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CUIDADOS PALIATIVOS…uma missão
Elaborado por:
Enfª Elsa CarvalhoSetembro de 2012
RNCCEm 2003 é criada a Rede Nacional de Cuidados Continuados, pelo DL nº 281 de Novembro de 2003.
RNCCIPelo Decreto-Lei nº 101/2006, de 6 de Junho, é criada a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados.
Define-se RNCCI como:
Conjunto de intervenções sequenciais de saúde e /ou de apoio social, decorrente de avaliação conjunta, centrado na recuperação global entendida como o processo terapêutico e de apoio social, ativo e contínuo, que visa promover a autonomia melhorando a funcionalidade da pessoa em situação de dependência, através da sua reabilitação, readaptação e reinserção familiar e social.
Tipologia
Unidades de internamento:
-U. de convalescença
-U. média duração e reabilitação
-U. longa duração e manutenção
-U. cuidados paliativos.
Unidades de ambulatório:
-U. de dia e de promoção da autonomia.
Em 2004 foi publicado pelo Ministério da Saúde o Programa Nacional de Cuidados Paliativos, documento que reconhece os cuidados paliativos como um elemento fundamental dos cuidados de saúde gerais em Portugal.
Unidades de Cuidados Paliativos
Finalidade: Acompanhamento, tratamento e
supervisão clínica do doente em situação clínica
complexa e de sofrimento, decorrentes de doença
severa e ou avançada, incurável e progressiva.
Duração do internamento:
Não existe previsão.
Paliativo – Palllium(capa)
O problema de base não é resolvido, mas sim minimizado, pela melhoria da qualidade de vida do doente e da família.
A prestação de Cuidados Paliativos centra-se no alívio do sofrimento das pessoas, na provisão de conforto e qualidade de vida e no apoio às famílias, segundo os níveis de diferenciação consignados no Programa Nacional de Cuidados Paliativos, do Plano Nacional de Saúde.
Programa de Cuidados Paliativos:
1. Define objetivos de cuidados imediatos e a longo prazo e promove o planeamento e implementação das ações necessárias.
2. Otimiza o estado funcional.
3. Promove a melhor qualidade de vida possível para o doente e família.
4. Educa o doente e a família para a compreensão da doença presente e suas consequências.
5. Cria condições ambientais propiciadoras do bem-estar.
6. Planeia a alta para o recurso adequado, em tempo útil.
7. Apoia ativamente o doente moribundo e sua família, preparando-a para a perda e o luto.
Cuidados Paliativos
“São cuidados ativos e totais aos doentes, familiares ou pessoas significativas, realizados por uma equipa multidisciplinar no momento em que a doença já não responde aos cuidados curativos ou que prolongam a vida.”
Os seus princípios aplicam-se, de forma geral, aos doentes com qualquer tipo de doença progressiva que constitua risco de vida.
Como forma de prevenção e alívio do sofrimento, atravessam áreas clínicas e do cuidar. Têm como finalidade primária ou exclusiva promover o conforto do doente.
Estatística:Em Portugal morrem aproximadamente 100.000 pessoas por ano, com:o AVCo Tumores malignoso Problemas respiratórios/digestivos/génito-urinárioso Causas mal definidaso HIVo Tuberculoseo outras…
107839 – total(valores discutidos em 2011)
Na UCP no IPO no Porto há 97% de doentes com cancro e existem 20 vagas.
…Cuidados Paliativos
Cuidados a serem prestados por todos nós… enfermeiros, assistente social, nutricionista, psicóloga, médicos, assistentes operacionais, assistentes técnicos….a utentes e seus cuidadores…quer pertençamos a uma Unidade de Paliativos ou não.
…o alívio do desconforto……o alívio da dor…
um simples sorriso…um toque…para quem nada tem…significa tudo….
Cuidados paliativos têm um amplo espetro de intervenção:
Dimensão psíquicaDimensão física e
socialDimensão espiritual
A solidão e a perda necessitam de ser trabalhadas…
Doente e família são alvo do cuidar…
“Às vezes a tarefa do artista é descobrir quanta música ainda pode tocar com aquilo que lhe resta…”
Itzhak Perlman, 1995
Carta escrita por uma estudante de enfermagem espanhola, aos seus colegas…
Hoje em dia vive-se na sociedade atual a morte invertida.
As pessoas morrem em instituições ao inverso do passado, onde todos estavam em casa.
“O Paralítico”
O mais belo exemplo de medicina paliativa representada na arte pode ser apreciado em O Paralítico, do pintor francês Jean-Baptiste Greuze
(1725-1805)
Morrer e não sofrer…
1. Mais ao doente do que à doença;
2. Aceitam a morte, melhorando o que resta da vida;
3. Constituem uma aliança entre o doente e os prestadores de cuidados;
4. Preocupam-se mais com a “reconciliação” do que com a cura.
Morrer ReconciliadoEntrar na vida com a morte
Significa poder dizer:
“Gosto muito de ti,
Perdoa-me,
Perdoo-te,
Obrigado,
Adeus.”
“Quando adequadamente preparada e acompanhada por profissionais competentes, a morte é aceite com resignação, o que de fato, nem sempre sucede.”
João Lobo Antunes, in A Nova Medicina
Como preparar/acompanhar?
Tratamento adequado dos doentes com doenças crónicas avançadas e progressivas.
Por excesso: obstinação terapêutica
Por defeito: não há nada a fazer
A nossa atuação deve focar:
Sintomas físicos: dor, sintomas alimentares (anorexia), sintomas respiratórios (dispneia),sintomas urinários (disúria),outros sintomas (astenia),…
A nossa atuação deve focar…
Sintomas psicológicos: perturbações mentais secundárias como
ansiedade, delírio, alterações do sono,…
Alterações da integridade pessoalimagem corporal, funções do corpo, função intelectual, função social e profissional,…
A nossa atuação deve focar…
Preocupações existenciais por retrospeção,em relação ao futuro,questões religiosas,…
Problemas induzidos pelos serviços de saúde comunicação,…
Então…
Há controlo de sintomas.Promovem o conforto e a qualidade de vida dos
doentes, pela abordagem multidimensional e multidisciplinar.
Para não permitir que o doente sofra mais que o inevitável.
BibliografiaDicionário Enciclopédico da Língua Portuguesa
Padrões de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem• OE, 2002
Pós-Graduação em Cuidados Continuados e Paliativos 3ª edição, Gandra – Paredes, Março a Novembro de 2009;
Twycross, Robert, Cuidados Paliativos, 2ª edição, Lisboa: Climepsi Editores, Novembro de 2003.
Antunes, João Lobo, A Nova Medicina, Relógio D´Agua Editores, Janeiro de 2012.
Página Web:
http://www.rncci.min-saude.pt
“O rio atinge os seus objetivos porque aprende a
contornar os obstáculos.”Lao Tsé
Grata pela atenção