7
A min I Itio ili- .1,1 neiro, A- 11 ** Marco dc IÍI7I1 \". 10 p p,—————-_——-—:—"nj+P VV Vi W/ ^^j/jr * 'JV f ffj>».V~~*-s _fe _g^^y ^w ¦;;:-y^^- ;-- ¦ ^ CORTE Anui,IC .1)00 Scnii-sl.-cD $ noi) Triiih-sli..., S 001) Publicada por ÍLngelo JIgostini A torre sTíondencia e reclamaçõe:, devem ser d irióid j.r. n rtu.-i da A •.•..nublou 44- Ofricina 1-rlhoÇrapi'ir.a da Revista Illustrada P ROVIN C I AS AniiuüOSOOtl Semestre1 1 SOOU AvulsoS.VJl) oíll D. , . mff I Jc_£ „___,_.._. £„• JV ¦*¦*;*,.-_*,- -J. /«í»»-.. ti..»-U« n-uif. «.«.«f-d-Ui /«. «m_ c.lAr.í* * 8o * Ieo |a-r _,_ fr.-., _ valiofo cuíkHío... h,,r<,_,J„p-_ £_ *J" r-4re, í burit. *-..'m Ustantt í,Ao.,_,(,vo tllí Jeu *(JT»-Í«£. minto, m«4 O.Jtrvo Iht a """* ' CrUBüira 111 uni <. h«> í ' * Tw-lícl íl! haOltnc oue TMU.fri r.,< romjynvuo nr... all.__ol «. IU" litvt íjiluniiii i"i mm"

CORTE P ROVIN C I AS - BNmemoria.bn.br/pdf/332747/per332747_1876_00010.pdfcruel sobre sua desolada familia, e sobre nós, fazendo tombar aquella vida pre-cíüss ao seu cantado funesto,

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: CORTE P ROVIN C I AS - BNmemoria.bn.br/pdf/332747/per332747_1876_00010.pdfcruel sobre sua desolada familia, e sobre nós, fazendo tombar aquella vida pre-cíüss ao seu cantado funesto,

A min I Itio ili- .1,1 neiro, A- 11 ** Marco dc IÍI7I1 \". 10

p p, ——— ——-_——-—:—"nj+P

VV Vi W/ ^^j/jr * 'JV f ffj>» .V~~*- s

_fe _g ^^ y ^w ¦;;:-y^^- ;-- ¦ ^

CORTEAnui, IC .1)00Scnii-sl.-c D $ noi)Triiih-sli.. ., S 001)

Publicada por ÍLngelo JIgostiniA torre sTíondencia e reclamaçõe:, devem ser d irióid j.r.

n rtu.-i da A •.•..nublou 44- Ofricina 1-rlhoÇrapi'ir.a da Revista Illustrada

P ROVIN C I ASAniiu üOSOOtlSemestre 1 1 SOOUAvulso S.VJl)

oíll . , . „mff I

Jc_£ „___,_.._. £„• JV ¦*¦*;*,.-_*,- -J. /«í»»-.. ti..»-U« n-uif. «.«.«f-d-Ui ;« /«. «m_ c.lAr.í* * 8o * Ieo |a-r _,_ fr.-.,

_

valiofo cuíkHío. ..h, ,r<,_,J„p-_ £_

*J" r-4re, í burit. *-..'m Ustantt í,Ao.,_,(,vo tllí Jeu *(JT»-Í«£. minto, m«4 O.Jtrvo Iht a"""* '

CrUBüira 111 uni <. h«> í ' * Tw-lícl íl! haOltnc oue TMU.fri r.,< romjynvuo nr...all.__ol «. IU"

litvt íjiluniiii i"i mm"

Page 2: CORTE P ROVIN C I AS - BNmemoria.bn.br/pdf/332747/per332747_1876_00010.pdfcruel sobre sua desolada familia, e sobre nós, fazendo tombar aquella vida pre-cíüss ao seu cantado funesto,

Revista Illustrada

m•§ruif,.ii Hlltistrniiii

Hio, I ih- Afaiço dc ISTO.

Vm penoso iiçver obriga-nos, por boje,a sahir além do nosso ostylo para con-signar aqui uni acontecimento que nosenliitti o coraão: si morte de LuigiBnrgoinainerid nosso apreciado collofra,presado amigo, redactor do l-'ir,a>-0.

Viclima do terrível flagello que assolaesta cidade, rhnol-o liou em frio, hir toe inanimailo: inerte aquella mão quecom tanla arte dirigia o lápis e o pincel;iinniovi-1 aquelle coração, sede dos sen-ti mentos de honra, de probidade e doamor extremado da familia; embaciadosaquelles olhos onde irradiava o fulgordo gênio, brilhava a luz da intelligenciae faiscava a scentellia do espirito!

Se para acontecimentos semelhantes,ha, nesse transe supremo, alguma cousaque possa attenuar a dòr de um coraçloirmão e amigo, nós a sentimos vendoo seu leito mortuario cercado de affei-ções, que unisonas o pranteavam e bem-diziam de sua memória, e porque LuigiBorgomainerio durante o tempo que viveuentre nós, embora limitado, só angariouaffeiç""es, sem que contasse utn unicoinimigo 1

Parece inverosimil que um homem debem e um artista de mérito não ostivesse: mas Borgomainerio era homemhonesto sem fazer praça daa suas quali-dades sociaes; era artista distineto, masnãu blasonava de seu saber para hu-milhar nem am.-squinhar quem quer quefosse: era honrado sem basofia, inlel-lújente sem orgulho. Entre o muito qnesabia só não sabia fazer inimigos.

A mão inexorável do desuno pezoucruel sobre sua desolada familia, e sobrenós, fazendo tombar aquella vida pre-cíüss ao seu cantado funesto, e deixou-noi um recurso unici: o de pranteal-o !

E' o que fazemos, pagando esta fracahomenagem à sua intelligencia; estetênue testemunho ao seu nobre caracteresta pungente Lagrima á sua memória.

A "Redacção.

I IVfS|0 DA Poi^TA

dva brm e «lupas... dapolfl pa^ao fl-*» B-a tu quo milhi ilo sn nrreponior.

Ao Sit. lím/..— Bom boas sim, Sr., us auaa ferroa-tl-is, o Sr. forri muito hom, ngor. o que è precisiè ver ae não eucontra também nlgutn Forri-Braz.

Agradecemos a otTerti dis seguintes publicações:

Ao Su. Serafim.— Pontos da historia media.

Ao Sn. Dr. J. H. uos Sant.s.— Rigides do colo dotttero durante o parto.

Ao Sn, Garn*ier.—jDejcobrÍMWnto prodigioso por .luliuVornc.

Ao Su. Uisnaoa.— Muita extracção deve o Sr. terlido dur.rtn.e o carnival : veio tão escorrido!. ..

Ao Su. Cordeibo.—Os seus balidos são muito pis-toris, tão pistoris que já passam a amolações.

Ao Sr. Serra.—Desculpe-nos a franquez-i; mas decerco o Sr. não honra o illustre nome que tomou.Têm iiiüiíu que inchar pura poder igualar o seuchará.

Ao Sb. Fiscal de...— Faça ml, faça versos, fica.tudo que quizer; mas não nos bisnague a pa-ciência ; sim ?

Ao Sr. A. B. C—Bonito nome tem o Sr.; olli' apren-

<_li_*onicn iln semana

E' a segunda rez que empunho a pennaI de clironista e os a segunda vez é a pri-

meira que me vejo embaraçado. Estou no| caso de um soldado muito comüão, que conheci. lia muitos annos, que atirando-se ao prato

do appetitoso feijão do rancho era obrigadoa comel-o com o pescoço envolvido na gra-vaia de sola do uniforme.

Sei perfeitamente que tivemos uma semanafarta de acontecimentos; bastou para isso iter sido a semana do carnaval, .com a cir- loumstancia fi-isanle de -haverem algumascasas, cnm certeza a maior parte, vendidotildas as bisn agás, ao mesmo tempo que fi-caram com quasi todas as mascaras, as quaespor mais carautonhas que fizessem para a ruae para a casa, nas viravoltas que davam, nãoacharam quem as quizesse; e a n"o será!legião de diabos encarnados que por ahi andoua correr mundo, o stok das mascaras figuraria !com cifra graúda por falta de animaçãono mercado.

¦* *

Póile-se pois dizer que no Itio de Janeiroo carnaval divide-se em duas espécies bemdistinetas: a das mascaradas e a d s es-

! guichos, tendo ambas por aluados os estalosi que serviam tanto de um lado como do outro. ;

Systema de morcego.Todos trataram de cumprir o seu dever

! pagando á folia e ao prazer, tres dias de

| loucura. A cada um restam ainda trezentosi e trinta e tres dias, noves fora nada, para

\ ganhar e ter juizo.

IO que eu pudera contar do carnaval de

I 1876 todos viram, quem não vio teve por j| força quem lhe contasse, ou leu em narra- j

! ções que por ahi têm sido feitas com mais '

ou menos minuciosidade, com mais ou menos

certeza, oom mais ou mono» imparciali-dade.

* .Decididamente eu nilo mo posso oecupar

nesta oceasião do ilescrover festejos o diver-tinientos. Estou como o soldado do quo jii

! lhes fallei: a gravata ilo couro tolhe-me deí ingerir livremente o meu feijão do boia.

K¦«

IE sabem qual è nesta oceasião a miulia

: gravata de couro ? E' o aperto que sinton'alma, è a magna que mo confrango o co-ração de ver nos mesmos jornaes onde seliam programmas de festejos o folia, na se-guinte columna, mais adianto, na paginafronteira, uma pavorosa relação de óbitos !

j Pois que ' e|tará porventura a cidade doRio de Janeiro, outr'ora reputada uma dasmais saltibres do mundo, condemnada todosos annos ao penoso e bárbaro tributo demilhares de preciosas vidas á voracidade da

| epidemia?

E viveremos perpeluamente sob a triste e' deplorável condirão de estarmos hoje com um

parente, um amigo, alegres, cheios de vida,e amanhã, hoje mesmo talvez, vel-o escon-der-se, ou elle a nós, hirto e inãnimado, parasempre, em um fojo do cemitério ?

Ha vinte e sete annos que pela primeiravez nos visitou a febre amarclla: quem apresenciou então ainda hoje treme horrorisadoda devastaç-.o que fez nesta cidade! D'ahiem diante localisou-se aqui e nunca maisnos deixou: com mais ou menos intensidadetodos os annos ahi vem o inexhoravel mei-rinho dos feitos da fazenda com o mandadoperemptório em vinte e quatro horas :...

Naquella epoclia o governo fez effactiva alei da repressão do trafico de africanos;vinte annos depois decretou a libertação do ven-tre escravo. Promovera immigração era, pcis,uma necessidade urgentíssima e indeclinávelpara o paiz, mas a febre amarella surge entrenós como o maior entrave a esta medidaprovidencial; e o que fazemos nós? Temosuma academia de medicina que em vinte seteannos ainda nem ao menos assentou no ro-ceituario mais efficaz para combater o accessodo mal, cada um dos nossos práticos usade sua formula especial, cada qual põe empratica o systema que adoptou. Isto relati-vãmente ao tempo em que a epidemia grassa,somente.

Quanto ao estudar-lhe a origem, a causa. ..

Page 3: CORTE P ROVIN C I AS - BNmemoria.bn.br/pdf/332747/per332747_1876_00010.pdfcruel sobre sua desolada familia, e sobre nós, fazendo tombar aquella vida pre-cíüss ao seu cantado funesto,

"^""—¦ .-"¦*.«

Revista Illustrada

ha vinto sete annos, o ainda não so assentouem um ponto definitivo 1

*Objectar-me-hSo: a academia de medicina

diz quo a causa provém do pouco acoio dacidade, dos pântanos etc, etc. e comesseparecer concordou a junta de hygiene, istoé, o Sr. Dr. José Pereira Rego que é presi-dente cVaquella concordou com o Sr. barãodo Lavradio que é presidente desta,

Neste caso o systema que segue a aca-ilemia é o que segue a junta, o governo,a câmara municipal, os fiscaes, etc.

Dizem as duas primeiras corporações ao

governo: a causa éa falta de limpeza etc.o governo diz â câmara: sendo a causa daepidemia etc. mande você limpar a cidade.A câmara diz aos fiscaí s: ponderando o go-verno que ha falta de aceio etc. multemvocês o que estiver porco. Os fiscaes porseu turno recomm,cndam aos guardas: em-

preguem vocês toda a vigilância etc.Tudo isto, porém, tem partecipaçõesde torna

. viagem: papel é o que graças a Deus nãofalta.

O fiscal partecipa á câmara que já aguçoua actividade dos guardas; a câmara fazsciente ao governo que já recommendou aosfiscaes toda a diligencia; o governo faz scienteao Sr. Dr. José Tereira Rego presidente da

junta de hygiene e ao Sr. barão do Lavradiopresidente da academia....

Chefe, olhe que trocou os presidentes,o barão é da junta e o Dr. Rego é o daacademia.

Tens razão pequeno. Os senhores tenhama bondade de desfazer o engano.

Como dizia, o governo faz sciente aos dous

presidentes que tendo tomado na devida con-sideração etc. fs/ão dadas iodas, as provi-ciências, etc.

Feito este itinerário de communicações deida e torna viagem, cada um cruza os braços«J dorme na paz de sua consciência por terbem comprehendido e cumprido os seus de-veres, mas antes de adormecer, tal é o pen-samento de cada um:

O St. Br. Rego: Muito acertado andouo ¦ governo em nomear o barão do Lavradiopara presidente da hygiene! O que seriadesta cidade se não fosse elle!

0 Sr. larão: Que feliz escolha foi a doDr. Rego para presidente da academia 1 Outroqualquer no lugar delle, já isto tinha voado

pelos ares !Os vereadores: Que idéa feliz a de nos

escolhermos para compor a municipalidade !Foi o céo quem nos inspirou para salvação

deste municipio ! Para isto Deus nos fezo.... n 's nos ajuntamos.

Os flsuacs : Nem oscolhidos a dedos! Osvereadores foram, Unos quando lançaram maode n .s !....

E. dormem depois como tiemaventurados

quo suo 1* *

A Divina Providencia, que não dorme,essa diz á cada passo: u inen Zé Bento tomme enchido as medidas.... e a cabeça decabellos brancos! Mas eu tanlo' hei de tor-col-o para direita quo afinal hei «le entor-tal-o de todo para a esquerda!...

Ha muito tempj que se diz, e está hojemais que reconhecido que a causa da in-salubridado da cidade não está só nosmangues, charcos e falta de limpeza dasruas, praças e praias; eslá também na poucaventilação porque as ruas são estreitas eacanhadas entretanto a câmara manda obstruiras pouca e pequenas praças que temos comkiosques e chalets ; está na agglomeraçâo de

gente em casas abafadas, e a câmara a despeitode ordens terminantes permittio, permitte econtinuará a permittir per omitia secula quese levante essa extraordinária e incrível mui-tidâo de cortros, os focos, as verdadeiras sedesda epidemia, que n'um amplexo fatal envol-vem toda a cidade em uma atmosphera cor-rupta e miasmatica.

Elles ahi estão; constroem-se ã vista detodos, a imprensa reclama, a voz do povobrada, mas quem se importa com os cia-mores da imprensa ? quem dá ouvjdos aoclamor do povo ?

* *No emtanto a epidemia alça o colo alta-

neiro, as victimas caliem às dezenas to«losos dias e o governo, querendo attenuar suacriminosa incúria, manda estabelecer hospi-

^taes provisórios e internar os immigrantes!Não, não é do palliativps que precisamos,

queremos o remédio, prompto, enérgico eefficaz. O engrandecimento moral e mate-rial do paiz, bem como a saude e vida do

povo estão.pendentes do X deste grande pre-blema, é preciso resolvel-o, custe o quecustar.

D. Beltrano.'*' --Resenha tliontrnl

Apenas o Alcazar apresentou esta semanaalguma novidade.

Foi a Bagatelle, uma opereta de Hervé,cujo poema e cuja musica pouco interesse dis-portaram, e que passou quasi desappercebida.

Por sua parte o desempenho foi pouco cui-dado pelos artistas de quem elle dependia.

Andavam, ao quo parece, oecupados co»,as cousas do carnaval.

• A este, ao carnaval, entregaram-se o»theatros.

Antes, om preparativos para as folias;depois, em repouso.

Tiveram bailes o Pedro II, a Phcenix eo Cassino, e todos concorridos.

Ainda bem para os emprezarios.0 Pedro II voltará provavelmente ao re-

pouso.A Phu*nix conserva-se ainda' apavonada

com as galas cam valescas para os especta-culos de hoje e a manhã.

O Cassino despiu as suas galas, mas con-tinúa na scena o carnaval que tem sido asrepresenkvOes da companhia buffa.

Annuncia a empreza, ou antes a gerencia,a representação do Capadoeio.

E com esta capadovagem e mais outrasdo actor Martins, chegará a vez da Àngú.

Consta-nos que para este angu abocanhou-setoda a | imenta e dendê da praça do Mercado.

A cousa é, portanto, com o conservatório.

O Valle pinta o theatro, e pretende pintaro padre com o gênero de espectaculos esco-lhido para seus trabalhos.

Estes, entretanto, não têm dia marcadoainda para a sua inauguração.

A..

Rectifjcação em tempo.—Em nossa pas-sada resenha dissemos que o actor Martinsfora sete vezes emprezário.

Houve engano: dez è que são.Esqueceu-nos mencionar, entre os theatros

que elle dirigio, o de Villa-lzabel, o doVaudeville, e o do R sa, no Andarahy.

A verdade manda Deus que se diga.X.

Gordas e magi»»s

Não me posso lembrar quando nem comoveio-me á mente tratar de gordas e magras.

Os senhores, creio eu, não me hão denegar que as primeiras fornecem-me desobra idéa paia escrever artigos refeitos esceulentos, emquanto as outras.... ai!Deus do céo! offerecem tão pouco poronde se lhes pegue....

Sei que a muito mo arrojo pretendendoestabelecer paralellos sobre matéria para aqual sou o primeiro a reconhecer minhaincompetência; e sem que pretenda fazerpraça de conhecedor, tentarei estabeleceralguma differença entre umas e outras.

*Todas as idéas adversas têm si-us parti-

darios; assim ha muita gente que opinarelas magras, seguindo este philosophicopensamento: dos inala o menor, em quantoque outros vão pelas gordas porque podemser encontradas a qualquer hora.

Ha mulheres que são tão magras.'...tao magras... tão magras que somem-se-nosda vista.

Este seu humilde criado, meus senhores,se não reeeiasse comprometter-se, dir-lhes-bia para qual das duas eventual'-dades proponde seu gosto, mas teme que

Page 4: CORTE P ROVIN C I AS - BNmemoria.bn.br/pdf/332747/per332747_1876_00010.pdfcruel sobre sua desolada familia, e sobre nós, fazendo tombar aquella vida pre-cíüss ao seu cantado funesto,

(HO malií immii

A LUIZ 60RC0MAINERI0, HOMENAGEM DA REVISTA /ILUSTRADA

u «o íii

to dt Ji.w-l._-_

Page 5: CORTE P ROVIN C I AS - BNmemoria.bn.br/pdf/332747/per332747_1876_00010.pdfcruel sobre sua desolada familia, e sobre nós, fazendo tombar aquella vida pre-cíüss ao seu cantado funesto,

Revista Illustrada

a maligna indiscrição dos senhores vá porahi espalhando em segredo: « elle gostadas gordas, » .

Nada, nossa o que ou uno caio.Vamos adianto.A gorda, materialmente fallamlo, custa

mais caro; com uni só de sous trajo» podovestir-se uni regimento de magras, omquanto quo para cada uma destas basta afazenda quo occupa o intervallo do duasvaretas de um cliapóo de chuva.

aV gorda, é mulher de peto; a magra,nio obstante, prima pela fiuio-a.

Aquella, apreseiita-se-nos sem disfarce,como a creou mamai natureza, e esta s?ninatureza, tal qual a arranjou papai arti-ficio, e embora obra da mesma natureza,apparece na circulação em edição- de luxocorrecta e augmentada pela arte.

Toda a sua belleza pode ser desman-cliada como a machina de um relógio.

jfA gorda é prosaica e positiva: em qual-

quer parte que se ache, pôde dizer: « estouaqui porque cheguei. i>

A magra é, por via de regra, roman-tica ; conserva uma mysteriosa relaçãoentre o corpo e a alma, entrei a matériae o espirito. Sonha com o ideal, porquoideaes são suas formas diaplianas e trans-parentes. Ama o vaporoso e o ethereo,porque é uma nuvemsinlia branca... car-regada de electricidade.

Quando falia revira os olhos, como seestivesse expirando.

E quando realmente morre exhala todaa alma em um suspiro.

As gordas são mais positivas.Sua imaginação está em completa re-

lação com o seu volume.

A quererem os senhores adtnittir que asmagras tenham alma, hão de convir quebem pequenina deve ella ser; do con-trario onde querem os senhores que ellasa abriguem? Entretanto as gordas pos-suindo vastas accomodaç.ões, que alma ex-tensa não podem abrigar!

Assim quando virem uma destas senhorasalentadas, podem com toda a segurançaexclamar: « que grande alma! »

Ainda não lia muitos dias presenciei osjguinte dialogo :

Então Carlos como te tens dado como casamento ?

Mal, meu amigo.Deveras ?E' como te digo. Em má hora de-

parou-me a sorte, com aquelle diminutivoda mulher; esse dia havia de ser porforça de jejum, ou de alguma das quatrotêmporas!

Mas homem, é uma menina encan-tadora.

E' certo, mas é tão delgadinha queé preciso tratal-a como um alfinim ouuma fiiagrana; sempre a encontro tãodébil... Quando digo sempre a encontrome exprimo mal, porque nunca a encontro,pois que se evapora entro meus braços. «

E eu que suppunlia que te haviacabido no jogo da í.rtiiiin uma grandesorte!

Grade! que erro meu caro: o que

a sono 1110 reservou foi uni bilhete brancoo bem branco.

A mulher gorda ü sempre pacifica.A magra diz: não brinquem commigo,

olhem que ne me arrebata a cólera!... Agorda nunca podo fazer uma tal ameaça:

. que cólera so anima a mover quanto mais: a arrebatar semelhante massa do carne e

toucinho ?!•

A magra é um ser incompleto. Suasfôrmas mesquinhas o racltiticas, claramenteo revelam.

A natureza eni alguns dos seus mo-mentos do avaro gracejo embaça a mulhero bifa-lhe as carnes. lü a magra procede,deste brinquedo sem gosto.

Agora digam-me os senhores: uma mu-lher nestas circitmstancias, pôde cm con-scieneia ser chamada a cara metade dohomem com quem se case, quando nãopassa da quinta parte ?

A belleza das magras falia á nossaalma, a d.as gordas aos nossos sentidss.

As primeiras offerecem-nos um amorideal, uma sublime loucura.

As segundas um gozo real, uma felici-dade palpável.

As primeiras são anjos de luz.As segundas, archanjos de fogo.Adora-se aquellas.Ama-se estas.A magra ó um disco da lua que illu-

mina nossa almaA gorda é um raio de sol que nos aquece

o espirito.A primeira sonha e suspira.A segunda dorme e ronca.A primeira por mais" diligencias que se

faca não se lhe pôde vêr mais que a pontado pé.

A segunda faz todo o possível paramostrar-nos o tornozello.

A primeira é uma flor delicada, umaillusão.

A segunda é urna mulher.Si os senhores em amor são platônicos,

busquem o amor da magra; se são rea-listas busquem o da gorda.

As magras adoeçam e morrem poética-mente: appareee-lhes uma tosse, levam amão ao peito, morrem tísicas e eximiam oultimo suspiro.

As gordas adoecem e morrem em prosa:indigestão ou apoplexia fulminante, e re-bentam como uma bomba de salva emfesta de S. Gonçalo, com todos os seusaccessoriôs.

*Sopesando todas estas considerações de-

cido-me pelas gordas.-E muito decidido.O amor platônico é o céo dos imbecis

ou velhacos. Se aos quinze annos nos enchea alma, aos vinte não consegue encher ovácuo que se nos fôrma no coração.

Mas, não obstante esta decisão, se ai-guma moça magra, romântica e Kndaquizer convencer-me que estou em erro,eu estou prompto a stibmet.ter-nie a qual-quer experiência. O cego nada mais desejado que vêr a luz.

C. P. V.

Nilo temos a honra dn conhecei' a pessoaa quem portciicem as iníciaes quo ahi astilo.Por deferencia a um cavalheiro que nostrouxe, publicamos o artigo quo os leitoresacabam do percorrer. Não temos nenhumasolidariedade nas idéas emittidas peloSr. C. P. V , achamos a maior inconve-niencia nosta expansão do pensamentos sobreum objecto classificado' pelos melhores jion-sadores como a obra mais bella e sublimeque sábio das mãos do Croador.

Nós prezamos do coração a todas qnedisso se tornem dignas, o sobre as evon-tualidades naturaes de cada uma, rojio-timos a leltra do uma canção antiga:

« Ha quem goste da tnagrezaE ha quem gosto da gordura;Eu gosto de gorda e magraPorque tudo é creatura. »

Z.

Bolhas dc Sabão

Na semana passada eu bem disse: se estasbolhas agradarem, continuarei.

Eram as primeiras que escrevia; precisavavêr o efleito que produziriam.

Uma folha, que é triunfo nestas cousasde espirito, declarou isto n'aquelle estylosonoroso, que todos lhe conhecemos:

« Os artigos da Revista Illustrada sãoescrip.os com muita graça, especialmeute asBolhas de sa7ião. »

Ai! Nem sei de gosto como o conte!Muita graça! !Bòlhazinhas da minli'alma, quão bem vos

quero!Não ha, pois, outro remédio; devo pro-

seguir na tarefa, que me impuz, de soprarsemanalmente uma meia (luzia d'ellas.

E, pois, e nibóco o canudo e... alii vai:

§1' bolha.Seria realmente o Anselmo ?Se foi, bem vai a barquinha.Porém se não foi? !Maria Santíssima! Nem é bom pensar em

ai cousa.Quantas de;epç".es!Decepção para o pardinho, que já con-

tava com a alforria na unha. e que calieoutra vez das nuvem 110 espinlieiro da es-cravidáo.

Decepção para os que o cantaram emverso e prosa, o para os que o retrataram.

Decepção para os generosos, aquelles eaquellas, que andaram pedinchando pelacidade.

§Mas seria realmente o Anselmo TUns dizem—sim; affirmam outros—não.E todos declaram que— viram!

Page 6: CORTE P ROVIN C I AS - BNmemoria.bn.br/pdf/332747/per332747_1876_00010.pdfcruel sobre sua desolada familia, e sobre nós, fazendo tombar aquella vida pre-cíüss ao seu cantado funesto,

Revista Illustrada

Ora, como nflo lia nada quo nos imluza

n prestar mnis fó numas do quo n'oulrus

testemunhas do vista, sogue so quo o ver-

dadeiro salvador ilo I). Corinna, foi o nilo foi

o Anselmo.Ponham por lt. uniu tomba neste par do

bolas!

O quo corro eomo corto é quo nilo falta

quem esteja prompto a estender o seu nomon'nm abaixo ássignado paru assegurar quefoi um preto, oseravo tainbom e tão escravocomo o Anselmo, quem salvou I). Corinna.

Devem, portanto, reverter em favor tionogrinlio os donativos feitos?

Mas não será isso unia negra ingratidão

para com o pardinho.Ou então deve-se correr nova subscripç_o

para assim alforriarem so ambos os prenten-ditlos salvadores?

Mas se apparecêr um terceiro?E depois um quarto?E um quinto?Proposta que apresento á consideração

publica, om fôrma do receita :RecipePara dar cabo, cm pouco tempo, cio ele-

mento servil no Brazil, venham alguma_atast_oph.es como essa medonho de Icarahy,

porque não faltará. Anselmos oom carasde salvadores.

Nem salvadores com outras quaesquercaras.§

2" bolha.Fallando de subscripção e alforrias, oc-

corre-me naturalmente perguntar com quantoconcorreu o Apóstolo para esta alforria.

Um doce estou eu guardando aqui entreos dontos para quem o disser.

E para quem souber de algum outro acto

qualquer tle philantropia praticado pelo ditoApóstolo, dous doces.

Eu'até era capaz de promotter tres!

Vejam só!A nossa religião é toda de amor o caridade.Entretanto, os tenentes do diabo contei-

buiram com 100$000, o a redacção apostólicanão deu nem um niokel de tostão!

§.'.¦ bolha.A maior novidade da quadra é o falia-

dissimo tuiniel submarino entre a Corte e

Niotheroby.Abre-se um poço no largo do Paço, atea-

vossa-se por um canudo por baixo domar

e sahe-se n'outro poço 110 larga de S. João,lá da outra banda.

São, pois, dois poços o lim canudo.

Querem mais claro?Quem Mr accionista, atira o seu dinheiro

no pôçoe leva um senhor canudo!Ora ahi está.

§_' bolha.

O abastecimento de água ainda dá quofallar.

O Mosquito acendeu uma luminária na

porta com esta sua phrase attica ecalom-burgica:

« Água á furta vai ilar-nos o Gabrielli.Do então em diante uimgtiom mais [lira-dará: (lê maijua.' »

Ob, céus!§

Quem explicou o enigma aos inguino-rantes como eu foi o Cabral Valcreusc

— Dê magna è o mesmo que— dê-moágua! t disse elle.

Oh, cêus!!\.... eus! !!

§E' a vantagem de ser litterato.Quem não nasceu para isso não mette

os dentes nas finuras da língua.-"Verdade seja que ba quem entenda que

um pitittre de leltreiros também é homemde letlras.

São opmi.es.§

5* bolha.O Dr. Pin lavrou um tento no carnaval,

porque nio se deu nos tres dias o menordis-titrbio sério.

Que bom chefe de policia!§

Mas é o caso do ovo de Colombo.Outfot-a brigava-se nas ruas porque a

polícia entendia que devia pôr em vigor a

prohibição das bisnagas e estalos.Agora uão 30 prollibio nada ; não havia

pois motivo para brigas.Que bom chefe!

Os bisnagadores ficaram tão contentos,que andavam pela cidade à procura do chefesó para lhe bradarem de braços abertos:

Vem capim !Avctoritate quá fungor, o, attendendo a

outras fungaçOes mais, que é] desnecessáriodeclarar aqui, dou plenos poderes, aos Vai-creuses da terra, para explicarem assim otal brado:

Vem ci, Pin!§

6» bolha.A eidade do Rio de Janeiro está incon-

solavel.Inconsolavel é pouco; digamos— inconso-

labillissississima!

Appareoeu o ultimo Mosquito, masappa-receii aquollo nariz, acompanhado de emaltinotn, delicias do povo do Roma o favodo mol du nossa existência.

Um Mosquito som aquelle nariz 6 umleão som juba, 11111 hespanhol sem caramba,uma cousa íx tóa.

Por ondo andaria elle que não nos appa-recou om nenhuma rias quatro paginas,Deus rio misericórdia ?

Protesta-se com todo o rigor da lei, contra

quem o tiver acoutatlo.

Annuncio.Perdeu-se um nariz, chegado ha pouco

do fora.V moreno, nasceu de hraço dado com

um vidro quadrado de luneta, e tem a ele-

gante exterioridade de uma mimosa sal-cliiclta.

Alviçaras a quem der delle noticias aD. Lviti..'.

L. BorgomalnortoAo ser entregre á sepultura o corpo do

nosso infeliz collega e amigo querido Hor-gomainerto, pronunciou o Sr. F. de Menezesas seguintes palavras repassadas de saudade.

,< Vieste ila Euroga como soldad . da idéiapara auxiliares a todos os que pensamos n'estaterra na batalha contra a ignorância, contraas teévas o contra a maldade, e tombas nomeo da peleja e apagas-te, luz de civilisação.No chão em que te debatias encontras a se-

pultura ! Se é triste o caso lembrando teusfilhos e tua esposa que ahi ficam ào desam-paro, é glorioso não obstante por isso quemorrestes trabalhando. Ahi estás, soldado,mas amortalha-te a bandeira do futuro queha de um dia tremular na cupola dos doismundos então livres, desassombrados, lt-bertos do todas as superstições. Para tantolutaste= ! E's mais utn homem de talento queextingue-se n'este paiz, e portanto mais um

que ficamos a devei* á Europa.A America pagará um dia. Não será A

tua sepultura das que. jazem mudas e obs-curas, não, a cova que guarda um homemde gênio falia e brilha no silencio e naescuridão das noites do cemitério, e.acordaidéias nos curem-os .ius ijiiu f»»,.™ uta.-...——os epitaphios. Adeus. Não quero demorarum instante sequer o teu deitar no derra-deiro leito. Eu devia-te esta despedida, ta-lento honesto e caracter sem máculas! Adeus.Teus compatriotas vão saber que os brazileiresapplaudiram teu engenho e 'choraram a tuamorte. Adeus, cabeça espherica aonde a Phan-tasia habitava ; a morte sumiu nos gelosa flor do cVu, mas o perfume ficou Quantoa teus orphãos e mulher, os que aqui esta nosdizemos-te á beira da tua sepultura, que osrestituiremos á tua e a pátria i. elles paraque lá vão fallar de ti e consolar tua sublimemai, a Itália. Lá tivestes o berço, aqui o tu-mulo : é bello ter merecido aquelle eéu aoabrir os olhos e este, perenne de azul e deesperanças, c >mo tecto do leito final.

Boa noite peregrino. Até amanhã , asportas da Eternidade, ao clarão da madru-

gada divina. Até â vista, Borgomainerio. ! »

Typognp.i_ — Americaoi — Rua d°s Ourives c. 9.

Page 7: CORTE P ROVIN C I AS - BNmemoria.bn.br/pdf/332747/per332747_1876_00010.pdfcruel sobre sua desolada familia, e sobre nós, fazendo tombar aquella vida pre-cíüss ao seu cantado funesto,

—_ _^

O C/1RIYAVAL UE. 187(3.