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CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS: UMA ANÁLISE DOS ASPECTOS GEOLÓGICOS E GEOMORFOLÓGICOS DO SISTEMA CAMPELO Leidiana Alonso Alves Universidade Federal Fluminense [email protected] Vinícius dos Santos Reis Instituto Federal Fluminense [email protected] José Maria Ribeiro Miro Universidade Federal Fluminense [email protected] INTRODUÇÃO A água modela paisagens em todas as partes do mundo. Seus traços criam formas na Terra, nas bacias oceânicas, nas cadeias montanhosas e por todas as regiões. De forma detalhada, esculpe os contornos de colinas e vales ou desenha planícies e lagos. Nas planícies serpeiam mais lentamente, nas áreas íngremes gastam mais energia, por unidade de comprimento do que quando esculpem áreas em níveis mais baixos. No que tange ao uso social, a água é utilizada para o abastecimento humano e suas atividades socioeconômicas, sendo captada nos rios, lagos, represas e em aquíferos subterrâneos (ALVES, 2016). Com uma paisagem marcada por lagoas, brejos e canais, o Sistema Campelo está localizado entre os municípios de Campos dos Goytacazes e São Francisco de Itabapoana, no estado do Rio de Janeiro. Geomorfologicamente ele encontra-se contido no Baixo Curso do rio Paraíba do Sul, sendo perceptível feições geológicas da Formação Barreiras, que são depósitos compostos por sedimentos de origem terrestre, datados da Era Cenozóica e pela Planície Fluviomarinha, caracterizada por seus depósitos arenoargilosos datados do Período Quaternário (ALVES, et al., 2015). As sucessivas flutuações no nível do mar no Período Quaternário foram as principais causas da formação e alteração das planícies litorâneas brasileiras. Estes terraços marinhos de origem holocênica podem conter lagoas nas depressões e exibir

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CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS: UMA ANÁLISE DOS

ASPECTOS GEOLÓGICOS E GEOMORFOLÓGICOS DO

SISTEMA CAMPELO

Leidiana Alonso Alves

Universidade Federal Fluminense

[email protected]

Vinícius dos Santos Reis

Instituto Federal Fluminense

[email protected]

José Maria Ribeiro Miro

Universidade Federal Fluminense

[email protected]

INTRODUÇÃO

A água modela paisagens em todas as partes do mundo. Seus traços criam

formas na Terra, nas bacias oceânicas, nas cadeias montanhosas e por todas as regiões.

De forma detalhada, esculpe os contornos de colinas e vales ou desenha planícies e

lagos. Nas planícies serpeiam mais lentamente, nas áreas íngremes gastam mais energia,

por unidade de comprimento do que quando esculpem áreas em níveis mais baixos. No

que tange ao uso social, a água é utilizada para o abastecimento humano e suas

atividades socioeconômicas, sendo captada nos rios, lagos, represas e em aquíferos

subterrâneos (ALVES, 2016).

Com uma paisagem marcada por lagoas, brejos e canais, o Sistema Campelo está

localizado entre os municípios de Campos dos Goytacazes e São Francisco de

Itabapoana, no estado do Rio de Janeiro. Geomorfologicamente ele encontra-se contido

no Baixo Curso do rio Paraíba do Sul, sendo perceptível feições geológicas da

Formação Barreiras, que são depósitos compostos por sedimentos de origem terrestre,

datados da Era Cenozóica e pela Planície Fluviomarinha, caracterizada por seus

depósitos arenoargilosos datados do Período Quaternário (ALVES, et al., 2015).

As sucessivas flutuações no nível do mar no Período Quaternário foram as

principais causas da formação e alteração das planícies litorâneas brasileiras. Estes

terraços marinhos de origem holocênica podem conter lagoas nas depressões e exibir

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alinhamentos de cristas de praias antigas, ambas mais ou menos espaçadas (MARTIN,

1997).

O material da Formação Barreiras tem sido associado a leques aluviais

entrelaçados compostos por diversos materiais descritos como conglomerados muito

grossos, encontrados em corpos lenticulares, intercalados com arenitos de matriz

lamosa, quase sempre recoberta por sedimentos arenoargilosos, com nível de cascalho

na base e fragmentos de crosta ferruginosa (ARGENTO, 1987). Materiais desta

natureza foram depositados a sul do rio Itabapoana, numa depressão pretérita, que

naquele momento ainda alcançava o mar (LAMEGO, 1955).

Considerou-se que a Geomorfologia é a disciplina que estuda as formas de

relevo por meio de suas expressões no espaço geográfico, formando diferentes

paisagens. O seu objeto de estudo faz com que os geomorfólogos sejam capazes de

entender os processos de construção e modificação do relevo em escalas temporais e

espaciais diversas; e que têm origem nas forças endógenas e exógenas, mas também se

considera a participação biológica e das sociedades na sua transformação. Desta forma,

os componentes do ambiente agiriam de forma interligada na construção de paisagens,

onde as características geológicas, climáticas, pedológicas, hidrológicas, biológicas,

topográficas, altimétricas e antrópicas seriam os aspectos a se investigar para entender a

dinâmica dos processos que modelam o relevo (MARQUES, 2009).

Divido as obras de engenharia realizadas pelo extinto Departamento Nacional de

Obras e Saneamento (DNOS), principalmente no século XX, a dinâmica hídrica do

Sistema Campelo foi alterada, não considerando todos os fatores ambientais que

regulam a região. Muitos autores descrevem os conflitos pela água na Baixada

Campista, relacionando-os a isso. Onde as justificativas para as intervenções foram

sanitaristas ou de combate às cheias e inundações, contudo, impactaram os recursos

hídricos regionais. Atualmente, Soffiati (1998), Carneiro (2003), Souza (2015), entre

outros, discutem o tema dizendo que a motivação destas obras, na verdade, foi expandir

as áreas agricultáveis.

Neste trabalho, procurou-se analisar a relação dos usos sociais junto aos corpos

hídricos neste sistema, admitindo-se que os projetos relacionados ao setor

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sucroalcooleiro foram os responsáveis pelas maiores alterações ambientais nele

implementados.

OBJETIVO

As discussões inseridas nesta pesquisa fazem parte dos resultados do Trabalho

de Conclusão de Curso em Geografia sob o título: Análise geossistêmica da variação

temporo-espacial dos espelhos d’água das lagoas do Sistema Campelo entre os anos de

2006 e 2015. Neste trabalho analisaram-se as características da dinâmica geológica e

geomorfológica do Sistema Campelo, como atributos ambientais indispensáveis para o

planejamento de alterações no sistema hídrico regional e que condicionam o uso da

terra.

MATERIAIS E MÉTODO

Para subsidiar as discussões aqui propostas foi consultada bibliografia

especializada, além de informações georreferenciadas do Banco de Dados do Projeto O

novo mapa da Ecorregião de São Tomé: Lagoas e Trabalhos de Campo para validar as

informações utilizadas.

Com o intuito de analisar o Sistema Campelo por meio de seus aspectos

geológicos e geomorfológicos, optou-se por utilizar o embasamento teórico-

metodológico da Teoria dos Sistemas, integrando os elementos dispostos na paisagem,

utilizando-se os trabalhos desenvolvidos por Bertrand (1968), Christofoletti (1999) e

Cunha e Freitas (2004). Além disso, a pesquisa pautou-se no método da Análise

Ambiental, entendendo que ele busca compreender a totalidade do ambiente,

especialmente, quando são observadas as inter-relações entre os objetos

georreferenciados e suas articulações sistêmicas (CHRISTOFOLETTI, 1999).

O método utiliza um conjunto de técnicas e procedimentos que devem ser

divididos em etapas ordenadas para obter informações, formular hipóteses e responder

questões propostas na pesquisa ambiental. Por meio do olhar geográfico foi possível

articular os Princípios Lógicos de localização, proximidade, extensão e continuidade

dos objetos no espaço, o que possibilitou correlacionar à evolução espacial e temporal

de fenômenos geográficos (XAVIER DA SILVA,1992).

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Os produtos cartográficos que compõem esta pesquisa encontram-se

apresentados na forma de mapas temáticos, que foram elaborados com a intenção de

representar os aspectos geológicos, geomorfológicos e de usos da terra do Sistema

Campelo. Isto foi possível, a partir da aquisição dos Planos de Informações (PIs)

referentes as feições analisadas no formato Shapefile (shp), em escala de 1:100. 000,

sendo todos os arquivos disponibilizados no site do Instituto Estadual do Ambiente

(INEA, 2011). Já a representação cartográfica dos recursos hídricos foi adquirida no site

do Centro de Informações e Dados de Campos (CIDAC) na escala de 1:5.000.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Foram identificados quatro compartimentos geomorfológicos distintos,

identificados através de sua formação geológica (Mapa 1) e de sua altimetria (Mapa 2).

As feições geológicas que compreendem a Bacia do Sistema Campelo estão

distribuídas em cinco unidades distintas, que foram discutidas com base nos trabalhos

de Ramalho (2005) e Costa et al. (2008), que serão apresentadas a seguir.

Sedimentos Fluviais (Qp) datados do Período Quaternário (2 milhões de anos

A.P.) foram depositados entre o rio Paraíba do Sul e a lagoa do Campelo. Esta unidade

ocupa uma extensão de 5.509,35 ha, o que corresponde a 7,28% da área total do

Sistema. Ela se caracteriza por conter sedimentos compostos por argila, argila-síltica e

siltes, nela também são encontradas areias e aglomerados quartzosos, gerados de

matrizes argilosas originadas a partir dos depósitos aluvionares do rio Paraíba do Sul.

Os Sedimentos Litorâneos (Qc) foram depositados por processos de

Transgressão e Regressão Marinha, formando cristas de praias, que em sua maior parte

apresentam-se paralelas a linha de costa. Nesta unidade os sedimentos são formados por

areias quartzosas, algumas vezes de coloração amarelada ou esbranquiçada. Esta

formação ocorre de modo contínuo, ocupando uma área de 8.422,91 ha, o que

representa 11,13% da área total de estudo.

A Formação Barreiras (Tb) datada do Período Terciário (Época Miocênica –

aproximadamente entre 23 e 12 milhões de anos A.P.) é caracterizada por apresentar

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relevos de topos aplainados, que de acordo com Geiger (1956), são constituídos de

rochas sedimentares que podem alcançar entre 50 e 70 metros de altitude. Ela encontra-

se entre a planície quaternária e os patamares cristalinos mais elevados. Esta feição é

fragmentada pelas unidades São Fidélis e Bela Joana, e se destaca por ocupar a maior

porção da bacia do Sistema Campelo, com área de 50.626,21 ha, o que equivale a

66,92% do recorte espacial adotado.

A Unidade São Fidélis (pCIIsf), datada do Pré-Cambriano, encontra-se

localizada a noroeste da sede do município de Campos dos Goytacazes. Esta unidade

apresenta-se na bacia como a maior extensão pré-cambriana e, são caracterizadas,

predominantemente, por rochas gnáissicas e migmatitos. Sua porção ocupa 3.202,91 ha

de extensão no recorte pesquisado, somando 4,23% de ocupação.

A Unidade Bela Joana (pCIbj) se apresenta como a menor unidade entre todas as

feições geológicas representada no Mapa 1. Datada do Período Pré-Cambriano, ela é

caracterizada por suas rochas charnockitos, no qual apresentam vários minerais, entre

eles: plagiocálsio, andesina, lambradorita (em menor quantidade), k-feldspato, biotita,

apatita, zircão, quartzo e hornblenda. A área ocupada por esta unidade é de 2.070,67 ha,

o que configura 2,74% da área pesquisada.

Os corpos hídricos, identificados no recorte, encontram-se presentes em três das

feições descritas acima: Sedimentos Fluviais e Litorâneos e a Formação Barreira.

Mapa 1 - Geologia da Bacia do Sistema Campelo

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Fonte: ALVES, 2016.

No Mapa 1 observa-se a drenagem, formada por canais e lagoas, têm nascentes

nas regiões de Formação Barreiras Terciária e direcionam fluxos hídricos de oeste para

leste no sistema, acompanhando o sentido do rio Paraíba do Sul, hipótese ratificada pela

hipsometria visualizada no Mapa 2.

A bacia é composta, principalmente, por materiais da Formação Barreiras, que

dão origem a solos com boas condições físicas de retenção de umidade e boa

permeabilidade, sendo intensivamente utilizados para culturas de cana-de-açúcar e

pastagens, e em menor escala, para cultivo de mandioca, abacaxi, coco da baía e citros;

e grandes áreas de silvicultura com eucalipto. Nota-se sua ocorrência no relevo plano ou

suavemente ondulado, sendo favorável à mecanização agrícola e não favorecendo a

erosão, mas têm problemas de compactação, o que limita sua utilização pela dificuldade

de enraizamento e também devido à elevada coesão dos agregados, pois o solo é muito

duro ou extremamente duro no estado seco (EMBRAPA, 2016).

Mapa 2 - Relevo do Sistema Campelo

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Fonte: Adaptado de ALVES, 2016.

No Mapa 2 foram identificados quatro compartimentos geomorfológicos

distintos, podendo ser classificados como:

1. Planície Fluviomarinha – caracterizada por possuir superfícies regulares e com

altitudes máximas de aproximadamente 8 metros, até o contato com os Tabuleiros do

Grupo Barreiras. Nela observam-se depressões rasas, por vezes, arredondadas que

formaram lagoas e alagadiços; 2. Tabuleiros de Formação Barreiras – Tem a maior

representatividade no Sistema Campelo. Nas baixas altitudes ele pode variar entre 9 e

60 metros, onde encontram-se distribuídas a maior quantidade de lagoas do Sistema,

predominando as de Forma Dendrítica; 3. Morros Isolados – Esta feição

geomorfológica apresenta altitudes que variam entre 61 e 120 metros, o que faz perder

altitudes em direção ao oceano. São caracterizados por formarem superfícies

fracionadas, entalhadas por vales, com predominância de encostas côncavas; 4. Serras –

São caracterizadas na área por apresentarem-se como fragmentos cristalinos, de feições

íngremes, que podem alcançar cerca de 160 metros de altitude. À medida que estas

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rochas cristalinas se afastam do litoral em direção ao contínuo da Serra do Mar da qual

pertence, se tornam mais “energéticas”.

Neste trabalho, procurou-se analisar a relação dos usos sociais junto aos corpos

hídricos no Sistema Campelo, como se vê no Mapa 3 e na Figura 1, admitindo-se que

projetos relacionados ao setor sucroalcooleiro foram os responsáveis pelas maiores

alterações ambientais implementadas no local que tinham como objetivos: expandir as

fronteiras agrícolas (da monocultura da cana); promover o aumento da produção por

meio de investimentos em mecanização; e irrigação. Isto ganha força a partir de meados

dos anos 70 do século passado. Vários projetos desta natureza foram financiados com

recursos do extinto Programa Nacional do Álcool (Proálcool) (CARNEIRO, 2003). Para

isso, foram construídos canais artificiais para drenar áreas naturais, como os brejos e

lagoas. Aliado a isso, foram instaladas comportas para o controle da vazão desses

canais, que regulam o fluxo hídrico de acordo com as necessidades do setor

sucroalcooleiro. Após estas intervenções no sistema hídrico regional, desencadearam-se

conflitos pelo uso da água entre os atores que residem e desenvolvem suas atividades na

região, pois as obras de “controle das águas” foram construídas pelo também extinto

DNOS.

Mapa 3 - Uso da Terra no Sistema Campelo

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Fonte: ALVES, 2016

Figura 1 – Usos da terra no Sistema Campelo

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Fonte: Organizado pelos autores. Fotos: Arquivo Sala Verde IFF Campos

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Sistema Campelo pode ser entendido como um Geossistema, pois ele é uma

dimensão do espaço geográfico, onde os mais diversos componentes naturais

encontram-se interligados trocando matéria e energia constantemente.

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Conclui-se ao observar a estrutura do sistema, que os fluxos hídricos são

direcionados, ou seja, drenam os Tabuleiros na direção da Planície Fluviomarinha, onde

alcançam as lagoas do Campelo e Arisco. Ressalta-se, ainda, que o relevo condicionado

pela estrutura geológica é que faz mover matéria e energia neste modelo, composto

fisicamente pelos fragmentos da Serra do Mar, morros isolados, tabuleiros, planícies,

lagoas e canais, responsáveis por direcionarem as águas do continente para o mar.

As análises acerca do Uso da Terra no Sistema Campelo mostraram que as

intervenções realizadas na região fizeram diminuir a quantidade de água, e que o

processo de modernização agrícola na região, levou a abertura de canais e outras obras

de infraestrutura (como comportas e diques), e não em investimentos de implementos

agrícolas, transgênicos e outras “modernidades” da chamada Revolução Verde.

REFERÊNCIAS

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