Curiosidades II

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Curiosidades

Citation preview

Esprtaco

Esprtaco

Esprtaco, em latim Spartacus, (120 a.C. 70 a.C.) foi um gladiador de origem trcia e lder da mais clebre revolta de escravos na Roma Antiga.

A origem de Esprtaco e a Revolta dos EscravosEsprtaco nascera livre, mas diz-se que teria sido reduzido escravatura por ter desertado de um contingente militar romano onde servia. Foi capturado e vendido como escravo na cidade de Cpua para Lntulo Batiato, cuja ocupao consistia em alimentar fartamente e manter grande nmero de combatentes, que os romanos denominavam gladiadores, em sua maior parte gauleses e tracianos aprisionados por simples perversidade de seu chefe, que os comprara e os obrigava a combater ao extremo, uns contra os outros. vista disso, em 74 a.C. duzentos deles deliberaram fugir.Descoberto o seu intento, setenta e oito no aguardaram qualquer ordem do chefe; dirigiram-se a uma casa de venda de carne assada, arrebatando-lhe espetos, machadinhas e facas de cozinha, e puseram-se, s pressas, fora da cidade. Pelo caminho encontraram casualmente carretas carregadas de armas usadas pelos gladiadores, que levavam de Cpua para qualquer outra cidade. Apoderando-se delas fora, armaram-se, ocuparam um lugar de excelente situao, e escolheram entre eles trs comandantes. O primeiro escolhido foi Esprtaco, natural da Trcia, terra dos que erram pelo pas com suas bestas, sem nunca se deter definitivamente num lugar. Ele no s era robusto e de bom corao, como prudente, calmo e humanitrio, qualidades pouco comuns aos indivduos de sua terra. Logo de incio repeliram alguns homens que saram de Cpua no seu encalo, para tornar a prend-los; e, tendo-lhes arrebatado as armas de soldados, ficaram satisfeitos em poder substituir por elas as suas de gladiadores, que jogaram fora, como sendo brbaras e desprezveis.

Roma manda uma expedio contra EsprtacoRoma ento organiza a primeira expedio contra os revoltos. frente de trs mil homens, o pretor romano Cldio sitia-os em seu forte, um outeiro de subida penosa e estreita rodeado de altos rochedos talhados a pique, tendo no cimo grande quantidade de videiras selvagens. Sendo a subida guardada por Cldio, os sitiados cortaram os rebentos mais longos e fortes de tais videiras, fizeram com eles compridas escadas que roavam a plancie, e, amarrando-as no alto, por elas desceram todos sossegadamente. Apenas um deles ficou em cima, para jogar-lhes as armas, findo que tambm se ps a salvo. Os romanos no suspeitaram da operao; pelo que, rodeando o outeiro, os sitiados atacaram-nos pela retaguarda, afugentando-os, e tornaram-lhes o acampamento. Muitos boiadeiros e pastores que guardavam seus rebanhos juntaram-se aos fugitivos, sendo uns armados por eles e outros mandados a espionar.

Outra expedio contra EsprtacoNessa ocasio foi mandado a Roma outro comandante, Pblio Varino, para desbarat-los, do qual primeiramente derrotaram em combate um tenente denominado Frio, com dois mil homens e 3 ursos, e a seguir um outro, denominado Cossmo, que lhe haviam impingido como conselheiro e companheiro, e com grande poder. Vendo Esprtaco que ele se banhava num lugar chamado Salinas, tentou aprision-lo, mas o comandante, custosamente, conseguiu salvar-se. No obstante, Esprtaco apoderou-se de toda a sua bagagem, e, perseguindo-o tenazmente apoderou-se tambm de seu acampamento, tendo-lhe custado a vida de muitos dos seus homens, entre os quais Cossmo. Tendo tambm vencido em muitos encontros o prprio pretor-chefe, e aprisionado os sargentos que conduziam os machados sua frente, bem como seu prprio cavalo, Esprtaco adquiriu tal valor que todos passaram a tem-lo. Todavia, calculando cuidadosamente suas foras e dotes, e vendo que elas no podiam superar as dos romanos, levou seu exrcito para os Alpes, sendo de parecer que, uma vez transpostos os montes, cada qual voltasse para sua terra, isto , para a Glia e para a Trcia. Seus homens, porm, fiados em seu nmero, e prometendo grandes realizaes, no o quiseram atender, e recomearam a percorrer e a saquear toda a pennsula Itlica.

Roma encarrega os cnsules de derrotar EsprtacoAchando-se o senado inquieto, no s pela vergonha e afronta de serem seus homens vencidos por escravos sublevados, como pela apreenso e pelo perigo em que se achava toda a pennsula Itlica, mandou para ali os dois cnsules, como se se tratasse de uma das mais rduas e perigosas guerras que deveriam enfrentar. Glio, um dos cnsules, atacando de surpresa uma tropa de alemes, que por altivez e desprezo, se havia separado e afastado do acampamento de Esprtaco, submeteu-a toda ao fio de espada; Lntulo, seu companheiro, com numerosas foras sitiou Esprtaco e todos os que o seguiam, atacou-os, venceu-os, e apoderou-se de toda a sua bagagem. Razo por que, avanando para os Alpes, Cssio, pretor e governador da Glia do subrbio do rio P, enfrentou-o com um exrcito de dez mil homens. Travou-se um grande combate, no qual ele foi derrotado, tendo perdido muitos soldados, e conseguido salvar-se a muito custo e s pressas. Ciente disto, o senado declarou-se bastante descontente de seus. cnsules; e, ordenando-lhes que no mais se envolvessem nesta luta, atribuiu todo o encargo a Marco Licnio Crasso em 71 a.C., que foi seguido por numerosos moos nobres, graas sua elevada reputao e grande estima que lhe votavam.

Crasso encarregado de acabar com EsprtacoCrasso foi assentar seu acampamento na Romanha, para esperar a p firme Esprtaco, que se dirigia para ali, e mandou Mmio, um dos seus tenentes, com duas legies, envolver o inimigo pela retaguarda, ordenando segui-lo sempre no encalo, e proibindo-lhe expressamente atac-lo e escaramu-lo de qualquer modo. No obstante todas estas determinaes, logo que Mmio se viu na possibilidade de fazer alguma coisa, atacou-o, sendo derrotado, com perda de muitos dos seus homens. Os que conseguiram salvar-se na fuga, apenas perderam suas armas. Crasso irritou-se bastante com ele; e, recolhendo os fugitivos, deu-lhes outras armas, exigindo-lhes fiadores que garantissem seu melhor servio dali por diante, coisa que nunca fora feito antes. E, os quinhentos que estiveram nas primeiras filas, e que foram os primeiros a iniciar a fuga, ele dividiu-os em cinquenta dezenas, em cada uma das quais sorteou um, sujeito pena de morte. Reviveu assim o antigo modo dos romanos castigarem os soldados covardes, coisa que de h muito havia sido abandonada, por ser ignominiosa, e produzir horror e espanto assistncia, quando realizada publicamente.

Castigando assim seus soldados, Crasso lanou-os diretamente contra Esprtaco, que recuou sempre e tanto que, pela regio dos lucanianos, chegou costa, encontrando alguns navios de corsrios cilcios no estreito do Farol de Messina. Isto animou-o a ir Siclia; e, para enviar para l dois mil homens, para sublevar escravos de l. Mas Crasso tomou medidas para o impedir de enviar homens para a para a Siclia para amotinar os escravos da ilha. Razo por que, lanando-se inesperadamente longe da praia, ele foi assentar seu acampamento na pennsula dos rgios, onde Crasso foi encontr-lo; e, vendo que a natureza do lugar mostrava-lhe como devia agir, decidiu cercar de muralhas o istmo da pennsula, dando assim ocupao aos seus homens e impedindo que os inimigos recebessem vveres. Trabalho demorado e difcil, que ele executou em bem pouco tempo, contra a opinio de todo o mundo, e fez abrir uma trincheira atravs da pennsula, de quinze lguas de comprimento, quinze ps de largura e quinze ps de profundidade. Sobre a trincheira fez construir uma muralha muito alta e forte, da qual Esprtaco a princpio zombou. Quando, porm, sua pilhagem comeou a falhar, e se viu na impossibilidade de obter vveres em toda a pennsula, devido quela muralha, numa noite bastante spera, de neve espessa e vento impetuoso, ele mandou encher de terra, pedras e galhos de rvores um trecho no muito extenso da trincheira, por onde fez passar um tero do seu exrcito. A princpio Crasso receou que Esprtaco tomasse a resoluo de seguir para Roma; logo, porm, tranquilizou-se, pois soube haver srio desentendimento , entre eles, e que uma grande tropa, amotinada contra Esprtaco, separara-se dele e fora acampar junto a um lago da Lucnia, cuja gua de tempos a tempos torna-se doce, e a seguir to salgada que no pode ser bebida. Tendo-os atacado, Crasso expulsou-os dali, mas no conseguiu matar grande nmero, nem afast-los para muito longe, porque Esprtaco apareceu de repente com seu exrcito, e fez cessar a perseguio.

Crasso, que havia escrito ao Senado ser necessrio chamar Lculo da Trcia e Pompeu da Espanha, arrependido de hav-lo feito, esforava-se o mais possvel de dar fim a esta guerra antes que eles chegassem, por saber que atribuiriam toda a glria da sua concluso ao recm-chegado que lhe fosse em auxlio, e no a ele. Por isso ele resolveu primeiramente atacar os que se haviam revoltado e entrincheirado parte, s ordens dos capites Caio Cancio e Casto. Para tal, fez seguir seis mil soldados de infantaria, para assenhorear-se de uma eminncia, ordenando-lhes que tudo fizessem para no serem vistos nem descobertos plos inimigos. O que eles procuraram realizar o melhor possvel, cobrindo seus morries e elmos. No obstante, eles foram percebidos por duas mulheres que s escondidas faziam sacrifcios em favor dos inimigos, e estiveram em risco de ficar todos perdidos. Crasso, porm, socorreu-os a tempo, dando aos inimigos o combate mais spero de quantos se realizaram naquela guerra. Na luta, pereceram doze mil e trezentos homens, lutando valorosamente frente a frente, sendo encontrados unicamente dois mortos pelas costas.

Depois desta derrota Esprtaco retirou-se para as montanhas de Petlia, perseguido e escaramuado sem trgua, pela retaguarda, por Quinto, um dos tenentes de Crasso, e seu tesoureiro Escroa. No fim do dia, porm, tudo mudou de repente, e Esprtaco derrotou os romanos, sendo o tesoureiro gravemente ferido e salvo a custo. Esta vantagem obtida sobre os romanos deu origem runa final de Esprtaco, porque seus guerreiros, quase todos escravos fugitivos, encheram-se de tamanho orgulho e audcia que no quiseram deixar de combater, nem obedeceram mais seu comandante. Pelo contrrio, como se achavam a caminho, cercaram-nos e disseram-lhes que, quisessem ou no, era preciso que voltassem depressa e os conduzissem pela Lucnia contra os romanos, que era o que Crasso pedia, pois sabia que Pompeu se aproximava, que muitos em Roma discutiam e brigavam por sua causa, dizendo que a vitria final desta guerra lhe era devida, e que logo que ele ali chegasse tudo seria decidido com um nico combate.

O fim de EsprtacoPor isso, procurando combater, e aproximando-se o mais possvel dos inimigos, Crasso mandou um dia abrir uma trincheira, que os fugitivos procuraram impedir, carregando furiosamente sobre os que se ocupavam de tal tarefa. A luta tornou-se violenta. E, como, a todo momento, chegassem reforos de parte a parte, Esprtaco viu-se obrigado a lanar mo de todos os recursos. Sendo-lhe levado o cavalo em que devia combater, ele desembainhou a espada, e, matando-o vista de todos, disse: "Se eu for vencido neste combate, ele de nada me servir. E, se eu for vitorioso, muitos deles, belssimos e excelentes, terei dos inimigos minha disposio". Isto feito, lanou-se atravs da presso dos romanos, procurando aproximar-se de Crasso, sem o conseguir, e matou dois centuries romanos que o enfrentaram. Por fim todos os que o rodeavam fugiram, e ele permaneceu firme em seu posto, completamente cercado, lutando valentemente, sendo retalhado. Embora Crasso fosse muito feliz e satisfizesse todos os seus deveres de bom comandante e de homem valente, expondo-se a todos os perigos, no pde impedir que a honra do termo daquela guerra fosse atribuda a Pompeu, porque os que escaparam deste ltimo combate cairam-lhe s mos e ele aniquilou-os, escrevendo ao Senado que Crasso vencera os fugitivos em combate regular, mas ele destrura todas as razes desta guerra! Pompeu teve assim entrada triunfal em Roma, por haver vencido Sertorio e reconquistado a Espanha. Crasso no s exigiu o grande triunfo como tambm o pequeno, que os latinos denominam Oatio, por fazerem-no vencer, indigna e desumanamente, escravos fugitivos.

Crasso, como velho patrcio de antigas linhagens romanas, puniu boa maneira de Roma os que sobreviveram sua investida contra Esprtaco, mandando crucificar 6000 revoltosos ao longo da Via pia at Urbe, para servir de exemplo aos vindouros. Segundo reza a tradio, Esprtaco morreu na ltima das batalhas dos escravos contra Marco Crasso.

Esprtaco, todavia, de acordo com estudos histricos, no passaria de uma personagem lendria, idealizada pelos seus contemporneos e por geraes posteriores, embora as revoltas possam ter tido um lder eventual, j que o processo de revoluo servil se ter conduzido quase sempre aleatria e desordenadamente.

O livro Esprtaco, de Howard Fast, escritor estado-unidense, faz uma boa descrio do Imprio Romano contando a histria do gladiador, adaptao livre da histria contada pelos historiadores romanos.

Calendrios

Todos os calendrios se baseiam nos movimentos aparentes dos dois astros mais brilhantes da abbada celeste, na perspectiva de quem se encontra na Terra - o Sol e a Lua - para determinar as unidades de tempo: dia, ms e ano.O dia, cuja noo nasceu do contraste entre a luz solar e a escurido da noite, o elemento mais antigo e fundamental do calendrio. A observao da periodicidade das fases lunares gerou a idia de ms. E a repetio alternada das estaes, que variavam de duas a seis, de acordo com os climas, deu origem ao conceito de ano, estabelecido em funo das necessidades da agricultura.

O ano o perodo de tempo necessrio para que a Terra faa um giro ao redor do Sol - cerca de 365 dias e seis horas. Esse nmero fracionrio exige que se intercale dias periodicamente, a fim de fazer com que os calendrios coincidam com as estaes. No calendrio gregoriano, usado na maior parte do mundo, um ano comum compreende 365 dias, mas a cada quatro anos h um ano de 366 dias - o chamado ano bissexto, em que o ms de fevereiro passa a ter 29 dias. Estes anos de 366 dias, chamam-se bissextos, porque os latinos chamavam ao dia 25 de Fevereiro "bi-sextus kalendas Martii" quando este tinha 29 dias. O comeo do ano, passou nesta altura, de 1 de Maro para 1 de Janeiro.

So bissextos os anos cujo milsimo divisvel por quatro, com exceo dos anos de fim de sculo cujo milsimo no seja divisvel por 400. Assim, por exemplo, o ano de 1.900 no bissexto, ao contrrio do ano 2.000.

Em astronomia, distinguem-se vrias espcies de ano, com pequenas diferenas de durao. O ano trpico, tambm chamado de ano solar ou ano das estaes, tem 365 dias, cinco horas, 48 minutos e 46 segundos. Compreende o tempo decorrido entre duas ocorrncias sucessivas do equincio vernal, ou seja, do momento em que o Sol aparentemente cruza o equador celeste na direo norte. Em virtude do fenmeno de precesso dos equincios - causado por uma pequena oscilao na rotao terrestre - o ano trpico mais curto que o ano sideral, que tem 365 dias, seis horas, nove minutos e dez segundos, tempo que o Sol leva para voltar ao mesmo ponto, em sua aparente trajetria anual. O ano anomalstico compreende o perodo de 365 dias, seis horas, 13 minutos e 53 segundos, entre duas passagens da Terra pelo perilio, ponto de sua rbita em que est mais prxima do Sol.

Dada a facilidade de observao das fases lunares, e devido aos cultos religiosos que freqentemente se associaram a elas, muitas sociedades estruturaram seus calendrios de acordo com os movimentos da Lua. O ano lunar, de 12 meses sindicos, correspondentes aos 12 ciclos da fase lunar, tem cerca de 364 dias. Conforme a escala de tempo seja baseada nos movimentos do Sol, da Lua, ou de ambos, o calendrio ser respectivamente solar, lunar ou lunissolar.

No calendrio gregoriano os anos comeam a ser contados a partir do nascimento de Jesus Cristo, em funo da data calculada, no ano 525 da era crist, pelo historiador Dionsio o Pequeno. Todavia, seus clculos no estavam corretos, pois mais provvel que Jesus Cristo tenha nascido quatro ou cinco anos antes, no ano 749 da fundao de Roma, e no no 753, como sugeriu Dionsio. Para a moderna historiografia, o fundador do cristianismo teria na verdade nascido no ano 4 a.C.

Classificao dos calendriosEm sentido amplo, todo calendrio astronmico, variando apenas seu grau de exatido matemtica. Classificam-se eles em siderais, lunares, solares e lunissolares.

Calendrio sideral:Baseia-se o calendrio sideral no retorno peridico de uma estrela ou constelao a determinada posio na configurao celeste. Para o estabelecimento do calendrio sideral, h milnios, utilizou-se a observao do nascer ou do ocaso helaco (ou csmico) de uma estrela. Alm do nascer ou do ocaso real de uma estrela, respectivamente, pelo horizonte leste ou oeste, chama-se nascer ou ocaso helaco (ou csmico) a passagem de um astro pelo horizonte oriental ou ocidental no momento do nascer ou do pr-do-sol, respectivamente. Quando o astro nasce no momento do pr-do-sol, ou se pe no momento em que o Sol nasce, diz-se que h nascer ou ocaso acrnicos. Nascer helaco, portanto, a primeira apario anual de uma estrela sobre o horizonte oriental, quando surgem os primeiros raios de sol. Para evitar atraso no registro da data do nascer helaco, os sacerdotes egpcios, que determinavam as estaes em funo desse fenmeno, eram obrigados a viglias rigorosas. Algumas tribos do Brasil e da Amrica do Sul serviam-se do nascer helaco das Pliades para indicar o incio do ano. O primeiro calendrio assrio se baseava no nascer helaco da constelao de Canis Majoris (Co Maior), cuja estrela principal, Sirius, tinha importante papel em sua mitologia.

Calendrio lunar:A base do calendrio lunar o movimento da Lua em torno da Terra, isto , o ms lunar sindico, que o intervalo de tempo entre duas conjunes da Lua e do Sol. Como a sua durao de 29 dias 12 horas 44 minutos e 2,8 segundos, o ano lunar (cuja denominao imprpria) de 12 meses abranger 254 dias 8 horas 48 minutos e 36 segundos. Os anos lunares tm que ser regulados periodicamente, para que o incio do ano corresponda sempre a uma lua nova. Como uma revoluo sindica da Lua no igual a um nmero inteiro de dias, e os meses devem tambm comear com uma lua nova, esse momento inicial no se d sempre numa mesma hora. Por sua vez, na antiguidade, e mesmo depois, houve freqentes erros de observao desse incio.

Para que os meses compreendessem nmeros inteiros de dias, convencionou-se, desde cedo, o emprego de meses alternados de 29 e 30 dias. Mas como o ms lunar mdio resultante de 29 dias e 12 horas, isto mais curto 44 minutos e 2,8 segundos do que o sindico, adicionou-se, a partir de certo tempo, um dia a cada trinta meses, com a finalidade de evitar uma derivao das fases lunares. Por outro lado, como o ano lunar era de 354 dias, observou-se que havia uma defasagem rpida entre o incio do mesmo e o das estaes. Procurou-se eliminar essa diferena, intercalando-se periodicamente um ms complementar, o que originou os anos lunissolares.O calendrio lunar surgiu entre os povos de vida essencialmente nmade ou pastoril, e os babilnicos foram os primeiros, na antiguidade, a utiliz-lo. Os hebreus, gregos e romanos tambm dele se serviram. O calendrio muulmano o nico puramente lunar ainda em uso. Com Jlio Csar, Roma adotou um calendrio solar que predominou entre as populaes agrcolas.

Calendrio solar:Os egpcios foram o primeiro povo a usar o calendrio solar, embora os seus 12 meses, de trinta dias, fossem de origem lunar. O calendrio institudo em Roma, por Jlio Csar, reformado mais tarde pelo papa Gregrio XIII e atualmente adotado por quase todos os povos, do tipo solar, e suas origens remontam ao Egito.O calendrio solar segue unicamente o curso aparente do Sol, fazendo coincidir, com maior ou menor preciso, o ano solar com o civil, de forma que as estaes recaiam todos os anos nas mesmas datas.

Calendrio lunissolar:Baseia-se o calendrio lunissolar no ms lunar, mas procura fazer concordar o ano lunar com o solar, por meio da intercalao peridica de um ms a mais. O ms determinado em funo da revoluo sindica da Lua, fazendo comear o ano com o incio da lunao. Para que a entrada das estaes se efetue em datas fixas, acrescenta-se um ms suplementar, no fim de certo nmero de anos, que formam um ciclo. Os babilnicos, chineses, assrios, gregos e hindus utilizaram calendrios lunissolares. Atualmente, os judeus - que adotaram o calendrio babilnico na poca do exlio - e os cristos se valem desse sistema para determinar a data da Pscoa.

Dia e noite:Nos calendrios lunares e lunissolares o dia tem sempre incio com o pr-do-sol, como ocorre ainda hoje, no calendrio judeu e muulmano. No calendrio solar, o dia comea com a sada do Sol, como no antigo Egito. Na Mesopotmia o dia, para as observaes astronmicas, comeava meia-noite, embora o calendrio usual partisse do anoitecer. Os chineses e romanos adotaram tambm a meia-noite para o incio do dia, uso que seguido pelo calendrio gregoriano.

Calendrio maia:O calendrio mais bem elaborado das antigas civilizaes pr-colombianas foi o maia, e do qual deriva o calendrio asteca. Tanto um como o outro tinham um calendrio religioso de 260 dias, com 13 meses de vinte dias; e um calendrio solar de 365 dias, constitudo por 18 meses de vinte dias e mais cinco dias epagmenos, isto , que no pertencem a nenhum ms e so acrescentados ao calendrio para complementar o ano. Esses cinco dias eram considerados de mau agouro, ou nefastos. Um ciclo de 52 anos solares harmonizava os dois calendrios, o religioso e o solar. A cada dois ciclos - 104 anos - iniciava-se um ano venusino, de 584 dias, um ano solar, de 365 dias, um novo ciclo de 52 anos solares e um ano sagrado, de 260 dias. Esse acontecimento era comemorado com grandes festas religiosas.

Calendrio hebraico:Os judeus no adotaram o calendrio juliano, em grande parte para que sua Pscoa no coincidisse com a crist. O ano israelita civil tem 353, 354 ou 355 dias; seus 12 meses so de 29 ou trinta dias. O ano intercalado tem 383, 384 ou 385 dias.O calendrio hebraico introduziu pela primeira vez a semana de sete dias, diviso que seria adotada em calendrios posteriores. possvel que sua origem esteja associada ao carter sagrado do nmero sete, como ocorre nas sociedades tradicionais, ou que se relacione com a sucesso das fases da lua, j que a semana corresponde aproximadamente quarta parte do ms lunar.O calendrio hebraico comea a contar o tempo histrico a partir do que os judeus consideram o dia da criao. No calendrio gregoriano, tal data corresponde a 7 de outubro de 3761 a.C.

Calendrio muulmano:A civilizao islmica adotou o calendrio lunar. Neste calendrio o ano se divide em 12 meses de 29 ou trinta dias, de forma que o ano tem 354 dias. Como o ms sindico no tem exatamente 29,5 dias, mas 29,5306 dias, necessrio fazer algumas correes para adaptar o ano ao ciclo lunar.Trinta anos lunares tm aproximadamente 10.631,016 dias. Com anos de 354 dias, trinta anos totalizariam 10.620 dias, e por isso preciso acrescentar 11 dias a cada trinta anos.A origem do calendrio muulmano se fixa na Hgira, que comemora a fuga de Maom, da cidade de Meca para Medina, que coincide com o dia 16 de julho de 622 da era crist, no calendrio gregoriano.

Calendrio revolucionrio francs:Um caso muito singular o do calendrio republicano, institudo pela revoluo francesa em 1793, e que tinha como data inicial o dia 22 de novembro de 1792, data em que foi instaurada a repblica. Pretendia substituir o calendrio gregoriano e tornar-se universal.O ano passaria a ter 12 meses de trinta dias, distribudos em trs dcadas cada ms. Estas eram numeradas de um a trs, e os dias de um a dez, na respectiva dcada, recebendo nomes de primidi, duodi, tridi, quartidi, quintidi, sextidi, septidi, octidi, nonidi, dcadi. Deram-se, depois, s dcadas, nomes tirados de plantas, animais e objetos de agricultura.Dividiu-se o dia em dez horas de cem minutos, e estes com cem segundos de durao. As denominaes dos meses inspiraram-se nos sucessivos aspectos das estaes do ano na Frana. Aos 360 dias acrescentavam-se cinco complementares, anualmente e, um sexto a cada quatrinio.O ano desse calendrio revolucionrio comeou meia-noite do equincio verdadeiro do outono, segundo o meridiano de Paris. A eliminao das festas religiosas catlicas, dos nomes de santos e, sobretudo, do domingo, insuficientemente compensado pelo dcadi, indisps a populao. Teve curta durao e a 1 de janeiro de 1806 (com pouco mais de 13 anos), j no primeiro imprio napolenico, foi restabelecido o uso do calendrio gregoriano.

Calendrios juliano e gregoriano:As origens do calendrio juliano remontam ao antigo Egito. Foi estabelecido em Roma por Jlio Csar no ano 46 a.C. (708 da fundao de Roma). Adotou-se um ano solar de 365 dias, dividido em 12 meses de 29, 30 ou 31 dias. A diferena do calendrio egpcio est no fato de se introduzirem os anos bissextos de 366 dias a cada quatro anos, de forma que o ano mdio era de 365,25 dias. O esquema dos meses foi reformulado posteriormente para que o ms de agosto, assim nomeado em honra ao imperador Augusto, tivesse o mesmo nmero de dias que o ms de julho, cujo nome uma homenagem a Julio Csar.Como o ano trpico de 365,2422 dias, com o passar dos anos se registra um adiantamento na data do equincio da primavera. Caso fosse mantido o calendrio juliano, haveria um adiantamento de seis meses no incio das estaes, num perodo de 20.200 anos. Para evitar o problema, o Conclio de Trento, reunido em 1563, recomendou ao papa a correo do inconveniente, que alteraria a data da Pscoa, em virtude dos ciclos de concordncia das lunaes com o ano solar.Finalmente, em 1582, o papa Gregrio XIII, aconselhado por astrnomos, em particular por Luigi Llio, obteve o acordo dos principais soberanos catlicos e, atravs da bula Inter gravissimas, de 24 de fevereiro, decretou a reforma do calendrio, que passou, em sua homenagem, a chamar-se gregoriano, e o mais perfeito utilizado at hoje.Mesmo assim, apresenta algumas deficincias. Uma delas a diferena com o ano trpico, que alis no importante para efeitos prticos. Mais relevante a diferena na durao dos meses (28, 29, 30 ou 31 dias) e o fato de que a semana, que utilizada quase universalmente como unidade de tempo de trabalho, no esteja integrada nos meses, de tal forma que o nmero de dias trabalhados durante um ms pode variar entre 24 e 27.Alm disso, nos pases cristos, a data em que se comemora a Pscoa determinada por critrio lunissolar, que pode acarretar variao de dias e conseqentemente alterar atividades educacionais, comerciais, de turismo etc. Outro inconveniente o de no existir um ano zero, o que obriga uma operao matemtica estranha, para calcular a diferena em anos de um fato ocorrido antes do nascimento de Cristo, em comparao com outro, ocorrido na era crist. Existem vrias propostas para solucionar essas questes, nenhuma delas ainda adotada.

Apesar de representar um avano, o calendrio gregoriano demorou para ser aceito, principalmente em pases no-catlicos, por motivos sobretudo poltico-religiosos. Nas naes protestantes da Alemanha, foi adotado no decorrer dos sculos XVII (em poucos casos, antes de 1700) e XVIII (Prssia, 1775); na Dinamarca (incluindo ento a Noruega), em 1700; na Sucia (com incluso da Finlndia), em 1753. Nos cantes protestantes da Sua, no princpio do sculo XVIII. Na Inglaterra e suas colnias, entre as quais os futuros Estados Unidos, em 1752. Nos pases ortodoxos balcnicos, depois de 1914 (Bulgria, 1916, Romnia e Iugoslvia, 1919; Grcia, 1924). Na Unio Sovitica, em 1918. Na Turquia, em 1927. No Egito, j havia sido adotado para efeitos civis desde 1873, mesma data em que foi aceito no Japo. Na China foi aceito em 1912, para vigorar simultaneamente com o calendrio tradicional chins, at 1928. No Brasil, ento colnia de Portugal, que na poca estava sob domnio da Espanha, o calendrio gregoriano entrou em uso em 1582.

Os dias da semana:No Imprio Romano, a astrologia acabou introduzindo, no uso popular, a semana de sete dias (septimana, isto , sete manhs, de origem babilnica). Os nomes orientais foram substitudos pelos latinos, do Sol, da Lua e de deuses equiparados aos babilnicos. Por influncia romana, os povos germnicos adotaram a semana, substituindo, por sua vez, os nomes das divindades latinas por aqueles das suas, com que mais se assemelhavam, exceo feita de Saturno, cujo nome se limitaram a adaptar.Com o cristianismo, o nome do dia do Sol passou de Solis dies a Dominica (dia do Senhor, Dominus) e o Saturni dies (dia de Saturno) foi substitudo por Sabbatum, dia do descanso (santificado). As lnguas romanas, com exceo do portugus, conservaram as formas derivadas dos antigos nomes latinos, com essas alteraes.O portugus adotou integralmente a nomenclatura hebdomadria do latim litrgico cristo, que designou os dias compreendidos entre o domingo e o sbado por sua sucesso ordinal depois do primeiro dia da semana.No grego moderno prevaleceu prtica semelhante. Em vrias lnguas germnicas, a cristinianizao dos respectivos povos acarretou a substituio do dia de Saturno pelo de vspera do domingo (Sonnabend ou Samstag, alemo) ou, ainda, dia do Senhor (Lrdag, sueco).O domingo conservou o nome de dia do Sol. Em algumas lnguas germnicas, o antigo dia de Odin tornou-se o de meio da semana (Mittwoch, alemo), que corresponde quarta-feira.Os similares germnicos de Marte, Mercrio, Jove (Jpiter) e Vnus eram, respectivamente, Ziu ou Tiwaz ou Tyr; Wodan ou Odin; Thor ou Donar; Frija ou Frigg ou Freya.

O calendrio egpcioPrimeiro calendrio da histria da humanidade e comea com a enchente anual do rio Nilo. Surge por volta de 3000 a.C. O ano tem 365 dias, divididos em 12 meses de 30 dias e mais cinco dias extras, dedicados aos deuses.Os egpcios so os primeiros a utilizar um calendrio solar , embora os 12 meses de 30 dias sejam de origem lunar. O ano tem 365 dias - e 6 horas a menos que o ano solar, o que significa atraso de um dia a cada quatro anos.Havia trs estaes determinadas pelo fluxo do rio Nilo: Cheias (akket); Semeio (pert) e Colheita (shemu). A relao entre as estaes definidas pelo Nilo e as estaes naturais era feita pelo nascer heliacal da estrela Sirius, conhecida dos egpcios pelo nome de Sothis. A primeira apario da estrela no cu da manh, depois da sua conjuno com o sol determinava o incio da contagem das estao das Cheias.O calendrio egpcio foi reconhecido pelos astrnomos gregos e tornou-se o calendrio de referncia da astronomia por muito tempo. Coprnico usou-o para construir suas tbuas da lua e planetas. J no ano 238 a.C., o Rei Ptolomeu III tentou acrescentar um dia extra ao calendrio a cada 4 anos, como no ano bissexto actual. No entanto sua proposta no teve eco. Somente entre 26 a.C. e 23 a.C., a modificao realizada, sob o imprio romano na mo de Augusto que introduziu tal modificao no calendrio.O ano egpcio de 23-22 AC possui o ms correspondente a Agosto com 30 dias. A partir de ento, este mesmo ms voltou a possuir 29 dias salvo nos anos bissextos, quando tinha um dia a mais. Esse novo calendrio passou a se chamar Alexandrino.Esta reforma no foi aceita integralmente e os dois calendrios permaneceram paralelos at pelo menos 238 dC. Os astrnomos e astrlogos mantiveram a notao antiga. Ptolomeu usava-o, salvo no tratado de

O Primitivo Calendrio RomanoO primitivo calendrio da cidade de Roma, era um calendrio lunar, e tinha 304 dias, divididos em dez meses, desde Maro a Dezembro. O ano comeava em 1 de Maro. atribudo a Rmulo. Numa Pompilius, que por tradio foi o segundo rei de Roma ( 715-673 BC ? ), acrescentou lhe mais dois meses, Janeiro e Fevereiro, para um ano de 354 dias.

Em ( 616-579 BC ) o etrusco Tarquinius Priscus , por receio supersticioso dos meses com nmeros pares, deu um dia mais a Janeiro, e sistema passou a ser de um ano com doze meses e 355 dias. Janeiro tinha 29 dias, Fevereiro tinha 28 dias, Maio, Julho e Outubro 31 dias, Janeiro, Abril, Junho , Agosto , Setembro, Novembro e Dezembro 29 dias.

Mais tarde Jlio Csar, numa reforma aconselhada pelo astrnomo alexandrino Sosgenes, adoptou um calendrio com 365,25 dias no ano trpico, que mesmo assim era maior que o ano solar em 11m e 14seg. Isto dava um erro de 3 dias em cada 400 anos.

Desta forma, atribuiu 445 dias ao ano de 46 A.C., para reajustar o ano civil ao solar. A diferena de 6 horas entre o ano solar e o ano civil ( na altura ) era ajustado de 4 em 4 anos, no ms de Fevereiro, dia 24, repetindo esse dia.

Estes anos de 366 dias, chamam-se bissextos, porque os latinos chamavam ao dia 25 de Fevereiro "bi-sextus kalendas Martii" quando este tinha 29 dias. O comeo do ano, passou nesta altura, de 1 de Maro para 1 de Janeiro.

Mudou-se tambm o nome do quinto ms do ano "quintilius" para Julho (Julius) em homenagem a Jlio Csar, e mais tarde o sexto ms "sextilius" passa para o que hoje Agosto (Augustus)em homenagem a Octvio Csar Augusto.

Calendrio romano

O Calendrio romano mudou sua forma diversas vezes desde a fundao de Roma e a Queda do Imprio Romano. Este artigo discute os ltimos calendrios romanos ou os calendrios pr-julianos. O calendrio usado aps 46 a.C. discutido no Calendrio Juliano.

Uma inscrio contendo o Calendrio Romano, que precede a reforma Juliana do calendrio. Observe que ele contm os meses Quintilis e Sextilis, e permite a insero de um ms intercalar.

Histria do CalendrioNo incio era um calendrio lunar com dez meses, comeando no equincio da Primavera, aparentemente inventado por Rmulo, o fundador de Roma aproximadamente em 753 a.C.. Entretanto, ele parece ter sido baseado no calendrio lunar grego. Os meses eram:

Martius (31 dias)

Aprilis (30 dias)

Maius (31 dias)

Junius (30 dias)

Quintilis (30 dias)

Sextilis (30 dias)

September (30 dias)

October (31 dias)

November (30 dias)

December (30 dias)

Portanto, o ano nesse calendrio tinha 304 dias e havia aproximadamente 61 dias do inverno que no entravam no calendrio.

A primeira reforma do calendrio foi atribuda a Numa Pompilius, o segundo dos sete Reis de Roma. A ele atribuda a reduo dos meses de 30 dias para 29 dias e adicionado os meses de Janeiro (29 dias) e Fevereiro (28 dias) no final do calendrio por volta de 713 a.C., e portanto aumentando o tamanho do calendrio para 355 dias:

Martius (31 dias)

Aprilis (30 dias)

Maius (31 dias)

Iunius (29 dias)

Quintilis (30 dias)

Sextilis (30 dias)

September (29 dias)

October (31 dias)

November (29 dias)

December (29 dias)

Ms Especial (05 dias)

Ianuarius (31 dias)

Februarius (30 dias)

Ms Especial (05 dias)

Para manter o calendrio alinhado com o ano solar, um ms "bissexto" de 27 dias, o Mensis Intercalaris, algumas vezes conhecido como Mercedonius ou Mercedinus, era adicionado de tempos em tempos ao fim de Fevereiro, que era encurtado para 23 ou 24 dias. O ano resultante tinha 377 ou 378 dias. A deciso de inserir o ms intercalado, e sua posio, era a responsabilidade do pontifex maximus. Em mdia, isto acontecia em anos alternados.

O sistema de alinhar o ano atravs de meses intercalados falhou pelo menos duas vezes. A primeira foi durante e aps a Segunda Guerra Pnica. Isso levou a reforma da Lex Acilia em 191 a.C.. Os detalhes dessa reforma so obscuros, mas parece ter sido uma bem sucedida intercalao por mais de um sculo. A segunda falha foi na metade do primeiro sculo antes de Cristo. Nesta poca, a reforma resultou na criao do Calendrio Juliano institudo por Jlio Csar.

MesesOs Romanos tinham nomes especiais para 3 dias especficos em cada ms. O sistema foi originalmente baseado nas fases da Lua (Luna), e estes dias foram provavelmente declarados quando as condies lunares estavam corretas. Aps as reformas de Numa Pompilius, eles passaram a ocorrer em dias fixos.

Kalendae (calendas) - primeiro dia do ms, de onde a palavra "calendrio" derivou. Os juros das dvidas eram actualizados nas calendas.

Nonae (nonos) dependendo do ms, podia ser o 5 ou o 7 dia; tradicionalmente o dia que correspondia fase lunar de quarto crescente.

Idus (idos) dependendo do ms, podia ser o 13 ou o 15 dia; tradicionalmente o dia de lua cheia

Meses com Idos e Nonos ocorrendo no 13/5 dia: Janeiro, Fevereiro, Abril, Junho, Agosto, Setembro, Novembro, Dezembro

Meses com Idos e Nonos ocorrendo no 15/7 dia: Maro, Maio, Julho, Outubro --

Uma mnemnica:

Em Maro, Julho, Outubro e Maio

Os Idos caem no 15 dia

Os Nonos no 7.

O resto leva dois dias a menos

Para Nonos e Idos.

Os outros dias no ms no eram, normalmente, nomeados, apesar de alguns serem conhecidos pelo nome de um festival que neles ocorria (ex. Feralia, Quirinalia). Os dias, excetuando os Calendas, Nones e Idos, eram identificados contando regressivamente a partir dos dias nomeados (uma maneira bastante diferente do calendrio Ocidental moderno). Alm disso, para frustrao dos historiadores modernos quando tentam relacionar datas, os romanos contavam inclusivamente, assim 2 de Setembro considerado 4 dias antes de 5 de Setembro, em vez de trs dias.

O exemplo de SetembroO exemplo seguinte demonstra como eram denominados os dias para um Setembro pr-Juliano, que tinha s 29 dias. Mostra como a data era descrita, a sua traduo, e como ns a dizemos actualmente. Eram usadas abreviaturas: "a.d." = "ante diem" = "dias antes", "prid." = "pridie" = "o dia anterior", "Kal." = "calendas", etc.

Kal. Sept. = Calendas de Setembro = 1 de Setembro

a.d. IV Non. Sept. = 4 dias antes dos Nonos de Setembro = 2 de Setembro

a.d. III Non. Sept. = 3 dias antes dos Nonos de Setembro = 3 de Setembro

prid. Non. Sept. = O dia anterior aos Nonos de Setembro = 4 de Setembro

Non. Sept. = Nonos de Setembro = 5 de Setembro

a.d. VIII Id. Sept. =8 dias antes dos Idos de Setembro = 6 de Setembro

a.d. VII Id. Sept. = 7 dias antes dos Idos de Setembro = 7 de Setembro

e assim at

a.d. III Id. Sept. = 3 dias antes dos Idos de Setembro = 11 de Setembro

prid. Id. Sept. = O dia anterior aos Idos de Setembro = 12 de Setembro

Id. Sept. = Idos de Setembro = 13 de Setembro

a.d. XVII Kal. Oct. = 17 dias antes das Calendas de Outubro = 14 de Setembro

a.d. XVI Kal. Oct. = 16 dias antes das Calendas de Outubro = 15 de Setembro

e assim at

a.d. III Kal. Oct. = 3 dias antes das Calendas de Outubro = 28 de Setembro

prid. Kal. Oct. = O dia anterior s Calendas de Outubro = 29 de Setembro

Kal. Oct. = Calendas de Outubro = 1 de Outubro

Notar que por se contar inclusivamente e por haver um nome especial para o dia anterior a dia com nome no h possibilidade de no calendrio romano se dizer:2 dias antes de um dia com nome. Alm disso, a seguir aos Idos j no se menciona o ms de Setembro, visto que se contam quantos dias faltam para o ms de Outubro.

Quando Jlio Csar adicionou um dia a Setembro, este no foi adicionado ao fim do ms. O dia adicional foi acrescentado a seguir aos Idos:

a.d. XVIII Kal. Oct. = 18 antes das Calendas de Outubro = 14 de Setembro

Como resultado, a posio de todas a datas depois dos Idos de Setembro foi deslocada um dia. Isto teve alguns resultados inesperados para os leitores modernos. Por exemplo, o imperador Augusto nasceu a 23 de Setembro de 63 a. C.. No calendrio pr-Juliano a data corresponde a 8 dias antes das Calendas de Outubro, mas no calendrio Juliano corresponde a 9 dias. Dada esta mudana, em algumas partes do Imprio o seu aniversrio era celebrado em ambas as datas, isto 23 e 24 de Setembro segundo a contagem actual.

Dias da SemanaA Repblica Romana, tal como os Etruscos, usava uma "semana de mercado" de oito dias, marcados com as letras de A a H no calendrio. Um mercado seria feito no oitavo dia. Para os Romanos que contavam inclusivamente, este seria realizado a cada "nove" dias, da que este mercado era denominado "nundinae". Dado que a extenso do ano no era mltipla de 8 dias, a letra para o dia de mercado (conhecida como "letra nundinal") variava a cada ano. Por exemplo se num determinado ano de 355 dias a letra nundinal era A, a do ano seguinte seria F. O ciclo do mercado era fundamental para o ritmo da vida quotidiana, e o dia de mercado era o dia em que as pessoas do campo vinham cidade. Por esta razo, uma lei de 287 a. C. (a Lex Hortensia) proibia a realizao de reunies dos comitia (como por exemplo a realizao de eleies) em dias de mercado, mas permitia a realizao de actos legais. No fim da Repblica, surgiu uma superstio de considerar nefasto um ano que comeasse num dia de mercado, e os pontfices, que regulavam o calendrio, tomaram medidas para o evitar.

Com o ciclo do mercado estava fixado em 8 dias nos tempos da Repblica, A informao acerca das datas do mercado uma das mais importantes ferramentas que temos actualmente para estabelecer a equivalncia entre o calendrio pr-Juliano e o calendrio Juliano. No incio do Imprio, o dia do mercado era mudado ocasionalmente. Os detalhes no so claros, mas uma explicao provvel seria que o dia do mercado seria alterado se coincidisse no mesmo dia que o festival do Regifugium, um evento que poderia ocorrer num ano bissexto do calendrio Juliano. Quando isto acontecia, o dia do mercado seria movido para o dia seguinte, que era o dia bissexto.

A semana de sete dias comeou a ser usada no incio do perodo imperial, depois do Calendrio Juliano ter entrado em vigor, aparentemente estimulada pela imigrao do Parte Oriental do Imprio. Durante algum tempo a semana de 7 dias coexistiu com o ciclo nundinal de 8 dias. Finalmente em 321, O Imperador Constantino deu um estatuto oficial semana de 7 dias. Os dias da semana eram dedicados aos planetas conhecidos, ao Sol e Lua. Ainda existem semelhanas com os nomes dos dias em algumas lnguas latinas, como o Francs e o Castelhano. Os nomes dos eram:

Dies Solis (Dia do Sol)Domingo

Dies Lunae (Dia da Lua)Segunda-Feira

Dies Martis (Dia de Marte)Tera-Feira

Dies Mercuri (Dia de Mercrio)Quarta-Feira

Dies Iovis (Dia de Jpiter)Quinta-Feira

Dies Veneris (Dia de Vnus)Sexta-Feira

Dies Saturni (Dia de Saturno)Sbado

AnosNa Repblica Romana, os anos no eram contados. Ao invs disso eles eram nomeados em homenagem aos cnsules que estavam no poder no incio do ano (veja Lista de Cnsules das Repblicas Romanas). Por exemplo, 205 a.C. foi o Ano do consulado de Publius Cornelius Scipio Africanus e Publius Licinius Crassus.

Todavia, na Repblica tardia, historiadores e sbios comearam a contar os anos pela data da fundao da cidade de Roma. Diferentes sbios usaram diferentes datas para este evento. A data mais usada hoje em dia a calculada por Varro, 753 a.C., mas outros sistemos variaram por dcadas a seguir. Datas marcadas por este mtodo eram rotuladas ab urbe condita (que significa aps a fundao da cidade, e abreviada AUC). Quando textos antigos forem lidos usando datas em AUC, deve se tomar cuidado para determinar a poca usada pelo autor antes de traduzir este ano para o calendrio Gregoriano.

O primeiro dia do mandato consular, que era efetivamente o primeiro dia do ano, mudou inmeras vezes durante a histria romana. Foi 1 de janeiro em 153 a.C.. Anteriormente era 15 de Maro. Mudanas anteriores eram um pouco mais incertas. H boas razes para acreditar que o incio do ano era em 1 de Maio pela maior parte do terceiro sculo antes de Cristo, at o ano de 222 a.C.. Lvia menciona consulados que comeando em 1 de Julho antes deles e argumentos existem para outras datas em anos anteriores.

Convertendo Datas Pr-JulianasAchar uma data romana para o calendrio Juliano pode ter armadilhas. At datas do incio do calendrio Juliano podem no ser o que parecem ser. Por exemplo, consta-se que Jlio Csar foi assassinado em Idos de Maro de 44 a.C., e comumente convertido para 15 de Maro de 44a.C.. Embora ele tenha sido de fato assassinado no 15 dia do ms Martius do calendrio romano, a data equivalente no atual calendrio , provavelmente, 14 de Maro de 44a.C.Achar um dia equivalente do calendrio Juliano para uma data pr-Juliana ainda mais difcil. J que temos uma lista essencialmente completa dos cnsules, no difcil de achar um ano Juliano que geralmente corresponda a um ano pr-Juliano. Mas as fontes raramente nos dizem quais anos so comuns, quais so intercalares e quanto tempo um ano intercalar durava. Assim, datas pr-Julianas podem ser muito tortuosas.

Hoje em dia existe, todavia, um nmero de pistas para ajudar. Primeiro: sabe-se quando o calendrio Juliano comeou, embora existam controvrsias a respeito. H tambm, fontes detalhadas sobre dcadas anteriores, na maioria das vezes, em cartas e discursos de Ccero. Combinando estes dados com informaes sobre como o calendrio funcionava, em especial o ciclo nundinal, podemos converter corretamente datas romanas depois de 58 a.C.. Ainda, histrias de Lvia nos do datas romanas exatas para dois eclipses em 190 a.C. e 168 a.C., e conhece-se, tambm, uns poucos sincronismos com datas em outros calendrios que ajudam a ter solues aproximadas, e s vezes exatas, para este perodo. Antes de 190 a.C. o alinhamento entre os calendrios Romano e Juliano determinado por pistas, como as datas de colheitas mencionadas nas fontes.

Combinando essas fontes de informaes, possvel se estimar aproximaes de equivalncias Julianas s datas Romanas at o incio da Primeira Guerra Pnica em 264 a.C.. Porm, enquanto temos informaes suficientes para tais reconstrues, o nmero de anos antes de 45 a.C. que se pode converter datas Romanas em Julianas com preciso so muito poucos, e vrias reconstrues do calendrio pre-Juliano so possveis.