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1ª. AULA PARTE A - CONCEITO DE MEDIUNIDADE Mediunidade é a faculdade que permite o intercâmbio entre o mundo físico e o espiritual. "O dom da mediunidade é tão antigo quanto o muindo. Os profetas eram médiuns [...] Todos os povos tiveram seus médiuns. E as inspirações de Joana D'Arc nada mais eram que a voz dos Espíritos benfeitores que a dirigiam. Esse dom que hoje tanto se expande havia se tornado mais raro nos tempos medievais, mas jamais desapareceu" (LM 2a parte, Cap. XXXI, item 11). O mediunismo (manifestação mediúnica em sua expressão empírica, natural) sempre esteve presente na história, mas as manifestações mediúnicas (mediunidade consciente, vista sob a ótica da racionalide ganharam um novo enfoque a partir do Espiritismo revivendo a visão cristã da mediunidade, perdida através dos tempos, e tornando-a um fenômeno mais consciente destituído de mistificações, quando examinada sob a ótica da racionalidade. Os Espíritos comparam a atuação do médium à de instrumento, um intermediário. O intercâmbio mediúnico ocorre através do pensamento, é uma "ligação mental" estabelecida entre o Espírito comunicante e o Espírito do médium receptor. Dizem os Espíritos Erasto e Timóteo:"Com efeito, nossas comunicações com os Espíritos encarnados, diretamente, ou com os Espíritos propriamente ditos, se realizam unicamente pela irradiação do nosso pensamento» (L.M. 2a parte, Cap. XIX, item 225). São os fluidos emitidos pelo Espírito que agem sobre o médium e sobre seus órgãos físicos, e são esses fluidos o veículo do pensamento. "O pensamento do Espírito encarnado age sobre os fluidos espirituais como o dos Espíritos desencarnados; ele se transmite de Espírito a Espírito pela mesma via, e, segundo seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos secundantes" (GE., Cap. XIX item 17). A semelhança de idéias, pensamentos e propósitos (ou intenções) é muito importante ao direcionar a emissão e recepção de fluidos. "A alma exerce sobre o Espírito comunicante uma espécie de atração ou repulsão, segundo o grau de semelhança ou dessemelhança entre eles. Ora, os bons têm afinidade com os bons e os maus com os maus ..." (L.M. 2a parte, Cap. XX, item 227). Como os Espíritos se comunicam por pensamentos e não por palavras, e a sintonia se estabelece através da semelhança de propósitos, são idéias ou imagens que o Espírito emite em ligação com o médium, e que este capta conforme sua capacidade. Nessa ligação mental, o perispírito apresenta papel muito importante, pois ele é o elo material entre o Espírito e a matéria. "Pela sua união íntima com o corpo, o perispírito desempenha um papel preponderante no organismo; pela sua

"CURSO DE MÉDIUNS 1º ANO"

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Mediunidade é a faculdade que permite o intercâmbio entre o mundo físico e o espiritual."O dom da mediunidade é tão antigo quanto o muindo. Os profetas eram médiuns [...] Todos os povos tiveram seus médiuns. E as inspirações de Joana D'Arc nada mais eram que a voz dos Espíritos benfeitores que a dirigiam. Esse dom que hoje tanto se expande havia se tornado mais raro nos tempos medievais, mas jamais desapareceu" (LM 2a parte, Cap. XXXI, item 11). O mediunismo (manifestação mediúnica em sua expressão empírica, natural) sempre esteve presente na história, mas as manifestações mediúnicas (mediunidade consciente, vista sob a ótica da racionalide ganharam um novo enfoque a partir do Espiritismo revivendo a visão cristã da mediunidade, perdida através dos tempos, e tornando-a um fenômeno mais consciente destituído de mistificações, quando examinada sob a ótica da racionalidade.

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1ª. AULA

PARTE A - CONCEITO DE MEDIUNIDADE

Mediunidade é a faculdade que permite o intercâmbio entre o mundo físico e o espiritual."O dom da mediunidade é tão antigo quanto o muindo. Os profetas eram médiuns [...] Todos os povos tiveram seus médiuns. E as inspirações de Joana D'Arc nada mais eram que a voz dos Espíritos benfeitores que a dirigiam. Esse dom que hoje tanto se expande havia se tornado mais raro nos tempos medievais, mas jamais desapareceu" (LM 2a parte, Cap. XXXI, item 11).

O mediunismo (manifestação mediúnica em sua expressão empírica, natural) sempre esteve presente na história, mas as manifestações mediúnicas (mediunidade consciente, vista sob a ótica da racionalide ganharam um novo enfoque a partir do Espiritismo revivendo a visão cristã da mediunidade, perdida através dos tempos, e tornando-a um fenômeno mais consciente destituído de mistificações, quando examinada sob a ótica da racionalidade.

Os Espíritos comparam a atuação do médium à de instrumento, um intermediário. O intercâmbio mediúnico ocorre através do pensamento, é uma "ligação mental" estabelecida entre o Espírito comunicante e o Espírito do médium receptor. Dizem os Espíritos Erasto e Timóteo:"Com efeito, nossas comunicações com os Espíritos encarnados, diretamente, ou com os Espíritos propriamente ditos, se realizam unicamente pela irradiação do nosso pensamento» (L.M. 2a parte, Cap. XIX, item 225).

São os fluidos emitidos pelo Espírito que agem sobre o médium e sobre seus órgãos físicos, e são esses fluidos o veículo do pensamento. "O pensamento do Espírito encarnado age sobre os fluidos espirituais como o dos Espíritos desencarnados; ele se transmite de Espírito a Espírito pela mesma via, e, segundo seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos secundantes" (GE., Cap. XIX item 17).

A semelhança de idéias, pensamentos e propósitos (ou intenções) é muito importante ao direcionar a emissão e recepção de fluidos. "A alma exerce sobre o Espírito comunicante uma espécie de atração ou repulsão, segundo o grau de semelhança ou dessemelhança entre eles. Ora, os bons têm afinidade com os bons e os maus com os maus ..." (L.M. 2a parte, Cap. XX, item 227).

Como os Espíritos se comunicam por pensamentos e não por palavras, e a sintonia se estabelece através da semelhança de propósitos, são idéias ou imagens que o Espírito emite em ligação com o médium, e que este capta conforme sua capacidade. Nessa ligação mental, o perispírito apresenta papel muito importante, pois ele é o elo material entre o Espírito e a matéria. "Pela sua união íntima com o corpo, o perispírito desempenha um papel preponderante no organismo; pela sua expansão, coloca o Espírito encarnado em relação mais direta com os Espíritos livres, e também com os Espíritos encarnados" (GE., Cap. Xiy item 17).

Através de André Luiz, podemos compreender melhor o aspecto específico da relação entre perispírito e corpo físico no fenômeno mediúnico, quando se refere à mediunidade espontânea que começa a aflorar no homem primitivo: "... os encarnados que demonstrassem capacidade mediúnica mais evidente, pela comunhão menos estreita entre as células do corpo

físico e do corpo espiritual, em regiões do corpo somático, passaram das observações durante o sono, às observações da vigília [...] Quanto densos os elos entre os implementos físicos e espirituais nos órgãos da visão, mais amplas as possibilidades na clarividência, prevalecendo as mesmas normas ] clariaudiência e para modalidades outras ..." (Evolução em Dois Mundos, Cap. 17, pág. 134 - grifo nosso).

A mediunidade surge como o veículo utilizado pelos Espíritos para nos trazerem a Terceira Revelação. "O Espiritismo é a Terceira Revelação da lei de Deus. Mas não está personificado em ninguém, porque ele é o produto do ensinamento dado, não por um homem, mas pelos Espíritos, que são as vozes do céu, em todas as partes da terra e por inumerável multidão de intermediários" (E.S.E., Cap. l, item 6).

Em 1862, no Livro dos Médiuns, Kardec consolida a concepção da capacidade de comunicação entre o plano físico e espiritual como uma aptidão pertencente a todos. Introduz o conceito de mediunidade como uma faculdade abrangente e irrestrita, e não como um dom especifico destinado a poucos escolhidos. Desse modo, afirma: "toda pessoa que sente a influência dos Espíritos, em qualquer grau de intensidade, é médium. Essa faculdade é inerente ao homem. Por isso mesmo não constitui privilégio e são raras as pessoas que não a possuem pelo menos em estado rudimentar. Pode-se dizer, pois, que todos são mais ou menos médiuns" (L.M., 2a parte, Cap. XIV, item 159).

A confirmação de que todas as pessoas são passíveis de serem influenciadas pslos Espíritos se encontra no livro dos Espíritos, no seguinte trecho, onde se pergunta aos Espíritos sobre a possibilidade de sua interferência em nossa vida cotidiana:-"Os Espíritos influem sobre os nossos pensamentos e as nossas ações?- Nesse sentido a sua influência é maior do que supondes, porque muito frequentemente são eles que vos dirigem" L.E., livro segundo, Cap. XIX, item 459).

Apesar da generalização do conceito de mediunidade, o próprio codificador nos atenta ao fato que usualmente a utilização do termo médiuns "se aplica somente aos que possuem uma faculdade mediúnica bem caracterizada, que se traduz por efeitos patentes de certa intensidade, o que depende de uma organização mais ou menos sensitiva" (L.M., 2a parte, cap. XIV, item 159).

Kardec a coloca como uma faculdade desvinculada da necessidade da fé religiosa e relacionada à condição orgânica do médium: "Vimos pessoas completamente incrédulas ficarem espantadas de escreverem sem querer, enquanto crentes sinceros não o conseguiam, o que prova que essa faculdade se relaciona com predisposições orgânicas" (L.M., 2a parte, Cap. XVII, item 209).

Também André Luiz ressalta as relações entre a moral e a mediunidade: "Forçoso reconhecer, todavia, que a mediunidade, na essência, quanto à energia elétrica em si mesma, nada tem que ver com os princípios morais que regem os problemas do destino e do ser. Dela podem dispor, pela espontaneidade com que se evidencia, sábios e ignorantes, justos e injustos, expressando-lhe, desse modo, a necessidade da condição reta, quanto a força elétrica exige disciplina a fim de auxiliar.

"A mediunidade, no entanto, é faculdade inerente à propria vida e, com todas as suas deficiências e grande acertos e desacertos, é qual o dom da visão comum, peculiar a todas as criaturas, responsável por tantas glórias, tantos infortúnios na Terra [...] Também a mediunidade não

requisitará desenvolvimento indiscriminado, mas antes de tudo, aprimoramento da personalidade mediúnica e nobreza de fins, para que o corpo espiritual, modelando o corpo físico e sustentando-o, possa igualmente erigir-se filtro das Esferas Superiores, facilitando a ascensão da Humanidade aos domínios da luz" (Evolução em Dois Mundos, 17, pág. 136 e 137 - grifo nosso).

Do Evangelho Segundo o Espiritismo extraímos a seguinte citação que demonstra a relação entre o carater abrangente da mediunidade e seu objetivo maior, que seria o de auxiliar o aprimoramento moral do próprio médium, independente de suas condições específicas:"Se o poder de comunicar-se com os Espíritos só fosse dado aos mais dignos, qual aquele que ousaria pretendê-lo? E onde estaria o limite da dignidade e da indignidade. A mediunidade é dada sem distinção, afim de que os Espíritos possam levar a luz a todas as camadas, a todas as classes da sociedade, ao pobre como ao rico; aos virtuosos, para os fortalecer no bem; aos viciosos, para os corrigir. Esses últimos não são os doentes que precisam de médico?

"Por que Deus, que não quer a morte do pecador, o privaria do socorro que pode tirá-lo da lama? Os bons Espíritos vêm assim em seu auxílio. E seus conselhos, que ele recebe diretamente, são de natureza a impressioná-lo mais vivamente, do que se os recebesse de maneira indireta. Deus, na sua bondade, poupa-lhe a pena de ir procurar a luz a distância, e lha mete nas mãos" (E.S.E., Cap. XIV, ítem 12).

E assim que percebemos a importância da preocupação do médium com suas qualidades morais para o bom exercício da mediunidade: o pensamento sintonizado com a moral evangélica e o comportamento adequado aos padrões cristãos são essenciais ao bom exercício mediúnico: "A nediunidade não implica necessariamente as relações habituais com os Espíritos superiores. E' simplesmente uma aptidão, para servir de instrumento, mais ou menos dócil, aos Espíritos em geral.

O bom médium não é, portanto, aquele tem facilidade de comunicação, mas o que é simpático aos Bons Espíritos e só por eles é assistido. É nesse sentido, unicamente, que a excelência das qualidades morais é de importância absoluta para a mediunidade" (E.S.E., Cap. Xiy item 12).

No Livro dos Médiuns, um verdadeiro tratado sobre mediunidade, o codificador ressalta também as peculiaridades da sensibilidade de cada médium: "Deve-se notar, ainda, que essa faculdade não se revela em todos da mesma maneira. Os médiuns têm, geralmente, aptidão especial para esta ou aquela ordem de fenômenos, o que os divide em tantas variedades quantas são as espécies de manifestações" (L.M., 2a parte, Cap. XI\Ç item 159).

No entanto, estabelece uma classificação geral que, apesar de não impor como absoluta, faz questão de reportar como de autoria inteiramente atribuída aos Espíritos. Diz ele que, levando em consideração as semelhanças entre causa e efeito, encontramos a divisão dos "médiuns em duas grandes categorias:

"Médiuns de efeitos físicos - Os que têm o poder de provocar os efeitos materiais ou as manifestações mais ostensivas.

"Médiuns de efeitos intelectuais - Os que são mais especialmente aptos a receber e a transmitir as comunicações inteligentes" (L.M., 2ª parte, Cap. XVI - "Quadro Sinótico", item 187).

Como exemplos de efeitos físicos teríamos a escrita reta, a materialização, a tiptologia (produção de ruído pancadas), etc. Entre os efeitos intelectuais teríamos a psicofonia, a psicografia, a audiência, a vidência, etc. Kardec ressalta também que "é às vezes difícil estabelecer o limite entre ambos, mas isso não acarreta nenhuma dificuldade. Incluímos na classificação de médiuns de efeitos intelectuais os que podem mais especialmente servir de instumentos para comunicações regulares e contínuas" (L. 2a parte, Cap. XVI, item 187).

Bibliografia:

O Livro dos Médiuns - 2.a Parte, Cap.XXXI item 11 - Allan Kardec O Livro dos Médiuns - 2.a Parte, Cap.XIX item 225 - Allan Kardec O Livro dos Médiuns - 2.a Parte, Cap.XX item 227 - Allan Kardec O Livro dos Médiuns - 2.a Parte, Cap.XIV item 159 - Allan Kardec O Livro dos Médiuns - 2.a Parte, Cap.XVII item 209 - Allan Kardec: A Gênese - Cap. - XIV item 17 - Allan Kardec; Evolução em Dois Mundos - Cap. 17 - André Luiz O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. I item 6 - Allan Kardec O Livro dos Espíritos - Livro 2.° - Cap. XIX item 459 - Allan Kardec

PARTE B - AFINIDADE, APROXIMAÇÃO, ACEITABILIDADE, INCORPORAÇÃO

Kardec nos ensina como "a natureza das comunicações está sempre relacionada com a natureza do Espírito", mas ressalta que, "ao lado da aptidão do Espírito, existe a do médium, instrumento que é para ele mais ou menos cômodo, mais ou menos flexível, e no qual ele descobre qualidades particulares que não podemos apreciar" (L.M., 2a parte, Cap. XVI, item 185). E acrescenta: "... apesar da igualdade de condições quanto à potência mediúnica, o Espírito dará preferência a um ou a outro, segundo o gênero de comunicações que deseja transmitir" (L.M., 2a parte, cap. XVI, item 185).

No mesmo item, Kardec lembra que as aptidões do médium em sua vida atual nem sempre são determinantes na definição do conteúdo das mensagens que ele recebe. Assim, poetas podem não conseguir trazer mensagens mediúnicas em forma de poesia, enquanto que outros sem aptidão para conhecimentos científicos podem trazer comunicações sábias. De acordo com Kardec, ocorre o mesmo com o desenho, a música, etc.

Os fatores mais importantes no estabelecimento da ligação mediúnica são outros: os Espíritos "se comunicam dando preferência mais ou menos acentuada a este ou àquele médium, de acordo com as suas simpatias" (L.M., 2a par-:e, Cap. XVI, item 185). As qualidades do médium são essenciais para que haja afinidade entre o médium e espírito comunicante: "é a intenção, o pensamento íntimo, o sentimento mais ou menos louvável de quem interroga o Espírito" (L.M., 2ª parte, Gap. XVI, item 186).

A afinidade é obtida através da sintonia do Espírito com os pensamentos, comportamentos, emoções e palavras emitidos pelo médium costumeiramente. Daí, inferimos a importância do conhecimento evangélico-doutrinário do médium, da sua sinceridade de propósitos, dos tipos de pensamentos que emite no dia-a-dia, do seu interesse pelo desenvolvimento das virtudes e pela eliminação dos defeitos e vícios. Como vimos, nossos pensamentos e emoções impregnam os fluidos, e são os fluidos que nós emitimos que atraem outros fluidos semelhantes, permitindo um maior ou menor equilíbrio do médium.

A semelhança de pensamentos e propósitos (ou intenções) é muito importante para o médium captar os fluidos da espiritualidade. Como os Espíritos se comunican pensamentos e não por palavras, são idéias ou imagen o Espírito emite em ligação com o médium e que capta conforme sua capacidade. Pode haver também maior afinidade entre Espíritos em que haja envolvimento emocional (outras existências, amizade, simpatia, etc.) esse tipo de envolvimento não é essencial para que ocorra a ligação mental.

Sendo assim, o médium iniciante deve buscar estabelecer comunicações com um Espírito determinado, pois "...ocorre, frequentemente, que não seja este que as relações fluídicas se estabeleçam com mais facilidade, por maior simpatia que lhe devote" (L.M., 2a Cap. XVII, item 203 - grifo nosso). Outras questões também influenciam na ligação mediúnica. Entre elas, pode-se citar as condições de aproximação da entidade comunicante. Somente haverá comunicação verdadeiramente mediúnica se houver um Espírito disposto a transmiti-la, e para que os bons Espíritos se manifestem em um trabalho é necessário que o ambiente seja devidamente preparado.

Kardec nos ensina que as reuniões sociais comuns são diferentes das reuniões mediúnicas, e que estas, "para se obterem resultados desejáveis requerem condições especiais" (L.M., 2a parte, Cap. XXIX, item 324). Nisso influirá também o caráter do objetivo da reunião: reuniões para assuntos frívolos atrairão espíritos frívolos; reuniões com objetivos sérios atrairão Espíritos sérios.

O padrão vibratório também é importante entre os fatores que auxiliam a aproximação. O padrão vibratório é consequência dos tipos de fluidos ou pensamentos emitidos no momento do trabalho, e que vão direcionar a sintonia do médium com o Espírito comunicante. Para melhorar o seu padrão vibratório, o médium deverá resguardar-se de pensamentos inferiores pelo menos no dia do trabalho, preparar-se com preces e leituras evangélicas, evitar brigas e desentendimentos, enfim, manter uma conduta irrepreensivel. Daí a importância do "Orai e vigiai" e da "Reforma Intima" como fatores de equilíbrio.

Portanto, o médium desequilibrado dificulta a comunicação com Espíritos, pois com o perispírito desequilibrado, também não é possível estabelecer uma ligação mediúnica plena com a espiritualidade. Podemos também acrescentar a disposição do médium em servir-se de intermediário, sua aceitabilidade. O medo ou a insegurança do médium podem dificultar o intercâmbio mediúnico. O médium deve confiar que a prepa do ambiente e os bons propósitos da reunião atrairão espíritos sérios e bem-intencionados, e deve deixar-se envolver pelos fluidos da entidade comunicante.

Para servir de trumento fiel da espiritualidade, o médium deve praticar a humildade, "calando-se" mentalmente para que o Espírito possa manifestar-se através dele. Contudo, o médium não deve se entregar ao primeiro Espírito que vier, apena; estabelecer um contato mediúnico: A dificuldade encontrada da pela maioria dos médiuns iniciantes é a de ter que com Espíritos inferiores'" (L.M., 2a parte, Cap. XVII, 211 - grifo nosso).

Ainda sobre a passividade, Edgard Armond destaca o papel do médium para a aceitação da ligação perispiritual; ''Natural, pois, e mesmo necessário,, que haja passividade no ato funcional mediúnico e atividade e consciência plenas fora desse ato" (Mediunidade, segunda parte; Cap. 22:

"O Desenvolvimento" - grifo nosso). De acordo com o autor, a passividade desejável não é a nulidade de desejos e decisões, não representa a sujeição do médium ao plano espiritial. O médium não é escravo da espiritualidade, mas deve controlar e disciplinar suas emoções para entregar-se cientemente e com segurança quando for o caso. O próprio Armond adverte quanto ao perigo da extrema passidade: "A passividade cega entrega os médiuns à influência de forças e entidades de todas as classes e esferas, indiscriminadamente, e isso é altamente nocivo" (Mediunidade, 2ª parte - Cap. 22: "O Desenvolvimento").

Todos esses fatores são predisposições necessárias à incorporação. A partir destes pré-requisitos, o circuito mediúnico poderá se completar e o médium poderá transmitir a mensagem do plano espiritual como um verdadeiro intermediário. Podemos concluir lembrando-nos novamente de Kardec, que afirma: "Para que uma comunicação seja boa, é necessário que provenha de um Espírito bom. Para que esse Espírito bom possa transmití-la, é necessário que o objetivo lhe convenha" (L.M. Cap. XVI, item 186)

BIBLIOGRAFIA:

O Livro dos Médiuns - 2ª parte, Cap. XVI ítem 185 - Allan KardecO Livro dos Médiuns - 2ª parte, Cap. XVI item 186 - Allan KardecO Livro dos Médiuns - 2ª parte, Cap. XVII intesn 203-211 - Allan KardecO Livro dos Médiuns - 2ª parte, Cap. XXIX item 324 - Allan Kardec

QUESTIONÁRIO:

A - CONCEITO DE MEDIUNIDADE

1 - Que é mediunidade?2 - Como se classificam os fenômenos mediúnicos?3 - O médium é sempre um Espírito evoluído?4 - Por que se diz que todos os homens são médiuns?5 - A mediunidade existe apenas nos jovens?

B - AFINIDADE, APROXIMAÇÃO, ACEITABILIDADE, INCORPORAÇÃO

1 - O que é afinidade?2 - Qual o fator mais importante, para que seja feita uma ligação mediúnica?3 - O médium deve manter comunicação apenas com um Espírito determinado? Por quê?5 - O que é padrão vibratório? E como conseguir elevá-lo?

C - DESENVOVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

A - PREPARAÇÃO DE AMBIENTE: CONCENTRAÇÃO

PREPARAÇÃO DO AMBIENTE: O treinamento mediúnico em sua parte prática objetiva a manifestação de faculdades psíquicas. Deve-se, então, auxiliar na sua eclosão, orientá-las, ampliá-las, educá-las, etc.. envolvendo providências e ações de natureza intelectual, moral e técnica.

O caráter intelctual é aquele que obriga o médium a instruir-se na Doutrina Espírita, da qual deverá ser um exemplificador e um arauto capacitado e não um agente inculto, que age por fé cega e fanática.

O caráter moral - que é essencial, para se obter êxito na tarefa mediúnica - é aquele que exige evangelização e reforma íntima, para fazer do médium um expoente, assegurar-lhe comunhão permanente com esferas espirituais elevadas e autoridade moral na exemplificação pessoal.

O técnico se refere ao adestramento das faculdades, para que o médium saiba agir com eficiência, adquira flexibilidade mediúnica e autocontrole em todas as circunstâncias.

Faculdades mediúnicas eclodidas sem educação, sem treinamento mediúnico, são como carro desgovernado sujeito a bater no primeiro poste que apareça na frente.

A mediunidade pode ser desenvolvida. Existe todo um processo a ser elaborado pelos participantes que exige esforço, paciência, disciplina, vontade, perseverança, determinação, amor, etc..

A educação mediúnica visa, sobretudo, eliminar vícios ou outros hábitos que, porventura, os futuros trabalhadores possam ter.

É indispensável a preparação prévia do ambiente, local onde serão trabalhadas energias de vários matizes, para a criação de um campo vibratório magnético adequado, que facilite a tarefa dos instrutores, orientadores e protetores espirituais.

Quanto mais homogêneos forem o pensamento, o sentimento e a vontade direcionados para o Bem, mais fácil e proveitosa será a manifestação do Plano Espiritual. Complementa-se a preparação do ambiente propriamente dita, plasmando as proteções fluídicas ao redor do ambiente.

CONCENTRAÇÃO: Concentrar é fixar o pensamento num ponto definido, é focalizar toda a atenção sobre um pensamento, um objeto ou uma ação determinada. De início, a concentração é difícil, pois é necessário lutar contra uma série de obstáculos: pensamentos intrusos, o assédio de impressões de toda ordem e a todo instante.

Concentrar-se não é pensar consecutivamente, é simplesmente ligar-se ao objeto do pensamento, não raciocinando sobre ele. No campo espiritual, a concentração facilita o intercâmbio com o plano espiritual uma vez que o médium fecha sua mente para o plano físico.

2ª AULA

PARTE A - O FLUIDO CÓSMICO (OU UNIVERSAL) E SEUS DERIVADOS

Os Espíritos confirmaram que a mesma matéria elementar é suscetível de passar por todas as modificações e adquirir todas as propriedades, acrescentando ainda que "tudo está em tudo" (L.E., livro I, Cap. 2, perg. 33 ). O fluido universal é a matéria, primitiva. "Ele está colocado entre o Espírito e a matéria" (L.E., livro I, ( perg. 27), exercendo o papel de intermediário, para que o Espírito possa atuar de alguma forma sobre ela. Através dos fluidos, em suas inumeráveis combinações com a matéria, os Espíritos podem produzir uma infinita variedade de coisas. Ele, "sendo o agente de que o Espírito se serve, é o princípio sem o qual a matéria permaneceria em perpétuo estado de dispersão, e não adquiriria jamais as propriedades que a gravidade lhe dá" (L.E., livro I, Cap. 2, perg. 27).

"Como princípio elementar universal, oferece dois estados distintos: o de eterização ou de imponderabilidade, que se pode considerar como o estado normal primitivo, e o de materialização ou de ponderabilidade [...] O intermediário é o da transformação do fluido em tangível; porém, ainda neste assunto, não há uma transição brusca, pois podem-se considerar nossos fluidos imponderáveis como um termo médio entre os dois estados" (GE., Cap. XIV, item 2).

Cada um desses estados dá lugar a fenômenos especiais: os do mundo visível - fenômenos materiais, que são da alçada da ciência propriamente dita - e os do mundo invisível, chamados fenômenos espirituais ou psíquicos - objetivo principal da atenção do Espiritismo. Diz André Luiz que, na criação, do macro ao micro, percebemos as "manifestações da Eterna Sabedoria que mobiliza agentes incontáveis para a estruturação de sistemas e formas, em variedade infinita de graus e fases, e entre o infinitamente pequeno e o infinitamente grande surge a inteligência humana, dotada igualmente da faculdade de mentalizar e co-criar empalmando, para isso, recursos intrínsecos à vida ambiente". (Mecanismos da mediunidade, Cap. IV, pág. 43).

É onde os poderes do Espírito se manifestam. Das inumeráveis modificações do fluido universal surge o chamado fluido elétrico, ou fluido elétrico animalizado, fluido magnético, princípio ou fluido vital, etc... "O perispírito, ou corpo fluídico dos Espíritos, é um dos produtos mais importantes do fluido cósmico; é uma condensação desse fluido em torno de um foco inteligente ou alma" (GE, Cap. XIV, item 7).

Como "os Espíritos extraem o seu perispírito do ambiente em que se encontram, o que quer dizer que esse envoltório é formado de fluidos ambientais; daí resulta que os elementos constitutivos do perispírito devem variar segundo os mundos (GE, Cap. XIV, item 8).

É por isso que a constituição íntima do perispírito não é idêntica em todos os Espíritos encarnados ou desencarnados. Com a evolução moral do Espírito, seu perispírito se modifica em cada encarnação, tornando-se mais sutil e eterizado. O princípio ou fluido vital é a causa da animalização da matéria. Pode-se dizer que ele é efeito e causa, pois, "a vida é um efeito produzido pela ação de um agente sobre a matéria. Esse agente, sem a matéria, não é vida, da mesma forma que a matéria não pode viver sem ele. É ele que dá vida a todos os seres, que o absorvem e assimilam" (LE, livro I, Cap. 4, perg. 62 e 63).

A vitalidade, portanto, é uma propriedade especial da matéria universal, devida a certas modificações desta. Não é um atributo permanente do agente vital, mas se desenvolve com o corpo. É necessária a união entre ambos para produzir a vida. Pode-se dizer que a vitalidade permanece latente, enquanto que o agente vital ainda não se uniu ao corpo.

"O conjunto dos órgãos constitui uma espécie de mecanismo, impulsionado pela atividade íntima ou princípio vital que neles existe. O princípio vital é a força motriz dos corpos orgânicos. Ao mesmo tempo que o agente vital impulsiona os órgãos, a ação destes entretém e desenvolve o agente vital, mais ou menos como o atrito produz o calor" (LE, livro i, Cap. 4, comentário de Kardec na perg. 67a).

Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, manipulando-os por meio do pensamento e da vontade. "Pelo pensamento, eles imprimem a tais fluidos esta ou aquela direção; eles os aglomeram, os combinam ou os

dispersam; com eles formam conjuntos que tenham uma aparência, uma forma, uma cor determinadas; mudam suas propriedades (...) É a grande oficina ou laboratório, da vida espiritual (...) basta o Espírito pensar numa coisa para que tal coisa se produza, assim como basta modular uma ária para que a música repercuta na atmosfera" (GE, Cap. XIV, item 14).

O pensamento dos Espíritos pode, pois, modificar as propriedades dos fluidos, e esta ação gera consequências de uma importância direta e capital para os encarnados. Os fluidos, originalmente neutros, ao se tornarem veículo do pensamento, ficam impregnados das qualidades boas ou más dos pensamentos que os põem em vibração. Segundo tais circunstâncias, estas qualidades são temporárias ou permanentes, os que os tornam mais especialmente próprios para a produção de determinados efeitos.

Sob o aspecto moral, os fluidos trazem o cunho dos sentimentos exteriorizados de ódio, inveja, ciúme, orgulho, egoísmo, violência, hipocrisia, bondade, benevolência, amor, caridade, doçura, etc.. Com respeito ao lado físico, são excitantes, calmantes, penetrantes, adstringentes, irritantes, suavizantes, soporíferos, narcóticos, tóxicos, reparadores, expulsores, etc...

O quadro dos fluidos seria, pois, o de todas as paixões, virtudes e vícios da humanidade, e os das propriedades da matéria correspondentes aos efeitos que produzem. O perispírito desempenha um papel preponderante no organismo, pois, por sua expansão, põe o Espírito encarnado em comunicação mais direta com os Espíritos livres e com outros encarnados. Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade. Esses fluidos têm sobre o perispírito uma ação direta, quando este, por expansão e por irradiação, mistura-se com eles. É, portanto, necessário que haja sintonia vibratória.

O perispírito, por sua vez, age sobre o organismo material com o qual está em contato molecular. Se os eflúvios forem de natureza boa, o corpo sente uma impressão salutar. Se forem maus, a impressão é penosa. Se os fluidos maus forem permanentes e fortes, poderão determinar perturbações físicas. Ambientes desajustados estão impregnados de maus fluidos, que são absorvidos pelo perispírito, assim como miasmas pestilentos são absorvidos pelo corpo físico.

Não podemos esquecer que a irradiação fluídica, quer seja expressa através de palavras, de ações, ou não, nem por isso deixa de existir, e atua sempre no meio onde é produzida. O pensamento produz um tipo de efeito físico que reage sobre o moral. O homem o sente instintivamente, visto que procura as reuniões homogêneas e simpáticas, nas quais encontrará novas forças morais.

Como, pois, evitar a influência dos maus? O meio é muito simples, pois depende da própria pessoa. Os fluidos se unem devido à similitude de suas naturezas. Fluidos dissemelhantes se repelem. Há incompatibilidade entre os bons e maus fluidos. À invasão dos maus fluidos é preciso, pois, oporem-se os bons fluidos. E, como cada um tem no próprio perispírito uma fonte fluídica permanente, carrega consigo mesmo o remédio, criando forças repulsoras às más influências.

O perispírito é, portanto, uma couraça à qual é mister que se dê a melhor têmpera possível. As qualidades do perispírito são proporcionais às da

alma. É, então, necessário trabalhar pelo melhoramento próprio, porquanto são as imperfeições da alma que atraem os maus fluidos.

PARTE B - ATRAÇÃO E REPULSÃO

Kardec deixa claro a importância do pensamento em nossas vidas: "Possuímos em nós mesmos, pelo pensamento e a vontade, um poder de ação que se estende muito além dos limites de nossa esfera corpórea" (LE, Livro III, Parte, IV, nota de Kardec à questão 662). São os nossos sentimentos e pensamentos que nos colocam em sintonia com os Espíritos, daí a importância de vigiarmos nossos pensamentos para que possamos atrair bons Espíritos e repelirmos os Espíritos inferiores mal-intencionados.

"Os bons Espíritos simpatizam com os homens de bem, ou suscetíveis de se melhorar; os Espíritos inferiores, com os homens viciosos ou que podem viciar-se; daí o seu apego, resultante de semelhança de sensações" (LE, Livro II, Cap. IX, parte V, questão 484).

Kardec perguntou aos Espíritos se o homem pode se afastar da influência dos Espíritos que o incitam ao mal, e obteve como resposta: "Sim, porque eles só se ligam aos que os solicitam por seus desejos ou os atraem por seus pensamentos". (LE, Livro II, Cap. IX, parte I, questão 467).

Emmanuel nos explica: "Precisamos compreender (...) que os nossos pensamentos são forças, imagens, coisas e criações visíveis e tangíveis no campo espiritual. "Atraímos companheiros e recursos, de conformidade com a natureza de nossas idéias, aspirações, invocações e apelos. "Energia viva, o pensamento desloca, em torno de nós, forças sutis, construindo paisagens ou formas e criando centros magnéticos ou ondas, com os quais emitimos a nossa atuação ou recebemos a atuação dos outros (...).

"Mentes enfermiças e perturbadas assimilam as correntes desordenadas do desequilíbrio, enquanto que a boa vontade e a boa intenção acumulam os valores do bem" (Emmanuel em Roteiro, cap. 28, "Sintonia", pag. 120). "Se o homem pudesse contemplar com os próprios olhos as correntes de pensamento, reconheceria, de pronto, que todos vivemos em regime de comunhão, segundo os princípios de afinidade".

"A associação mora em todas as coisas, preside a todos os acontecimentos e comanda a existência de todos os seres (...) "Assimilamos os pensamentos daqueles que pensam como pensamos. É que sentindo, mentalizando, falando ou agindo, sintonizamo-nos com as emoções e idéias de todas as pessoas, encarnadas ou desencarnadas, da nossa faixa de simpatia. Estamos invariavelmente atraindo ou repelindo recursos mentais que se agregam aos nossos, fortificando-nos para o bem ou para o mal, segundo a direção que escolhemos (...).

"O desejo é a alavanca de nosso sentimento, gerando a energia que consumimos, segundo a nossa vontade. Quando nos detemos nos defeitos e faltas dos outros, o espelho de nossa mente reflete-os de imediato, como que absorvendo as imagens deprimentes de que se constituem, pondo-se nossa imaginação a digerir essa espécie de alimento, que mais tarde se incorpora aos tecidos sutis da alma" (Emmanuel em Pensamento e Vida, cap. 8, pág. 39).

"Os médiuns, em qualquer região da vida, filtros que são de rogativas e respostas, precisam, pois, acordar para a realidade de que viveremos sempre em companhia daqueles que buscamos, de vez que, por toda parte, respiramos ajustados ao nosso campo de atração" (Emmanuel em Roteiro, cap. 35 "Entre as Forças Comuns", pg. 150).

Muitos dos que se perdem nos desvios do caminho, enveredendo nas zonas escuras dos excessos, exclamam que atendem às fatalidades do mundo, mas amanhã estarão com Jesus. Continua aquele Educador Espiritual: "Todos os aprendizes dessa classe desconhecem que a vida em Cristo é equilíbrio justo, encarnando-lhe os sentimentos e os desígnios em todas as linhas do serviço terrestre" (Vinha de Luz, lição 148).

O mesmo autor espiritual completa seu pensamento em outra lição: "Dia surge, porém, no qual o homem reconhece a grandeza do templo vivo em que se demora no mundo e suplica o retorno a ele, como trabalhador faminto de renovação, que necessita de adequado instrumento à conquista do abençoado salário do progresso moral para a suspirada ascensão às Esferas Divinas" (Emmanuel Roteiro, cap. 3, "O Santuário Sublime", pág. 21).

Conforme os próprios Espíritos, a lei de atração e repulsão que rege da estrutura atômica a todo Universo, nada mais é que uma modalidade da lei maior: "Amai-vos uns aos outros, eis a lei divina, lei pela qual Deus governa os mundos. O amor é a lei de atração para os seres vivos e ironizados, e a atraçao é a lei do amor para a matéria orgânica" (LE, livro III, Cap. XI, parte III, questão 888). E' portanto a lei de amor, a lei maior, conforme Jesus nos ensinou, um guia para a nossa evolução, quando nos leva a amar ao próximo cada vez mais.

BIBLIOGRAFIA:

Pensamento e vida - cap. 8 - EmmanuelRoteiro - Cap. 28 - EmmanuelO Livro dos Espíritos - Livro III - questão 662 - Allan KardecO Livro dos Espíritos - Livro II - questão 484 - Allan KardecO Livro dos Espíritos - Livro III - questão 467 - Allan Kardec

QUESTIONÁRIO:

A - O FLUÍDO CÓSMICO OU UNIVERSAL E SEUS DERIVADOS:

1 - Que quer dizer "tudo está em tudo"?

2 - O que é fluido universal?

3 - Quais os dois estados dos fluídos? Explique cada um deles.

4 - O que é Princípio Vital?

5 - De que forma os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais?

B - ATRAÇÃO E REPULSÃO

1 - O que significa "Orar e Vigiar"?

2 - De que maneira o homem pode afastar-se da influência dos Espíritos Inferiores?

3 - Como Emmanuel explica o "pensamento"?

4 - O que quer dizer "Vivemos em companhia daqueles que buscamos"?

5 - O que representa "a vida em Cristo"?

PARTE C - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

PREPARAÇÃO DE AMBIENTE.

CONCENTRAÇÃO

IDEM Á AULA ANTERIOR

3ª. AULA

PARTE A - O MÉDIUM, SUA SENSIBILIDADE, DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO

Kardec inicia O Livro dos Médiuns com a seguinte observação: "muito natural o desejo dos que se dedicam ao Espiritismo, de entrarem pessoalmente em comunicação com os Espíritos" (E.M., "Introdução"); e complementa, expressando um de seus objetivos: "... indicar os meios de desenvolvimento da mediunidade em quem a possui, segundo as possibilidades de cada um, e sobretudo orienta o seu emprego de maneira proveitosa".

Tentando definir mediunidade, poder-se-ia interpretá-la como uma faculdade humana, natural, através da qual se estabelecem relações entre os homens e os Espíritos -sendo o médium o intermediário entre os dois planos. Discutindo sobre a inspiração, Kardec diz que "recebemos a inspiração dos Espíritos para o bem e para o mal [...] Nesse sentido pode-se dizer que todos são médiuns, pois não há quem não tenha os seus Espíritos protetores e familiares, que tudo fazem para transmitir bons pensamentos aos seus protegidos" (L.M., 2° parte, Cap. XV, item 182).

Ainda sobre a mediunidade de inspiração, Kardec coloca que "trata-se de uma variedade da intuitiva" (L.M., 2° parte, Cap. XV, item 182), o que nos permite afirmar que a intuição é a base de todas as mediunidades. Embora a mediunidade apresente um caráter específico em cada médium, Kardec ressalta a existência de pontos em comum, como a "capacidade de sentir a presença dos Espíritos, por uma vaga impressão, uma espécie de arrepio geral que elas mesmas não sabem o que seja. Esta variedade não apresenta caráter bem definido. Todos os médiuns são necessariamente impressionáveis, de maneira que a impressionabilidade é antes uma qualidade geral do que específica: é a faculdade rudimentar indispensável ao desenvolvimento de todas as outras" (L.M., 2a parte, Cap. XIV, item 164).

Acrescenta que "essa faculdade se desenvolve com o hábito e pode atingir uma sutileza que a pessoa dotada conhece, pela sensação recebida, não só a natureza boa ou má do Espírito que se aproximou, mas também a sua

"idividualidade..." (L.M., 2a parte, Cap. XIV, item 164). Quando Kardec coloca que a mediunidade "se relaciona com predisposições orgânicas" (veja L.M., 2a parte, Cap. XVII, item 209 e cap. XX, item 226, 1a questão), está se referindo à capacidade de expansão entre o perispírito e o corpo físico: "O desenvolvimento da faculdade mediúnica da natureza mais ou menos expansível do perispírito do médium e da assimilação deste mais ou menos fácil com o dos Espíritos" (O.P, "Manifestações dos Espíritos", parágrafo 6, n.° 34).

O desenvolvimento mediúnico propriamente dito ocorre quando o médium amplia a sua sensibilidade, voltando-a em direção às percepções originadas no plano espiritual. Já a educação mediúnica, objetiva transformar individualmente o médium, preparando-o para intervir positivamente na sociedade contribuindo para o progresso cultural da Humanidade e para o seu próprio aperfeiçoamento espiritual, Assim, a mediunidade é uma faculdade que poderá ser estudada, conhecida com uma profundidade maior, vivenciada na prática - sob o controle e intensidade devidamente dosados através das aulas práticas -, e treinada para um uso disciplinado.

O aperfeiçoamento da faculdade leva à ampliação de suas possibilidades de uso, embora dentro das capacidades inerentes a cada um. Desenvolver e educar são, portanto, processos paralelos e interagentes, dois aspectos principais da ampliação consciente das potencialidades do homem. Kardec ressalta que não há sinais físicos, não há fórmula sacramental ou "ginástica física" para diagnosticar o tipo de mediunidade ou desenvolvê-la. Do mesmo modo, "a fé não é condição obrigatória para o iniciante. Ela secunda os esforços, não há dúvida, mas não é indispensável. A pureza de intenção, o desejo e a boa vontade bastam" (L.M., 2a parte, Cap. XVII, item - 209).

O médium iniciante também não deve preocupar-se com a interferência de seu próprio pensamento numa comunicação mediúnica. Se o médium não for mecânico: ... não deve hesitar em escrever o primeiro pensamento que lhe for sugerido, nem inquietar-se se é dele ou de outro: a experiência lhe ensinará a fazer distinção (...) Dissemos acima que há casos nos quais é indiferente saber se o pensamento provém do médium ou de um Espírito. Isso acontece, sobretudo, quando um médium puramente intuitivo ou inspirado realiza por si mesmo um trabalho de imaginação. Pouco importa que então se atribua um pensamento que lhe foi sugerido. Se boas idéias lhe ocorrem, que as agradeça ao seu bom gênio, e lhe sugerirá outras. Essa é a inspiração dos poetas, dos filósofos e dos cientistas" (L.M., 2a parte, Cap. XVII, item 215).

Sobre os médiuns intuitivos, Kardec aleita que pode reconhecer o pensamento que lhe é sugerido pelo Espírito "pela razão de não ser jamais preconcebido, surgindo na proporção em que escreve, e muitas vezes ser mesmo contrário à idéia que se formara a respeito do assunto" (L.M., 2a parte, Cap. XV, item 181). Discorrendo sobre o desenvolvimento da psicografïa, Kardec define alguns aspectos essenciais para serem utilizados na formação segura de todos os tipos de mediunidade:

* Elevação moral: "A primeira precaução é armar-se o médium de uma fé sincera, sob a proteção de Deus, pedindo assistência de seu anjo guardião. Este é sempre bom, enquanto os Espíritos familiares, simpatizando com as boas ou más qualidades do médium, podem ser levianos ou até mesmo maus" (L.M., 2a parte, Cap. XVII, item 211); e complementa: "... a evocação deve sempre ser feita em nome de Deus" (L.M., 2a parte, Cap. XVII, item 203).

* Conhecimento: "A segundo precaução é dedicar-se com um escrupuloso cuidado a reconhecer, por todos os indícios que a experiência oferece, a natureza dos primeiros Espíritos comunicantes [...] eis porque o estudo prévio da teoria é indispensável " (L.M., 2a parte, Cap. XVII, item 211).

* Concentração: "Mais importante a se observar, do que a maneira de fazer o apelo, é a calma e o recolhimento que se deve ter, juntos a um desejo ardente e uma firme vontade de êxito. Por vontade, não entendemos aqui uma desejo efêmero e inconsequente, a cada minuto interrompido por outras preocupações; mas uma vontade séria, perseverante, e sustentada sem impaciência nem ansiedade. O recolhimento é favorecido pela solidão, pelo silêncio e o afastamento de tudo o que possa causar distrações" (L.M., 2a parte, Cap. XVII, item 204 ).

* Mentores: "O concurso de um guia experimentado, é também muito útil, e algumas vezes [...] seu papel é de um professor..." (L.M., 2a parte, Cap. XVII, item 206).

* Grupos: "Um outro meio que pode também contribuir poderosamente para o desenvolvimento da faculdade consiste em reunir um certo número de pessoas, todas animadas do mesmo desejo e da mesma intenção. Todas, guardando absoluto silêncio, num recolhimento religioso... Uma delas pode também fazer, sem designação especial e por todos os membros da reunião, um apelo geral aos Espíritos bons..." (L.M., 2a parte, Cap. XVII, irem 207), com intenções e força aumentadas pelo concurso magnético do conjunto.

Quanto ao médium desenvolvido, "seria um grande erro de sua parte considerar-se dispensado de novas instruções. Ele só teria vencido uma resistência material, e é então que começam as verdadeiras dificuldades. Mais do que nunca necessitará dos conselhos da prudência e da experiência, se não quiser cair nas mil armadilhas que lhe serão preparadas. Se quiser voar muito cedo com suas próprias asas, não tardará em ser enganado pelos Espíritos mentirosos que procurarão explorar-lhe a presunção" (L.M., 2a parte, Cap. XVII, item 216).

"Uma vez desenvolvida a faculdade, o essencial para o médium é não abusar dela [...] E' conveniente, portanto, que só a utilizem nos momentos oportunos, e não a todo instante. Os Espíritos não estão constantemente às suas ordens e eles correm o risco de serem enganados pelos mistificadores. É bom escolherem dias e horas determinados para a prática mediúnica, de maneira a se prepararem com maior recolhimento, e para que os Espíritos que desejam comunicar-se estejam prevenidos e também se coloquem em melhores disposições" (L.M., 2a parte, Cap. XVII, item 217).

Quanto ao médium iniciante, André Luiz complementa: "Quanto mais se lhe acentuem o aperfeiçoamento e a abnegação, a cultura e o desinteresse, mais se lhe sutilizam os pensamentos, e, com isso, mais se lhe aguçam as percepções mediúnicas, que se elevam a maior demonstração de serviço, de acordo com as suas disposições individuais" (Mecanismos da Mediunidade, Cap. XVIII, pág. 133).

Bibliografia:

Roteiro Cap. 36 - EmmanuelMissionários da, Luz Cap. 3 - André LuizO Livro dos Médiuns 2.° Parte Cap. XV, XIV, XVII, XXMecanismos da Mediunidade Cap. XVIII

PARTE B - EVANGELIZAÇÃO DO MÉDIUM

Explica-nos Emmanuel, que "a mediunidade é aquela luz que seria derramada sobre toda carne e prometida pelo Divino Mestre aos tempos do Consolador" (O Consolador, perg. 382). Vimos também que o atributo do Espírito, patrimônio da alma imortal e elemento renovador da posição moral da criatura terrena, por isso todos são médiuns das forças invisíveis.

Sabemos que todos possuem a faculdade mediúnica em maior ou menor grau, porque a origem humana é a mesma, tem a mesma constituição orgânica e caminha para o mesmo fim. A doutrina espírita esclarece que a morte física não expressa sublimação; é apenas passagem de um plano para outro. Não se pode, assim, admitir que o desenvolvimento mediúnico constitua por si só, credencial de superioridade, mas sim um meio para melhor servir. Daí, a necessidade do aprimoramento pessoal como condição primária de êxito, em qualquer tarefa de intercâmbio.

Mas é necessário reconhecer que na esfera da mediunidade, cada servidor se reveste de características próprias. O conteúdo sofrerá sempre a influenciação do entendimento e vocabulário do médium. Essa é a lei de intercâmbio. Mediunidade, pois, para o serviço das revelações espirituais, reclama estudo constante, perseverança, determinação e devotamento ao bem para o indispensável enriquecimento em ciência e virtude. Sendo assim, o Evangelho é poderoso auxiliar no desenvolvimento mediúnico.

A REFORMA ÍNTIMA, sua pedra de toque. E é na oração e na humildade que o médium alcançará maiores bênçãos e refazimento. "Algumas pessoas, impacientes com o seu desenvolvimento mediúnico, que acham muito lento, lembram-se de pedir o auxílio de qualquer Espírito, mesmo que seja mau, contando mandá-lo embora depois [...] Sabemos das que foram punidas em sua presunção, julgando-se fortes para afastá-los à vontade, por anos de obsessão de toda espécie, pelas mistificações mais ridículas, por uma fascinação tenaz, ou mesmo por desastres materiais e pelas mais cruéis decepções" (L.M., 2a parte, Cap. XIV, item 212).

O benfeitor espiritual é o mensageiro das revelações do conhecimento da vida maior, no inter-relacionamento com o mundo corpóreo. O homem é o veículo de sua presença e intervenção. Não podemos esquecer que o serviço do bem exige esforço e boa vontade, vigilância e compreensão daquele que o executa, a fim de que cresça e beneficie a todos; porém, se o médium se encontra mergulhado no desespero ou no desalento, na indisciplina ou no abuso, como desempenhar a função de intermediário das mensagens e revelações?

Diz André Luiz: "cada mente é verdadeiro mundo de emissão e recepção, e cada qual atrai os que se lhe assemelham". Assim, o bom médium é aquele que está disposto a servir sem exigências, e a sua dotação mediúnica se revela pela apurada sensibilidade espiritual, acompanhada de uma melhor disposição física que facilite registrar a presença dos Espíritos. O desenvolvimento mediúnico se dá ao longo da vida, naturalmente. Na criatura com tarefas dentro do campo da mediunidade, desde logo aparecem os sinais no seu caminho. Preparado o médium, o serviço aparece.

O médium espírita é um ser humano como qualquer outro, sem maiores méritos ou prerrogativas adicionais; o que deve diferenciá-lo dos demais é

o seu esforço em se moralizar. Suas obrigações sociais não podem ser menosprezadas: cuidar da família e da própria subsistência, é um princípio de vida digna. Deve acautelar-se contra a lisonja e os elogios de ordem pessoal, evitar os agradecimentos, pagamentos ou retribuições por qualquer prestação de serviço caritativo. Fazer o bem pelo simples prazer de o praticar e ter como lema: "fora da caridade não há salvação".

Diz Emmanuel (Roteiro - lição 36) que "a bondade e o entendimento para com todos representam o roteiro único para crescermos em aprimoramento dos dons psíquicos de que somos portadores, de modo a assimilarmos as correntes santifícantes dos planos superiores, em marcha para a consciência cósmica".

Recomenda-se, por fim, a leitura e meditação de "História do médium", contida em Novas Mensagens do Espírito Humberto de Campos, psicografado por Francisco Cândido Xavier.

Questionário

A - O MÉDIUM, SUA SENSIBILIDADE, DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO

1 - O que significa "todos são médiuns"?

2 - Como se distingue um bom médium?

3 - Deve-se forçar o desenvolvimento da mediunidade?

4 - Qual o objetivo da "educação mediúnica"?

5 - Quais os aspectos mais importantes e essenciais na formação segura de todos os tipos de mediunidade?

B - EVANGELIZAÇÃO DO MÉDIUM

1 - O desenvolvimento mediúnico, constitui credencial de Superioridade?

2 - O que é exigido para um bom desenvolvimento mediúnico?

3 - O que é exigido no serviço do bem?

4 - Como André Luiz explica a mente?

5 - O que é o "médium espírita"?

PARTE C - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

AS CINCO FASES. 1ª FASE: PERCEPÇÃO DE FLUÍDOS

A parte prática do treinamento mediúnico é composta de cinco fases. No primeiro ano do Curso de Educação Mediúnica, as cinco fases são desenvolvidas separadamente para que o aluno tenha um melhor aproveitamento.

O método das cinco fases é utilizado há muitos anos pela Federação Espírita do Estado de São Paulo e preenche todas as necessidades do desenvolvimento mediúnico.

As cinco fases são compostas e divididas da seguinte maneira:

1 - Percepção de fluidos;

2 - Aproximação;

3 - Contato;

4 - Envolvimento;

5 - Manifestação.

As fases podem ser decoradas pela sigla PACEM.

Percepção de fluidos - 1ª fase

Os Instrutores Espirituais estudam o médium, anotam os pontos sensíveis e medem a sensibilidade de cada um. Quando o dirigente encarnado pede a colaboração dos Espíritos, eles projetam um jato de fluido sobre esses pontos e o médium pode sentir a projeção. Se o médium não sentir a projeção, é porque não possui mediunidade em condições de desenvolvimento ou esta se encontra embotada face a três fatores:

a - Físico

b - Mental

c - Espiritual.

FÍSICO: quando há bloqueio de energia pelos vícios do fumo, álcool, gula, sexo desajustado, drogas ou outros.

MENTAL: quando o médium sente medo, insegurança, incerteza, ansiedade ou impaciência. É confiando no orientador e no Instrutor Espiritual, que o médium vai perceber ou sentir os fluidos.

O fator espiritual decorre do envolvimento espiritual quando o médium pode ficar com seu campo físico e mental sem qualquer reação à projeção dos fluidos.

Se estiver em condições favoráveis, o médium sentirá ou perceberá a projeção dos fluidos que podem ser: frios, quentes, suaves, sutis ou pesados a exemplo de brisa, ar frio ou quente, etc..

Para que o médium com algum bloqueio possa perceber os fluidos, é necessário refletir, observar a causa e eliminá-la.

4ª. AULA

PARTE A - ESPÍRITO - PERISPÍRITO - CORPO FÍSICO

Repassando os tempos de evolução da História, percebemos que a vida era entendida, na Antiguidade, milhares de anos atrás, como a expressão do conjunto matéria-espírito. Neste passado distante, os antigos já

desenvolviam a união do corpo e do Espírito como um fato certo. Pode-se ver isto no Bhagavad Gita, A Mensagem do Mestre, em O Livro dos Monos do antigo Egito, no Bardo Todol, chamado o livro dos mortos tibetano, e no Segredo da Flor de Ouro, dos chineses.

O povo judeu também desenvolveu o mesmo princípio, e o Velho Testamento está repassado das idéias de comunhão espírito-matéria. O próprio mito da criação, no primeiro livro do Pentateuco, atribuído a Moisés, diz que Deus "insuflou em suas narinas um hálito de vida e o homem se tornou um ser vivente" (Gênesis, cap. 2, versículo 7). Paulo se utiliza da simbologia para estabelecer a relação espírito-matéria, chamando "Adão foi feito alma vivente; o ultimo Adão tornou-se espírito que dá a vida", e completa: "E, assim como trouxemos a imagem do homem terrestre, assim também traremos a imagem do homem celeste". E ainda: "Eis que vos dou a conhecer um mistério: nem todos morreremos, mas todos seremos transformados" (I Epístola aos Coríntios, cap. 15, versículos 45, 49 e 51).

Os estudos desenvolvidos por Plotino e os neoplatônicos foram condenados. Acreditavam que "todas as propriedades físicas, mesmo a magnitude, são simples projeções da Alma sobre uma matéria não-diferenciada" (Dicionário de Filosofia, de Thomas Ransom Giles, verbete Plotino"). O resultado foi que o Cristianismo colocou o plano material e o plano espiritual em territórios estanques, sem nenhuma possibilidade de comunhão entre eles e, como traço-união, criou o purgatório, chamando feitiçaria a qualquer tentativa de inter-relação espírito-matéria. Com o Espiritismo vieram as explicações mais racionais sobre o fenômeno da Grande Vida.

ESPÍRITO:

O Livro dos Espíritos, desdobrando o mundo espírita aos olhos do homem, define os Espíritos como sendo "os seres inteligentes da criação" (L.E., Livro II, Cap. l, perg. 76), que "são individualizações do princípio inteligente, como os corpos são individualizações do princípio material" (L.E., Livro II, cap. l, perg. 79), e que são criados por Deus permanentemente, sem forma definida, para os encarnados, que se apresentam ao mundo espiritual como "uma chama, um clarão ou uma centelha etérea" (L.E., Livro II, Cap. l, perg. 88). Todos são criados iguais e dotados de faculdades a serem desenvolvidas através das experiências reencarnatórias, que levam ao progresso da Humanidade.

Em A Gênese, Kardec externa mais claramente o seu pensamento e separa o princípio espiritual do princípio vital e do próprio elemento cósmico universal (Cap. XI, item 5), afirmando depois que o "Espírito não chega a receber a iluminação divina que lhe dá, ao mesmo tempo que o livre-arbítrio e a consciência, a noção de seus altos destinos, sem ter passado pela série, divinamente fatal, dos seres inferiores, entre os quais se elabora, lentamente, a obra de sua individualidade; é somente a partir do dia em que o Senhor imprime sobre sua fronte seu augusto tipo, que o Espírito toma lugar entre as humanidades" (GE., Cap. VI, item 19).

PERISPÍRITO

Como corpo fluídico dos Espíritos, é o laço que prende a alma ao corpo, envoltório formado de fluidos ambientes. Afirma Kardec (GE., Cap. XIV, itens 7 e 8) que o "corpo fluídico dos Espíritos é um dos produtos mais importantes do fluido cósmico" e diz que o corpo físico também dele se origina, apenas que mais condensado e transformado em matéria tangível.

Como vimos no capítulo anterior, planetas mais evoluídos terão matéria mais sutil e, portanto, cada planeta fornecerá elementos de sua própria natureza para a estruturação dos corpos, e os Espíritos comporão seus perispíritos de forma mais quintessenciada. Em contrapartida, em mundos mais primitivos, os perispíritos serão mais grosseiros.

A função do perispírito, como laço fluídico, é ligar, na encarnação, o Espírito ao corpo físico. Na morte deste, quando deixa de absorver o fluido vital, desfaz-se essa união. Assim, conclui Kardec, "não é a partida do Espírito que causa a morte do corpo, mas a morte do corpo que causa a partida do Espírito" (GE., Cap. XI, item 18).

O perispírito é o traço de união entre a vida corporal e a vida espiritual; é por ele que o Espírito encarnado está em contínua relação com os Espíritos; é por ele enfim, que se realizam no homem fenômenos especiais que não têm a sua causa originária na matéria tangível, e que, por esta razão, parecem ser sobrenaturais'" (GE., Cap. 14, item 22).

CORPO FÍSICO

O corpo físico é o reflexo do corpo espiritual, e este "retrata em si mesmo o corpo mental que lhe preside a formação" (André Luiz, em Evolução em Dois Mundos, Cap. II, pág. 24). O corpo do homem é um organismo aperfeiçoado através de longa evolução. Seus órgãos foram adaptados, para executarem tarefas que só competem à espécie humana. Essa evolução não se fez ao acaso, nem só pelas leis biológicas, mas obedecendo a uma orientação do plano maior. Assim, o encarnado possui todas as possibilidades de atuação no seu corpo físico.

No corpo físico atuam, desde seus próprios atos reflexos, até os processos intelectuais. O Espírito está em constante interação com o corpo físico, e recebe através dele as mais variadas impressões, pelos órgãos dos sentidos. O corpo humano é formado através da união de elementos chamados células, que variam em forma e tamanho e são constituídas de três partes: membrana, citoplasma e núcleo. Em biologia, entendemos a sua importância para o corpo físico através das seguintes proposições:

1) Toda a vida vegetal e animal são formadas através de células. Elas são a unidade de estruturação de todos os seres unicelulares e pluricelulares.

2) As células são a sede de todas as reações metabólicas de um organismo.

3) As células se originam, unicamente, de células preexistentes. E a biogênese (desenvolvimento da vida). Um organismo pluricelular cresce pela duplicação de suas células individuais. Não há geração espontânea.A célula contém os genes, material que abriga um código que assegura a continuidade da espécie de uma geração celular à geração seguinte (Estudo de Biologia, de Baker e Allen). As células recebem alimento nutritivo do meio exterior, incorpora-os à sua substância e elimina todas as substâncias inúteis ou tóxicas. Estas funções de assimilação e eliminação é que constituem o metabolismo celular.

Diz André Luiz que as células "articulam-se de múltiplas formas, adaptando-se às funções que lhes competem [...] à maneira de peças eletromagnéticas inteligentes, em máquinas eletromagnéticas superinteligentes, atendendo com precisão matemática aos apelos da mente [...] Como tijolos numa obra de alvenaria, as células são compelidas à disciplina perante a idéia orientadora que as associa e governa". (Evolução em Dois Mundos, Cap. V).

Elas se reúnem para formar os tecidos (agrupamentos de células semelhantes), que compõem os órgãos. Temos os seguintes tecidos: o epitclial, que serve para revestir as superfícies externas do corpo (pele) e internas (mucosa) ou para produzir secreções. O conjuntivo, que serve para preencher os espaços entre os órgãos, podendo apresentar-se sob diferentes condições, como cartilaginosos ósseo e adiposo. O sanguíneo ou heinatopoiético, formado pelos glóbulos vermelhos ou hemácias (que transportam o oxigênio às células do corpo todo); pelos glóbulos brancos ou leucócitos (que são os elementos de defesa do organismo contra as infecções); e pelas plaquetas (que têm papel na coagulação do sangue).

O muscular, formado pelos músculos, que são de três tipos: estriado (responsável pelos movimentos voluntários); liso (forma as partes do estômago, intestino, bexiga, etc.), que funciona independentemente da vontade; e o miocárdio (forma o coração). O tecido nervoso é altamente diferenciado, com funções complexas e extremamente delicadas. O seu elemento básico é o neurônio ou célula nervosa.

Cada órgão é formado por um ou mais tipos de tecidos, que realizam funções definidas no corpo humano. Um conjunto de órgãos que executa um mesmo tipo de trabalho, constitui um sistema ou um aparelho, que é responsável por determinadas funções do organismo.Temos os seguintes sistemas:

1) Sistema digestivo, que transforma o alimento ingerido em nutrientes e substâncias básicas à vida que serão absorvidas pela digestão. Proporciona também a eliminados resíduos resultantes desse processo através da excreção.

2) Sistema circulatório, que tem por objetivo levar oxigênio, alimentos e hormônios a todas as células e delas trazer resíduos, ou seja, gás carbônico, uréia e outros produtos de excreção.

3) Sistema respiratório, que é um processo de trocas de gases entre o indivíduo e o meio ambiente que tem como objetivo a absorção de oxigênio e a eliminação de gás carbônico.

4) Sistema urinário ou uro-genital, que constitui-se de sistema urinário e sistema genital ou reprodutor. O primeiro trata da excreção de substâncias tóxicas através da urina. O segundo é o responsável pela reprodução humana e diferencia-se no corpo masculino e feminino.

5) Sistema- tegumentar e esquelético-muscular. O primeiro trabalha com o recobrimento, proteção e trocas de substâncias do organismo com o meio externo.

6) Sistema, endócrino, que colabora na regulação do trabalho de todos os órgãos, juntamente com o sistema nervoso, controlando ò metabolismo geral do organismo.

7) Sistema nervoso, que é um conjunto de estruturas muito complexas, que controlam e dirigem todas as funções do corpo orgânico. Anatomicamente divide-se em sistema nervoso central, e sistema nervoso periférico. Uma parte do sistema nervoso controla as funções de relação - que são as atividades conscientes -, chama-se cérebro-espinhal; enquanto outra parte controla as funções de vida vegetativa ou o funcionamento interno dos órgãos, denominando-se sistema nervoso autônomo ou vago-simpático.

Bibliografia:

I Epístola aos CoríntiosO Livro dos Espíritos - Allan KardecA Gênese - Allan KardecEvolução em Dois Mundos - André Luiz

PARTE B - O VASO

"Que cada um de vós saiba possuir o seu corpo em santificação e honra"(Paulo, I Epístola aos Tessalonicenses, 4:4). Diz Emmanuel, em Vinha de Luz: "A recomendação de Paulo de Tarso aos Tessalonicenses ainda se reveste de plena atualidade, e o vaso da criatura é o corpo que lhe foi confiado". E' o santuário sublime de cada Espírito encarnado.

Em todos os tempos, as nações admiraram as obras maravilhosas e surpreendentes das engenharias antiga e moderna. Com assombro, o homem extasia-se frente aos trabalhos artísticos nos mais variados ramos das Belas-Artes, como a Arquitetura, a Música, as Artes Plásticas, a Escultura, a Pintura, etc. Fala, ainda Emmanuel, em Roteiro, que o estudo do corpo, apesar do crescimento da inteligência, ainda apresenta suas complexidades, pois não se consegue explicar, totalmente, o milagre do cérebro, com o coeficiente de bilhões de células; o aparelho elétrico do sistema nervoso, com os gânglios, à maneira de interruptores e células sensíveis por receptores em circuito especializado, com os neurônios sensitivos, motores e intermediários, que ajudam a graduar as impressões necessárias ao progresso da mente encarnada, dando passagem à corrente nervosa, com a velocidade aproximada de 70 metros por segundo; a câmara ocular, onde as imagens viajam da retina para os recônditos do cérebro, em cuja intimidade se incorporam às telas de memória, como patrimônio inalienável do Espírito; o porquê da audição, com seus complicados recursos para o registro dos sons e para a fixação deles nos recessos da alma, que seleciona ruídos e palavras, definindo-os e catalogando-os na situação e no conceito que lhes são próprios; o centro da fala; a sede miraculosa do gosto, nas papilas na língua, com um potencial de corpúsculos gustativos que ultrapassam o número 2.000; ainda não se explicam as admiráveis revelações do esqueleto ósseo; as fibras musculares; o aparelho, digestivo; o tubo intestinal; o "motor" do coração; a ''fábrica" de sucos do fígado; o "vaso" de fermentos do pâncreas; o caprichoso sistema sanguíneo, com seus milhões de vidas microscópicas e com suas artérias vigorosas, que suportam a pressão de várias atmosferas; o avançado laboratório dos pulmões; o precioso serviço de seleção dos rins; a epiderme com seus segredos dificilmente abordáveis; os órgãos veneráveis da atividade genésica e os fulcros elétricos e magnéticos das glândulas no sistema endócrino.

No corpo humano, temos, na Terra, uma das maiores maravilhas da Obra Divina. Da cabeça aos pés, a glória do supremo Idealizador, que, pouco a pouco, no curso incessante dos milênios, organizou para o Espírito em crescimento o domicílio de carne, em que a alma se manifesta. Maravilhosa cidade estruturada com vidas microscópicas quase imensuráveis; por meio delas, a mente se desenvolve e se purifica, ensaiando-se nas lutas e nos serviços regulares do mundo, para altos encargos nos círculos superiores.

Em Libertação, Cap. VII, no "Quadro Doloroso", André Luiz comenta: "O homem comum não possui senão vaga idéia da importância das criações mentais na própria vida. A mente estuda, arquiteta, determina e

materializa os desejos que lhe são peculiares na matéria que a circunda, e essa matéria que lhe plasma os impulsos é sempre formada por vidas inferiores inumeráveis em processos evolutivos nos quadros do Universo sem fim".

Reafirma Emmanuel, em Vinha de Luz que, até agora, de modo geral, o homem não tem sabido colaborar na preservação e na sublimação do castelo físico, com sua "falsa visão do caminho evolutivo, inadvertidamente procura saturá-lo de enfermidade, lama e sombras, e, em toda a parte, observam-se as consequências funestas de semelhantes desvios."

Emmanuel, em Roteiro registra, ainda, abusos, excessos inconfessáveis. "Enquanto jovens, estragam-lhe as possibilidades de fora para dentro, desperdiçando-as impensadamente", confirmando, também, em Vinha de Luz, que "existências numerosas esbarram no túmulo, à maneira de veículos preciosos atropelados ou esmagados pela imprevidência."

Muitos dos que se perdem nos desvios do caminho, enveredando nas zonas escuras dos excessos, exclamam que atendem às fatalidades do mundo, mas que amanhã estarão com Jesus. Seguindo o mesmo raciocínio, refere-se Emmanuel, em Roteiro, a outros que, "depois de confiarem a mocidade à tutela do vício, aguardam a velhice, a fim de examinarem os magnos problemas espirituais. Existem, igualmente, os que flagelam a carne, através de mortificacões descabidas, supondo cooperar no aprimoramento da alma, empregando, para isso, tão-somente alguns fenômenos de epiderme."

Continua aquele Educador Espiritual: "Todos os aprendizes dessa classe desconhecem que a vida em Cristo é equilíbrio justo, encarnando-lhe os ensinamentos e os desígnios, em todas as linhas do serviço terrestre". E, em outra lição, completa seu pensamento: "Dia surge, porém, no qual o homem reconhece a grandeza do templo vivo em que se demora no mundo e suplica o retorno a ele, como trabalhador faminto de renovação, que necessita de adequado instrumentos à conquista do abençoado salário do progresso moral para a suspirada ascensão às Esferas Divinas."

BIBLIOGRAFIA:

I Epístola aos Tessanolicenses - PauloVinha de Luz,lições 148 e 156 - EmmanuelRoteiro, cap. 3 - EmmanuelLibertação - André Luiz

QUESTIONÁRIO:

A - ESPÍRITO - PERISPÍRITO - CORPO FÍSICO

1 - Como era entendida a vida na Antiguidade?

2 - Qual o conceito de Espírito?

3 - O que é Perispírito e qual sua função?

4 - Como podemos definir o corpo físico?

5 - Quais são os sistemas responsáveis pelas funções do nosso organismo?

B - O VASO

1 - Que significa, nesta lição, a palavra "vaso"?

2 - Por que o homem não tem, até hoje, preservado convenientemente o seu corpo?

3 - Quais as consequências dos erros provocados pelo homem em relação ao seu corpo, ainda nesta vida?

4 - Quais as consequências dos erros atuais, em vidas futuras?

5 - Comentar: "A vida em Cristo é equilíbrio justo".

PARTE C - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

1ª FASE: PERCEPÇÃO DE FLUÍDOS

Repetir a aula anterior, com o cuidado e atenção que o dirigente deve ter em observar o progresso da percepção dos educandos de uma aula para outra, incentivando-os a se aperfeiçoarem.

O progresso dessa percepção está na capacidade do aluno de perceber ou sentir os fluidos. Essa capacidade permite ao médium determinar no seu próprio organismo o ponto ou os pontos de incidência, segundo a natureza dos fluidos, selecionando-os por sua categoria vibratória: bom ou mau, fino ou pesado, excitante ou calmante, frio ou quente, etc...

5ª. AULA

5ª AULA - PARTE A - O PERISPÍRITO NO ENVOLVIMENTO MEDIÚNICO

Na introdução de O Livros aos Espíritos, item VI, Kardec afirmou que "há no homem três coisas:1°) O corpo ou ser material, semelhante ao dos animais e animado pelo mesmo princípio vital;2°) A alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo; 3°) O liame que une a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito".

Estudando as religiões e filosofias, vê-se que muitos homens procuram um elemento fluídico que pudesse servir de união entre o corpo físico e o Espírito, numa harmônica gradação vibratória. Por exemplo: no Egito antigo, acreditava-se na existência de um corpo chamado KA. Na índia, denominavam de Língua Sharira. Os judeus o denominaram de Nephesh. Os filósofos gregos chamaram de Veículo leve, Corpo luminoso e Carro Sutil da Alma. Os brâmanes, de Kama-Rupa. Hipócrates denominou-o de Enormon. Pitágoras, de Carne Sutil da Alma. Paracelso, de Corpo Astral ou Evestrom. Aristóteles, de Corpo Sutil e Etéreo. Para Leibniz, chamava-se Corpo Fluídico. Para Paulo de Tarso, Corpo Espiritual ou Corpo Incorruptível. A Kabala Hebraica denominava-o de Rovach. Para o tradicionalismo latino, Imago. Para o tradicionalismo chinês, Khi. Na Rússia, foi denominado de Corpo de Plasma, Biológico, Corpo Bioplasmático e, hoje, de Corpo Energético. Emmanuel o chama de Campo Eletromagnético e André Luiz de Psicossoma.

No exame de suas principais características, o "perispírito deverá ser analisado, sob os seguintes aspectos:a) função - quando encarnado, é o intermediário entre o Espírito e o corpo somático, tendo como função transmitir sensações do corpo para o Espírito e as impressões do Espírito para o corpo (Obras Póstumas, Cap. "Manifestações dos Espíritos", item 10);

b) forma - apresenta a aparência do corpo somático. Por ser de extrema plasticidade, ele se irradia para o exterior do corpo, envolvendo-o numa espécie de atmosfera que o pensamento e a força de vontade podem dilatar, mais ou menos. E, aliás, em decorrência dessa plasticidade que Kardec explica os fenômenos das aparições e das transfigurações (Obras Póstumas, Cap. "Manifestações dos Espíritos", item 18);

c) densidade - rarefeita, nos Espíritos já evoluídos, e pastosa ou opaca, no Espíritos ainda imperfeitos (Obras Póstumas, Cap. "Manifestações dos Espíritos", item 9);

d) coloração - luminosa e brilhante, nos Espíritos superiores e sem nenhum brilho, sem luminosidade, nos Espíritos inferiores (Obras Póstumas., cap. "Manifestações dos Espíritos", item 17);

e) expansibilidade - é a chave para a explicação das alterações dos efeitos psicológicos, fisiológicos e patológicos que os encarnados refletem. Foi por isso que Kardec afirmou (Obras Póstumas., Cap. "Manifestações dos Espíritos", itens 11 e 12) que as ciências médicas acertarão mais, quando levarem em consideração a plasticidade e expansibilidade dos Espíritos;

f) penetrabilidade - é a possibilidade que tem o Espírito de entrar em qualquer ambiente ou local, e sair depois. O mundo material não lhe apresenta obstáculos de nenhuma espécie (Obras Póstumas, Cap. "Manifestações dos Espíritos", item 16).

André Luiz ensina: 'Amadurecido para pensar e lançando de si substância de seus propósitos mais íntimos, ensaiou, pouco a pouco, tal como aprendera, vagarosamente, o desprendimento definitivo nas operações da morte, o desprendimento parcial do corpo sutil, durante o sono, desenfaixando-o do veículo de matéria mais densa, embora sustentando-o, ligado a ele, por laços fluídico-magnéticos, a se dilatarem levemente dos plexos e, com mais segurança, da fossa rombóide" (Evolução em Dois Mundos, Cap. XVII, pág. 132).

Kardec ressaltou a importância do perispírito para o estudo, análise e tratamento de vários fenômenos da alma, englobando a vista dupla, visão a distância, sonambulismo natural e artificial, catalepsia, letargia, presciência, pressentimentos, transfigurações, transmissão de pensamento, etc. (GE., Cap. l, item 40).

Ao encarnar-se, o Espírito "conserva o seu perispírito com as qualidades que lhe são próprias, e que, como se sabe, não é circunscrito ao corpo, porém irradia-se em derredor, envolvendo-o como uma atmosfera fluídica" (GE., Cap. 14, item 18).

"O perispírito é o órgão sensitivo do Espírito; é por seu intermédio que o Espírito encarnado tem a percepção das coisas espirituais que escapam aos seus sentidos carnais. Pelos órgãos do corpo, a vista, o ouvido e as diversas sensações estão localizadas e limitadas à percepção das coisas materiais; pelo sentido espiritual, ou psíquico, elas são generalizadas; o espírito vê, ouve e sente por todo o seu ser o que está na esfera de

irradiação de seu fluido espiritual " (GE., cap. XIV, item 22).

Dizem os Espíritos que "o perispírito, para nós, Espíritos errantes, é o instrumento pelo qual nos comunicamos convosco, seja indiretamente, por meio do vosso corpo ou do vosso perispírito, seja diretamente com a vossa alma. Vem daí a infinita variedade de médiuns e de comunicações" (L.M., 1a parte, item 51). Por isso, complementam: "Quando somos obrigados a servir-nos de médiuns pouco adiantados, nosso trabalho se torna mais demorado e penoso, pois temos de recorrer a formas mais imperfeitas de expressão, o que é para nós um embaraço.

Somos então obrigados a decompor os nossos pensamentos e ditar palavra por palavra, letra por letra, o que nos é fatigante e aborrecido, constituindo um verdadeiro entrave à presteza e ao bom desenvolvimento de nossas manifestações (L.M., 2ª parte, cap. XIX, item 225).

Do que foi analisado até aqui, pode-se verificar que a sintonia se estabelece com o mundo espiritual, de conformidade com a faixa de vibração mente-psico-emocional em que se postar o médium. A mente voltada para o mal vai identificar-se com entidades maléficas. A mente doentia, pessimista, rancorosa, maledicente, desesperançada, vai captar para si companheiros da mesma espécie. A grande maioria dos médiuns se desarmoniza, em virtude de manter a mente em desalinho (Divaldo Pereira Franco, em Nos Bastidores da Obsessão,, pág. 27 e 28).

Como o perispírito irradia, reflete, exterioriza os mais íntimos pensamentos e as paixões do Espírito, encarnado ou desencarnado, o homem vive em constante intercâmbio com o padrão espiritual, com que se harmoniza ou se identifica. Também o homem se aproxima dos que estão identificados com suas paixões e repele os que com ele não se harmonizam (O.P; "Introdução ao Estudo da Fotografia e da Telegrafia do Pensamento").

Kardec, em A Gênese (Cap. XIX itens 10, 20 e 21), diz que este fato se dá em razão da dispersão de fluidos pelo pensamento e, para evitar que esta comunhão fluídica seja perniciosa, é preciso criar pensamentos puros e nobres, pelo esforço próprio, concluindo que o perispírito é uma couraça a que se deve dar a melhor têmpera possível.

O médium será tanto mais útil e equilibrado, quanto mais praticar a lição: "Espíritas: amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo" (E.S.E., Cap. VI, item 5). "E necessário amar. Sem amor nada se edificará, nada se constituirá, nada se fará no Universo. E necessário, também, instruir-se. Sem a instrução, o homem será escravo dos outros homens e da falange trevosa, que ainda não aprendeu o valor do amor. Será escravo, também, de si mesmo, porque viverá na ignorância, na superstição, no fanatismo e na ilusão de sua própria mente" (Emmanuel, em Mediunidade e Sintonia, Cap. 3).

Bibliografia:

O Livro dos Espíritos - Allan KardecObras Póstumas — Allan KardecO Pensamento de Emmanuel - Martins PeralvaNos Bastidores da Obsessão - Divaldo Pereira FrancoEvolução em Dois Mundos - André LuizA Gênese - Allan KardecO Livro dos Médiuns - Allan KardecMediunidade e Sintonia - Emmanuel

O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec

PARTE B - COMPREENDENDO

Diz Emmanuel, em Palavras de Vida Eterna, que "os talentos da fé e o conhecimento superior, o dom de consolar e a capacidade de servir, não obstante laboriosamente conquistados por esforço pessoal, constituem bênçãos do Criador nos corações das criaturas". Por isso mesmo, não deve o homem furtar-se à lavoura do bem com o pretexto de sentir ainda a influência do mal, pois, até alcançar triunfo pleno sobre os seus desejos malsãos, sofrerá durante a vida; seja no corpo de carne ou além dele, os flagelos da tentação que emergem de seus impulsos instintivos ainda não dominados: luxúria, vingança, cobiça, crueldade, etc.

O homem precisa ser libertado e redimido. Não de uma queda no sentido teológico, pois sabemos que o Espírito não regride, mas do perigo da estagnação, da estabilização no egoísmo em que se acha e se compraz. Jesus em várias passagens do Evangelho mostra a importância dessa conscientização e da participação do homem no próprio crescimento. Por que não legou as bênçãos do Senhor automaticamente aos aprendizes?

Por que não transmitiu pura e simplesmente o seu poder divino aos sucessores? Ele, que distribuíra dádivas de saúde, bênçãos de paz, recomendava aos discípulos que recebessem os divinos dons espirituais, sem impor-lhes por obrigação. Ensina Emmanuel, em Vinha de Luz: "E que o Mestre não violentaria o santuário de cada filho de Deus, nem mesmo por amor. Cada Espírito guarda o próprio tesouro e abrirá suas portas sagradas à comunhão com o Eterno Pai. O Criador oferece à semente, o sol e a chuva, o clima e o campo, a defesa e o adubo, o cuidado dos lavradores e a bênção das estações, mas a semente terá que germinar por si mesma, elevando-se para a luz solar.

"O homem, recebe, igualmente, o Sol da providência e a chuva de dádivas, as facilidades da cooperação e o campo da oportunidade, a defesa do amor e o adubo do sofrimento, o carinho dos mensageiros de Jesus e a bênção das experiências diversas; todavia, é constrangido a romper por si mesmo os envoltórios inferiores, elevando-se para a luz divina". Se tentações de todos os matizes emergem de seus impulsos instintivos, a flama da educação e do aprimoramento vem de Deus, conduzindo-o para a Esfera Superior.

Disse Paulo, em II Epístola aos Coríntios: "Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós". Emmanuel, em Palavras de Vida Eterna, esclarece: "Não te espantes, assim, à frente do conflito da luz e da treva em ti mesmo. Segue a luz e acertarás o caminho".

"Riqueza mediúnica, fulgurações da inteligência, recursos geniais e consagração à virtude são tesouros do Senhor que, na feliz definição do Apóstolo Paulo, transportamos no vaso de barro da nossa profunda inferioridade, a fim de que saibamos reconhecer que todo amor, toda sabedoria, toda santificação, toda excelência como toda beleza da vida não nos pertencem de modo algum, mas sim à glória de nosso Pai, a quem nos cabe obedecer e servir, hoje e sempre".

Conclui Emmanuel, em Vinha de Luz, que "as inspirações e os desígnios do Mestre permanecem à volta de nossa alma, sugerindo modificações úteis, induzindo-nos à íntima compreensão da vida, iluminando-nos através da Consciência Superior; entretanto, cabe em nós abrir-lhes ou não a porta".

"Cessemos, pois, a guerra de nossas criações inferiores do passado e entreguemo-nos, cada dia, às realizações novas de Deus, instituídas a nosso favor, perseverando em receber, no caminho, os dons da renovação constante, em Cristo, para a vida eterna".

Bibliografia:

Palavras de Vida Eterna, Cap. 21, Emmanuel Vinha de Luz, Cap. 11, Emmanuel II Epístola de Paulo aos Coríntios, 4:7

Questionário

A ) O perispírito no envolvimento mediúnico

1) O homem se compõe de 3 elementos. Quais são?

2) No exame de suas características, sob que aspectos deve ser estudado o Perispírito?

3) Explicar a características da expansibilidade e da penetrabilidade.

4) Qual a importância do Perispírito nos fenômenos mediúnicos?

5) Por que é necessário instruir-se?

B) compreendendo

1) Por que não se deve o homem furtar-se à lavoura do bem, a pretexto de sentir ainda a influência do mal?

2) Por que é necessária a conscientização de cada um para o próprio crescimento?

3) Jesus impôs obrigações aos seus discípulos?

4) Que significa "a semente terá de germinar por si mesma, elevando-se para a luz solar"?

5) Por que as inspirações e os ensinamentos de Jesus nos induzem à legítima compreensão da vida?

PARTE C - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO - 2.° Fase - Aproximação

Na vida diária, inúmeros encarnados e desencarnados aproximam-se de médiuns: amigos, inimigos, conhecidos, desconhecidos, sofredores, obsessores, credores, mistificadores, etc.

Numa sala de aula muito bem preparada, o intercâmbio inicial de desenvolvimento somente se faz com Espíritos destinados a cooperar, pois o Plano Espiritual regula e disciplina essas aproximações.

O Instrutor Espiritual, que na 1.a fase lançava sobre o médium um jato de fluido, para verificar e medir sua sensibilidade, agora dele se aproxima para fazer-se sentido.

Esta fase é mais difícil que a primeira, porque nela o Instrutor Espiritual não executa nenhuma ação direta sobre o médium, cabendo unicamente à

sensibilidade deste perceber sua aproximação ou afastamento; mas, como na 1ª fase, tudo foi estudado previamente e somente se aproximam dos médiuns Espíritos cujas vibrações se afinam com as deles, justamente para que possam ser sentidas as aproximações sem maiores dificuldades. Neste caso, a maior ou a menor capacidade radiante do instrutor influi poderosamente no êxito da experiência.

Como na 1ª fase, o dirigente mediúnico da classe deve organizar o mapa de anotações para controlar e interpretar os resultados.A aproximação pode ser sentida do lado direito ou do lado esquerdo do médium, dependendo do dirigente encarnado determinar o exercício. Se o médium não sentiu a aproximação, pode estar ocorrendo alguma inibição que convém verificar. Se sentiu a 1ª fase, o bloqueio pode ser momentâneo. Se não sentiu a 1ª nem a 2ª fase, poderá continuar tentando a concentração e percepção de fluidos.

6ª AULA

PARTE A - CENTROS DE FORÇA - PLEXOS

Do ponto de vista de sua constituição e função, o perispírito é o veículo, por excelência, para o trabalho na esfera espiritual, após a morte, "com sua estrutura eletro-magnética, algo modificado no que tange aos fenômenos genésicos e nutritivos, de acordo, porém, com as aquisições da mente que o maneja" (Evolução em dois mundos, Cap. 2, pág. 25).

E' nesse santuário vivo, de "formação sutil, urdida em recursos dinâmicos, extremamente porosa e plástica, em cuja tessitura as células, noutra faixa vibratória, à face do sistema de permuta mais ou menos à feição das partículas colóides, com a respectiva carga elétrica, comportando-se no espaço segundo a sua condição específica, e apresentando estados morfológicos conforme o campo mental a que se ajusta" (Evolução em Dois mundos, Cap. 2, pág. 26), que a criatura continua a sua jornada evolutiva nos domínios da experiência.

Nesse santuário, o Espírito possui todo o equipamento de recursos automáticos que governam bilhões de entidades microscópicas a serviço da inteligência, nos círculos de ação, como recursos adquiridos vagarosamente pelo ser, em milênios e milênios de esforço e recapitulação nos diferentes setores da evolução da alma.

O perispírito rege a atividade funcional dos órgãos relacionados pela fisiologia terrena, através dos centros de força, que "são fulcros energéticos que, sob a direção automática da alma, imprimem às células a especialização extrema" (André Luiz, Evolução em Dois Mundos, Cap. 2, pág. 28).

Antes de estudarmos sua funções, é importante que conheçamos um pouco de anatomia humana, uma vez que os centros de força, que se localizam no perispírito, têm uma correspondência no corpo humano através dos plexos - com exceção de dois (o frontal e o coronário, que se localizam em estruturas dentro da caixa craniana, em correlação a duas importantes glândulas, a epífise e a hipófise). O prof. Ary Lex define os plexos (ou plexus} como "entrelaçamentos nervosos", que formam uma verdadeira rede e que partem da área medular do sistema nervoso (Do Sistema Nervoso à Mediunidade, Cap. l, pág. 18).

André Luiz diz que o psicossoma "está intimamente regido por sete centros de força, que se conjugam nas ramificações dos plexos e que, vibrando em sintonia uns com os outros, ao influxo do poder diretriz da mente, estabelecem, para nosso uso, um veículo de células elétricas, que podemos definir como sendo um campo eletromagnético, no qual o pensamento vibra em circuito fechado (Entre a Terra e o Céu, Cap. 20, pág. 126). Tem-se assim, "por expressão máxima do veículo que nos serve presentemente, o centro coronário, que, na Terra, é considerado pela filosofia hindu como sendo o lótus das mil pétalas" (Entre a Terra e o Céu, cap. 20, pág. 127).

É o centro mais significativo pelo seu alto potencial de radiações, pois é nele que se assenta a ligação com a mente, sede da consciência. Está localizado na região do alto da cabeça. "Esse centro recebe em primeiro lugar os estímulos do Espírito, comandando os demais, vibrando todavia com eles em justo regime de interdependência [...] dele emanam as energias de sustentação do sistema nervoso e suas subdivisões, sendo responsável pela alimentação das células do pensamento e o provedor de todos os recursos eletromagnéticos indispensáveis à estabilidade orgânica" (Entre a Terra, e o Céu, Cap. 20, pág. 127).

E' o centro que assimila os estímulos do Plano Superior e orienta a forma, o movimento, a estabilidade, o metabolismo orgânico e a vida consciencial da alma encarnada ou desencarnada. Supervisiona, ainda, os outros centros vitais que lhe obedecem ao impulso, procedente do Espírito.

Em Evolução em Dois Mundos, André Luiz complementa: ele é "o ponto de interação entre as forças determinantes do Espírito e as forças fïsiopsicossomáticas organizadas [...] Desse modo, a corrente de energia vitalizante formada de estímulos espirituais com ação difusível sobre a matéria mental que o envolve, transmitindo aos demais centros da alma os reflexos vivos de nosso sentimentos, idéias e ações, tanto quanto esses mesmos centros, interdependentes entre si, imprimem semelhantes reflexos nos órgãos e demais implementos de nossa constituição particular, plasmando em nós próprios os efeitos agradáveis ou não de nossa influência e conduta" (Cap. 2, pág. 27).

A mente elabora as criações que lhe fluem da vontade, apropriando-se dos elementos que a circundam, e o centro coronário incumbe-se, automaticamente, de fixar a natureza da responsabilidade que lhe diga respeito, marcando no próprio ser as consequências felizes ou não de sua movimentação consciencial. O crescimento do influxo mental está na medida da experiência adquirida e arquivada pelo próprio Espírito. Pensamentos viciados implicam em desarmonias nos centros de força e, conseqüentemente, no corpo físico.

1. Centro de força, cerebral, contíguo ao coronário, localizado na região frontal, entre as sobrancelhas, ordena percepções que, na vestimenta carnal, constituem a visão, a audição, o tato e a vasta rede de processos da inteligência que dizem respeito à palavra, à cultura, à arte, ao saber.

2. Centro de força, laríngeo, localizado na região da garganta, preside os fenômenos vocais, inclusive as atividades do timo, da tireóide e das paratireóides.

3. Centro de força, cardíaco, localizado na região do coração, regula as emoções e os sentimentos e a circulação sanguínea.

4. Centro de força-esplênico, que no corpo denso está sediado no baço, regula a distribuição e a circulação adequada aos recursos vitais em todos

os escaninhos do corpo.

5. Centro de força gástrico, localizado na região do estômago, é responsável pela penetração de alimentos e fluidos na organização física.

6. Centro de força genésico, localizado na região do baixo ventre, é onde se localiza o santuário do sexo, como templo modelador das formas e estímulos.

7. Centro de força coronário é o órgão de ligação com o mundo espiritual; serve ao Espírito para influir sobre os demais centros de força (Passes e Radiações, de Edgard Armond).

"Quando a nossa mente, por atos contrários à Lei Divina, prejudica a harmonia de qualquer um desses fulcros de força de nossa alma, naturalmente se escraviza aos efeitos da açao desequilibrante, obrigando-se ao trabalho de reajuste" (Entre a Terra, e o Céu, Cap. 20, pág. 128-129).

Bibliografia:

Evolução em dois Mundos - André LuizEntre a Terra e o Céu - André LuizDo Sistema Nervoso à Mediunidade - Ary Lex

PARTE B - CARIDADE: A INDULGÊNCIA

"O homem indulgente jamais se preocupa com os maus atos alheios, a menos que seja para prestar um serviço, mas ainda assim com o cuidado de os atenuar tanto quanto possível. Não faz observações chocantes, nem traz censuras nos lábios, mas apenas conselhos, quase sempre velados. Quando criticais, que dedução se deve tirar das vossas palavras? A de que vós, que censurais, não praticastes o que condenais, e valeis mais do que o culpado. Ó homens! Quando passareis a julgar os vossos próprios corações, os vossos próprios pensamentos e os vossos próprios atos, sem vos ocupardes do que fazem os vossos irmãos? Quando fitareis os vossos olhos severos somente sobre vós mesmos?" (E.S.E., Cap. X, item 16).

Ser indulgente é ser misericordioso, tolerante, benevolente para com o próximo; é ser caridoso, é ser fraternal. Jesus é maior exemplo, pois viveu e ensinou o respeito e o amor ao próximo. Na Epístola de Tiago, capítulo, versículo 20, esse é o esclarecimento: "Aquele que fizer um pecador retroceder do seu erro salvará sua alma da morte e fará desaparecer uma multidão de pecados". Esses ensinamentos estão também na I Epístola de Pedro, Capítulo 4, versículo 8; na I Epístola de Paulo aos Coríntios, Capítulo l, versículo 4 a 7, e em Livro dos Provérbios, Capítulo 10, versículo 12.

Quando se depara com criaturas que estão passando por situações difíceis - consequências, muitas vezes, de erros cometidos anteriormente - as críticas, as injúrias, as censuras nada favorecem, pois essas pessoas estão necessitadas de amparo, procuram palavras de conforto, uma mão amiga para ajudar a amenizar o seu desespero. Nas horas difíceis, a compreensão, o carinho, a afabilidade, funcionam como bálsamo.

O indulgente então deve compreender que, antes de censurar alguém, é preciso pensar um pouco na realidade íntima e na história de cada um, pois o erro não pede aversão, mas entendimento. "Quem não ama, não conhece a Deus, porque Deus é amor".

O indulgente procura conhecer o seu íntimo e vigia a si mesmo, ampliando

a sua capacidade de entendimento e de perdão, pois reconhece as próprias imperfeições, sabendo que "todo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será exaltado".

O indulgente pede perdão quando erra, e perdoa os erros dos outros, evitando comentá-los e divulgá-los. Afasta-se das críticas e juízos falsos a quem quer que seja, sabendo que a autoridade para censurar está na razão direta da autoridade moral de quem censura. Jesus (Evangelho Segundo João, capítulo 8, versículo 15) ensina por que devemos perdoar sempre: "Vós julgais segundo a carne, eu a ninguém julgo".

O indulgente é sincero, quando procura suavizar a dor dos que o procuram, sabendo que um necessita do outro, pois o homem não vive só: "Quem faz o bem é de Deus; quem faz o mal, não viu a Deus" (III Epistola de João, capítulo l, versículo 11).

Enfim, o indulgente ama o próximo como a si mesmo e não faz aos outros aquilo que não quer que os outros lhe façam. "Quem ama o seu irmão permanece na luz e nele não há escândalo" (I Epistola de João, capítulo 2, versículo 10).

"Sede, pois, severos convosco e indulgentes para com os outros. Pensai naquele que julga em última instância, que vê os secretos pensamentos de cada coração, que, em consequência, desculpa frequentemente as faltas que condenais, ou condena as que desculpais, porque conhece o móvel de todas as ações" (E.S.E., Cap. X, item 16).

Questionário

a) centros de força - plexos

1) Onde estão localizados os Centros de Força e quais são?

2) Qual a função do Centro de Força Coronário?

3) Por que pensamentos viciados desarmonizam os Centros de Força?

4) Qual a função dos Centros de Força: Cerebral - Laríngeo -Cardíaco - Esplénico - Gástrico e Genésico?

5) Onde estão localizados os Plexos e o que são?

b) caridade: A indulgência

1) O que é ser indulgente?

2) Que devemos fazer, quando nos depararmos com pessoas em situações difíceis?

3) O indulgente é uma pessoa que critica os outros?

4) Quando o indulgente é sincero em suas atitudes?

5) Qual o ensinamento dos Espíritos para os homens, em relação à prática da indulgência?

Bibliografia:

O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan KardecEpístola de Tiago

l Epístola de Pedrol Epístola aos Coríntios - PauloLivro dos EspíritosO Novo Testamento - Evangelhos Segundo Lucas e Segundo JoãoI e III Epístolas de JoãoManual Prático do Espírita - Ney Prieto Percs

PARTE C - DESENVOLVIMENTO PRATICO MEDIÚNICO - 2.° Fase - Aproximação

Repetir a aula anterior. O dirigente deve retomar o processo iniciado anteriormente. Observar a evolução dos médiuns e realizar reforços individuais para quem deles necessite.

7ª. AULA

PARTE A - A EPÍFISE

As Junções do organismo animal são reguladas por dois sistemas principais: o nervoso e o hormonal ou endócrino. Este é constituído por várias glândulas que segregam hormônios, que significam estímulo. Os hormônios são lançados na circulação sanguínea, sendo transportados para as diferentes partes do organismo. As glândulas endócrinas são: pâncreas, paratireóides, epífise ou pineal, pituitária ou hipófise, tireóide, adrenais ou supra-renais e sexuais (ovários e testículos).

A epífise, glândula de forma piriforme, é um corpo ovóide, com as dimensões de uma ervilha mediana e repousa sobre o teto mesencefálico. "Descartes considerava a glândula pineal a sede da Alma" (Anatomia e Fisiologia Humanas, e A. Almeida Júnior; Editora Nacional, 8ª parte, cap. 40). A anatomia comparada viu nela apenas um órgão em regressão: o olho pineal.

Em Missionários da Luz, Cap. 2, André Luiz observa que no médium, em serviço mediúnico, essa glândula transforma-se em núcleo radiante, e, em derredor, seus raios formam um lótus de pétalas sublimes. Relembra que, segundo os "orientadores clássicos terrestres", as funções da epífise circunscreviam-se ao controle sexual, no período infantil, velador dos instintos até uma certa idade, em que a atividade sexual pudesse deslizar com regularidade.

Aí decrescia em força, relaxa-se quase desaparecia, para que as glândulas genitais a sucedessem no campo da energia plena. Diz ainda: "Não se trata de órgão morto [...] E' a, glândula da vida mental. Ela acorda no organismo do homem, na puberdade, as forças criadoras, e, em seguida, continua a funcionar, como o mais avançado oratório de elementos psíquicos da criatura terrestre (...) Enquanto no período do desenvolvimento infantil, fase de reajustamento desse centro importante do corpo perispiritual preexistente, a epífise parece constituir o freio às manifestacões do sexo; entretanto, há que retificar observações.

"Aos quatorze anos, aproximadamente estacionária, quanto às suas atribuições essenciais, recomeça a funcionar no homem reencarnado - o que representa controle e fonte criadora e válvula de escapamento. A glândula pineal reajusta-se ao conceito orgânico e reabre seus mundos maravilhosos de sensações e impressões na esfera emocional. Entrega-se a criatura à recapitulação da sexualidade; examina o inventário de suas

paixões vividas em outras épocas, as quais reaparecem sob fortes impulsos" (Missionarios da Luz, Cap. 2, pág. 20).

Continua André Luiz: "A glândula pineal preside os fenômenos nervosos da emotividade, como órgão de elevada expressão do corpo etéreo. Desata, de certo modo, os laços divinos da Natureza, os quais ligam as existências umas às outras, na sequência de lutas, pelo aprimoramento da alma, e deixa entrever a grandeza das faculdades criadoras de que a criatura se acha investida" (Missionários da Luz, Cap. 2, pág. 20). Observe-se que André Luiz denomina aqui o perispírito como corpo etéreo.

As glândulas genitais são "demasiadamente mecânicas, para guardarem os princípios sutis e quase imponderáveis da geração. Acham-se absolutamente controladas pelo potencial magnético de que a epífise é a fonte fundamental. As glândulas genitais segregam os hormônios do sexo, mas a glândula pineal [...] segrega hormônios psíquicos ou unidades-força que vão atuar, de maneira positiva, nas energias geradoras. Os cromossomos da bolsa seminal não lhe escapam à influenciação absoluta e determinada" (Missionários da Luz, Cap. 2, pág. 21).

Prossegue André Luiz: "Segregando delicadas energias psíquicas, a glândula pineal conserva ascendência em todo o sistema endócrino. Ligada à mente, através de princípios éticos do campo vital [...] comanda as forças subconscientes sob a determinação direta da vontade. As redes nervosas constituem-lhe os fios telegráficos para ordens imediatas a todos os departamentos celulares, e sob sua direção efetuam-se os suprimentos de energias psíquicas a todos os armazéns autônomos dos órgãos" (Missionários da Luz, Cap. 2, pág. 21).

"De modo geral, todos nós, agora ou no pretérito, viciamos esse foco sagrado de forças criadoras, transformando-o num imã relaxado, entre as sensações inferiores de natureza animal" do que "decorrem os dolorosos fenômenos da hereditariedade fisiológica, que deveria constituir, invariavelmente, um quadro de aquisições abençoadas e puras" (Missionários da Luz, Cap. 2, pág. 22). Daí, a necessidade de regras morais.

"Renúncia, abnegação, continência sexual e disciplina emotiva não representam meros preceitos de feição religiosa. São providências de teor científico, para enriquecimento efetivo da personalidade" (Missionários da Luz,, Cap. 2, pág. 22). Na morte física, não adianta exibir gestos e palavras convencionais, se o homem não cogitou da reforma íntima. Sentimentos profundos, no instante extremo, cooperam, decisivamente, nas atividades de regeneração, mas não representam a realização precisa.

Conclui André Luiz: "Receber um corpo, nas concessões do reencarnacionismo, não é ganhar um barco para nova aventura, ao acaso das circunstâncias; significa responsabilidade definida nos serviços de aprendizagem, elevação, reparação, nos esforços evolutivos ou redentores" (Missionários da Luz, Cap. 2, pág. 23).

Os materialistas colocam o esporte, em todas as suas modalidades, como terapia para canalização das forças nervosas (secreções elétricas da epífise) contra os possíveis perigos e sua excessiva acumulação, no sentido de preservar a juventude, a plástica e a eugenia. Tal prática pode ser, no máximo, leve atenuante, mas não socorro definitivo.

O único esporte completo, servindo como cura definitiva para os excessos no campo sexual é a educação cristã. Jesus nos ensinou a virtude como o

"esporte da alma". No campo mediúnico, a epífise impulsiona e intensifica o poder de emissão e recepção, de acordo com nossa esfera espiritual, é a lei da sintonia vibratória. André Luiz observa a aparência epífise no momento da comunicação mediúnica: 'A glândula minúscula transformava-se em núcleo radiante e, em derredor, seus raios formavam um lótus de pétalas sublimes [...] Sobre o núcleo, semelhante agora à flor resplandecente, caíam luzes suaves, do Mais Alto, reconhecendo eu que ali se encontravam em jogo vibrações delicadíssimas, imperceptíveis para mim" (Missionários da Luz, Cap. 2, pág. 19).

Hoje, os pesquisadores já não indagam mais "Para que serve a pineal?"; eles trabalham exaustivamente para detectar quais os órgãos sobre os quais a melatonina atua e seu grau de influência sobre eles, bem como sobre a economia orgânica em geral.

Bibliografia

Missionários da Luz- André Luiz.

PARTE - LEI DE AMOR

Todo ensinamento de Jesus se resume na lição do amor a Deus e ao próximo, seu maior mandamento. (Mateus, Cap. 22, versículos 34 a 40). Os séculos se passaram e os homens não entenderam a mensagem do Mestre. Fala-se em amor à vida, amor aos bens materiais, amor à pátria, à família, aos filhos, ao amigo, à mulher, mas que é o amor? Com a Doutrina Espírita, Kardec compilou as Instruções dos Espíritos no O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XI, itens 8, 9 e 10.

No item 8, dizem os Espíritos: "No seu ponto de partida o homem só tem instintos; mais avançado e corrompido, só tem sensações; mais instruído e purificado, tem sentimentos; e o amor é o requinte do sentimento".

O amor é inato no homem, mas não significa que se nasce com ele. Passa, com o Espírito, por um processo evolutivo até atingir a meta do ideal aperfeiçoado: instinto, sensação e sentimento, eis o caminho do amor. Não é necessário muito esforço da mente para comprovar quão arraigado está no homem o instinto. A reprodução e a sobrevivência são exemplos.

As sensações prendem o Espírito aos prazeres e à volúpia dos sentidos. A sensação de posse, de poder e os vícios entorpecem a vontade e impedem a evolução do amor colocando o próximo como o outro, isto é, objeto de prazer e ou volúpia, como coisa e não como sentimento que eleva o ser humano à categoria de próximo. É o fiel da balança que equilibra os interesses em jogo e procura aproximar cada vez mais os dois pesos, tornando-os um único sobre a base comum. O sentimento se encontra no anjo e nos maus e vis seres humanos. Até o ser humano mais criminoso e baixo, vivendo em condições indignas e abjetas, tem demonstrações de sentimento por coisas ou pessoas, objetos de seu amor, porque o sentimento não surge o nada para se tornar, do dia para a noite, no pleno amor.

Há, no sentimento, um evoluir constante. O amor não nasce adulto, porque a natureza não dá saltos. Aprende-se a respeitar a vida. Apreende-se a valorizar a liberdade, a lealdade, a justiça, a verdade. Da mesma forma, aprende-se a amar. O amor está em constante choque com o egoísmo e o orgulho: duas chagas no homem. Enquanto o egoísmo se reduz a "tudo é meu", clama a todos que "tudo sou eu". Com o amor, o homem se desprende e nada reclama para si, eliminando o egoísmo e o

orgulho. O amor também se oculta e tudo faz para não ser percebido, silenciando a si mesmo.

O amor pratica a caridade, a humildade, a paciência, a perseverança, a abnegação, a resignação, o sacrifício e a persistência no bem até o fim. O amor não se cansa, não se exaure, nem se extingue. O amor permanece. É eterno. Promana do próprio Criador. Emana de Deus, como a cor da luz. Não há Deus sem amor, nem amor sem Deus. Só se entende a Deus pelo amor e só se vê a Deus pelo amor. O amor é criador e criativo. E puro, porque dotado de intensa luz. É sublime, porque só quem ama se dá em sacrifício vivo. É desprendido, porque não existe com interesses secundários. E divino, porque constrói, edifica, redime e salva.

Por isso, o Mestre deixou o único mandamento da Lei Universal: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei (João, Cap. 3, versículo 34). Tudo o mais está revogado e ultrapassado. A lição de Jesus precisará ser entendida como o alvo a atingir. Ninguém colocará o amor no seu coração repentinamente, porque a compreensão desse objetivo da evolução humana significará o primeiro passo para a transformação do orgulho e do egoísmo em amor.

No estágio espiritual em que o homem se encontra somente por intermédio de muita renúncia, humildade e muito esforço íntimo, poderá o amor suplantar o egoísmo e o orgulho. Ensinam os Espíritos (L.E., perg. 888-a): "Amai-vos uns aos outros, eis toda a lei, divina lei pela qual Deus governa os mundos. O amor é a lei de atração para os seres vivos e organizados, e a atração é a lei de amor para a matéria inorgânica".

Bibliografia:

O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan KardecO Livro dos Espíritos- Allan KardecO Novo Testamento - Evangelho Segundo Mateus e João

Questionário

a) A epífise

1) Cite algumas glândulas endócrinas?

2) O que é a Epífise e onde se localiza?

3) Segundo a Ciência Humana, qual a função da Epífise?

4) Segundo André Luiz, qual a função da Epífise?

5) Como o homem deve combater os excessos no campos sexual?

b) A lei de amor

1) Por que a lei de amor é uma lei natural?

2) Que é o amor?

3) Por que o amor está em constante choque com o orgulho e o egoísmo?

4) Qual o novo mandamento deixado por Jesus?

5) Como se conquista o amor?

PARTE C - DESENVOLVIMENTO PRATICO MEDIÚNICO - 3ª Fase - Contato

Obs.: Nas aulas de revisão das partes a e b, deve-se também recapitular as aulas práticas já dadas.Os Instrutores Espirituais, nesta fase, estabelecem contato com o Perispírito do médium de forma a serem realmente sentidos, agindo indiretamente sobre os Centros de Força, ou diretamente sobre os plexos do corpo denso, ou nos seus pontos de sensibilidade.

— Centros de Força - são receptores e transmissores de energia cósmica e espiritual, alimentadores do metabolismo perispiritual.— Plexos - são conjuntos e aglomerados de nervos e gânglios do sistema nervoso vago-simpático, regulador da vida vegetativa do corpo físico.— Pontos de sensibilidade - são locais do corpo físico onde o médium tem maior sensibilidade, por exemplo: cabeça, mãos, braços, etc.

Esse contato, nesta fase de treinamento mediúnico, é feito pelos Espíritos com menor ou maior interpenetração perispiritual, dependendo da sensibilidade do médium. Neste estágio, o médium adquire autocontrole pelo conhecimento deste processo, que lhe permite defender-se na vida diária ou quando há projeções de energias deletérias.

As três primeiras fases. Os centros de força

Nesta aula, o dirigente rememora as 3 fases anteriormente vivenciadas, sanando dúvidas dos alunos e observando cuidadosamente aqueles que ainda estão apresentando dificuldades em alguma fase, a fim de fornecer-lhes acompanhamento individual, para que possam apresentar condições de passar às fases seguintes do desenvolvimento mediúnico.

Centros de Força: coronário — frontal — laríngeo — cardíaco

Os Centros de Força são receptores, acumuladores e distribuidores das energias espirituais, situados no Perispírito com prolongamento no duplo etéreo.

Os Centros de Força ligam-se ao corpo físico pelos plexos. André Luiz fala em sete Centros de Força; Edgard Armond, em oito, incluindo o básico. Como ilustração, pode-se visualizar o seguinte quadro:

Funções dos Centros de Força:

Coronário: localizado na região do alto da cabeça. Sede da consciência. Órgão de ligação com o mundo espiritual, assimila os estímulos do Plano Superior. Orienta o metabolismo orgânico e a vida consciencial. Supervisiona os outros centros vitais.

Frontal - governa o córtice encefálico na sustentação dos sentidos. Marca a atividade das glândulas endócrinas.

Laríngeo - controla a respiração e fonação.

Cardíaco - dirige a emotividade e a circulação das forças de base.

Esplênico - determina todas as atividades do sistema hemático.

Gástrico - responsável pela digestão e absorção dos alimentos.

Genésico - guia a modelagem de novas formas.

Básico - importante na captação de energias materiais primárias.

8ª. AULA

PARTE A - A INFLUÊNCIA DO ESPÍRITO NO MEIO MATERIAL

Sabemos que o Espírito, ao separar-se do corpo, não se apresenta despido de envoltório, mas ao contrário, tem forma própria que o individualiza. O perispírito é o seu envoltório semimaterial. Ele é para o Espírito o que o corpo é para o homem: o agente ou instrumento de sua atividade. "O Espírito encarnado é a alma do corpo; quando o deixa pela morte, não sai desprovido de qualquer envoltório. Todos eles nos dizem que conservam a forma humana, e, com efeito, quando nos aparecem, é sob essa forma que os reconhecemos" (L.M., 2ª parte, Cap. I, item 53).

Qualquer que seja o grau em que se encontre, o Espírito está sempre revestido de um envoltório, ou seja, o perispírito, cuja natureza se eteriza, à medida que ele se purifica e se eleva na hierarquia espiritual. Ao desencarnar, o Espírito não tem consciência imediata de sua atuação. A perturbação que sente varia de intensidade conforme o tipo de vida que leva quando encarnado. Alguns têm por pouco tempo a ilusão de ainda estarem vivos.

"O perispírito, se distende ou se contrai, se transforma, em uma palavra: presta-se a todas as modificações, segundo a vontade que o dirige. E, graças a essas propriedades do seu invólucro fluídico que o Espírito pode fazer-se reconhecer, quando necessário, tomando exatamente a aparência que tinha na vida física, e até mesmo com os mesmos defeitos que possam servir de sinais para o reconhecimento" (L.M., 2ª parte, Cap. l, item 56).

Dessa forma podemos entender por que o Espírito necessita de matéria para atuar sobre a matéria, ação essa que é feita por meio dos fluidos com todas as suas variáveis e propriedades, em especial a expansibilidade e a penetrabilidade. E pelo impulso de sua vontade e pelos conhecimento adquiridos através das vidas sucessivas, que o Espírito age sobre a matéria.

Nestes fenômenos, a causa preponderante é o Espírito, e os fluidos são o seu instrumento. Por exemplo, se o Espírito quiser mover uma mesa, ele irá envolver essa mesa com os fluidos. "Assim preparada, o Espírito a atrai e a movimenta, sob a influência de seu próprio fluido, emitido pela sua vontade [...] Por sua natureza etérea, o Espírito propriamente dito não pode agir sobre a matéria grosseira sem intermediário, ou seja, sem o liame que o liga à matéria. Esse liame, que chamai perispírito oferece a chave de todos os fenômenos espíritas materiais" (L.M., 2ª parte, Cap. IV, item 74, perg. 9). E através de seu perispírito que o Espírito manipula o fluido universal.

Complementa Herculano Pires, em nota à perg. de n.° 15: "Misturando o fluido animal do médium com o fluido universal do Espírito, temos um pouco da natureza humana e um pouco da espiritual, formando um elemento intermediário. Impregnada a mesa com esse elemento, o fluido material se liga à madeira e o fluido espiritual fica ligado ao pensamento do Espírito".

O médium colabora, portanto, doando seus fluidos mais densos. Afirma

Kardec que "a emissão do fluido animalizado pode ser mais ou menos abundante e sua combinação mais ou menos fácil, e daí os médiuns mais ou menos possantes" '(L.M., 2a parte, Cap. IV, item 75). Esclarecem os Espíritos que há "pessoas inteiramente refratárias, outras em que a combinação só se verifica pelo esforço de sua própria vontade, e outras, enfim, em que se dá tão natural e facilmente, que nem a percebem, servindo de instrumentos sem saberem" (L.M., 2ª parte, Cap. IV, item 74, perg. 19).

As pessoas ditas elétricas "tiram de si mesmas o fluido necessário à produção dos fenômenos e podem agir sem auxílio dos Espíritos. Não são propriamente médiuns, no sentido exato da palavra. Mas pode ser também que um Espírito as assista e aproveite as suas disposições naturais" (L.M., 2ª parte, Cap. I\Ç item 74, perg. 20). Em nota à essa resposta, Kardec acrescenta que estas pessoas agiriam como os sonâmbulos, que podem atuar sem a colaboração dos Espíritos.

E importante considerar que esse fenômeno extingue-se com o fim da ação, e até, muitas vezes, antes que a ação termine, quando a quantidade de fluido não for suficiente para animar o corpo sólido. No exemplo da mesa, Herculano Pires coloca que "isto explica as interrupções inesperadas de comunicações. A falta de fluido faz a mesa cessar de mover-se, como se o Espírito comunicante se houvesse ausentado" (L.M., 2ª parte, Cap. IV, nota à perg. 14, do item 74).

Diz André Luiz, em Evolução em dois Mundos: "Cabe-nos assinalar, desse modo, que, na essência, toda matéria é energia tornada visível e que toda energia, originariamente, é força divina de que nos apropriamos para interpor os nossos propósitos aos propósitos da Criação" (Cap. l, pág. 23).

A Doutrina Espírita vem assim explicar-nos o motivo das manifestações sobre a matéria, de forma lógica e racional, deixando desaparecer qualquer coisa de sobrenatural, fantástico, maravilhoso, dando lugar à realidade das Leis Naturais, que funcionam naturalmente.

Vejamos, então, as principais ações dos Espíritos sobre a matéria no plano dos encarnados:

1- Imprime vitalidade ao corpo, sustentando sua organização como instrumento de ação, em qualquer nível de sua fase evolutiva. Porém, se é certo que o Espírito sustenta a matéria, é também certo que a matéria animalizada lhe auxilia o desenvolvimento. São exemplos, entre tantos, a absorção e assimilação de fluidos (L.E., livro I, Cap. IV, perg. 63), ou a transmissão de seu fluido vital para outro indivíduo (L.E., livro I, Cap. IV, comentário de Kardec à perg. 70);

2- Irradia as próprias características, em razão da corrente mental que lhe nasce das profundezas da alma, formando, ao seu redor, um campo áurico específico, ou túnica de forças eletromagnéticas, pois onde há pensamento, há correntes mentais e onde há correntes mentais existe associação. E toda associação é interdependência e influência recíproca (André Luiz, Nos Domínios da Mediunidade, Cap. 5);

3- Cria formas-pensamentos ou imagens-modelos ou moldes ao pensar, arrojando-as para fora de si, através da atmosfera psíquica que lhe caracteriza a presença (André Luiz, em Mecanismos da Mediunidade, Cap. IV);

4- Produz os fenômenos físicos, ou melhor, de efeitos físicos manipulando os fluidos retirados do médium (L.M., 2° parte, Cap. 5, item 93).

E necessário lembrar também que os Espíritos superiores não se ocupam em produzir esses efeitos; eles possuem a força moral, e, quando necessitam provocar esses efeitos físicos, se servem dos Espíritos inferiores, como os homens se servem de carregadores. Observa Kardec que a densidade do perispírito varia de acordo com a natureza dos mundos e segundo os indivíduos.

Nos seres moralmente adiantados é mais sutil, e nos inferiores, é mais próxima da matéria. Essa densidade do perispírito estabelece mairo afinidade com a matéria e torna os Espíritos menos evoluídos mais aptos para as manifestações físicas.

BIBLIOGRAFIA:

Livro dos Médiuns, 2ª parte, cap. I, ítens 53, 55 e 56.Evolução em dois mundos, cap. 1Mecanismos da Mediunidade, de André Luiz, cap. 11Nos domínios da Mediunidade, de André Luiz, cap. 5

PARTE B - PENSAMENTO COMO ENERGIA MENTAL:

A base de toda manifestação psíquica está na mente da criatura.A mente, por sua vez, é o espelho da vida em toda parte, e, necessita apenas, ser lapidada, educada, para que atinja a magnificência da luz. E como um diamante, em estado bruto, para se tornar pedra preciosa conforme a maneira como a tratarmos. Sendo espelho da vida, a mente, gera a força do pensamento que movimenta tudo, criando e transformando, destruindo e refazendo, para depurar e sublimar. Isso, porque em todos os domínios do Universo, vibra a influência recíproca.

Hoje, sabemos que respiramos no mundo das imagens que projetamos e recebemos, dependendo da faixa vibratória que sintonizamos, provisoriamente A partir de nossa vontade, incorporamos o influxo renovador dos poderes que nos impulsiona à purificação e ao progresso maior. As criaturas, portanto, refletem-se reciprocamente na criação, que reflete os objetivos do Criador. Assim, o reflexo mental de cada ser reside no alicerce da vida. Esse reflexo mental delineia a emotividade; esta plasma a idéia; a idéia determina a atitude; a atitude e a palavra dirigem ações, que geram manifestações, que, por sua vez, são válvulas destruidoras ou alavancas positivas da existência.

Então, o que é o pensamento? - E a faculdade de pensar logicamente, refletir; força criadora, construtora, que molda a matéria, organizando formas abstratas ou concretas, que, juntamente com a vontade, são elementos plásticos e organizadores. A vontade é a faculdade de querer, desejar; ter intenção, firmeza de ânimo, decisão, coragem, etc.

"Pensar é criar" (Emmanuel, Pão Nosso, cap. 15). A realidade dessa criação pode não exteriorizar-se, de súbito, no campo dos efeitos transitórios, mas o objeto formado pelo poder mental, da vontade firme, vive no mundo íntimo do ser, exigindo cuidados especiais para o esforço de continuidade ou extinção.

Toda criatura possui energia obediente à sua vontade, que, ligada a seu potencial imaginativo, atua exteriormente, influenciando outras criaturas e ambientes distantes. As imagens servem, então, como matérias-primas de todas as criações intelectuais.

A memória, o raciocínio, a imaginação, são fenômenos psíquicos que coordenam as imagens, que interpretam significados, redistribuindo-as em novos grupos, novas correlações, mais ou menos originais ou complexas, dependendo do potencial intelectual da criatura.

A abstração, a comparação e a imaginação, são faculdades superiores da inteligência, onde se encontram todas as invenções, todas as descobertas, todas as inspirações, todas as criações da humanidade; são forças ideoplásticas que, como fenômeno psicológico do ser, podem se transformar em fenômeno físico. Assim, é que todas as obras humanas são resultantes do pensamento.

"Somos [...] levados a emitir o postulado da existência de uma inteligência suprema e a considerar o Universo como expressão do pensamento divino, sustentado perpetuamente por sua divina vontade" - Prof. William Barret (em Pensamento e Vontade de Ernesto Bozzano, pág. 120).

Quando colocamos o Evangelho como nosso guia, ele ajudará na nossa renovação interior, fazendo com que nos transformemos interna e integralmente, aproximando-nos do Criador. Para isso se faz necessário reeducarmos o nosso pensar. Mesmo sendo tarefa delicada, é possível sabermos renunciar, vigiar, dominarmos nosso sentir e pensar, modificar nosso jeito de falar e de agir, para podermos vencer criações mentais viciosas, para afastarmos as sombras do nosso cotidiano, e a nossa preguiça mental.

Lembremos que o nosso pensar errado pode criar situações obsessivas, atraindo outros seres que estejam situados na nossa faixa vibratória, e essa obsessão escravizará o nosso pensar, bloqueando o nosso agir e a nossa vontade. Quando procuramos uma assistência espiritual para nos reequilibrar, a desobsessão irá libertar o nosso pensamento, fazendo com que retornemos a usar nossa vontade equilibradamente.

A Doutrina Espírita veio desvendar o processo da nossa libertação mental de pensar, para vivermos melhor e amplamente. Daí a importância do pensamento do médium, para que continue equilibrado em tudo que empreender; porque um médium com pensamentos indignos, como a crítica, a inveja, o ciúme, a curiosidade, a maledicência, etc., é um médium invigilante que certamente, trará desequilíbrio para si e para o ambiente onde vive ou trabalha.

Jesus nos disse: "Orai e Vigiai", somente assim não seremos vítimas da nossa própria imprudência mental. Ainda podemos afirmar que: "O amor é luz benfazeja na vida do médium responsável e atento no exercício das tarefas que lhe cabem, e de assistência espiritual que exerce".

Bibliografia:

O Livro dos Espíritos, perg. 833 a 837 Pensamento e Vida, de Emmanuel, cap. l Pai Nosso de Emmanuel, cap. 15 Pensamento e Vontade de Ernesto Bozzano

Questionário

a) A influência do espírito no meio material

1 ) De que forma o Espírito age sobre a matéria?

2) Explicar como o Espírito consegue movimentar objetos.

3) O Espírito puro tem Perispírito?

4) Como o fenômeno acontece, com as pessoas ditas "Elétricas"?

5) Existe o maravilhoso e o sobrenatural? Explique.

b) pensamento como energia mental

1) Por que se diz que a mente é o espelho da vida?

2) Que é o Pensamento?

3) Por que o reflexo mental é alicerce da vida?

4) Como se pode reeducar a maneira de pensar?

5) Qual deve ser a atitude do médium, ante as vibrações negativas do assistido?

PARTE C - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO - As Três Primeiras Fases. Os Centros de Força

Reiniciar a 1ª, 2ª e 3ª fases, verificando possíveis dificuldades a serem corrigidas.

Terminar o enfoque sobre os Centros de Força estudados na aula anterior.

9ª. AULA

PARTE A - MUNDO ESPÍRITA E MUNDO CORPORAL - MANIFESTAÇÕES INTELIGENTES

As manifestações mediúnicas ocorreram em todas as épocas da humanidade (L.M., 2a parte, Cap. II e III), pois a mediunidade é um fenômeno natural, e enquanto o homem não compreendia a lógica dos fenômenos, considerava-os como efeito do "sobrenatural". Muitos médiuns eram conhecidos como "feiticeiros", por possibilitarem a produção de manifestações mediúnicas. Com o advento do Espiritismo, o homem pôde compreender, mais claramente, as causas da mediunidade e qual a melhor maneira de utilizá-la para o bem de todos. Assim, o "sobrenatural" foi desvendado, com a percepção de que os fenômenos mediúnicos não derrogam nenhuma lei natural para se processarem, pois fazem parte da própria natureza humana.

Há várias formas de ocorrerem fenômenos mediúnicos. Dentre eles, encontram-se os conhecidos como "manifestações físicas", que, como todos os demais, sempre aconteceram em todas as épocas da humanidade. No início dos fenômenos que vieram a culminar no surgimento da Doutrina Espírita, estas manifestações foram as que mais se destacaram, pois eram mais perceptíveis e chamavam mais a atenção do homem. São as manifestações das "mesas girantes" (L.M., 2a parte, Cap. II), e os fenômenos que ocorreram com as irmãs Fox a partir de março de 1848, já estudados anteriormente.

Isto foi necessário para que o homem se interessasse pela mediunidade, tanto para acreditar na possibilidade de comunicação entre o plano físico

e o espiritual, como para convidar todos a estudar a mediunidade, a fim de utilizá-la melhor, rompendo com os "tabus", medos e preconceitos que sempre giraram ao redor do assunto, tornando o homem uma "presa" fácil para mistificadores e charlatães.

As manifestações físicas são as que ocorrem através de ruídos, movimentação e deslocamento de objetos. Podem ser espontâneas ou provocadas. Para que possam ocorrer, há a necessidade da presença de várias pessoas ou de uma só, que favoreçam a produção do fenômeno. São os chamados médiuns de efeitos físicos. Esses médiuns possuem uma facilidade maior, por uma disposição orgânica, para doar "ectoplasma", fluido humano que, ao ser combinado pelos Espíritos com o fluido universal, anima os objetos com uma espécie de "vida fictícia", que permanece até que o fluido se esgote. Tal é a explicação lógica desse tipo de manifestação.

O fenômeno das "mesas girantes" produziam-se com a colocação das mãos dos médiuns sobre a mesa, a fim de que esta se movesse de várias formas: erguendo-se, virando-se, pulando ou girando. Desse modo ouviam-se pequenos estalos nas mesas, depois estas iniciavam movimentos rotativos, erguiam-se em pés alternados, balançavam-se e voltavam suavemente, ou às vezes de forma violenta. Em outras ocasiões, ouviam-se pancadas na própria estrutura da mesa, das portas, paredes, teto, etc.

Tais procedimentos podiam ser observados nas manifestações "espontâneas", onde os médiuns nem tinham consciência de sua mediunidade e as manifestações ocorriam normalmente. Nas manifestações provocadas através da vontade dos médiuns, não era necessário nenhum ritual, como alternância dos sexos dos médiuns para se sentarem à mesa, ou encostar os dedos para formar uma corrente, etc. O que, realmente, era necessário, eram a paciência e o recolhimento em silêncio total. Mas a única diferença que valia a pena ser observada era o fato de que a vontade do médium podia aumentar a força mediúnica, especialmente em casos onde o peso da mesa fosse muito grande e a força mediúnica fosse insuficiente para vencer a resistência.

Além destas espécies de manifestações físicas, mais tarde, o homem percebeu que várias outras também poderiam ocorrer, seguindo este mesmo princípio, como a levitação, transporte de objetos, materialização, voz direta, etc. Após a observação das manifestações físicas, tornou-se indispensável considerar quem direcionava os movimentos das mesas, de forma que demonstrassem inteligência. "Todo o efeito inteligente deve ter uma causa inteligente", e as manifestações físicas respondiam a um pensamento, além de demonstrarem movimentos intencionais, como quando se erguiam em ordem de alternância, lateralidade, imitando sons de instrumentos musicais, com marcação de ritmo, etc.

E o mais significativo dos fenômenos: por meio de pancadas, respondiam "sim" ou "não", através de um determinado número de pancadas para cada uma das respostas, demonstrando o conteúdo oculto de uma inteligência e não uma simples ação mecânica. O mesmo se deu para as letras do alfabeto, possibilitando a comunicação de palavras e frases, num processo, obviamente, muito moroso.

Posteriormente, adaptou-se um lápis ao pé de uma mesa, sobre uma folha de papel; depois, diminuíram, ainda mais, o tamanho das mesas; usaram cestas de vime e, finalmente, pranchetas. Tudo isso facilitou (e muito) a escrita das mensagens, até que perceberam a inutilidade de tais objetos,

quando o próprio médium começou a segurar o lápis, escrevendo sob o impulso de urna vontade alheia à sua, de uma outra inteligência. Muitos duvidavam que as idéias expressas não fossem do próprio médium, porém a experiência demonstrou que as mensagens apresentavam conteúdos que não estavam de acordo com o pensamento deste, assim como muitas vezes fora de seu alcance intelectual, redigido em outras línguas, ou que relatavam fatos por ele desconhecidos.

Um exemplo disso ocorreu durante uma manifestação física em um navio. Um dos participantes teve a idéia de evocar o Espírito de um tenente que havia desencarnado naquele navio, dois anos antes. O Espírito evocado (do tenente) solicitou que pagassem ao capitão do navio uma certa quantia, em dinheiro, que o capitão lhe havia emprestado, antes de seu desencarne, que ele não tivera oportunidade de restituir. Ninguém sabia do fato, e o próprio capitão havia esquecido esse acontecimento, tanto que foi verificar em suas anotações, encontrando o valor da dívida idêntico ao que fora mencionado na comunicação. Este exemplo torna patente a prova de que as manifestações não são mecânicas, nem puramente físicas, pois demonstraram uma inteligência alheia à do médium, ou seja, a inteligência de um Espírito que as está comandando (veja L.M., 2a parte, Cap. III, item 70).

Bibliografia:

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec

PARTE B - MANIFESTAÇÕES ESPIRITUAIS

Ensina Paulo (I Epístola aos Coríntios, cap. 12, versículo 7) que "cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para a utilidade de todos". Nas searas espíritas, a maioria dos trabalhadores inquieta-se pelo desenvolvimento imediato das faculdades mediúnicas incipientes. Todavia, a mediunidade não se resume em manifestações exteriores, e sim no aprimoramento interior de cada ser, através do conhecimento e do amor, as duas coordenadas que possibilitam a efetiva evolução, até a condição suprema de Espírito puro.

Também não há que buscar destaque em nenhuma das diferentes espécies de mediunidade, querendo o médium, por exemplo, ser um grande vidente ou um grande psicógrafo, pois isso seria fruto do orgulho e da vaidade, vícios que, antes de tudo, devem ser combatidos pelo verdadeiro aprendiz. O que se deve buscar, constantemente, é o progresso espiritual, resultante do esforço e do trabalho de cada indivíduo.

Todos os homens possuem mediunidade em maior ou menor grau, nas mais variadas posições evolutivas, e seu desenvolvimento não deve ser precipitado, mas sim, acompanhado pela educação, trabalho fraterno e da boa vontade do aprendiz. A espontaneidade é indispensável, considerando-se que as tarefas mediúnicas são conduzidas em conjunto com os mentores do plano espiritual.

Não existe um tipo de mediunidade mais importante que o outro. É importante que o médium, com a faculdade definida, se conscientize do espírito de responsabilidade de sua tarefa, com dedicação sincera e fraternidade pura, para que seu mediunato não se torne improdutivo, fazendo-se necessária a evangelização de si mesmo, antes de se entregar às grandes tarefas doutrinárias, pois, de outro modo, poderá esbarrar sempre com o personalismo, em detrimento ao seu trabalho espiritual.

Segundo Emmanuel: "Os atributos medianímicos são como os talentos do Evangelho. Se o patrimônio divino é desviado de seus fins, o mau servo torna-se indigno da confiança do Senhor da seara da verdade e do amor. Multiplicados no bem, os talentos mediúnicos crescerão para Jesus, sob as bênçãos divinas; todavia, se sofrem o insulto do egoísmo, do orgulho, da vaidade ou da exploração inferior, podem deixar o intermediário do invisível entre as sombras pesadas do estacionamento, nas mais dolorosas perspectivas de expiação, em vista do acréscimo de seus débitos irrefletidos" (O Consolidar, perg. 389).

O mesmo instrutor espiritual ensina: "Os mentores de um médium, por mais dedicados e evolvidos, não lhe poderão tolher a vontade e nem lhe afastar o coração das lutas indispensáveis da vida, em cujos benefícios todos os homens resgatam o passado delituoso e obscuro, conquistando méritos novos.

"O médium tem obrigação de estudar muito, observar intensamente e trabalhar em todos os instantes pela sua própria iluminação. Somente desse modo poderá habilitar-se para o desempenho da tarefa que lhe foi confiada, cooperando eficazmente com os Espíritos sinceros e devotados ao bem e à verdade" (O Consolador, perg. 392).

Emmanuel também destaca que o apostolado mediúnico é repleto de dificuldades: "O primeiro inimigo do médium reside dentro dele mesmo. Frequentemente é o personalismo, é a ambição, a ignorância ou a rebeldia no voluntário desconhecimento dos seus deveres à luz do Evangelho, fatores de inferioridade moral que, não raro, o conduzem à invigilância, à leviandade e à confusão dos campos improdutivos.

"Contra esse inimigo é preciso movimentar as energias íntimas pelo estudo, pelo cultivo da humildade, pela boa vontade, com o melhor esforço de auto-educaçao, à claridade do Evangelho. "O segundo inimigo mais poderoso do apostolado mediúnico não reside no campo das atividades contrárias à expansão da Doutrina, mas no próprio seio das organizações espiritistas, constituindo-se daquele que se convenceu quanto aos fenômenos, sem se converter ao Evangelho pelo coração..." (O Consolador, perg. 410).

O mediunato, portanto, não se resume apenas no exercício puro e simples das mais diferentes faculdades, porque exige, antes de tudo, o trabalho e o sacrifício, com amor, na sublime tarefa de vivenciar Jesus. "Enriqueça o homem a própria iluminação íntima, intensifique o poder espiritual, através do conhecimento e do amor, e entrará na posse de tesouros eternos, de modo natural" (Emmanuel em Pão Nosso, lição 162).

Bibliografia:

Epístola- de Paulo aos Coríntios Gap .12:7 O Consolador - Emmanuel Pão Nosso — Emmanuel

Questionário

a) mundo espírita e mundo corporal - manifestações inteligentes

1) As manifestações mediúnicas sempre foram consideradas como fenômenos naturais?

2) Quais os tipos de manifestações mediúnicas existentes?

3) Que são manifestações físicas?

4) Que são manifestações inteligentes?

5) Como eliminar a dúvida de ser a idéia escrita do médium ou não?

b) manifestações espirituais

1) A mediunidade resume-se em manifestações exteriores?

2) Deve ser forçado o desenvolvimento da mediunidade?

3) Existe um tipo de mediunidade mais importante que outro?

4) Qual o primeiro inimigo do médium?

5) Qual o segundo inimigo do apostolado mediúnico?

PARTE C - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

4ª. FASE - ENVOLVIMENTO

O Instrutor Espiritual, por si mesmo ou por uma terceira entidade, procurará assenhorear-se primeiramente da mente do médium, envolvendo em seguida, caso possível, todo o seu perispírito, conforme o grau de afinidade que existir entre ambos. Quanto mais intenso e integral for o envolvimento, maior será o grau de inconsciência do transe.

Nos casos de mediunidade consciente ou semiconsciente, o envolvimento não passa do primeiro ato, bastando efetuar o envolvimento mental, que pode ser feito em presença ou à distância, sem medida.

Nestas formas, a ação dos agentes espirituais é mais rápida, mais imediata e mais fácil, podendo eles prontamente transmitir mensagens, instruções de trabalho, advertências, inspirações, atitude a tomar em casos urgentes e outros.

Um dos obstáculos nessa fase é o bloqueio que o médium coloca em si mesmo por achar-se ridículo, ou então, achar-se missionário de Jesus. Os dois extremos levam a um comportamento antinatural para perceber ou sentir o envolvimento.

No envolvimento, o médium sente seu corpo físico como rodeado de uma luz, uma energia que ele não sabe explicar de onde vem nem como se processou.

10ª. AULA

PARTE A - O PAPEL DOS MÉDIUNS NAS COMUNICAÇÕES

"Demonstrada pelo raciocínio e pelos fatos, a existência dos Espíritos, e a possibilidade de agirem sobre a matéria, devemos agora saber como se efetua essa operação e como eles agem para mover as mesas e outros corpos inertes" (L.M., 2ª parte, Cap. IX item 72).

Quando se conhecem a natureza dos Espíritos, as propriedades semimateriais do perispírito, a ação mecânica que podem exercer sobre a matéria, a atuação deles nas aparições, como no caso das mãos fluídicas e até mesmo tangíveis que pegam objetos e os carregam, fica sempre a pergunta: qual a necessidade de médiuns? O Espírito não poderia agir sozinho?

Kardec consultou os Espíritos, e as explicações foram dadas pelo Espírito São Luiz: "Como um Espírito pode mover um corpo sólido? Combinando uma porção de fluido universal com o fluido que desprende do médium apropriado a esses efeitos" (L.M., 2ª parte, Cap. IV, item 74, perg. 8).

Nestes fenômenos, a causa preponderante é o Espírito, e os fluidos são o seu instrumento. Por exemplo, se o Espírito quiser mover uma mesa, ele irá envolver essa mesa com os fluidos. "Assim preparada, o Espírito a atrai e a movimenta, sob a influência de seu próprio fluido, emitido pela sua vontade [...] Por sua natureza etérea, o Espírito propriamente dito não pode agir sobre a matéria grosseira sem intermediário, ou seja, sem o liame que o liga à matéria. Esse liame, que chamai perispírito, oferece a chave de todos os fenômenos espíritas materiais" (L.M., 2ª parte, Cap. IV, item 74, perg. 9). É através de seu perispírito que o Espírito manipula o fluido universal.

Complementa Herculano Pires, em nota à perg. de n.° 15: "Misturando o fluido animal do médium com o fluido universal do Espírito, temos um pouco da natureza humana e um pouco da espiritual, formando um elemento intermediário. Impregnada a mesa com esse elemento, o fluido material se liga à madeira e o fluido espiritual fica ligado ao pensamento do Espírito".

O médium colabora, portanto, doando seus fluidos mais densos. Afirma Kardec que "a emissão do fluido animalizado pode ser mais ou menos abundante e sua combinação mais ou menos fácil, e daí os médiuns mais ou menos possantes" (L.M., 2ª parte, Cap. IV, item 75). Esclarecem os Espíritos que há "pessoas inteiramente refratárias, outras em que a combinação só se verifica pelo esforço de sua própria vontade, e outras, enfim, em que se dá tão natural e facilmente, que nem a percebem, servindo de instrumentos sem saberem" (L.M., 2a parte, Cap. IV, item 74, perg. 19).

As pessoas ditas elétricas "tiram de si mesmas o fluido necessário à produção dos fenômenos e podem agir sem auxílio dos Espíritos. Não são propriamente médiuns, no sentido exato da palavra. Mas pode ser também que um Espírito as assista e aproveite as suas disposições naturais" (L.M., 2ª parte, Cap. IV, item 74, perg. 20). Em nota a essa resposta, Kardec acrescenta que estas pessoas agiriam como os sonâmbulos, que podem atuar sem a colaboração dos Espíritos.

É importante considerar que esse fenômeno extingue-se com o fim da ação, e até, muitas vezes, antes que a ação termine, quando a quantidade de fluido não for suficiente para animar o corpo sólido. No exemplo da mesa, Herculano Pires coloca que "isto explica as interrupções inesperadas de comunicações. A falta de fluido faz a mesa cessar de mover-se, como se o Espírito comunicante se houvesse ausentado" (nota à perg. 14, do item 74).

E necessário lembrar também que os Espíritos superiores não se ocupam em produzir esses efeitos; eles possuem a força moral, e, quando necessitam provocar esses efeitos físicos, se servem dos Espíritos inferiores como os homens se servem de carregadores. Observa Kardec

que a densidade do perispírito varia de acordo com a natureza dos mundos e segundo os indivíduos. Nos seres moralmente adiantados é mais sutil, e que nos inferiores, é mais próxima da matéria. Essa densidade do perispírito estabelece maior afinidade com a matéria e torna os Espíritos menos evoluídos mais aptos para as manifestações físicas.

Bibliografia:

O Livro dos Médiuns - Allan Kardec

PARTE B - SERVIÇO MEDIÚNICO E A INFLUÊNCIA MORAL DO MÉDIUM

O bom serviço mediúnico é consequência da responsabilidade com a qual o médium realiza seu trabalho. O médium é o intermediário entre as esferas física e espiritual, portanto, sua tarefa é a de ser instrumento dos Espíritos superiores e trazer da melhor forma suas mensagens instrutivas e consoladoras.

A responsabilidade perante sua tarefa deve permear seu trabalho através da dedicação com a qual se aplica a ela, no dia-a-dia, desempenhando o seu apostolado mediúnico com o exato sentido do dever a realizar. "O dever é a obrigação moral, primeiro para consigo mesmo, e depois para com os outros. O dever é a lei da vida: encontramo-lo nos mínimos detalhes, como nos atos mais elevados" (E.S.E., Cap. XVII, item 7).

O aspecto moral é fundamental, e, embora a presença da mediunidade não seja necessariamente indício de elevação moral, não ocorre o mesmo com seu uso, que dependerá do tipo de sintonia que o médium estabelecerá com os Espíritos, superiores ou inferiores. O trabalhador do bem é reconhecido pela qualidade de seu caráter, pelo cultivo das virtudes, pelo papel moralizador de sua tarefa e pelos resultados de sua obra. A moral cristã é seu guia diário de conduta.

O bom médium não será o homem perfeito, mas se encontrará em luta constante pela sua renovação interior, realizada através de sua reforma íntima. "Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz para dominar suas más inclinações" (E.S.E., Cap. XVII, item 4). O médium cristão será aquele cujo coração já foi tocado pelo amor ao próximo e o estará praticando através da caridade e da solidariedade com os aflitos e necessitados.

O esclarecimento, promovido pelas leituras e estudos da obra de Kardec, propicia a real consciência dos processos mediúnicos, de suas modalidades, das particularidades de seu desenvolvimento, da responsabilidade de sua prática e dá condições para que o médium conheça sua própria sensibilidade mediúnica. O apóstolo João nos legou uma advertência importante: "Caríssimos, não acrediteis em qualquer espírito, mas examinai os espíritos para ver se são de Deus; pois muitos falsos profetas vieram ao mundo" (I Epístola de]oão Cap. 4 vers. 1).

A prática mediúnica alicerçada na seriedade e na fidelidade cristã, conduz o médium a afastar-se de reuniões levianas e a frequentar apenas reuniões sérias e instrutivas, tanto no sentido doutrinário quanto no evangélico. A disciplina e a ordem também são essenciais para obter a colaboração da espiritualidade superior. A responsabilidade necessária ao serviço mediúnico também envolve a devida preparação perante o trabalho.

Leituras edificantes, abstenção de pensamentos e atos impróprios, autocontrole emocional, evitar abusos em atividades físicas ou alimentares de toda espécie, abandono dos vícios que deterioram seu organismo, a disciplina de horários, a meditação e a prece são pré-requisitos para que o médium desempenhe da melhor forma seu mediunato.

Acima de tudo, o médium deve estar convencido da necessidade de servir ao próximo, levando a esperança e o consolo através do influxo da esfera superior e do correto embasamento cristão, com a humildade suficiente para colaborar sem impor-se e com a determinação voltada à realização de sua tarefa eliminando obstáculos e dificuldades de toda ordem.

Bibliografia

Palavras de Vida Eterna, lição 43 - EmmanuelConduta Espírita, lições 4, 11 e 27 - André Luiz Segue-me, lição "Mandato Pessoal" - Emmanuel O Espírito da Verdade, lição 5 - Emmanuel

Questionário

a) teoria das manifestações físicas

1) Como pode um Espírito mover um corpo sólido?

2) Um fenômeno mediúnico depende somente da vontade do Espírito?

3) De que depende a produção dos efeitos físicos?

4) As pessoas ditas "elétricas" podem ser consideradas médiuns?

5) A quantidade de fluido animalizado é a mesma em todos os médiuns?

b) serviço mediúnico e a influência moral do médium

1) O que é o médium?

2) Qual a finalidade prática da educação mediúnica?

3) Explique sobre a moral do médium no trabalho mediúnico?

4) Como age o bom médium na prática mediúnica?

5) Por que o médium deve abster-se de pensamentos egoístas e materialistas?

PARTE C - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

4ª. FASE - ENVOLVIMENTO

Exercitar as fases anteriores, com maior ênfase à do envolvimento, que precisa ser bem feita, a fim de facilitar as comunicações que serão transmitidas posteriormente.

11ª. AULA

PARTE A - MANIFESTAÇÕES FÍSICAS ESPONTÂNEAS

As manifestações físicas, como vimos, são "aquelas que se traduzem por efeitos sensíveis, como os ruídos, o movimento e a deslocação de corpos sólidos" (L.M., 2ª parte, Cap. 2, item 60). Existem manifestações físicas provocadas e espontâneas. Neste último caso, a vontade do participante não intervém, e as manifestações tornam-se quase sempre inoportunas.

De todas as manifestações espíritas, as mais simples são as pancadas e ruídos. No entanto, deve-se tomar cuidado, "pois há muitas causas naturais que podem produzi-las: o vento que assobia ou sacode um objeto, algo que a gente mesmo está movendo sem perceber, um efeito acústico, um animal oculto, um inseto e assim por diante, e até mesmo brincadeiras de mau gosto. Os ruídos espíritas têm, aliás, características inconfundíveis, com intensidade e timbre muito variados. São facilmente reconhecíveis e não podem ser confundidos com os estalidos da madeira, o crepitar do fogo ou o tique-taque de um relógio. São golpes secos, às vezes surdos, fracos e leves, de outras vezes claros, distintos, até mesmo barulhentos, que mudam de lugar e se repetem sem nenhuma regularidade mecânica" (L.M., 2ª parte, Cap. X item 83).

As manifestações físicas podem ocorrer para chamar a nossa atenção para alguma coisa e convencer-nos da presença de um poder exterior ao homem. Atingida essa finalidade, cessa a manifestação que não é mais necessária. Pode ser também fruto de Espíritos inferiores que querem nos assustar ou brincar conosco.

Kardec nos diz que "as manifestações espontâneas nem sempre se limitam a ruídos e batidas. Degeneram às vezes em verdadeira barulheira e em perturbações. Móveis e objetos são revirados, projéteis diversos são atirados de fora, portas e janelas são abertas e fechadas por mãos invisíveis, vidraças se quebram..."

"Toda essa desordem é muitas vezes real, mas algumas vezes é apenas aparente. Ouve-se gritaria num cômodo ao lado, barulho de louça que cai e se despedaça, de achas de lenha rolando no assoalho. Corre-se para ver e encontra-se tudo tranquilo e em ordem. Mas a gente se retira, porém, e o tumulto recomeça" (L.M., 2a parte, Cap. V, item 87).

Esses fatos podem acarretar aos menos esclarecidos idéias supersticiosas. O meio mais seguro para prevenir esses inconvenientes é o conhecimento da verdade, ou seja, analisar como foi produzido determinado fato. Conhecida a causa, tudo se torna natural. São espíritos mais levianos do que maus, que se ocupam desses efeitos físicos. A maioria, apenas para divertir-se, outras vezes, para incomodar, por simples capricho ou por motivo de vingança.

"A intervenção voluntária ou involuntária de pessoa dotada de aptidão especial parece necessária, na maioria dos casos, para a produção desses fenômenos, embora haja aqueles em que o Espírito parece agir sozinho. Mas ainda nesses casos ele poderia tirar o fluido animalizado de uma pessoa distante. Isso explica por que os Espíritos que nos cercam incessantemente não produzem perturbações a cada instante. E necessário primeiro que o Espírito queira, que tenha um objetivo, um motivo para fazê-lo" (L.M., 2a parte, Cap. V, item 93).

Os objetos que são atirados, durante esses fenômenos, são encontrados no próprio lugar ou nas vizinhanças. E sabemos que, "quando, pois, um objeto é movido, erguido ou atirado no ar, o Espírito não o pegou, não o

ergueu nem o atirou como nós o fazemos com as mãos. Ele o saturou, por assim dizer, com o seu fluido, combinado com o do médium. O objeto, assim, momentaneamente vivificado, age como um ser vivo, com a diferença de não ter vontade própria e obedecer ao impulso da vontade do Espírito" (L.M., 2a parte, Cap. IV, item 77).

O fenômeno de transporte só difere dos anteriores pela ação benévola do Espírito que o produz de maneira espontânea, e pela natureza dos objetos que apresenta, ou pela maneira suave e delicada pela qual são transportados. Consistem em objetos que não existem no local da reunião, como flores, frutos, confeitos, jóias, etc. Os fenômenos de transporte são muito raros, pois as condições para a sua produção são difíceis, e se tornam ainda mais complexos, em público, quando encontramos elementos energeticamente refratários, que paralisam os esforços dos Espíritos, e, com mais razão, a ação do médium.

Para o médium obter esses efeitos, a melhor de todas as garantias é o caráter, a honestidade notória e o desinteresse absoluto, além da mediunidade específica para efeitos físicos. Erasto afirma no Livros dos Médiuns que para obter fenômenos dessa ordem, é necessário dispor de médiuns dotados do mais alto grau de faculdade medianímica de expansão e penetrabilidade. Isto porque o sistema nervoso desses médiuns é facilmente excitável, e por meio de certas vibrações, projeta profusamente ao seu redor o fluido animalizado.

O mesmo autor espiritual explica que, como o fluido pessoal do Espírito pode dilatar-se, pois é expansível e penetrável, ele combina uma porção desse fluidos com uma porção do fluido animalizado do médium, e é nessa mistura que o Espírito oculta ou transporta o objeto (veja L.M., 2a parte, Cap. X item 98).

Bibliografia:

O Livro dos Médiuns - Allan KardecSeara dos Médiuns - Emmanuel

PARTE B - AUXÍLIO DO MUNDO ESPIRITUAL

Todas as pessoas esperam, ansiosamente, o auxílio do mundo maior, não importando o nome pelo qual se designa esse amparo. Entre os espíritas, ele é conhecido por "proteção dos benfeitores espirituais", e, nos círculos de outras religiões, é chamado de "manifestação do espírito santo", ou do "anjo da guarda". O importante é considerar que semelhante colaboração constitui elemento de suma importância nas atividades do crente sincero.

O auxílio que o homem recebe do plano espiritual é incontestável e jamais falha; porém, aquele que solicita esse auxílio não deve habituar-se com essa colaboração, deve aprender a caminhar sozinho, usando a independência e agindo à vontade naquilo que for útil e justo. O homem festa no mundo para aprender, não devendo esperar do mundo invisível a solução de problemas necessários à sua condição de aluno, em franco processo de aprendizagem.

E preciso entender que, frequentemente, o homem é colocado diante de pessoas com quem se deve encontrar, pois o acaso não existe. Ademais, o homem recebe a inspiração de passar por um determinado lugar, tem a atenção voltada para um outro ponto, tudo por influência dos Espíritos. Estes, no entanto respeitam, acima de tudo, o livre-arbítrio do homem, que pode atender ou não ao conselho.

E necessário ao indivíduo, ajudar a si próprio, pois é relevante a máxima: "ajuda-te que o céu te ajudará, equivalente à recomendação de Jesus "pedi e se vos dará", "buscai e achareis, batei a porta e se vos abrirá". Sob o ponto de vista moral, aquelas palavras de Jesus significam: pedi a luz que deve clarear vosso caminho, e ela vos será dada; pedi a força de resistir ao mal, e a tereis; pedi a assistência dos bons Espíritos e eles virão vos acompanhar e vos servirão de guias; pedi bons conselhos, e não vos serão recusados; mas pedi sinceramente, com fé e confiança, apresentai-vos com humildade e não com arrogância", fazendo sempre a parte que te compete, pois o pai criador nunca te desamparará.

Bibliografia:

Caminho Verdade e Vida - EmmanuelO Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec

Questionário

a) manifestações físicas espontâneas

1) Como se apresentam as manifestações físicas mais simples?

2) Qual a finalidade das manifestações físicas?

3) São sempre reais as manifestações físicas?

4) Por que muitos médiuns não podem contribuir para o fenômeno de transporte?

5) Por que os fenômenos de transporte são raros?

b) auxílio do mundo espiritual

1) Como o espírita entende o auxílio do Mundo Espiritual?

2) Devemos viver na dependência do auxílio constante dos Espíritos?

3) Diante de situações difíceis, como encontrar solução?

4) Apenas os espíritas recebem auxílio do Mundo Espiritual?

5) O que significa "Ajuda-te que o céu te ajudará"?

PARTE C - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

5.a Fase - Manifestação Técnicas da Incorporação ou Psicofonia. Circuito Mediúnico.

Para ocorrer a manifestação é necessária a presença do:— Espírito desencarnado (entidade): emissor da mensagem e do— Espírito encarnado (médium): receptor da mensagem. O primeiro emite pensamento em direção ao 2.° (vontade-apelo), solicitando a comunicação. O segundo emite seu pensamento em direção ao 1.°, aceitando a comunicação (vontade-resposta), como ensina André Luiz, Mecanismos da Mediumdade, cap. VI.A união dessas correntes mentais chama-se circuito mediúnico.O Instrutor, que tem maior elevação moral que o médium, "abaixa" um pouco seu padrão vibratório, porém o médium também precisa elevar o seu, a fim de alcançar o do mentor.

Nos casos de entidades com padrão inferior ao do médium, não é o médium que "abaixa" seu padrão, pois isso ele nunca deve fazer, mas sim os Benfeitores Espirituais que elevam o padrão das entidades para alcançarem o do médium para a comunicação se realizar.

Convém lembrar que o médium pode causar bloqueios às comunicações, por sentimentos como:— medo;— insegurança;— falta de fé;— falta de preparo adequado;— falta de confiança;— invigilância.

A reforma íntima e o estudo da mediunidade evitam os bloqueios e fortalecem os médiuns.

5.a Fase - Manifestação

É nessa fase que o agente espiritual se comunica com o nosso plano. A comunicação pode ser verbal ou escrita, inconsciente ou telepática, conforme a natureza da faculdade do médium. Essa fase só deve ser efetivada quando as outras forem ultrapassadas.Antes da manifestação, deve-se adotar o seguinte procedimento:

a) levar os médiuns até a fase de envolvimento, guardando todos silêncio completo;

b) anunciar que se vai passar à fase final de manifestação; todos devem se concentrar para recebê-la, explicando que a manifestação não é livre e que os Espíritos comunicantes se limitarão a uma saudação rápida, em duas palavras, como por exemplo: Graças a Deus; Paz a todos; Deus abençoe a todos, ou qualquer outra, desligando-se a seguir, imediatamente.

Nessa fase explica-se que o objetivo é formar médiuns conscientes daquilo que se passa com eles: capazes de agir com segurança e competência em quaisquer circunstâncias; conhecedores, pelo menos, dos mais indispensáveis detalhes do intricado problema mediúnico.

Deve-se exercitar até que se obtenha a flexibilidade mediúnica necessária ao envolvimento e à manifestação, o desembaraço para receber, segurança e fidelidade na transmissão. Essa flexibilidade mediúnica vai ser muito necessária nos períodos seguintes, de adestramento e aprimoramento.

Enquanto os médiuns não forem dados como aptos, prontos, não se deve trabalhar com Espíritos sofredores ou obsessores.Nessa fase preparatória só se pode trabalhar com Espíritos instrutores.

12ª. AULA

PARTE A - ANIMISMO, MISTIFICAÇÃO, FRAUDE, CONTRADIÇÃO E ABUSO

Animismo: sistema fisiológico que considera a alma como causa primária de todos os fatos intelectuais e vitais (do latim: anima, = alma + ismo = doutrina).

George Ernst Stahl (1660/1734), médico e químico alemão, refutou o estudo, em medicina, da anatomia, da física e da química, por entender que a cura de um doente estava baseada na alma. Assim, estabeleceu o sistema que se tornou célebre pelo nome de animismo. O Espiritismo, desde o início, expõe o fenômeno anímico como a manifestação da alma do médium, portanto, em conceituação diferente daquela fixada por Stahl. A alma do médium pode manifestar-se como qualquer outro Espírito, desde que goze de certo grau de liberdade, pois recobra os seus atributos de Espírito e fala como tal e não como encarnado.

Os Espíritos Erasto e Timóteo, explicam que "com efeito, nossas comunicações com os Espíritos encarnados, diretamente, ou com os Espíritos propriamente ditos, se realizam unicamente pela irradiação do nosso pensamento" (L.M., 2ª parte, Cap. XIX, item 225). Cada médium então revestirá o pensamento recebido com suas próprias palavras, e Kardec ressalta que "a expressão desse pensamento pode e deve, o mais frequentemente, ressentir-se da imperfeição desses meios" (L.M., 2ª parte, Cap. XIX, item 224).

"Com um médium cuja inteligência atual ou anterior esteja desenvolvida, nosso pensamento se comunica instantaneamente, de Espírito a Espírito, graças a uma faculdade peculiar à essência mesma do Espírito. Nesse caso encontramos no cérebro do médium os elementos apropriados à roupagem das palavras correspondentes a esse pensamento [...] E por isso que apesar de diversos Espíritos se comunicarem através do médium, os ditados por ele recebidos trazem sempre o cunho pessoal do médium, quanto à forma e estilo. Porque embora o pensamento não seja absolutamente dele, o assunto não se enquadre em suas preocupações habituais, o que desejamos dizer não provenha dele de maneira alguma, ele não deixa de exercer sua influência na forma, dando-lhe as qualidades e propriedades características de sua individualidade" (L.M., 2ª parte, cap. XIX, item 225).

Um exemplo disso pode ser visto quando se compara a transmissão mediúnica com a música; os Espíritos são como compositores de música e só dispõem de um destes instrumentos: um piano, um violino, uma flauta, um fagote ou um apito. Com os quatro primeiros instrumentos os Espíritos podem executar a música de maneira satisfatória. Embora os sons sejam essencialmente diferentes entre si, a composição será sempre a mesma nas diversas variações dos sons. Mas, quanto a ter só um apito, eles estariam em dificuldade (veja L.M., 2a parte, Cap. XIX, item 225).

Para que se possa distinguir se é o Espírito do médium ou outro Espírito que se comunica, é necessário observar a natureza das comunicações, através das circunstâncias e da linguagem. Quanto à diferenciação entre o pensamento do médium e do Espírito comunicante no médium intuitivo, Kardec diz que, "a distinção, de fato, é às vezes bastante difícil de se fazer, mas pode ser que isso pouco importe. Pode-se, entretanto, conhecer o pensamento sugerido pela razão de não ser jamais preconcebido, surgindo na proporção em que escreve [...]" (L.M., 2ª parte, Cap. XV, item 180 ).

"O médium, tendo consciência do que escreve, é naturalmente levado a duvidar de sua faculdade: não sabe se a escrita é dele mesmo ou de outro Espírito. Mas ele não deve absolutamente inquietar-se com isso, e prosseguir apesar da dúvida. Observando com cuidado a si mesmo, facilmente reconhecerá nos escritos muitas coisas que não lhe pertencem, que são mesmo contrários aos seus pensamentos, prova evidente de que

não procedem da sua mente. Que continue, pois, e a dúvida se dissipará com a experiência (L.M., 2ª parte, Cap. XV item 214).

André Luiz conceitua animismo como o "conjunto dos fenômenos psíquicos produzidos com a cooperação consciente ou inconsciente dos médiuns em ação" (Mecanismos da Mediunidade, Cap. 23, pág. 163). Em outro livro, o mesmo autor conceitua o fenômeno anímico como uma forma de desdobramento da alma, que se arroja ao passado, de onde recolhe as impressões de que se vê possuída. Há uma espécie de manifestação anímica descrita por André Luiz mostrando que, muitas vezes, o que se assemelha a um transe mediúnico, nada mais é do que o médium desajustado, revivendo cenas e acontecimentos no seu mundo subconsciencial, fenômeno esse motivado pelo contato magnético, pela aproximação de entidades que lhe partilharam as remotas experiências (Nos Domínios da Mediunidade, Cap. 22, "Emersão no Passado").

Nessa hora, o médium se comporta e se expressa como se ali estivesse realmente um Espírito a se comunicar. Nessas condições, diz André Luiz, "a idéia de mistificação talvez nos impelisse à desrespeitosa atitude, diante do seu padecimento moral. Por isso, nessas circunstâncias, é preciso armar o coração de amor, a fim de que possamos auxiliar e compreender. Um doutrinador sem tato fraterno apenas lhe agravaria o problema, porque, a pretexto de servir à verdade, talvez lhe impusesse corretivo inoportuno ao invés de socorro providencial. Primeiro, é preciso remover o mal, para depois fortificar a vítima na sua própria defesa (Nos Domínios da Mediunidade, Gap. 22, "Emersão no Passado", pág. 213).

Mesmo neste estado de desequilíbrio, o médium pode e deve ser socorrido e restituído ao serviço. Como a outro sofredor qualquer, o doutrinador deve mostrar-lhe, com os recursos da caridade evangélica, o impositivo do perdão aos inimigos para a reconquista da paz. Esses médiuns necessitam de amparo moral, paciência, carinho, consolo e estudo evangélico, doutrinário, cultural, para a renovação íntima, única base sólida para o reajuste definitivo, porquanto renasceram pela carne, sem se renovarem em Espírito. "Todos podemos cair em semelhante estado, se não aprendermos a cultivar o esquecimento do mal, em marcha incessante com o bem..." (Nos Domínios da Mediunidade, Cap. 22, "Emersão no Passado", pág. 214).

Mistificar: enganar, burlar, trapacear, tapear, iludir. O primeiro sentido foi o de iniciar alguém nos mistérios de um culto, torná-lo iniciado. Deriva do grego "mysthés", donde procede "mysthérion", mistério. As mistificações são o escolho mais desagradável da prática mediúnica, mas, para evitá-las, há "um meio muito simples, que é o de não pedir ao Espiritismo nada mais do que ele não pode e deve dar-vos: seu objetivo é o aperfeiçoamento moral da humanidade. Desde que não vos afasteis disto, jamais sereis mistificados, pois não há duas maneiras de se compreender a verdadeira moral, mas somente aquela que todo homem bom senso pode admitir [...]

Se nada pedem, aceitam o que dizem, o que dá na mesma. Se recebessem com reserva e desconfiança tudo o que se afasta do objetivo essencial do Espiritismo, os Espíritos levianos não as enganariam tão facilmente" (L.M., 2ª parte, Cap. XXVII, item 303). Do que se conclui que só é mistificado aquele que merece.

Por tudo isso, usar de toda cautela com as providências rescritas ou aconselhadas por Espíritos, quando os fins não forem claramente razoáveis; ainda, não se deixar ofuscar pelos nomes usados, para darem validade às palavras dos Espíritos. Perguntou-se a Emmanuel se a

mistificação não demonstra desamparo dos mentores da esfera espiritual. Ele respondeu que "a mistificação experimentada por um médium traz, sempre, uma finalidade útil, que é a de afastá-lo do amor-próprio, da preguiça no estudo de suas necessidades próprias, da vaidade pessoal ou dos excessos de confiança em si mesmo.

"Os fatos de mistificações não ocorrem à revelia de seus mentores mais elevados, que, somente assim, o conduzem à vigilância precisa e às realizações da humildade e a prudência no seu mundo subjetivo" (O Consolador, perg. 401). O charlatão mais hábil na produção de mentiras brilhantes geralmente é aquele seguido de maior contingente de pessoas. Assim, é conveniente lembrar que, no intercâmbio com o mundo invisível, os novos discípulos devem precaver-se contra os perigos representados por criaturas desse gênero. O orgulho e a ostentação têm sido sempre duas falhas de pessoas desse jaez.

A técnica de o homem se apresentar como o melhor, o mais bem aquinhoado, de salientar-se à frente dos outros, de ter a presunção de converter consciências alheias, são atributos divorciados da verdade. Torna-se imperioso não acreditar em seus argumentos. E muito mais razoável entender que o serviço de iluminação interior é extremamente difícil de ser realizado, devendo sempre começar pelo esforço de regeneração de si mesmo.

Nem sempre os porta-vozes da verdade são aceitos, e os que se sentem prejudicados por eles preferem catalogá-los como fanáticos e mistificadores. No entanto, nesse embate, é muito importante saber que, para a felicidade de todos, faz-se necessário assimilar a verdade o mais cedo possível, fazendo com que ela sempre prevaleça.

Bibliografia:

O Livro dos Médiuns 2ª. Parte Cap. XXVII - Allan Kardec O Consolador - Emmanuel

PARTE B - MENTIRA E OMISSÃO

Apreciável segmento da Humanidade geralmente aplaude os homens palavrosos, que prometem milagres, maravilhas, não hesitando em dar-lhes grande crédito, bastando que eles, com suas artimanhas, escondam a enfermidade, a fraqueza, a ignorância das pessoas. No entanto, o mesmo não acontece com aqueles que se abrigam sob o manto da verdade, ainda que esta seja das mais simples. Para estes, a sociedade geralmente tem reservado a fogueira, a cicuta, a cruz e outros gêneros de punições implacáveis.

Nem sempre os porta-vozes da verdade são aceitos, e os que se sentem prejudicados por eles preferem catalogá-los como fanáticos e mistificadores. No entanto, nesse embate muito importante saber que, para a felicidade de todos, faz-se necessário assimilar a verdade o mais cedo possível, fazendo com que ela sempre prevaleça. Aqueles que são Espiritualistas e que não assumem uma posição definida em relação aos ensinamentos de Jesus, estão se omitindo da verdade espiritual.

Jesus Cristo (Evangelho Segundo João, capítulo 8, versículo 45) disse: "Mas, porque vos digo a verdade, não me credes". Na realidade, o Mestre desceu dos Planos Superiores, a fim de trazer novos conhecimentos aos homens, para que eles tomassem ciência da única verdade. Porém uma

apreciável parcela desses homens preferiu permanecer encastelada no obscurantismo, dando preferência aos errôneos conceitos prevalecentes na época, todos eles alicerçados na observância de vãs tradições. Para esse segmento dos homens era mais lógico continuar a apedrejar mulheres adúlteras, dar sentido religioso, rígido, ao resguardo dos dias de sábado, a conceber Deus como o Javé, rancoroso e vingativo, Senhor dos Exércitos, repelindo, dessa maneira, as palavras do Mestre, não hesitando em levá-lo ao hediondo sacrifício do Calvário.

O apóstolo Paulo também se defrontou com criaturas que repeliam a verdade e se apegavam às fantasias incongruentes. Em Atos dos Apóstolos (capítulo 19, versículo 19) consta a descrição de que, apregoando as verdades reveladas por Jesus, na cidade de Éfeso, Paulo conseguiu fazer com que "muitas pessoas que seguiam as artes mágicas trouxessem os seus livros e os queimassem em praça pública, na presença de todos".

Na cidade de Licaônia, após operarem a cura de um coxo de nascença, a multidão, vendo que Paulo e Barnabé haviam feito aquela cura, levantou a voz, dizendo: "Os deuses se converteram em homens", passando a chamar Paulo, de Mercúrio, e Barnabé, de Júpiter. O sacerdote politeísta de Júpiter pretendeu praticar sacrifícios de touros para homenagear os dois cristãos, porém Paulo e Barnabé, não pactuando com aquela fantasia, saltaram no meio do povo e disseram: "Varões, por que fazeis essas coisas? Nós somos homens como vós, sujeitos às mesmas paixões e vos recomendamos que vós vos convertais ao Deus vivo, que fez o Céu, a Terra, o mar e tudo o que há neles" (Atos dos Apóstolos, capítulo 14, versículos 11 a 14).

Bibliografia:

Caminho,Verdade e Vida lição 78- Emmanuel Evangelho Segundo João, Cap. 8:45 Atos dos Apóstolos, Caps. 14 e 19

Questionário

a) animismo, mistificação, fraude, contradição e abuso

1) Que é um fenômeno anímico?

2) Que é mistificação?

3) Que é fraude?

4) Como se pode evitar as mistificações?

5) Por que só é mistificado aquele que o merece?

b) mentira e omissão

1) Por que apreciável segmento da Humanidade aplaude os homens palavrosos?

2) Quais as tendências negativas de um charlatão?

3) Por que nem sempre os porta-vozes da verdade são aceitos?

4) Por que os homens, muitas vezes, preferem conceitos errôneos?

5) O que aconteceu a Paulo e Barnabé na cidade de Licaônia, após

curarem um coxo?

PARTE C - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

Correntes e Suportes Magnéticos

O objetivo da aula é direcionar o magnetismo no Grupo de Médiuns. Após a preparação inicial, forma-se a corrente de mãos, por onde deve transitar o magnetismo de um médium para o outro.

A corrente formada funciona como suporte magnético com a sustentação de todos os médiuns, que será direcionado para uma finalidade específica, como a realização de um tratamento material ou espiritual a um enfermo, para ação no local ou à distância.

13ª. AULA

PARTE A - FIXAÇÃO MENTAL E COMUNICAÇÕES FRÍVOLAS

Um dos dramas do Espírito encarnado ou desencarnado, reside na fixação mental, que é o estado em que a criatura "nada mais ouve, nada mais vê, e nada mais sente, além da esfera desvairada de si mesma" (André Luiz, Nos Domínios da Mediunidade, Cap. 25).

Fixação mental, idéia fixa ou ainda monoideísmo, é a operação mental pela qual o Espírito dirige o pensamento a uma idéia central, única e atuante, atribuindo-lhe importância superior às outras. "O Espírito isola-se do mundo externo, passando a vibrar, unicamente, ao redor do próprio desequilíbrio, cristalizando-se no tempo" (Martins Peralva, em Estudando a Mediunidade, Cap. 37).

A mente pode fixar-se em qualquer perturbação interior de grandes proporções, como paixões ou desânimo, crueldade ou vingança, ciúme ou desespero, ou ainda a persistência do pensamento em determinado ato danoso a si mesmo ou a outros. Quando o Espírito desencarna nestas condições, e resolve rebelar-se contra o progresso para o bem, pode imobilizar-se nas sombras, por tempo indefinido. Por isso, a idéia fixa pode durar séculos e até milênios, estagnando a vida mental no tempo.

O mecanismo da fixação mental pode ser entendido através da ação do nosso pensamento sobre os fluidos. Kardec coloca que, "desde o instante que esses fluidos são o veículo do pensamento, que o pensamento pode modificar-lhes propriedades, é evidente que eles devem estar impregnados de qualidades boas ou más dos pensamentos que os colocam em vibração, modificados pela pureza ou impureza dos sentimentos" (GE., Cap. XIV, item 16). Quando o Espírito que reconhece sua culpa se fixa mentalmente no ato que cometeu, passa a emitir pensamentos de remorso, que é um sentimento destruidor.

Os Espíritos explicam que esses fluidos prendem-se ao redor de seu emissor, como um hálito mental: "Após a partida da Terra, sobretudo para aqueles que tiveram paixões bem vivas, resta uma espécie de atmosfera que os envolve guardando todas essas coisas más, pois o Espírito não está inteiramente desprendido" (L.E., Livro II, Cap. VI, perg. 229 -parte I: "Espíritos Errantes").

Sabemos que o perispírito tem uma consistência mais maleável do que o corpo físico, pelas características de sua própria plasticidade. Portanto,

esses fluidos atuam no perispírito de modo a criar-lhe sensações de felicidade ou sofrimento, conforme o pensamento que os gerou. São semelhantes às sensações dos Espíritos encarnados, mas elas "não podem ser materiais, desde que a alma não é de matéria.

Essas penas e esses gozos nada têm de carnal e por isso mesmo são mil vezes mais vivos do que os da Terra. O Espírito, uma vez desprendido, é mais impressionável: a matéria não mais lhe enfraquece as sensações" (L.E., Livro IV, cap. II, perg. 965 - parte IV: "Natureza das Penas e Gozos Futuros"). As paixões não existem mais materialmente, mas existem ainda no pensamento dos Espíritos mentalmente fixados a elas.

Os Espíritos descrevem os objetivos e também as consequências dessas sensações dolorosas: 'Assim é, precisamente, para seu suplício: o avarento vê o ouro que não pode possuir; o devasso, as orgias de que não pode participar; o orgulhoso, as honras que inveja e de que não pode gozar'1 (L.E., Livro IV, Cap. II, perg. 972-a - parte IV: "Natureza das Penas e dos Gozos Futuros"). Encontramos no livro O Céu e o Inferno depoimentos de Espíritos como o do avarento identificado por François Riquier que fixou-se na busca de seu dinheiro (Cap. IV - "Espíritos Sofredores") ou o do Espírito Castelnaudary, condenado a morar na casa onde cometeu seus crimes (Cap. VI - "Criminosos Arrependidos").

"Já vimos que esses sofrimentos são o resultado dos laços que ainda existem entre o Espírito e a matéria. Que quanto mais ele estiver desligado da influência da matéria, quanto mais desmaterializado, menos sensações penosas sofrerá ... Que dome as suas paixões animais: que não tenha ódio, nem inveja, nem ciúme, nem orgulho; que não se deixe dominar pelo egoísmo; que purifique sua alma, pelos bons sentimentos; que pratique o bem; que não dê às coisas deste mundo senão a importância que elas merecem; e, então, mesmo sob o seu envoltório corpóreo, já se terá purificado, desprendido da matéria, e quando o deixar, não sofrerá mais a sua influência" (L.E., livro II, Cap. VI, item 257 - parte IV: "Ensaio Teórico sobre a Sensação nos Espíritos").

O Espírito não pode esquecer a sublimação de si mesmo, que é a mais alta vitória no processo de regeneração. Não deve também cultivar os sentimentos negativos de culpa e remorso que poderão levá-lo a um estado de fixação mental. Arrepender-se da prática danosa e perseguir a reparação é o remédio. Por estas razões é que o apóstolo Paulo adverte aos cristãos de Filipos: "uma coisa faço: esquecendo-me do que fica para trás e avançando para o que está adiante, prossigo para o alvo, para o prêmio da vocação do alto, que vem de Deus em Cristo Jesus" (Epístola aos Filipenses, 3:13).

Complementa André Luiz que a fixação mental leva as entidades à deplorável amnésia, assemelhando-se a doenças mentais renitentes, o que se reflete na criatura encarnada como "perturbações congeniais da mente". Mas reencarnação surge muitas vezes como a única saída para estado de fixação mental: "A experiência no corpo de carne, em posição difícil, é semelhante a um choque de longa duração, em que a alma é convidada a restabelecer-se" (André Luiz, Nos Domínios da Mediunidade, Cap. 25). A reencarnação, portanto, é uma oportunidade bendita,

Bibliografia:

Epístola aos Filipenses, cap. 3, versículo 13 - A Bíblia de Jerusalém Nos Domínios da Mediunidade, cap. 25 - André Luiz

Estudando a Mediunidade, cap. 37O Livro dos Espíritos, livro II, cap. VI, item 257 e perg. 229; Livro IV, cap. II, perg. 965 e 972-a A Gênese, cap. XIV, item 16 O Céu e o Inferno, cap. IV e VI

PARTE B - DOENÇAS PSÍQUICAS

"O Espírito sofre segundo o que fez sofrer, de maneira que sua atenção estando incessantemente voltada para as consequências desse mal, ele compreende melhor os inconvenientes do seu procedimento e é levado a se corrigir" (O Céu e o Inferno, Cap. VII, item 7, 1a parte).

As imperfeições do Espírito (sempre alicerçadas no orgulho e egoísmo) vão-se traduzindo, ao longo do tempo, em doenças. O Espírito atua sobre o corpo espiritual, através do pensamento e, desta forma, marca nele as consequências de sua atuação, inclusive as predisposições para determinadas doenças; dizem-se "determinadas doenças", porque muitos males que perturbam o homem vêm da sua mente invigilante, como o desmazelo, a imprudência, a revolta sistemática, a preguiça, a falta de higiene, a displicência para com pequenos hábitos que a vida exige, o eterno repouso.

São também causas de doenças o excesso de trabalho solicitado pela ambição, o permanente mau humor, o desânimo insistente, vida desregrada, vícios sociais, a bebida, o fumo, dormir sempre muito tarde, a falta de horário para se alimentar, e a gula. Todos estes fatores podem gerar doenças.

Ainda há outras moléstias que são consequências de outras vidas. Espíritos que usaram seu intelecto para desnortear os encarnados, criando viciações mentais nas criaturas, renascem com bloqueios cerebrais, para o devido reajuste.

Outros que, através da arte, perturbam a sensibilidade alheia, viciando-a em comportamentos abusivos, em verdadeiras afrontas à dignidade e bom senso, necessitam do renascimento com moléstias ou mutilações que os inibam de repetir o erro.

Quando o homem se utiliza da palavra para ferir, caluniar, mentir, ofender, intrigar, não lhe resta outra alternativa senão a reencarnação com deficiências dos aparelhos vocais e auditivos. O silêncio exterior para refazer o interior. O sexo traz uma esteira de comprometimento, quando usado sem o critério do respeito e do amor. Renascem esses Espíritos com doenças e inibições genésicas das mais variadas, como recurso inibitório dos desmandos praticados.

Há Espíritos que reencarnam conscientes das dificuldades com que terão que viver, mas, há outros, como os suicidas ou Espíritos reincidentes na maldade, na crueldade e na delinquência, que são trazidos para reencarnação como doentes em laboriosa restauração."O mundo não é apenas a escola, mas também o hospital em que sanamos desequilíbrios recidivantes, nas reencarnações regenerativas, através do sofrimento e do suor, a funcionarem por medicação compulsória.

"Se alguém te fere ou desgosta, debita-lhe o gesto menos feliz à conta de moléstia obscura de que ainda se faz portador. "Se cada pessoa ofendida pudesse ouvir a voz inarticulada do Céu, no instante em que se vê golpeada, escutaria, de pronto, o apelo de Misericórdia Divina:

Compadece-te. Todos somos enfermos, pedindo alta.

"Compadeçamo-nos uns dos outros, a fim de que saibamos auxiliar" (Emmanuel, em Justiça Divina, lição "Doenças da Alma"). O homem nunca, na verdade, engana os outros, mas só a si mesmo. O ensino de Jesus para o Espírito eterno é: "Orai e vigiai para não cairdes em tentação". O remorso funciona como um logo mental. A fixação dele é brecha perigosa para a aproximação dos desafetos.Ele aprisiona a mente do indivíduo no erro cometido.

Conclui-se, portanto, que o remorso em si, necessariamente não reeduca a criatura, que só encontra esse auxílio no Evangelho de Jesus, como terapia e orientação para novos rumos.

Bibliografia:

O Céu e o Inferno

Justiça Divina, Lição "Doenças da Alma" - Emmanuel

Questionário

a) fixação mental e comunicação frívolas

1) Que é fixação mental?

2) Qual é o mecanismo da fixação mental?

3) Como os Espíritos descrevem a fixação mental?

4) Qual o meio mais prático para o Espírito libertar-se da fixação mental?

5) O que André Luiz fala da fixação mental e do Espírito reencarnante?

b) doenças psíquicas

1) Que doenças da alma decorrem da invigilância do homem?

2) Que doenças decorrem de outras vidas?

3) Que doenças da alma decorrem dos abusos da palavra?

4) Que doenças decorrem do abuso do sexo?

5) Qual o conselho de Emmanuel aos homens, quando ofendidos?

PARTE C - DESENVOLVIMENTO PRATICO MEDIÚNICO

As Cinco Fases — Manifestação

O dirigente retoma todo o processo do Desenvolvimento Mediúnico, desde a concentração, reforçando passo a passo cada fase, incentivando e encorajando todos a darem manifestação com fé e confiança. Alguns alunos não sabem como iniciar as manifestações, por isso é conveniente que o dirigente cite alguns exemplos de frases simples como: "Muita paz", "Graças a Deus".

14ª. AULA

PARTE A - PROBLEMAS MENTAIS, VIOLÊNCIA, DESCONTROLE EMOCIONAL, IRRITABILIDADE, NERVOSISMO

"As doenças pertencem às provas e às vicissitudes da vida terrena. São inerentes à grosseria de nossa natureza material e à inferioridade do mundo que habitamos" (E.S.E., Cap. XXVIII, parte V, item 77). Os problemas mentais não fogem à regra. Desencadeados por fatores físicos ou emocionais, sempre têm uma causa final de fundo espiritual. Sabemos que o perispírito é subordinado ao Espírito, e que o corpo físico reflete o perispírito, então qualquer alteração que ocorra em nosso corpo físico terá uma correspondência direta com o Espírito.

"O Espiritismo dá a chave das relações que existem entre a alma e o corpo, e prova que há reação incessante de um sobre o outro. Ele abre, assim, novo caminho à ciência e, em lhe mostrando a verdadeira causa de certas doenças, lhe dá os meios de combatê-las" (E.S.E., Introdução, "Resumo da Doutrina de Sócrates e Platão", item XIX).

De um modo geral, os problemas mentais decorrem da própria ação individual e normalmente são de dois tipos:A) No primeiro caso, as causas são externas, consequência da ação de outros Espíritos sobre o Espírito do doente. São decorrentes dos processos obsessivos de simbiose ou vampirismo espiritual, ou derivados da ação obsedante de Espíritos vingativos que prejudicamos em vidas passadas.

B) No segundo caso, são gerados a partir das ações do próprio Espírito doente. Podem ser desencadeados através descuido do próprio corpo físico, ou são consequência expiatória com origem em outras vidas, ocasionadas pelo uso do livre-arbítrio, ou ainda como provas escolhidas pelo próprio Espírito, que, por alguma razão maior, tem algo a aprender com essas dificuldades.

Não obstante, nos dois casos, a responsabilidade é do próprio sujeito, pois sabemos que "a obsessão decorre sempre de uma imperfeição moral, que dá ascendência a um Espírito mau" (GE., Cap. XIV, item 46).

Nos casos decorrentes de processos de simbiose ou vampirismo espiritual encontram-se as alterações mentais originadas através do contato constante com fluidos emitidos por Espíritos pouco evoluídos, não evangelizados. São Espíritos que aproximam-se geralmente atraídos por mentes invigilantes, para absorver fluidos impregnados pelos vícios materiais ou defeitos morais. Estas imperfeições são originárias do fumo, das drogas, do álcool, do jogo, de abusos sexuais; ou então de comportamentos como a maledicência, o desânimo, a ociosidade, a avareza, etc.

Nos casos derivados da ação obsedante de Espíritos vingativos,, as causas podem ser várias: vingança, desejo de fazer o mal, desejo de impor um falso saber, etc. A obsessão é a ação persistente que um mau Espírito exerce sobre um indivíduo. Ela apresenta caracteres muito diferentes, desde a simples influência moral, sem sinais exteriores sensíveis, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais" (GE., Cap. 14, item 45).

"A obsessão é, quase sempre, o fato de uma vingança exercida por um Espírito, e que, o mais frequentemente, tem a sua fonte nas relações que o obsidiado teve com ele numa precedente existência" (GE., Cap. 14, item 46).

Em todos os casos de obsessão, "sendo o perispírito dos encarnados de uma natureza idêntica à dos fluidos espirituais, assimila-os com facilidade, como uma esponja que se embebe de líquido... Estes fluidos agindo sobre o perispírito, este, por sua vez, reage sobre o organismo material, com o qual está em contato molecular. Se o eflúvios são de boa natureza, o corpo sente-lhes uma impressão salutar; se são maus, a impressão é penosa; se os maus são permanentes e enérgicos eles podem determinar desordens físicas: certas doenças não têm outra causa"" (GE., Cap. 14, item 18).

Kardec também se preocupou com as relações entre a obsessão e a loucura. Pergunta aos Espíritos sobre as relações entre a subjugação corpórea e a loucura: "Sim, a uma espécie de loucura cuja causa é desconhecida do mundo, mas que não tem relação com a loucura ordinária. Entre os que são tratados como loucos há muitos que são apenas subjugados. Necessitam de um tratamento moral, enquanto os tornam loucos verdadeiros com os tratamentos corporais. Quando os médicos conhecerem bem o Espiritismo, saberão fazer essa distinção e curarão maior número de doentes do que o fazem com as duchas" (L.M., 2ª parte, Cap. XXIII, item 254, perg. 6).

Quando as enfermidades mentais são provocadas pela nossa própria imprevidência, são atitudes erradas e emoções negativas com relação ao nosso corpo físico. Deixamo-nos dominar pelos vícios e desequilíbrios morais que nos fazem absorver fluidos deletérios e comprometer assim as nossas funções orgânicas, bem como provocar desordens emocionais. "Quantas doenças e aleijões são o efeito da intemperança e dos excessos de toda ordem!" (E.S.E., Cap. 5, item 4).

"Nos mundos mais avançados, física e moralmente, o organismo humano, mais depurado e menos material, não está sujeito às mesmas enfermidades que o nosso, e o corpo não é minado secretamente pela devastação das paixões" (E.S.E., Cap. XXVIII, parte V, item 77).

Os casos de problemas mentais originários de acões do próprio Espírito em vidas passadas, decorrem, invariavelmente, de sentimentos exagerados de culpa e de remorso destrutivo. "Com a preexistência, o homem traz, em renascendo, o germe de suas imperfeições, dos defeitos de que não se corrigiu, e que se traduzem por seus instintos naturais, as suas propensões a tal ou tal vício" (GE., Cap. l, item 38). Isto lhe acarreta certas dificuldades quando encarnado, e "com efeito, a maior parte dos casos de loucura é provocada pelas vicissitudes que o homem não tem forças para suportar" (E.S.E., Cap. V, item 14).

Quando o objetivo da enfermidade é o da superação de obstáculos necessários à sua elevação espiritual, surge como uma etapa em que o Espírito aprende sobre resignação, paciência, esperança, etc. "Não se deve crer, entretanto, que todo sofrimento por que se passa neste mundo seja necessariamente o indício de uma determinada falta: trata-se, frequentemente, de simples provas escolhidas pelo Espírito, para acabar a sua purificação e acelerar o seu adiantamento" (E.S.E., Cap. 5, item 9).

Finalizando, não poderíamos deixar de levantar uma questão que o próprio Kardec colocou aos Espíritos: a mediunidade poderia produzir a loucura? "Não produziria mais do que qualquer outra coisa, quando a fraqueza do cérebro não oferecer predisposição para isso. A mediunidade não produzirá a loucura, se esta já não existir em germe.

Mas se o seu princípio já existe, o que facilmente se reconhece pelas condições psíquicas e mentais da pessoa, o bom senso nos diz que devemos ter todos os cuidados necessários, pois nesse caso qualquer abalo poderá ser prejudicial" (LM, 2ª parte; Cap. XVIII, item 221, perg. 5).

Neste sentido, "todas as grandes preocupações intelectuais podem ocasionar a loucura: as ciências, as artes e a religião fornecem os seus contigentes. A loucura tem por causa primária uma predisposição orgânica do cérebro, que o torna mais ou menos acessível às impressões. Havendo essa predisposição à loucura, ela se manifestará com o caráter da preocupação principal do indivíduo, que se tornará uma idéia fixa. (LE, Introdução, item XV).

Kardec ressalta também o valor do Espiritismo como lenitivo para enfrentar os reveses e as decepções em nossas vidas, e entre elas, as doenças em geral. "Ora, o verdadeiro espírita olha as coisas deste mundo de um ponto de vista tão elevado; elas lhe parecem tão pequenas, tão mesquinhas, em face do futuro, que o aguarda; a vida é para eles tão curta, tão fugitiva que as tribulações não lhe parecem mais do que incidentes desagradáveis de uma viagem.

Aquilo que para qualquer outro produziria violenta emoção, pouco o afeta, pois sabe que as amarguras da vida são provas para o seu adiantamento, desde que as sofra sem murmurar, porque será recompensado de acordo com a coragem ao suportá-las. Suas convicções lhe dão uma resignação que o preserva do desespero e consequentemente de uma causa constante de loucura e de suicídio". (LE, Introdução, item XV).

BIBLIOGRAFIA

O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan kardecA Gênese - Allan KardecO Livro dos Espíritos - Allan KardecO Livro dos Médiuns - Allan Kardec

PARTE B - SAÚDE MENTAL

Saúde mental quer dizer pensamentos elevados e apropriados ao trabalho e à evolução que pretendemos alcançar. Paulo estava constantemente com o seu pensamento voltado para os cristãos asiáticos que eram fruto do seu incessante trabalho. Fazia constantemente prece por eles (Epístolas aos Efésios, 1:16 e 3:14 e Filipenses, 1:3) e os aconselhava sempre a se manterem próximos a Jesus e livres de toda e qualquer ligação com o passado pagão ou mesmo farisaico do Judaísmo (Epístola aos Efésios, 2:13 e 4:22 e aos Filipenses, 1:27 e 3:2).

O Apóstolo também a todos aconselhava comportamento social equilibrado, respeitando as autoridades (Epístola aos Romanos, 13:1-7) e adotando postura digna perante a coletividade (I Epístola aos Coríntios, 10:32; aos Efésios, 4:17 a 5:15; aos Filipenses, 2:15). Paulo era também excelente psicólogo e estava muito interessado em mostrar aos seus "filhos pela fé" (Epístola aos Galatas, 3:24) os efeitos espirituais da mente bem equilibrada.

Aos Efésios, aconselhava Paulo: "Vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios. (Efésios, 5:15). Quanto ao comportamento mental, dizia: "Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira" (Efésios, 4:26) e, (aos Filipenses, 2:14), escrevia: "Fazei

todas as coisas sem murmurações nem contendas", bem como aos Colossenses (3:2) aconselhava: "Pensai nas coisas que são de cima e não nas da terra".

O mundo romano daquela época (meados do I século da Era Cristã) estava cheio de problemas e de dificuldades, não apenas materiais, mas essencialmente espirituais: cultos e sacrifícios sangrentos de animais; a religião oficial regulamentada pelo Estado Romano, com altares e deuses pagãos; autoridades religiosas orgulhosas de seus privilégios e misteres; fanatismo judeu coligado com interesses políticos e financeiros locais; devassidão moral e corrupção política assustadoras.

Paulo aconselhava, então, aos Colossenses, aos Fiiipenses, aos Efésios, aos Coríntios, aos Romanos, aquela postura mental superior. Concitava-os a desligar-se desses problemas, dessas mazelas sociais que os afligiam, procurando ver em tudo os planos celestiais. E bom lembrar que Paulo não ensinava aos cristãos que se afastassem do mundo ( Epístola aos Coríntios, 5:10 e 11), de acordo com os ensinamentos do Mestre: "Não peço que os tires do mundo, mas os livres do mal" (Evangelho Segundo João, 17:15).

Paulo os chamava a pensar no justo, no digno, no equilibrado, no verdadeiro, no honesto, no puro, no amável (Filipenses, 4:8) e a regozijar-se sempre (IIEpístola aos Coríntios, 13:11; Filipenses, 4:4; I Epístola aos Tessalonicenses; 5:16). Era Paulo um irresponsável sonhador? Sabe-se que não!

Paulo conhecia os efeitos que o pensamento mórbido produz, antecipando de muito o que a Psicologia e a Psicoterapia dos séculos XIX e XX vieram comprovar. Paulo sabia também que a mente insana escraviza, e, por isso, ensinava o equilíbrio mental a seus discípulos. Hoje se sabe qual o papel da mente desequilibrada, nos processos de instauração e desenvolvimento da obsessão. A mediunidade é um fato da mente, e o processo da imantação mental é o caminho mais lógico e direto para o estabelecimento da sintonia com o Plano Espiritual, seja ele de que categoria for.

Anteriormente à Doutrina Espírita, os fenômenos mediúnicos, que levaram à fogueira tantos médiuns acoimados de "feiticeiros", não eram conhecidos, nem estudados, e tidos até por "diabólicos". Após Kardec, sabe-se perfeitamente qual o papel desempenhado pela mente na mediunidade.

Mente desequilibrada, médium desequilibrado. Mente mórbida, médium defeituoso. Mente doentia, médium inseguro. As equivalências poderão ser multiplicadas até ao infinito.

Como médium e, portanto, como trabalhador junto à Espiritualidade Superior, tem o espírita a inarredável obrigação de manter o equilíbrio mental, procurando com zelo, segurança e verdadeiro amor fraterno, o trato diário com a Espiritualidade, sem se perturbar com os problemas e mazelas da vida.

Aliás, o ditado "mente sã em corpo são" tem aplicação não só no trato com a Espiritualidade, mas serve também como saudável profilaxia para os problemas da vida diária inerentes a todo e qualquer encarnado, o que mostra a incrível atualidade de Paulo, nos dias presentes.

Guardar a saúde mental, perante as mazelas da vida diária, perante os problemas da atualidade, perante o descaminho em que a coletividade está transitando hoje e perante os conflitos que em todos os momentos o cristão é chamado a enfrentar, é o sacrificial testemunho do espírita consciente de suas possibilidades e responsabilidades.

É a luta constante consigo mesmo. É a confiança de que Jesus segura o leme, sempre que a procela vier. É a certeza de que o destino da Humanidade está nas mãos do Pai Celestial, mesmo quando tudo parecer comprovar o contrário: "No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo. Eu venci o mundo". Foi o que o Mestre nos ensinou (Evangelho Segundo João, 16:33)

BIBLIOGRAFIA

Pão Nosso, lição 177 - EmmanuelEpístolas de PauloEvangelho Segundo João

QUESTIONÁRIO

A - PROBLEMAS MENTAIS, VIOLÊNCIA, DESCONTROLE EMOCIONAL, IRRITABILIDADE, NERVOSISMO

1 - Como adquirimos problemas mentais?

2 - O que nos ensina a Doutrina Espírita sobre as relações alma e corpo?

3 - De que decorrem os problemas mentais?

4 - Que tipo de Espíritos atrai a mente invigilante?

5 - O que é obsessão e quais são as suas causas?

B - SAÚDE MENTAL

1 - Que quer dizer saúde mental?

2 - O que Paulo aconselhava a respeito da conduta moral?

3 - Por que o espírita, como médium, tem a obrigação de manter o equilíbrio mental?

4 - Por que devemos guardar a saúde mental?

5 - Que quer dizer: "É a confiança de que Jesus segura o leme, sempre que a procela vier"?

PARTE C - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO - AS CINCO FASES - MANIFESTAÇÃO

O dirigente retoma todo o processo do Desenvolvimento Mediúnico, desde a concentração, reforçando passo a passo cada fase, incentivando e encorajando todos a darem manifestação com fé e confiança.

Alguns alunos não sabem como iniciar as manifestações, por isso é conveniente que o dirigente cite alguns exemplos de frases simples como: "Muita paz", "Graças a Deus".

15ª. AULA

PARTE A - VIBRAÇÃO, RADIAÇÃO, DOAÇÃO, MENTALIZAÇÃO, MEDITAÇÃO, MÉDIUM DE CURA E DOADOR

"A Energia, condensando-se para criar a Forma, assume inúmeras modalidades e aspectos"; ao estacionar, a massa de Energia condensada passa a vibrar na sua característica própria, de forma, de tom, de cor e de luz.

"Nos corpos simples, essa tonalidade é uniforme, uníssona, mas, nos compostos, resulta do amálgama de todas as tonalidades parciais, pertencentes aos diversos elementos individuais que formam o conjunto.

"Assim, como há uma tonalidade musical característica de cada grau vibratório numa determinada escala, há também uma tonalidade fisiológica pertencente a todos os corpos e seres orgânicos e inorgânicos.

"No corpo físico do homem ou do animal, cada célula, órgão, aparelho ou sistema, possui tonalidade própria, e o conjunto de todas elas, amalgamadas, fundidas numa só, forma a tonalidade individual orgânica" (Edgard Armond, em Passes e Radiações, Caps. 5 e 23).André Luiz, em Nos Domínios da Mediunidade (caps. 2 e 17) fala sobre um aparelho, o "psicoscópio" que facilita os exames e estudos "da alma com o poder de definir-lhe as vibrações e com capacidade para efetuar diversas observações em torno da matéria".

"Funciona à base de eletricidade e magnetismo, utilizando-se de elementos radiantes,análogos na essência aos raios gama". Identifica "os valoresda individualidade humana pelos raios que emite. A moralidade, o sentimento, a educação e o caráter são claramente perceptíveis, através de ligeira inspeção".

André Luiz, usando o aparelho, pôde observar "que todas as coisas - teto, paredes e objetos do cotidiano - eram formadas de correntes de força, a emitirem baixa claridade, e que os encarnados em oração, ao redor da mesa de trabalho, estreitamente associados entre si, distinguiam-se pelos círculos radiantes que lhes nimbavam as cabeças".

"Na criação de Deus tudo é som, luz, cor e movimento, e tudo resulta das inúmeras transformações que a todo instante ocorrem nos setores do Espírito, da Energia e da Matéria.

"A tonalidade individual corresponde à determinada tensão vibratória funcional que se modifica com excessos, vícios e desenfreios passionais; e essas alterações podem ser bruscas ou lentas de efeitos imediatos ou remotos, produzindo moléstias agudas ou crônicas.

"Esse desequilíbrio vibratório interno desajusta também o indivíduo em relação ao ambiente exterior, causando-lhe perturbações mais ou menos sérias, que, às vezes, se tornam mesmo incompreensíveis" (Edgard Armond, em Passes e Radiações}.

Diz Armond que "o ser humano, como um organismo celular dinâmico, é

uma unidade vibratória que absorve e emite radiações diferentes: as físicas - calor, magnetismo, luz; as psíquicas - ondas vitais, essenciais, pensamentos, idéias, desejos, etc. Tudo isso age e reage sobre os outros seres, influenciando-os em sua vontade, sofrendo por sua vez a na radiação tonal, na aura individual, criando atmosfera boa ou má, atrativa ou repulsiva. As afinidades vibratórias é que regulam esse intercâmbio de dar e receber, no plano invisível, força e fluidos".

Pode-se dizer que a vibração, como conceito, é ato ou efeito de vibrar, oscilar balançar. É a forma ondulatória como se apresenta uma radiação, que é ato ou efeito de radiar, isto é, propagação de Energia sob a forma de ondas. Irradiar é lançar de si, emitir.

Em síntese: todo ser humano irradia de si um fluido vital ou ectoplásmico, dando origem às radiações de energias eletromagnéticas que se apresentam sob a forma vibratória. Por isso, deve-se tomar cuidado, porquanto, muitas vezes, um termo é empregado no lugar de outro, dada a semelhança conceitual.

A Doutrina Espírita, todavia, mostra que todas as radiações decorrem da ação do Espírito, quer dizer, são mentais.

Todos os Espíritos, encarnados e desencarnados, possuem a faculdade de emitir e projetar radiações a qualquer distância. Quando a mente está voltada para os ideais superiores da fé ativa, a expressar-se em amor pelos semelhantes; quando a disciplina se faz constante, através da renúncia amorosa, da bondade, do esforço próprio no bem, e no estudo nobremente conduzido, a criatura adquire elevado teor de radiação mental.

André Luiz explica que "o homem encarnado é um gerador de força eletromagnética e que todas as substâncias vivas da Terra emitem energias, enquadradas nos domínios das radiações ultravioletas". Existem "almas regularmente evoluídas, em apreciáveis condições vibratórias pela sincera devoção ao bem, com esquecimento dos seus próprios desejos. Podem, desse modo, projetar raios mentais, em vias de sublimação, assimilando correntes superiores e enriquecendo os raios vitais de que são dínamos comuns.

Complementa André Luiz que esses raios podem ser chamados de raios ectoplásmicos e são peculiares a todos os seres vivos. É na "base deles que se efetuam todos os processos de materialização mediúnica, porquanto os sensitivos encarnados que os favorecem libertam essas energias com mais facilidade. Todas as criaturas, porém, guardam-nas consigo, emitindo-as em frequência que varia em cada uma, de conformidade com as tarefas que o Plano da Vida lhes assinala. O estudo da mediunidade repousa nos alicerces da mente com seu prodigioso campo de radiações" (Nos Domínios da Mediunidade, Cap. 2).

O mesmo autor espiritual, em outra obra, escreve: "Cada qual de nós respira em determinado tipo de onda. Quanto mais primitiva se revela a condição da mente, mais fraco é o influxo vibratório do pensamento, induzindo a compulsória aglutinação do ser às regiões da consciência embrionária ou torturada, onde se reúnem as vidas inferiores que lhe são afins" (Entre a Terra e o Céu}.

Ainda Nos Domínios da Mediunidade, cap. 17, referindo-se ao serviço de passes, André Luiz fala sobre a doação de tais recursos magnéticos pelos médiuns curadores, aplicados à reduzida distância, os quais penetram o

halo vital ou aura dos doentes, provocando modificações. Diz que essas doações comunicam aos doentes vigor e refazimento, que "o pensamento influi, de maneira decisiva, na doação de princípios curadores.

Sem a idéia iluminada pela fé e pela boa vontade, o médium não conseguiria ligação com os Espíritos amigos que atuam sobre essas bases". O passe é uma transfusão de energias, mas nem todos os doentes alcançam a mais leve melhora, e isso se dá pela falta de fé e merecimento, para que a criatura registre o socorro de que necessita. No terreno das vantagens espirituais, é imprescindível que o candidato apresente condições favoráveis através da assistência magnética, onde recursos espirituais se entrosam entre a emissão e recepção, ajudando a criatura necessitada, para que ela ajude a si mesma.

A mente reanimada reergue as vidas microscópicas que a servem no templo do corpo; edificando valiosas reconstruções nos passes a distância, companheiros espirituais se ajustam no trabalho de auxílio, favorecendo a realização; e a prece silenciosa será o melhor veículo da força curadora.

A meditação é uma concentração intensa da mente em uma idéia ou em algum fato. A meditação pode ser considerada como a extensão da concentração, quando, ao invés de nos abrirmos para o mundo espiritual, nos concentramos em aspectos emocionais ou filosóficos de nossa realidade. W E. Sangster afirma que meditar é dirigir o nosso pensamento, fixar a nossa mente em certos pensamentos que transcendem as trivialidades da vida cotidiana, "uma espécie de exercício espiritual que consiste em reflexão profunda e contínua" ("O Valor da Meditação", em Revista Espírita Allan Kardec, n.°13, pág. 11).

Segundo esse mesmo autor, a meditação faz o nosso pensamento "girar em torno de um tema verdadeiro e profundo; é preciso aprender a revolver no pensamento esse tema uma quantidade de vezes". Os temas citados como exemplo para a meditação são a humildade, a gratidão, a disciplina, etc. De acordo com ele, também, "um dos perigos era confundir a meditação com sonhar acordado. Pode-se ficar mergulhado numa espécie de névoa, sem pensar em coisa alguma, e alimentar a convicção de que se está meditando. Isso é inútil - isso não é meditação, mas contemplação (aplicação demorada e absorta da vista e do espírito)".

Meditação não deve ser confundida com reflexão. Reflexão é o "ato ou efeito de refletir-se; volta da consciência, do Espírito, sobre si mesmo, para examinar o seu próprio conteúdo por meio do entendimento, da razão" (Dicionário Aurélio}. É uma avaliação interior, analisando idéias, situações ou emoções através de um processo mental lógico. Quando refletimos, pensamos racionalmente com o intuito de conhecer, compreender ou julgar algo conscientemente, através de nossa inteligência. Caracteriza-se pela busca e associação de idéias de uma maneira extremamente racional e consciente.

A meditação diferencia-se naquilo que ela tem de aleatório e ocasional nessas associações. A mente deixa-se ao livre fluir dos pensamentos. "Você medita quando, na quietude da natureza ou na paz de algum velho templo, você se volta para dentro de si mesmo por alguns instantes para participar do silêncio de Deus. Você medita ainda mais valiosamente quando, no meio do burburinho da vida, no centro do alvoroço e dos desafios do dia-a-dia, leva consigo a mesma quietude interior que transforma o seu coração no templo do Espírito... quando embebe a sua mente nas águas da criação e da inteligência Divinas para que, com sua atitude, cada ser, cada coisa possa despertar para a sua qualidade

essencial" (Revista Espírita Aliem Kardec, "O Que é a Meditação?" n.° 18, pág. 16).

Bibliografia:

Passes e Radiações, caps. 5 e 23 - Edgard Armond.Nos Domínios da Mediunidade, caps. 2 e 17- André Luiz.Entre a Terra, e o Céu, cap. XX - André Luiz.Livro dos Médiuns, cap. XIV itens 175 e 176Seara, dos Médiuns, lições 81 e 83 - Emmanuel.

PARTE B - AÇÃO MAGNÉTICA CURADORA

Numa de suas recomendações aos seus apóstolos, disse Jesus Cristo: "Curai os enfermos que houver nas cidades visitadas, dizendo: E chegado a vós o Reino de Deus" (Mt., 10:8).

O Cristo deixou bem evidenciado que a finalidade de sua missão na Terra era operar nos homens a cura espiritual, a cura de efeito permanente. Curando alguns poucos enfermos do corpo, o seu objetivo era atrair a atenção das massas, para que a semente generosa da Boa Nova germinasse nos corações de uma quantidade maior de homens. O Mestre suspirava pelas curas de consequências espirituais, como o foram aquelas operadas em Maria Madalena, Maria de Betânia e Zaqueu.

Hoje, compreende-se que acima da regeneração do veículo físico estão a educação dos pensamentos e a reforma íntima, para se conquistarem o equilíbrio espiritual e, conseqüentemente, o reequilíbrio orgânico.

O Evangelho mostra diferentes maneiras, pelas quais Jesus atuava. No caso de um cego de nascença, ele teve de pegar um pouco de barro, misturar com saliva e aplicar no olho do pobre homem, fazendo com que ele recuperasse a visão. No caso do surdo-mudo ele "pôs-lhe os dedos nos ouvidos e lhe tocou a língua com saliva", para que a cura se operasse (Mc., 7:33).

Em muitas outras ocasiões, Jesus teve de fazer a imposição das mãos, a fim de que a cura acontecesse. No caso da mulher que, há doze anos, sofria de penoso fluxo de sangue, bastou que ela tocasse nas vestes de Jesus, animada de profunda fé, para que ficasse curada.

Entretanto, houve um caso mais patente de cura à distância, acontecido com o Centurião de Cafarnaum. Nesse caso particular, quando o Mestre se dirigia à casa do Centurião para atender-lhe o pedido de curar o servo, o Centurião foi ao seu encontro e disse: "Senhor não sou digno de que entres debaixo do meu telhado; dize, porém, uma só palavra, e o meu servo ficará curado. Porque tenho soldados sob o meu poder, e digo a um: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele vem; e ao meu servo: Faze isto, e ele o faz". Essa demonstração viva de fé fez com que o Mestre sentenciasse: "Nem ainda em Israel, tenho achado tamanha fé" (Mt., 8:8-10).

Há criaturas doentes que lastimam o estado em que vivem, muitas vezes retidas no leito, chorando de aflição, não porque desejam envidar esforços, acerca dos sagrados mandamentos da vida, mas por se sentirem sem condições de prolongar a prática de desatinos ou de maldade. Muitos casos existem que somente um longo período de sofrimento fará o doente refletir no amor que os outros lhe dedicam, traduzindo-se no "quem não faz por amor, faz pela dor".

O Mestre recomendou a cura dos enfermos, mas sempre ensinando a

importância da mudança das atitudes, dizendo: "Vai e não peques mais", ou "tua fé te salvou", ou "não temas, crê somente", ou, ainda "a fé remove montanhas". Em síntese, aconselhava ao homem novos rumos em sua vida.

Bibliografia:

Pão Nosso - EmmanuelEvangelho Segundo Mateus e Segundo Marcos

Questionário

a) vibração - radiação - doação -mentalização - meditação - mediunidade de cura e doador

1) Que são vibrações?

2) Segundo André Luiz, que é um psicoscópio?

3) Que são radiações?

4) Que é o passe?

5) Que é a meditação?

b) Ação magnética curadora

1) Qual a finalidade da missão de Jesus na Terra?

2) Cite diferentes maneiras pelas quais Jesus operava as curas.

3) Por que há criaturas que lastimam o estado em que vivem?

4) Qual era a recomendação de Jesus aos enfermos que curava?

5) Que significa a prática dos atos que conduzem à reforma íntima?

PARTE C - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO - Vibração — Radiação — Doação Médiuns Curadores — Curas

O dirigente deve lembrar aos alunos que nesta aula é necessário que os mesmos coloquem o amor em ação.As radiações são produtos das emissões mentais que, quando acopladas à emoção, ao amor, tornam-se vibrações poderosíssimas. São estas vibrações direcionadas que originam doações magnéticas aos mais necessitados.

Os médiuns podem formar correntes ou até vibrarem individualmente o melhor de si aos necessitados, que serão nominados pelo dirigente. O objetivo é a realização de um trabalho de tratamento físico ou espiritual.

Ao final da aula, o dirigente deve perguntar aos médiuns o que perceberam durante a atividade: se sentiram realmente a doação; se perceberam o que estava sendo realizado pelo Plano Espiritual, etc. O dirigente mediúnico deve analisá-los para o seu aproveitamento futuro, conforme suas aptidões mediúnicas.

Obs.: Nas aulas de revisão ou de atividades extras programadas para o 1.° semestre, fazer revisão de todas as fases.

16ª. AULA

PARTE A - ONDAS / PERCEPÇÃO

O planeta Terra é um magneto de proporções gigantescas, constituído de forças atômicas condicionadas e cercado por essas mesmas forças em combinações multiformes, que compõem o campo eletromagnético em que ele, no ritmo de seus próprios movimentos, se tipifica na imensidade cósmica.

Nesse reino de energias, a matéria concentrada estrutura o globo, dando-lhe um clima peculiar. A vida aí se desenvolve numa agitação que produz ondas de diferentes tipos: sonoras, caloríficas, luminosas, elétricas, etc.

Em geral, o termo "onda" designa todo o impulso ou perturbação que se propaga num meio contínuo. Uma definição mais precisa, no entanto, é a que estabelece que uma onda é uma variação periódica de um estado físico, que se propaga através do espaço ou da matéria. Exemplo: Uma corda movimentada para cima e para baixo da posição inicial mostra uma série de impulsos voltados, alternadamente, para cima e para baixo, propagando-se ao longo da corda. Esta variação constitui uma onda. Os pontos mais altos dos impulsos, voltados para cima, são as cristas das ondas, e os pontos mais baixos dos impulsos, são os "vales" (Curso de Física, volume 2, cap. 17, Beatriz Alvarenga e Antônio Máximo).

André Luiz, no livro Mecanismos da Mediunidade, Cap. l, diz que "por falta de terminologia mais clara, pode-se dizer que uma onda é determinada forma de ressurreição da energia, por intermédio do elemento particular que a veicula ou estabelece". Complementa, ainda, que "as ondas oscilações eletromagnéticas são sempre da mesma substância, diferenciando-se, porém, na pauta do seu comprimento ou distância" que se segue da crista de uma onda à crista da onda seguinte, em vibrações mais ou menos rápidas, conforme as leis de ritmo em que se lhe identificam as diversas frequências".

Ademais, simplificando o conceito de onda, André Luiz esclarece que "oscilando de maneira integral, sacudidos simplesmente nos elétrons de suas órbitas ou excitados apenas seus núcleos, os átomos lançam de si ondas que produz calor, som, luz e raios gama, através de inumeráveis combinações". Entre uma onda e outra, qualquer que seja a sua qualificação, de rádio, de luz, de raios X, cósmica, etc., não existe diferença de natureza, mas sim de frequência, considerando o modo em que elas se exprimem.

O homem somente assinala as que se lhe afinam com o modo de ser, pois está condicionado nas suas percepções, à escala do progresso que já alcançou. Progresso este que se mostra sempre aumentado pelo patrimônio de experiências, que "revela o que a vida já lhe deu, ou tempo de evolução, e aquilo que ele próprio já deu à vida, ou tempo de esforço pessoal na construção do destino" (André Luiz, em Mecanismos da Mediunidade).

No estudo das ondas, muitas facetas devem ser estudadas, como sua qualificação em longitudinal, transversal, reflexão, refração, difração, velocidade, frequência, comprimento, etc. Para o interesse desta lição, nota-se o seguinte: - comprimento de onda: é a distância que ela percorre, durante um período. Classificam-se em ondas longas, médias, curtas e ultra-curtas (métricas ou decimétricas);

- velocidade de onda: velocidade de propagação de uma onda é a velocidade com que os impulsos da onda se propagam. A velocidade de propagação na superfície de um líquido depende do meio, isto é, em líquidos diferentes, água, óleo, mercúrio, etc., a velocidade de propagação também é diferente;

- frequência de onda: é o número de impulsos ou vibrações da onda, por segundo. A frequência não se altera, quando a onda é transferida de um meio para outro.

O som é uma onda longitudinal que se propaga em um meio material (sólido, líquido ou gasoso), cuja frequência está compreendida, aproximadamente, entre 20 hertz e 20.000 hertz. Quando a frequência for inferior a 20 hertz a onda é denominada infra-som, e, se sua frequência for superior a 20.000 hertz, ela é chamada de ultra-som. Estas ondas, portanto, não provocam sensação sonora, ao atingirem o ouvido de uma pessoa. Alguns animais, todavia, são capazes de perceber os ultra-sons. Os cachorros conseguem ouvir sons até 50.000 hertz, e os morcegos até 120.000 hertz.

Ensina André Luiz, em Mecanismos da Mediunidade, Cap. l, que "nesse domínio das correntes imperceptíveis, identificaremos as ondas eletromagnéticas de Hertz (...) que, apresentando frequência aumentada, com o emprego dos chamados circuitos oscilantes, constituídas com o auxílio de condensadoras, produzem as ondas da telegrafia sem fio e do rádio comum, começando pelas ondas longas, até, aproximadamente, 1.000 metros, na medida equivalente à frequência de 300.000 vibrações por segundo ou 300 quilociclos, e avançando pelas ondas curtas, além das quais se localizam as ondas métricas ou decimétricas, disciplinadas em serviço do radar e da televisão".

André Luiz, no mesmo livro, Cap. IX, para explicar o lê ocorre, acerca da criação da energia mental e de sua expansão respectiva, utiliza-se de uma analogia, comparando essa elaboração mental com máquinas como "geradores e motores, capazes de criar força eletromotriz e fornecer correntes, no que diz respeito aos geradores, ou de ceder potência determinada, no que tange aos motores". Para um estudo mais profundo sobre o tema, poderão ser formados grupos de estudos, de pesquisas, a fim de compararem as anotações de André Luiz com os ensinamentos da ciência terrestre.

O pensamento é uma corrente viva e exteriorizante e possui faculdade de auto-excitação e autoplasticização inimagináveis. Ainda André Luiz nos diz: "Toda partícula da corrente mental (...) se desloca, produzindo irradiações eletromagnéticas, cuja frequência varia conforme os estados mentais do emissor." Ainda (...) "nos reinos inferiores da Natureza, a corrente mental restringe-se a impulsos de sustentação nos seres de constituição primária, a começar pelos minerais, avançando pelos vegetais até aos animais mais simples, para se tornar mais complexa nos animais superiores que já conquistaram bases mais amplas à produção do pensamento contínuo".

No homem, diz ele, no Capítulo X, "a corrente mental assume feição mais elevada e mais complexa. Ela vitaliza. Particularmente, todos os centros da alma e, conseqüentemente todos os núcleos endócrinos e junturas plexiformes da usina física em cuja urdidura dispõe o Espírito de recursos para os serviços de emissão e recepção ou exteriorização e assimilação de pensamentos".

Finalmente, pode-se dizer que todas as criaturas dispõem de oscilações mentais próprias "pelas quais entram em combinação espontânea com a onda de outras criaturas desencarnadas ou encarnadas, que se lhes afinem com as inclinações e desejos, atitudes e obras, no quimismo inelutável do pensamento" (Mecanismos da Mediunidade, Cap. XI).

Desta forma, elas percebem e assimilam o pensamento dos outros em decorrência da lei de sintonia, pela associação das correntes mentais.

Bibliografia:

Mecanismos da Mediunidade, caps. l, IX, X e XI - André Luiz. Nos Domínios da Mediunidade, cap. 5 - André LuizPasses e Curas Espirituais - Wenefledo de Toledo.

PARTE B - MAGNETISMO PESSOAL

Jesus Cristo, em sua passagem pela Terra foi a demonstração viva do magnetismo pessoal em sua expressão Divina. Sua presença era disputada por todos; as multidões acompanhavam-no sempre aos lugares que visitava, animadas de singela adoração; muitos lhe tocavam as vestes, pois ele emanava irradiação do mais puro amor; daí, era possível a cura de muitos doentes do corpo e da alma. Umclima de paz, de serenidade, alcançava quantos lhe desfrutavam a companhia. Lucas, no Cap. 6:19, do seu Evangelho, dá testemunho desse fato, quando comenta: "E toda multidão procurava tocar-lhe, porque saía dele uma virtude que os curava a todos.

O homem poderá batalhar pela eclosão plena de suas potencialidades psíquicas, aproveitando a experiência dos pesquisadores terrenos, mas não se deve esquecer dos exemplos de Jesus, para alcançar, com harmonia e equilíbrio, seu progresso espiritual. A razão primária do magnetismo irradiado por Jesus fundamentava-se no amor que dedicava aos seus semelhantes e, também, nos ensinamentos profundos que ministrava, através da sua vivência, de conselhos salutares e recomendações valiosas, com vistas a impulsionar a criatura para Deus.

O magnetismo pessoal de Jesus fez com que a mulher que sofria de um fluxo sanguíneo, há doze anos, julgasse que bastaria tocar em sua túnica, para ficar curada. Esse mesmo magnetismo fez com que o Centurião de Cafarnaum julgasse que não era necessário o Cristo ir à sua casa, para curar o seu servo, bastando, para tanto, uma ordenação à distância. Maria Madalena, impressionada com o magnetismo pessoal de Jesus, procurou-o, e se transformou em sua mais assídua e dedicada seguidora.

Um outro personagem que absorveu o grande magnetismo emanado do Cristo, mesmo sem conhecer, pessoalmente, Jesus, foi Paulo de Tarso. Este Apóstolo pregou aos humildes e aos potentados, aos plebeus e aos nobres. Sua presença e a autoridade de suas palavras fizeram com que ele se destacasse aos olhos de todos, como um gigante no processo de divulgação do Cristianismo nascente.Em Allan Kardec, encontramos um outro exemplo do missionário portador de grande magnetismo pessoal. Codificando uma Doutrina nova, em tempo relativamente curto, tornou-se o seu maior divulgador, atraindo a atenção de elevados contingentes de pessoas das mais variadas camadas sociais.

No mundo, as pessoas que tentam atrair o seu semelhante devem, sobretudo, saber amar. Aquele que deseja influência legítima na Terra, deve, primeiramente, santificar-se pela influência dos Céus.

Bibliografia:

Pão Nosso, lição 110- EmmanuelEvangelho Segundo Lucas

Questionário

A) ondas/percepção

1) Que é onda?

2) Que é frequência de onda?

3) Que é o pensamento?

4) A corrente mental é igual em todos os ramos da Natureza?

5) As oscilações mentais são iguais em todos os homens?

B) magnetismo pessoal

1) Que significa magnetismo pessoal?

2) Em que se fundava o magnetismo pessoal de Jesus?

3) O que caracteriza o magnetismo pessoal de Paulo?

4) O que se aconselha àqueles que batalham pela eclosão de suas potencialidades psíquicas?

5) Explique: "As pessoas que tentam atrair o seu semelhante devem, sobretudo, saber amar".

PARTE C - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO - Ondas - Percepções - Aura

Nesta aula, os alunos, já previamente selecionados e preparados pelo Plano Espiritual, desenvolverão sua percepção em relação às ondas vibratórias e tonalidade da aura.

O dirigente solicita ao Instrutor Espiritual a projeção de fluidos diferentes, para que os alunos utilizando a vidência e demais recursos mediúnicos, percebam as vibrações, as formas de ondas que foram projetadas, como também o formato, tonalidade e densidade da aura dos colegas ao lado. Pela apuração das percepções, o dirigente terá condições de avaliar o grau de desenvolvimento dos médiuns.

Obs.: Esta aula na FEESP, normalmente, é dada na primeira semana de setembro, pois, no mês de agosto, nas três primeiras semanas, os alunos estudam o livro de férias Os Mensageiros, de André Luiz. Na última semana de agosto, homenageia-se o patrono espiritual da Casa, Dr. Bezerra de Menezes.

17.ª AULA

PARTE A - A AURA

A aura é o envoltório fluídico do homem, fruto das irradiações e expansões de seu perispírito. Kardec nos coloca que "cada ser tem o fluido próprio, que o envolve e o acompanha em todos os seus movimentos, como a atmosfera acompanha e envolve cada planeta. A irradiação dessas atmosferas individuais é variável, quanto à extensão; no estado de repouso completo do Espírito, pode ser de alguns passos, mas agindo à vontade, pode estender-se indefinidamente" (O.P., "Introdução ao Estudo da Fotografia e da Telegrafia do pensamento").

Para o estudo da aura humana, convém fixar os seguintes detalhes:1) além do corpo físico, há uma camada leitosa, emanação do próprio corpo. É a aura, material, à qual se dá o nome de duplo etéreo, duplo etérico, ou aura vital, comum a todos os seres orgânicos, existindo, portanto, nos vegetais, nos animais e nos homens. Esta aura material, emanação de nosso corpo físico, interpenetra-o, ao mesmo tempo em que parece dele emergir, emitindo, continuamente, uma emanação energética que se apresenta em forma de raias ou estrias que partem de toda a sua superfície.

André Luiz, esclarece: "Considerando-se toda célula em ação por unidade viva qual motor microscópico, em conexão com a usina mental, é claramente compreensível que todas as agregações celulares emitam radiações, e que essas radíações se articulem, através de sinergias funcionais, a se constituírem de recursos que podemos nomear por "tecidos de força", em torno dos corpos que as exteriorizam" (Evolução em Dois Mundos, Cap. XVII). André Luiz também cita-o como "os eflúvios vitais que asseguram o equilíbrio entre a alma e o corpo de carne, conhecidos aqueles, seu conjunto, como sendo o duplo etérico, formado por radíações neuropsíquicas que pertencem ao campo fisiológico. (Nos Domínios da Mediunidade, Cap. 11, pág. 98-99).

A câmera Kirlian é uma máquina que consegue fotografar as emanações de um corpo submetido a um campo elétrico de alta voltagem e de baixa amperagem, e foi desenvolvida pelo pesquisador russo Semyon Davidovitch Kirlian, 1939, na antiga União Soviética, na Universidade de Kirov. Há muita polêmica sobre os resultados das pesquisas com as fotos Kirlian, como sobre o que realmente ela é capaz de registrar, e a ciência oficial ainda não reconhece a validade de suas pesquisas.

Sabe-se que a fotografia Kirlian (ou efluviografia) não é capaz de fotografar a aura humana em toda a sua complexidade, mas registra um campo de emanações materiais, irradiações energéticas humanas. Essas emanações ou eflúvios, foram denominados por alguns autores de bioplasma, e de irradiações bioenergéticas por outros, que nada mais são do que a aura material. O fenômeno Kirlian aparece também nos objetos inertes. As reações físico-químicas que ocorrem em cada átomo, despertam reações elétricas e magnéticas, que escapam pela superfície destes corpos, permitindo que essa energia possa ser detectada pela foto Kirlian.

2) interpretando e exteriorizando a aura material, nos homens existe uma camada fluídica, emanação do perispírito, em forma oval, formando a aura humana propriamente dita.

"Todos os seres vivos, dos mais rudimentares aos mais complexos se revestem de um halo energético que lhes corresponde à natureza. No homem, contudo, semelhante projeção surge profundamente enriquecida e modificada, pelos fatores do pensamento contínuo que, em se ajustando às emanações do campo celular, lhe modelam, em derredor da

personalidade, o conhecido corpo vital ou duplo etéreo de algumas escolas espiritualistas, duplicata mais ou menos radiante da criatura.

"Aí temos, nessa conjugação de forças físico-químicas e mentais, a aura humana, peculiar a cada indivíduo, interpenetrando-o, ao mesmo tempo em que parece emergir dele, à maneira de campo ovóide, não obstante a feição irregular em que se configura, valendo por espelho sensível em que todos estados da alma se estampam com sinais característicos e em que todas as idéias se evidenciam plasmando teias vivas quando perduram em vigor e semelhança, como no cinematógrafo comum" (Evolução em Dois Mundos, Cap. XVII).

De acordo com Kardec, "os movimentos mais secretos da alma repercutem no envoltório fluídico" (GE., Cap. 15, item 15), é assim que uma alma pode ler outra alma como um livro, vendo o que não é perceptível aos olhos do corpo. Constitui, portanto, a aura humana a fotosfera psíquica do homem, apresentando cores variadas, segundo a onda mental emitida, retratando-lhe os pensamentos em cores e imagens, conforme os objetivos escolhidos, nobres ou deprimentes. André Luiz cita um aparelho do plano espiritual, o psicoscópio, que "destina-se à auscultação da alma, com o (poder de definir-lhe as vibrações e com capacidade para efetuar diversas observações em torno da matéria [...] a moralidade, o sentimento, a educação e o caráter são claramente perceptíveis, através de ligeira inspeção" (Nos Dominios da Mediunidade, Cap. 2, pág. 21-22).

Finaliza André Luiz: "A aura é, portanto, a nossa plataforma onipresente em toda comunicação com as rotas alheias, antecâmara do Espírito, em todas as nossas atividades de intercâmbio com a vida que nos rodeia, através da qual somos vistos e examinados pelas Inteligências Superiores, sentidos e reconhecidos pelos nossos afins, e temidos e hostilizados ou amados e auxiliados pelos irmãos que caminham em posição inferior à nossa [...] É por essa couraça vibratória, espécie de carapaça fluídica, em que cada consciência constrói o seu ninho ideal, que começaram todos os serviços de mediunidade na Terra" (André Luiz, em Evolução em Dois Mundos, Cap. 17. Pág. 130) .

Emmanuel se pronuncia nesse sentido na seguinte passagem: "... na vida comum, a alma entra em ressonância com as correntes mentais em que respiram as almas que se lhe assemelham. Assimilamos os pensamentos daqueles que pensam como pensamos. E que sentindo, mentalizando, ralando ou agindo, sintonizamo-nos com as emoções e idéias de todas as pessoas, encarnadas ou desencarnadas, da nossa faixa de simpatia. Estamos invariavelmente atraindo ou repelindo recursos mentais que se agregam aos nossos, fortificando-nos para o bem ou para o mal, segundo a direção que escolhemos" (Pensamento e Vida, Cap. 8, pág. 40-41).

É nessa região também que se estabilizam nossas formas-pensamento ou ideoplastias (Veja André Luiz, em Mecanismos da Mediunidade, Cap. 19, pág. 137-138), que Kardec denomina de criações fluídicas ou fotografia do pensamento: "O pensamento, criando imagens fluídicas, reflete-se no envoltório perispiritual como num vidro; aí toma um corpo e se fotografa de alguma sorte" (GE., Cap. 14, item 15). São condensações de matéria mental que emitimos reiteradamente (várias vezes, com muita intensidade), corporificando-se em imagens ou figuras que povoam a nossa imaginação, e transformando-se em energias cristalizadas com atuação benéfica ou maléfica, conforme o tipo de fluido que as origina.

A aura espiritual compõe-se:

a) de um campo estável, fundamental, indicativo do caráter das pessoas e

de seu grau de espiritualidade (parte fixa);

b) de faixas ondulantes que revelam as reações do Espírito encarnado às inúmeras circunstâncias da vida exterior (parte variável);

c) conjunto de estrias que são cintilações, radiações que indicam impulsos momentâneos, de caráter passageiro.

Nos trabalhos de cura espiritual, os videntes são chamados a proceder a exames espirituais para determinação de perturbações físicas e psíquicas; isso impõe a necessidade de conhecimentos sobre o corpo humano e do Perispírito, do qual a aura é uma espécie de espelho exterior. Os médiuns, para fazerem exames espirituais, devem, apenas, deter-se no campo fixo, estável, da aura. Ela reflete saúde, doença, caráter, os pensamentos, sentimentos, virtudes e vícios. Sabemos que, quanto mais evoluído o Espírito, mais clara, mais homogênea e mais expandida sua aura. Quando nossos pensamentos estiverem em padrão vibratório elevado, em prece ou estudos edificantes, por exemplo, nossa aura apresenta-se maior e mais iluminada. Nas moléstias graves, a aura se desvanece.

Há consenso sobre a composição da aura e suas partes, mas quanto à coloração, o significado e proporções referentes a cada aspecto da aura podem variar. As cores variam juntamente com os tipos de pensamentos e atitudes, com a nossa personalidade e com nosso grau de evolução, refletindo também o nosso estado de saúde.

Sobre algumas cores e seus significados há interpretações semelhantes, mas há inúmeras variações, ou seja, de acordo com a sua intensidade, tamanho, local e tempo de permanência (se constante ou momentânea). Por exemplo, a cor vermelha pode significar atividade muito grande quando está sempre presente na aura. Uma atitude de prece indica aura em cor azul-prata. Na prática de estudos edificantes, aura amarelo-pálido. Sentimento de amor, aura rosada. Na tristeza, depressão, temor, a aura registra uma cor cinza-escuro; nos casos de vingança, violência, rancor ou ódio, a aura se reflete em vermelho-escuro. Ambientes pacíficos, pensamentos elevados, resultam em efeitos límpidos, brilhantes, e com idéias destrutivas e vibrações negativas, têm-se auras com estrias escuras.

'A leitura da aura é uma técnica de avaliação das condições espirituais das pessoas através da vidência. Mas é ponto pacífico no Espiritismo que a vidência não oferece nenhuma condição de segurança para servir como instrumento de pesquisa" (Herculano Pires, em Mediunidade, Cap. 13, pág. 111). Do que foi exposto, conclui-se que a interpretação das cores da aura pelos médiuns videntes requer muito cuidado, experiência e reservas quanto ao seu significado.

Na desencarnação, a aura material ou duplo etéreo permanece no corpo físico e depois de algum tempo se decompõe, devolvendo suas propriedades ao reservatório da natureza. A aura, propriamente dita, segue com o Perispírito, refletindo a ação e a natureza do Espírito.

Bibliografia:

Mecanismos da Mediunidade, caps. I, IX, X e XI- André Luiz

Evolução em Dois Mundos, cap. XVII - André Luiz.

Passes e Radiações - Edgard Armond.

Passes e Curas Espirituais - Wenefledo de Toledo.

Mediunidade (Vida e Comunicação), caps. IV e XII - Herculano Pires

PARTE B - RENOVAÇÃO NECESSÁRIA

Paulo de Tarso, em sua Primeira Epístola aos Tessalonicenses (5:19), foi o autor das palavras: "Não extingais o Espírito".E' indubitável que, ao escrever essa exortação, o Apóstolo não desejava dizer que o Espírito pode ser destruído, mas procurava renovar a atitude mental de todos aqueles que vivem sufocando as tendências superiores, preferindo ligar-se, exclusivamente, às coisas da Terra. O Apóstolo pretendeu dizer que não se devem malbaratar os valores que o Pai Celestial concede, indistintamente, a todos os seus filhos, para que atinjam os estágios superiores da Espiritualidade.

Uma vez criado por Deus, o Espírito jamais será aniquilado, ainda que se torne extremamente maldoso e revoltado contra a Justiça Divina. Deus é Pai de amor, de justiça, de perdão e de misericórdia, amando todos os seus filhos com o mesmo desvelo e de forma imparcial. "Porque diante de Deus, não há distinção de pessoas" (Paulo aos Romanos, 2:11). A Parábola do Filho Pródigo, ensinada por Jesus (Lucas, 15:11-32) é incisiva na demonstração de que não existem penalidades eternas para o Espírito faltoso. Na Parábola, o pai (Deus) está sempre pronto para receber em seu seio o filho transviado; por isso, afirmou o Mestre: "Há mais alegria nos Céus por um pecador que se regenera do que por noventa e nove justos que não precisam de arrependimento".

Os homens, em muitos casos, permanecem deliberadamente distanciados da grande verdade. Muito frequentemente preferem o convencionalismo do mundo e relutam em abrir o entendimento às realidades da alma. Muitos Espíritos regressam das encarnações terrenas pela mesma porta da ignorância e da indiferença pela qual entraram. Daí, a recomendação dos Espíritos aos homens: façam um balanço das atividades de cada dia, interrogando-se a si mesmos, analisando os pensamentos e ações e buscando modificações enobrecedoras. Para tanto, o Apóstolo Paulo ainda recomenda (I Epístola aos Tessalonicenses, 5:16 a 22):

"Regozijai-vos sempre. Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus. Examinai tudo e abraçai o que for bom, abstendo-vos de tudo aquilo que representar maldade". As reencarnações são oportunidades de aprendizado para o homem adquirir qualidades nobres e elevadas, enveredando pela senda que leva à reforma íntima e, conseqüentemente, à perfeição. Poderá acontecer que encontre obstáculos no caminho, e o ferrete da dor o fustigue, mas isso não deverá constituir motivação para descambar para o desalento ou para a revolta contra Deus.

Jesus recomendou aos homens a necessidade do acesso pela porta estreita, que leva à redenção espiritual, e não pela porta larga, que leva ao descalabro moral, retardando a marcha evolutiva do Espírito. "É necessário, portanto, não asfixiarmos os germes da vida edificante, os quais nascem, todos os dias, no coração, ao influxo do Pai Misericordioso" (Emmanuel, em Pão Nosso, lição 135).

Bibliografia:

Epístolas de Paulo Pão Nosso, lição 135.

Evangelho Segundo Lucas

Questionário

a) A aura

1) Que é a aura humana?

2) Por que as auras são diferentes em todos os homens?

3) Que é câmera Kirlian?

4) Por que todos os seres vivos se revestem de um halo energético?

5) Como Emmanuel se pronúncia sobre a corrente mental?

b) renovação necessária

1) Que Paulo queria dizer ao escrever "Não extingais o Espírito"?

2) Deus faz distinção entre os Espíritos?

3) Os Espíritos encarnados aproveitam sempre suas encarnações?

4) Diante de obstáculo é justo o trabalhador desanimar- se?

5) Que você entende por "renovação necessária"?

PARTE C - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO - TEORIA DAS CORES

AS CORES NAS AURAS HUMANAS

Após a aula teórica sobre as cores, como experiência, os alunos realizarão treino prático a respeito.

O dirigente os convidará a emitirem vibrações amorosas uns para os outros, entrelaçando-se numa corrente vibratória de muito amor e muita paz.

O Instrutor Espiritual, a pedido do dirigente, projetará cores diferentes nestas vibrações, cabendo aos alunos percebê-las por meio da vidência.

Conforme o livro Passes e Radiações, cap. II, de Edgard Armond, os Centros de Força apresentam as seguintes cores, preponderantemente:

CENTROS DE FORÇA

CORES CORRESPONDENTES

CORONÁRIO branco e dourado

FRONTAL roxo, azul e amarelo

LARÍNGEO prata e azul

GÁSTRICO roxo e verde

CARDÍACO rosa e dourado brilhante

ESPLÊNIO amarelo, roxo e verde

GENÉSICO = roxo e laranja forte

BÁSICO

 

18ª. AULA

PARTE A - MANIFESTAÇÕES VISUAIS - MÉDIUNS VIDENTES E AUDIENTES

A mediunidade é inerente ao homem. Para Kardec "toda pessoa que sente a influência dos Espíritos, em qualquer grau de intensidade é médium"(...) e "os médiuns têm, geralmente, aptidão especial para esta ou aquela ordem de fenômenos, o que os divide em tantas variedades quantas são as espécies de manifestações"(L.M., Cap. XIV, item 159).

O estudo das manifestações visuais não se refere a uma análise mais pormenorizada do fenômeno da vidência ou audiência em si, mas ao exame do motivo de os Espíritos se tornarem visíveis, e que fatores implicam nestas aparições.

Os Espíritos podem tornar-se visíveis durante o sono (o que é mais comum) ou no estado de vigília do médium (o que é mais difícil). Qualquer Espírito tem condições de se tornar visível, salvo em situação de muito desequilíbrio.

"Alguns fatores interferem nestas aparições, no estado de vigília, porquanto não basta a vontade do Espírito nem a vontade do médium. Necessária se faz a combinação dos fluidos do Espírito com os do médium que tenha aptidão para vê-lo, e suas afinidades. Muitas vezes se torna necessária a permissão de Espíritos Superiores. De modo geral, o médium não deve provocar a manifestação visual, que pode decorrer de excitação da imaginação."(L.M., Cap. VI, item 100).

Cumpre observar, também, que outros fatores interferem nas manifestações visuais, na maior parte das vezes decorrentes da qualidade moral do Espírito. Os bons consolam, dão aviso, ajudam, enquanto os maus, amedrontam, obsediam, vingam-se, desequilibrando o médium.

A princípio, de fato, existem aparições decorrentes de alucinação ou excitação da imaginação. Os materialistas, entretanto, argumentam que não existem aparições de Espíritos, mas tudo decorre da alucinação, ou são efeitos de estados mentais perturbados. Dizem que são criações mentais das pessoas desequilibradas; simples ilusão.

Médiuns audientes ou auditivos são os que ouvem a voz dos Espíritos e os que podem conversar com eles. Ora é uma voz interna, que se faz ouvir apenas intimamente; ora é uma voz externa, clara e distinta, como se fosse a de uma pessoa encarnada.

"O hábito de comunicar-se com certos Espíritos faz com que o médium audiente os reconheça imediatamente, pelo timbre da voz. Quem não possui esta faculdade, ainda assim pode comunicar-se com um Espírito conhecido, um ente querido, uma pessoa amiga ou alguém de notoriedade

pública, através de um médium audiente, que fará as vezes de intérprete."(L.M., Cap. XIV, item 165)

O médium auditivo tanto pode captar ondas sonoras, provindas de Espíritos desencarnados que deliberadamente os transmitem, como quaisquer rumores, vozes, palavras e até mesmo conversações inteiras, provindas do mundo etéreo, mesmo quando não sejam emitidas, deliberadamente, para seu conhecimento..

Os Espíritos podem produzir sons vocais, imitando a voz humana; esse fenômeno é designado pelo nome de pneumatofonia. Esses sons manifestam-se de duas maneiras bem distintas: "é, às vezes, uma voz interna que ressoa em nosso foro íntimo, e, embora as palavras sejam claras e distintas, nada têm de material; de outras vezes, as palavras são exteriores e tão distintamente articuladas como se proviessem de uma pessoa ao nosso lado. Esse fenômeno da penumatofonia é quase sempre espontâneo e só muito raramente pode ser provocado" (L.M., Cap. XII, item 151).

"Os médiuns videntes são dotados da faculdade de ver os Espíritos. Comumente é uma faculdade que resulta de uma crise súbita e passageira. E raro que ela seja permanente. A vidência, ou dupla vista, pode ocorrer estando o médium em vigília, ou em estado sonambúlico, ou num estado aproximado do sonambulismo" (L.M., Cap. XIV, item 167). Ela "depende do organismo, da facilidade maior ou menor do fluido do vidente se combinar com o do Espírito"(Idem, Cap. VI, item 100, § 26). Ou ainda: 'Assim, não é suficiente que o Espírito queira se mostrar: é necessário que os fluidos de ambos possam combinar-se, para o que tem de haver entre eles, uma espécie de afinidade.

E necessário, ainda, que a emissão do fluido da pessoa seja abundante para operar a transformação do Perispírito, e, provavelmente, há outras condições que desconhecemos. Por fim, é preciso que o Espírito tenha permissão de aparecer para aquela pessoa, o que nem sempre lhe é concedido, ou pelo menos não o é em certas circunstâncias, por motivos que não podemos apreciar" (L.M., Cap. VI, item 105). "Na vidência, é a alma que vê e não os olhos materiais, de sorte que os médiuns videntes tanto vêem com os olhos abertos quanto com os olhos fechados. E um cego pode ver os Espíritos da mesma forma que aqueles que têm visão normal, pela mesma razão" (L.M., Cap. XIV, item 167).

Cumpre distinguir as aparições acidentais e espontâneas, que costumam ocorrer "nas doenças ou no momento da morte, porquanto, nestes casos, os laços materiais se afrouxam; a fraqueza do corpo permite maior liberdade ao Espírito, que, então, se põe mais facilmente em comunicação com os outros Espíritos"(E.M., Cap. VI item 100, parágrafo 16).

Há também entre os médiuns videntes os que vêem somente os Espíritos evocados, como também aqueles que possuem a faculdade em sentido mais geral, vendo toda a população espírita do ambiente ir e vir entregue a seus afazeres. O médium pode ver Espíritos presentes, cores, luzes, formas. Pode ver também sinais, quadros e símbolos projetados mentalmente pelos instrutores invisíveis ou por qualquer Espírito, no seu campo de visão.

De modo geral, os Espíritos se apresentam ao vidente com a forma humana, embora, às vezes, "possam produzir chamas, clarões, como todos os outros efeitos para atestar sua presença; mas não são os próprios Espíritos que assim aparecem. A chama não passa muitas vezes de uma

miragem, ou de uma emanação do Perispírito" (L.M., Cap. VI, item 100, § 28).

Enfim, mediunidade, como diz André Luiz, é sintonia e filtragem. Cada mente tem uma capacidade peculiar de percepção dos fenômenos, registrando-os, assim, de modo variado. O círculo de percepção varia em cada indíviduo, conquanto em todos os fatos mediúnicos, a conjugação de ondas mentais é real.

Bibliografia:

Livro dos Médiuns - Allan Kardec

PARTE B - ENTRE AS FORÇAS COMUNS

Na prática da mediunidade, o pensamento invisível do homem associa-se ao pensamento invisível das entidades espirituais que o assistem, estabelecendo uma série infinda de combinações em benefício do trabalho de todos, no roteiro da evolução. E imperioso reconhecer, porém, que existem Espíritos reencarnados em condições especialíssimas que propiciam qualidades excepcionais para a prática do intercâmbio entre os encarnados e os desencarnados.

Um caso típico de mediunidade edificante, dessa natureza, encontra-se no Evangelho Segundo Lucas (Capítulo I, versículos 26 a 28), quando o Espírito iluminado Gabriel, através da mediunidade de Maria de Nazaré, adentra a sua humilde residência, na Galiléia, a fim de lhe dar a alvissareira notícia de que seria a mãe carnal do grande Espírito que nasceria em seu lar. Maria surpreendeu-se com essa notícia tão auspiciosa, mas curvou-se à vontade de Deus, e, em seu coração, agradeceu ao Pai por Sua misericórdia, fazendo-o com palavras maravilhosas, acima dos seus conhecimentos, provavelmente graças aos seu elevado nível de evolução.

Maria foi uma dessas criaturas, em condições especialíssimas, que oferecem qualidades excepcionais para os serviços de intercâmbio entre Espíritos encarnados e desencarnados; por isso, é identificada como uma das medianeiras mais adequadas aos fenômenos de manifestação dos Espíritos de ordem elevada; embora ela vivesse no círculo da matéria densa.

Entretanto, muitos outros casos estão exarados nas páginas do Antigo e do Novo Testamentos, demonstrando fatos irrefutáveis de manifestação mediúnica: Moisés, confabulando com o Espírito Iavé (Episódio da Sarça Ardente, Êxodo, cap, 3, versículo l a 22) teve uma "visão". "Um Espírito Macedônio apareceu a Paulo e lhe pediu que se dirigisse para a Macedônia para os auxiliar" (Atos dos Apóstolos, capítulo 16, versículo 9). Cumpre aqui esclarecer que todos os antigos profetas de Israel foram portadores de mediunidade.

Nem sempre os médiuns são possuidores de sublimação interior, pois existe uma quantidade enorme de almas que, na Terra, têm suas mentes enfermiças e moralmente endividadas com as Leis Divinas; podendo-se afiançar que mais de dois terços dos Espíritos existentes no mundo demoram ainda nas zonas de desequilíbrio espiritual, sintonizados com as inteligências invisíveis que lhes são afins. Reclamam, em razão disso, estudo e boa vontade no serviço do Bem, a fim de retomarem a subida harmônica para a luz. Deve-se lembrar de que o homem está sempre em contato com pensamentos de todos os tipos, ou seja, livros, reuniões,

laços afetivos, palestras, filmes, etc., e, através deles, sofre o envolvimento de outras inteligências.

Não se pode menosprezar o semelhante, quando ele envereda pela senda escabrosa do crime, devendo-se propugnar pelo seu reajuste e soerguimento; entretanto, não se podem assimilar as suas amarguras e remorsos. Pode-se visitá-lo, encorajando-o, e levantando-lhe o ânimo, sem absorver as sensações desequilibrantes, que precisam desaparecer. A obra da caridade tudo transforma em favor do Bem. "Os pensamentos honestos e nobres, sadios e generosos, belos e úteis, fraternos e amigos são a garantia do auxílio positivo" aos outros e ao próprio médium, conforme disse Emmanuel, em sua obra, Roteiro.

Bibliografia:

Roteiro, Cap. 33 - EmmanuelEvangelho Segundo LucasÊxodoAtos dos Apóstolos

Questionário

a) Manifestações Visuais — Médiuns Videntes e Audientes

1) Por que os Espíritos se tornam visíveis?

2) Que fatores interferem num fenômeno de vidência?

3) Que são médiuns videntes?

4) Como se processa o fenômeno da vidência?

5) Como os Espíritos se apresentam ao vidente?

b) Entre as Forças Comuns

1) Todos os homens têm o mesmo grau de mediunidade?

2) Como foi que Maria recebeu a notícia do Espírito iluminado Gabriel?

3) Resuma, em breves palavras, o episódio da Sarça Ardente.

4) Todos os médiuns são Espíritos elevados?

5) O que deve fazer o bom Espírita, quando vê alguém enveredar- se pela senda do crime?

PARTE C - DESENVOLVIMENTO PRATICO MEDIÚNICO - Vidência e Audiência

Após a explanação teórica, os alunos farão exercícios a respeito do assunto. O dirigente os incentivará a ampliarem sua potência auditiva e visual.

O dirigente solicitará ao Instrutor Espiritual que plasme uma imagem no centro da sala e que produza determinado som a fim de que os alunos percebam. Ao final do treino, com a apuração do que os alunos perceberam pela vidência e/ou audiência, o dirigente relatará o que foi plasmado pelo Plano Espiritual para que os alunos possam analisar se entraram ou não na faixa vibratória do Plano Espiritual.

19ª. AULA

PARTE A - EMANCIPAÇÃO OU DESDOBRAMENTO

A ciência humana ainda não sabe qual o poder que entorpece a mente para o sono, nem sabe quais as leis que o regulam. Sabe, todavia, que existe uma atividade mental e é através do sono que o corpo refaz suas energias. Segundo a Doutrina Espírita, durante o sono "a vida do corpo cede lugar à vida da alma" (L.E., 413). O sono é, por isso:

a) usado, instintivamente, como recurso, no refazimento de energias;

b) uma forma utilizada pelo Espírito para retornar, momentaneamente, ao plano extrafísico, enquanto o corpo repousa;

c) a porta que Deus abriu para o contato com a esfera espiritual, ou para o recreio após o trabalho, pois enquanto o corpo dorme, o Espírito desperta;

d) uma espécie de vaso comunicante entre as duas esferas, por efeito do qual os encarnados estão sempre em relação com os desencarnados, e é isso o que faz com que os Espíritos Superiores consintam, sem muita repulsa, em encarnar-se (L.E., 400 a 418).

O sonho, segundo Spencer e Bozzano (apud Herculano Pires em O Espírito e o Tempo), marca no homem a origem sensória da crença na sobrevivência, quando o selvagem, sentindo-se liberto do corpo e, em lugar diverso e, ainda quando, através dos sonhos premonitórios, percebe com antecedência um acontecimento futuro.

Segundo concepções antigas, os sonhos, muitas vezes, foram considerados como visões proféticas e reveladoras do futuro, pelos quais os homens entravam em relação com os "deuses" ou "demônios". Outras vezes, perdiam-se em diferentes interpretações, ligadas a superstições, crendices, astrologia, numerologia, etc.

A simbologia dos sonhos decorre da imaginação e da ignorância dos homens sobre as causas determinantes dos sonhos. Ainda hoje, existem muitas pessoas sendo enganadas, porque se comprazem com estas veleidades, na busca de riqueza fácil, de honras e paixões, tornando-se joguetes nas mãos de pessoas insensatas ou Espíritos levianos, zombeteiros e obsessores.

Para os psicanalistas, tudo o que existe no mundo mental provém da experiência de uma única vida. Tudo permanece na memória. O que está no inconsciente aflora nos sonhos, que são uma manifestação instintiva ou um mecanismo que traz esse conteúdo à lembrança. Os sonhos são vistos como uma válvula de compensação das frustrações diárias, e a atividade onírica sempre é vista como uma profilaxia da mente, isto é, um mecanismo para limpar o subconsciente. Os padrões que aparecem nos sonhos não seriam muitos; entretanto, refletiriam complexas preocupações de cada pessoa, como o nascimento, morte, sexo, posse, perda, etc., sendo praticamente impossível interpretá-los de forma padronizada.

Segundo a Doutrina Espírita, os sonhos são um estado de emancipação da alma, como a catalepsia, letargia e sonambulismo. São lembranças de experiências que o Espírito vive, enquanto emancipado do corpo (L.E., 402). Mas dizem os Espíritos neste mesmo item: "Observai que nem

sempre sonhais, porque nem sempre vos lembrais daquilo que vistes, ou de tudo o que vistes. Isso porque não tendes a vossa alma em todo o seu desenvolvimento; frequentemente não vos resta mais do que a lembrança da perturbação que acompanha a vossa partida e a vossa volta, a que se junta a lembrança do que fizestes ou preocupa no estado de vigília." Aqui mostram os Espíritos a diferença entre os sonhos reais e as atividades da própria imaginação do homem. A lucidez dos sonhos depende:

a) do maior ou menor interesse dessa lembrança para a vida material do homem, segundo a Lei de Deus;

b) do maior ou menor adiantamento espiritual da alma;

c) do "bloqueio" que a matéria exerce sobre as lembranças da alma. O corpo, sendo de matéria pesada e grosseira, "dificilmente conserva as impressões recebidas pelo Espírito, mesmo porque o Espírito não as percebeu pelos órgãos do corpo" (L.E., 403);

d) da maior ou menor atenção que o homem dá aos seus próprios sonhos.

Os sonhos não são verdadeiros como entendem os "ledores de sorte", mas são verdadeiros no sentido de apresentarem imagens reais para o Espírito, embora, frequentemente, não tenham relação com o que se passa na vida corpórea (L.E., 404). "É um estado de sonambulismo imperfeito" (L.E., 425), porquanto a alma emancipada recebe, imperfeitamente, as impressões produzidas pelos objetos ou pelas causas exteriores.

Diz André Luiz, em Os Mensageiros: "Com a maioria dos irmãos encarnados, o sono apenas reflete as perturbações fisiológicas ou sentimentais a que se entregam; entretanto, existe grande número de pessoas que, com mais ou menos precisão, estão aptas a desenvolver este intercâmbio espiritual".

Nesse intercâmbio, durante o sono, o homem pode ter boas relações: em estudos educativos, tratamentos espirituais, boa conversação, trabalho produtivo; ou pode, também, ter relações maléficas: obsessões inferiores, perseguições persistentes, vampirismo destruidor, ociosidade, e tentações diversas. Diz ainda André Luiz (Os Mensageiros, Cap. 38), que "ainda são poucos, relativamente, os irmãos que sabem dormir para o bem".

Se o homem soubesse "dormir para o bem" teria muitas oportunidades para estudar e trabalhar durante o sono, na esfera espiritual. Narra também André Luiz, em Missionários da Luz, Cap. 8, o exemplo de uma escola no Plano Espiritual, onde havia cerca de 300 alunos encarnados matriculados, mas com um comparecimento constante de apenas 32 alunos. Informa que a maioria dos faltosos se deixava levar por seduções comuns, decorrentes da natureza animal, e, ainda, a lembrança do aprendizado variava de alma para alma e de acordo com a evolução de cada uma.

Quando o homem dorme, sua alma procura o convívio de Espíritos afins, como, aliás, acontece com o próprio homem, de acordo com a lei de sintonia: 'A criatura consciente, seja onde for no Universo, apenas assimilará as influências a que se afeiçoe" (Mecanismos da Mediunidade, Cap. 17, André Luiz). Daí, a importância da reforma íntima, como correção de vícios, de defeitos da personalidade humana.

Sabendo o homem que passa em torno de um terço da vida na Terra

dormindo, deve esforçar-se para dormir para o bem, aproveitando-se, portanto, das lições doutrinárias, para fazer um aprendizado integral, aumentado suas possibilidades espirituais através desse intercâmbio durante o sonho. Em Evolução em Dois Mundos, Cap. XVTI, André Luiz. ensina: 'Ansiando livrar-se da fadiga, após determinada quota de tempo no esforço da vigília diária e, por isso mesmo, entregue ao relaxamento muscular, o homem operante e indagador adormecia com a idéia fixada a serviços de sua predileção.

"Amadurecido para pensar e lançando de si a substância de seus propósitos mais íntimos, ensaiou, pouco a pouco, tal como aprendera, vagarosamente, o desprendimento parcial do corpo sutil, durante o sono, desenfaixando-o do veículo de matéria mais densa, embora sustentando-o ligado a ele, por laços fluídico-magnéticos, a se dilatarem levemente dos plexos e, com mais segurança, da fossa rombóide.

"Encetando o processo de sonolência, com as reações motoras empobrecidas e impondo mecanicamente a si mesmo o descanso temporário, no auxílio às células fatigadas de tensão, isto desde as eras remotas em que o pensamento se lhe articulou com fluência e continuidade, permanece a mente, através do corpo espiritual, na maioria das vezes, justaposta ao veículo físico, à guisa de um cavaleiro que repousa ao pé do animal de que necessita para a travessia de grande região, em complicada viagem, dando-lhe ensejo à recuperação e pastagens. Enquanto ele se recolhe ao próprio íntimo, ensimesmando-se para refletir ou imaginar, de continuidade com seus problemas e inquietações, necessidades e desejos.

"Desta forma, aliviando o controle sobre as células que a servem no corpo carnal, a mente se volta no sono, para o refúgio de mesma, plasmando na onda constante de suas próprias idéias as imagens com que se compraz nos sonhos agradáveis, em que saca da memória a essência de seus próprios desejos, retemperando-se na antecipada contemplação dos painéis ou situações que almeja concretizar."

Continua André Luiz: "Dessa posição de espectador à função de agente existe apenas um passo. O pensamento contínuo, em fluxo insopitável, desloca-lhe a organização celular perispiritual, à maneira de córrego que em sua passagem desarticula da gleba em que se desliza todo um rosário de seixos. E assim como os seixos soltos seguem a direção da corrente, lapidando-se no curso dos dias, o corpo espiritual acompanha, de início, o impulso da corrente mental que por ele atravessa, conscientizando-se, muito vagarosamente, no sono, que lhe propicia meia libertação".

Bibliografia

Livro dos EspíritosA Interpretação dos Sonhos - Sigmundo FreudNo Mundo Maior - André LuizEvolução em dois Mundos - André LuizO Espirito e o Tempo - J. Herculano PiresOs Mensageiros - André LuizMissionários da Luz - André LuizMecanismos da Mediunidade - André LuizPensamento de Emmanuel, cap. 21 - Martins Peralva

PARTE B - ATIVIDADE ESPIRITUAL

A atividade do Espírito é incessante, seja na vigília, seja durante o sono; no entanto, muita gente encontra dificuldade em compreender que a alma não tem necessidade de repouso. Para entender melhor essa questão, é imperioso saber que o Espírito, quando encarnado, encerra um trinômio: "Espírito-Perispírito-corpo físico". O descanso é indispensável para o corpo físico, com o objetivo de restaurar as energias perdidas pela exaustão e pelo enfraquecimento orgânico.

Diz Martins Peralva, em Pensamento de Emmannel, que "o Perispírito, igualmente, por refletir, nas almas pouco evoluídas, o condicionamento a impressões e sensações de natureza fisiológica, acusa reações de cansaço e aflição, de dor e sofrimento, consoante observamos nas sessões mediúnicas, ao se comunicarem Entidades ainda ligadas, mentalmente, ao veículo corpóreo. Além da referência dos Espíritos a Allan Kardec, a literatura de André Luiz comprova a necessidade do descanso perispiritual que se reflete, inclusive, em sua densidade e coloração".

Kardec perguntou aos Espíritos se durante o sono a alma repousa como o corpo, e recebeu como resposta um "não" porquanto o Espírito jamais está inativo.

"Durante o sono, afrouxam-se os laços que prendem o Espírito ao corpo e, não precisando este da sua presença, ele se lança pelo espaço e entra em relações mais diretas com outros Espíritos. Os sonhos comprovam a liberdade e atuação do Ser, enquanto o homem dorme, quando se trata de sonhos reais" (L.E., Cap. VIII, questão 401).

A alma, à noite, realiza encontros com amigos e desafetos, com Espíritos inferiorizados ou com Espíritos Superiores, encontrando alegria ou tristeza, conforme o caso, que provoca um despertar suave e esperançoso, ou inquieto e sufocante.

O Espírito movimenta-se, trabalha, atua e age, enquanto dormem os sentidos físicos, muito mais do que se pensa. Muitas resoluções, tomadas durante o dia, são o resultado, a soma de conselhos, de orientação, de roteiros, que os amigos espirituais, principalmente os Espíritos Protetores propiciam, corroborando, assim, a assertiva popular: "A noite é boa conselheira".

Reuniões maravilhosas realizam-se na Espiritualidade, enquanto o homem dorme, com o objetivo do esclarecimento, da orientação, do reconforto. Tais reuniões representam a demonstração cabal do interesse constante de Jesus, através de seus Mensageiros, pela melhoria e progresso de todos.

Como se sabe, semelhante atrai semelhante, e muitas criaturas, não podendo realizar seus anseios como homens, procuram realizá-los como Espíritos, durante o sono, envolvendo-se nos prazeres do sexo, dos tóxicos, nas conversas sem finalidade construtiva, etc.

O espírita consciente, tendo conhecimento desta realidade, deve preparar-se para "dormir para o bem", exercitando, na vigília, o que de melhor poderia fazer durante a noite: estudo, trabalho, lazer saudável, etc., de modo que o sono não seja para ele um pesadelo, mas algumas horas de ventura junto aos amigos espirituais.

Bibliografia:

Pensamento de Emanuel, Cap. 21-Martins Peralva

Livro dos Espíritos

Questionário

A) emancipação ou desdobramento

1) Que é o sono segundo a Doutrina Espírita?

2) Que é o sonho, segundo a Doutrina Espírita?

3) Por que os sonhos não são lúcidos?

4) Os sonhos são sempre verdadeiros?

5) O que significa dormir para o bem?

b) atividade espiritual

1) A alma, durante o sono, permanece inativa?

2) Como a alma se liberta do corpo, durante o sono?

3) Por que se diz que a noite é "boa conselheira"?

4) Por que o espírita consciente deve preparar-se para "dormir para o bem"?

5) Que se entende por atividade espiritual?

PARTE C - DESENVOLVIMENTO PRATICO MEDIÚNICO As Cinco Fases — Manifestação — Vidência a Distância e Audiência

Exercitar as cinco fases, finalizando com a manifestação.Após, realizar exercício com vidência. Pede-se ao Instrutor Espiritual para projetar a distância um quadro, e os alunos devem ser orientados para que procurem ampliar sua capacidade de vidência e captar o que foi projetado.

Em seguida, fazer exercício com a audiência (captação de som).

Obs.: Na aula anterior de revisão, fazer treinamento das 5 fases. Na primeira semana de outubro homenageia-se o Codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec.

20ª. AULA

PARTE A - PSICOGRAFIA - PNEUMATOGRAFIA - PNEUMATOFONIA

Os meios mais fáceis e rápidos de comunicação entre os homens e os Espíritos, assim como o fazem os homens entre si, são a escrita e palavra. A escrita, na relação mediúnica, tem a vantagem de deixar traços permanentes, demonstrando, de maneira material, a intervenção de uma potência oculta no fenômeno. O primeiro meio empregado para produzi-lo foi o das pranchetas e das cestas munidas de lápis.

A psicografia (L.M., Cap. XIII, item 152) pode ser indireta ou direta (esta também chamada de manual). A indireta é aquela produzida através de pranchetas e de cestas munidas de lápis, como ocorreu nos primórdios do

Espiritismo, movidos pela vontade dos Espíritos comunicantes, enquanto mantinha o médium a ponta do dedo no lápis.

A psicografia direta ou manual é realizada pelo próprio médium. Neste caso, o Espírito comunicante age sobre o médium; este, por essa influência, move maquinalmente o seu braço e a mão para escrever, não tendo, em geral, consciência do que escreve.

"De todas as formas de comunicação, a escrita manual é a mais simples, a mais cômoda e, sobretudo, a mais completa. Todos os esforços devem ser feitos para o seu desenvolvimento, porque ela permite estabelecer relações tão permanentes e regulares com os Espíritos, como as que mantemos entre nós (O Livro dos Médiuns, Cap. XX item 178).

Diz André Luiz, em Missionários da, Luz, que antes do trabalho a que se submete o psicógrafo, os auxiliares espirituais lhe preparam "as possibilidades para que não se lhe perturbe a saúde física. A transmissão da mensagem não será simplesmente 'tomar a mão'. Há processos intrincados, complexos".

Relata ainda André Luiz, que as glândulas do médium se transformam em núcleos luminosos; os condutores medulares formam extenso pavio, sustentando a luz mental, como chama generosa de uma vela de enormes proporções. O cerebelo mostra fulgurações; as células corticais e as fibras nervosas constituem-se em elementos delicadíssimos de condução de energias imponderáveis, e a epífise emite raios azulados e intensos.

O grande mal dos médiuns iniciantes é pretender ser intermediário de Espíritos famosos. A psicografia deve ser utilizada mais frequentemente porque, por ela, os Espíritos revelam, com mais clareza, a sua natureza e o grau de sua perfeição ou de sua inferioridade. Como podem exprimir-se com facilidade, os Espíritos desencarnados expõem seus pensamentos íntimos, permitindo ao homem apreciá-los e julgá-los em seu justo valor.

Os médiuns escreventes ou psicógrafos são os que têm a faculdade de escrever por si mesmos, sob influência dos Espíritos, e podem ser classificados de mecânicos, intuitivos, semi-mecânicos, inspirados ou de pressentimentos. Os médiuns escreventes mecânicos recebem impulso involuntário na mão e caracterizam-se pela inconsciência absoluta do que escrevem. "O primeiro indício da disposição para escrever é uma espécie de frêmito no braço e na mão. Pouco a pouco, a mão é arrastada por um impulso que não pode dominar. Quase sempre, de início, traça apenas sinais sem significação. Depois, os caracteres se tornam mais precisos, e, por fim, a escrita se processa com a rapidez da escrita normal.

Mas é sempre necessário abandonar a mão ao seu movimento natural, não a embaraçando, nem a propelindo." (L.M., Cap. XVII, item 210). Os médiuns semi-mecânicos são aqueles cuja mão se move involuntariamente, mas têm, instantaneamente, consciência das palavras ou das frases, à medida que escrevem.

Os médiuns intuitivos têm consciência do que escrevem por impulso voluntário da própria mão, porém o pensamento escrito não é seu, mas do Espírito comunicante, que age sobre a alma do médium, com a qual se identifica. São os mais comuns. O papel do médium mecânico é o de uma máquina; o médium intuitivo atua como o faria um intérprete" (L.M., Cap. XV, item 180). "Diferem dos médiuns inspirados no particular de que estes últimos não têm necessidade de escrever, ao passo que o médium intuitivo escreve o pensamento que lhe é sugerido instantaneamente sobre um assunto determinado e provocado" (L.M., Cap. XVI, item 191).

Os médiuns inspirados são os que no estado normal, de pensamento, recebem idéias estranhas às suas idéias preconcebidas. Isto ocorre sem o saberem, no seu estado normal, seja para as atividades ordinárias da vida ou para os grandes trabalhos intelectuais. "Toda a pessoa que recebe, seja no estado normal, seja no estado de êxtase, pelo pensamento, comunicações estranhas às suas idéias preconcebidas, pode ser incluído na categoria dos médiuns inspirados; como se vê, é uma variedade da mediunidade intuitiva, com a diferença de que a intervenção de uma potência oculta é ainda bem menos sensível, porque, nos inspirados, é ainda mais difícil distinguir o pensamento próprio do que é sugerido. O que caracteriza este último, sobretudo, é a espontaneidade" (L.M., Cap. XVI, item 190). É a mediunidade dos cientistas, poetas, etc.

Os médiuns de pressentimentos são os que podem sentir o resultado de comunicações ocultas, o que lhes permite entrever as consequências das coisas atuais e a filiação dos acontecimentos. A pneumatografia (L.M., Cap. XII, item 146) é tida, por Kardec, como um dos fenômenos mais extraordinários do Espiritismo. Também chamada de escrita direta é produzida pelo Espírito, sem nenhum intermediário:

"O Espírito não se serve de substâncias e instrumentos nossos. Ele mesmo os produz, tirando os seus materiais do elemento primitivo universal, que submete, por sua vontade, às modificações necessárias para atingir o efeito desejado" (L.M., Cap. XII, item 148).

Todavia, trata-se de um fenômeno muito raro e sobretudo muito fácil de imitar pela charlatanice. Em se tratando de uma faculdade muito rara, ela "provavelmente se desenvolve por exercício", como diz Kardec. A prece e o recolhimento são condições essenciais para obtê-la. "Sua principal utilidade consiste na constatação material de um fato importante: a intervenção de um poder oculto que encontra nesse processo um novo meio de se manifestar. Mas as comunicações assim obtidas são raramente de alguma extensão. Em geral, são espontâneas e se limitam às palavras, sentenças, frequentemente sinais inteligíveis" (L.M., Cap. XII, item 149).

As variedades de médiuns escreventes, porém, seguem uma relação muito mais extensa, conforme mostra Kardec, no capítulo XVT, itens 191 a 197, de O Livro dos Médiuns, concluindo que elas apresentam uma infinidade de graus de intensidade de tal forma que "só muito raramente a faculdade de um médium esteja rigorosamente circunscrita a um gênero".

No exercício do psicógrafo comum, pode ocorrer a mudança da caligrafia, segundo o Espírito que se comunica, podendo, inclusive, reproduzir a letra que o Espírito comunicante tinha em vida. Este caso, o da identidade da letra, é mais raro. São os chamados médiuns polígrafos.

O fenômeno da pneumatofonia ou voz direta é também raro, e quase sempre espontâneo, e só muito raramente pode ser provocado.Alude Herculano Pires, em nota ao item 151 de O Livro dos Médiuns, Cap. XII, que "nas sessões de voz direta temos o fenômeno da pneumatofonia exterior provocado. Mas, como Kardec acentua, essas sessões são bastante raras. Por modernos parapsicólogos, este fenômeno foi algumas vezes observado".

Fala ainda, em O Livro dos Médiuns, item 151, que "os sons espíritas ou pneumatofônicos manifestam-se por duas maneiras bem distintas: às vezes é uma voz interna que ressoa em nosso foro íntimo e, embora as palavras sejam claras e distintas, nada têm de material; outras vezes, as

palavras são exteriores e tão distintamente articuladas como se proviessem de uma pessoa ao nosso lado".

Bibliografia:

Missionários da. Luz - André LuizLivro dos MédiumNos Domínios da Mediunidade - André Luiz

PARTE B - MISSÃO DO MÉDIUM

Todo aquele que labuta na Terra, desenvolvendo trabalhos, desde os mais humildes e rudes até os mais relevantes, está desempenhando uma tarefa.

E' certo que existem missões sublimadas, como as desempenhadas por Jesus Cristo, Paulo de Tarso, João Batista e outros, mas, todo aquele que encarna neste Planeta incumbido de desenvolver uma tarefa e cumpre o seu dever, não se perdendo na ociosidade e nos vícios, está cumprindo o encargo de uma missão, e deste modo, palmilhando a senda do progresso espiritual, contribuindo para que haja uma melhoria nas condições de vida no mundo.

Todas as missões têm os seus encargos, as suas responsabilidades definidas e obedecem aos imperativos das Leis Divinas. Muitas pessoas aspiram a ocupar posições de maior relevo, mas desconhecem, muitas vezes, os pesados ônus que acometem àqueles que as desempenham.

O homem deve contentar-se com as tarefas que desempenha em qualquer ramo de atividade humana. Deve sempre ter em mente que o arado que prepara a terra para a semeadura é irmão da pena que escreve. Não existem personalidades notáveis no mundo, sem o devotamento silencioso de mães e pais, professores e companheiros que se apagam, pouco a pouco, para que elas se destaquem entre os homens, elevando-se na evidência terrena. Diante da Lei, todas as tarefas do Bem são missões de caráter divino.

O homem deve afastar de si qualquer resquício de inveja e atender, alegremente, ao dever que cabe a si mesmo. Se por acaso, ninguém se dá conta de sua posição obscura, ignorando-se a pessoa e a sua presença, nem por isso deve abandonar o trabalho humilde que a vida lhe confere. Deus nos ensina a todos, que a base de todo trabalho e sabedoria é o amor, compenetrando-nos de que o mais alto privilégio é o de servir à Humanidade. A propósito, convém aqui lembrar que Jesus Cristo, desempenhando a mais elevada e penosa missão terrena, disse claramente ter vindo "para servir e não para ser servido".

Muitas missões terrenas são entrecortadas de amargos sofrimentos, mas, aquele que as desempenha e confia na Justiça Divina, não desconhece ser tudo isso necessário para a própria elevação na escalada do progresso espiritual.

O apóstolo Paulo de Tarso, no desempenho de sua gloriosa missão terrena, três vezes foi açoitado com varas, uma vez foi apedrejado, passou por três naufrágios, um dia e uma noite permaneceu no abismo, sem contar os perigos pelos quais passou no meio de salteadores e nos rios, enfrentando perigos entre os judeus, entre os gentios, na cidade, no deserto, no mar e entre os falsos irmãos.

Além disso, passou frio e nudez, fome e sede, bem como numerosas noites de vigília e desempenhou trabalhos árduos, dos quais sobrevieram fadigas indescritíveis. Paulo tinha plena convicção de sua missão; sabia que deveria executar a vontade de Deus, propagando, numa vasta região, os maravilhosos ensinamentos revelados por Jesus Cristo.

Bibliografia:

Justiça- Divina - Emmanuel.II Epístola de Paulo aos Coríntios

Questionário

A)PSICOGRAFIA - VARIEDADES DE MÉDIUNS ESCREVENTES - pneumatografia - pneumatofonia

1) Que é a psicografia?

2) Qual o grande mal dos médiuns iniciantes?

3) Que são médiuns inspirados?

4) Que é pneumatografia?

5) Que é pneumatofonia?

b) MISSÃO DO MÉDIUM

1) Todas as missões dos Espíritos são iguais?

2) Por que o homem deve contentar-se com as tarefas que desempenha?

3) Que significa dizer: "Deus é o Grande Anônimo a ensinar a todos"?

4) A missão de Paulo foi fácil e sem sofrimentos?

5) Por que as missões terrenas são entrecortadas de amargos sofrimentos?

PARTE C - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

PSICOGRAFIA

Todos os alunos devem estar munidos de lápis e papel.

As quatro fases serão realizadas e, no momento da manifestação, os médiuns deverão dar a comunicação por escrito.

O dirigente estimulará todos os alunos a escreverem, mesmo que algumas palavras, a fim de facilitar o desenvolvimento mediúnico.

Ao final, os alunos devem ler as comunicações para a classe.

21ª. AULA

PARTE A - MÉDIUNS ESPECIAIS E SUAS APTIDÕES

QUADRO SINÓTICO DOS TIPOS DE MEDIUNIDADE

Os médiuns, como intermediários entre as esferas espiritual e física, evidentemente, transmitem uma mensagem, e, para que estas mensagens se reflitam em boas comunicações, três condições devem ser observadas, disse Kardec:

a) A qualidade do médium: sua natureza, evangelização, conhecimento, estudo da Doutrina, conscientização de que é um instrumento, aplicação do seu trabalho para o Bem, etc.

b) A qualidade do Espírito que transmite a mensagem: seriedade da mensagem, conhecimento ou ignorância, bondade ou interesse. "A natureza das comunicações está sempre relacionada com a natureza do Espírito e traz o cunho da sua elevação, ou da sua inferioridade, do seu saber, ou da sua ignorância" (L.M., Cap. XVI, item 185).

c) A intenção e sentimento, o pensamento íntimo mais ou menos louváveis e quem interroga o Espírito, quando for o caso. Diz-se que todos os homens são médiuns, dada a condição de associação das correntes mentais, mas, em alguns, ela se apresenta de forma mais evidente que em outros e manifesta-se de múltiplas maneiras. A mediunidade, no dizer do Codificador, apresenta uma variedade infinita de matizes.

Perguntou-se a Emmanuel, em O Consolador, questão 386: "Qual a mediunidade mais preciosa para o bom serviço da Doutrina?"- Ninguém deverá forçar o desenvolvimento dessa ou daquela faculdade, porque, nesse terreno, toda a espontaneidade é necessária; observando-se, contudo, a floração mediúnica espontânea, nas expressões mais simples, deve-se aceitar o evento com as melhores disposições de trabalho e boa vontade, seja essa possibilidade psíquica a mais humilde de todas. Não existe mediunidade mais preciosa uma que a outra".

Na questão 388, perguntou-se: "Nos trabalhos mediúnicos temos de considerar, igualmente, os imperativos da especialização?" Num trecho de sua resposta, disse: "A especialização na tarefa mediúnica é mais do que necessária, e somente de sua compreensão poderá nascer a harmonia na grande obra de vulgarização da verdade a realizar".

No capítulo XVI de O Livro dos Médiuns, Kardec apresenta um quadro sinótico dos principais gêneros de mediunidade, as diferentes variedades mediúnicas, pelas semelhanças de causas e efeitos, embora afirme que não se trata de uma classificação absoluta. Diz, ainda, que "estas indicações foram inteiramente fornecidas pelos Espíritos".Dividiram, então, os Espíritos, os médiuns em duas grandes categorias (L.M., Cap. XVI, item 187):

a) Médiuns de efeitos físicos: os que têm o poder de provocar efeitos materiais, ou manifestações ostensivas.

b) Médiuns de efeitos intelectuais: os que são mais aptos a receber e a transmitir comunicações inteligentes.

MÉDIUNS DE EFEITOS FÍSICOS (L.M., Cap. XVI, item 189):

1 - Tiptólogos: ruídos, pancadas etc;

2 - Motores: movimento de corpos inertes;

3 - Translações e suspensões: levitação, suspensão de corpos, transportes, deslocamento de objetos;

4 - Efeitos musicais: execução de música, sem contato;

5 - Aparições: materializações visíveis e tangíveis;

6 - Noturnos: só obtêm certos efeitos físicos na obscuridade;

7 - Pneumatógrafos: escrita direta;

8 - Curadores: curam pela imposição das mãos, ou pela prece, etc.;

9 - Excitadores: são os que mediunizam, magneticamente, outros médiuns, para os levar ao desenvolvimento;

10- Pneumatofônicos: voz direta.

MÉDIUNS DE EFEITOS INTELECTUAIS (L.M., Cap. XVI, item 190):

1 - Audientes: os que ouvem os Espíritos;

2 - Falantes: os que falam sob a influência dos Espíritos. O nome mais utilizado hoje é Psicofonia;

3 - Videntes: são os que vêem os Espíritos em estado de vigília;

4 - Inspirados: recebem os pensamentos sugeridos pelos Espíritos, na maioria das vezes, sem o saberem;

5 - Pressentimentos: têm uma vaga intuição de ocorrências vulgares do futuro;

6 - Proféticos: recebem revelações de ocorrências futuras, de interesse geral, com fins instrutivos;

7 - Sonâmbulos: os que, em transe sonambúlico, são assistidos por Espíritos;

8 - Extáticos: recebem revelações dos Espíritos, em estado de êxtase;

9 - Pintores ou desenhistas: os que pintam ou desenham. Hoje, denomina-se, mais frequentemente, de Psicopictoriografia, Psicopictografia, ou Pintura Mediúnica;

10 - Musicais: executam, compõem ou escrevem músicas, sob a influência dos Espíritos;

11 - Psicógrafos; escrevem sob a influência dos Espíritos.

VARIEDADES DE MÉDIUNS ESCREVENTES OU PSICÓGRAFOS:

a) Segundo o modo de execução (L.M., Gap. XVI, item 191):

1 - Mecânicos: inconscientes, recebem impulso involuntário na mão;

2 - Semi-mecânicos: recebem impulso involuntário na mão, mas têm, instantaneamente, consciência das palavras que estão escrevendo;

3 - Intuitivos: registram o pensamento que lhes é sugerido, mas escrevem por vontade própria;

4- Polígrafos: mudam de caligrafia;

5- Poliglotas: falam e escrevem em línguas que não conhecem;

6 - Iletrados: são os analfabetos, que escrevem sob influência dos Espíritos.

b) Segundo o desenvolvimento da faculdade (L.M., Gap. XVI, item 192):

l - Novatos: não-desenvolvidos, nem têm experiência necessária;

2 - Improdutivos: recebem sinais sem importância; limitados;

3 - Formados: são os desenvolvidos, que transmitem as comunicações com facilidade e presteza;

4 - Lacônicos: comunicações breves;

5 - Explícitos: comunicações amplas e extensas, como um escritor consumado;

6 - Experimentados: têm facilidade para escrever; são experientes;

7 - Flexíveis: prestam-se aos diversos gêneros de comunicações, inclusive com diferentes Espíritos;

8 - Exclusivos: manifestações de um único Espírito;

9 - Evocações: são os que, tendo condições intelectuais mais amplas (nem sempre da encarnação atual), se prestam a intermediar as comunicações dos Espíritos evocados;

10 - Ditados espontâneos: recebem comunicações espontâneas de Espíritos não chamados. "Ditados espontâneos" não quer dizer frases incompletas ou pensamentos sem maior significado.

c) Segundo o gênero e a parcialidade das comunicações (L.M., Gap. XVI, item 193):

1 - Versificadores: comunicações em versos;

2 - Poéticos: comunicações poéticas, ternas, sentimentais;

3 - Positivos: comunicações com nitidez e precisão;

4 - Literários: estilo correto, elegante, eloquente;

5 - Incorretos: imprecisos na linguagem, por falta de cultura;

6 - Historiadores: dissertações históricas;

7 - Científicos: explanação científica, sem dizer sábia;

8 - Medicinais: recebem prescrições médicas; são os receitistas;

9 - Religiosos: comunicações de caráter religioso;

10 - Filósofos ou Moralistas: questões morais e filosóficas;

11 - Triviais e obscenos: comunicações fúteis, sem proveitos, imorais.

d) Segundo as qualidades físicas do médium (L.M., Cap. XVI, item 194):

1 - Calmos: escrevem lentamente, sem agitação;

2 - Velozes: escrevem com rapidez inabitual;

3 - Convulsivos: permanecem em estado de superexcitação quase febril, e, às vezes, dependem da natureza do Espírito.

e) Segundo as qualidades morais do médium (L.M., Cap. XVI, item 195):

l- Obsedados: com ligações inoportunas e mistificadoras;

2 - Fascinados: os enganados pelos Espíritos mistificadores;

3 - Subjugados: dominados moralmente por Espíritos maus;

4 - Levianos: não levam a sério suas faculdades;

5 - Indiferentes: não tiram proveito das instruções recebidas;

6 - Presunçosos: têm a pretensão de estar em relação somente com Espíritos Superiores;

7 - Orgulhosos: os que se envaidecem com as comunicações recebidas;

8 - Suscetíveis: ofendem-se com as críticas e gostam de ser bajulados;

9 - Mercenários: exploram as suas faculdades;

10 - Ambiciosos: sem vender suas faculdades, esperam delas tirar proveito;

11 - Má-fé: simulam faculdades que não possuem, para parecerem mais importantes:

12 - Egoístas: guardam para si mesmos as comunicações recebidas;

13 - Invejosos: os que se mostram despeitados com o maior apreço dispensado a outros médiuns;

14 - Sérios: utilizam suas faculdades para o Bem e com finalidade útil;

15 - Modestos: não se atribuem nenhum mérito nas comunicações recebidas e não se julgam livres de mistificações;

16 - Devotados: abnegados, sacrificam-se para o Bem;

17 - Seguros: têm facilidade para recepção, merecem maior confiança dos Espíritos. São fluentes, desembaraçados e dignos.

Além destas classificações, podem-se anotar outras comuns a todos os gêneros de mediunidade:

1 - Médiuns Sensitivos: são pessoas suscetíveis de sentir a presença dos Espíritos por uma sensação geral ou local, vaga ou material, segundo Kardec (LM, Cap. XVI, item 188);

2 - Médiuns Naturais ou Inconscientes: produzem fenômenos espontaneamente, sem querer, e, na maioria das vezes, à sua revelia;

3 - Médiuns Facultativos ou Voluntários: são os que têm o poder de provocar os fenômenos por um ato da própria vontade.

Disse o Espírito (Sócrates), O Livro dos Médiuns, Cap. XVI, item 197, que "este quadro é de grande importância, não só para os médiuns sinceros que procuram de boa-fé, ao lê-lo, preservar-se dos escolhos a que estão expostos, mas também para todos os que se servem dos médiuns, pois lhes darão a medida do que podem racionalmente esperar".

Bibliografia:

Livro dos MédiunsO Consolador - EmmanuelMédiuns e Mediunidade - Cairbar SchutelMediunidade - Edgard Armond

PARTE B - BENFEITORES

Os benfeitores espirituais são mensageiros de Deus, que executam a sua vontade e ajudam os homens, no decurso de suas provações e expiações terrenas, inspirando-lhes bons sentimentos e orientando-os, quando se deparam com o sofrimento nas encruzilhadas da vida. A ação desses benfeitores se faz sentir, tanto quando os homens estão em estado de vigília, como durante o sono, quando os Espíritos recobram uma parte de sua liberdade.

Será sempre fácil ao homem discernir a presença desses mensageiros divinos, ao seu lado, pela rota do Bem a que o induzam. Eles somente mostram o caminho certo, competindo aos homens resolverem sobre o caráter do auxílio que recebem.

Esses amigos do Mundo Maior acordam a esperança e restauram o bom ânimo nos que se vêem a braços com assédios de ordem espiritual, sendo lícito, no entanto, recordar ern nome da Boa Doutrina que a tarefa de sustentação pertence aos próprios homens.Tanto o Antigo como o Novo Testamento são pródigos na demonstração dos efeitos benéficos da ação desses benfeitores espirituais sobre os encarnados. Um caso típico ocorreu com o Centurião Cornélio, na cidade de Cesaréia, o qual, sendo um homem caridoso e dotado de elevados dotes morais e de bons sentimentos, recebeu em sua casa a visita de um Espírito Benfeitor, que lhe recomendou enviar mensageiros à cidade de Jope, a fim de convidar o apóstolo Simão Pedro a ir esclarecê-lo sobre as verdades novas trazidas por Jesus Cristo.

Eles permanecem em constante diálogo mental, sugerindo o melhor caminho. Não esperam que o homem se transforme em anjo, para ajudá-lo, mas atuam de maneira direta em seu favor até que possa abrir os olhos e enxergar os propósitos do Pai, no seu destino.

Então, o homem começará a elevar-se e a identificar-se com os benfeitores que lhe ampararão os passos. Foi por isso que Kardec, na pergunta 464 de O Livro dos Espíritos', ao indagar: "Como distinguir se um pensamento

sugerido procede de um bom Espírito ou de um Espírito mau?" Teve a seguinte resposta: "Estudai o caso. Os Bons Espíritos só para o Bem aconselham. Compete-vos discernir".

Esta distinção deverá ser feita com a mente e com o coração. A mensagem de um benfeitor será sempre vazada em termos claros e objetivos. Mesmo que o médium seja de poucos recursos, a mensagem do Espírito, dita com simplicidade, conterá profundos recursos de moral e trará conhecimentos para os ouvintes.

Sua mensagem é repleta de conceitos amorosos e fraternos. Mesmo que sejam de ensinamentos doutrinários, suas colocações são sempre adoçadas pelo sentido fraternal. Não há nos benfeitores aspereza, azedume ou crítica mordaz, nem elogios, enaltecimento da personalidade do médium ou de qualquer interessado. Até quando não concordar com uma postura irascível e dura do médium comunicante, o Espírito Benfeitor não o critica, mas procura aconselhá-lo com termos sensatos.

A mensagem de Espíritos menos esclarecidos, por outro lado, será sempre fútil, sem nenhum conteúdo moral. É sempre enganosa. Eles são de muita sutileza quando desejam, realmente, enganar. Procuram enaltecer o médium e se colocam na posição de grandes sábios, usando às vezes, nomes veneráveis.

Conhecem os vícios e tendências do médium e sabem como ludibriá-lo no dédalo de suas ambições pessoais. Por isso, disse Kardec, cabe ao homem, e, particularmente ao médium, discernir.

Bibliografia:

Livro dos EspíritosPensamento de Emmanuel Cap. 23 -Martins PeralvaCaminho, Verdade e Vida Lição 105 - Emmanuel

Questionário

a) médiuns especiais e suas aptidões - quadro sinótico dos tipos de mediunidade

1) Para se obter boas comunicações, que condições devem ser observadas?

2) Deve-se forçar o desenvolvimento mediúnico de alguém?

3) O médium deve especializar-se nesta ou naquela mediunidade?

4) Cite alguns exemplos de médiuns de efeitos físicos.

5) Cite alguns exemplos de médiuns de efeitos intelectuais.

b) benfeitores

1) Quem são os benfeitores espirituais?

2) O que fazem os benfeitores espirituais?

3) Como se pode distinguir um pensamento nosso de um sugerido?

4) Como se caracteriza a mensagem de um Espírito bom?

5) O que caracteriza a mensagem de um Espírito mau?

PARTE C - DESENVOLVIMENTO PRATICO MEDIÚNICO

Treino Intensivo

O dirigente faz com os alunos o treinamento de todas as fases e das diferentes formas de comunicação mediúnica.

22ª. AULA

PARTE A - LABORATÓRIO ESPIRITUAL

No grande laboratório da vida espiritual, os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, utilizando o pensamento e a vontade. Eles imprimem, pelo pensamento, nesses fluidos, formas, aglomerados, combinações ou os dispersam, conforme a necessidade; apresentam certa forma, aparência, dão-lhes colorações diversas, mudam-lhes as propriedades que lhes são inerentes; enfim, podem eles concentrar à sua vontade esses elementos fluídicos e dar-lhes a forma aparente que corresponda à dos objetos materiais.

Devemos entender que os Espíritos fazem passar a matéria etérea pelas transformações que queiram, desde que o momento propicie a necessidade de tal transformação, e tudo por ato de sua vontade. E, da mesma forma que a fez, pode desfazê-la, como ocorre com tantos outros objetos, jóias, vestuários, etc. Isso acontece, simplesmente, porque os Espíritos dispõem de instrumentos mais perfeitos do que os encarnados: a vontade e a permissão de Deus.

VESTIMENTA DOS ESPÍRITOS

"Um Espírito se faz visível a um encarnado que possua a vista psíquica, sob as aparências que tinha quando vivo na época em que o segundo o conheceu, embora haja ele tido, depois dessa época, muitas encarnações. Apresenta-se com o vestuário, os sinais exteriores que tinha então. Até mesmo os defeitos, ou sinais físicos, pois o que se dá é que, retrocedendo o seu pensamento à época em que tinha tais defeitos, seu perispírito lhes toma instantaneamente as aparências, que deixam de existir logo que o mesmo pensamento cessa de agir naquele sentido. Assim, conforme a encarnação a que se refira a sua evocação, é que se transporta seu pensamento" (GE., Cap. XIV, item 14). É portanto, fhiidicamente, que o Espírito modela o vestuário através do pensamento.

FORMAÇÃO DE OBJETOS

"O Espírito atua sobre a matéria. Da matéria cósmica (ou universal) tira os elementos de que necessita para formar, à sua vontade, objetos que tenham a aparência dos diversos corpos existentes na Terra. Os objetos que o Espírito forma, têm existência temporária, subordinada à sua vontade, ou a uma necessidade que ele experimenta. Pode fazê-los e desfazê-los livremente. Em certos casos, esses objetos, aos olhos de pessoas vivas, podem apresentar todas as aparências da realidade, isto é, tornarem-se momentaneamente visíveis e até mesmo tangíveis. Há formação porém, não criação" (L.M., Cap.VII, item 129).

MATERIALIZAÇÃO E DESMATERIALIZAÇÃO

O fator moral deve estar sempre presente em toda e qualquer realização espírita. Também nas manifestações de efeitos físicos as motivações superiores constituem a razão de ser da concordância dos Espíritos em se materializarem. Todos os fenômenos de materialização são regidos, ou supervisionados, por entidades elevadas, capazes de conduzir com segurança tão importantes, difíceis e perigosos trabalhos. Nenhum Espírito Superior concorda em materializar-se simplesmente para atender à curiosidade de fulano ou beltrano.

Para que haja uma materialização é necessário que o ambiente esteja devidamente preparado. Assim, os supervisores espirituais tomam as devidas providências: isolando o local das reuniões, ionizando toda a atmosfera e destruindo as larvas através de aparelhos elétricos invisíveis a fim de se evitar que o ectoplasma, proveniente do médium, não sofra a intromissão de certos elementos microbianos. Esse ectoplasma retirado do médium, utilizado para produzir objetos, é restituído a ele após a realização do trabalho.

Assim sendo, é justo que atendamos: somente por motivos superiores os Espíritos se materializam, tais como: atendimento aos sofredores, nos serviços de cura, facilitar investigações científicas respeitáveis, previamente planejadas no Plano Superior" (Estudando a Mediunidade, Cap. XLII).

E necessário que todo grupo que participa de reuniões desse quilate seja movido de seriedade e respeito, devendo todos os componentes absterem-se de álcool, fumo, bebidas, pensamentos inadequados, porque sendo o ectoplasma matéria sensível e plástica, absorve todas as emanações deletérias dos participantes invigilantes.

"As materializações, antes de nos empolgarem pelo sentido fenomênico, devem constituir motivo para que, exaltando a Vida Imortal e nos lembrando da Transfiguração do Senhor, façamos, de nossa parte, o possível para acendermos no coração a lanterna do aperfeiçoamento espiritual." (Estudando a Mediunidade^ Cap. XLII).

MODIFICAÇÕES DAS PROPRIEDADES DA MATÉRIA

A existência de "uma matéria elementar, única, como princípio de formação de todo o Universo, está hoje já admitida pela Ciência e os Espíritos a confirmam. Todos os corpos da Natureza nascem dessa matéria que, pelas transformações por que passa, também produz as diversas propriedades da matéria. Já sabemos, através da química, que duas substâncias combinadas em certas proporções dão origem a uma substância salutar, é o caso da água, formada de uma molécula de oxigênio e duas de hidrogênio - H20; caso se acrescente mais uma molécula de oxigênio a essa combinação, formará um líquido corrosivo. Às vezes, sem nenhuma das proporções, a simples alteração no modo de agregação molecular basta para mudar as propriedades. Dessa forma, é que um corpo opaco pode tornar-se transparente ou vice-versa.

"A vontade é atributo essencial do Espírito, ou seja, do ser pensante, e com essa alavanca lhe auxiliando, o Espírito atua sobre a matéria elementar e, por uma ação consecutiva, reage sobre seus compostos cujas propriedades íntimas vêm assim ficar transformadas" (L.M., Cap. VIII, item 130).

AÇÃO MAGNÉTICA NAS CURAS

Tanto quanto do Espírito errante, a vontade é igualmente atributo do

Espírito encarnado; daí o poder do magnetizador, poder que se sabe estará na razão direta da força de vontade. Podendo o Espírito encarnado atuar sobre a matéria elementar, pode do mesmo modo mudar-lhe as propriedades, dentro de certos limites. Assim se explica a faculdade de cura pelo contato e pela imposição das mãos, faculdade que algumas pessoas possuem em grau mais ou menos elevado" (L.M., Cap. VII, item 130).

BIBLIOGRAFIA:

A Gênese, Cap. XIV; item 14 - Allan KardecO Livro dos Médiuns, cap. VIII, Allan KardecEstudando a Mediunidade, caps. XLII, XLIII e XLIV - Martins PeralvaNos Domínios da Mediunidade, cap. 28 - André Luiz

PARTE B - PODERES PSÍQUICOS

Segundo o evangelista Marcos, 6:56, que nos diz: "E onde quer que Ele entrava, fosse nas cidades, nas aldeias ou nos campos, depunham os enfermos nas praças e Lhe rogavam que os deixasse tocar ao menos na orla de seu vestido; e todos os que Nele tocavam, saravam."

Jesus, o maior Espírito que veio à Terra, era possuidor de poderes extraordinários, e como Médium de Deus, a suas faculdades estiveram ao serviço do Pai, curando e ensinando. Os poderes do Mestre Divino eram, na maioria das vezes, ocultos aos olhos de muitos encarnados, porém vistos por aqueles que conheciam a grandiosidade de Sua gloriosa missão e Seu caráter de Filho do Pai Celestial.

Até a idade de doze anos a vida de Jesus é desconhecida. Alguns escritores dizem, em seus relatos, que Ele esteve entre os Essênios, outros lançam a hipótese que Ele viveu no Oriente, no Himalaia, aprendendo com mestres que lá habitavam, de onde provinham os Seus conhecimentos e poderes. Porém, tudo isso não passa de especulações, apenas para mostrarem que poderiam estar ajudando a Humanidade a conhecer melhor o Divino Emissário de Luz.

Emmanuel, Espírito iluminado, através da mediunidade de Francisco Cândido Xavier, esclarece: "O Mestre, não obstante a elevada posição das escolas essênias, não necessitou da sua contribuição. Desde os seus primeiros dias na Terra, mostrou-se tal qual era, dentro da superioridade que o Planeta conheceu desde os tempos mais longínquos do Princípio".

Mesmo dentro das fileiras espiritualistas muitas criaturas procuram, de qualquer modo, a aquisição de poderes ocultos que lhes confira posição de destaque no meio onde vivem. No entanto, Jesus, sempre combateu, frontalmente, a observância de vãs tradições, muito do agrado dos mestres orientais, e os seus ensinamentos não se prendem aos misticismos.

"O anseio de melhorar-se, o desejo de equilíbrio, a intenção de manter a paz, constituem belos propósitos; no entanto, é recomendável que o aprendiz não se entregue às preocupações de notoriedade, devendo palmilhar o terreno dessas cogitações com a cautela possível. Ninguém reuniu sobre a Terra tão elevadas expressões de recursos desconhecidos quanto Jesus. Aos doentes, bastava tocar-lhe as vestiduras para que se curassem de enfermidades dolorosas; suas mãos devolviam o movimento aos paralíticos, a visão aos cegos". Isso tudo sem contar as vezes que expulsava os Espíritos perturbadores; mesmo assim, Jesus não curou a

todos, porque também Ele estava sujeito às Leis Divinas, eternas e imutáveis.

Se examinarmos os trabalhos realizados por Jesus, que estão contidos nos Evangelhos, "onde o Filho de Maria aparece identificado com a alegria e a aflição, com a ignorância e o pecado, curando enfermos, distribuindo pão e peixe aos famintos e discursando construtivamente, no serviço de libertação das consciências, encontraremos no exemplo do Divino Mestre a resposta às nossas mais profundas indagações". Daí a necessidade do nosso aprimoramento interior, através dos estudos, para que possamos nos enriquecer espiritualmente, e reconhecer que antes de nos beneficiarmos materialmente, ou querermos aparecer socialmente, devemos lembrar do que Jesus nos disse: 'Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei".

Devemos procurar, na medida de nossas forças, realizar o programa de fraternidade do Evangelho, assim. Estaremos, sem dúvida, contribuindo para a restauração da Boa Nova e deixando penetrar no mais íntimo do nosso ser, a luminosa figura do Cristo Redivivo, que certamente está vendo do Alto, as nossas obras, servindo com amor e abnegação ao nosso próximo.

Bibliografia:

Caminho, Verdade e Vida - Cap. 70 - EmmanuelEvangelho Segundo Marcos - Cap. 6, versículo 56 - Novo Testamento

QUESTIONÁRIO

A - LABORATÓRIO ESPIRITUAL

1 - Qual a função do pensamento na ação dos Espíritos sobre a matéria?

2 - Por que os objetos produzidos pelos Espíritos têm existência passageira?

3 - Por que os médiuns de reuniões de materializações deve abster de álcool, fumo, carne?

4 - Por que o pensamento é para o Espírito o que a mão é para o homem?

5 - Um Espírito pode "envenenar" a água para matar alguém?

B - PODERES OCULTOS

1 - Segundo Emmanuel, Jesus esteve entre os Essênios? Justificar.

2 - Que são poderes ocultos?

3 - É justificável ao médium a busca da projeção de seu nome?

4 - Por que Jesus não curou todos os enfermos?

5 - Por que Jesus não utilizou seus poderes para libertar-se das acusações que lhe foram feitas?

PARTE C - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

TREINO INTENSO

Idem à aula anterior.

 

 

23ª. AULA

PARTE A - LOCAIS ASSOMBRADOS

Locais assombrados são locais onde se verificam as manifestações espontâneas de espíritos provocando barulhos e perturbações de toda ordem, e sempre foram objeto de muitas especulações.

Como acontece com fatos extraordinários que o senso comum desconhece, a ignorância viu sempre nos fenômenos espíritas uma causa sobrenatural, e a superstição completou o erro, juntando-lhes absurdas crendices. Provém daí uma multidão de lendas que, pela maior parte, são um amálgama de poucas verdades e muita imaginação.

O Espiritismo, ao demonstrar a existência do mundo espiritual e suas relações com o mundo material, abre o caminho à compreensão racional de uma infinidade de fenômenos ainda incompreendidos. Mesmo hoje, aquele que desconhece as leis que regem este intercâmbio (afinidade e sintonia) encara as manifestações dos Espíritos, quaisquer que sejam, como aparições do "diabo" ou dos "gênios do mal".

Segundo o Espiritismo, anjos e demônios não são entidades distintas e nem mesmo existem. Os seres inteligentes da criação são qualificados no Livro dos Espíritos conforme o seu grau de adiantamento moral e intelectual, segundo a posição em que se acham, na imensa escala do progresso. Em todos os graus existe, portanto, ignorância e saber, bondade e maldade, apego ou desapego das coisas do mundo matéria, ocupações edificantes e malfazejas cujas ações e modo de pensar serão proporcionais ao seu grau de evolução.

Portanto, segundo as respostas de Espíritos a Kardec no Cap, IX do Livro dos Médiuns, lugares assombrados não existem. Assinalaremos a sua presença, por efeitos sensíveis desde que haja simpatia entre o Espírito e as pessoas que frequentam, os mesmos lugares ou quando existir o desejo de se comunicarem com elas. Poderá, também, estar ligado ao local por uma punição para expiar o ato que cometeu (Revista Espírita, de fevereiro de 1860: "História de um danado").

Se existirem manifestações, elas não se prenderão aos dias ou horários específicos porque para os Espíritos não há equivalência ao nosso controle do tempo. A escuridão, o silêncio, o aspecto lúgubre do local, não favorecerá a realização do fenômeno, mas somente excitará a imaginação da mentalidade supersticiosa.

São os pensamentos, as intenções que os atraem ou os repelem, não sendo, por isso, possível afastá-los pelo exorcismo. O melhor meio de

expulsar os maus Espíritos é atrair os bons, o que acontece quando fazemos o maior bem possível, disseram os Espíritos a Kardec, e ainda: "sede sempre bons e só tereis bons Espíritos ao vosso lado."

A conclusão, portanto, é que "os Espíritos que se ligam a locais ou coisas materiais nunca são superiores, mas por não serem superiores não têm de ser maus ou de alimentar más intenções. São mesmo, algumas vezes, companheiros mais úteis do que prejudiciais, pois caso se interessem pelas pessoas, podem protegê-las."

Bibliografia:

O Livro dos Médiuns O Céu e o Inferno

PARTE B - O ESPIRITISMO E VOCÊ

Ultrapassada está a fase inicial do Espiritismo, quando se associavam a esta doutrina crendices populares ou a idéia de seita milagreira, dentre as muitas distorções a ela atribuídas. Já é possível visualizá-la nos seus três aspectos: como ciência, quando pesquisa os chamados fenômenos paranormais com métodos próprios; como filosofia, quando interpreta a natureza dos fenômenos e reformula a concepção do mundo e de toda a realidade segundo as novas descobertas científicas; como religião, em decorrência das conclusões filosóficas, baseadas na sobrevivência humana após a morte e nas ligações com o Cristianismo, sem aparatos formais, dogmas de fé e sem sacramentos.

No entanto, é preciso considerar que o Espiritismo se tornará uma crença comum e marcará uma nova era na história da humanidade, porque pertence à Natureza e chegou o tempo em que deve tomar lugar nos conhecimentos humanos.

Kardec adverte que as idéias só se transformam com o tempo e não subitamente; elas se enfraquecem de geração em geração e acabam por desaparecer com os que as professavam e que são substituídos por outros indivíduos imbuídos de novos princípios.

Ao se deparar com a atitude de pessoas diante de fenômenos espíritas, de espanto, admiração, medo, constata-se a presença da lei de adoração, proveniente da idéia inata de Deus no homem. Esta lei ocasiona, quando mal entendida pelos homens pouco evoluídos, a reverência pelos poderes misteriosos da Natureza, levando-o a toda espécie de superstições e crendices dentro do aspecto mágico e sobrenatural, referente ao estágio natural do homem diante de fenômenos que ainda não compreende.

Com o Espiritismo, a humanidade deve entrar numa fase nova, a do progresso moral, que lhe é consequência inevitável, promovendo o desenvolvimento dessas idéias em etapas naturais caracterizadas por três períodos distintos: o primeiro é o da curiosidade provocada pela estranheza dos fenômenos; o segundo é o do raciocínio e da filosofia; o terceiro, o da aplicação e das consequências.

E oportuno transcrever as palavras de Pedro: "Por isto mesmo, aplicai toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, à virtude o conhecimento..." (Segunda Epístola de Pedro, cap. l, vers. 5), e, de Emmanuel: "Conseguir a fé é alcançar a possibilidade de não mais dizer: eu creio, mas afirmar: eu sei, com todos os valores da razão tocados pela luz do sentimento"(O Consolador, questão 354).

Bibliografia:

O Livro dos EspíritosA Bíblia de JerusalémCurso Dinâmico de Espiritismo- H. Pires pág. 6 a 12O Consolador

Questionário

a) locais assombrados

1) O que são locais assombrados e que tipo de espíritos estão relacionados a eles?

2) E' racional temer os lugares assombrados por Espíritos? Porquê?

3) Há algum meio de expulsar os Espíritos que assombram?

4) Que pensar da eficácia do exorcismo?

B) O espiritismo e você

1) Qual é o objetivo do Espiritismo?

2) As superstições e as crendices estão relacionadas a quê?

3) Pode-se considerar o Espiritismo aceito por todos? Explique.

4) Quais são as fases pela qual o Espiritismo deve passar para sua verdadeira assimilação?

5) Do que depende a assimilação da Doutrina Espírita?

PARTE C - DESENVOLVIMENTO PRATICO MEDIÚNICO

Treino Intensivo

Idem à aula anterior.

 

 

24ª. AULA

PARTE A - POSTURA MORAL EVANGELIZADA

O homem, como elemento da Natureza, é um ser em evolução, cabendo-lhe disciplinar o instinto e desdobrar os recursos de sua inteligência para se capacitar à preservação da vida e, cada vez mais, dar-lhe qualidade. Para tanto, terá que percorrer um longo caminho, o da evolução do Espírito, com etapas a serem vencidas: desenvolvimento da disciplina, da consciência das Leis de Deus e da necessidade da aquisição de valores

morais.

A criatura humana possui, inexplorados, valiosos recursos intelectuais e morais que aguardam a canalização conveniente, que surgirão naturalmente com o seu desenvolvimento. Enquanto não desenvolver a sua capacidade de compreender, analisar, julgar, discernir e respeitar a verdade, não terá condições de transformar-se. Sua transformação depende de experiências, estudos, reflexão, apoiados em uma mente aberta para a realidade e não fechada em esquemas artificiais.

As disposições internas do Espírito correspondem ao seu grau de evolução, como nos mostra a Escala Espírita, contida em O Livro dos Espíritos. O Espírito é vida e suas condições atuais podem ser alteradas, rompendo as barreiras das suas tendências trazidas do passado.

Entretanto, para que o homem se aproprie da sua estrutura interior, e com ela trabalhe na construção do seu equilíbrio, ele precisa considerar que a sua constituição, enquanto encarnado, se compõe de Espírito, Perispírito e matéria, cada um com suas características e exigências peculiares, mas dependentes e sob o comando do primeiro. Qualquer conquista a ser empreendida, seja no campo anímico ou no mediúnico, será o Espírito o grande aliado ou o grande inimigo a vencer.

O Espírito, embora herdeiro dos caracteres da raça (aparência, morfologia, cabelos, olhos, etc.), seus valores psicológicos, intelectuais, morais não são transmitidos pelos genes e cromossomos; são atributos da individualidade imortal, que se transferem de uma para outra existência corporal no somatório das conquistas construtivas ou perturbadoras.

Não foi por acaso que Jesus nos fez conhecer que a síntese das atitudes do homem para consigo próprio, para com o semelhante e para com a vida, está no maior mandamento: amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. A construção do Reino de Deus depende deste imperativo, e este reino não está aqui, nem acolá, mas dentro de nós mesmos. Então, todo o empenho do homem deverá estar focalizado nesta busca.

Se a felicidade ainda não foi alcançada apesar dos ensinamentos de Jesus, a razão está, segundo a ética humanista, em não ter assimilado que "só é possível realizar-se e ser feliz em ligação e solidariedade com seus semelhantes. Entretanto, amar o próximo não é um fenômeno transcendente ao homem; é algo inerente a ele e que dele se irradia. O amor não é uma força superior que desça sobre o homem nem um dever que lhe seja imposto; é seu próprio poder pelo qual se relaciona com o mundo e torna este verdadeiramente seu".

E, ainda, "o bem é afirmação da vida, o desenvolvimento das capacidades do homem. A virtude consiste em assumir-se a responsabilidade por sua própria existência. O mal constitui a mutilação das capacidades do homem; o vício reside na irresponsabilidade perante si mesmo."

"Eu vim para que tenhais vida" é uma afirmação de Jesus sobre a importância de aprender a viver; e pela afirmação "eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida", ensina o roteiro a ser seguido para estar com Deus, ou seja, viver em plenitude.

Entretanto, viver em plenitude, na nossa condição, não deve ser mal interpretado como sendo "num mar de rosas". As pessoas plenas, exatamente para serem plenas, com certeza experimentam tanto o fracasso quanto o sucesso. Estão abertas tanto à dor quanto ao prazer

sadio. Têm muitas perguntas e algumas respostas. Choram e riem. Sonham e esperam. As únicas coisas que não fazem parte de sua experiência são a apatia e a passividade. Sentem a intensa dor do crescimento - de deixarem o velho e irem em direção do novo - mas suas mangas estão sempre arregaçadas, o Espírito sempre alerta e seu coração inflamado. Estão sempre em movimento, crescendo, vivendo um processo, criaturas de evolução contínua.

É de Sócrates a afirmação "uma vida sem reflexão não vale a pena ser vivida". Viver exige reflexões permanentes, e conhecer-se pede: aceitar a si mesmo (amar a si mesmo), ser a própria pessoa (ser real, autêntica), esquecer-se de si mesmo no amor (voltar-se para o outro), acreditar (compromisso e fé) e pertencer (senso de comunidade: "nenhum homem" é uma ilha).

"Sede perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito" significa que precisamos buscar o crescimento, não a perfeicão, porque somente Deus tem a perfeição. Não entender nossa responsabilidade perante Deus e nós mesmos, leva à compulsão da perfeição, que é o perfeccionismo, doença da alma.

Enquanto a perfeição é um ideal torturante, crescer é o processo inverso. O crescimento faz parte de um processo de ida no qual as habilidades são desenvolvidas pouco a pouco.

A vida exige que exercitemos o julgamento da consciência: escolher o que nos parece correto e evitar o que nos parece errado. Talvez a questão mais profunda que a vida nos coloca é sobre o sentido e o significado das coisas.

Não há respostas simples nem óbvias. Mas, podemos afirmar que para todas as questões da vida, Jesus é a resposta. Esta é a fonte suprema da saúde e da felicidade humanas. Jesus comunicou-nos isto através de seu mensagem e de seu exemplo:"Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida".

Bibliografia:

Evangelho Segundo MateusEvangelho Segundo JoãoCurso Dinâmico de Espiritismo - J. H. PiresAnálise do Homem - Erich FrommFelicidade um Trabalho Interior - John Powell Para Viver em Plenitude - John Powell

PARTE B - DIZES-TE

Conhecemos figuras ilustres da história que desempenharam papel relevante na humanidade, impulsionando-a para uma condição melhor, mas não sabemos avaliar corretamente o quanto cada um lutou, sofreu e deu de si para corresponder de modo coerente e verdadeiro suas ações com os ideais que abraçavam.

Dos discípulos de Jesus a Kardec, passando por Paulo de Tarso, Santo Agostinho, e tantos outros, os testemunhos individuais que registram suas convicções aconteceram após terem passado por um momento penoso, mas extremamente significativo: o da conversão.

Conversão, em bom português, significa a rejeição ou aceitação pública de

um certo número de atitudes; é, também, mudar de vida, deixar o caminho velho, e tomar rota nova.

E transformar. Onde não há transformação, não há conversão. Quanto mais acentuada seja a transformação, tanto mais positiva será a conversão. Se essa transformação for realmente grande, a ponto de não se reconhecer o objeto primitivo, podemos afirmar que se trata de verdadeiro caso de conversão.

Simão Pedro, embora tenha usufruído da companhia de Jesus, só se coloca de forma integral após a iluminação do Pentecostes.Paulo de Tarso, segue o Cristo após um momento significativo às portas de Damasco, colocando-se de corpo e sem sombra de dúvida, o homem pode se converter. Jesus veio promover sua conversão anunciando o Evangelho antes que existisse qualquer manuscrito com essa determinação. O Evangelho é uma mensagem convidando os homens para o reino de Deus. Para alcançá-lo, é mister condição: converter-se.

O único caminho que pode levar a humanidade a se humanizar é tornarmo-nos cristãos, porque não basta fazer do Cristo o benfeitor que cura e protege. É indispensável transformá-lo em padrão permanente de vida, como exemplo e modelo de cada dia.

Cristãos verdadeiros, portanto, são somente aqueles que se fansformam continuamente. Este é o cunho que os distingue dos falsos crentes, dos cristãos mal acabados e apenas rotulados.

Questionário

A) postura evangelizada

1) Do que depende o crescimento do homem?

2) O que é preciso fazer para conhecer o próprio íntimo?

3) O que é estar em equilíbrio?

4) Do que depende o seu equilíbrio?

5) O que é o Reino de Deus e como podemos construí-lo?

6) O que é a perfeição para o homem segundo a visão espírita?

7) Qual é a diferença entre perfeição e perfeccionismo?

B) dizes-te

1) O que é conversão?

2) Qual a diferença entre conversão e transformação?

3) Qual é a importância da conversão para você?

PARTE C- DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

TREINO INTENSIVO

O Dirigente Mediúnico deverá orientar os alunos, conforme o desenvolvimento mediúnico apresentado.