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Criticismo

O que est por trs do atual criticismo cientfico

De alguns anos para c, temas religiosos tm sido capa de diversos peridicos seculares. H duas razes bsicas para isso. A primeira, obviamente, a estratgia de marketing, com produtos a gosto do consumidor, porque os temas religiosos sempre foram mercadorias fceis de se vender. A segunda, parece ser uma tendncia deliberada em atacar tudo o que diz respeito, direta ou indiretamente, f crist.

Vale tudo na corrida desenfreada pelo ibop. E quando a notcia toca em temas da Bblia, no serve como quebra de preconceito contra a mesma, mas, antes, como uma espcie de afronta contra a causa evanglica e, por conseguinte, contra a Palavra de Deus.

A Bblia no contexto atual

O ano de 2003 nos trouxe um exemplo prtico disso. Assuntos referentes Bblia estiveram, por

vrias vezes, estampados na primeira pgina das mais importantes revistas do pas. Em menos de doze meses, foram lanadas mais de meia dzia de reportagens que procuraram negar os eventos histricos da Bblia, a existncia de Jesus e a veracidade da f.

Confira algumas manchetes que selecionamos como demonstrao desse assdio:

Revista Galileu Eles querem Deus na cincia1, texto elaborado para exaltar a teoria da evoluo;

Revista Veja F Por que e como acreditamos2, supondo que a f religiosa nada mais do que um produto neuropsquico desenvolvido a oitocentos anos atrs por nossos ancestrais pr-histricos;

Revista Superinteressante So Paulo traiu Jesus?3, texto j refutado na edio anterior de Defesa da F.

Mas, desta vez, queremos chamar a ateno para a revista poca que, fechando o ano com chave de ouro, lanou matria de capa com o ttulo A cincia tenta explicar a Bblia. Parte dessa matria foi baseada nos estudos de dois arquelogos, Neil Asher Silberman (Belga) e Israel Finkelstein (judeu). Este ltimo, diretor do Instituto de Arqueologia da Universidade de Tel Aviv e irredutvel crtico da Bblia em sua rea. Sua obra foi lanada recentemente em portugus com um ttulo nada amistoso: A Bblia no tinha razo.4

Voltando, porm, matria em questo, percebemos que tanto o texto como as estupendas descobertas no so to novas assim. Na verdade, nada mais so do que uma parfrase da reportagem da revista Superinteressante5, que tambm baseou seus argumentos nas mesmas teorias arqueolgicas do dr. Finkelstein. uma disputa! Parece o antigo jogo de cabo-de-guerra. S que, neste caso, o cabo a Bblia, que vem sofrendo acirrados ataques contra sua infalibilidade.

Qual seria a causa de tantos ataques?

A verdadeira causa dos ataques

Desde que Moiss escreveu No princpio criou Deus... (Gn 1.1), a desejada derrocada que se espera das Escrituras Sagradas est posta, por assim dizer, no inconsciente coletivo da humanidade.

Deixe-me explicar. Urge lembrar que o diabo sempre tentou desacreditar, e at mesmo destruir, a Palavra de Deus. Seu intento no acabou. Ele apenas mudou de ttica. Atualmente, no se utiliza mais da fogueira da Contra-Reforma. Est usando mtodos refinados, por meio dos quais tem levado a nossa moderna mente cientfica a aceitar, sem contestao, seus ferozes ataques.

Vivendo em uma poca mpar da histria, nosso ambiente relativista propicia que a palavra final da verdade no seja dada por um ser que no podemos ver, tocar e/ou cheirar, por um ser que escapa verificao de nossas pesquisas cientficas, mas por dados materialistas do nosso sculo XXI. Assim, qualquer coisa que se relacione a este ser (Deus) impiedosamente colocada sob suspeita e tachada de no ser cientfica.

Tendo em vista que a herana e as promessas espirituais do povo de Deus emergiram desse bem literrio primitivo chamado Bblia, de suma importncia defendermos tanto aquelas como este dos ataques dos cticos.

O que h de errado com os arquelogos modernos?

A tendncia atual da arqueologia e de todas as demais disciplinas cientficas fundamentada numa nova escola de antropologia cultural que rejeita a orientao histrica da arqueologia clssica.

O dr. J. Handall Price, ex-professor de arqueologia bblica na Universidade do Texas, alerta: A presente gerao de arquelogos tem proposto teorias revolucionrias e interpretaes revisionistas para substituir os modelos tradicionais, biblicamente embasados, da histria de Israel.

Pasmem ainda com a concluso que Price faz em seguida: Esse tem sido o caso, especialmente entre a comunidade arqueolgica de Israel.6

Como j vimos, um dos arquelogos em que a matria da revista poca se baseou judeu.

Contudo, h algumas dcadas, a Bblia era um livro de consulta, essencial em qualquer expedio arqueolgica. Arquelogos renomados e respeitados, como o professor W. F. Albright, Sir Frederic Kenyon, o rabino Nelson Glueck e outros no menos importantes que ainda hoje so referncias em arqueologia, representavam uma escola de pensamento que puseram suas ps a servio da Bblia. Glueck, por exemplo, escreveu: Pode-se afirmar categoricamente que at hoje nenhuma descoberta arqueolgica contradisse qualquer informao dada pela Bblia.7

De acordo com esta declarao, o dr. Paulo Bork, que realizou cursos em vrias instituies de ensino superior, como a Universidade Pacific School of Religion, da Califrnia, a Universidade Hebraica de Jerusalm e a Universidade de Londres, Inglaterra, e que tambm participou de diversas pesquisas e expedies arqueolgicas ao redor do mundo, faz uma advertncia ao afirmar que sempre existiro aqueles que no crem na Bblia e a criticam. Muitos deles no vo mudar sua forma de pensar, independentemente das evidncias arqueolgicas. Por outro lado, temos descoberto tantas evidncias que iluminam a parte histrica da Bblia que isso tem tornado muitos cticos em crentes.8

Os cticos mencionados por Bork podem muito bem se enquadrar nessa nova gerao de arquelogos comprometidos com as teorias da chamada alta crtica destrutiva, uma escola de anlise literria do sculo XIX que desconsidera os eventos bblicos como fatos histricos.

O sobrenaturalismo

Os pressupostos desta escola crtica esto firmados no sobrenaturalismo, ou melhor, no anti-sobrenaturalismo de seus crticos. Esta a premissa sobre a qual se apiam quando intentam levar a cabo suas pesquisas.

Uma ilustrao: o erudito liberal, ao efetuar suas pesquisas, parte necessariamente do pressuposto de que no existe nada de sobrenatural na Bblia. Tudo que se refere a milagres na Bblia relegado a meras histrias mticas.

Por outro lado, o conservador parte da idia de que Deus interveio no espao-tempo em determinadas pocas para um determinado povo. Sendo assim, a hiptese sobrenatural no pode ser descartada. Na verdade, ela necessria para uma correta interpretao das investigaes.

Tais premissas, no entanto, no iro somente determinar grandemente a metodologia (de ambas as partes) usada em suas investigaes, mas tambm suas concluses. por isso que muitos arquelogos divergem entre si em suas interpretaes. No de admirar que alguns deles no concordem com a Bblia, apesar das evidncias materiais pesarem sempre a favor dela.

O dr. Price esclarece que as areias movedias da erudio concernente Bblia em relao arqueologia dizem respeito interpretao dos dados arqueolgicos e no aos dados em si. Por isso uma gerao alega que os dados arqueolgicos pesam conclusivamente a favor da Bblia, enquanto que a prxima [afirma] que os mesmos dados so contraditrios.9

Quanto a isso, Norman Geisler comenta: Evidncias arqueolgicas dependem do contexto de data, lugar, materiais e estilo. Como isso, o que interpretado depende das pressuposies do intrprete.10

Os limites da arqueologia

Quem pensa que a finalidade da arqueologia refutar ou confirmar a Bblia est completamente enganado. Definitivamente, no este seu propsito. Alis, necessrio considerar que nem sempre ser possvel confirmar cada detalhe de episdios descrito na Bblia, e isso devido a vrios

fatores. Citando o professor Yamauchi,11 o dr. Price nos d alguns fatores:

Somente uma frao do que fabricado ou escrito sobrevive.

Somente uma frao dos stios arqueolgicos disponveis foi pesquisada.

Somente uma frao dos stios pesquisados foi escavada.

Somente uma frao de um stio examinada.

Somente uma frao do material encontrado chega ao conhecimento do pblico.

H muitas evidncias ainda por emergir das clidas areias da Palestina. Estas descobertas so retardadas devido a vrios problemas de cunho social, poltico, econmico, cultural e religioso.

Considere, por um instante, a polmica entre os judeus e os muulmanos sobre o templo de Jerusalm. Por causa disso, as pesquisas arqueolgicas esto interrompidas. Sem falar nos altos custos para se financiar uma expedio de grande porte e tudo isso somado devastao de stios arqueolgicos e ao assalto dos ladres que roubam estes artefatos.

Portanto, quando tais historiadores dizem que o xodo no foi real, porque Moiss nunca existiu, ou como afirma a revista poca: No h nenhuma prova concreta da existncia de Moiss12, esto baseando suas concluses no falacioso argumento do silncio. Este tambm parece ser, infelizmente, a opinio do entrevistado, Luciano Jos de Lima, telogo da Universidade Metodista, quando confessa: Eu diria que Moiss pode ser considerado como uma figura arquetpica13 de grande lder.14 Contudo, diz Price: O problema aqui no o que no visto, mas o que ainda no visto.15

O perigo do argumento do silncio

O ditado que afirma que ausncia de evidncia no evidncia de ausncia no s verdadeiro como indispensvel neste contexto. No porque um personagem ou habitao bblica no foi encontrado ainda que significa que nunca existiu. Os crticos da Bblia h muito vem sendo corrigidos por esta dura realidade!

Antigamente, muitas teorias foram levantadas para dizer que os relatos bblicos no eram possveis, ou que determinada pessoa nunca existiu, porque no havia indcios arqueolgicos sobre esses relatos fora da Bblia. Mas uma a uma dessas teorias foi sendo abandonada por causa de novas descobertas arqueolgicas que confirmavam o testemunho das Escrituras.

Considere inmeros personagens como Belsazar, Joaquim, o rei Davi e at Jesus Cristo... Considere, ainda, cidades como Sodoma e Gomorra, povos como os filisteus e os heteus, sem falar nos costumes, datas e eventos bblicos que at poucas dcadas atrs eram tidos como fictcios pelos crticos. Contudo, surpreendentes achados arqueolgicos foram confirmando, um a um, personagens, cidades, povos e lugares bblicos como histricos. Hoje, at mesmo alguns cticos, como Finkelstein, por exemplo, so forados a admitir que Davi realmente existiu, conforme diz a Bblia, o que era uma idia quase impossvel dcadas atrs.

Diante disso, arrazoamos: A quem as descobertas arqueolgicas realmente refutam: a Bblia ou seus crticos?

Diramos ento que, apesar da refutao da arqueologia, a Bblia confirma seus eventos histricos. Por outro lado, as teorias especulativas de seus crticos so postas prova a cada escavao.

Por que rejeitam?

Apesar de o arquelogo Silberman confessar que suas teorias no so de modo algum a palavra final no assunto, ele prprio considera suas especulaes. Veja o que declara: Ainda h debates intensos sobre muitos destes temas. Muitas de nossas idias so altamente controversas e certamente no compartilhadas por todos.16

Referindo-se a esta afirmativa, o articulista da revista em questo pondera que apesar disso, suas teorias ganham cada vez maior respaldo na comunidade acadmica.17

Isso nos leva seguinte indagao: por que ainda pregado este tipo de coisa nos meios acadmicos? Ou ainda: por que, apesar das evidncias, insistem em no crer nos relatos bblicos como histricos?

Parece que a explicao mais razovel esteja justamente nos pressupostos preconceituosos de seus proponentes. Neste tecnolgico sculo XXI, difcil algum, no meio acadmico, depositar sua confiana na Palavra de Deus como guia histrico. Para muitos, tomar tal atitude positiva concernente Bblia seria o mesmo que cometer um suicdio intelectual. Isso ocorre porque as Escrituras registram fatos que a nossa mente moderna no quer crer. Por exemplo, a concluso a que chegam sobre a ressurreio a priori (sem apoio nos fatos). Quanto aos milagres relatados na Bblia, para a metodologia cientfica moderna eles no so passveis de repetio; logo, para a intelectualidade moderna os milagres no existem. Assim, precisam buscar explicaes naturais e sensatas para os mesmos. Em verdade, no crer em Deus ou no sobrenatural funciona, em muitos crculos acadmicos, como status; ou seja, reflete intelectualidade.

No final, a Bblia sempre tem razo

No nos enganemos: o mundo jamais nos aceitar. A luz sempre ser anttese (oposio) das trevas. No podemos esperar menos que o preconceito cientfico moderno contra tudo que se refere veracidade da Bblia. Isto posto, gostaramos de deixar aqui uma palavra queles que, por vezes, hesitam entre estes dois mundos: o da f e o da cincia:

Apesar de a f crist no ser uma f cega (um salto no escuro), pois os fatos histricos bblicos e seus conceitos teolgicos esto intrinsecamente ligados entre si, o cristo tem uma vantagem: crer na Palavra de Deus, mesmo que ainda faltem, no momento, informaes histricas especficas ao testemunho das Escrituras em algumas questes particulares.

Pelos antecedentes j considerados, descansemos na certeza de que a Bblia o documento histrico mais fidedigno do mundo, e ela j tem dado prova saciedade.

No final, a Bblia sempre tem razo!

Referncias bibliogrficas:

1 Revista Galileu, jun/03.

2 Revista Veja, 24/12/03.

3 Revista Superinteressante, dez/03.

4 Revista poca, 22/12/03, p. 84-93.

5 Revista Superinteressante, jul/03.

6 Pedras que clamam. Randall Price. CPAD, 2001, p. 14.

7 Evidncia que exige um veredicto. Josh Mcdowell. Candeia, p. 83.

8 Citado no artigo da Sociedade Criacionista Brasileira.

9 Pedras que clamam. Randall Price. CPAD, 2001, p. 296.

10 Enciclopdia de apologtica. Norman Geisler. Vida, p. 76.

11 Pedras que clamam. Randall Price. CPAD, 2001, p. 43-4.

12 Revista poca, 22/12/03, p. 87.

13 Relativo a arqutipo 1. Modelo de seres criados. 2. Padro exemplar, modelo, prottipo. 3. Imagens psquicas do inconsciente coletivo, que so patrimnio comum a toda humanidade.

14 Revista poca, 22/12/03, p. 87.

15 Pedras que clamam. Randall Price. CPAD, 2001, p. 294.

16 Revista poca, 22/12/03, p. 88.

17 Ibid