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Curso de Bacharelado em Letras com Habilitação de Tradutor IBILCE / UNESP - São José do Rio Preto – SP VOCABULÁRIO DE LINGUÍSTICA APLICADA À TRADUÇÃO francês- português com índice remissivo português-francês Elaboração na disciplina Estágio de Tradução em Língua Francesa Assessoria técnica de diversos profissionais das áreas consideradas no vocabulário Orientação: Profas. Claudia Xatara e Wanda Leonardo de Oliveira Informatização em 2011: Mateus Lealdini da Rocha

Curso de Bacharelado em Letras com Habilitação de Tradutor

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Curso de Bacharelado em Letras com Habilitação de Tradutor IBILCE / UNESP - São José do Rio Preto – SP

VOCABULÁRIO DE

LINGUÍSTICA APLICADA À TRADUÇÃO

francês- português

com índice remissivo português-francês

Elaboração na disciplina Estágio de Tradução em Língua Francesa

Assessoria técnica de diversos profissionais das áreas consideradas no vocabulário

Orientação: Profas. Claudia Xatara e Wanda Leonardo de Oliveira

Informatização em 2011: Mateus Lealdini da Rocha

Orientação: Profa. Claudia Xatara

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acceptabilité f. Aceitabilidade: define ao mesmo tempo a performance lingüística que pode ser entendida, deste ponto de vista, como a geração e/ou o reconhecimento efetivo dos enunciados aceitáveis, e as coerções de ordem externa ou interna que limitam o exercício da competência do sujeito falante.

achèvements m. Acabamentos: representam os processos não homogêneos nos quais se pode identificar diferentes etapas. Esses processos possuem fronteiras naturais na medida em que o início e o fim são intrínsecos aos processos.

acte de parole m. Ato de fala: é o enunciado efetivamente realizado por um falante numa dada situação.

action langagiére f. Ação linguageira: define-se inteiramente do ponto de vista psicológico, sem prejudicar as características lingüísticas dos textos que objetivarão. Constitui a base a partir da qual as “decisões lingüísticas” serão tomadas, terminando na realização de um texto concreto.

activité langagiére f. Atividade linguageira: orienta os agentes ativos no mundo dos objetos; solicita também outras representações do mundo e as transforma em representações verbais. Entre os corpus textuais e a ação linguageira situa-se um espaço intermediário que é do discurso.

activités f. Atividades: representam os processos homogêneos em que as diferentes etapas não diferem umas das outras. As atividades podem começar ou terminar de maneira arbitrária em qualquer etapa.

actorialisation f. Actorialização: é um dos componentes da discursivização que está fundada sobre a ativação das operações de debreagem e embreagem.

actualization f. Atualização: é a operação pela qual uma unidade da língua passa à fala. Atualizar um conceito é identificá-lo com uma representação real do falante.

adstrat m. Adstrato: é a língua ou dialeto falado numa região vizinha daquela em que se fala a língua tomada como referência; o adstrato pode influenciar esta última de várias maneiras, sobretudo no léxico.

aléctique f. Alética: quando a oposição de contrários é necessária, possível, contingente ou impossível.

allusion f. Alusão: figura de pensamento em que se faz a apreciação indireta de uma pessoa ou um ato seu, por meio da referência a outra. A alusão geralmente não está explicitada no texto, por isso a pessoa que não tem o hábito de leitura arrisca não reconhecê-la, mesmo que esteja, por vezes, entre vírgulas.

analyse automatique du discours f. análise automática do discurso: É concebida para manifestar os pontos de ruptura ideológica entre os diferentes textos estudados.

analyse du discours f. Análise do discurso: toda técnica que procura estabelecer (em geral de maneira formal) as relações existentes entre as unidades de um discurso, escrito ou falado, em um nível mais elevado que o da frase.

analyse intertextuelle f. Análise intertextual: revelará a relação entre a fala e a escrita no texto romanesco.

analyse justificative f. Análise justificativa: última etapa do processo cognitivo da tradução. Tem como objetivo verifica a exaltitude da solução (provisória) retirada. Essa verificação consiste em assegurar que a equivalência rende perfeitamente todos os sentidos do enunciado original.

analytique de la défaillance f. Analítica da incompletude: essa analítica tem em vista o fato de a tradução nunca se realizar plenamente, mesmo quando isso é possível. É o que Freud chama de “defeito de tradução”; que é inerente a toda tradução.

analytique de la destruction f. Analítica da destruição: essa analítica tem em vista o fato do traduzir, enquanto restituição do sentido, ser um processo de degradação da letra das obras. Esse processo ainda se manifesta como uma série de tendências deformantes, operando no decorrer da tradução. Essa destruição não é somente negativa; ela é necessária, pois uma das relações possíveis do homem com suas obras é, precisamente, a destruição.

analytique du traducteur f. Analítica do tradutor: analisa a relação do tradutor com a língua materna e com outras línguas. Ainda é pouco freqüente, mas seu aparecimento torna-se cada vez mais significativo.

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ancrage m. Ancoragem: dimensão sócio-enunciativa global, necessária para determinar um tipo de discurso e situá-lo em relação às condições de produção.

archaïsme m. Arcaísmo: forma léxica ou construção sintática pertencente, numa dada sincronia, a um sistema desaparecido ou em via de desaparecimento.

architypes discursifs m. Arquétipos discursivos: definem-se essencialmente pelo seu modo de fundamentação na situação de produção, ou seja, pela natureza das relações que são colocadas entre parênteses dessa situação e, de um lado pelos parâmetros do referente, de outro, pelos parâmetros da interação social.

argot m. Gíria: linguagem fundamentada num vocabulário parasita que empregam os membros de um grupo ou categoria social com a preocupação de se distinguirem da massa dos sujeitos falantes.

assertion f. Asserção: é o modo ou tipo de comunicação instituído pelo falante e o seu interlocutor e que consiste em fazer suas orações dependerem de uma frase implícita.

axe m. Eixo: termo usado em lingüística com referência à superposição de dimensões de análise lingüística, especialmente aquelas introduzidas pelo lingüista suíço Ferdinand de Saussure.

axe des simultanités m. Eixo das simultaneidades: representa relações entre fenômenos existentes, das quais se exclui toda intervenção do tempo.

axe des successivités m. Eixo das sucessividades: representa os fenômenos que foram se modificando numa sucessão de tempo; tais fenômenos não são isolados, mas acarretam modificações no sistema, determinando a passagem de um estado de língua a outro.

base d’orientation f. Base de orientação: constitui os parâmetros gerais da ação linguageira, para a decisão que será tomada pelo enunciador.

base enonciative (changemente de) f. Base enunciativa (troca de): possibilidade de uma passagem instantânea, no nível local, de um plano de enunciação para um outro.

bases temporelles f. Bases temporais: constituem um sistema de referência que permite explicar um certo número de fenômenos de derivação e contrastes sintagmáticos.

behaviorisme m. Behaviorismo: em lingüística, o behaviorismo reduz a comunicação ao esquema E-R (estímulo-resposta). Essa teoria, subjacente ao estruturalismo americano, permite transferir os problemas do sentido para a experiência da comunidade sócio-cultural.

bilingue adj. Bilíngüe: procura saber como traduzir uma língua à outra, recompondo o sentido de um texto com os meios expressivos de uma outra língua.

bissemique adj. Bissêmico: uma palavra é bissêmica quando tem dois sentidos diferentes, segundo os contextos. Em português, o verbo alugar tem dois sentidos praticamente opostos: ”dar ou tomar de aluguel”.

bit m. Bit: palavra entrecruzada, proveniente de binary digits, que significa sinal binário. Na teoria da comunicação, é a unidade informativa. A unidade de informação é a quantidade fornecida por um sistema que comporta duas informações de mesma possibilidade.

bon usage m. Bom uso: a norma, o conjunto de regras que se devem respeitar para bem falar a língua, tem como fundamentos, na maioria das vezes, ou a autoridade de certas pessoas (escritores) ou de certas instituições, ou o bom uso. Este coincide com a maneira pela qual certos usuários da língua a empregam em condições dadas.

bouclage m. Enlaçamento: processo pelo qual o texto reflete, de uma forma discursiva, sua própria enunciação. É considerado, de modo absolutamente informal, diversos níveis: textos de primeiro, segundo, terceiro e quarto grau.

calembour m. Trocadilho: jogo de palavras parecidas no som e diferentes no significado que dão margem a equívocos. É raro um trocadilho permanecer trocadilho quando é traduzido para outra língua. Em geral é intraduzível, ou seja, perde todo o chiste na tradução.

camouflage m. Camuflagem: é uma figura discursiva, situada na dimensão cognitiva, que visa a deslocar o destinatário da posição cognitiva verdadeira para o secreto.

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caractère m. Caráter: conjunto de traços psicológicos que o leitor-ouvinte atribui espontaneamente à figura do enunciador, em função do seu modo de dizer.

carte linguistique f. Mapa Linguístico: é uma folha de um Atlas-Linguístico que representa o país cujas falas são estudadas; nela há números que assinalam as localidades onde se efetuaram as pesquisas. Linhas diversas separam as zonas onde se encontra um determinado traço lingüístico daquelas onde se encontra um traço lingüístico diverso.

champ discursif m. Campo discursivo: conjunto de formações discursivas que se encontram em relação de concorrência, em sentido amplo, e se delimitam, assim, por uma posição enunciativa em uma dada região.

cibliste adj. Tradutor neutralizador: tradutor que respeita a língua de chegada.

circonstance f.Circunstância: conjunto de fatores que aconteciam no momento da enunciação.

classique adj. Clássico: qualificativo que se aplica ao período de uma dada língua como se apresenta no seu culto e literário. Comporta sensível estabilidade de formas gramaticais e notável precisão no aproveitamento dessas formas, com um mínimo de dualidade e flutuação, porque há uma norma lingüística bem assente e firme.

co-dialecte m. Co-dialeto: defini-se co-dialeto, em relação a uma língua nacional, como aquele que não está politicamente subordinado a essa língua nem dela se originou, mas em passado histórico existiu ao lado dela como divergência de uma língua comum. Assim o Galego é um co-dialeto do português.

communauté discursif f. Comunidade discursiva: grupo ou organização de grupos no interior dos quais são produzidos, gerados, os textos que dependem da formação discursiva.

communauté interpretatif f. Comunidade interpretativa: conjunto de elementos responsáveis, numa determinada época e numa determinada sociedade, pela emergência de significados aceitáveis. O significado não se encontra para sempre depositado na palavra ou no texto. Forma-se, sim, a partir da ideologia, dos padrões estéticos, éticos e morais, das circunstâncias históricas e da psicologia que constituem a comunidade sócio-cultural em que se interpreta esse texto ou essa palavra.

communauté linguistique f. comunidade lingüística: Conjunto humano em que os membros utilizam um mesmo idioma. As comunidades lingüísticas nem sempre correspondem a grupamentos econômicos, culturais ou políticos.

compétence de compréhension f. Competência de compreensão: capacidade de extrair a informação do texto, o sentido do querer-dizer do redator original.

compétence définitoire f. Competência definitória: ato de pedir ou fornecer uma definição, interpretá-la, avaliá-la, ou ainda utilizá-la com fins argumentativos; mobiliza um conjunto estreitamente integrado nas atitudes lingüísticas, metalingüísticas e cognitivas; fornece em torno da linguagem usual um princípio eficaz de auto-regelação através de algumas práticas discursivas de seus usuários.

compétence de réexpression f. Competência de reexpressão: recompõe um texto em outra língua (as técnicas de redação).

compétence encyclopedique f. Competência enciclopédica: conhecimento das coisas, experiência do mundo exterior, todas as realidades que movem nosso universo psíquico e mental.

compétence pragmatique f. Competência pragmática: estudo dos aspectos da significação não cobertos por uma teoria semântica.

compétence scientifique f. Competência científica: capacidade de falar e agir legitimamente (isto é, de maneira autorizada e com autoridade) em matéria de ciência e socialmente atribuída a um agente determinado.

comutation f. Comutação: termo usado para designar a troca de um elemento por outro no paradigma com o objetivo de conseguir nova unidade. Só são comutáveis os elementos suscetíveis de aparecer no mesmo contexto.

connecteur m. Conectivo: uma das classes dos fenômenos que restringem argumentativos; ligam dois ou vários enunciados, destinado a cada um o seu papel particular em uma estratégia argumentativa única.

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contexte linguistique m. Contexto lingüístico: conjunto de vocábulos que delimitam e tornam uma palavra ambígua.

contexte situationel m. Contexto situacional: conjunto de fatores que contribuem para a interpretação de textos.

corporalité f. Corporalidade: representação do corpo do enunciador da formação discursiva, corpo este que não é oferecido ao olhar, que não é uma presença plena, mas uma espécie de fantasma induzido pelo destinatário como correlato de sua leitura.

corpus m. Corpus: conjunto de dados lingüísticos, seja em textos escritos ou em uma transcrição de uma fala gravada, que pode ser usado como ponto de partida para uma descrição lingüística ou uma maneira de verificar determinada hipótese a respeito da língua.

cosmos linguistique m. Cosmos lingüístico: conjunto ordenado de elementos com os quais a língua traduz a realidade objetiva ou o mundo exterior. Cada língua tem seu cosmos, isto é, sua maneira especial de representar a realidade através de elementos lingüísticos.

créole m. Crioulo: dá-se o nome de crioulos á sabires ou pidgins que, por motivos diversos, de ordem histórica ou sócio-cultural, tornaram-se línguas maternas de toda uma comunidade.

critique de la raison traductique f. crítica da razão tradumática: Oitava tarefa da tradutologia definida por Antonie Berman. Consiste em delimitar a legitibilidade da tradumática.

cryptanalyse f. Criptanálise: decifração de mensagens cujo código não se conhece.

débreage m. Debreagem: expulsão da instância de enunciação, de termos categóricos que servem de suporte ao enunciado.

défaut de traduction m. Defeito de tradução: termo utilizado por Freud para enunciar que nenhuma tradução pode ser plenamente realizável, mesmo quando isso é possível. Esse defeito é inerente a toda tradução.

degré de valence ou valence m. Grau de valência ou valência: é o número de adjetivos diferentes com os quais um termo está associado.

deixis discursive f. Dêixis discursiva: coordenadas espaço-temporais implicadas em um ato de enunciação. A dêixis discursiva possui a mesma função, mas manifesta-se em um nível diferente: o do universo de sentido que uma formação discursiva constrói através de sua enunciação.

deixis fondatrice f. Dêixis fundadora: situação de enunciação anterior que a dêixis atual utiliza para a repetição e da qual retira boa parte de sua legitimidade.

dérivation délocutive f. Derivação delocutiva: ocorre quando um termo toma um novo sentido a partir de um emprego anterior em uma fórmula convencional: por exemplo, a partir de “M’as tu-vu?” (“Você me viu?”) constitui-se nome de qualidade matuvu (afirmar que alguém é um matuvu consiste em atribuir-lhe a característica que levaria a fazer incessantemente esta pergunta).

descriptivisme m. Descriptivismo: nome atribuído à teoria distribucional, cujo único fim é induzir de um corpus regras cuja aplicação possa explicar de maneira completa todos os enunciados desse corpus.

désémantisation f. Dessematização: fenômeno lingüístico e semiótico que se caracteriza pela perda de certos conteúdos parciais em benefício do significado global de uma unidade discursiva mais ampla.

dialectologie f. Dialetologia: disciplina que assumiu a tarefa de descrever comparativamente os diferentes sistemas ou dialetos em que uma língua se diversifica no espaço, e de estabelecer-lhe os limites.

dialogisme constitutif m. Dialogismo constitutivo: nível de apreensão que define as condições de possibilidade de uma formação discursiva no interior de um espaço discursivo.

dialogisme montré m. Dialogismo mostrado: nível de apreensão no qual o diálogo polêmico seria uma das modalidades. Refere-se à interdiscursividade manifestada.

dialogue exégétique m. Diálogo exegético: que conduz à compreensão do sentido dos signos lingüísticos.

diglossie f. Diglossia: dá-se às vezes à diglossia o sentido de situação bilíngüe, na qual uma das duas línguas é de status sócio-político inferior.

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dimension pagmatique f. Dimensão pragmática: é a relação dos signos com os intérpretes – o falante e o ouvinte.

dimension semantique f. Dimensão semântica: é a relação do significante com o objeto significado.

dimension sintatique f. Dimensão sintática: é a relação formal do signo com outros signos do sistema.

discours generaux m. Discursos gerais: são as chamadas teorias gerais da tradução que têm dupla base: a hermenêutica da compreensão do século XIX e a lingüística. Essas teorias nunca são autônomas, mas apenas uma subparte de um conjunto mais vasto.

discours objectifs sectoriels m. Discursos objetivos setoriais: surgem a partir do discurso tradicional. Estão ligados a disciplinas definidas como a lingüística, a poética (ou semiótica) e a literatura comparada.

discours poliphonique m. Discurso polifônico: é aquele que articula uma multiplicidade de tipos de enunciados.

discours tradicionel m. Discurso tradicional: 1. Aquele que nos vem da essência da tradição cultural ocidental; 2. Aquele que pertence a um mundo em que a tradução é considerada como um dos pilares da tradicionalidade, ou seja, o modo de ser dos homens, determinado por algo como a tradição.

disparate adj. Díspar: uma das características do discurso tradicional, por ser ele muito desigual, podendo ser ora analítico e descritivo, ora prescritivo, ora lírico, ora especulativo, ora polêmico, e raramente “teórico” em sentido moderno.

dissension f. Dissenção: é uma das características do discurso tradicional marcado pela divergência de opiniões entre os partidários da letra e do sentido. Essa divergência tem por fundamento a dupla potencialidade do traduzir.

école de Tel Aviv f. Escola de Tel Aviv: grupo de estudioso que desenvolve um corpus teórico sobre tradução. Opõe as teorias clássicas, dogmáticas e prescritivas à uma teoria da “literatura traduzida” e do espaço que ela ocupa nos “polissistemas” literários.

écriture f. Escritura: termo que está longe de ter um sentido fixo. É uma realidade formal da obra literária, situada entre a língua e o estilo, e que trai a ideologia de um escritor, de um gênero, de uma época.

élément lexical m. Elemento lexical: elemento cujo efeito de sentido é deduzido do contexto lingüístico e cuja restituição na língua de chegada causa apenas o conhecimento e a memória das línguas.

elucidation du sens f. Elucidação do sentido: é a análise rigorosa que não exclui a intuição do tradutor e não é fruto da inspiração nem de um vago impressionismo subjetivo do mesmo.

embrayage m. Embreagem: efeito de retorno à enunciação, produzido pela suspensão da oposição entre certos termos da categoria da pessoa e/ou do espaço e/ou do tempo, bem como pela denegação da instância do enunciado.

emprunt m. Empréstimo: termo usado na lingüística histórica e comparada para indicar as formas lingüísticas tomadas de outra língua ou dialeto. È o fenômeno sociolingüístico mais importante em todos os contatos de línguas.

enchaînement m. Encadeamento: fenômeno evolutivo que demonstra como os elementos da língua não mudam isoladamente, mas em conjunto. É o processo semântico que resulta na formação de grupos de traços semânticos não-ordenados.

énoncé métadiscursif m. Enunciado metadiscursivo: procedimento que coloca em cena o narrador e o leitor em uma visão secundária que os situa como testemunhos oculares dos acontecimentos narrados.

enseignement de la traduction m. Ensino da tradução: designa tanto o conteúdo dos programas de formação, como os cursos ou seminários práticos consagrados ao aprendizado da tradução propriamente dito.

equivoque m. Equívoco: uma frase, uma construção são chamadas de equívoco ao comportar vários sentidos ou ambigüidades.

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ergativ adj. Ergativo: termo usado na descrição gramatical de certas línguas, como o esquimó e o basco, em que existe um termo necessário para as construções que mostram um paralelo formal entre o objeto de um verbo transitivo direto e o sujeito de um verbo intransitivo.

ergativité f. Ergatividade: tentativa de classificação das línguas em tipos, a fim de agrupam e ordenar is dados, inventariar as diferentes estruturas e sub-estruturas e fornecer resultados globais com respeito, quer a todas as línguas, quer a um ou outro tipo de língua.

érudit m. Erudito: vocábulo de proveniência latina introduzido tardiamente na língua portuguesa por via erudita, isto é, através dos meios sociais cultos que sabiam latim.

espace discursif m. Espaço discursivo: é um subconjunto do campo discursivo, ligando pelo menos duas formações discursivas que, supõe-se, mantêm relações privilegiadas, cruciais para a compreensão dos discursos considerados.

esprit de clocher m. Espírito de campanário: segundo Saussure, é a resistência natural da língua às influências estranhas. Uma língua nunca se liberta de sua história, há nela uma força particularista e persistente que tende a mantê-la fiel a seu passado. É a tradição que reprime mudanças.

état m. Estado: processo que define as situações estáveis, não implicando nenhuma troca. O ponto terminal de um estado não pode fazer parte do estado em si: o início e o fim necessitam de trocas de estado.

étude diachronique m. Estudo diacrônico: é o estudo comparativo de diferentes estados da língua, ou seja, diferentes estudos sincrônicos.

étude synchronique m. Estudo sincrônico: é feito em estado da língua, isto é, em um determinado momento histórico e geográfico.

étymo m. Étimo: qualquer forma dada ou estabelecida de que se pode derivar uma palavra.

étymologie f. Etimologia: é a pesquisa das relações que uma palavra mantém com outra unidade mais antiga, de que se origina. É também o étimo ou as evoluções sucessivas (história) pelas quais se passou do étimo à palavra derivada.

étymologie erudite f. Etimologia erudita: é a que os eruditos praticavam sem formação lingüística com “notável saber” mas também “notável falta de senso crítico”.

étymologie populaire f. Etimologia popular: ou etimologia cruzada, é o fenômeno pelo qual o falante, com base em certas semelhanças formais, liga consciente ou inconscientemente uma forma dada a outra forma, com a qual ela não tinha nenhum parentesco genérico.

étymologie scientifique f. Etimologia científica: é a que faz a aplicação metódica e rigorosa do princípios lingüísticos, como as chamadas leis fonéticas.

évolution f. Evolução: chama-se evolução de uma língua o conjunto das modificações sofridas em dois momentos de sua história, ou seja, a sucessão ininterrupta dos estados de equilíbrio entre a inércia física e intelectual do homem e as necessidades da comunicação.

exégèse f. Exegese: serve para descobrir o sentido contextual das palavras, que nem sempre se combinam da mesma maneira.

exhaustivité f. Exaustividade: um estudo ou um corpus são exaustivos quando pretendem levar em consideração todos os fatos de língua.

fiction fondamentale f. Ficção fundamental: corresponde ao que chamamos comumente de história.

fiction secondaire f. Ficção secundária: coloca em cena o narrador e o leitor e os apresenta como as testemunha oculares dos acontecimentos narrados.

formalistes russes m. Formalistas russos: escola de crítica literária russa dos anos 1915-1930 que, em reação contra a crítica psicológico-socialista então em vigor, privilegiava a forma e as leis de funcionamento interno das obras literárias independentemente da biografia dos autores e do contexto histórico. As idéias dos formalistas

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influenciaram no retardamento sobre o desenvolvimento da estilística literária na Tchecoslováquia, depois na Alemanha, e finalmente na França (por volta de 1960).

formation discursive f. Formação discursiva: conjunto de regras anônimas, históricas, sempre determinadas no tempo e no espaço que definiram em determinada época, e para determinada área social, econômica, geográfica ou lingüística, as condições de exercício da função enunciativa.

grafonomie f. Grafonomia: estudo dos sistemas de escrita em seus diversos aspectos. Como a escrita faz parte das instituições sociais, a grafonomia se encaixa na antropologia social.

habitus m. Habitus: produzidos pelos condicionamentos, associados a uma classe particular de condições de existência. São sistemas de disposições duráveis e transponíveis; princípios geradores e organizadores de práticas e de representações.

herméneutique f. Hermenêutica: interpretação dos livros sagrados e textos antigos. Teoria da interpretação de vários sinais como símbolos de uma cultura.

hétérogénéité f. Heterogeneidade: no discurso, é o conhecimento de um funcionamento que representa uma relação radical de seu “interior” com seu “exterior”.

hétérogénéité constitutive f. Heterogeneidade constitutiva: é definida pela análise do discurso que formula hipóteses, através do interdiscurso, a propósito da constituição de uma formação discursiva.

hétérogénéité montré f. Heterogeneidade mostrada: incide sobre as manifestações explícitas, recuperáveis a partir de uma diversidade de fontes de enunciação.

holophrase f. Holófrase: palavra que exprime noção peculiar a um idioma: a ela se faz muita referência em se tratando de línguas primitivas.

homonime etymologique m. Homônimo etimológico: palavra de origem diferente, à qual o acaso das mutações fonéticas acabou conferindo pronúncia e, frequentemente, grafia idênticas ou semelhantes.

homossyntagmatique adj. Homossintagmático: elementos que pertencem ao mesmo sintagma.

iconoclaste adj. Iconoclasta: termo usado também para definir tradução, se considerada que toda tradução destrói imagens e não respeita tradições.

image sociale f. Imagem social: é sempre complexa, altamente intuitiva, provocada por finalidades pragmáticas e subentendida pelos sistemas de valores sócio-históricos.

imitatif adj. Imitativo: palavras imitativas são onomatopéias que reproduzem aproximadamente um som.

incorporation f. Incorporação: mescla essencial entre uma formação discursiva e seu ethos que ocorre através do procedimento enunciativo.

indicielle f. Indicial: o aspecto indicial da enunciação é definido pelos participantes da comunicação, pelo tempo e lugar da enunciação e pelo modo de relação do sujeito com relação a seu enunciado (eu, aqui, agora).

interdiscours m. Interdiscurso: consiste em um processo de reconfiguração incessante no qual uma formação discursiva é levada a incorporar elementos pré-construídos, produzidos fora dela, com eles provocando sua redefinição e redirecionando, suscitando, igualmente, o chamado de seus próprios elementos para organizar sua repetição, mas também provocando, eventualmente, o apagamento, o esquecimento ou mesmo a denegação de determinados elementos.

interprétation du premier niveau f. Interpretação de primeiro nível: quando o tradutor isola a acepção contextual de uma palavra ou de um sintagma, podendo encontrar na língua de chegada um vocábulo utilizado habitual e espontaneamente pelos usuários dessa língua, para designar a mesma realidade na mesma situação de comunicação.

interprétation du second niveau f. Interpretação de Segundo nível: o tradutor deve atribuir um valor a dois desconhecidos: de um lado, estabelecer o sentido da expressão tal como ele se desempenha no contexto original e por outro lado explorar as disponibilidades da língua de chegada para recriar uma expressão de mesmo peso semântico e estilístico.

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inverse m. Inverso: é um dicionário, um índice, um léxico ou um vocabulário em que as palavras são classificadas na ordem alfabética de suas últimas letras, o que permite encontrar as palavras com os mesmos finais.

isolation f. Isolação: a isolação define o caráter de língua isolante. O grau de isolação é baseado no maior ou menor caráter analítico dessa língua. Por esse fato, a unidade de medida é a relação entre o número de morfemas e o número de palavras. Quanto mais baixa é a relação, mais isolante é a língua.

jakobsonien adj. Jakobsoniano: característico ou seguidor dos princípios lingüísticos do lingüista americano Roman Jakobson (1896-1983), um dos fundadores da Escola de Praga de grande influência na lingüística contemporânea.

koiné f. Koinê: língua comum do mundo grego nas épocas helenística e romana.

langue artificielle f. Língua artificial: dá-se o nome de artificiais (pó oposição a naturais) às línguas criadas intencionalmente por indivíduos ou grupos de indivíduos a fim de servir de meio de comunicação entre locutores que falam línguas diferentes.

langue d’union f. Língua de união: nas regiões fragmentadas linguisticamente, onde nenhuma língua se impõe como veicular, procede-se a constituição de línguas de união. Essa constituição é baseada na escolha deliberada de certos sistemas lingüísticos naturais.

langue-sible f. Língua meta: em tradução, é a língua para a qual se traduz (língua de chegada).

langue-litteraire f. Língua Literária: variante consciente denotativa da língua escrita; tem fins esteticizantes. Procura recursos expressivos no próprio sistema; é intensiva, uniforme, disciplinada gramaticalmente e de vocabulário rico.

langue-matrice f. Língua-matriz: língua-tronco que deu origem a outras. Exemplo: o latim para as línguas românicas.

langue-melangée f. Lingua-mista: variante resultante da mistura de várias línguas, quando duas civilizações mantêm contato e as inferiores emprestam uma boa proporção de seu material às superiores.

langue naturelle f. Língua natural: específica da espécie humana em sua totalidade; instrumento de comunicação e expressão, ela repousa sobre propriedades universais próprias de toda linguagem humana.

langues analogues f. Línguas análogas: são aquelas cuja sintaxe está submetida à ordem analítica, porque a sucessão das palavras no discurso segue a gradação analítica das idéias.

langue-soeur f. Língua-irmã: chamam-se línguas irmãs as que resultam das evoluções divergentes de uma mesma língua antiga, chamada língua-mãe.

langue-source f. Língua fonte: em tradução, é a língua da qual se traduz (língua de partida).

langues tranpositives f. Línguas transpositivas: são aquelas que, na elocução, dão às palavras terminações relativas à ordem analítica e que adquirem assim o direito de fazê-las seguir no discurso um percurso livre e completamente independente da sucessão natural das idéias.

langue-technique f. Língua-técnica: língua de grupos profissionais; usada pelos indivíduos quando postos em situações peculiares. É denotativa , pois procura sempre o termo exato e correspondente a fenômenos bem definidos.

langue véhiculaire f. Língua veicular: diz-se que uma língua é veicular ou supralocal quando uma das línguas das regiões onde vivem várias comunidades lingüísticas diferentes pode ser utilizada de uma forma privilegiada para a intercomunicação. Assim, em toda a África francófona, o francês pode ser considerado uma língua veicular.

lexicographie f. Lexicografia: domínio da lingüística aplicada que visa a elaboração de dicionários da comunicação verbal.

lexicologie f. Lexicologia: definida tradicionalmente como o estudo científico do léxico, mas também como a reflexão teórica sobre suas aplicações em lexicografia.

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lexicométrie f. Lexicometria: permanece sempre no nível mais superficial. Consequentemente, presta-se mais ao estudo das “atitudes” e dos “comportamentos” do que o da temática.

littérature comparéé f. Literatura comparada: estudo comparado de duas ou mais literaturas ou tipos de literatura, com o objetivo de verificar as influências e inter-relações.

localisation espacielle f. Localização espacial: é a construção de um sistema de referências que permite situar espacialmente, uns com relação a outros, os diferentes programas narrativos do discurso.

localisation temporelle f. Localização temporal: é a construção de um sistema de referências que, inscrito no discurso, permite situar temporalmente os diferentes programas narrativos uns com relação aos outros.

logocentrique adj. Logocêntrico: aquele que pensa na tradução em termos de equivalência, de sistemas lingüísticos e de questões culturais. Para ele, o tradutor é uma categoria vazia que apenas decodifica uma mensagem.

logogramme m. Logograma: marcas de diferentes palavras. Comparada coma pictografia, a logografia representa não apenas o conteúdo, mas também a ordem sintática e por vezes o aspecto fonético do enunciado.

magie f. Magia: a magia, em sua forma primeira e original, é o elemento fundamental do pensamento, a fase inicial de toda atividade.

mémoire discursive f. Memória discursiva: está associada à formação discursiva e constituída de formulações que repetem, recusam e transformam outras formulações. Essa “memória” é não psicológica e presumida pelo enunciado enquanto inscrito na história.

métadiscours m. Metadiscurso: é um conjunto de acréscimos destinados a retificar a trajetória da enunciação, colocá-la em conformidade com as intenções do locutor.

metanalyse f. Metanálise: fenômeno que consiste em decompor mentalmente um vocábulo ou uma locução de maneira diversa do que determina a sua origem.

méta-prédication f. Metapredicação: serve para identificar, no discurso, dois termos, x e y, cuja equivalência não é instituída pela língua. Por exemplo: ça veut dire (isso quer dizer), autrement dit (dito de outra forma).

metatexte m. Metatexto: é o texto que se auto refere.

minceur f. Magreza: é uma das características do discurso tradicional, por ser ele muito pobre: poucas obras, grande número de notas, de cartas e de prefácios; tudo isso como se a tradução não ousasse afirmar-se sobre um modo discursivo.

modelisation idéologique f. Modalização ideológica: cria a adesão ou rejeição inconsciente do destinatário e/ou marca a distância social em relação às diferentes posições que o personagem tem sustentado no decorrer de sua vida.

moindre effort m. Mínimo esforço: princípio segundo o qual o homem reduz ao mínimo o esforço necessário para a realização de um objetivo dado. Esse princípio rege a evolução lingüística na medida em que estabelece um equilíbrio entre as necessidades da comunicação que tendem a complicar o sistema de um lado, e a inércia do homem de outro.

monossemique adj. Monossêmico: signo que tem um único significado.

mots pleins f. Palavras plenas: são aquelas que possuem um significado suscetível de valores discursivos específicos, de acordo com os contextos.

mots outils f. Palavras instrumentais: são aquelas que tem um valor pragmático estável, mas só podem interessar à análise do discurso se estiverem inscritas em estratégias textuais particulares.

mythe m. Mito: tipo de discurso em que o valor da fórmula tradutore, traditore tende praticamente à zero. O lugar do mito na escala dos modos de expressão lingüística é oposto ao da poesia.

neurolinguistique f. Neurolinguística: ciência que trata das relações entre as perturbações da linguagem e os prejuízos das estruturas cerebrais que elas implicam.

non-logocentrique adj. Não-logocêntrico: aquele que não está centrado na razão ocidental que valoriza os logos.

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notation symbolique f. Notação simbólica: conjunto de símbolos sob a forma de um grafismo convencional (figuras geométricas, letras, abreviações, iniciais, etc). Presta-se à representação visual de unidades constitutivas de uma metalinguagem.

objets idéologiques m. Objetos ideológicos: por oposição aos outros objetos (objetos do mundo psíquico, concreto) que valem apenas por si, os objetos ideológicos valem por outra coisa, além deles mesmos; remetem à uma realidade exterior da qual eles são os representantes. Esses objetos estão sempre acompanhados, analisados e comentados por um discurso.

onomastique f. Onomástica: do ponto de vista da organização interna do discurso, pode-se considerar a onomástica como um dos subcomponentes da figurativização.

opérateurs m. Operadores: uma das classes dos fenômenos que restringem os encadeamentos argumentativos; aplicam-se a um enunciado único, ao qual conferem um potencial argumentativo específico.

organicité textuelle f. Organicidade textual: demonstra o rigor de pensamento do tradutor e sua aptidão em comunicar inteligivelmente uma mensagem.

paralinguistique f. Paralinguística: ramo de estudos dedicado aos elementos que complementam a comunicação lingüística como os traços expressivos e os gestos em geral.

parodie f. Paródia: é a imitação satírica de uma obra séria; frequentemente é a conotação pejorativa da palavra.

parole f. Fala: atividade lingüística no discurso oral. É a fonação, enriquecida de uma significação iminente. Opõe-se à língua na dicotomia Saussuriana que tem por objeto a parte individual desta e compreende a fonética.

paronyme f. Paronímia: palavras d emesmo radical com prefixo ou desinência diferentes.

participant m. Participante: nome dado aos elementos lingüísticos que entram no processo da comunicação como participantes (pessoas ou coisas) que como ativos, quer como passivos. São os substantivos ou seus equivalentes.

pastiche m. Pastiche: obra literária imitada servilmente de outra. Pastiche pode confundir o leitor como sendo uma obra original, retratando o autor sem ridicularizá-lo, ao contrário da paródia.

pathologie du langage f. Patologia da linguagem: disciplina que estuda as diversas variedades de problemas de linguagem.

patois m. Patoá: dialeto social reduzido a certos signos, utilizado somente numa área reduzida e numa comunidade determinada, em geral, rural. Os patoás derivam de um dialeto regional ou as mudanças sofridas pela língua oficial; são tão contaminados por essas mudanças a ponto de conservar apenas alguns sistemas parciais empregados num contexto sócio-cultural determinado.

pensée linguistique f. Pensamento lingüístico: é uma parte do pensamento do homem. O pensamento pode ser apenas um desejo, uma intuição. Para a lingüística, todo pensamento é lingüístico se, e somente se, ele puder se expressar pela linguagem.

periphrase f. Perífrase: figura da retórica que substitui um termo próprio e único por uma sequência de palavras, uma locução que o define ou parafraseia.

permutation f. Permutação: é uma operação que consiste em modificar a ordem dos elementos adjacentes numa estrutura lingüística (permutação de letras, palavras, etc). Em fonologia, mais precisamente, a permutação consiste em inverter dois fonemas da cadeia da fala no eixo sintagmático, por oposição à comutação.

phénotexte m. Fenotexto: texto que revela uma leitura simples.

philosophes du langage commune m. Filósofos da linguagem comum: nome usualmente dado a um grupo de filósofos – principalmente de Oxford – que tem com missão fundamental o esclarecimento de conceitos filosóficos à luz do emprego corrente dos termos da linguagem comum que os designam.

philosofie du langage f. Filosofia da linguagem: expressão alternativa para lingüística filosófica, um ramo da lingüística que pesquisa, por um lado, o papel da língua em relação ao entendimento dos conceitos filosóficos,

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e, por outro a condição filosófica das teorias, métodos e observações lingüísticas. Esta expressão é usada principalmente quando os estudos são realizados por filósofos e não por lingüistas.

pictogrammes m. Pictogramas: são desenhos complexos ou uma série de desenhos que fixam um conteúdo sem se referirem à sua forma lingüística.

pidgin m. Pidgin: é uma segunda língua nascida do contato do inglês com diversas línguas do Extremo Oriente com o objetivo de possibilitar a intercompreensão de comunidades de línguas diferentes.

pivot narratif f. Pivô narrativo: na organização sintagmática de uma narrativa ou de uma sequência, é o programa narrativo que ocupa um lugar central pelo fato de acarretar outros como conseqüência. Tem como objetivo isolar, com apoio numa base lógica, uma hierarquia dos programas narrativos na análise de uma dada narrativa ou de um segmento narrativo.

poésie f. Poesia: forma de linguagem extremamente difícil de traduzir numa língua estrangeira, pois toda tradução acarreta múltiplas deformações.

poeticien m. Poeticista: especialista no estudo de poesias.

pragmalinguistique adj. Pragmalingüístico: refere-se ao estudo do uso da língua do ponto de vista dos recursos estruturais; contrasta com os estudos pragmáticos que examinam as condições do uso da língua que derivam da situação social.

pragmatique généralle f. Pragmática geral: estudo dos princípios que regem o uso comunicativo da língua, especialmente como encontrados nas conversas.

pratiques sémiotiques f. Práticas semióticas: processos semióticos reconhecíveis no interior do mundo natural e definíveis de modo comparável aos discursos.

présupposés existentiels m. Pressupostos existenciais: expressões definidas pressupondo a existência, no mundo real ou ficcional, representado ou construído pelo discurso do objeto que elas denotam.

proxémique f. Proxêmica: analisa as relações espaciais e o modo como os sujeitos utilizam-se do espaço para produzir significação.

psique-pragmatique f. Psico-pragmática: estudo que determina as relações entre as expressões, aquilo que elas designam e as atitudes e processos cognitivos nos quais tomam parte.

purisme m. Purismo: atitude de extremado respeito às formas lingüísticas consagradas pela tradição do idioma, que muitas vezes se assume na língua literária.

quête f. Busca: termo figurativo que designa a tensão entre o sujeito (tradutor) e o objeto valor visado (texto). O aspecto terminativo da busca corresponderá à realização (ou conjunção entre sujeito e objeto).

réalisme m. Realismo: atitude teórica que se recusa a limitar a análise lingüística à descrição das formas, ou das distribuições, ou das transformações das unidades, mas que amplia essa descrição àquela de suas funções.

recherche d’une équivalence de traduction f. Pesquisa de uma equivalência de tradução: consiste em estabelecer uma igualdade, visto que se trata de atribuir o mesmo peso semântico a duas palavras, duas expressões, dois enunciados.

rectification f. Retificação: corresponde às negações cujas incidências são indicadas por um encadeamento que se dá sobre a enunciação negativa.

réduction f. Redução: é a transformação de uma palavra em outra mais curta, por abreviatura, apócope, evolução fonética, etc.

réfutation f. Refutação: trecho do discurso no qual se refutam ou rebatem os argumentos do adversário.

registre m. Registro: é o que os sociolínguistas chamam de nível de língua, isto é, as realizações de uma língua natural, que variam em função das classes sociais. As variantes no registro abrangem todos os níveis da língua – o léxico, a morfologia, a sintaxe, a estilística.

relief m. Realce: qualquer processo lingüístico que ressalta um ou mais termos da enunciação.

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remodelage dês idées m. Remodelagem das idéias: ilustra a importância do encadeamento das idéias de uma mensagem. A partir de um texto “desarticulado”, ou seja, pleno de redundâncias, constitui-se outro, inteligível, claro e coerente. Essa remodelagem pode tomar a forma de uma tradução interlinguística ou intralingual.

retraduction f. Retradução: é a tradução feita de um texto já traduzido do original. Também chamada de Tradução Intermediária ou Indireta.

rupture temporelle f. Ruptura temporal: inscreve-se claramente nos mecanismos de coesão textual e contribui mais precisamente, com outras unidades lingüísticas para manter o equilíbrio entre “acontinuidade e a troca” no centro do texto.

sabir m. Sabir ou língua Franca: sabires são sistemas lingüísticos reduzidos a algumas regras de combinação e ao vocabulário de determinado campo léxico; são línguas compostas, nascidas do contato de duas ou mais comunidades lingüísticas diferentes. Os sabires são línguas acessórias, com uma estrutura gramatical mal caracterizada e um léxico pobre.

saussarian adj. Saussureano: característico ou seguidor dos princípios de Ferdinand de Saussure (1857-19130), principalmente através de sua obra póstuma Cours de linguistique générale (Curso de lingüística geral), Paris, 1913. Sua concepção de língua como um sistema de entidades mutuamente definíveis exerceu importante influência sobre diversas escolas de lingüística como a Escola de Praga, a Escola de Genebra e a Glossemática.

semiose f. Semíosis: é o processo pelo qual o signo se torna signo e entra num sistema. É o processo de significação perante o qual os elementos significativos têm sua significação.

sens m. Sentido: para a teoria da tradução, esse termo geralmente se opõe à “letra”.

séquence argumentative f. Seqüência argumentativa: sequência na qual o conteúdo a transmitir é concebido como causa de debate ou de contestação.

séquence explicative f. Seqüência explicativa: sequência em que a informação a transmitir é, abertamente, considerada pelo enunciador como particularmente complexa pelo destinatário.

séquence informative f. Seqüência informativa: caracteriza-se por uma autonomia em respeito à situação de enunciação. Nenhuma unidade lingüística remete explicitamente aos parâmetros “enunciador” e “destinatário”.

séquence injonctive f. Seqüência injuntiva: seqüência que revela uma intenção particular do enunciador, que responde a uma questão implícita de ordem do “como fazer”, levando assim o destinatário a um comportamento determinado.

séquence (semi-) narrative f. Seqüência (semi-) narrativa: sequência na qual o conhecimento a transmitir implica a evocação de uma cronologia de acontecimentos passados, em relação com o tema tratado.

sociolecte m. Socioleto: variedade da língua, própria de um grupo social. È chamada também de dialeto social por aqueles que empregam dialeto em sentido amplo.

sociolinguistique f. Sociolinguística: disciplina que estuda a linguagem como instituição humana. Cabe-lhe estabelecer um paralelo entre os fatos lingüísticos e os fatos sociais. Interessa-se pelos diversos níveis de língua que resultam das diversas camadas sociais, pelos empréstimos resultantes dos contatos entre culturas, pelos problemas de norma lingüística e norma social.

sociopragmatique f. Sócio-pragmática: teoria do uso da linguagem para fins comunicativos.

sourcier m. Tradutor identificador: tradutor que respeita e se mantém fiel à língua fonte.

sous-entendu m. Subentendido: engloba todas as informações que são suscetíveis de ser veiculadas por um enunciado dado, mas onde a atualização continua tributária de algumas particularidades dos contextos enunciativos.

style juridique m. Estilo jurídico: estilo reconhecível por um conjunto de traços formais jurídicos facilmente identificáveis.

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style technique m. Estilo técnico> estilo reconhecível por um conjunto de traços formais técnicos facilmente identificáveis.

synchronie f. Sincronia: indica o estudo da língua em que se faz abstração do tempo. A sincronia interessa-se por descrever estados da língua, isto é, momentos na evolução em que as modificações são mínimas e pouco importantes.

syncrétisme m. Sincretismo: fenômeno que causa a identidade de morfemas flexionais em virtude de uma evolução fonética; é o mesmo que neutralização.

synecdoque f. Sinédoque: quando um falante intencionalmente em particular por motivos de ordem literária, ou de uma comunidade lingüística, inconscientemente, atribuem a uma palavra um conteúdo mais amplo que seu conceito usual.

synonymie f. Sinonímia: possibilidade de dois lexemas ocorrerem nos mesmos contextos sem mudança do sentido cognitivo.

tautologie f. Tautologia: vício de linguagem que consiste em dizer, por formas diversas, sempre a mesma coisa. Em lingüística, as tautologias evidentes não precisam de confronto com a realidade, pois são verdadeiras por si, como “mulheres são mulheres”.

terme pivot m. Termo pivô: termo do qual depende o resto da sentença.

terme modal m. Termo modal: é a classe dos auxiliares do verbo que exprimem as modalidades lógicas e dependem do contexto para a sua interpretação.

texte originel m. Texto original: a denominação texto original pode sugerir que toda tradução não passa de uma tentativa de reprodução; cópia sempre imperfeita e sempre inferior ao modelo, por associar o texto a ser traduzido à “origem”.

texte-palimpseste m. Texto palimpsesto: em tradução, o palimpsesto é a imagem exemplar do texto que não pode nunca ser “original”: o texto que se apaga, em cada época, para dar lugar a outra escritura ou interpretação, ou leitura, ou tradução do “mesmo” texto.

texte de deuxième degré m. Texto de segundo grau: um dos níveis do processo de enlaçamento; texto que descreve um ideal enunciativo realizado em sua própria enunciação ou numa comunidade cujo funcionamento é o das comunidades discursivas que lhes são associadas.

texte de premier degré m. Texto de primeiro grau: um dos níveis do processo de enlaçamento; texto que revela unicamente a sua própria doutrina.

texte de quatrième degré m. Texto de quarto grau: um dos níveis do processo de enlaçamento; são textos que fundem diversos elementos em um único: a descrição do mundo é, a um só tempo, definição de um ideal enunciativo e percurso de uma instituição.

texte de troisième degré m. Texto de terceiro grau: um dos níveis do processo de enlaçamento; texto no qual a transmissão de sua doutrina coincide com a descrição de seu ideal enunciativo ou de sua comunidade discursiva.

texte hétérogène m. Texto heterogêneo: texto que contém várias bases enunciativas.

texte homogène m. Texto homogêneo: comporta apenas uma base enunciativa.

texte intermédiaire m. Texto intermediário: texto traduzido do original que vai servir como “fonte” para uma nova tradução em uma terceira língua.

texte pragmatique m. Texto pragmático: serve essencialmente para veicular determinada informação, não tendo o aspecto estético como aspecto dominante.

texte publicitaire m. Texto publicitário: Mensagem pragmática que mais se aproxima dos escritos literários no sentido de procurar tocar a sensibilidade da lingüística de uma população. Baseados na exploração hábil, e frequentemente humorística dos procedimentos estilísticos fortalecendo a escritura.

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textologie f. Textologia: também chamada análise do discurso. É uma disciplina que ainda está se constituindo e tem o perigoso privilégio de se encontrar na intersecção de disciplinas a caminho da constituição, e cuja articulação sobre a lingüística é, infelizmente, tão necessária quanto ainda balbuciante.

textologie surface discursive f. Tecnologia bilíngüe superfície discursiva: conjunto dos enunciados realizados, produzidos a partir de certa posição.

théoricien de la traduction m. Teórico da tradução: pessoa que estuda e formula teorias; conhece os princípios da tradução.

ton m. Tom: certa voz que está associada à fé num discurso, a possibilidade de que os sujeitos nele se reconheçam. Mas o tom, por si só, não recobre, em seu conjunto, o campo do ethos enunciativo. O tom está necessariamente associado a um caráter e uma corporalidade.

traditionnalité f. Tradicionalidade: modo de ser dos homens determinado pela tradição. A tradução é considerada um dos pilares em se tratando de tradicionalidade.

traducteur litteraire m. Tradutor literário: especializado na tradução de textos literários.

traducteur technique m. Tradutor técnico: especializado na tradução de textos técnicos.

traduction à quatre-mains f. Tradução a quatro mãos: tradução feita por duas pessoas. O tradutor deve ser acompanhado de um outro natural da língua fonte. O segundo traduzirá o texto, ainda que de forma rudimentar e o primeiro submeterá essa versão a uma revisão cuidadosa, trazendo o texto para a realidade lingüística.

traduction automatique f. Tradução automática: fundada sobre o fato que um computador é capaz de “reconhecer” uma palavra em um texto, de “procurar” um termo em um dicionário e de achar seu equivalente em uma outra língua.

traduction intersémiotique f. Tradução intersemiótica: consiste na interpretação dos signos verbais por meio de sistemas de signos não-verbais.

traduction, la temporalité et l’historicité dês actes de f. Tradução, a temporalidade e a historicidade dos atos de: é a reflexão sobre o tempo do traduzir. Trabalha com um estudo de caráter “histórico” analisando o tempo das obras, das culturas e das línguas.

traduction primaire f. Tradução primária: é aquela que se identifica com a língua de chegada. Também chamada de naturalizadora.

traduction secondaire f. Tradução secundária: é aquela que se identifica com o texto original, mantendo-se fiel à sua estrutura lingüística. Também chamada de identificadora.

traductique f. Tradumática: discurso tecnológico que se encontra no entroncamento da teoria da informação, da teoria da inteligência artificial, da terminologia, da lingüística e da informática. É a teoria computacional dos processos tradutórios regendo a área tecnológica.

traductologie f. Tradutologia: para Antonie Berman, é a reflexão da tradução sobre ela mesma, a partir de sua natureza de experiência.

traduire v. Traduzir: consiste em dissociar mentalmente as noções de suas formas gráficas com o objetivo de associá-las a outros signos retirados de um sistema lingüístico. É um saber-fazer (interpretar e reexprimir) repousando sobre um duplo saber (lingüístico e enciclopédico).

transcription f. Transcrição: é a utilização de um conjunto de signos representando os sons de uma língua. Cada signo representa geralmente apenas um som. O sistema mais freqüente adotado é o da Associação Fonética Internacional.

transition hétérogène f. Transição heterogênea: efetuada por passagens, no centro de um mesmo texto, de um subgrupo de tempo a outro; passagem do presente para o pretérito, por exemplo.

transition homogène f. Transição homogênea: efetuada na categoria de um mesmo subgrupo de tempo: seja no interior do paradigma dos tempos do comentário; seja no interior do paradigma dos tempos da narrativa.

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transition temporelle f. Transição temporal: toda passagem de um texto verbal a um outro, no decorrer do texto.

translation f. Translação: é a relação existente entre duas palavras ou seqüência de palavras de natureza diferente, mas com a mesma função. Essa relação se aproxima em certos aspectos, da transformação, mas recobre maior número de fatos e não se integra no mesmo tipo de teoria.

transposition f. Transposição: consiste em substituir uma parte do discurso por outra. É a libertação, ao mesmo tempo, do jugo do léxico e da pragmática. Ela se situa no plano da língua.

tromperie f. Logro: é uma figura discursiva que conduz o destinatário do verdadeiro ao mentiroso; corresponde, assim, à configuração discursiva que é a prova deceptiva.

universaux m. Universais: entende-se por universais os conceitos, categorias ou traços considerados a todas as línguas naturais existentes.

univers discursif m. Universo discursivo: é o conjunto de formações discursivas de todos os tipos que coexistem, ou melhor, interagem em uma conjuntura.

vague adj. Vago: chama-se vago um traço que se atribui a certas palavras cujo sentido varia de acordo com as situações em que é usado, sem que se possa definir de maneira discreta, umas em relação às outras, essas diversas variações.

variation f. Variação: fenômeno no qual, na prática corrente, uma língua determinada não é jamais, numa época, num lugar e num grupo social dados, idêntica ao que ela é noutra época, em outro lugar e em outro grupo social.

vecteur m. Vetor: um dos elementos que sempre intervêm em um texto; designa o gênero do texto e os recursos lingüísticos utilizados.

vide adj. Vazio: um elemento lingüístico é denominado vazio de sentido quando sua presença ou ausência não acarreta modificação alguma no sentido da frase.

vouloir-parâitre m. Querer-parecer: motivação psicológica do ato verbal pelo qual um sujeito determinado utiliza um nível de língua diferente do habitual a fim de usufruir do prestígio atribuído a esse nível. A noção de querer-parecer implica a controlabilidade de certos comportamentos verbais.

vulgarisme m. Vulgarismo: qualquer traço lingüístico do uso da língua nas classes populares, que diverge da norma, sendo, portanto considerado erro dentro do conceito de correção.

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Índice Remissivo Português-Francês

Acabamentos AchèvementsAção linguageira Action langagière Aceitabilidade AccetabilitéActoralização ActoralisationAdstrato AdstratAlética AléctiqueAlusão AllusionAnálise automática do discurso Analyse automatique du discoursAnálise do discurso Analyse du discoursAnálise intertextual Analyse intertextuelleAnálise justificativa Analyse justificatifAnalítica da destruição Analytique de la destructionAnalítica da incompletude Analytique de la défaillanceAnalítica do tradutor Analytique du traducteurAncoragem AncrageArcaísmo ArchaismeArquétipos discursivos Architypes discursifsAsserção AssertionAtividade linguageira Activité langagièreAtividades ActivitésAto de fala Acte de paroleAtualização ActualizationBase de orientação Base d’orientationBase enunciativa (troca de) Base enonciatif (changement de)Bases temporais Bases temporellesBehaviorismo BehaviorismeBilíngue BilingueBissêmico BissemiqueBit BitBom uso Bon UsageBusca QuêteCampo discursivo Champ discursifCamuflagem CamouflageCaráter CaractèreCircunstância de enunciação Circonstance d’énonciationClássico ClassiqueCo-dialeto Co-dialecteCompetência científica Compétence scientifiqueCompetência de compreensão Compétence de comprehensionCompetência de reexpressão Compétence de réexpressionCompetência definitória Compétence définitoireCompetência enciclopédica Compétence encyclopédiqueCompetência pragmática Compétence pragmatiqueComunidade discursiva Communauté discursiveComunidade interpretativa Communauté interpretatifComunidade lingüística Communauté linguistiqueComutação Comutation Conectivo ConnecteurContexto lingüístico Contexte linguistiqueContexto situacional Contexte situationelCorporalidade CorporalitéCorpus CorpusCosmos lingüístico Cosmos linguistiqueCrioulo CréoleCriptanálise CryptanaliseCrítica da razão tradumática Critique de la raison traductiqueDebreagem DébrayageDefeito de tradução Défaut de traductionDêixis discursiva Deixis discursiveDêixis fundadora Deixis fondatriceDerivação delocutiva Dérivation délocutiveDescritivismo DescriptivismeDessemantização DésémantisationDialetologia DialectologieDialogismo constitutivo Dialogisme constitutifDialogismo mostrado Dialogisme montréDiálogo exegético Dialogue exégétique

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Diglossia DiglossieDimensão pragmática Dimension pragmatiqueDimensão semântica Dimension sémantiqueDimensão sintática Dimension syntactiqueDiscurso polifônico Discours poliphoniqueDiscurso tradicional Discours tradicionelDiscursos gerais Discours generauxDiscursos objetivos setoriais Discours objectifs sectorielsDíspar DisparateDissensão DissensionEixo AxeEixo das simultaneidades Axe des simultaneitésEixo das sucessividades Axe des successivitésElemento lexical Élément lexical Elucidação do sentido Elucidation du sens Embreagem Embrayage Empréstimo Emprunt Encadeamento Enchaînement Enlaçamento BouclageEnsino da tradução Enseignement de la traduction Enunciado metadiscursivo Énoncé métadiscursif Equivoque EquívocoErgatividade Ergativité Ergativo Ergativ Erudito Érudit Escola de Tel Aviv École de Tel Aviv Escritura Écriture Espaço discursivo Espace discursif Espírito de campanário Esprit de clocher Estado État Estilo Jurídico Style JuridiqueEstilo técnico Style techniqueEstudo diacrônico Étude diachronique Estudo sincrônico Étude synchronique Étimo Étymo Etimologia científica Étymologie scientifique Etimologia erudita Étymologie erudite Etimologia Étymologie Etimologia popular Étymologie populaire Evolução Évolution Exaustividade Exhaustivité Exegese Exégèse Fala ParoleFenotexto PhenotextFicção fundamental Fiction fondamentale Ficção secundária Fiction secondaire Filosofia da linguagem Philosofie du langageFilósofos da linguagem comum Philosophes du langage communeFormação discursiva Formation discursiveFormalistas russos Formalistes russesGíria ArgotGrafonomia GrafonomieGrau de valência ou valência Degré de valence ou valenceHabitus HabitusHermenêutica HerméneutiqueHeterogeneidade constitutiva Hétérogénéité constitutiveHeterogeneidade HétérogénéitéHeterogeneidade mostrada Hétérogénéité montréHolófrase HolophraseHomônimos etimológicos Homonimes etymologiquesHomossintagmático HomossyntagmatiqueIconoclasta IconoclasteImagem social Image socialeImitativo Imitatif Incorporação IncorporationIndicial IndicielleInterdiscurso InterdiscoursInterpretação de primeiro nível Interprétation du premier niveauInterpretação do segundo nível Interprétation du second niveau

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Intertexto IntertextInverso InverseIsolação IsolationJakobsiano JakobisienKoinê KoinéLexicografia LexicographieLexicologia LexicologieLexicometria LexicometrieLíngua artificial Langue artificielleLíngua de união Langue d’unionLíngua fonte Langue-sourceLíngua literária Langue-litteraireLíngua meta Langue-sibleLíngua natural Langue naturelleLíngua veicular Langue véhiculaireLíngua-irmã Langue-soeurLíngua-matriz Langue-matriceLíngua-mista Langue-melangéeLínguas análogas Langues analoguesLínguas transpositivas Langues transpositivesLíngua-técnica Langue-techniqueLiteratura comparada Littérature comparéeLocalização espacial Localisation espacielleLocalização temporal Localisation temporelleLogocêntrico LogocentriqueLogograma LogogrammeLogro TromperieMagia MagieMagreza MinceurMapa lingüístico Carte-linguistiqueMemória discursiva Mémoire discursiveMetadiscurso Métadiscours Metanálise MetanalyseMetapredicação Méta-prédicationMetatexto MetatexteMínimo esforço Moindre effortMito MytheModalização ideológica Modalisation idéologiqueMonossêmico MonossemiqueNão-logocêntrico Non-logocentriqueNeurolinguística NeurolinguistiqueNotação simbólica Notation symboliqueObjetos ideológicos Objets idéologiquesOnomástica OnomastiqueOperadores OpérateursOrganicidade textual Organicité textuellePalavras instrumentais Mots outilsPalavras plenas Mots pleinsParalinguística ParalinguistiqueParódia ParodieParonímia ParonymeParticipante ParticipantPastiche PastichePatoá PatoisPatologia da linguagem Pathologie du langagePensamento lingüístico Pensée linguistiquePerífrase PeriphrasePermutação PermutationPesquisa de uma equivalência de tradução Recherche d’une équivalence de traductionPictogramas PictogrammesPidgin PidginPivô narrativo Pivot narratifPoesia PoésiePoeticista PoeticienPragmalinguístico PragmalanguistiquePragmática geral Pragmatique générallePráticas semióticas Pratiques sémiotiquesPressupostos existenciais Présupposés existentielsProxêmica Proxémique

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Psico-pragmática Psique-pragmatiquePurismo PurismeQuerer-parecer Vouloir-parâitreRealce ReliefRealismo RéalismeRedução RéductionRefutação RéfutationRegistro RegistreRemodelagem das idéias Remodelage des idées Retificação RetificationRetradução RetraductionRuptura temporal Rupture temporelleSabir ou Língua franca SabirSaussureano SaussurianSemíosis SemioseSentido SensSeqüência (semi-) narrativa Séquence (semi-) narrativeSeqüência argumentativa Séquence argumentativeSeqüência explicativa Séquence explicativeSeqüência informativa Séquence informativeSeqüência injuntiva Séquence injonctiveSincretismo SyncrétismeSincronia SynchronieSinédoque SynecdoqueSinonímia SynonymieSocioleto SociolecteSociolingüística SociolinguistiqueSócio-pragmática SociopragmatiqueSubentendido Sous-entenduTautologia TautologieTeórico da tradução Théoricien de la traductionTermo pivô Terme pivotTexto de primeiro grau Texte de première degréTexto de quarto grau Texte de quatrième degréTexto de segundo grau Texte de deuxième degréTexto de terceiro grau Texte de troisième degréTexto heterogêneo Texte hétérogèneTexto homogêneo Texte homogèneTexto intermediário Texte intermédiaireTexto original Texte originelTexto palimpsesto Texte-palimpsesteTexto pragmático Texte pragmatiqueTexto publicitário Texte publicitaireTextologia bilíngüe superfície discursiva Textologie surface discursiveTextologia TextologieTom TonTradicionalidade TradicionnalitéTradução a quatro mãos Traduction à quatre-mainsTradução automática Traduction automatiqueTradução intersemiótica Traduction intersémiotiqueTradução primária Traduction primaireTradução secundária Traduction secondaireTradumática TraductiqueTradutologia TraductologieTradutor identificador SourcierTradutor literário Traducteur litteraireTradutor neutralizador CiblisteTradutor técnico Traducteur techniqueTraduzir TraduireTranslação TranslationTranscrição TranscriptionTransição heterogênea Transition hétérogèneTransição homogênea Transition homogèneTransição temporal Transition temporelleTransposição TranspositionTrocadilho CalembourUniversais UniversauxUniverso discursivo Univers discursifVago Vague

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Variação VariationVazio VideVetor VecteurVulgarismo Vulgarisme

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Bibliografia

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