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Curso de Pedagogia Artigo de Revisão A CONSTRUCAO DA IDENTIDADE ETNICO RACIAL DE ESTUDANTES AFRO DECEDENTES NA EDUCAÇÃO INFANTIL THE CONSTRUCTION OF THE MAIN ETHNIC AND RACIAL IDENTITY OF AFRICAN STUDENTS IN ELEMENTARY DECEDENTES Marinês Soares de Oliveira¹, Rebecca Medeiros Bastos Moreira², Sônia Regina Basili Amoroso³ 1 Aluna do Curso de Pedagogia 2 Aluna do Curso de Pedagogia 3 Professora Mestre do Curso de Pedagogia Resumo O professor na atualidade se vê diante de uma instituição social em que todos estão incluídos, ou ao menos deveriam estar, portanto, precisa ser preparado e buscar atualizar-se frente a este processo educacional complexo, de uma escola que tenta ser inclusiva, mas que se concerne que nem sempre alcança tal objetivo. como objetivo geral como está pensada a escola brasileira no sentido legal e profissional relativos às questões étnico-raciais. Este é um trabalho de revisão bibliográfica, cunho qualitativo e explicativo, fortemente apoiado nas ideias obtidas nos documentos legais e políticas públicas brasileiras tais como as Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil, Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica e inda realizar uma interface com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana. Como conclusão pode-se afirmar que Para que uma criança cresça tendo uma visão de mundo diferenciada, longe da discriminação, a educação infantil é base. Devemos desde muito cedo, orientá-los, sobre as diferenças que temos dentro da sociedade, na escola principalmente, devemos trabalhar valores. Conclui-se que ainda é vigente o desafio encontrado em sala de aula, que a contemporaneidade apresenta-se com novas demandas, e dentre elas assenta-se a questão social que está diretamente ligada às relações étnico-raciais no Brasil. O trabalho docente é valioso sobre qualquer ponto de vista, pois se compreende que este profissional pode representar um espelho positivo neste combate, e caso este saiba como estruturar suas aulas e promover discussões sensibilizadoras, poderá obter resultados muito importantes. Palavras-Chave: políticas públicas; educação infantil; relações étnico-raciais. Abstract Professor today finds himself in front of a social institution in which everyone is included, or at least should be, therefore, needs to be prepared and get update themselves in front of this educational process complex, a school that attempts to be inclusive, but concerns that do not always reach this goal. as a general objective as is thought the brazilian school in the legal sense and professional relating to ethnic and racial issues. This is a work of literature review, qualitative and descriptive nature, strongly supported the ideas obtained legal documents and Brazilian public policies such as the Curricular Guidelines for early childhood education, National curriculum guidelines of basic education and still perform an interface with the National curriculum guidelines for the education of racial-ethnic relations and to the teaching of history and Afro-brazilian and African Culture. As a conclusion we can say that for a child to grow up having a differentiated view of the world, away from the discrimination, child education is based. We must very early on, guide them, about the differences that we have within society, in school especially, we must work values. It is concluded that the current challenge is still found in the classroom, its contemporary presents itself with new demands, and among them is the issue which is directly linked to the ethnic-racial relations in Brazil. The teaching work is valuable on any point of view, because it understands that this professional can represent a positive mirror in this fight, and if they know how to structure your classes and promote awareness discussions, can obtain very important results. Key-words: public policies; early childhood education; racial-ethnic relations.. Contato: [email protected] Introdução A atual conjuntura social evoca na classe docente uma constante busca por informações e muito preparo para que possam contribuir com sua prática profissional exercendo a difícil tarefa de formar e informar, inerentes a esta profissão. Assim, a escola deve ser campo de discussão, debate e mesmo de construção de saberes que possam, sobretudo melhorar a vida dos que a frequentam, sob pena de se transformar num local apenas reprodutor de ações e pensamentos arcaicos e elitizados, impregnados de preconceito e com pouca informação, muito superficiais, portanto. O professor na atualidade se vê diante de uma instituição social em que todos estão incluídos, ou ao menos deveriam estar, portanto, precisa ser preparado e buscar atualizar-se frente a este processo educacional complexo, de uma escola que tenta ser inclusiva, mas que se concerne que nem sempre alcança tal objetivo. As discussões que vêm ganhando maior notoriedade na esfera educacional se assentam em grande parte sobre as questões da inclusão de crianças deficientes, mas também sobre a inclusão dos indígenas, negros etc. Muitos se arvoram em afirmar que a

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Curso de Pedagogia Artigo de Revisão

A CONSTRUCAO DA IDENTIDADE ETNICO RACIAL DE ESTUDANTES AFRO DECEDENTES NA EDUCAÇÃO INFANTIL THE CONSTRUCTION OF THE MAIN ETHNIC AND RACIAL IDENTITY OF AFRICAN STUDENTS IN ELEMENTARY DECEDENTES

Marinês Soares de Oliveira¹, Rebecca Medeiros Bastos Moreira², Sônia Regina Basili Amoroso³ 1 Aluna do Curso de Pedagogia 2 Aluna do Curso de Pedagogia 3 Professora Mestre do Curso de Pedagogia

Resumo

O professor na atualidade se vê diante de uma instituição social em que todos estão incluídos, ou ao menos deveriam estar, portanto, precisa ser preparado e buscar atualizar-se frente a este processo educacional complexo, de uma escola que tenta ser inclusiva, mas que se concerne que nem sempre alcança tal objetivo. como objetivo geral como está pensada a escola brasileira no sentido legal e profissional relativos às questões étnico-raciais. Este é um trabalho de revisão bibliográfica, cunho qualitativo e explicativo, fortemente apoiado nas ideias obtidas nos documentos legais e políticas públicas brasileiras tais como as Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil, Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica e inda realizar uma interface com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana. Como conclusão pode-se afirmar que Para que uma criança cresça tendo uma visão de mundo diferenciada, longe da discriminação, a educação infantil é base. Devemos desde muito cedo, orientá-los, sobre as diferenças que temos dentro da sociedade, na escola principalmente, devemos trabalhar valores. Conclui-se que ainda é vigente o desafio encontrado em sala de aula, que a contemporaneidade apresenta-se com novas demandas, e dentre elas assenta-se a questão social que está diretamente ligada às relações étnico-raciais no Brasil. O trabalho docente é valioso sobre qualquer ponto de vista, pois se compreende que este profissional pode representar um espelho positivo neste combate, e caso este saiba como estruturar suas aulas e promover discussões sensibilizadoras, poderá obter resultados muito importantes. Palavras-Chave: políticas públicas; educação infantil; relações étnico-raciais.

Abstract

Professor today finds himself in front of a social institution in which everyone is included, or at least should be, therefore, needs to be prepared and get update themselves in front of this educational process complex, a school that attempts to be inclusive, but concerns that do not always reach this goal. as a general objective as is thought the brazilian school in the legal sense and professional relating to ethnic and racial issues. This is a work of literature review, qualitative and descriptive nature, strongly supported the ideas obtained legal documents and Brazilian public policies such as the Curricular Guidelines for early childhood education, National curriculum guidelines of basic education and still perform an interface with the National curriculum guidelines for the education of racial-ethnic relations and to the teaching of history and Afro-brazilian and African Culture. As a conclusion we can say that for a child to grow up having a differentiated view of the world, away from the discrimination, child education is based. We must very early on, guide them, about the differences that we have within society, in school especially, we must work values. It is concluded that the current challenge is still found in the classroom, its contemporary presents itself with new demands, and among them is the issue which is directly linked to the ethnic-racial relations in Brazil. The teaching work is valuable on any point of view, because it understands that this professional can represent a positive mirror in this fight, and if they know how to structure your classes and promote awareness discussions, can obtain very important results. Key-words: public policies; early childhood education; racial-ethnic relations..

Contato: [email protected]

Introdução

A atual conjuntura social evoca na classe docente uma constante busca por informações e muito preparo para que possam contribuir com sua prática profissional exercendo a difícil tarefa de formar e informar, inerentes a esta profissão. Assim, a escola deve ser campo de discussão, debate e mesmo de construção de saberes que possam, sobretudo melhorar a vida dos que a frequentam, sob pena de se transformar num local apenas reprodutor de ações e pensamentos arcaicos e elitizados, impregnados de preconceito e com pouca informação, muito

superficiais, portanto. O professor na atualidade se vê diante de uma instituição social em que todos estão incluídos, ou ao menos deveriam estar, portanto, precisa ser preparado e buscar atualizar-se frente a este processo educacional complexo, de uma escola que tenta ser inclusiva, mas que se concerne que nem sempre alcança tal objetivo. As discussões que vêm ganhando maior notoriedade na esfera educacional se assentam em grande parte sobre as questões da inclusão de crianças deficientes, mas também sobre a inclusão dos indígenas, negros etc. Muitos se arvoram em afirmar que a

inclusão está aí e que ocorre de fato, mas a escola que atende a grande massa, muitas vezes se vê diante de situações que denotam sua pouca eficiência neste sentido. O Brasil, pais que teve sua formação populacional e sua identidade composta principalmente por três matrizes: a Luso, a Indígena e a Africana, e que mesmo que não se admita, tem uma população que mesmo reconhecendo suas raízes, de modo geral tem um olhar marcadamente preconceituoso em relação aos diferentes povos que nos deram suas contribuições. Discutir cotas, direitos às classes vitimizadas de um processo de colonização nada adequado, já não basta, visto que isso ainda não garante que sejam verdadeiramente aceitas e incluídas a totalidade das pessoas, pois quer seja na escola ou mesmo em quaisquer outros ambientes é muito comum encontrar pessoas presas a estereótipos e tabus que, além de infundados, denotam falta de humanidade e de respeito à dignidade humana. Assim, a tarefa escolar transcende as discussões, mas, sobretudo precisa ser cuidada e orientada já nos momentos iniciais de socialização das crianças nas creches e turmas de educação infantil, visando evitar o preconceito e de forma que compreendam que ali se inserem todos e que todos, indiferentemente de sua cor, altura, competência, compleição física ou condição social, são dignos, apenas e simplesmente pelo fato de terem a humanidade de que são portadores desde seu nascimento.

Portanto, parece-nos fazer sentido trazer um pouco de informação sobre como tem ocorrido este trabalho de valorização da diversidade e a evolução legal sobre a questão acima tratada, buscado apresentar como o nosso país pensa a sua escola, seu currículo, seu ensino e como pensa neste espaço, ou seja, o educativo formal, como produtor de um novo sentido à compreensão de nossas crianças. Dando-lhes condições de descontruir e reconstruir sua visão de mundo e do que é ser humano, fazer suas próprias análises, deixando de ofertar-lhes o comprometimento do olhar e a cegueira que turva muitas vezes a visão das pessoas.

Muitas vezes, há nas próprias famílias olhares impregnados de um senso pouco coerente sobre quem é o negro, ou o índio neste país e sobre como somos todos parte de seu legado, mesmo quando nossa pele não mais se apresenta como a de nossos ancestrais em virtude de tantas misturas e miscigenações.

Compreende-se que é essencial ajudar que nossas crianças aprendam e desenvolvam a ideia de que somos um povo em que tudo é parte, todos são incluídos, o que significa que o sentimento de pertencimento e identidade serão garantidos e, portanto só podem contribuir para a diminuição deste distanciamento.

Este trabalho visa discutir como objetivo geral o processo de ensino na problemática racial e as relações da população negra e sua cultura Afro-Brasileira, resguardando o direito à cidadania de todos em nosso país. Como objetivos específicos o trabalho estende-se a discutir que o mediador, ou seja, o professor necessita de formação necessária para lidar com as possíveis diferenças que poderão ocorrer durante a prática pedagógica entre outros valores e conteúdos para justificar a realidade social, cultural e étnico-racial. Materiais e Métodos

Este é um trabalho de revisão bibliográfica, cunho qualitativo e explicativo, fortemente apoiado nas ideias obtidas nos documentos legais e políti-cas públicas brasileiras tais como as Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil, Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica e inda realizar uma interface com as Diretrizes Curricula-res Nacionais para a Educação das Relações Ét-nico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana.

Além disso, está assentado na leitura de ou-tros autores que apresentam e discutem a questão da valorização e construção de uma identidade étnico-racial que seja abrangente e que inclua.

Um pouco da História

Encontra-se descrito em Chalhoub(1990 e Mattos, 1997), que até 1888 quando está datada a abolição da escravidão no Brasil, promulgada através da conhecida Lei Áurea, havia uma acentuada falta de direitos observada na população negra escravizada, que era mantida em cativeiro e sob a tutela de seus senhores. Mesmo assim, nenhuma restrição impediu que os negros preservassem sua identidade e cultura, e assim conquistassem a manutenção de sua identidade como povo (BRASIL, 2006). Mas em que pese se tenha mantido a cultura e a visão de mundo da população negra, é inegável que tenhamos ainda uma acentuada discriminação destes, pois mesmo após passar tanto tempo após a abolição observa-se que “não foi suficiente para resolver uma série de problemas decorrentes das dinâmicas discriminatórias forjadas ao longo dos quatro séculos de regime escravocrata” (BRASIL, 2006, p.16). Não é incomum que ainda se observe a falta de equidade de direitos e de participação de negros e índios na realidade social brasileira, que mesmo sendo pessoas que mereçam respeito à sua dignidade, encontram enorme dificuldade para obterem os mesmos direitos que qualquer outro indivíduo não negro ou indígena recebe. Suas competências como reprodutores e

produtores de uma cultura rica e que muito contribuiu e continua contribuindo para a construção deste país, não alcançou sequer os patamares mais simples como salários iguais e ascensão a locais e cargos de prestígio social (BRASIL, 2006).

Assim, Brasil (2006), discute que:

há tanta necessidade de construir uma melhor compreensão sobre a temática que atualmente alguns setores da sociedade civil têm atuado intensamente contra o racismo e as discriminações étnico raciais, tomando a linguagem africano-brasileira como ancoragem (LUZ, 1997, apud BRASIL, 2006, p. 17).

O que, segundo o mesmo autor, indica uma constante vontade de melhorar as relações sociais que devem surgir entre índios, negros e brancos com naturalidade, que remanescem da cultura indígena, afro e europeia, e que foram as matrizes que nos deixaram forte legado como povo e como país.

Temos a história das rodas dos expostos, que era um local onde as mães colocavam suas crianças para tentar poupá-las da tirania da escravidão, por serem fruto de vivências inadequadas dos padrões morais vigentes à época.

De longa data temos a história das rodas dos expostos, que era um local onde as mães colocavam suas crianças. Ou para tentar poupá-las da tirania da escravidão ou por serem fruto de vivências inadequadas aos padrões morais vigentes à época.

Elas ficavam na porta de conventos e maternidades, e assim achava-se que estariam garantindo que não fossem escravizadas, era uma ideia de que estariam livrando-os do cativeiro. Pois com o alvará concedido pela lei em 1771, as crianças colocadas nas rodas eram consideras livres. Fonseca (2011) explica que em 1823, saiu um decreto que considerava estas crianças como órfãs e, portanto, seriam criadas como dignas de gozar os privilégios de homens livres(BRASIL, 2006). As crianças negras no Brasil, desde muito cedo, passam a ter a exigência e as responsabilidades de adultos, mas com a lei do ventre livre de 1871, afirmava que as crianças que nasceram a partir de 28 de setembro 1871 seriam consideradas livres. Porém, ficavam sobre a guarda dos senhores de engenho até os 8 anos, ou até completar 21 anos(FONSECA, 2011 p .34) Portanto, com a falta de instrução e de conhecimento, já que não recebiam escolaridade e acabavam tendo que pagar com trabalho pela moradia e comida, estas crianças negras sofriam muito, era uma vida muito difícil. A partir do século, XVII e XVIII, com o surgimento, dos asilos, a taxa de mortalidade de crianças diminui, pois passam a ter esta etapa: infância, como uma etapa da vida que merecia atenção. Nestas instituições chamadas de asilos, que

eram consideradas como guardiãs das crianças, consideradas como um mal necessário, ou seja, só cumpriam os cuidados básicos de higiene, a parte pedagógica passava longe. Estas crianças depois eram entregues a famílias como se fossem adotadas, mas na verdade eram criados, tratados como parte dos empregados e ali passam suas vidas sendo “cuidadas” em troca de seu trabalho. O mundo evoluiu e com ele passamos a ter que olhar para a infância e para a família como uma instituição que precisava de amparo. A infância que até então era distinguida entre os que tinham pais e, portanto seriam pessoas de bem e os que não tinham, portanto ficavam sob a guarda e tutela do estado, visando garantir que não saíssem da linha. Observemos que Isso é vigente até os dias atuais, pois ainda é muito comum que apenas por ser negro ou índio, o indivíduo, seja da idade que for, mesmo uma criança, é comumente acreditado como delinquente, sem condições e mesmo a ele são atribuídos capacidade de cometer atos os mais bárbaros. Com o passar do tempo e com a virada do século, em 1990 a 1997 houve um grande clamor, ela liberdade, e garantia, de direitos, reivindicando não só mudanças, mais melhorias e condições e vida. Saneamento básico, habitação, e educação. Evolução Legal dentro das Leis e Diretrizes Curriculares Com a Lei n° 10.639 que instituiu a obrigatoriedade do ensino de História da África e da Cultura Afro-brasileira nas escolas, instituída em 9 de janeiro de 2003, tendo portanto atualmente sua legitimidade há 13 anos, houve grande alteração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN 9394/96). Porém, em que pese tenhamos uma lei, nem sempre se pode afirmar que as ações no sentido da concretização desta sejam profícuas e se assentem de fato na prática educativa. O Conselho Nacional de Educação aprovou em 2004 um parecer propunha as Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Africanas e Afro-Brasileiras, o que se monstra como um reconhecimento de que não basta legislar, mas que deve-se construir possibilidade e caminhos com informações sobre cultura africana, sendo assim possível que se faça a construção de um olhar acertado sobre a identidade do negro e permita que haja de fato um sentimento de pertencimento Importantes e essenciais para que ocorra a diminuição do distanciamento entre as culturas, pois há em nós e em nosso viver muito da cultura africana, assim como da indígena, de quem sequer se fala. Anteriormente a isso, afirma Brasil (2006) já se liam nas páginas dos Parâmetros Curriculares

nacionais, apresentados à comunidade educacional em 1998. “a educação escolar corresponde a um espaço sociocultural e institucional responsável pelo trato pedagógico do conhecimento e da cultura” (BRASIL, 2006, p. 15). Apesar disso, mesmo no sentido da transversalidade que fora então o mote de orientação geral para o trabalho com a diversidade cultural, nada tem sido evidenciado no sentido de que há preparo e cuidado de todos que pensam e fazem a escola quanto a ampliar e efetivamente discutir a nossa africanidade. Muito se tem mantido como falas esporádicas e comemorações que fazem pequena alusão a alguns ícones da história como Zumbi de palmares e outros tantos que viveram a dura realidade escravista. Em relação ao indígena, resta na escola aquele dia reservado em um dos 365 dias do ano, dia 19 de abril, quando se comemora o dia do índio, mas ainda com estereótipos que não mais se coadunam com a realidade do indígena em nosso país. Contudo, no sentido estrito da palavra, pode-se dizer que a discriminação está cada vez mais evidente em todos os espaços e, mesmo que estejamos no século XXI, não se observam ações profícuas no sentido de realmente acabar com elas, quando muito se lançam ideias que nem sempre se tornam eficazes. Quanto a isso destaca a autora abaixo que:

as práticas educativas que se pretendem iguais para todos acabam sendo as mais discriminatórias. Essa afirmação pode parecer paradoxal, mas, dependendo do discurso e da prática desenvolvida, pode-se incorrer no erro da homogeneização em detrimento do reconhecimento das diferenças (GOMES, 2001, p. 86 apud BRASIL, 2006, p.15).

Para o mesmo autor acima neste momento é preciso mais que leis, mas principalmente realizar um debate que tenha como grande proposta a discussão e a revitalização da autoimagem do negro, uma vez que somos conhecedores de que não só são discriminados, mas acabam por se verem e se acreditarem muitas vezes sem estima e com uma imagem distorcida de si mesmos. A Lei Caó, Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, não coibiram totalmente que ainda hoje ocorram situações em que as pessoas negras são discriminadas e vitimizadas pelo preconceito, mas denota que já no século XX havia uma prevalente necessidade de se discutir e rever estas situações, mesmo que para isso as punições e sanções tivessem que partir pela força da lei

Mas foi a partir da III Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e as Formas Correlatas de Intolerância que se catalisou no Brasil um acalorado debate público, envolvendo tanto organizações governamentais quanto não-governamentais e expressões de movimentos

sociais interessadas em analisar as dinâmicas das relações raciais no Brasil, bem como elaborar propostas de superação dos entraves postos em relevo pela realização da conferência (BRASIL, 2006, p.18).

Neste documento o Brasil oficialmente reconhece sua responsabilidade histórica “pelo escravismo e pela marginalização econômica, social e política dos descendentes de africanos” (BRASIL, 2006, p.18). O relatório do Comitê Nacional Para a Preparação da Participação Brasileira na III Conferência Mundial das Nações Unidas Contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia, e Intolerância Correlata de 2001, traz que “o racismo e as práticas discriminatórias disseminadas no cotidiano brasileiro não representam simplesmente uma herança do passado” (BRASIL, 2006, p.20). Reafirmando ainda que no cotidiano as formas de racismos são criadas, recriadas, e realimentadas. Na construção do plano de ação do Estado brasileiro para operacionalizar as resoluções de Durban, principalmente as voltadas para a educação, listam-se:

Igual acesso à educação para todos e to-das na lei e na prática.

Adoção e implementação de leis que proí-bam a discriminação baseada em raça, cor, descendência, origem nacional ou étnica em todos os níveis de educação, tanto formal quanto informal.

Medidas necessárias para eliminar os obs-táculos que limitam o acesso de crianças à educação.

Recursos para eliminar, onde existam, de-sigualdades nos rendimentos educacionais pa-ra jovens e crianças.

Apoio aos esforços que assegurem ambi-ente escolar seguro, livre da violência e de as-sédio motivados por racismo, discriminação ra-cial, xenofobia e intolerância correlata.

Estabelecimento de programas de assis-tência financeira para capacitar todos os estu-dantes, independentemente de raça, cor, des-cendência, origem étnica ou nacional a fre-qüentarem instituições educacionais de ensino

superior (BRASIL, 2006, p.21).

O Movimento Negro tem ganhado expressividade nos últimos anos e suas fortes campanhas de reivindicação levaram ao governo brasileiro a formular projetos no sentido de ampliar a eficiência do que está determinado na LDBEN 9394/96 e, além disso, hoje há no calendário escolar o dia 20 de novembro como “Dia Nacional da Consciência Negra”. Orientações e ações para a educação das relações ético raciais na educação infantil Segundo as palavras de Santana (1991 apud MEC, 2006, p.) há enorme importância em cada fase do desenvolvimento humano, pois cada etapa pela qual a criança passa, cada gesto dito e falado em sala de aula será uma nova oportunidade acrescentada a este momento

evolutivo. A fase de 0 a 6 anos é a fase em que a criança se expressa, por meio do afeto, principalmente reproduzindo o que recebe, e há que se que ter com estas crianças cuidados muito acentuados, pois desta fase constituir-se-á uma base primordial para que cresçam saudáveis e entendendo o mundo à sua volta. Sendo que é na relação com o outro e na interação com o meio social que as crianças construirão sua identidade. Uma vez que começarão a distinguir o bem do mal, o ruim do bom, valores pessoais e muitas outras variáveis que constituirão seus princípios identitários. Concebe-se assim que a imagem do docente em sala de aula é de extrema importância, pois sua postura será sempre o foco de observação dos alunos, principalmente na forma como se relaciona com os alunos, pois as crianças o observam e isso pode contribuir para uma condição de igualdade, entretanto, vale alertar que sempre haverão as diferenças que existem e são necessárias, mas que quando valorizados no que cada um tem de bom e importante, passam a ser complementares. Transmitindo para todas essas crianças a importância que têm e que desde muito cedo estas crianças saibam dos seus direitos e deveres, aprendendo que o diferente é o outro e que este outro o completa, pode-se produzir pessoas mais acolhedoras. Além disso, para que aconteça este debate é preciso que alguém faça a leitura, ou como descreve Brasil (2006), a decodificação, ou seja, precisa-se de interpretação dessa mensagem pelo professor em qualquer que seja a ocasião entre crianças. Assim como entre as crianças, entre as crianças e os adultos, entre a família e os adultos, entre a família e as crianças. Não apenas na data pensada na lei, mas cotidianamente. Até mesmo os grupos da sociedade devem ser foco das discussões. O professor por sua vez, é um possuidor de singularidades, ou seja, saber distinguir uma coisa da outra, apresentar o igual e o diferente, falar e enfatizar, explicar não de forma peculiar, mas de forma rudimentar o que cada um traz como identidade, cultura e raiz. Desde muito cedo o papel do educador deve centrar-se no falar deste fundamental tema, dessa promoção da igualdade, para que esta ideia possa mudar para uma transformação, uma das principais importâncias do processo da educação infantil está na possibilidade de preparar a criança para o convívio saudável. Em primeiro lugar vale se atentar, que na educação infantil o desenvolvimento, o reconhecimento da sociedade é importante para que compreendam mais sobre os direitos das pessoas, conhecendo o que for novo e diferente. E em segundo lugar deve-se destacar que o fato de as mulheres se voltarem para a área do trabalho fez com que fosse essencial o aumento

das escolas que pudessem cuidar das crianças, ainda mais as instituições de educação infantil. Isso ampliou o número de crianças de zero a seis anos que frequentam as diversas instituições educativas, públicas, privadas e comunitárias. Porém este acesso sempre mais difícil, aos mais pobres e os mais excluídos ao acesso a educação de zero a seis anos são os indígenas e os negros (BRASIL, 2006). Vale neste processo de inclusão na escola destacar que o educador ofereça espaço capaz de promover a conscientização de que todas são crianças portadoras de direitos desde que nascem. Quando nos referimos a estes direitos desde que nascem, referimo-nos a um direito de longo século. Além disso, reconhece-se que foi o movimento operário de mulheres que precisavam trabalhar que garantiu que houvesse as escolas e creches. Locais onde hoje todos se inserem e que deve considerar o patrimônio e a cultura negra como referências, além de denunciar quaisquer ouras formas de discriminação. A importância do afeto no ato de educar e cuidar na educação infantil são de grande importância. O processo educativo está inteiramente ligado na formação dos profissionais da educação, pois eles têm a função de construir esse processo, porém muitas educadoras apresentam dificuldades para expressar esse afeto ( PEREIRA, 2014, p.41). As demonstrações do afeto são necessárias, desde que sejam feitas para todas as crianças, sem distinção alguma, de forma igual. Mostrar preocupação, conversar, fazer carinho, pegar no colo, consolar nos momentos de medo e tristeza, todas essas ações fazem parte dos cuidados necessários a serem feitos com as crianças. A educadora é a parte mediadora principal entre a criança e o mundo, é por meio dessas interações que acontece a construção do gênero, criar parâmetros em relação à beleza, desenvolver os comportamentos sociais e auxiliá-las a interagir com o meio externo (PEREIRA, 2014, p.41). Na visão de diversas culturas e também da africana, o processo de aprendizagem acontece no decorrer dos acontecimentos, ao longo da vida, desde o seu nascimento e perpassam todas as experiências até a sua velhice. Um dos valores mais importantes que deve ser cultivado com as crianças desde cedo é o respeito aos mais velhos que também é um valor que tem grande destaque na cultura afro-brasileira e africana. O princípio das ancestralidades é uma grande referência que norteia a visão de mundo das populações africanas e afro-brasileiras. O povo antigo serve sempre como referência para as famílias, comunidades e os indivíduos de forma geral. Dessa forma o processo de aprendizagem não é possível sem ter a relação entre os mais novos e os mais velhos. Os adultos têm um papel

fundamental nesse processo para a compreensão da vida e das relações com o mundo que as crianças conhecem desde o momento em que nasce. De acordo com Gonçalves e Silva,

para aprender é necessário que alguém mais experiente, em geral mais velho, se disponha a demonstrar, a acompanhar a realização de tarefas, sem interferir, a aprovar o resultado ou a exigir que seja refeita (2003:186, apud Brasil, 2006).

A educação em relação há muitas culturas e também na africana, tem um sentido de constituição da pessoa, seus valores éticos e morais, é um processo que permite aos seres humanos aprenderem como interagir e viver em sua sociedade e que consigam conduzir a própria vida. Entende-se que esse "tornar-se pessoa" não está ligado à compreensão do que somos, porque não vivemos isolados, porque estamos em uma sociedade onde a interação não pode ser evitada, somos parte de um todo e como tal componentes valiosos deste agrupamento. A dimensão da solidariedade que esteve presente na história e sobrevivência do povo negro no Brasil também deve ser levada em consideração. Pois não acontece aprendizagem sem solidariedade, sem a troca de afetos, sem cuidados com os outros, sem empatia. Assim, a responsabilidade dos adultos que estão à frente desse processo (SANTANA, 2010, p.39). Dentro das instituições educacionais, os educadores têm um papel relacionado também à busca das diferentes estratégias ou maneiras que possibilitem atuar para quebrar os pré-conceitos, através de pesquisas, levantamentos, assim como mostrando novas visões de conhecimentos da história de vida das mesmas, ou seja, de seu cotidiano. Uma maneira onde é possível ensinar e aprender sobre as demonstrações de cuidados e afetos pode ser feita através da leitura de contos, histórias e mitos africanos (sugestões de atividade). Existe na relação das mães e filhos profundos ensinamentos sobre respeito da família, o sentimento da responsabilidade pelo conforto e segurança dos mesmos. A mãe que trabalha duro para dar conforto para seus filhos, uma qualidade de vida, agradar de todas as formas possíveis, manter suas crianças em segurança protegidas e amadas independente de qualquer situação (PEREIRA, 2014, p.42) É importante que a relação das instituições de Educação Infantil com as famílias seja com o principal objetivo de atuar no sentido da compreensão e respeito da diversidade de organização das famílias brasileiras. Organizações em que em sua maioria das populações são pobres e negras dirigidas por mulheres.

Essas mulheres que muitas vezes não têm com quem deixar os filhos para poder ir trabalhar, passam por grandes dificuldades financeiras, mesmo diante de todos esses obstáculos, demostram força e garra para dar o melhor para os seus filhos terem uma criação digna e valores importantes para o seu crescimento. Servem como exemplo de grupos étnico-raciais, entre a população negra, o valor e sentimento de pertencer a uma família é muito valorizado, pois o sinônimo de família é um porto seguro, onde se tem segurança e confiança para lutar e superar as próprias dificuldades do país em que vivemos. Uma maneira onde é possível ensinar e aprender sobre as demonstrações de cuidados e afetos pode ser feita através da leitura de contos, histórias e mitos africanos (sugestões de atividade). Existe na relação das mães e filhos profundos ensinamentos sobre respeito da família, o sentimento da responsabilidade pelo conforto e segurança dos mesmos. A mãe que trabalha duro para dar conforto para seus filhos, uma qualidade de vida, agradar de todas as formas possíveis, manter suas crianças em segurança protegidos e amados independente de qualquer situação. É importante que a relação das instituições de Educação Infantil com as famílias seja com o principal objetivo de atuar no sentido da compreensão e respeito da diversidade de organização das famílias brasileiras. Organizações em que em sua maioria das populações são pobres e negras dirigidas por mulheres. Essas mulheres que muitas vezes não têm com quem deixar os filhos para poder ir trabalhar, passam por grandes dificuldades financeiras e vivem fragilizadas por relações que as colocam em um lugar de inferioridade. Serve como exemplo de grupos étnico-raciais, entre a população negra, o valor e sentimento de pertencer a uma família é muito valorizado, pois o sinônimo de família é um porto seguro, onde se tem segurança e confiança para lutar e superar as próprias dificuldades do país em que vivemos. Onde a maioria das vidas é marcada por uma luta incansável pela sua sobrevivência, contra a violência constante, pelo medo da fome e da falta de moradia e trabalho, que são condições mínimas para ter uma vida digna. É na família que se constrói os laços de sangue ou por laços de identidade que a população negra viveu e resistiu durante o período de escravidão, no racismo, exploração e a perseguição. Grande parte das famílias brasileiras é liderada por mulheres, que através do seu próprio suor e luta diária, conseguem criar seus filhos e manter sua casa sozinha com muita dificuldade conseguem para dar estudo para seus filhos, e as vezes confiando-as a instituições de educação infantil para que promova educação, cuidados segurança e conforto para a construção da educação. A família e as instituições de educação

infantil podem oferecer momentos de reflexão sobre mudanças que acontecem nas formas de organização familiar, onde possibilita um maior conforto e confiabilidade para as crianças, evitando assim comparações negativas e preconceituosas. O período em que a criança permanece na creche não pode ser considerado um espaço onde irá substituir a família, mas sim como um complemento e ajuda na família e comunidade. Nesse modo é importante estabelecer uma boa relação entre a família das crianças para construir um caminho onde possam se desenvolver de maneira positiva. Os laços entre a instituição de educação infantil e família não são feitos sem conflito, mas é necessário ser encarados na base do diálogo constante, por meio da escuta sensível e acolhedora para buscar ter uma melhor compreensão dos casos e buscar entender a história de vida das crianças e no atendimento das necessidades individuais. Quando as educadoras da educação infantil se propõem a conhecer as crianças com as quais trabalham, consequentemente terão de conhecer suas famílias, respeitando suas formas de organização. Entre a relação com as famílias podem acontecer conflitos, que precisam ser superados. Um deles diz respeito à ideia de que as famílias negras e pobres não possuem conhecimentos e não sabem educar seus filhos de maneira adequada, que não se preocupam com a educação e nem ao menos com noções de higiene, ou cuidados na forma de alimentá-los e que precisam de alguém de fora da família que os ajude a ensinar educar seus filhos. Se o aprendizado acontece ao longo da vida, sempre se aprende várias situações novas, em tempos, espaços e ambientes diferentes. Nas comunidades tradicionais os ensinamentos são passados de geração a geração pelos familiares, pela escola, a sociedade, comunidade, sobretudo por meio do diálogo, sobre a troca de informações e vivências pessoais, lições de vida, de forma que trazem diferentes visões de mundo. Nessas culturas é valorizado aquele que consegue guardar histórias e fatos em sua memória. Em diversas culturas, especialmente as tradicionais africanas, os guardiões da história em diversas regiões da África desenvolvem a capacidade de memorizar grande quantidade de informações a respeito da linhagem de uma família. A lei de Diretrizes e bases da educação nacional/LDB (1996) afirma que a educação é laica, sendo responsabilidade da família a formação religiosa da criança. Mas muitas vezes a religião aparece na escola como um elemento doutrinário ou inibidor de diferentes experiências no contexto escolar. Acontece que em muitas escolas de educação infantil existem conflitos que

ocorrem por essa questão, como exemplo as festas juninas, alguns alunos são impedidos de participar pela família em função da conotação religiosa que o evento traz.

Em decorrência disso pode limitar o aprendizado, pois considerando as várias possibilidades de aprendizado que a festa proporcionará torna-se relevante a participação de todos. Pode-se concluir que nesta e em diversas outras festividades cristãs apesar das contradições ainda acontece uma certa tolerância por parte de quase todos independente das religiões.

Porém o mesmo não ocorre as manifestações religiosas de matriz africana, as crianças dificilmente se manifestam contra esse aspecto e muito menos são respeitadas quando discutem a respeito da diversidade religiosa. Levando em conta que o sentindo da religião é promover a paz, entendemos que as atividades pedagógicas também devem estar voltadas nesse sentindo e favorecer sempre ao diálogo, o respeito às diferenças de culturas que formam a sociedade brasileira.

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil Além de nortear a educação na educação infantil as Diretrizes nos demostram que a educação infantil é uma etapa educacional em que devem estar inseridas crianças de 0 a 5 anos. De 0 a 3 anos em creches que sejam conveniadas, privada ou publicas. As turmas de 4 e 5 anos são as conhecidas como pré-escolares e são de suma importância, e desde que não seja em lar doméstico, por que ela precisa ter este amparo desses órgãos para que sejam regulados e supervisionados por órgãos competentes do sistema de ensino. Estas crianças para que possam construir sua identidade, no meio histórico social, com seus direitos pessoais e coletivos, em brincar, imaginar, fantasiar, desejar, aprender, observar, experimenta, narrar. O currículo enfatiza o fato de que é muito importante que essas crianças, desde muito cedo, estejam inseridas no contexto escolar porque, a partir daí, estas crianças começam a expressar toda sua “bagagem”, trazida de casa em um processo articulador, unindo todos seus conhecimentos informais, conhecendo e desmitificando-o, com o conhecimento formal, trazido pelo professor se torando seus conhecimentos abrangentes a cada dia, se tornando um meio social e intelectual. E para que tenha resultado, é imprescindível que manter na escola o seu respectivo e organizador projeto político. Que assim possamos ter uma coerência da gestão para os fins daquela instituição. Há uma proposição de que a educação ofereça jornadas de tempo integral, em que a

criança permaneça na instituição durante boa parte do dia, com jornada que dure mais de sete horas diárias, e que não seja um tempo ocioso e cansativo para as crianças. Pois se preconiza que ocorra na escola um trabalho amplo, que vá além do currículo comum Compreendendo neste sentido um trabalho com qualidade e garantindo que as crianças cujas famílias sejam de classe mais carente, recebam boa educação e, acima de tudo, tenham reais possibilidades de uma formação mais completa. Por estas concepções, as diretrizes deixam bem clara esta questão cumprindo estas funções sociopolíticas, voltadas ao respeito dos problemas tanto de âmbito social quanto de âmbito político da sociedade. Cabendo assim, garantir que elas tenham condições e recursos que permitam que as crianças usufruam seus direitos civis e possam de fato se tornar capazes de assumir sua cidadania. Possibilitando tanto a convivência entre crianças numa ideia prevalente de promoção da igualdade de oportunidades educacionais entre as crianças de diferentes classes sociais. Com isso para se organizar o tempo, os espaços e os materiais e conteúdos, será importante que na Educação Infantil estejam previstas condições para o trabalho coletivo, na sua integridade, visando a partilha e o reconhecimento de suas características individuais. O que mais se busca é dar às crianças possibilidade de conhecer quais as contribuições histórico-culturais dos povos indígenas, afrodescendentes, asiáticos, europeus. Pois,

depreende-se que isso se torna, portanto um assunto e uma realidade se o docente for competente para trazer, apresentar e discutir sobre estas culturas. Concebe-se ainda que neste trabalho se deve garantir que haja possibilidades de usar diferentes abordagens e estratégias didáticas que possam promovera participação, o diálogo e a escuta cotidiana das famílias, o respeito e a valorização de suas formas de organização; Além disso, na proposta pedagógica deve estar prevista a diversidade, pois em cada instituição de educação infantil há uma representatividade desta diversidade a ser conhecida e divulgada de forma a proporcionar propostas pedagógicas que ofereçam subsídios para integração das crianças por meios que as crianças sejam vistas e tratadas de forma íntegra e justa. Para combater o racismo e a discriminação em relação à diversidade, deve ser usada diferentes praticas com trabalhos nas escolas à partir da pré-escola, em que nossas crianças crescerão num ambiente com respeito, sendo valorizadas como pessoas. A escola deve propor estudos de culturas diferenciadas que possam agregar valores éticos e morais.

A escola tem o dever de oferecer segurança dentro do seu espaço escolar contra qualquer tipo de violência, ou insegurança que elas possam ser negligenciadas e dever também da escola estar ciente de qualquer acontecimento por meio da família que possa violar a integridade, física e psicológica da criança e comunicar as autoridades maiores. Os povos indígenas devem ter autonomia na escolha sobre os modos de educação de suas crianças de 0 a 5 anos de idade. As propostas pedagógicas para os povos que queiram ministrar a Educação Infantil devem garantir que as crianças indígenas continuem tendo acesso às informações sobre seus costumes, crenças e suas concepções de sua cultura. Não deixando suas raízes e identidade como a língua materna e outros fatores que fazem parte de seus valores culturais (BRASIL,2010) . As propostas pedagógicas da Educação Infantil das crianças filhas de agricultores familiares, extrativistas, pescadores artesanais, ribeirinhos, assentados e acampados da reforma agrária, quilombolas, caiçaras, povos da floresta a escola deve valorizar os seus costumes de modo de vida que fazem parte da sua identidade como crianças que moram em setores rurais (BRASIL, 2010, p. 11). A escola tem que fornecer mecanismos necessários para atividades que respeite as diferenças socioeconômicas. Reconhecer os saberes e seus valores de conhecimento sobre o ambiente natural, promover equipamentos e brinquedos que mantenham as características ambientais e socioculturais da comunidade. Alguns fatores que são importantes para as práticas pedagógicas, dentre os quais podemos citar as interações e brincadeiras que estimulem o conhecimento do indivíduo próprio e do mundo externo, por meio de situações que vivenciam, expressões e interações através da vontade da criança e, além disso, valorizar e respeitara suas características próprias. Deixar que as crianças desenvolvam suas habilidades através de formas artísticas, musical, verbal, dramática do jeito que a criança sentir mais afinidade, sendo também importante também desenvolver a linguagem oral e escrita que possam construir experiências favoráveis na narrativa.

A observação crítica e criativa das atividades, das brincadeiras e interações das crianças no cotidiano e a utilização de múltiplos registros realizados por adultos e crianças por meio de relatórios, fotografias, desenhos, álbuns etc. é grande suporte para garantir que a cultura destas crianças seja respeitada e valorizada (OLIVEIRA, 2010, p.13).

Encontra-se descrito nas Diretrizes que deve ser cuidado de dar continuidade nos

processos de aprendizagem, de forma a garantir que a transição da criança de casa para a escola seja realmente suave e sem traumas, principalmente visando que não corra o risco de haver um choque cultural que faça com que esta criança fique em conflito (BRASIL, 2010).

As instituições de Educação Infantil devem “criar procedimentos para o desenvolvimento da avaliação das crianças, mas não tendo o objetivo de seleção, promoção ou classificação” (BRASIL, 2010, p.16).

A discussão sobre as relações raciais no Brasil pode até causar divergência e desentendimento, porque a interpretação negativa vem da própria pessoa negra a respeito das relações raciais de negros, que segundo Santos (2002, p.13, apud, Gomes 2012, p. 40) não faz muito sentido uma vez que:

a diferença entre pretos e pardos no que diz respeito à obtenção de vantagens sociais e outros importantes bens e benefícios (ou mesmo em termos de exclusão dos seus direitos legais e legítimos) é tão insignificante estatisticamente que podemos agregá-los numa única categoria, a de negros, uma vez que o racismo no Brasil não faz distinção significativa entre pretos e pardos, como se imagina no senso comum.

Segundo Gomes (2012) em leitura a Philip Gleason (1980), entende que para conceituar identidade faz-se necessário ampliar a discussão, pois ainda não se tem uma resposta satisfatória, pois como ele afirma a identidade, segundo seus pensamentos, é um assunto que merece destaque, um olhar mais aprofundado, conhecimentos mais amplos, até por não ser um assunto muito reconhecido, mas complexo e diverso.

Mesmo sendo muito popular, o termo identidade tem sido tratado diversamente ao que se deseja, quase um clichê provavelmente deturpado de forma irresponsável. Muitos, ainda segundo o mesmo autor, o associam a adjetivos pessoais, sociais, etnia, negritude, gênero, juventude etc.

Em contrapartida, Gomes (2012 apud Munanga, 1994), reconhece identidade como algo que está presente em toda sociedade, e é uma definição atribuída desde suas raízes e com usos diversos:

Qualquer grupo humano, através do seu aspectos pertinentes de sua cultura para definir-se em contraposição ao alheio. A definição de si (auto definição) e a definição dos outros (identidade atribuída) têm funções conhecidas: a defesa da unidade do grupo, a proteção do território contra inimigos externos, as manipulações ideológicas por interesses econômicos, políticos, psicológicos, etc. (MUNANGA, 1994: 177-178).

Assim, continua Gomes 2012 a descrever que a antropóloga Silvia Novaes (1993) entende identidade com o que nos descreve e representa. Mas que a mesma vai muito além disso, pois

somos, mais do que queremos conquistar e reivindicar como nosso. Nossa identidade é o que nos representa, é o nosso jeito de ser e estar no mundo.

Para se entender melhor, é importante se atentar às diferenças entre o significado de raças e etnias. Implica compreender que ambos os conceitos se interligam e que vale se atentar pelas suas diferenças. Como etnia, entende-se, pela afinidade, linguística e cultura de cada povo.

E como exemplo, podemos citar os seus fatores culturais, a nacionalidade, a religião, a língua e as tradições. Como raça compreendem-se os fatores morfológicos: cor de pele, postura física.

Para falarmos do assunto raça em sala de aula, devemos nos orientar no grau de exigência, que devemos ter para transmitir este conhecimento para estas crianças. Porque nem sempre todos têm coragem de autodeclarar sua origem. Ao trabalharmos raça em sala de aula devemos nos atentar, pois muitos não levam para o lado positivo do assunto, muitas vezes se ofendem e ficam constrangidos quando nos referimos ao termo raça, para falar sobre a realidade dos negros, dos brancos, dos amarelos e dos indígenas.

Quando tratado desse assunto, não devemos fazer de semelhanças ou diferenças algo superior ou inferior, jamais. É preciso entender que muitos ainda levam consigo noções equivocadas e estereotipadas, como por exemplo, se for negro, vemos que várias manifestações vão surgindo. Piadinhas, risos, olhares retrucantes. Ou mesmo estereótipos rotulantes que levam as pessoas a fazer associações, tis como as formas de discriminação. Como se a cor da pele fosse determinante de uma conduta.

O racismo no Brasil é alicerçado em uma constante contradição. Em uma pesquisa feita Gomes (2012), descreve que as opiniões públicas em relação, a saber, sobre porcentagem de pessoas que consideravam o Brasil um país racista ou não racista, o que recolheram como resultado foi que, as pesquisas de opinião pública revelam que 87% da população reconhecem que há racismo no Brasil. Mas 96% dizem que não são racistas no Brasil. Nota-se, portanto que não há como ter racismo sem que existam os racistas. Implica em que se analise que a porcentagem que afirma que não há racistas ganhou pela questão de não terem coragem de assumir o fato. É notório que há o racismo na sociedade. O texto nos deixa muito bem esclarecidos desta questão sobre o racismo, sendo que enquanto a sociedade, os grandes órgãos públicos e principalmente as escolas, esconderem e fizerem disso um tabu o caso do racismo no Brasil não irá obter uma real evolução, ou seja, não haverá mudanças.

O que ainda podemos observar no contexto

literário, é que há grande discriminação e preconceito, em particular com o negro, e com a existência do grande abismo da desigualdade racial, declarada em forma de cor, vida social, emprego escolaridade etc. Sendo o negro sempre descrito como aquele que não tem ascensão social facilitada.

Ao fazermos uma avalição, ou uma comparação, em relação à raça, observamos que a raça tem um’’ peso ’”na vida social, como diferenciação entre branco e preto, se não houvesse este divisão poderíamos notar a possibilidade de encontrar aqui a construção de em um pais igualitário que é para ser mas que não é(GOMES, 2012),

Bentes (1993, p.16 apud GOMES, 2012, p.48) busca nos orientar para a compreensão sobre as diferenciações entre raça, racismo, preconceito e discriminação racial no Brasil, em que de forma geral no Brasil o preconceito está fundamentado nos caracteres físicos. Assim, atrela-se a ela, “a reboque do físico, a discriminação cultural, pois os racistas acreditam que tudo que vem de negro, de Preto, ou é inferior ou é maléfico”.

Sendo preciso tirar estes estereótipos, de ‘’ trabalho de preto é sujo’’, é mal feito. Porque de qualquer forma traz para o meio social a má impressão, devemos trabalhar na escola com estes tais assuntos, para que possamos formar cidadãos sábios e mais adequadamente conscientes.

Entendemos que a palavras raça, de certa forma é vista como não negativa, e que devemos rever os conceitos pré-estabelecidos para interiorizar o fato de que alma não tem cor, e que o respeito para com o outro tem que existir, onde cada um tem sua crença, sua etnia, sua identidade, e devemos respeitar.

E para que isso aconteça devemos nos reeducar desde a nós mesmo, a nossa família, aos profissionais de ensino, e a sociedade de ensino como um todo.

A etnia é muito usada pelos intelectuais, para discernir negros e negras, portanto falando neste contexto, ao nos referirmos à raça, denominando que uma raça possa ser inferior ou superior, por isso que é importante usarmos o termo etnias.

De acordo com diversos profissionais é utilizado o termo etnia para mencionar aos negros e às negras, e entre outros grupos sociais, indo o mesmo contra o uso do termo raça, pois se concebe que se for utilizado o termo raça poder-se-á gerar um pensamento de que a humanidade é dividida em raças superiores e inferiores.

Ideia esta que já foi extinta pela biologia e pela genética. Por muito tempo o uso do termo raça estava ligado pelo poder político-cultural de um povo contra outro. Os nazistas discriminavam todos aqueles povos que eram diferentes da sua cultura, religião

e características físicas como raças inferiores aos alemães e a raça branca. No decorrer dessa ideologia nazista foram cometidas muitas injustiças, desigualdades e atrocidades, que geraram uma revolta em grande parte do mundo. Muitos países se organizaram a fim de evitar novos acontecimentos dessa natureza. Juntamente com esse acontecimento o racismo e a ideia de raça foram abominados e nesse momento o termo etnia ganhou mais força para se referir aos outros grupos sociais étnicos (negros, índios, judeus entre outros). (GOMES, 2012, p.50) A ideia reforçada é de que os grupos humanos não eram determinados por suas características biológicas, mas sim por processos históricos e culturais.

Em relação ao racismo existem diversas visões e questões complexas, assim é necessário cuidado e atenção quando estivermos em uma situação da questão racial. O racismo é um tipo de preconceito, um preconceito racial ou étnico, ou seja, uma ideia pré-concebida e pejorativa a respeito de uma etnia, uma raça ou um povo em particular.

Racismo é uma maneira de discriminar as pessoas baseada em motivos raciais, cor da pele ou outras características físicas, de tal forma que umas se consideram superiores a outras. Portanto, o racismo tem como finalidade intencional (ou como resultado) a diminuição ou a anulação dos direitos humanos das pessoas discriminadas.

O preconceito normalmente pode não estar ligado exclusivamente à aparência física de uma pessoa ou povo. O preconceito pode estar ligado a uma escolha ou estilo de vida de uma pessoa (por exemplo, a sua orientação sexual). Pode também haver preconceito relativo à classe social de uma pessoa, ou seja, aversão a pessoas pobres. O preconceito racial, ou popularmente o racismo, é um problema social enfrentado no mundo inteiro. Trata-se de uma ideia estabelecida, sem fundamento, de que uma raça ou etnia humana é pior que a outra. Esse conceito normalmente é difundido na sociedade dominante, entre as pessoas mais próximas e que formam nossos conjuntos de valores. O racismo é um contexto estudado por diversos pesquisadores que garantem ser um comportamento social presente na história da humanidade e que se apresenta de várias formas e modos. De acordo com eles o racismo se apresenta principalmente por duas formas: a individual e a institucional.

Na condição individual o racismo aparece por meios de atos discriminatórios praticados por uns indivíduos contra outros indivíduos, podendo alcançar outros níveis extremos de violência.

Na condição institucional o racismo ocorre geralmente em ambientes de trabalho, escolas, locais próximos de suas residências. Ocorre também por meio da televisão, através de

publicidades, novelas, na mídia em geral a quais continuam a retratar os negros e outros grupos étnicos raciais de uma forma equivocada. Etnocentrismo: é um conceito onde é considerado pelo seu grupo étnico ou cultura o centro de tudo, desta forma acredita-se que sejam os melhores e mais corretos que existem. Eles não têm a intenção de anular e extinguir o outro, mas sim, de desviar-se, pois possuem uma ideia de rejeitar uma cultura diferente da sua. Preconceito Racial consiste em ter um conceito ou opinião formada precocemente, antes de ter conhecimentos ao fato. Preconceito está relacionado entre pessoas e grupos humanos e determina a concepção do próprio indivíduo e também do outro. Relações étnico-raciais, educação e descolonização dos currículos.

O fato é que ainda, somos colonizados, por países desenvolvidos, o que resultará em uma demanda colonizadora. No texto de Gomes 2012, traçar estes desafios é esboçar seus momentos, para um ponto de partida de conhecimento, partindo do princípio, ao empregar uma diversidade epistemológica, está pluralidade conflita de saberes que a ciência nos traduz. Questionando interpretações clássicas sobre o fenômeno educativo que ocorre dentro e fora do espaço escolar, o enfoque está na mudança nesse Currículo, também na mudança dentro da gestão, implantando melhorias para uma formação continuada. Sendo que no rol desse processo, estas mudanças são trazidas somente para preparar o aluno para o mercado de trabalho, e para o vestibular. Pois nesse contexto entra então a autonomia do professor, para melhores condições de trabalho, e com tudo isso como lidar com um Currículo igual e único em um contexto de desigualdade e diversidade?

Ao se comparar teoria e pratica, o que podemos analisar é, e que o aluno não é um ser inato, que já traz consigo todas as compreensões e capacidades de entender e interpretar o mundo que o cerca. O aluno ao chegar à sala de aula, traz consigo, toda uma bagagem informal, muito comum e representativa do que aprendeu em seu meio familiar. Assim, é tarefa precípua da escolar ampliar seus conhecimentos, apresentar novos costumes, novas ideias e inserir as diferenças, para que o mesmo possa construir seus conhecimentos educacionais dentro de um contexto coletivo, em que estejam vigentes os direitos de todos, a participação igualitária e equitativa de todas as culturas.

Portanto, quanto mais trabalhamos a questão de seus valores e suas diversidades, apresentando-lhes sua etnia e a dos demais, notaremos que grande será o seu pensamento, e

conhecimento adquirido. Com tudo isso, ai se encontra a importância,

de se trabalhar com as educação básica, iniciando já na educação infantil, a História da África, como surgiu, quem são os que vivem lá, e demonstrar como em nossa cultura há traços desta cultura. A implementação da cultura Afro brasileira é primordial e comporta grande relevância para que se dissipem os conceitos e preconceitos infundados. Concebe-se que trabalhar com estas matérias na educação infantil, significa assumir as mudanças no olhar, é dar oportunidade de a criança aos pouco inserir em seu repertório o respeito e a valorização de nossas raízes. Porém destaca-se que a escola não deve agir sozinha, pois assim não promoverá mudanças, todos deverão estar empenhados para uma escola de inclusão e que todos alcancem um nível diferenciado de compreensão. A lei 10.639/03 fala de uma descolonização do Curriculum, que retira dele esta ideia de diferença, mas que mostra uma escola que assume o desafio, que saia do tradicionalismo e seja a nova escola brasileira, reflexiva, capaz de formar alunos com habilidades de raciocinar, com criticidade e cada vez mais reflexivos. Com isso, o foco atualmente encontra-se em formar professores ainda mais profissionalizados, capazes de lidar com mais esta grade curricular que compõe a base escolar. Sendo a cultura “Afro”, uma cultura negada, silenciada, faz-se necessário dar espaço a novos meios para que haja a socialização cultural e societária em relação às desigualdades.

A discriminação atinge pessoas em todos os segmentos sociais e até mesmo as universidades, que são consideradas o campo de produção do conhecimento e a formação de professores/as.

Juntamente às novas formas de exploração capitalista surgem movimentos de luta pela democracia, governos populares, reações contra hegemonias brancas nos países considerados periféricos ou em desenvolvimento como o Brasil. Todo este movimento tem buscado modificar os currículos, ampliar a visão dos sujeitos e melhorar suas práticas, trata-se portanto de um processo de renovação.

O que se busca já não é mais uma renovação que fique restrita à teoria, mas aquela que cobra uma real relação entre teoria e prática. Em que o imaginário pedagógico se transforme também produzindo uma nova forma de construir sua relação entre os sujeitos da educação.

“Os currículos passam a ser um dos territórios em disputa, sobretudo desses novos sujeitos sociais organizados em ações coletivas e movimentos sociais” (ARROYO, 2011, apud GOMES, 2012, p.103).

Do ponto de vista da descolonização de currículos e no entendimento das rupturas

epistemológicas e culturais movidas pela questão racial na educação brasileira, pode-se dizer que é algo a ser levado em consideração. Sobre as diversas formas de discriminação sofridas pela cultura negra, as questões de gênero, as lutas dos grupos sociais não são ligadas com a vida social e também relevantes ao cotidiano da escola e nos currículos pode ser conceituado como um avanço e um rompimento epistemológico no campo educacional.

A discriminação racial funciona como elemento de seletividade na área educacional e o silêncio é um dos aspectos pedagógicos no qual ela se manifesta. Existe uma diferença entre esse silêncio e o desconhecimento sobre o tema ou a sua incivilidade.

É necessário utiliza-lo no contexto do racismo ambíguo brasileiro e a crença da democracia racial e sua visão da realidade social e escolar. Quando algum assunto é abordado na escola pode haver ideias opostas e concepções diferentes.

Após a introdução da lei nº 10.639/03 – houve uma acentuada mudança, não sendo vista como mais uma disciplina e novos conteúdos, mas como uma mudança cultural e política no campo curricular e epistemológico. Por meio dela pode-se romper o silêncio e expor esse e outros rituais pedagógicos favoráveis a discriminação racial.

Com essa mudança estrutural promovida por essa legislação propõem-se melhorias para uma criação de uma educação antirracista. Devemos destacar os movimentos sociais, os de caráter identitários (mulheres, negros, indígena, LGBT, quilombolas, povos do campo), têm exigindo da escola um posicionamento dos educadores sobre suas práticas referentes a essas demandas sociais e políticas.

Podemos ressaltar que os movimentos sociais possuem o proposito de agir de forma positiva em toda a sociedade incluindo os grupos sociais que são representados.

As relações sobre as percepções e o entendimento sobre a África, os africanos, os negros brasileiros são bastante amplas referente ao processo de construção histórico e cultural desses povos. Como nos diz Meneses (2007): “Falar sobre África significa, pois questionar e desafiar crenças queridas, pressupostos afirmados e múltiplas sensibilidades” (p. 56).

Em pesquisa feita sobre a Identidade racial na educação infantil e o que pensam as professoras acerca da educação das relações raciais e da construção de uma autoimagem positiva da criança negra, encontrou-se que cabe ao professor se relacionar e ver a temática com uma visão ampla, sempre buscando lidar em sala de aula como a questão racial. Deve essencialmente ter uma visão positiva sob a questão racial para com as crianças negras.

A pesquisa de (Cavalleiro2003, pág. 2) que os professores sentem dificuldades em explorar o

assunto em sala de aula, pois poucos têm domínio do conteúdo, ou continuam engessados, se sentindo paralisados diante do assunto.

Portando, mesmo quando a escola oferece uma boa formação sobre o assunto, ainda trata o assunto de forma mais cautelosa e não aprofundando e, por vezes, quando pode ainda evitando-o.

Nesse processo, se isso for bem conduzido as crianças têm grande desenvolvimento, pois é o conhecimento informal, que começa a evoluir, dando início a um processo de universalização, é nesta fase em que a criança começa a se socializar que é essencial o trabalho sobre as questões étnico-raciais. Nesta etapa da educação é muito mais viável que ela aprenda a entender e a incluir os amigos da escola

A universalização da educação infantil é um desafio, assim como, a discussão da temática sobre as relações raciais na escola, que embora complexa, se faz necessária por vários motivos.

È muito importante que nós assumamos que o Brasil ainda é um país racista, pois seria muito irresponsável dizer que não quando é tão visível até nas piadas e o que se lê nas notícias.

Mas o que ocorre é que não devemos é nos alienar, pois a escola é o espaço essencial para a construção e desenvolvimento de uma prática social, propicia, para formação e contribuição de uma boa imagem, positivamente construído e corroborará na forma como o estudante o levará consigo, para sua bagagem estudantil positiva.

O trabalho escolar com as Relações étnico-raciais no Brasil

No tocante ao que se encontra exposto nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, caberá aos sistemas de ensino e os estabelecimentos de Educação Básica, em todos os níveis de educação básica, inclusive da Educação Infantil, providenciar que tanto os docentes quanto os alunos possam aprender sobre(BRASIL, 2004).

- Conhecer o registro da história não contada dos negros brasileiros, tais como em remanescentes de quilombos, comunidades e territórios negros urbanos e rurais. - Oferecer apoio sistemático aos professores para elaboração de planos, projetos, seleção de conteúdos e métodos de ensino, cujo foco seja a História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e a Educação das Relações Étnico-Raciais. - Mapear e divulgar experiências pedagógicas de escolas, estabelecimentos de ensino superior, secretarias de educação, assim como levantamento das principais dúvidas e dificuldades dos professores em relação ao trabalho com a questão racial na escola e encaminhamento de medidas para resolvê-las, feitos pela administração dos sistemas de ensino e por Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros. - Articular entre os sistemas de ensino,

estabelecimentos de ensino superior, centros de pesquisa, Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros, escolas, comunidade e movimentos sociais, visando à formação de professores para a diversidade étnico-racial. - fazer a Instalação, nos diferentes sistemas de ensino, de grupo de trabalho para discutir e coordenar planejamento e execução da formação de professores para atender ao disposto neste parecer quanto à Educação das Relações Étnico-Raciais e ao determinado nos Art. 26 e 26A da Lei 9.394/1996, com o apoio do Sistema Nacional de Formação Continuada e Certificação de Professores do MEC (BRASIL, 2004, p.23).

De onde se compreende que há algumas orientações que podem, se forem bem apresentadas pelos gestores das escolas, promover um aprimoramento do trabalho dos professores e possibilitar a real aplicação do que se preconiza quanto ao desvelamento, discussão e até mesmo construção de um ovo olhar sobre a temática.

O mesmo documento fala sobre a necessidade de inserir nos cursos de formação de professores e de profissionais da educação de forma geral conteúdos e espaços eficazes de:

análises das relações sociais e raciais no Brasil; de conceitos e de suas bases teóricas, tais como racismo, discriminações, intolerância, preconceito, estereótipo, raça, etnia, cultura, classe social, diversidade, diferença, multiculturalismo; de práticas pedagógicas, de materiais e de textos didáticos, na perspectiva da reeducação das relações étnico-raciais e do ensino e aprendizagem da História e Cultura dos Afro-brasileiros e dos Africanos(BRASIL, 2004, p. 23)

Para tanto, se faz necessário que os grupos de trabalho visando contribuir para as discussões e formações, além de serem acompanhadores deste trabalho, pois a formação continuada também é imprescindível para que não se perca o norte do que se busca e, principalmente se façam novos incentivos às iniciativas dos que estão sempre à frente desta tarefa de não permitir que a temática seja enfraquecida pelo medo e pelo desconhecimento.

Há uma grande importância de ser discutida a construção de uma identidade em sala de aula em que todos se encontrem representados, pois grande é a discriminação do padrão estético do negro no espaço escolar. Uma das coisas que não devemos deixar despercebidas.

No que se diz respeito às relações raciais no Brasil, é importante frisar que o preconceito está intrínseco à sociedade, mesmo quando grande parte da sociedade afirmar que não é preconceituosa, porém sempre conhece alguém que seja. Esta ideia e a noção de raça pode-se dizer que é uma construção social e política.

E é importante compreender que esta ideia de raça gera um grande impacto na humanidade, dando sentimentos que validam as desigualdades

sociais, pelo seu pertencimento étnico-racial que nos separa em (pretos, pardos, indígenas, brancos ou amarelos), retirando de nós o sentido de raça humana, que deveria prevalecer.

Segundo o autor Florestan Fernandes desde a década de 1960, o brasileiro:

“Tem preconceito de ter preconceito” e, nesse sentido, teria “dois níveis diferentes de percepção da realidade e de ação ligados com a ‘cor’ e a ‘raça’: primeiro, o nível manifesto, em que a igualdade racial e a democracia racial se presumem e proclamam; segundo, o nível disfarçado, em que funções colaterais agem através, abaixo e além da estratificação social” (FERNANDES, 2007, p. 82)

Mesmo reforçando de maneira recorrente e utópica de que se vive em um país sem conflitos raciais e com igualdade nas oportunidades para toda a população brasileira, através das percepções de maneira “disfarçada” como relatava Fernandes em meados do século XX, as desigualdades raciais permanecem vigentes na atual sociedade.

Esses preconceitos e discriminações geram um grande impacto direto na formação das crianças e jovens da sociedade brasileira, o que pode influenciar diretamente na sua vida social e pessoal, ocasionando traumas e problemas. Essa é uma questão importante para debater sobre o respeito. Diversos autores afirmam a importância da memória para a construção de identidade das crianças e esta é uma tarefa para as aulas desde a educação infantil.

Michael Pollak afirma que:

“Podemos dizer que a memória é um elemento constituinte do sentimento de identidade, tanto individual como coletiva, na medida em que ela é também um fator extremamente importante do sentimento de continuidade e de coerência de uma pessoa ou de um grupo em sua reconstrução de si” (POLLAK, 1992, p. 204).

Como sugestão de atividade para ajudar na reflexão sobre o tema do preconceito e da discriminação racial, sugere-se que o professor oriente os alunos a realizarem uma pesquisa sobre as práticas racistas e o preconceito no Brasil.

Para isso, pode-se dividir a turma em grupos de alunos e desenvolver com eles as seguintes etapas:

a) Escolher, com cada grupo, a área de abrangência da pesquisa, que pode ser o bairro, a escola, o clube, a igreja etc. b) Orientar os alunos a prepararem um caderno de campo, onde devem anotar todos os detalhes de suas observações realizadas durante a pesquisa, tais como: a descrição do campo; a data de sua observação; atitudes preconceituosas percebidas etc. c) Os alunos deverão escolher 3 (três) pessoas para serem entrevistadas na área selecionada. d) Elaborar com os alunos roteiros de entrevista com pelo menos 3 (três) perguntas sobre o tema preconceito, para cada grupo.

e) Para concluir a atividade, orientar os alunos a elaborar um relatório, reunindo todos os dados coletados, assim como as impressões sobre as entrevistas realizadas. Os relatórios de cada grupo podem ser apresentados em sala pelos alunos, o que promoverá a socialização do conhecimento produzido e um interessante debate sobre o tema da pesquisa (PEREIRA, 2014.p. 63)

As relações étnico-raciais são discussões bastante recentes na nossa história. E com elas observa-se a compreensão e a constatação sobre como somos atravessados por muita discriminação e racismo.

Podemos ver que nos dias hoje, é muito comum encontrarmos pessoas que não aceitam as diferenças que trazemos de nossas famílias, das nossas hierarquias culturais.

Ainda falando sobre as desigualdades raciais que acontecem em diversas áreas, sejam elas na educação, trabalho, na saúde, escola ou qualquer meio social.

Com tudo isso se pode destacar que o racismo também está nas elaborações dos materiais didáticos, no planejamento escolar.

Ao comemorar-se o dia da consciência negra, uma vez ao ano, sendo que ela deveria ser estudada todos os dias em sala de aula. Portanto, até mesmo os curriculum, a serem trabalhados, dificultam em uma visão ampla de construção democrática. Ao destacarmos que o racismo continua sendo um grande tabu para muitos.

Vejamos, que além de explicito no nosso dia a dia, pela sociedade, muito sofrem dentro das salas de aulas, é as vezes não sabe pra que contar e a quem recorrer, ou por onde começar. Causando grande impacto, na sua vida pessoal, profissional, e danos a sua saúde. Levando consigo, na vida social e profissional.

Para que uma criança cresça tendo uma visão de mundo diferenciada, longe da discriminação, a educação é base. Devemos desde muito cedo, orientá-los, das diferenças que temos dentro da sociedade, na escola principalmente, devemos trabalhar valores com nossos alunos.

Assim também, de forma que possam entender e de certa forma até respeitar as diferenças, aponta Guimarães que:

Os estudos de desigualdades raciais [têm] como hipóteses: (a) as desigualdades sociais existentes entre brancos e negros se devem a diferenças de oportunidades e diferenças de tratamento, e não a uma herança do passado; (b) as desigualdades maiores ocorrem entre brancos e pardos, por um lado, e entre brancos e pretos, de outro, de modo que, para todos os efeitos práticos, isto é, de oportunidades de vida,(.....)na sociedade brasileira entre brancos e não brancos; (c) o ciclo cumulativo da desvantagem. A cada geração aumenta a desigualdade entre brancos e negros (GUIMARÃES, 2000, p. 23, apud Pereira, 2014, p.72)

Além disso, são orientações de Pereira (2014) que os educadores devem se preparar, pois não têm como se eximir de suas responsabilidades quanto à diversidade, cultura, classe social, poder, identidade e ética, que são de fato complexas.

Isso porque segundo o autor será necessá-rio a este educador que faça uma redefinição de quais são os verdadeiros sentidos e propósitos do processo educacional, que sentido tem ser educa-dor quando se está inserido num mundo cada vez mais desigual, contraditório e diverso.

Buscar como descreve Pereira, uma forma de “compreender melhor como indivíduos e grupos são oprimidos por fatores relacionados à etnia, à classe social, ao gênero e à opção sexual, focos centrais do discurso multicultural crítico” (2014, p.79).

Assim, a proposta a uma educação multicul-tural implica em aprender quais são as habilidades necessárias para que haja diálogo, construindo pessoas que saibam o que e como criticar, mas que ao mesmo tempo tenham autocrítica.

O que defende o autor é que “que todas as cultu-

ras necessitam, ao se encontrar com outras, admitir a possibilidade de desestabilização, relativização e con-testação em algumas de suas características bási-cas”(PEREIRA, 2014, p. 79).

Ao professor, orienta o autor que ele busque se autoconhecer, a si e aos seus próprios preconceitos e estereótipos. E para isso precisam sair do achismo, ler e

entender de onde nasce a discriminação e os estereó-tipos. Desvelando situações de preconceito e dis-criminação em sala de aula, visando e se comprome-

tendo com a superação dos mesmos.

Deve-se reafirmar a ideia de que a escola tem de acolher conhecimentos e valores subjuga-dos, e confrontá-los com os saberes dominan-tes, para que se constitua em um espaço esti-mulador e motivador da construção de conhe-cimentos significativos e relevantes para os alunos e para a sua luta em prol da transforma-ção social(PEREIRA, 2014, p.79).

Conclusão:

Após as leituras realizadas durante a pesquisa, foi possível responder aos objetivos deste trabalho e chega-se à conclusão de que cada pessoa precisa fazer a sua parte em relação a manutenção de qualquer tipo de discriminação que ainda exista, ou com qualquer preconceito que sinta, percebendo que todos nós somos iguais, independente de raça, credo, idade, condição social ou opção sexual. Esse é o primeiro passo para que cada um respeite os direitos dos outros. A velha frase “O direito de um acaba quando começa o do outro” tem fundamento.

E com a população conhecendo cada vez mais seus direitos e cumprindo seus deveres, concebe-se que há grande possibilidade de fique cada vez mais unida. E a voz que grita para que os direitos humanos sejam exercidos soará cada vez mais alto, pois já diz o ditado: A união faz a

força. Conclui-se que ainda é vigente o desafio

encontrado em sala de aula, que a contemporaneidade apresenta-se com novas demandas, e dentre elas assenta-se a questão social que está diretamente ligada às relações étnico-raciais no Brasil.

O trabalho docente é valioso sobre qualquer ponto de vista, pois se compreende que este profissional pode representar um espelho positivo neste combate, e caso este saiba como estruturar suas aulas e promover discussões sensibilizadoras, poderá obter resultados muito importantes.

Também se concluiu que a escola, sendo um espaço social em que o indivíduo aprende a socializar-se, iniciando neste processo de conhecer e vivenciar o coletivo, principalmente na educação infantil, que é a primeira etapa educacional, deve ser a primeira a apresentar estas discussões. Sob pena de perder espaço para os outros espaços sociais.

Em que pese se compreenda que a escola nem sempre tem a valorização desejada pela grande massa populacional, ainda assim, lança-se sobre ela esta incumbência, tendo em vista que, em muitos casos e realidades, talvez seja somente ali que ocorra esta efetiva formação. Pois num país que não assume racista, é muito provável que se mantenham veladas as formas discriminatórias e isso seguramente distanciará a possibilidade de diminuí-la.

Além disso, se as crianças menores já tiverem um trabalho eficiente, poder-se-á instituir nelas um sentimento de identidade e de pertencimento, comumente esquecidos ou não compreendidos por elas. Garantir uma proteção especial d estes alunos, e ter como foco o resgate e socialização daqueles que trazem consigo, um direito violado, e um sentimento de exclusão pela sociedade.

O negro, reconhecidamente tem sua identidade desvalorizada e até mesmo os mais bem preparados podem sucumbir diante de um processo discriminante em que não se veem representados nem nos livros didáticos e nem mesmo nos padrões de beleza vigentes no seu cotidiano

O que se tem como potencialidade a construção de um caminho deverá sempre perpassar uma adequada formação do docente e até mesmo dos gestores escolares, pois deles emanará a garra de atuarem vislumbrando alcançar degraus cada vez mais altos de conscientização e mudança de comportamento.

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e

africana na educação básica oferecem boas propostas de trabalho que devem ser cuidadosamente estudadas e, num esforço coletivo, colocadas em prática, visando principalmente munir a todos de informações que possam tirá-los do achismo e das discussões vazias, que muitas vezes partem de uma ideia de que fazer alusão ao tema é despertar o sentimento de dó dos demais, quando na verdade é desenvolver o sentimento de pertencimento e firmar uma identidade cultural que garanta que as crianças tenham autoestima e, principalmente saibam de sua relevância na vida da sociedade. Além de permitir-lhes assumir sua dignidade humana, que independe de cor, raça ou escolha sexual e pessoal.

Agradecimentos:

Marinês: Agradeço primeiramente a Deus, pois sem Ele nós não teríamos forças para essa longa jornada. À minha família pela compreensão nos momentos de ausência e apoio incondicional nos momentos de estudo.

À coordenadora do curso, Marlene Monteiro Pereira pela presteza e apoio em todo o momento, por sua prontidão e dedicação nestes quatro anos que estivemos juntos.

A professora orientadora “grande” Sônia Amoroso, por sua cooperação e instrução no decorrer deste trabalho acadêmico.

Á amiga Rebecca Medeiros, que juntas diretamente na reflexão da problemática da pesquisa e em outras atividades relacionadas, estávamos em busca de resultados, que resultaram em conclusão e entendimento.

Rebeca: Primeiramente gostaria de agradecer à minha família que esteve comigo nos momentos mais difíceis, em especial à minha avó, que com todo seu amor e fé, soube ver eu me tornar uma pessoa melhor, pois se propôs a me ajudar. Aos nossos professores, pela paciência, boa vontade em nos ensinar, aos meus colegas, que juntamente comigo, passaram por todo esse caminho.

Também não posso deixar de citar a Professora Sônia Amoroso, por todo carinho e paciência que teve com todos nós durante o curso. Aprendi lições que irei levar para toda vida, espero que todos tenham sucesso em suas vidas profissionais, e assim como eu, sigam esse caminho, mais uma vez, obrigado a todos vocês!!!

Referências:

1 - BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil /Secretaria de Educação Básica. – Brasília: MEC, SEB, 2010. .

2 –________, Ministério da Educação / Secretaria da Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Orientações e Ações para Educação das Relações Étnico-Raciais. Brasília: SECAD, 2006. 3 –________, Ministério da Educação/Secad. Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana na educação básica. 2004. Disponível em: http://www.acaoeducativa.org.br/fdh/wp-content/uploads/2012/10/DCN-s-Educacao-das-Relacoes-Etnico-Raciais.pdf. Acesso em 30 de maio de 2016. 4 –_________, RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS, EDUCAÇÃO E DESCOLONIZAÇÃO DOS CURRÍCULOS. Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. Currículo sem Fronteiras, v.12, n.1, pp. 98-109, Jan/Abr 2012. Disponível em: http://www.apeoesp.org.br/sistema/ck/files/5_Gomes_N%20L_Rel_etnico_raciais_educ%20e%20descolonizacao%20do%20curriculo.pdf. Acesso em 29 de maio de 2016. 5 – GOMES, Nilma Lino. ALGUNS TERMOS E CONCEITOS PRESENTES NO DEBATE SOBRE RELAÇÕES RACIAIS NO BRASIL: UMA BREVE DISCUSSÃO. 5 de outubro de 2012 em 2012 - Relações Raciais (1ª edição) Disponível em: http://www.acaoeducativa.org.br/fdh/wp-content/uploads/2012/10/Alguns-termos-e-conceitos-presentes-no-debate-sobre-Rela%C3%A7%C3%B5es-Raciais-no-Brasil-uma-breve-discuss%C3%A3o.pdf. Acesso em 29 de maio de 2016. 6 – GARCIA, Afrânio. Semântica histórica. Soletras. São Gonçalo: UERJ, a. 1, n. 02, jul./dez. 2001. Disponível em: http://www.filologia.org.br/soletras/2/08.pdf. Acesso em: 07 dez. 2013.

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9 – PEREIRA, Amilcar Araujo. Educação das relações étnico-raciais no Brasil: trabalhando com

histórias e culturas africanas e afro-brasileiras nas salas de aula. Brasília: Fundação Vale, 2014. 90 p.,

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