forma, há uma ausência de capacidade de identificar e tratar problemas relativos a essa área.
O Paciente
Na maioria das vezes, é um adulto jovem vítima de traumatismos ou doença clínica aguda alguns jamais necessitaram de cuidados médicos
Portador de enfermidade crônica que piora seu estado
Paciente que já realizou internações anteriores e conhece bem um pronto-socorro
O EncontroO Encontro
Medo de morrer Medo de morrer Vivência da dorVivência da dorAnsiedade Ansiedade
Cabe ao médico priorizar suas intervenções no Cabe ao médico priorizar suas intervenções no sentido de remover qualquer fator que ameace sentido de remover qualquer fator que ameace a sobrevida do paciente, mas também a sobrevida do paciente, mas também minimizar a insegurança e dúvida do mesmo.minimizar a insegurança e dúvida do mesmo.
Equilíbrio interno do pacienteEquilíbrio interno do paciente
Em situações de extrema urgência e coma o paciente está a mercê das decisões médicas
O médico precisa conhecer o limite de sua
capacidade e controle de sua onipotência
O EncontroO Encontro
A Família do PacienteA Família do Paciente
Permite compreender melhor a situação do Permite compreender melhor a situação do paciente e o tipo de relação existente entre paciente e o tipo de relação existente entre ele e sua família, favorecendo a melhor ele e sua família, favorecendo a melhor escolha da estratégia terapêutica.escolha da estratégia terapêutica.
Esclarecer o quadro real do pacienteEsclarecer o quadro real do paciente
Solicitar a colaboração da famíliaSolicitar a colaboração da família
Situações Especiais (mas comuns)Situações Especiais (mas comuns)
Suicidas, indivíduos alcoolizados, agressivos, Suicidas, indivíduos alcoolizados, agressivos, conduzidos por agentes da lei, atendimento conduzidos por agentes da lei, atendimento pré-hospitalar de pacientes vítimas de pré-hospitalar de pacientes vítimas de acidentes. acidentes.
O médico tem que se preocupar O médico tem que se preocupar também com sua integridade física.também com sua integridade física.
Situações Especiais (mas comuns)
Possíveis doadores de órgãos para transplante (existindo uma instituição
pública especializada na questão).
O médico deve solicitar notificação para que a equipe da instituição especializada inicie a
abordagem da família.
O médico que trabalha em atendimento de urgência deve municiar-se do máximo de informações disponíveis sobre o quadro clínico do paciente.
Registro
Todos os passos diagnósticos e terapêuticos realizados devem ser fidedigna e minuciosamente registrada no prontuário.
Em situações de procedimento de risco como cirurgias deve sempre que possível conseguir um a autorização por escrito do paciente ou responsável.
Quantidade Quantidade Problemas cardiovasculares 497 Problemas cardiovasculares 497 Problemas respiratórios 157 Problemas respiratórios 157 AVC 119 AVC 119 Distúrbios psiquiátricos (alteração de Distúrbios psiquiátricos (alteração de
comportamento e agressividade) 72 comportamento e agressividade) 72 Quedas 132 Quedas 132 Atropelamentos 14 Atropelamentos 14 Trabalho de parto 169 Trabalho de parto 169
Em fevereiro de 2005, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência registrou como principais
ocorrências na Baixada Fluminense as seguintes emergências
Dificuldades comuns no atendimento de urgência
Excesso de ruídos Excesso de ruídos Falta de privacidadeFalta de privacidade Dificuldade em conseguir informações Dificuldade em conseguir informações Necessidade de atendimentos rápidosNecessidade de atendimentos rápidos
““..., sempre é possível dar atenção e consideração ..., sempre é possível dar atenção e consideração à pessoa que nos procura, fato que por si só à pessoa que nos procura, fato que por si só serve para diminuir seu sofrimento.”serve para diminuir seu sofrimento.”
Roberto Marini LadeiraRoberto Marini Ladeira
Conduta nas Emergências MédicasPaciente chega ao pronto-socorroPaciente chega ao pronto-socorro
O médico deve avaliar o risco de vida
Estabilizar o quadro
Diagnóstico diferencial formulado na sala de urgência deve iniciar com a condição mais grave possível (ao invés da mais comum)
que possa explicar a apresentação do paciente
Não havendo mais risco de vida ou após a melhora completa do paciente, o médico deve encaminhar o mesmo a um
especialista ou dar-lhe alta, conforme o caso.
O que significa instruções específicas de acompanhamento?
Você tem uma personalidade obsessiva-compulsiva com necessidade absoluta
de certeza antes de agir para estabilizar ou tratar o paciente ?
Se a resposta foi afirmativa, a sala de Se a resposta foi afirmativa, a sala de urgência é um ambiente pouco saudável urgência é um ambiente pouco saudável
pra você!!!!!!pra você!!!!!!
E se você não conseguir fazer o diagnóstico?
Admita ao paciente e escreva no prontuário Admita ao paciente e escreva no prontuário médico a incapacidade de fazer o diagnóstico. médico a incapacidade de fazer o diagnóstico.
Seu papel como médico nos atendimentos de Seu papel como médico nos atendimentos de emergência é o de excluir causas graves ou que emergência é o de excluir causas graves ou que determinam risco de vida na apresentação do determinam risco de vida na apresentação do paciente paciente
Ex: Diagnóstico de alta pode ser dor abdominal Ex: Diagnóstico de alta pode ser dor abdominal aguda de etiologia desconhecidaaguda de etiologia desconhecida
Avaliação do risco de vida
Queixa principal Perfil completo e acurado de sinais vitais colhidos
antes e depois da chegada à sala de urgência Visualizar, auscultar e palpar o paciente
Depois de ter identificado o risco de vida pare imediatamente e intervenha para reverter o risco de vida
Ex: Obstrução da via aérea superior (aspire, mude o posicionamento do paciente ou entube)
Queixa principalAuxilia a categorizar imediatamente o tipo geral do problemaAuxilia a categorizar imediatamente o tipo geral do problema (ex: cardíaco, traumático). E é importante para a triagem.(ex: cardíaco, traumático). E é importante para a triagem. Estado mental alteradoEstado mental alterado ComaComa FebreFebre Dor torácicaDor torácica Dor abdominalDor abdominal NáuseasNáuseas VômitoVômito CefaléiaCefaléia SíncopeSíncope VertigemVertigem TonturaTontura ConvulsõesConvulsões AnafilaxiaAnafilaxia Dor LombarDor Lombar
Sinais Vitais
1. Idade2. Condição Física Subjacente3. Problemas Médicos (ex: hipertensão)4. Medicações em uso (ex: beta-bloqueadores)
Determinante dos sinais vitais:
Sinais Vitais
Pressão arterial Freqüência cardíaca Freqüência respiratória Temperatura corporal
Pressão Arterial
BATES, 2005
Categoria Sistólica(mmHg) Diastólica (mmHg)
Hipertensão
Estágio 3 (grave) ou 180 ou 110
Estágio 2 (moderada) 160-179 100-109
Estágio 1 (leve) 140-159 90-99
Normal elevada 130-139 85-89
Normal 130 85
Ideal 120 80
Freqüência e ritmo cardíacos
60-100 batimentos/min60-100 batimentos/min
Freqüência e ritmo respiratórios
12-20 rpm12-20 rpm
BATES, 2005; PORTO, 2001
Temperatura Corporal
Temperatura axilarNormal 35,5 a 37° CFebre leve até 37,5°CFebre moderada 37,5 a 38,5°CFebre alta acima de 38,5
PORTO, 2001
Quando são normais os sinais vitais anormais?
Exemplo: Rapaz de 20 anos que refere ter asma e que está sibilando a horas chega na sala de urgência com freqüência respiratória de 14.
Um asmático que esteja dispnéico e sibilando deve ter uma freqüência respiratória de 20-30/min. Ele provavelmente está entrando em fadiga e insuficiência respiratória. Este é um exemplo de quando o normal pode estar anormal. MARKOVCHICK, 1995
Visualizar, auscultar e palpar o paciente
Visualizar ajuda a identificar o risco de vida, por Visualizar ajuda a identificar o risco de vida, por exemplo, o problema é de via aérea superior, inferior exemplo, o problema é de via aérea superior, inferior ou circulatório.ou circulatório.
Tocar ajuda, por exemplo, a determinar se o choque Tocar ajuda, por exemplo, a determinar se o choque está associado com vasoconstricção ou vasodilatação.está associado com vasoconstricção ou vasodilatação.
Auscultar ajuda, por exemplo, a identificar a Auscultar ajuda, por exemplo, a identificar a presença de problema na via aérea inferiorpresença de problema na via aérea inferior
Qual a pergunta mais importante que deverá fazer a Qual a pergunta mais importante que deverá fazer a um paciente que apresenta uma condição crônica um paciente que apresenta uma condição crônica recorrente? recorrente?
Os agravos que podem levar um paciente a uma sala de
emergência são muito diversosDoenças do SNCDoenças do SNC
Doenças não traumáticas
Doenças do trato Genitourinário
Doenças Endocrinológicas
Doenças do Sistema Respiratório
Doenças do trato Gastrointestinal
Doenças Oncológicas
Doenças Distúrbios Neonatais e Infantis
Doenças do Sistema do Cardiovascular Doenças Metabólicas
Doenças Hematológicas
Doenças Infecciosas
Urgências Ambientais
Urgências Toxicológicas
Urgências em Ginecologia e Obstetrícia
Traumas
Urgências Psiquiátricas
Referências BICKLEY, L. S. Propedêutica Médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005
MARKOVCHICK, V. J.; PONS, P. T.;WOLFE, R. E. Segredos em medicina de urgência – respostas necessárias ao dia-a-dia: em rounds, na sala de urgência, em exames e concursos. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1995.
PIRES, M. T. B.; STARLING, S. V. Manual de Urgências em Pronto-Socorro. Editora Médica
e Científica Ltda, 2002.
PORTO, C. C. Semiologia Médica. 4ª Edição, Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001.
www.cremec.com.br/pareceres/2001/par1401.htm
www.direito.medico.vilabol.uol.com.br/ www.erromedicoerespcivil.html www.malthus.com.br/artigos.asp?id=34