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Contemporaneu - arquitetura contemporânea #08

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Confira nesta oitava edição: Henning Larsen Architects, Estudio Borrachia Arquitectos, NRJA, Studio Guilherme Torres e muito mais

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edito

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Analisar arquitetura usando critérios técnicos pré-estabelecidos é tarefa inglória. Achamos que conseguimos isolar preconceitos, lembranças e sentimentos, mas certos detalhes estão sempre lá só para nos lembrar que somos humanos e que a nossa relação com uma obra não é só uma tabela com itens a serem considerados: Implantação – ok, ven-tilação cruzada – ok, acessibilidade – ok, placas solares – ok, diálogo com o entorno – ok. Pior mesmo quando é arquitetura residencial. Porque é universal, dá pra imaginar a gente lá, dormindo, preparando a comida, recebendo visita, circulando... enfim, morando. Como imagi-nar que uma trilha para ir de um ambiente a outro, dentro da casa japonesa, poderia torná-la tão especial? Por que o ângulo de 18 graus entre as famílias letonianas parece tão perfeito? Quantos são os deta-lhes que fazem a casa argentina parecer tão em harmonia? A diferença tão marcada entre as fachadas norueguesas não seria um estímulo aos próprios moradores? Por que a ausência de apartamentos iguais causa uma boa impressão deste edifício esloveno?

Para esta edição selecionamos, entre os projetos, apenas moradias.

Equipe Contemporaneu

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Editor Chefe: Gabriel VespucciDiretora de Arte: Francis Graeff

Colunistas Colaboradores: Bráulio Viní-cius Ferreira e Elvis José Vieira

Fotógrafos desta edição: Adam Mørk, Åke E Lindman, MCA Studio, Monica Larsen, Nicolas Dubini, Peter Jarvad,

Ramon Prat, Thomas Mølvig.Agradecimento: Alejandro H. Borrachia,

Amalie Marie Krarup, Bráulio Vinícius Ferreira, Elvis Vieira, Kristine Øksen-dal, Linda Leitane, Marina Malagolini,

Romullo Baratto Fontenelle, Tales Miranda, Xenia Itikawa, Yasuko Arita,

Žiga Čebašek.

Ano 01Edição #08

Capa: Casas IrmãsArquiteto: NRJA

Para dúvidas, sugestões, críticas, entre em contato com a Contempo-raneu - arquitetura contemporânea pelo email:[email protected]

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estante

TCC, TFG, TG. Nomes diferentes para um medo comum: o último trabalho da faculdade. Com um texto bastante explicativo, o autor desmistifica todo o processo do trabalho de conclusão de curso, desde a definição do tema até como se preparar para a banca examinadora. Fruto da experiência do autor como orientador e membro de bancas, este livro é indispensável para quem está passando pelo pro-cesso ou para quem irá passar.

FIM DA PICADA - Considerações sobre o Trabalho Final de Graduação do Curso de Arquitetura e UrbanismoBráulio Vinícius Ferreira

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agenda

Brasil

EREA Laguna30/03/2011 a 03/04/2011Laguna – Santa Catarina

9º Seminário Docomomo Brasil19 a 22/04/2011Brasília – Distrito Federal

Mundo

Tens 2011 - IV Simposio Latinoamericano de Tensoestructuras06 a 08/04/2011Montevidéu – Uruguai

100 Años de Enseñanza en Arquitectura 05 a 07/07/2011Lima – Peru

UIA 2011 Tokyo25/09/2011 a 01/10/2011Tokyo - Japão

Shenzhen & Hong Kong Biennale of Urbanism/Architecture 2011 11/12/2011 a 12/02/2012Shenzen e Honk Kong - China

Divulgue um evento: envie e-mail para [email protected]

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concursos

Estudantes

Tourist Acommodation PrototypeInscrições até: 01/05/2011Envio do material até 30/06/2011

New York Theater CityInscrições até: 15/05/2011Envio do material até 31/05/2011

Concurso de Ideias Brasília + 50Inscrições até: 18/05/2011Envio do material até 23/05/2011

Arquitetos e Estudantes

Barcelona 2011 - Bohemian Hostel for BackpackersInscrições até 31/03/2011Envio do material até 15/04/2011

DawnTown 2011: Floating StageInscrições até: 11/04/2011Envio do material até 15/04/2011

The Monument Circle Idea CompetitionInscrições até: 15/04/2011

Central Park 2011 - Park in Shamrock CondoInscrições até: 20/04/2011Envio do material até 02/05/2011

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Bráulio Vinícius Ferreira

ESTÁGIO: FORMAÇÃO , DEFORMAÇÃO E EXPLORAÇÃO.

Autor do livro “FIM DA PICADA - Con-siderações sobre o Trabalho Final de Graduação do Curso de Arquitetura e Urbanismo”, Bráulio é arquiteto mestre e doutorando em Educação, professor da Universidade Estadual de Goiás e da Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Sócio do escritório Zebra Design, também é autor do Blog do Bráulio, no qual es-creve sobre pensamentos e novidades arquitetônicas.

[email protected]

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ESTÁGIO: FORMAÇÃO , DEFORMAÇÃO E EXPLORAÇÃO.

Sei que estou entrando num campo polêmico, mas vamos lá. Todo mundo já estagiou, vai estagiar ou vai contratar um estagiário.Estágio não é emprego. Estágio é um local de aprendizado dos conteúdos e práticas que na universidade seriam impossíveis de serem vistos e vivencia-dos pelos estudantes. O estágio deve ser caracterizado pelo aprendizado de práticas profissionais específicas do escritório de arquitetura: a relação en-tre clientes e arquitetos, os honorários profissionais, o desenvolvimento dos projetos, as reuniões com outros pro-fissionais envolvidos no projeto e, tam-bém a visita às obras. Como compo-nente curricular, o estágio, obrigatório ou não, deve ser encarado como um complemento da formação, para isto o estudante deve entender que o estágio não é mais importante que seus traba-lhos acadêmicos, a freqüência às aulas e o cumprimento de suas obrigações como estudante.

ESTÁGIO: FORMAÇÃO , DEFORMAÇÃO E EXPLORAÇÃO.

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Bráulio Vinícius Ferreira

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ESTÁGIO: FORMAÇÃO , DEFORMAÇÃO E EXPLORAÇÃO.

Quem oferece o estágio deve saber que o estagiário não é uma mão de obra barata. O estudante de arquitetura está ali também para aprender. Designar ao estagiário tarefas exclusivas de dese-nho -os conhecidos cadistas- é reduzir a possibilidade de aprendizado e explorar uma mão de obra barata. Quem ofe-rece uma vaga para um estagiário deve entender que tem compromisso com sua formação e que geralmente chega ao escritório sem saber de tudo sobre desenho, tecnologia e construção – ou seja, ainda é um arquiteto em forma-ção.Quem procura um estágio deve saber o que quer. Um estágio é uma oportuni-dade de aprender mais e de conhecer o universo profissional. Quem é esta-giário deve saber que sua prioridade é a formação acadêmica. Não dá para competir com o curso de arquitetura que em muitas instituições de ensino é oferecido em tempo integral. Já vi estudantes de arquitetura mudando a vida para encaixar um estágio que no final daria um bom salário –e só. As-sim o estágio acabará por atrapalhar a formação do estudante. Deformando-a.Qual o momento ideal do estudante estagiar? Talvez minha resposta não

agrade a maioria dos estudantes – mas acredito que o estágio deve ser cursado quando este estudante entender que o estágio será útil à sua formação. Nos cursos que sou professor, antes do quarto período o estágio seria uma ex-periência prematura. Acredito que após o quinto período o estágio já ofereça conteúdo para a formação profissional do estagiário, pois o estudante do quin-to período já percorreu a metade do curso e tem conteúdo suficiente para o desenvolvimento do estágio.Nos escritórios ou construtoras se houver a demanda for por desenho técnico especializado, os colegas ar-quitetos deveriam contratar técnicos de ensino médio, mas se a demanda for por desenvolvimento de projetos, detalhamento, visita à obra e geren-ciamento de projetos o profissional a ser contratado é o arquiteto. Para as duas demandas o estagiário vai com-por a equipe para aprender e auxiliar. Quem recebe um estagiário deveria en-tender que a formação profissional não está restrita aos bancos universitários e tanto nos escritórios de arquitetura como nas agências governamentais, o estágio ganha um papel importante na formação do futuro profissional.

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Em 1959, aos 34 anos, depois de uma viagem de estudos para os Esta-dos Unidos, o dinamarquês Henning Larsen decidiu fundar seu próprio escritório, tendo à disposição apenas um estudante de arquitetura como ajudante. Já tinha certa experiên-cia. Havia, naquela mesma década, trabalhado com nomes como Arne Jacobsen e Jørn Utzon. Cinquenta e dois anos depois, conduz ao lado de sócios, uma das maiores e mais pre-miadas firmas de arquitetura da Es-candinávia e, por extensão, do mun-do. A equipe passou de 2 pessoas para 128 pessoas, entre arquitetos, designers, engenheiros e funcionári-os da parte administrativa. Só de ar-quitetos, são por volta de cem.No meio deste percurso, entre 1959 e hoje, podemos destacar como res-ponsáveis pelo indiscutível êxito de Henning Larsen, o 1º lugar no con-curso para a Universidade de Es-tocolmo [Suécia, 1961], o incrível Ministério das Relações Exteriores da Arábia Saudita [Riad, 1984, ver aqui], o Teatro de Albertslund [Dinamarca, 1996], a Ópera de Copenhague [2004] e, mais recentemente, o edi-fício The Wave [2009, parcialmente construído] e o hoje badaladíssimo Batumi Aquarium [Geórgia, projeto finalizado em 2010].

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Henning Larsen Architects

ILUSTRAÇÃO: HENNING LARSEN ARCHITECTS

Página anterior: The Wave.Nesta página: croqui da Jåttå Upper

Secondary School.Próxima página: Ópera de

Copenhague

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FOTO: ADAM MØRK

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Grande entusiasta da arquitetura em seus diversos campos, Larsen exer-ceu papeis também fora da prática projetual do escritório. Lecionou de 1968 a 1995 na Academia Real de Belas Artes da Dinamarca e manteve por dez anos –entre os anos 80 e 90– o jornal Skala, dedicado à teoria de arquitetura, além de uma galeria com o mesmo nome. Como confe-rencista em diversas universidades de outros países, acabou criando uma grande rede de contatos. Muitos deles eram convidados a escrever no jornal e também a proferir palestras e participar de debates na faculdade na qual lecionava. Convite aceito, arquitetos internacionais expunham seus trabalhos na sua galeria, locali-zada no centro de Copenhague.Se parasse por aí, já seria suficiente. Mas é preciso dizer que, além de to-das atividades já citadas, o arquiteto de 85 anos carrega para si mais um encargo, através da Henning Larsen

Foundation. Sua missão é dar su-porte à arquitetura dinamarquesa, promovendo-a por meio de ensino suplementar, bolsas de viagem, in-centivo ao desenvolvimento e imple-mentação de tecnologias de infor-mação voltadas para a arquitetura, atividades de exposição, publicação de livros da área e premiações em reconhecimento a arquitetos por suas obras. Os prêmios são anun-ciados anualmente na data em que Larsen faz aniversário: 20 de agosto. As decisões são tomadas por um conselho, composto de arquitetos e um advogado, do qual Larsen é presidente, e ninguém ligado à sua firma pode ser premiado.Assim, além de arquiteto, em-presário e professor, Larsen também exibe sua capacidade de agir como promotor cultural da arquitetura em seu país.Agora uma pincelada sobre alguns de seus projetos mais recentes.

Ao lado: Umeå School of Architecture.

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Scandinavian Golf Club

Nem o tradicional clube de golfe americano, nem a tradição do fun-cionalismo escandinavo de arquite-tura. Uma casa de campo refinada e rústica, construída entre 2007 e 2010 na cidade de Farum, na Dinamarca. Vidro, madeira e pedra, chaminés altas e espessas, com variação de ângulos oblíquos nos gigantes e pro-tuberantes telhados. E madeiramen-to impecável.

FOTO: PETER JARVAD

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Jåttå Upper Secondary School

Sem se voltar a uma filosofia pe-dagógica específica, a escola norue-guesa é planejada como uma “ci-dade dentro da cidade”: o edifício reproduz a estrutura urbana, com elementos como malha viária hierar-quizada, quarteirões independentes etc. E a praça central, no coração do prédio, inspirada nos mercados populares árabes e em galerias co-merciais do século XIX. Neste espa-ço vibrante de trocas e encontros, o conhecimento dos alunos e professo-res é compartilhado. Aberto e plural, o projeto [ganhador de um concurso em 2000 e executado em 2007] par-te da premissa de um aprendizado individualizado, com ambientes não convencionais de aula que estimu-lam diferentes abordagens de ensino e aprendizado.

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Henning Larsen Architects

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Henning Larsen Architects

FOTO: ADAM MØRK

FOTO: ADAM MØRK

Ópera de Copenhague

Localizada na ilha Holmen, zona cen-tral de Copenhague, a Ópera fica no mesmo alinhamento do Amalienborg e da Igreja de Mármore, completan-do o eixo histórico. O terreno sobre o qual está inserida foi doado ao Es-tado dinamarquês por um dos fun-dadores do Mærsk, conglomerado do ramo de transportes e energia. O envoltório do grande auditório [são dois no interior do prédio] é ligado de forma engenhosa aos corredores/varandas através de passarelas e es-cadas. Por ali o público entra para o espetáculo. De lá, tem-se tanto a vis-ta para o saguão de entrada quanto para a cidade através da fachada côncava de vidro, que permite a con-templação livre em um ângulo de 180 graus. De fora, à noite, o que se vê é uma concha dourada de muito brilho dentro da bela e impactante edificação.

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Henning Larsen Architects

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The Wave

Na costa leste da península da Jut-lândia, na Dinamarca, com apenas 40% da obra concluída, o edifício The Wave já eleva a pequena e portuária Vejle ao mapa da arquitetura con-temporânea mundial. O complexo é, na verdade, apenas um edifício com cinco ondas. Duas delas concluídas foram o bastante para alterar consid-eravelmente a paisagem e também para que o Henning Larsen Archi-tects recebesse o Leaf Awards 2010, na categoria de “Edifício residencial do ano [uso múltiplo]”. Foi inspirado nas características, naturais e cons-truídas da região -o fiorde, a ponte, a cidade e as colinas. As ondas são recobertas por porcelanato, que acu-mula menos sujeira e absorve calor, fator de extrema importância na fria Vejle. Quando finalizado, serão 140 apartamentos em 9 andares sobre a mesma base de uso comercial.

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FOTO: THOMAS MØLVIG

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FOTO: ÅKE E:SON LINDMAN

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Henning Larsen Architects

Umeå School of Architecture

Outra vez uma edificação educa-cional, mas neste caso uma escola de arquitetura sueca. Com forte ex-pressão artística, o objetivo aqui é o de incentivar a inspiração e a inova-ção através da obra construída. Con-dizendo com o enérgico padrão das aberturas nas fachadas, a dinâmi-ca interna é radical, pois o que se propôs foi um único e grande espaço aberto, apenas compartimentado pelos diferentes níveis e pelo vidro das salas de aula. A própria com-plexidade espacial interna, por si só, já é educativa ao proporcionar uma experiência tridimensional de difícil compreensão. Da mesma forma que não deve ser fácil, tampouco rápido, o exercício de adaptação de todo os agentes do processo acadêmico a este espaço.

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Arquiteto formado em 1998, Elvis Vieira é professor das disciplinas de Projeto Arquitetônico e Projeto de Urbanismo da FAUUMC - Universidade de Mogi das Cruzes e FAUUBC - Universidade Braz Cu-bas. No presente momento, além de ser Diretor de Projetos Públicos da Prefeitura Municipal de Suzano - SP, é doutorando pela FAUUSP -Universidade de São Paulo- com a tese Construção de Novos Cenários Urbanos na Cidade Contemporânea.

[email protected]

BARCELONA E O LEGADO DOS GRANDES PROJETOS URBANOS

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Barcelona sempre foi palco e refe-rência das grandes transformações ur-banas em que a cidade se colocou, e coloca como “laboratório urbano” aos pesquisadores, arquitetos e urbanis-tas em todo o mundo. As experiências colocadas em prática durante mais de um século possibilitou elevar a cidade a uma espécie de “modelo” a partir da perspectiva e o olhar de que o tecido urbano não deve ser instável, mas que deve acompanhar as transformações sociais e econômicas sob um olhar po-tencializador da capacidade de trans-

BARCELONA E O LEGADO DOS GRANDES PROJETOS URBANOS Texto: Elvis Vieira

Fotos e Ilustrações: Contemporaneu e Elvis Vieira

formação da qualidade da vida urbana em uma cidade globalizada. Como muitas cidades européias, e em particular as de domínio do poder ro-mano, tiveram sua origem sob a ordem do planejamento de ocupação mili-tar, resultando em cidades protegidas pelas muralhas, normalmente com apenas quatro portões de acesso, com a implantação fundamentada nos pon-tos cardeais (Cardo Maximus x Decu-manus Maximus) e seus limites físicos delimitados por este perímetro.

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Elvis Vieira

Barcelona não foi diferente, com sua origem na cidade romana de Barcino, devido a sua localização privilegiada torna-se um importante centro comer-cial com base naval junto ao Mar Medi-terrâneo. Durante séculos a cidade se permanecerá sob os limites da mura-lha, que se por um lado é o elemento essencial de proteção da cidade contra ataques de inimigos, por outro provoca o engessamento da malha urbana em um território consideravelmente peque-no. A libertação das muralhas do hoje con-hecido “bairro gótico” significou a real possibilidade de expansão do território de forma ordenada. O “Ensanche de Cerdà” pode ser considerado como um marco no urbanismo de Barcelona e de-

mais cidades européias, visto que até este período, as cidades não eram pen-sadas como organismos que evoluem progressivamente em seu território. Para Cerdà, seu Plano de Expansão deveria atender a duas problemáticas latentes na Barcelona de meados do século XIX: a primeira de ordem territo-rial onde a expansão da cidade deveria considerar as ocupações pré-existentes, não somente o bairro gótico, mas tam-bém os núcleos extra-muralhas que es-tavam em sua maioria distantes cerca de 1.200 me-tros das muralhas,1 assim como os li-mites físicos e geográficos do território (Mar Mediterrâneo, Mon-tanha de Montijuic, Serra de Corserolla, rios Besos e Llobregat) e, em segun-do a valorização da cidadania onde

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BARCELONA E O LEGADO DOS GRANDES PROJETOS URBANOS

a quadrícula -la manzana- se coloca como elemento predominante dos va-lores coletivos sobre os individuais, as-sim rediscutindo o espaço público como composição do desenho da cidade. Neste sentido, a proposta do Plano de Expansão de Barcelona é configurado como um elemento urbano que contri-buirá para o desenvolvimento contínuo sob um olhar até então não utilizado nas cidades, mesmo as propostas de Haussmann para Paris, desenhava uma expansão da capital francesa conside-rando o tecido pré-existente como re-ferência multiplicadora da nova malha urbana. Já em Barcelona, a manzana é a peça urbana que cria ritmo sobre o novo território a ser ocupado. A forma com que Cerdà se apropria do

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território a ser explorado e o configura como um rizoma capaz de se expandir e articular com os núcleos existentes. O Ensanche não é somente composto por um conjunto de bases urbanísticas (base facultativa, legal, econômica, administrativa, política) que deverão formalizar a aplicação do plano ao longo dos anos, mas os instrumentos urbanísticos cumprirão a função de ga-rantir a concretização das propostas de Cerdá sem necessariamente prender-se ao tempo. Assim, os instrumentos que nortearão a formulação do ensanche como: a casa, a quadra (quarteirão), viário, redes de serviços e densidades, devem compor as “peças urbanas” ca-paz de gerar o novo dese-nho e a nova cidade que renasceria sob o olhar de um planejamento urbano contínuo. Como desenho de cidade, propõem uma forma urbana capaz de ser gerida através de uma única peça. A quadra -la manzana- foi concebida não so-mente como elemento norteador do crescimento da cidade, mas torna-se para Cerdà a origem da discussão so-bre a casa -moradia-, o controle da

densidade urbana, a possibilidade de controle das redes de infra-estruturas, da mesma forma que tal elemento ur-bano é elevado a uma nova experiência de desenho urbano sobre um território ainda não ocupado. La Manzana possibilitou dar á Cerdà ritmo de urbanização e ritmo de par-celamento de formas diferenciadas, que possibilitasse sua implantação em ritmos descontínuos, afinal, como a retícula foi proposta como um grande tabuleiro de xadrez que assentou sobre o território e permitiu a articulação en-tre a cidade existente e a cidade pro-posta num só elemento urbanístico, a quadra possibilitou gerar um número considerável de projetos arquitetôni-cos, cerca de 20.000, onde as mais de 800 quadras poderiam ser implantadas gradativamente ao longo das décadas. Nisto, podemos afirmar que Cerdà dei-xa como legado não somente para a cidade de Barcelona, mas como um “modelo” a ser aplicado em diversas ci-dades, a possibilidade de ter como es-tratégia urbana o quarteirão como peça de configuração do espaço cons-truído,

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BARCELONA E O LEGADO DOS GRANDES PROJETOS URBANOS

dos espaços livres que ela deve gerar, das redes de comunicação e circulação da cidade. É a quadra urbana que estabelece o controle da compactação da cidade e solução ao crescimento demográfico de Barcelona, é a quadra urbana que será utilizada como unidade reguladora dos edifícios, a profundidade edificável, o jardim interno resultante do vazio em seu centro, a fachada continua nas bordas das faces da quadra e sua re-lação de altura com a largura das ruas. Porém, é a quadra urbana que vai gerar a grande diversidade de Cenários Urba-nos, apesar da quadra como geometria parece, num primeiro instante rígido e estável, a mesma demonstrou ao longo destes mais de um século de “experiên-cia urbana”, um grande número de for-mas e ocupação. São as quadras, isola-das ou em grupos, que vão configurar os espaços de morar, de trabalhar, de lazer ou simplesmente de composição da paisagem. Prova disto está nas intervenções ur-banas em que nos últimos 30 anos Barcelona vem colocando em prática na

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BARCELONA E O LEGADO DOS GRANDES PROJETOS URBANOS

busca de uma cidade que corresponda as suas necessidades e a estabeleça como Cidade Global. É a partir da déca-da de 1980, após o final da Ditadura de Franco -1979-, que Barcelona passará por novas experiências sobre o campo do urbanismo, um grande número de pequenas intervenções urbanas tin-ham como objetivo regenerar espaços degradados. Sob a responsabilidade de Oriol Bohigas esta estratégia que ilustram o “renascimento urbano” da ci-dade, ficou reconhecida como “Acupun-tura Urbana”, no qual consolidou um importante processo de auto-estima do catalão e a ampliação do senso cultural da cidade. No entanto, foi com os grandes even-tos internacionais que Barcelona mais se beneficiou com a transformação das estruturas urbanas da cidade. A partir da candidatura em 1986 para sede dos Jogos Olímpicos, os planos e projetos urbanos foram pensados como estra-tégia de redesenhar a cidade como catalisadores para renovar a imagem da cidade.Diferentemente de outras cidades, Bar-celona pensa as Olimpíadas de 92 em quatro áreas distintas na cidade eleitas como “objetos de intervenção urbana” para receber as instalações olímpicas: Montijuic, Diagonal, Vall d’Hebron e Parc de Mar. Estas áreas em conjunto com as intervenções já em andamento por quase todo o território da cidade,

em especial de infra-estrutura urbana que contemplaria as redes de abaste-cimento e coletas, mas também a am-pliação da rede de transportes público na cidade e região metropolitana. As quatro áreas elencadas para rece-ber as instalações olímpicas tinham em comum a reafirmação do lugar re-presentativo da cidade, cada qual em sua escala e relação com o entorno próximo. Porém é na área junto ao Mar Mediterrâneo (Poble Nou) que receberá um grande volume de projetos que ini-cialmente atenderiam as necessidades dos Jogos Olímpicos, mas que deveria reverter-se em usos constantes para seus habitantes, usuários e turistas da cidade.Não podemos neste momento afirmar que uma ou outra intervenção foi a única responsável pela regeneração ur-bana de Barcelona, porém cabe ressal-tar que o “efeito” dos Jogos Olímpicos foi o retorno da cidade para o Mediter-râneo, onde até o momento o porto era apenas uma porta de entrada de mer-cadorias, torna-se uma costa marítima com uma diversidade de usos de lazer e turismo, além do crescente número de áreas de comércio e serviços, assim como a transformação dos alojamentos das comissões olímpicas em habitações para a comunidade catalã, garantindo assim a ampliação da qualidade de vida de seus habitantes.

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Elvis Vieira

Os projetos urbanos elaborados para as Olimpíadas de 92 possibilitaram en-saiar junto a um território subutilizado e com a sua localização geográfica privi-legiada, onde um grupo de arquitetos e urbanistas colocaram em prática suas teorias e demonstraram, ao longo dos anos, a eficiência sobre esta estratégia urbana utilizada naquele momento. Neste sentido, podemos avaliar que desde o Plano do Ensanche de Cerdà para Barcelona em meados do século XIX, a cidade foi adquirindo um con-junto de intervenções urbanas capaz de consolidar em seu “legado” para seus habitantes e usuários. Do Plano Cerdà arrisco-me a dizer que “la manzana” foi o maior legado deixado por seu au-tor, este elemento como “peça urbana” foi capaz de no primeiro instante con-solidar uma estratégia de expansão que perdura por mais de um século e garantir sua implementação de forma gradual no tempo e com integridade ao plano original. É certo que as estimati-vas de densidade pensadas por Cerdà subestimaram o crescimento da cidade, no que gerou em cenários com massas edificatórias mais consolidadas, onde a ocupação sobre a quadra urbana nem sempre garantiu o vazio central de 50% de sua área, perdendo a unidade de medida de densidade pensada por seu idealizador. Porém sua forma regular, com as dimensões de 113,5 x 113,5 m

e com as esquinas chanfradas a 45º, no qual as abre como elemento de visão e vislumbração dos edifícios das esquinas e cria espaços de estar para a cidade, sua organização em grelha fez com que a cidade não somente fosse implemen-tada gradativamente, mas também se transformasse continuamente em sua massa edificatória sem interferir sobre a imagem da cidade.Já as Olimpíadas de 92 deixam para Barcelona um conjunto de intervenções urbanas, novas infra-estruturas e novas edificações que renovam espaços urba-nos antes considerados subutilizados e que são desenhados como “elementos-chave” para a nova vocação urbana da cidade, que abre as portas para o tu-rismo internacional como uma “Cidade Global” reforçando sua posição junto a Região da Catalunha, a Espanha e o Mundo. Como desenho urbano, Barcelona a-presentou um número considerável de projetos e estratégias aplicadas à Cidade Contemporânea, abrindo a dis-cussão para novos espaços comerciais, de lazer e culturais e, ampliando a vi-vacidade dos bairros vizinhos, do an-tigo porto -Port Vell- e do Bairro Gótico tendo a La Rambla como principal pro-tagonista desta região da cidade que será reconhecida por sua diversidade cultural.

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BARCELONA E O LEGADO DOS GRANDES PROJETOS URBANOS

Port Olimpico

Parc de Mar

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BARCELONA E O LEGADO DOS GRANDES PROJETOS URBANOS

Apesar de podemos afirmar que as Olimpíadas de Barcelona em 92 dei-xaram para a cidade um grande núme-ro de espaços de usos coletivo e sua relação com o Mediterrâneo tornou-se então muito mais agradável, principal-mente se compararmos com as antigas instalações industriais que ocupavam quase toda orla junto ao mar, fica claro que um dos maiores legados deixados após o grande evento esportivo foi a ampliação do sistema de circulação sobre o território. Como alternativa rodoviarista, as Rondas del Litoral -B10- e Ronda de Dalt -B20- junto a mon-tanha de Colserolla vão em conjunto com as demais vias já propostas por Cerdà no século XIX cumprir a função de articular o território da cidade com sua Região Metropolitana, enquanto que a extensão e expansão das linhas de Metrô da cidade garantindo maior flexibilidade entre as mobilidades de transportes existentes.É notável como os resultados sobre o desenho urbano alcançado em Barcelo-na influenciaram e abriram a discussão sobre diversas cidades européias e americanas. Neste sentido os “mo-delos urbanísticos” aplicados durante as décadas de 80 e 90 em Barcelona, num caráter mais qualitativo e estra-tégico me parece contribuir para uma reflexão sobre o que devemos “pensar” sobre nossas cidades, em particular

as que irão receber os grandes even-tos internacionais esportivos (Copa do Mundo em 2014, Olimpíadas em 2016). Parece-nos num primeiro instante, tempos longínquos e que apararente-mente, ainda temos muito a discutir, no entanto, tanto as cidades-sedes da Copa Mundial como o Rio de Janeiro com as Olimpíadas carecem de infra-estruturas urbanas capaz de atender ao grande número de turistas.Por outro lado, estes dois grandes even-tos nos dão a oportunidade de rediscu-tir nossas cidades, de rever conceitos e paradigmas sobre as intervenções urbanas e os Novos Cenários Urbanos em que desejamos nas Cidades Con-temporâneas. Enquanto aos Grandes Projetos Urbanos, cabe uma breve re-flexão: tanto a Copa do Mundo como as Olimpíadas nos remete às instalações esportivas, alojamentos para os atletas, hotéis, bares, restaurantes etc, porém, após a conclusão destes eventos, o que realmente permanece como LE-GADO URBANO para as cidades? Como podemos nos aproveitar destes eventos para reestruturar nossas cidades e ga-rantir melhor qualidade de vida urbana a nossos habitantes e usuários? Que cidades desejamos como qualidade de espaço urbano, como transportes, mo-radias com qualidade espacial... que ci-dades devemos desenhar para o século XXI?

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Vista aérea da Villa Olimpica a partir de Montjuic, 2009.

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Vale HanifahRiad, Arábia Saudita

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Vale Hanifah

Talvez pareça controverso falar sobre controle de inundações em locais de-sérticos, mas é exatamente isso que iremos mostrar. Um projeto urbano na Arábia Saudita para requalificar e tratar o principal canal de drenagem das águas da chuva da capital e cidade mais populosa do país, Riad.O rápido crescimento urbano de Riad -de 20 mil para 4,5 milhões de habitan-tes em apenas 50 anos- causou sérios problemas ao rio Hanifah, responsável por fornecer água à região desde o período pré-islâmico. Seu estado de degradação e poluição é consequência do lançamento de esgotos industriais e residenciais e também do acúmulo de restos de materiais de construção.No ano de 2001, a Secretaria de De-senvolvimento de Arriyadh, em con-junto com o escritório canadense

Moriyama & Teshima e também o in-glês Buro Happold, desenvolveu um projeto para a requalificação de 4,5 mil m2 em 120 quilômetros de exten-são afetados pela poluição do canal. Projeto este ganhador do 2010 Aga Khan Award for Architecture.Os primeiros passos para a construção do projeto foram limpar os resíduos sólidos presentes no canal e estudar as inundações ocorridas principal-mente nos meses de março e abril devido às precipitações no vale em que a cidade está assentada.Após esta etapa inicial, foi construída uma estação de tratamento por bior-remediação com 134 células para o tratamento de 350 mil m3 diários, ex-pandíveis para 1,25 mi m3 diários de área contaminada. Os principais obje-tivos alcançados com este tratamento

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Vale Hanifah

foram a redução em mais de 90% na taxa de coliformes fecais, a redução do odor e o aumento dos níveis de oxigênio na água.Por se tratar de uma extensa área, foram dispostas pedras ao longo do canal para que a água, ao passar, seja oxigenada naturalmente, reduzindo a formação de bactérias ao longo do curso.Assim como mostrado no parque li-near em Madrid [Contemporaneu #03], a proposta do grupo de ar-quitetos, engenheiros e consultores reintegra a área ocupada pela água em épocas de cheia à cidade, através de diversos dispositivos integrados: a construção de barragens, a imple-mentação do parque com áreas de piquenique, esportes e recreação, além da restauração de patrimônios arquitetônicos presentes na área.A infraestrutura conta com 2 mil va-gas de estacionamento, instalações sanitárias e iluminação pública. O es-paço é dividido em 9 grandes parques, todos em contato direto com o rio e amplamente arborizados com mais de 80 mil espécies, entre árvores, palmei-ras e arbustos. Em meio a 5 lagos, o grande parque linear devolve à capital da Arábia o verdadeiro oásis que um dia atraiu os primeiros habitantes da região.

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Vale Hanifah

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O site World Architecture Community é aberto a todas as pessoas interessadas em arquitetura.Possui amplo material que abrange desde teoria a pro-jetos, e realiza, de forma aberta aos participantes, o WA Awards 20+10+X, um concurso mundial de projetos realizado em ciclos. Para participar é muito fácil: basta fazer o registro e enviar seus projetos - construídos ou não. Ao término, você estará automaticamente partici-pando do concurso. O 20+10+X Architecture Awards 10th Cycle encerra em 22 de abril de 2011.

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WA Awards 20+10+X

Complexo de Cultura Asiática em GwangJu

WA Awards 20+10+X 3rd Cicle

Autor do projeto: Yoongyoo JangLocal: Coreia do SulAno: 2005Tipo: Cultural

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Residência na Rua Chakildos em Larnaca

WA Awards 20+10+X 7th Cicle

Autor do projeto: ARMON Choros ArchitektonikisLocal: ChipreAno: 2000-2007Tipo: Residencial

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WA Awards 20+10+X

Vinícola Goldstone

WA Awards 20+10+X 2nd Cicle

Autor do projeto: OSO Studio LTDLocal: ChinaAno: 2010Tipo: Industrial

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Lego

WA Awards 20+10+X 1th Cicle

Autor do projeto: BIG - Bjarke Ingels GroupLocal: DinamarcaAno: 2006Tipo: Uso Misto

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WA Awards 20+10+X

Centro Educacional em Antas

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Autor do projeto: AVA - Atelier Veloso ArchitectsLocal: PortugalAno: 2010Tipo: Educacional

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BIG

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envie projetos, projetos de estudantes, desenhos, artigos, fotogra-fias para a Contemporaneu.

Queremos saber sua opinião.

envie um e-mail para [email protected] e conte-nos o que você acha da Contemporaneu. Dê-nos sugestões, exponha suas

dúvidas e críticas.

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projetos

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Casa de PássaroKatsuhiro Miyamoto & Associates

Nagoya, JapãoFotos: Katsuhiro Miyamoto & Associates

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Casa de Pássaro

Se em muitos casos na arquitetura residencial japonesa uma das prin-cipais questões a se enfrentar é o de espacializar programas de ne-cessidades em áreas exíguas com o mínimo de conforto, desta vez o ta-manho não seria o problema, afinal são 428 metros quadrados de área do terreno de esquina, localizado na cidade japonesa de Nagoya.

Agora o desafio foi outro: o de tor-nar viável uma habitação capaz de se adaptar à forte inclinação do sítio, respeitando suas curvas naturais. É de aproximadamente 6 metros a diferença entre os níveis das ruas que delimitam o terreno, a conside-rar como referências, por exemplo, os pontos médios de cada testada do lote.

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113,74 m2

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Casa de Pássaro

O encarregado em elaborar o proje-to, o arquiteto Katsuhiro Miyamoto, fugindo das soluções em camadas, da terraplanagem e dos muros de contenção, resolveu dispor sobre o terreno, uma estrutura contínua de concreto armado em forma de “z”. Sobre ela, uma rampa flutuante, da qual os ponto de mudança de direção são as bases para sustentação de três blocos. Ao invés da descaracter-ização dos desníveis, uma estrutura menos agressiva que confirmasse o aclive existente e que pudesse, an-tes mesmo da executar os blocos, servir de acesso à construção, livre de obstáculos. Rampa e fundações enquanto obra de infraestrutura, antes mesmo de pertencerem à ar-quitetura.

A abordagem em ziguezague acaba por produzir três momentos, três locais diferentes dentro do partido -um bloco isolado e os outros dois que se interpenetram. E cria um per-curso: conceitualmente, uma trilha que sobe o morro; na prática, um prolongamento da calçada, uma via de acesso entre as ruas. Em termos programáticos, de baixo para cima no circuito, o primeiro blo-co, de 40m2, abriga um dormitório privativo, closet, antesala, depósito e lavabo. Já o segundo bloco [9m2] é um quarto “em estilo japonês”, o tradicional washitsu, com portas deslizantes e três tatames na me-dida padrão [aproximandamente 3 x 6 pés ou 91,44 x 182,88 cm, cada].

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113,74 m2

Como se sabe, antigamente, todos os cômodos de uma casa eram as-sim, mas hoje o comum é existir apenas um washitsu, para recepcio-nar os convidados. O terceiro bloco, o maior, de 68 m2 de área, é ligado ao primeiro por uma escada interna e completa as funções domésticas, com mais um quarto, além de sala, cozinha, banheiro e um terraço sobre o primeiro bloco.Ainda que no todo a casa seja se-melhante à ocidental, restam traços da arquitetura oriental tradicional

como nos halls de entradas [genkan: um degrau abaixo, onde se tira os sapatos] e nos alpendres [engawa: semelhante as varandas ocidentais]. Isso sem contar o uso da madeira nos três blocos, para estrutura e fe-chamentos.Os três blocos apoiados sobre a es-trutura e bem alicerçados seriam, por analogia, três pássaros aninha-dos no galho de uma árvore. Daí a alcunha recebida pela obra de “Casa de Pássaro”.

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113,74 m2

Planta Baixa Pavimento Térreo

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Casa de Pássaro

Término da Obra: Abril de 2010Área construída: 113,74 m2

Área do terreno: 428,21 m2

Arquitetos: Katsuhiro Miyamoto, Keishi Yamamoto, Takenori Uotani

Eng. Estrutural: Masaichi Taguchi / TAPSConstrutor: IDO KENSETSU

Planta Baixa Primeiro Pavimento

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Casa de Pássaro

Corte Transversal

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Casa em Campos de AlvarezEstudio Borrachia ArquitectosMoreno, ArgentinaFotos: Nicolas Dubini

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170 m2

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Casa em Campos de Alvarez

Conciliar tradição e modernidade é a tônica deste projeto. Envolve elemen-tos vernaculares pampianos [ou “pam-peiros”, da região dos Pampas] como a torre, a galeria e o pátio, em uma estrutura de concreto e paredes de blocos cerâmicos estruturais, com es-quadrias de aluminio. Fica em um lote do “barrio cerrado” Campos de Alvarez, em Moreno, uma cidade do subúrbio de Buenos Aires, na Argentina. A própria opção pela moradia em um condomínio fechado já reflete a busca por uma mistura de estilos de vida, entre campo e cidade grande, que re-cai sobre a arquitetura nesta obra de 2006, de autoria do destacado Estudio Borrachia Arquitectos, escritório argen-tino já exibido pela Contemporaneu #04.

A solidez de algumas extensões de parede sem aberturas e do concreto aparente da laje, da escada externa e do mobiliário fixo, coexiste sem atritos com a leveza de algumas característi-cas da habitação, como os elementos de madeira tratada ou a escada de acesso ao estúdio com seus degraus de madeira incrustados na parede. Os poucos pilares visíveis, além de muito esbeltos, encontram-se com o teto di-retamente, sem vigas. A própria laje afina à medida em que aproxima da extremidade da casa. Além disso, a galeria/varanda, que liga a entrada à escada externa e intermedia o interior e o deck externo, parece flutuar: está 60cm acima do piso e é projetada em balanço em 1,30m do eixo da viga que a sustenta.

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170 m2

Com aberturas altas para áreas mais íntimas e piso-teto para espaços de uso comum, o projeto acerta na rela-ção entre privacidade e contato com o exterior. Sobre este tema cabe desta-car também as duas portas deslizantes que permitem decidir, a depender de sua movimentação, se o quarto prin-cipal será uma suíte ou se o banheiro completo será compartilhado com hós-pedes.O piso interno é de cimento alisado cinzento –à exceção dos banheiros, es-tes revestidos com pastilha azul– e a camada de brita sobre o terraço serve para reduzir a temperatura no verão tornando a unidade constante. Uma casa racional muito bem dimensio-nada.

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Casa em Campos de Alvarez

Transcrevemos abaixo a memória des-critiva e conceitual do projeto:A casa para a família Griguoli, em Cam-pos de Alvarez, define-se a si mesma como uma casa de campo, como uma casa de pátio. Esforça-se em concen-trar, com uma linguagem totalmente moderna, todo o imaginário de uma casa pampiana todas as suas sen-sações. A torre, o mirante, o pátio, a galeria, áreas de sombra, o portão etc.Pretende, com isso, enquadrar-se den-tro de uma nova tipologia, uma mescla entre a tradição racionalista, de origem miesiana, e o rancho pampiano de nos-sa arquitetura autóctone.A casa se localiza no terreno definindo seus limites, colonizando-o, gerando com sua ocupação uma paisagem nova e privada; com a atmosfera necessária para as atividades que nela se desen-volvem... uma casa calorosa, isenta, em um entorno amigável e compla-cente.Assim, a opção pelo partido que guar-da respeito ao terreno, distancia esta daquelas casas que posam como um objeto em seu entorno e definem com clareza o rompimento entre o edificio e o exterior. Aqui se adota o terreno como parte da casa, ocupa-o com to-dos os equipamentos. Edificação, chur-rasqueira, portão, banco, deck e pis-cina definem o espaço externo como mais um dos que integram a casa, talvez o mais importante.

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170 m2

Depois de tomadas estas decisões, todas as demais seguem enquanto consequência lógica do pensamento elementar… O ingresso através do pá-tio como única porta da casa, o ripado verde dando sombra de árvores em um terreno onde ainda assim não há vegetação, a orientação de todos os ambientes para a varanda ou o pátio, as grandes janelas favorecendo este contato e ao mesmo tempo paredes extensas ou altas gerando os lugares de intimidade no interior; a escolha pelo reboco com acabamento rústico em tons neutros, onde o verde possa ser protagonista; a madeira natural em tons avermelhados, quase como recém-cortada… e a piscina como agente captador e modificador da luz no centro de tudo.A decisão de que a residência se de-senvolva principalmente no térreo per-mite que no nível superior, o estúdio como único elemento isolado da vida geral da casa, tenha a possibilidade de se expandir a um grande terraço privativo no qual as plantas e a pedra no piso conseguem criar um ambiente ideal de meditação para o desenvolvi-mento das atividades relacionadas ao intelecto. Ao mesmo tempo, o terraço como se fosse uma extensão do terre-no, pretende melhorar a relação exis-tente hoje em dia entre casas próximas e a vista dos andares superiores aos telhados vizinhos.

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170 m2

Planta Baixa Pavimento Térreo

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Casa em Campos de Alvarez

Planta Baixa Segundo Pavimento e Cobertura

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170 m2

Término da Obra: 2006Área construída: 170 m2

Colaboradores: Arq. Pamela Malvicini , Arq. Diego SestoEstrutura: Arq. Jose Alfonso ConteConstrutor: ETNOX

Corte Transversal

Corte Longitudinal

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Casa em Campos de Alvarez

Fachada Noroeste

Fachada Sudeste

Fachada Sudoeste

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Casas IrmãsNRJA

Riga, LetôniaFotos: NRJA

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335,4 m2

Localizado a apenas 100 metros do Lago Langstini e a pouco mais de 20 minutos da capital letoniana, Riga, o terreno para a construção da residên-cia de duas famílias de amigos é cer-cado por árvores em uma área de residências isoladas no lote.A solução tendia a ser simples e tri-vial. Por se tratar da necessidade de se construir a baixo custo a primeira ideia que vem à mente é apenas uma edificação: uma casa geminada. Poderia ter sido essa, se não fosse o escritório NRJA o responsável pelo projeto. Já mostrado na Contempo-raneu #03 com a Casa nas ruínas, este grupo de arquitetos com média de idade de apenas 25 anos, busca soluções inovadoras em cada um de seus projetos. E este não poderia ser diferente.A partir do monobloco foi-se sub-traindo e moldando as “caixas”, de acordo com a solicitação do cliente de manter a privacidade para cada uma das famílias. O resultado obtido são dois blocos de 6,3 metros de largura afastados entre si por um ângulo de 18 graus, unidos apenas na entrada das residências no pavimento térreo e no terraço, formado por esta união no pavimento superior.

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Casas Irmãs

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Projeto: 2007Término da Obra: 2009Área construída: 335,4 m2

Área do terreno: 1500 m2

Arquitetos: Uldis Luksevics, Martins RusinsEng. Estrutural: Aigars FridrihsonsConstrutor: Abi Buve

335,4 m2

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Casas Irmãs

É no pavimento térreo que estão lo-calizadas as garagens, com pilares em concreto armado sustentando a área íntima e social de cada residência. Esta subtração rendeu uma grande economia aos proprietários, por não mais ser necessário a construção de uma garagem e nem utilizar fecha-mentos para este pavimento.O afastamento das unidades residen-ciais, conformando o formato, visto em planta baixa, de “V”, permitiu aos arquitetos tirar maior proveito da ven-tilação cruzada e iluminação na-tural. Chega-se na região a menos de uma hora de incidência solar nos dias de dezembro. Esta opção também pos-sibilitou a privacidade necessária aos clientes.As áreas sociais estão situadas na extremidade sul dos blocos –por se tratar do hemisfério norte esta di-reção permite maior incidência solar indireta. As janelas dos corredores voltadas para a parte interna do “V” não se cruzam, impedindo a visão para a área interna da residência vi-zinha e deixando as áreas íntimas iso-ladas. Já na porção norte dos blocos, estão os quartos principais, voltados para a rua e com vista para o lago.O vermelho vivo presente nas facha-das contrasta com o branco da neve no inverno rigoso e com a vegetação verde na primavera e verão.

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335,4 m2

Planta Baixa Pavimento Térreo

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Casas Irmãs

Planta Baixa Primeiro Pavimento

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Korsgata 5Reiulf Ramstad Arkitekter

Oslo, NoruegaFotos: Reiulf Ramstad Arkitekter

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Korsgata 5

Grünerløkka é hoje um jovem e movi-mentado bairro conhecido por seus bares, galerias de arte, butiques e parques em Oslo, capital da Noruega. A agitada e multicultural vida noturna, e também diurna, é consequência de grandes transformações ocorridas nas últimas décadas. A região que já foi predominante-mente industrial, ainda mantém na paisagem construída chaminés, silos, habitações coletivas e antigas fábri-cas -reflexo da vocação da antiga vila. Pela estratégica proximidade do rio Akerselva, Grünerløkka foi pólo atra-tor de inúmeras fábricas e operários, até meados do século XX.Este novo edifício residencial, o Kors-gata 5 [ou simplesmente K5], surge dentro da lógica de modernização do bairro e se insere em um dos conjun-tos remanescentes de edificações que compartilhavam de forma entranhada moradias com pequenas fábricas, coi-sa típica do século XIX.Inaugurado em 2010, sua inserção é cuidadosa com a estrutura urbana e visual. Na fachada frontal, leva em conta a tipologia existente na vizi-nhança, de janelas verticais e sótãos habitáveis, de forma elegante e aus-tera nos detalhes e na textura. As esquadrias metálicas acompanham a cor escura e sóbria dos tijolos. Claro que, sendo uma obra de expressão

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1010 m2

contemporânea, quebra o ritmo das aberturas, fazendo-as desencontra-das: homenageia ao passo que rein-terpreta o contexto e marca o novo. Por isso, é válido destacar que o ti-jolo escolhido é o Kolumba. Artesanal e comprido [dimensões: largura = 528mm x profundidade = 108mm x altura = 37mm], foi especialmente desenvolvido pelo arquiteto suíço Pe-ter Zumthor para o Museu Kolumba [de 2007, que fica sobre as ruínas de uma igreja do gótico tardio], localiza-do em Colônia, Alemanha. Voltando ao K5, se a fachada norte aponta para a discrição, é no lado oposto, o dos fundos, que se nota a subversão em relação à arquitetura do lugar. Aberturas de parede a parede compensam a falta de janelas laterais nas unidades e se abrem para a luz, o pátio e a cidade. O vidro é presente nas janelas e varandas. Três caixas de vidro e zinco, de um pé-direito e meio, são projetadas sobre o telhado para fazer um notável coroamento.O projeto do escritório norueguês Reiulf Ramstad Arkitekter divide cada um dos andares do edifício em três partes, no sentido norte-sul, sendo um apartamento em cada extremi-dade e um central exclusivamente voltado para sul, por causa da pre-sença da circulação vertical -também

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Korsgata 5

Implantação

central, mas a norte. Pode ser, inclu-sive, percebida a presença da escada ao se observar na fachada as duas janelas centrais, que acompanham e iluminam sua trajetória. A disposição interna dos cômodos dos apartamen-tos é baseada em um núcleo central de encanamento para a cozinha e ba-nheiros, estes últimos sempre enclau-

surados. Mesmo com esta aparente rigidez, são variados os tipos de uni-dades: 12 apartamentos no total, com 7 diferentes tipologias [áreas entre 31 e 85 metros quadrados] distribuídas em 6 pavimentos, o que inclui o tér-reo -que prevê também bicicletário- e ainda um subsolo, graças ao desnível do terreno.

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1010 m2

Planta Baixa Pavimento Térreo

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Korsgata

Planta Baixa Pavimento Tipo

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1010 m2

Planta Baixa Quarto Pavimento

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Korsgata

Planta Baixa Quinto Pavimento

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Korsgata

Corte DD

Corte AA

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Condomínio Trnovski PristanSadar Vuga

Ljubljana, EslovêniaFotos: Ramon Prat

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Condomínio Trnovski Pristan

Os eslovenos Jurij Sadar e Bostjan Vuga completam em 2011 uma com-petente parceria de 15 anos à frente do SADAR+VUGA [ver Contemporaneu #03], escritório de extensa e abran-gente produção no campo da arquite-tura. O escritório tem sede na capital Ljubljana, mesma cidade desta edifica-ção concebida pela dupla entre os anos de 2002 e 2004. O clima pacato do mu-nicípio de cerca de 280 mil habitantes é confrontado com a inquietude formal e multicolorida do Trnovski Pristan, condomínio de 15 apartamentos em estrutura de concreto armado e assen-tado sobre um sítio de 4.640 metros quadrados.

São os volumes irregularmente rit-mados os responsáveis pelo bom aproveitamento de iluminação e venti-lação naturais em todo o conjunto. O hall de entrada comum, no térreo, por onde são acessadas duas torres de cir-culação, recebe, por exemplo, ilumina-ção zenital em sua parte mais central e libera aberturas para o interior nos dois andares superiores.Encravado no coração de uma quadra localizada a menos de 40 metros do rio Ljubljanica, o edifício é acessado através de uma passagem delgada entre ele e a rua, semelhante às ser-vidões de passagem ou às entradas de pequenas vilas urbanas.

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Condomínio Trnovski Pristan

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Condomínio Trnovski Pristan

Enquanto os pedestres chegam dali ao hall de entrada, os carros entram e saem por meio de dois elevadores de veículos, que fazem o transporte, já no corpo do edifício, para o sub-solo. Aliado a uma modulação eficaz, este dispositivo permite, ao dispensar a rampa, o grande aproveitamento da garagem em termos de número de va-gas: abundantes, são 36 no subsolo e mais 3 no térreo, para um total de 15 apartamentos.Nenhum apartamento é igual a outro. Somente no térreo, são 5 unidades de tamanhos variados, indo desde 1 até 4 dormitórios. Acima, dentre as 10 uni-dades há dois apartamentos duplex, sendo que em um deles é possível a integração com outra unidade menor. Generosas varandas abraçam as espa-çosas habitações. As fachadas pixeladas são compostas

de ladrilhos coloridos fixados sobre placas de alumínio. Além de conce-derem identidade ao condomínio, originam uma paginação em degradê entre os espessos e pesados quadros de alumínio preto -que emolduram as janelas e embasam as varandas- e a vizinhança. À medida em que se apro-ximam das aberturas, ou seja, maior a presença da cor preta na cerâmica. Quanto mais longe, mais claras são as peças, até se chegar ao amarelo bril-hante, que nos dias de sol, estabelece um diálogo com os “pixels naturais” das folhas das árvores em volta, sobre-tudo as de salgueiro.Uma relação equilibrada e curiosa, en-fim, com o entorno. Que, pelas formas, escala e revestimento, impõe uma nova situação na paisagem; e de certo modo, por outro lado, utiliza-se de uma espécie de mimetismo virtual.

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Condomínio Trnovski Pristan

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4010 m2

Diagrama de Ventilação e Iluminação Naturais

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Condomínio Trnovski Pristan

Implantação

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4010 m2

Planta Baixa Subsolo

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Condomínio Trnovski Pristan

Planta Baixa Pavimento Térreo

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4010 m2

Planta Baixa Primeiro Pavimento

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Condomínio Trnovski Pristan

Planta Baixa Segundo Pavimento

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4010 m2

Corte AA

Corte BB

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Condomínio Trnovski Pristan

Corte 1-1

Corte 2-1

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interior

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interiorQualquer semelhança entre filmes de ficção científica e a loja paranaense de calçados não é mera coincidência. A inspiração para o projeto da loja Queen Shoes remonta à juventude do arquiteto Guilherme Torres, per-meada por obras cinematográficas como Star Wars e Super Homem.Seu portfólio mostra a habilidade que o arquiteto tem em trabalhar em diferentes escalas, de projetos ar-quitetônico a design de mobiliário –como as surpreendentes mesas Jet e Fifties e o próprio mobiliário utilizado na loja. Sempre com um toque bem humorado, a exemplo do seu próprio escritório.

Localizada no Catuaí Shopping, a loja sofreu uma reforma drástica em 2009. Ocupando dois espaços comerciais que somam 90 metros quadrados, sua fachada típica de shopping center foi transformada em fitas de alturas irregulares formando vitrine e expositores.Mas nada é ao acaso. As formas, fei-tas em gesso acartonado com largura de 42 cm, servem não só para sapa-tos, mas também abrigam ar condi-cionado e iluminação embutida. É importante destacar a utilização das telas tensionadas com lâmpadas T5 para promover, de forma homogênea e econômica, a iluminação. A troca

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interior

do antigo sistema de iluminação pelo Tensoflex garantiu, por não mais aquecer o espaço, a redução do con-sumo do sistema de ar condicionado.Para contrastar com a intensa utiliza-ção do branco, optou-se pelo piso de ripas de madeira, dipostas na mes-ma direção das fitas em gesso. E é dali, no meio da loja, que se ergue de maneira escultural, o balcão do caixa, feito em MDF revestido com fórmica branca brilhante.Responsável por destacar a coleção vendida na loja, a parede em gesso acartonado, ao fundo, recebe adesi-vo com motivo da coleção e acaba por esconder a escada que leva ao mezanino, local em que está loca-lizado o estoque.

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Queen Shoes

Planta Baixa

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Queen Shoes

Fachada

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projetos de estudantes

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projetos de estudantes

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Nome: Romullo Baratto Fontenelleemail: [email protected]: Florianópolis - SC

Disciplina: Projeto V e VIPeríodo: 5o e 6o

Instituição de ensino: Universi-dade Federal de Santa CatarinaProfessor: Américo Ishida e Re-nato Saboya

ESPAÇO DE RECRIAÇÃO PARA EX-MORA-DORES DE RUA E FAMÍLIAS DESABRIGADAS

projetos de estudantes

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Romullo Baratto Fontenelle

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projetos de estudantesDesde o início, antes de qualquer pro-posta formalizada, algumas idéias, que fazem parte do partido desse pro-jeto, já se mostravam bastante fortes, dentre elas: o espaço aberto pre-valecendo sobre o espaço fechado, a conformação de um pátio se abrindo para o prédio da Hoepcke, e a orien-tação solar como estruturadora geral do projeto. Essas idéias, por certo, se adaptaram ao logo do processo à me-dida que foram acrescentadas outras variáveis, e a complexidade do projeto aumentandocomo um todo.Estas idéias iniciais se fazem clara-mente visíveis na implantação do edifício: o pátio é geometricamente definido por traços que respeitam duas malhas -uma alinhada com o terreno e outra orientada para norte- que estru-turam todo o projeto e é este elemento que garante o diálogo com o edifício histórico da Hoepcke -localizado na es-quina da área de intervenção.Conformado este pátio na mesma cota da Hoepcke, coloca-se à sua volta a porção mais pública do programa -restaurante, recepção, enfermaria. O terreno fica, então, desenhado pelos espaços vazios.Com isso esclarecido, estendeu-se o pátio até a esquina,conformando uma grande entrada no mesmo nível da Hoepcke, fortalecendo a relação entre o interior do terreno e a cidade.

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Romullo Baratto Fontenelle

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Romullo Baratto Fontenelle

O edifício, a princípio, foi pensado como um volume sólido, prismático, de cerca de 50 metros de comprimento, 8 de largura e 22 de altura, orientado com as maiores fachadas para norte e sul -dormitórios e circulação, respec-tivamente. À medida que foi-se estu-dando as relações volumétricas entre o edifício proposto e os circundantes, começou-se a “esculpir” este sólido de acordo com as necessidades. Primeira-mente evitou-se o sombreamento ex-cessivo no hotel localizado à sudeste, solucionado com o recorte no topo do volume, que ocasionou o escalona-mento dos pavimentos superiores. Em seguida, buscando demarcar a entrada do pátio e ao mesmo tempo não se aproximar muito do edifício histórico foi feito o segundo recorte, visto da es-quina, que forma um ângulo agressivo e ao mesmo tempo respeita a antiga fábrica. O terceiro recorte visa desblo-

quear a vista de quem sobe a rua Con-selheiro Mafra: o edifício se abre ver-ticalmente para o prédio mais antigo, garantindo a vista para a Hoepcke.Os recortes geraram um volume bas-tante incomum e estruturalmente com-plexo de resolver. A solução foi utilizar duas grandes treliças nas fachadas norte e sul, apoiadas em dois pilares metálicos -cujas fundações estão na praça menor, ao fundo do terreno- e na caixa de circulação vertical, construída com paredes espessas de concreto. As lajes dos pavimentos não poderiam apoiar-se diretamente nessa treliça por duas razões: a primeira é que os vãos dessa laje seriam muito grandes, gerando espessuras muito grandes; a segunda razão é que todas as barras da treliça receberiam esforços fora dós nós, ocasionando flexão nas mesmas, o que aumentaria suas dimensões tor-nando a treliça inviável.

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projetos de estudantes

Para resolver a questão das lajes, pensou-se numa segunda camada es-trutural: tirantes fixados nas vigas mais altas das treliças que apoiariam todas as lajes, em vãos pequenos para di-minuir as dimensões das mesmas. Com os tirantes colocados, basta apoiar as lajes de steeldeck nos mesmos. Assim, a estrutura do edifício é composta por quatro camadas: pilares e caixa de cir-culação; treliças; tirantes; e lajes de steeldeck. O corpo do edifício abriga a parte do

programa voltada à habitação para ex-moradores de rua -que já passaram pelo apoio oferecido pelo estado- e para famílias desabrigadas. Cada in-divíduo ou família habita uma unidade independente, um lugar de intros-pecção em meio às áreas de estar co-letivas distribuídas em cada pavimento de acordo com a estrutura do prédio.O resultado é um edifício moldado de acordo com as necessidades e variá-veis do entorno, no qual as unidades habitacionais se distribuem de acordo

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Romullo Baratto Fontenelle

com a estrutura da edificação, gerando pavimentos distintos com as áreas de estar distribuídas de maneira não uni-forme. A metáfora que melhor se en-caixa é a de um edifício “deslocado” onde moram pessoas também “deslo-cadas” na sociedade. O nome “Espaço de Recriação” surge a partir dessa metáfora, o projeto busca conformar espaços onde essas pessoas possam exercer suas relações com outros in-divíduos e consigo mesmos, recriando essas relações outrora enfraquecidas.

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Hoepcke

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Romullo Baratto Fontenelle

Implantação e Planta Baixa Pavimento Térreo

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P.B. 1o Pavimento P.B. 2o Pavimento P.B. 3o Pavimento

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Romullo Baratto Fontenelle

P.B. 4o Pavimento

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projetos de estudantes

P.B. 5o Pavimento P.B. 6o Pavimento

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Romullo Baratto Fontenelle

P.B. 7o Pavimento

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Corte AA

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Corte BB

Romullo Baratto Fontenelle

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Nome: Tales Mirandaemail: [email protected]: http://3dtm.blogspot.com/Cidade: Americana - SP

Disciplina: Projeto ArquitetônicoPeríodo: 8o

Instituição de ensino: Arquite-tura e Urbanismo na Universidade UNAR – Araras/SPProfessores: Neidival e Marcelo

Instituto de Pesquisa e Tecnologia

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Tales Miranda

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projetos de estudantes

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Tales Miranda

A proposta era criar um instituto com a missão de promover, incen-tivar, acompanhar e avaliar ações e atividades de pesquisa interagindo, cooperando, oferecendo e trans-ferindo conhecimentos, produtos e serviços para a sociedade, setores produtivos, institutos de pesquisa e universidades através de uma inter-face moderna e eficiente.Analisando o gabarito das edificações no entorno da área, deparamo-nos com uma predominância de edifica-ções de um pavimento, motivo pelo qual optou-se não ultrapassar três pavimentos respeitando o entorno edificado.Com uma área de 6197,82 m2, o projeto do Instituto de Pesquisa e Tecnologia contempla área admi-nistrativa -compasta por recepção, secretaria, sala de diretoria com es-paço para conferência-, anfiteatro multiuso, sala multimídia, almoxari-fado, banheiros públicos e para fun-cionários, enfermaria, área de lazer, área de exposições, laboratórios de pesquisa científica e praça de ali-mentação.

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projetos de estudantes

Implantação e Planta Baixa Pavimento Térreo

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Tales Miranda

Corte BB

Corte AA

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projetos de estudantes

Planta Baixa Subsolo

Planta Baixa Primeiro Pavimento

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Tales Miranda

Planta Baixa Segundo Pavimento

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projeto de concurso

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projeto de concurso

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Teatro Castro AlvesApiacás Arquitetos, SIAA Arquitetos e Centro Arquitetura

Salvador, BA

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projeto de concurso

Organizado pelo IAB-BA, o Concurso Público Nacional de Anteprojetos de Arquitetura e Complementares para a Requalificação e Ampliação do Complexo Teatro Castro Alves rece-beu, ao todo, dezoito projetos para a ampliação e requalificação do com-plexo cultural soteropolitano.O edifício original, projetado pelo arquiteto José Bina Fonyat Filho e o engenheiro Humberto Lemos Lopes, foi construído durante os anos de 1957 e 1958, porém foi um evento trágico que marcou a história do teatro. Apenas cinco dias antes de sua abertura, sofreu um incêndio devastador que o manteve fechado até 1967, quando finalmente foi a-berto ao público. A partir daí recebeu espetáculos memoráveis até o ano

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Teatro Castro Alves

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projeto de concurso

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Teatro Castro Alves

de 1989, quando foi fechado por quatro anos para reformas.Dos mais de 25 mil m2 previstos para a recente proposta projetual, apenas 8.216 m2 poderiam ser cons-truídas, sendo o restante destinado à requalificação do espaço existente. Tudo dentro do valor previsto de R$ 876,82 por metro quadrado.Muitas foram as limitações para o anteprojeto do teatro, mas sem dú-vidas, o tempo era o maior entrave. Desde o lançamento do concurso até o envio das propostas somavam-se, inicialmente, 47 dias. Uma prorroga-ção do prazo ampliou o número para um total de 64 dias para a confecção de um anteprojeto que englobasse a requalificação de diversos espa-ços existentes, a redistribuição ou o

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projeto de concurso

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Teatro Castro Alves

redimensionamento de espaços para usos pré-existentes e a ampliação do complexo para abrigar novos espa-ços com novos usos.A presente proposta é fruto de uma parceria entre três escritórios pau-listanos: Apiacás Arquitetura, SIAA Arquitetos e Centro Arquitetura, tendo recebido o prêmio de terceiro lugar no concurso. A intenção dos arquitetos foi preservar não só o pa-trimônio arquitetônico, mas também o patrimônio imaterial devido sua grande importância cultural para o município.Para abrigar as novas funções do complexo -alojamento, centro de referência, sala de cinema e esta-cionamento-, criou-se uma edifica-ção no vale, na parte posterior do terreno, com quatro pavimentos de caráter essencialmente horizontal, tendo sua cobertura estendida à concha acústica, proporcionando um jardim suspenso mimetizado à paisa-gem da encosta. Sua conexão com o público se dá sob a platéia, localiza-da na edificação existente na porção mais próxima à rua. É utilizando esta nova circulação que se faz o acesso à nova sala de concertos, enterrada sob o vão livre do consagrado edifí-cio de Fonyat e Lopes.

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projeto de concurso

Planta Baixa Acesso Sala do Coro

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Teatro Castro Alves

Planta Baixa Pavimento Acesso Principal

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projeto de concurso

Planta Baixa Pavimento Térreo

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Teatro Castro Alves

Planta Baixa Jardim e Restaurante

Planta Baixa Concha Acústica

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projeto de concurso

Corte A

Corte B

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Teatro Castro Alves

Corte C

Corte D

Corte E

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edições anteriores

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