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Curso Continuado de Cirurgia Geral Capítulo de São Paulo
Colégio Brasileiro de Cirurgiões
MÓDULO:
FÍGADO, VIAS BILIARES E PÂNCREAS
EDSON JOSE LOBO 2015
TUMORES HEPÁTICOS BENIGNOS
FÍGADO NORMAL CÍSTICOS ( mais frequentes )
SÓLIDOS: 1º Hemangiomas
2º Hiperplasia Nodular Focal ( HNF ):
tumor-símile policlonal
3º Adenomas (HCA) : neoplasia monoclonal
HIPERVASCULARES
RARAMENTE CIRÚRGICOS
TUMORES HEPÁTICOS BENIGNOS ( HNF/ADENOMAS )
RECENTES AVANÇOS:
• MÉTODOS DE IMAGEM – RM ( contraste )
• ALTERAÇÕES GENÉTICAS – subtipos
• DIAGNÓSTICO HISTOPATOLÓGICO/ IMUNO-HISTOQUÍMICA
• CIRURGIA VIDEOLAPAROSCÓPICA
• RADIOLOGIA INTERVENCIONISTA ( embolização/ RF )
ADENOMA/HNF
US /TC
Diagnóstico inicial : NÓDULO HEPÁTICO
A RM é o melhor método para avaliar lesões hepáticas focais
HIPERPLASIA NODULAR FOCAL ( HNF )
• NÓDULOS DE HEPATÓCITOS BENIGNOS ( “ TUMOR LIKE” )
• 2º TUMOR PRIMÁRIO DO FÍGADO MAIS FREQUENTE ( 8% ) prevalência de 0,9%
• MULHERES JOVENS M:F = 1:8
• SOLITÁRIOS ( 80% ), < 5cm , superficiais
HNF
CITOGENÉTICA E PATOGÊNESE
• HIPERPERFUSÃO
• HIPERPLASIA DE HEPATÓCITOS E COLANGIOLAR
• ATIVAÇÃO DE CÉLULAS ESTELARES
• CICATRIZ CENTRAL
Ativação de ß catenina, glutamina sintetase,TGFß (PROLIFERAÇÃO HEPÁTICA)
HNF - CLASSIFICAÇÃO
1 - CLÁSSICO: ( TÍPICO ) 80%
• Nódulos hepatocelulares, sem cápsula, com estroma e arquitetura nodular anormal
• Vasos malformados
• Proliferação colangiolar
• Uma cicatriz central (ou mais de uma)
• Fluxo arterial centrífugo ( artérias anômalas )
• 50% com algum grau de infiltração gordurosa
• Quantidades variáveis de células de Kupfer
HNF - CLASSIFICAÇÃO
2 - NÃO CLÁSSICO / ATÍPICO ( 20% )
• Teleangiectasia, com atipia celular e misto ( hiperplasia/adenomatoso )
• Proliferação colangiolar
• Não mostra vasos malformados
• Falta cicatriz central
• Áreas intensas de congestão
HNF
QUADRO CLÍNICO
• Assintomático : achado incidental ( ¾ )
• ¼ dor , saciedade precoce e/ou massa abdominal palpável
• Ausência de sangramentos ou malignização
• Outras doenças vasculares associadas: agenesia de veia porta, teleangectasia familiar ( Rendu-Osler-Weber)
HNF – RM
EXAME DE ESCOLHA • 80% solitários, <5 cm, próximos à superfície hepática
• Bordas lobuladas, presença de septos
• Pequena diferença órgão – lesão
• T1 iso ou hipointenso
• T2 iso ou ligeiramente hiperintenso
• Cicatriz central hiperintensa em T2 e hipointensa em T1
Não diferencia o HNF de outras lesões B ou M do fígado
HNF - RM
CONTRASTE EV EXTRACELULAR ( Gadolínio ) e HEPATOESPECIFICO (Primovist)
• Realce intenso e homogêneo na fase arterial
• Isointenso na fase portal + reforço tardio da cicatriz
• Cicatriz central não capta na fase arterial, capta tardiamente contraste hepatobiliar ( PRIMOVIST® )
• Realce persistente na fase tardia ( 20’ ) ( hipointenso no HCC/HCA/metástases )
HNF –T1
HNF / T2
HNF/ T2
HNF/ Gadolinio
NHF/ PRIMOVIST
HNF/ PRIMOVIST
NHF/PRIMOVIST
HNF/ PRIMOVIST
HNF/PRIMOVIST
HEMANGIOMA/GADOLINIO
HEMANGIOMA/PRIMOVIST
ADENOMA HEPÁTICO - HCA
• Neoplasia monoclonal benigna incomum
• Frequente em mulheres em uso de ACO (25X)
• Relação 1M:9F
• Únicos , lobo D
• Uso de esteróide, doença de depósito de glicogênio (tipo I), sobrepeso/obesidade, hemocromatose, terapia androgênica, barbitúricos, clomifeno, gravidez
HCA
QUADRO CLÍNICO
• 50% assintomáticos
• Dor ou massa palpável
• Sangramento
• Malignização
HCA
• CLASSIFICAÇÃO
Atual ( Grupo de Bordeaux ): 4 subtipos
Genética molecular, histopatologia, quadro clínico
• 1. HCAI : risco de sangramento e malignização
• 2. HNF 1 alfa ( esteatótico), mínimas complicações
• 3. mutação ß catenina: alto risco de malignidade, RM variável
• 4. não classificados
HCA
HCA Inflamatório
• Mais comum: 40 a 50% dos HCAs
• Inclui HNF teleangiectásica
• Frequente em mulheres jovens com ACO e obesos
• Anemia crônica e/ou síndrome inflamatória sistêmica ( febre, leucocitose e PCR aumentada )
HCA
HCA INFLAMATÓRIO – patogênese e genética
• JAK-STAT pathway ativada : proliferação hepatocelular
• Mutações no gene IL6ST – oncogene gp 130 ( 60% )
• Ativação STAT3 – sem mutação do oncogene gp130 (40%)
• Ativação de proteínas de fase aguda: amiloide A sérica e PCR
HCA
• HCA Inflamatório – PATOLOGIA
• Heterogêneo
• Áreas de congestão/hemorragia franca
• Infiltrado PMN intenso
• Artérias com paredes espessadas
• Dilatação sinusoidal acentuada
ADENOMA INFLAMATÓRIO
HCA - INFLAMATÓRIO
ADENOMA INFLAMATÓRIO
HCA
HNF (hepatocyte nuclear factor)1 alfa ( mutado )
• 2º mais comum: 30 – 35% dos HCA
• Exclusivamente em mulheres com uso de ACO
• Múltiplos em 50% dos casos
• Incidentais
• Associação com MODY tipo 3 ( maturity-onset diabetes of the young )
• Associacão com adenomatose hepática familiar
HCA
HNF 1 alfa ( mutado ): GENÉTICA/ PATOLOGIA
• Mutação inativadora do gene TCF1 : inativação da Proteína HNF1 alfa ( lipogênese + proliferaCNao hepatocelular )
• Supressão da proteína hepática ligada ao ácido graxo: diminuição do transporte de ac. graxos nos hepatócitos ( deposição intracelular gordurosa )
• Estrógenos: agentes genotóxicos endógenos
HCA
HNF1 alfa :PATOLOGIA
• Acúmulo excessiva de lipídios no hepatócito:
histopatologia típica
• IHQ: ausência da proteína hepática ligada aos ácidos graxos
• Sem alterações citológicas ou portais
• Risco mínimo de sangramento ( < 5 cm )
• Não maligniza
ADENOMA HNF1 alfa
HCA
MUTAÇÃO ß CATENINA
• 3º tipo mais comum ( 10 a 15% )
• Mais frequente em homens
• Uso de hormônios masculinos
• Doença de depósito de glicogênio ( 25-75% ): 75% dos > 30a
• Adenomatose hepática familiar ( ? )
HCA
Mutação ß catenina –GENÉTICA
• Ganho do cromossomo 6p e perda do 6 q ( frequentemente visto em HCC e nódulos displásicos)
• Mutação: gene catenina B1 (CTNNB1 ), cromossomo 3p21 : ativação da proteína ß catenina – proliferação hepatócito
HCA
Mutação ß catenina – CITOLOGIA
• Relação nuclear/citoplasmática alterada
• Formação acinar
• Mimetizam HCC bem diferenciado
• Positividade forte e difusa para glutamina sintetase
HCA
NÃO CLASSIFICADOS
• Aproximadamente 10%
• Não mostram mutações ( HNF1 alfa, CTNNB1 ou 1 2 6 ST )
Pouco conhecidos:
• Patogênese predominante
• Aspectos clínicos
• Aspectos radiológico
HCA - RM
LESÕES MAIORES • Sinal heterogêneo ( gordura, sangue, glicogênio, necrose )
• Hiperintensas em T1( gordura ), hipo para alguns autores
• Ligeiramente hiperintensas e heterogêneas em T2
• Realce arterial rápido e heterogêneo na fase arterial, homogenização com parênquima nas fases tardias, washout às vezes
• Presença de cápsula
• Contraste hepatoespecífico: capta pouco e periférico, hipointensos ( diferencia de HNF mas não de lesões M hipervasculares
HCA - RM
HCA INFLAMATÓRIO
• Sinal do Atol (50%): halo hiperintenso em T2 e isointensidade central
• T1: iso a levemente hiperintenso, sem queda de sinal na fase oposta
• T2: hiperintensidade difusa
• Gadolínio: intenso realce arterial até fases portal e tardia ( 87% S e E )
HCA - RM
HNF1 alfa
• Iso a ligeiramente hiperintenso em T2
• Predominantemente hiper ou iso em T1, com queda difusa de sinal em fase oposta: esteatose intracelular
• Realce moderado com contraste EV fase arterial, sem persistência nas fases portal e tardia ( 86% S e 100% E) para este subtipo
• Dificil diagnóstico diferencial com esteatose nodular B ou HCC com gordura ( bx : histopatologia/IHQ )
HCA - RM
ß CATENINA
• Sinal heterogêneo em T2 : iso/hiper/hipo
• Realce arterial intenso, com ou sem persistência tardia
• Pode ter washout venoso-portal ( ≈HCC )
NÃO CLASSIFICADOS
• Sem padrões específicos propostos
ADENOMA T1
ADENOMA T2
ADENOMA
ADENOMA
ADENOMA – Contraste hepatoespecífico
ADENOMA/ PRIMOVIST
ADENOMA/PRIMOVIST
HCA
ADENOMATOSE HEPÁTICA
• Arbitrariamente > 10 nódulos
• Sem história de esteróides ou depósito de glicogênio
• Mulheres , 4ª e 5ª décadas
HCA
ADENOMATOSE HEPÁTICA
.anomalias vasculares hepáticas ( cong/adq.)
.Mutação gene HNF1 alfa
.Doença hepática gordurosa não alcoólica
• Podem ser inflamatório/HNF1 alfa/ßcatetina
• Sem risco per si de complicações
• Associação com MODY ( avaliar familiares com RM )
ADENOMATOSE
ADENOMATOSE
ADENOMATOSE
HCA – COMPLICAÇÕES
a. SANGRAMENTO INTRATUMORAL : com ou sem hemoperitônio
• 20 a 25% dos HCA
• 35mm ou +
• Presença de artérias intratumorais ( centrais ou periféricas
• Localização: fígado lateral esquerdo
• Crescimento exofítico
• Inflam. X HNF1 alfa : semelhantes
HCA – COMPLICACÕES
• b. Transformação maligna ( HCA para HCC )
• 5 a 10%
• 47% em H x 4% em M ( Stoot JH et al,2010 1600casos MA )
HCA – COMPLICAÇÕES
Transformação maligna : RISCOS • Sexo masculino
• Obesidade
• D. D. glicogênio concomitante
• Uso de esteróides anabolizantes
• Subtipo mutação ß catenina (2/3 dos HCA p/ HCC)
• Maiores que 5 cm
• Síndrome metabólica ( em homens )
• Aproximadamente 10% dos HCA I : mutação ß catenina adicional
HNF
TRATAMENTO
• casos típicos assintomáticos: conservador
• Sintomáticos (compressão, distensão da cápsula ): ressecção cirúrgica
• Casos atípicos: + imagens ou biópsia ou follow-up
• Lesões suspeitas : cirurgia?
HCA - TRATAMENO
CIRÚRGICO : não esteatóticos ( I,ß catenina, não classificados )
• Risco de sangramento (20-30 até 50%) ou transformação
maligna
• > 5 cm
• Impossibilidade suspender hormônios
• Homens
• Evidência de mutação ß catenina (Bx) : <5cm
• Sintomáticos : avaliar comorbidades
HCA - TRATAMENTO
CASOS NÃO CIRÚRGICOS ( esteatóticos - HFN1 alfa )
• Suspender ACO
• Follow-up com imagem (US, TC ou RM): intervalo ? ( 3 em 3 meses?, anual?, até a menopausa) Santibañes, 2014
• < 5cm: raramente sangram ou malignizam
• Maioria fica estável e alguns desaparecem
HCA
TRATAMENTO HCA roto (sangramento atual)
• Ressecção : 10% mortalidade ( evitar )
• HD instável : estabilização + embolização a.hepática, ou damage control ( liver packing )
• HD estável : tratamento conservador e posterior/ cirurgia ou embolização ou RFA
• RFA: + custo efetivo que cirurgia ou embolização, para pequenos HCA, alto risco cirúrgico ou recusa de cirurgia pelo paciente
ADENOMATOSE HEPÁTICA
Tratamento do subtipo/tamanho, não do número de lesões
• Ressecção da(s) maior(es), observação das demais
• Tx: sintomáticos + vários episódios de complicações ( ressecção não eficiente ), doença de depósito de glicogênio (?): c/ ou s/ malignidade, falência hepática
ADENOMA/HEPATECTOMIA VL
ADENOMA – HEPATECTOMIA VL
OBRIGADO