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05/08/2015
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Curso: Direito Constitucional
Conceito e Classificação das
Constituições
Professor: Rosano Pierre Maieto
e-mail: [email protected]
Conceito de Constituição
Constituição:
Um sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que regulam a forma do Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e exercício do poder, o estabelecimento de seus órgãos e os limites de sua ação.
Conjunto de normas que organizam os elementos constitutivos do Estado:
- Povo (elemento humano)
- Território (elemento geográfico)
- Poder (elemento político)
- Finalidade
(José Afonso da Silva)
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Concepções de Constituição
1 – Sociológica – Ferdinand Lassale – “A Essência Da Constituição”
- A Constituição é a soma dos fatores reais de poder.
- o poder está fragmentado em diversas categorias sociais;
- a acomodação social é a soma dos fatores reais de poder;
- sem a soma dos fatores reais, a Constituição não passa de uma “folha de papel”;
- só tem valor se a Constituição representar a soma dos Fatores Reais do Poder.
2 – Política – Carl Schimitt – “Teoria da Constituição”
- busca o fundamento da Constituição na Decisão Política
Fundamental que antecede a elaboração da Constituição
- decisão sem a qual não se organiza ou funda um Estado
- esta decisão pode ou não no texto escrito;
- A Constituição é a Decisão Política Fundamental, já as
Normas Constitucionais não são decisões políticas
fundamentais (exemplo: as normas formalmente
constitucionais – são “leis constitucionais”);
- já o Art. 1º da CF/88 é Decisão Política Fundamental, a
verdadeira Constituição. (norma estruturante do Estado)
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3 - Jurídico – Hans Kelsen – “Teoria Pura do Direito”
- a Constituição como uma Norma Hipotética Fundamental;
- sentido Jurídico-Positivo: A Constituição é a fonte de
validade de todo o ordenamento jurídico (Pirâmide de Kelsen)
- A norma feita pelo poder constituinte, a Constituição escrita, é
a norma que fundamenta todo o ordenamento jurídico;
- Dessa concepção nasce a ideia de supremacia formal
constitucional e controle de constitucionalidade, e da rigidez
constitucional
- sentido lógico-jurídico: norma fundamental hipotética:
fundamental porque dá o fundamento da Constituição;
hipotética porque essa norma não é posta pelo Estado é
apenas pressuposta;
Concepções Modernas da
Constituição 4 - Força Normativa da Constituição – Konrad
Hesse
- critica e rebate a concepção tratada por
Ferdinand Lassalle.
- A Constituição possui uma força normativa
capaz de modificar a realidade, obrigando as
pessoas. Nem sempre cederia frente aos fatores
reais de poder, pois obriga.
- Tanto pode a Constituição escrita sucumbir,
quanto prevalecer, modificando a sociedade.
- O STF tem utilizado bastante esse princípio da
força normativa da Constituição em suas decisões.
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5 - Constitucionalização Simbólica –
Marcelo Neves.
- Cita o autor que a norma é mero
símbolo.
- O legislador não a teria criado para
ser concretizada.
- Nenhum Estado Ditatorial elimina da
Constituição os direitos fundamentais,
apenas os ignora.
- Ex: salário-mínimo que "assegura"
vários direitos
6 - Constituição Aberta – Peter Häberle
e Carlos Alberto Siqueira Castro.
- Leva em consideração que a Constituição tem objeto dinâmico e aberto, para que se adapte às novas expectativas e necessidades do cidadão.
- Se for aberta, admite emendas formais (EC) e informais (mutações constitucionais); está repleta de conceitos jurídicos indeterminados.
- A tese é que nós devemos urgentemente recusar a ideia de que a interpretação deve ser monopolizada exclusivamente pelos juristas.
- Para que a Constituição se concretize e necessário que todos os cidadãos se envolvam num processo de interpretação e aplicação da constituição.
- O titular do poder constituinte é a sociedade, por isso ela deve se envolver no processo hermenêutico de materialização da constituição.
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7 – Direito de Resistência
- é a denominação dada à legítima oposição de um povo a
regras formais opressivas que não correspondem aos reais
anseios de uma sociedade;
- pode ser manifestado pela desobediência civil ou mesmo por
uma revolução.
- é o direito de descumprir e combater determinações
governamentais que afrontem as liberdades fundamentais da
maioria do povo.;
- As liberdades fundamentais segundo Norberto Bobbio, são
aquelas que “cabem ao homem enquanto tal e não dependem
do beneplácito do soberano (entre as quais, em primeiro lugar,
a liberdade religiosa)”.
Classificação das Constituições
1 – Quanto ao conteúdo:
a – Formal: conjunto de regras jurídicas, inseridas no texto unitário da Constituição escrita, diga ou não respeito à matéria constitucional. Ex: art. 242, § 2º.
b – Material: conjunto de normas constitucionais, escritas ou costumeiras, que regulam a estrutura do Estado, a organização de seus órgãos e os direitos fundamentais. São as normas que definem e tratam das regras estruturais da sociedade, de seus alicerces fundamentais. Ex: a forma de Estado (Federal); a forma de governo (república) e o sistema de governo (presidencialista)
Pedro Lenza: Conteúdo Misto (Bloco de Constitucionalidade)
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“Cabe observar (...) que, com a introdução do art. 5º, § 3º, pela EC n. 45/04, passamos a ter uma espécie de conceito misto já que a nova regra só confere a natureza de emenda constitucional (norma formalmente constitucional) aos tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos (matéria), desde que observadas as formalidades de aprovação (forma)”. LENZA, Pedro, Direito Constitucional, São Paulo, 2008, 12 ed.
2 – Quanto à forma:
a – escrita (Dogmática): suas normas se acham expressas em um ou vários documentos escritos. É o próprio texto escrito da Constituição, ou seja, é o conceito formal de Constituição; cuida-se de um texto redigido em um momento de reflexão do constituinte originário;
- b – não-escrita (Costumeira ou Consuetudinária): as normas constitucionais não constam de um documento único e solene, são textos esparsos, elaborados em épocas distintas sendo formadas por usos e costumes válidos como fontes de direito;
- possui várias fontes (costumes, decisões dos tribunais, práticas administrativas e textos escritos). São formadas por meio de um processo histórico, e adotam o sistema da common Law.
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3 – quanto à origem:
a - Constituição outorgada: são aquelas impostas por um grupo ou por uma pessoa, sem um processo regular de votação pelos constituintes. (Carta Constitucional),
b - Constituição promulgada (democrática ou popular): são aquelas elaboradas por representantes eleitos pelo povo, de forma livre e consciente, para exercer o poder constituinte.
c - Constituição cesarista (plebiscitária, referendária ou bonapartista): trata-se da Constituição que, não obstante elaborada sem a participação do povo ou dos seus representantes, é submetida a um referendo popular antes de ganhar vigência. Recebe esse nome por ter sido um método utilizado por Napoleão Bonaparte nos denominados plebiscitos napoleônicos;
4 – quanto à estabilidade ou alterabilidade:
a – Constituição imutável: não se admite qualquer alteração;
b – Constituição rígida: A Constituição rígida é aquela apenas alterável mediante processos solenes e exigências formais especiais, diferentes e mais difíceis que os de formação das leis infraconstitucionais. A rigidez deriva de um procedimento previsto no texto constitucional, assim só as Constituições escritas podem ser classificadas como rígidas;
Lei ordinária: deliberação por maioria relativa;
Lei Complementar: deliberação por maioria absoluta;
Emenda Constitucional: Dois Turnos, por 3/5 dos votos;
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c – Constituição Flexível: A Constituição flexível é aquela que pode ser livremente modificada pelo legislador ordinário segundo o mesmo processo de elaboração das leis ordinárias. (Constituição Plástica)
d - Constituição Semi-Rígida - A Constituição semi-rígida é a aquela que contém uma parte rígida e outra flexível. Como exemplo temos a Constituição de 1824.
Pelo fato de uma parte ser rígida, só as Constituições escritas serão classificadas como semi-rígidas;
5 – quanto à extensão:
a - Constituições Sintéticas - Alexandre de Moraes: "as constituições sintéticas preveem somente os princípios e as normas gerais de regência do Estado, organizando-o e limitando seu poder, por meio da estipulação de direitos e garantias fundamentais". (concisas, breves)
b - Constituições Analíticas ou Dirigentes – Segundo Alexandre de Moraes, são aquelas que "examinam e regulamentam todos os assuntos que entendam relevantes à formação, destinação e funcionamento do Estado”. (prolixa, larga)
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6 – quanto à função:
a - Constituição garantia, quadro ou negativa: é a clássica, enunciando os direitos das pessoas, limitando o exercício abusivo do poder e dando uma garantia aos indivíduos. Originou-se a partir da reação popular ao absolutismo monárquico. Há um quadro de direitos definidos e negativa porque se limita a declarar os direitos e, o que não pode ser feito.
- b - Constituição dirigente: não se limita a organizar o poder, mas também preordena a sua forma de atuação por meio de “programas” vinculantes. É a “Constituição do dever-ser”.
A nossa Constituição Federal inspirou-se no modelo da Constituição portuguesa;
7 – quanto à Constituição quanto à eficácia:
a - Constituição Semântica = eficácia existe só no
papel; perpetua ditador no poder. Não se aplica na
prática. Ex. artigo que se refere ao salário mínimo.
b - Constituição Normativa = se aplica 100% como
norma. Adequação perfeita ao fato social que ela
pretende estruturar;
c - Constituição Nominalista = Tem parte
normativa e parte semântica;
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9 – Quanto à sistemática (Pinto Ferreira):
a) reduzida: são aquelas cujas normas constitucionais estão sistematizada em um único texto, em apenas um código (CF/88, até o advento da EC nº 45/04);
b) variada: a Constituição variada contém normas de status constitucional espalhadas em diversos diplomas legais. (CF/88, após a EC 45/04, com o acréscimo do § 3º no art. 5º)
Classificação da Constituição
Brasileira de 1988 1. Quanto ao conteúdo: formal (ou misto –
Pedro Lenza);
2. Quanto à forma: escrita;
3. Quanto à extensão: analítica;
4. Quanto ao modo de elaboração: dogmática;
5. Quanto à eficácia: nominalista;
6. Quanto à origem: promulgada;
7. Quanto à estabilidade: rígida;
8. Quanto à função: garantia e dirigente;
9. Quanto à sistemática: variada (Pinto Ferreira)
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Estrutura da Constituição
Federal de 1988 A Constituição de 1988 está dividida em 10 títulos
(o preâmbulo não conta como título).
Preâmbulo - introduz o texto constitucional. Não possui força de lei. Importante para interpretação dogmática da Constituição;
I - Princípios Fundamentais - anuncia sob quais princípios será dirigida a República Federativa do Brasil. (arts. 1º ao 4);
II - Direitos e Garantias Individuais - direitos e garantias individuais, coletivos, sociais, de nacionalidade e políticos. (arts. 5 ao 17).
III - Organização do Estado - define o pacto federativo, as competências legislativas e materiais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Define situações excepcionais de intervenção nos entes federativos, além de versar sobre administração e servidores públicos. (arts. 18 ao 43);
IV - Organização dos Poderes - define a organização e atribuições de cada poder (Poder Legislativo, Executivo e Poder Judiciário), bem como de seus agentes envolvidos. Também define os processos legislativos, inclusive para emendar a Constituição. (arts. 44 ao 135);
V - Defesa do Estado e das Instituições Democráticas - trata do Estado de Defesa, Estado de Sítio, das Forças Armadas e das Polícias. (arts. 136 ao 144);
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VI – Da Tributação e Orçamento - define limitações ao poder de tributar do Estado, organiza o sistema tributário, define os tipos de tributos e a quem cabe instituí-los e cobrá-los. Trata ainda da repartição das receitas e de normas para a elaboração do orçamento público. (arts. 145 ao 169);
VII – Da Ordem Econômica e Financeira - regula a atividade econômica e também eventuais intervenções do Estado na economia. Discorre sobre as normas de política urbana, política agrícola e política fundiária. (arts. 170 ao 192);
VIII – Da Ordem Social - trata da Seguridade Social (incluindo Previdência Social), Saúde, Assistência Social, Educação, Cultura, Desporto, Meios de Comunicação Social, Ciência e Tecnologia, Meio Ambiente, Família, além de dar atenção especial aos seguintes segmentos: crianças, jovens, idosos e populações indígenas. (arts. 193 ao 232)
IX – Das Disposições Constitucionais Gerais -
artigos esparsos versando sobre temáticas
variadas e que não foram inseridas em outros
títulos em geral por tratarem de assuntos muito
específicos. (arts. 233, revogado, ao 250)
X – ADCT – Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias - faz a transição
entre a Constituição anterior e a nova. Também
estão incluídos dispositivos de duração
determinada; (arts. 1º ao 97).
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Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
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DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º: Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
(Análise com base na leitura dos incisos no texto
constitucional)
Nacionalidade
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
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II - naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a
nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
§ 1º Aos portugueses com residência
permanente no País, se houver
reciprocidade em favor de brasileiros,
serão atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro, salvo os casos previstos nesta
Constituição.
§ 2º A lei não poderá estabelecer
distinção entre brasileiros natos e
naturalizados, salvo nos casos previstos
nesta Constituição.
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3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas;
VII - de Ministro de Estado da Defesa.
Direitos Políticos
Art. 14. A soberania popular será
exercida pelo sufrágio universal e pelo
voto direto e secreto, com valor igual
para todos, e, nos termos da lei,
mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
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§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de
dezoito anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos
c) não podem alistar-se como eleitores
os estrangeiros e, durante o período do
serviço militar obrigatório, os conscritos.
§ 3º São condições de elegibilidade, na
forma da lei:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos
políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária;
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VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente.
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
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§ 7º São inelegíveis, no território de
jurisdição do titular, o cônjuge e os
parentes consangüíneos ou afins, até o
segundo grau ou por adoção, do
Presidente da República, de Governador
de Estado ou Território, do Distrito Federal,
de Prefeito ou de quem os haja substituído
dentro dos seis meses anteriores ao pleito,
salvo se já titular de mandato eletivo e
candidato à reeleição.
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
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Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja
perda ou suspensão só se dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença
transitada em julgado;
II - incapacidade civil absoluta;
III - condenação criminal transitada em julgado,
enquanto durarem seus efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, §
4º.
Art. 16. A lei que alterar o processo
eleitoral entrará em vigor na data de sua
publicação, não se aplicando à eleição
que ocorra até um ano da data de sua
vigência. (Ex. Lei da Ficha Limpa)
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Partidos Políticos Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos
políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os
seguintes preceitos:
I - caráter nacional;
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo
estrangeiros ou de subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura
interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o
regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre
as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal,
devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.
§ 3º Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso
gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei.
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.
Organização Política Art. 18. A organização político-administrativa da República
Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
§ 1º Brasília é a Capital Federal.
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
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Criação de Municípios
4º A criação, a incorporação, a fusão e o
desmembramento de Municípios, far-se-
ão por lei estadual, dentro do período
determinado por lei complementar
federal, e dependerão de consulta prévia,
mediante plebiscito, às populações dos
Municípios envolvidos, após divulgação dos
Estudos de Viabilidade Municipal,
apresentados e publicados na forma da lei.
A Competência Legislativa Municipal
Competência concorrente para legislar com a União, Estado e DF. (Art. 23, incs. I a XII, CF).
Competência para legislar (Art. 30 e incs. C.F).
Interesse local. (Peculiar Interesse). São expressões sinônimas. Dizem mais respeito à realidade da comunidade.
Ex. Horário de funcionamento de comércio (Súmula 645 – STF).
Suplementar a legislação federal e estadual
Destaque para matéria urbanística – Art. 182, CF
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Importante:
Art. 31 – Fiscalização do Município pelo
Poder Legislativo Municipal, mediante
Controle Externo e pelos sistemas de
controle interno do Poder Executivo
Municipal, na forma da lei.
Direito Constitucional I
Poder Constituinte e Reforma da
Constituição
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Poder Constituinte
O que é o Poder Constituinte? – É o poder capaz de fazer nascer a Constituição.
A mais alta expressão do poder político. (J. A. S)
O Poder Constituinte é capaz de jurisdicizar a Decisão Política. São as opções políticas inseridas na Constituição. (influência d Carl Schimitt);
Natureza do Poder Constituinte:
É um Poder de fato: (Não se funda em um direito natural – ou divino)
É um poder de direito: (Anti-naturalismo)
Fundamento do direito: o Contrato Social é o acordo de vontades.
Abade Emmanuel Joseph Sieyés: “O que é o Terceiro
Estado?”: o povo é o titular do poder constituinte.
(1788 – Convocação dos Estados Gerais);
Quem é o povo?
Os cidadãos?...
Os nacionais?......
São os partidos políticos?......
O “povo majoritário” ou o “povo minoritário”?....
O “povo real”? (Pluralidade de forças sociais,
econômicas e políticas que se organizam e influenciam
as decisões pré-constituintes e na constituinte)
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- O agente representante do Poder Constituinte
deve ser, preferencialmente, alguém eleito.
- Não é possível ao povo deliberar diretamente
sobre as decisões políticas constituintes.
(Preâmbulo da CF/88).
- A internet seria uma forma de permitir a
participação direta do povo. Dever ser vista como
“direito fundamental”, como na Espanha.
Espécies de Poder Constituinte
1 – Poder Constituinte Originário
Poder constituinte originário é o que cria o Estado e estabelece sua forma de estado, de governo e sistema de governo, elaborando a Constituição, rompendo com a ordem jurídica anterior e submetendo a nova ordem jurídica ao seu comando.
Características:
- Poder Desconstituinte;
- inicial;
- ilimitado juridicamente;
- autônomo;
- soberano;
- permanente;
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2 – Poder Constituinte Derivado (Poder Constituído)
a – Poder Constituinte Derivado Reformador:
Encarregado da reforma da Constituição através de
Propostas de Emendas Constitucionais (PEC);
b – Poder Constituinte Derivado Decorrente:
Poder atribuído aos Estados-membros de elaborar
suas respectivas Constituições, segundo os parâmetros
da Constituição Federal (art. 11 do ADCT);
c – Poder Constituinte Derivado Revisor:
Poder (ou competência) atribuída ao CN de revisar a
Constituição Federal, nos limites atribuídos pela CF,
uma única vez, nos termos do art. 3º do ADCT.
Características do Poder Constituinte Derivado
- também denominado instituído, constituído,
secundário, remanescente;
- Derivado: deriva da Constituição (não é original)
- Subordinado: ao Poder Constituinte original e à
CF;
- Condicionado (limitado): decorre de limites
impostos pela própria CF;
- O povo também é o titular do Poder Constituinte
Derivado;
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Classificação Moderna para o
Poder Constituinte - Poder Constituinte ↔ Poder Desconstituinte;
- Poderes Constituídos:
Por Emenda
Reformador Por Revisão
Por aprovação de Tratados
Internacionais de Direitos Humanos
Decorrente (de competência dos Estados-
membros)
Dinâmica Constituinte
Etapas de elaboração de uma nova Constituição:
1 – Existência de uma ordem jurídica e política
anterior;
2 – Esta ordem jurídica é rompida (momento de
ruptura) ↔ Poder desconstituinte;
3 – Uma vez rompida a ordem vigente, são
tomadas Decisões Pré-constituintes:
- elaborar uma nova Constituição;
- definir o Órgão Exercente do Poder Constituinte;
- definir os Limites Materiais;
- definir as Leis Transitórias;
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4 – Plano das decisões Constituintes propriamente
ditas:
Decisões Constituintes:
a – Procedimentais;
b – decisões constituintes “strictu sensu”;
5 – Promulgação da Constituição;
Decisões Pré-Constituintes à
CF/88 EC nº 26/85 à CF/67: convoca a instalação da
Assembleia Nacional Constituinte e dá outras
providências;
Pontos polêmicos:
1 – A convocação da Ass. Nac. Constituinte se deu
por Emenda, característica do Poder Constituinte
Constituído ou Derivado;
2 – A Ass. Nac. Constituinte foi convocada de
maneira não-exclusiva (Congresso Constituinte,
que exerceria também o poder Constituído);
3 – Participação dos Senadores “Biônicos”,
empossados em 1983, sem legitimidade;
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Limitações Metajurídicas ao
Poder Constituinte Originário “Manual de Direito Constitucional”, Jorge Miranda:
1 – Ideológicas = baseadas no pensamento
dominante, nas crenças, nos lobbies, nas
pressões;
2 – Institucionais = baseadas em instituições
arraigadas na sociedade, como família,
propriedade privada,
3 – Substanciais:
a – Transcendentes;
b – Imanentes;
c – Heterônomas;
Transcendentes: valores éticos superiores, uma
consciência ética coletiva, direitos fundamentais ligados
à dignidade do homem, fora do direito positivo;
Imanentes: dizem respeito à história do Estado.
Exemplo: a revolução acabou de derrubar a monarquia,
não pode a nova ordem restabelecê-la;
Heterônomas: dizem respeito ao direito internacional,
nenhum Estado pode mais tentar ser isolado dos
problemas do planeta:
a – Gerais: limitações de Princípios do Direito
Internacional;
b – Especiais: balizados pelos Tratados Internacionais
Multilaterais ou Bilaterais;
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Positivação da Constituição
Mecanismos pelo qual o dispositivo entra para o
mundo jurídico. Pode se dar por:
- Promulgação;
- Outorga;
- Referendo – (Plebiscito Napoleônico)
Legitimidade de uma Constituição:
Para JAS, a Constituição deve ser legítima pela
sua origem, pelo seu conteúdo e pelo seu
resultado.
Direito Constitucional
Intertemporal Relações da Nova Constituição com:
1 – A Constituição anterior: a regra é que a antiga Constituição seja integralmente revogada. Exceções:
a – Desconstitucionalização. Possibilidade de se aproveitar dispositivos da Constituição anterior como Lei Ordinária. (não adotado no Brasil);
b – Prorrogação. Manutenção temporária de dispositivos da Constituição anterior. Ex: ADCT:
Art. 27, § 1º;
Art. 29, § 3º;
Art. 34;
Art. 70;
Deve haver cláusula expressa admitindo tais hipóteses;
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2 – Com a Legislação Anterior:
a – Recepção: recebe a legislação anterior no que
for compatível materialmente com a nova
Constituição (crivo de constitucionalidade
material);
b – Não-recepção: o conteúdo material da
legislação infraconstitucional não é compatível
com a nova Constituição. A norma não-
recepcionada é considerada revogada.
(Não há necessidade de cláusula expressa).
Pode ocorrer a estipulação revogação futura, como no
art. 25 do ADCT;
3 – Repristinação:
A nova Constituição pode restaurar uma legislação
que havia sido revogada pela Constituição anterior.
A restauração da lei revogada deve estar expressa
no novo texto Constitucional.
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Inconstitucionalidade Superveniente – O STF não admite essa teoria. Trata-se de inconstitucionalidade superveniente de ato normativo produzido antes da nova constituição e perante o novo paradigma. Nesse caso se fala em compatibilidade, havendo então recepção ou em revogação por inexistência de recepção.
Para o STF vigora o princípio da contemporaneidade, ou seja, uma lei só é constitucional perante o paradigma de confronto em relação ao qual ela foi produzida.
Alteração da Constituição
Processos Por Emenda
Formais
(texto) Por Revisão (art. 2 do ADCT)
Alteração da Tratados
Internacionais D. Humanos
Constituição
Processos Constitucional
Informais Mutação
(interpretação) Inconstitucional
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Poder de Reforma da
Constituição - É Poder Constituinte Derivado;
- É Poder condicionado (limitado): decorre de
limites impostos pela própria Constituição;
- É Poder subordinado, seja ao Poder
Constituinte Original, seja à própria Constituição;
- Não pode romper com a ordem Constitucional
vigente;
- Materializa-se a partir da apresentação da
Proposta de Emenda à Constituição – PEC;
- Legitimados a propor a Reforma à Constituição:
(CF/88, art. 60, I, II, III)
Limitações ao Poder de Reforma
da Constituição
1 – Temporal: momento temporal no qual não se
poderá propor a Reforma. Ex: Carta Constitucional de
1824, art. 174 e CF/88, art. 60, § 5º;
2 – Circunstancial: momento conjuntural nos quais a
Constituição não pode ser reformada: intervenção
federal, estado de defesa e estado de sítio (CF/88, art.
60, § 1º);
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3 – Formal: processo pelo qual a PEC
deverá ser votada e aprovada, mais
solene e dificultoso do que as demais leis
infraconstitucionais. - CF/88, art. 60,
incisos e I, II e III e § 2º (quórum
qualificado);
4 – Material: temas que não serão objeto
sequer de deliberação.
(Cláusulas Pétreas – CF/88, art. 60, § 4º);
Poder Constituinte de Revisão
ADCT, art. 3: “A revisão constitucional será
realizada após 5 anos, contados da promulgação
da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos
membros do Congresso Nacional, em sessão
unicameral.”
- seis Emendas Constitucionais de Revisão – EMR
(EMR nº1/94 a EMR nº 6/94)
- destaque para a EMR nº 5/94: “ALTERA O ARTIGO
82 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, SUBSTITUINDO A
EXPRESSÃO "CINCO ANOS" POR "QUATRO ANOS"
PARA O MANDATO DO PRESIDENTE DA REPUBLICA.”
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Bloco de Constitucionalidade
O instituto jurídico denominado bloco de
constitucionalidade tem a capacidade de
reconhecer a existência de normas com
caráter constitucional não contidas
expressamente na Constituição, de
maneira que tais normas
infraconstitucionais tem o papel de
alargar o paradigma do controle de
constitucionalidade.
O sistema constitucional brasileiro é
um conjunto normativo aberto de
regras e princípios que formam uma
unidade coordenada, harmoniosa e
coesa, pautado sempre numa
supremacia das normas
constitucionais.
O sistema de Normas Constitucionais:
Princípios + Regras
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Para CABM: os princípios são:
“Mandamentos nucleares de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas compondo-lhes o espírito e servindo de critério para a sua exata compreensão e inteligência exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico.”
Eros Grau: “(...)logo, como observei em uma outra oportunidade, não se manifesta jamais antinomia jurídica entre princípios e regras jurídicas. Estas operam como concreção daqueles.
Em consequência, quando em confronto dois princípios, um prevalecendo sobre o outro, as regras que dão concreção ao que foi desprezado são afastadas: não se dá a sua aplicação a determinada hipótese, ainda que permaneçam integradas, validamente no ordenamento jurídico.” Despesas públicas – conflito entre princípios e eficácia das regras jurídicas. p. 142
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Aprovação de Tratados Internacionais
de Direitos Humanos
CF/88, art. 5, § 2º: 2º - “Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.”
CF/88, art. 5, § 3º: “Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.” (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004);
Nova Pirâmide Normativa - STF
Status Constitucional: Normas da CF; Trat. Dir. Humanos aprovados pelo art. 5º, par. 3º
Status Supralegal: Tratados Dir. Humanos aprovados antes da EC 45/04
Status Legal: Leis Complementares e Leis Ordinárias.
Status Infralegal: Demais atos Normativos
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Mutação Constitucional
É a modificação da Constituição a partir de sua
interpretação, sem modificação do texto da norma
constitucional. (STF – Poder Constituinte Difuso)
Base Jurisprudencial: HC nº 90.450-5 – MG.
Relator Min. Celso de Mello. 23/09/2008.
Ementa: “Habeas Corpus – Prisão Civil.
Depositário Judicial – A Questão da Infidelidade
Depositária – Convenção Americana de Direitos
Humanos (art. 7, n. 7) – Hierarquia
Constitucional dos Tratados Internacionais de
Direitos Humanos – Pedido Deferido.”
“A subscrição pelo Brasil do Pacto de São José da
Costa Rica, limitando a prisão civil por dívida ao
descumprimento inescusável de prestação alimentícia,
implicou a derrogação das normas estritamente legais
referentes à prisão do depositário infiel." (HC 87.585,
Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 3-12-2008,
Plenário.
Súmula Vinculante nº 25 – STF: “É ilícita a prisão civil
do depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de
depósito.” – 23/12/2009.
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Eficácia e Aplicabilidade das Normas
Constitucionais e Direitos e Garantias
Fundamentais
Normas Constitucionais de Eficácia Plena
e Aplicabilidade Imediata.
Aquelas que, desde a entrada em vigor da
constituição, produzem, ou têm possibilidade de
produzir, todos os efeitos essenciais,
relativamente aos interesses, comportamentos e
situações, que o legislador constituinte, direta e
normativamente, quis regular:
- art. 1;
- art. 20, IX;
- art. 29, IX;
- art. 82;
- art. 150, VI;
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Normas Constitucionais de Eficácia Contida e
Aplicabilidade Imediata
São aquelas em que o legislador constituinte
regulou suficientemente os interesses relativos a
determinada matéria, mas deixou margem à
atuação restritiva por parte da competência
discricionária do Poder Público, nos termos que a
lei estabelecer ou nos termos de conceitos gerais
nelas enunciados:
- - art. 5, VIII;
- - art. 5, XIII;
- - art. 37, I;
- - art. 170, § único;
Normas Constitucionais de Eficácia Limitada
e Aplicabilidade Diferida
Dependem de outras providências (regulamentação) para que possam surtir os efeitos essenciais visados pelo legislador constituinte. Dividem-se em:
1 – Normas Definidoras de Princípios ou Organizativa: são aquelas através das quais o legislador constituinte traça esquemas gerais de estruturação e atribuições de órgãos, entidades ou institutos, para que o legislador ordinário os estruture em definitivo, mediante lei.
- art. 33;
- art. 102, § 2º;
- art. 134, § 1º;
- art. 227, § 8º;
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2 – Normas Definidoras de Princípios
Programáticos: aquelas normas constitucionais
através das quais o constituinte, em vez de regular,
direta e imediatamente, determinados interesses,
limitou-se a traçar-lhes os princípios para serem
cumpridos pelos órgãos (legislativos, executivos,
jurisdicionais e administrativos), como programas das
respectivas atividades, visando a realização dos fins
sociais do Estado:
- art. 4, VIII;
- art. 182 – política urbana;
- art. 187 – política agrícola;
- art. 227, § 1º;
Controle de Constitucionalidade
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Conceito
Controle de Constitucionalidade é a
verificação da adequação vertical que
deve existir entre as normas
infraconstitucionais e a Constituição.
É sempre um exame comparativo
entre um ato legislativo ou normativo
e a Constituição
Fundamento Jurídico do
Controle de Constitucionalidade
O fundamento do controle da constitucionalidade
encontra-se na ideia de supremacia da
Constituição escrita, da existência de uma lei
maior que se sobrepõe a todas as demais normas
jurídicas existentes no País.
A supremacia decorre da própria rigidez das
Constituições escritas.
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Pressupostos do Controle de
Constitucionalidade Dois pressupostos são indispensáveis para
que o controle de constitucionalidade seja
exercido:
1) a presença de uma Constituição rígida, da
qual resulte a superioridade das normas
constitucionais sobre as demais; e
2) existência de um órgão que efetivamente
assegure a supremacia do texto constitucional.
Esquema Controle de
Constitucionalidade
- por ação: formal e material; por omissão
- Formas de controle: preventivo e repressivo
- Órgão de controle: político e judiciário
- Critérios de controle: difuso e concentrado
- Meios de controle: incidental e principal
- Efeitos da decisão: inter partes e erga omnes
- Retroatividade: ex tunc e ex nunc
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INCONSTITUCIONALIDADE POR
AÇÃO
É a produção de atos legislativos ou normativos que contrariem a Constituição.
A inconstitucionalidade pode se dar por motivos formais ou materiais.
Formal: quando o ato é produzido por autoridade incompetente ou em desacordo com as formalidades legais, como prazos, ritos etc.
Material: é a produção de atos legislativos ou normativos que desrespeitem o próprio conteúdo das normas constitucionais.
INCONSTITUCIONALIDADE
POR OMISSÃO É a não-elaboração de atos legislativos ou normativos
que impossibilitem o cumprimento de preceitos
constitucionais.
Sempre que um preceito constitucional não puder ser
cumprido por inércia legislativa ou administrativa dos
poderes constituídos.
Enquanto esse direito não for passível de cumprimento
por falta de legislação regulamentadora, existirá uma
inconstitucionalidade por omissão.
Lei 12.063/09 (altera a Lei 9.868/99): Ação de
Inconstitucionalidade por Omissão (art. 103, § 2º);
Mandado de Injunção (art. 5º, LXXI – em se tratando de
Direitos e Garantias Fundamentais).
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FORMAS DE CONTROLE
Controle preventivo. Feito a priori, antes da
elaboração da lei, impede que um projeto de
lei inconstitucional venha a ser promulgado.
Incide sobre o projeto de lei. É exercido pelos
Poderes Legislativo e Executivo.
O Legislativo executa esse controle pelas
Comissões (CF, art. 58).
O Poder Executivo exerce essa forma de
controle pelo veto do Presidente da República
ao projeto de lei aprovado pelo Legislativo (CF,
art. 66, § 1°).
Controle repressivo, sucessivo ou "a posteriori".
E realizado após a elaboração da lei ou do ato normativo.
Sua finalidade é retirar uma lei ou ato normativo inconstitucional da esfera jurídica.
Essa forma de controle é exercida, nos países que adotaram o sistema constitucional norte-americano, pelo Poder Judiciário.
No Brasil, o Poder Judiciário exerce o controle repressivo da constitucionalidade mediante dois sistemas, em abstrato e em concreto.
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ÓRGÃOS DE CONTROLE
Político: O controle político da
constitucionalidade é exercido por
órgão não pertencente ao Poder
Judiciário.
Exemplos: na França, ele é feito pelo
Conselho Constitucional. Na extinta
URSS, era exercido pelo Soviete
Supremo.
Judicial ou judiciário: O controle judicial da constitucionalidade é exercido pelos integrantes do Poder Judiciário.
A verificação da adequação vertical, da correspondência entre atos legislativos e a Constituição, é feita pelos ,juízes e tribunais.
Exemplos: Brasil e Estados Unidos. O controle pode ser feito pelos critérios difuso ou concentrado.
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CRITÉRIOS DE CONTROLE
a) Difuso: O controle da constitucionalidade é exercido por todos os integrantes do Poder Judiciário. Qualquer juiz ou tribunal pode declarar a inconstitucionalidade da lei no caso em exame (Estados Unidos).
b) Concentrado: O controle só é exercido por um Tribunal Superior do país ou por uma Corte Constitucional (Alemanha).
O Brasil adota os dois critérios: o difuso no controle em concreto e o concentrado no controle em abstrato.
MEIOS DE CONTROLE
a)Incidental ou via de defesa: O objeto da ação é a satisfação de um direito individual ou coletivo. Alega-se, de forma incidental, a ofensa do ato legislativo ou normativo ao Texto Constitucional.
b) Principal ou via de ação: O objeto da ação é a própria declaração da inconstitucionalidade do ato legislativo ou normativo.
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EFEITOS DA DECISÃO
a) "Inter partes": A decisão produz
efeitos somente entre as partes, para
as pessoas que participaram da
relação processual. É uma
conseqüência da via de defesa.
b) "Erga omnes": A decisão produz
efeitos para todos. É uma
conseqüência da via de ação.
NATUREZA DA DECISÃO
a)"Ex tunc": A decisão que declara a inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo é retroativa, alcançando a lei e todas as suas conseqüências jurídicas desde a sua origem.
b) "Ex nunc": A decisão que declara a
inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo não é retroativa, produzindo efeitos a partir da sua publicação. (art. 27, da Lei 9.868/99)
Ver caso ADI 4029-DF
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Controle Preventivo Judicial da
Constitucionalidade O Supremo Tribunal Federal tem admitido, somente por
parte de parlamentares, o exercício de um controle
jurisdicional preventivo da constitucionalidade.
É assegurado aos membros do Poder Legislativo o
direito público subjetivo à correta formação de espécies
normativas, impedindo a tramitação de emendas
constitucionais e leis que incidam em vícios
constitucionais.
É possível a concessão de um mandado de
segurança contra ato do Presidente de uma Casa
Legislativa que admita a tramitação de uma proposta
de emenda constitucional que pretenda a supressão de
uma cláusula pétrea, por exemplo.
Controle Repressivo pelo
Legislativo A Constituição Federal, de forma excepcional, em duas
hipóteses, admite que o controle repressivo da
constitucionalidade seja exercido pelo Poder Legislativo, com a
finalidade de retirar do ordenamento jurídico normas já editadas,
com plena vigência e eficácia:
1ª) decreto legislativo do Congresso Nacional visando sustar
atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar (CF, art. 84, IV, segunda parte) ou dos limites da
delegação legislativa (CF, art. 68, § 2°), conforme o disposto no
art. 49, V;
2ª) medidas provisórias rejeitadas pelo Congresso Nacional
por apresentarem vício de constitucionalidade, por não
atenderem aos pressupostos constitucionais de relevância
e urgência (CF, art. 62, § 5°).
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Controle Abstrato da
Constitucionalidade O controle abstrato da constitucionalidade é
processo de natureza objetiva, em que é questionada a própria constitucionalidade ou não de uma lei, não se admitindo a discussão de situações de interesses meramente individuais:
a) O objeto da ação é a própria declaração da inconstitucionalidade ou constitucionalidade do ato legislativo ou normativo (via principal ou de ação).
b) A ação deve ser proposta diretamente perante o Supremo Tribunal Federal (controle concentrado).
c) A decisão tem efeito erga omnes, produzindo coisa
julgada mesmo para as pessoas e órgãos que não
participaram da ação (Lei 9.868/99, art. 28, par. único)
Não se admite-se a intervenção de terceiros no
processo de ação direta de inconstitucionalidade, com
exceção da figura do amicus curiae (Lei 9.868/99, art.
7, § 2º);
d) A ação só pode ser proposta pelos órgãos e pessoas
mencionadas no art. 103 da Constituição Federal
(legitimados).
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Legitimados para propor a ADI
CF/88, art. 103:
I – O Presidente da República;
II – A Mesa do Senado Federal;
III – A Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – A Mesa de Assembleia Legislativa ou a Mesa da Câmara Legislativa do DF;
V – O Governador de Estado ou do DF;
VI – O Procurador Geral da República;
VII – O CFOAB;
VIII – Partido Político com representação no CN;
IX – Confederação Sindical ou Entidade de Classe de âmbito nacional.
Remédios Constitucionais
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Direitos e Garantias Fundamentais
Direitos e deveres individuais e coletivos; (art. 5)
Direitos sociais; (arts. 6 a 11)
Direitos da nacionalidade; (arts. 12 e 13)
Direitos políticos; (arts. 14 a 17)
Não se restringem ao artigo 5º da CF, podendo ser
encontrados ao longo do texto constitucional,
expressos ou decorrentes dos princípios adotados
pela Constituição ou ainda, decorrentes de
tratados internacionais dos quais o Brasil seja
parte.
Evolução dos Direitos Fundamentais:
1ª dimensão – dizem respeito às liberdades
públicas e aos direitos políticos – LIBERDADE. Ex. Magna Carta.
2ª dimensão – privilegiam os direitos sociais, culturais e econômicos – IGUALDADE. Ex. Constituição de Weimar.
3ª dimensão – remetem à preservação ambiental e às dificuldades para proteção dos consumidores. Decorrem do desenvolvimento tecnológico, científico – SOLIDARIEDADE. O ser humano é inserido numa coletividade. Paulo
4ª dimensão – referem-se aos avanços no campo da engenharia genética, da informação do pluralismo – direitos das minorias;
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Diferença entre os Direitos e as
Garantias Fundamentais:
• Os direitos são bens e vantagens prescritos na
norma constitucional, enquanto as garantias são
os instrumentos através dos quais se assegura o
exercício dos aludidos direitos.
• Diferença entre as garantias fundamentais e os
remédios constitucionais:
• Os remédios constitucionais (Habeas Corpus,
Habeas Data, etc..) são espécie do gênero
Garantias, pois em alguns casos a garantia poderá
estar na própria norma que assegura o direito (ex.
direito: ao juízo natural – garantia: vedação à
instituição do juízo ou tribunal de exceção) .
Características dos Direitos e
Garantias Fundamentais • Universalidade: destinam-se a todos os
seres humanos;
• Relatividade: não são absolutos;
• Concorrência: podem ser exercidos cumulativamente;
• Irrenunciabilidade: não são renunciáveis. Podem não ser exercidos, mas não podem ser renunciados;
• Inalienabilidade: não são alienáveis;
• Imprescritibilidade: podem ser sempre exercidos. Não há intercorrência temporal que fundamente a perda da exigibilidade pela prescrição.
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Abrangência e Aplicabilidade dos
Direitos e Garantias Fundamentais
Art. 5, caput: “Todos são iguais perante a lei....”
Art. 5, § 2º : outros direitos decorrentes do regime
e dos princípios adotados, ou dos tratados
internacionais que a República Federativa do
Brasil seja parte;
Art. 5, § 3º: “Os tratados e convenções
internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados....
Art. 5, § 1º: “As normas definidoras dos direitos e
garantias fundamentais tem aplicação imediata”
Tribunal Penal Internacional
Art. 5, § 4º: O Brasil se submete à jurisdição do Tribunal
Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado
adesão.
- Estatuto de Roma; cria o TPI, aprovado em 17/07/98.
Em vigor no Brasil a partir de 01/09/2002;
- competência: julgar crimes de:
- genocídio;
- contra a humanidade;
- de guerra;
- de agressão;
Tribunal de jurisdição complementar às jurisdições
penais nacionais (princípio da complementariedade);
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Federalização dos Crimes
Contra os Direitos Humanos Art. 109, V-A e § 5º, nos termos da EC 45/04;
Incidente de Deslocamento de Competência - IDC
Crimes contra os Direitos Humanos:
- tortura;
- homicídio doloso praticado por agente de quaisquer entes federados no exercício de suas funções ou por grupo de extermínio;
- crimes contra as comunidades indígenas;
- homicídio doloso por razões de raça, sexo, opção sexual, cor, religião, opinião, por conflito fundiário de natureza coletiva;
- uso, intermediação e exploração de trabalho escravo ou de crianças e adolescentes em quaisquer formas previstas em tratados internacionais;
Direito à Vida – art. 5º, “caput”: Direito de todos os
seres humanos que abrange também o direito de ter uma
vida digna (garante-se as necessidades vitais básicas do ser
humano proibindo tratamento indigno como a pena perpétua,
a tortura, trabalhos forçados, cruéis, etc). Em caso de guerra
declarada haverá pena de morte.
Direito à Liberdade de locomoção – art. 5º, XV e LXI
Trata-se do direito de ir e vir. Ninguém será preso senão em
flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente (art. 5º, LXI). Poderá ser
restringido durante o Estado de Defesa nas prisões por crime
de Estado e durante o Estado de Sítio podendo ser tomadas
medidas restritivas em caso de guerra declarada ou
agressão armada estrangeira
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Direito à Liberdade da manifestação de pensamento – art.
5º, IV e V. Trata-se de liberdade em que se veda o anonimato.
Direito à Liberdade de consciência, crença e culto– art. 5º,
VI a VIII. Assegura o livre exercício de cultos religiosos, a
liberdade de crença e consciência. Nesse sentido ninguém será
privado de direitos por motivo de crença religiosa ou convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de
obrigação legal a todos imposta. (ex. serviço militar ou recusar-
se a cumprir prestação alternativa prevista em lei).
Direito à Liberdade de atividade intelectual, artística,
científica ou de comunicação e indenização em caso de
dano – art. 5º, IX e X. Assegura atividade intelectual, artística,
científica ou de comunicação, independentemente de censura
ou licença
Liberdade de informação– art. 5º, XIV e XXXII
É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado
o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional.
Trata-se do direito de informar e de ser informado.
Direito à Liberdade de profissão– art. 5º, XIII
É assegurado a todos a liberdade de exercício de profissão,
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.
Direito de Reunião – art. 5º, XVI
Assegura o direito de reunião de forma pacífica, sem armas,
em locais abertos ao público, independentemente de prévia
autorização (desde que não frustre outra reunião
previamente convocada). Exige apenas prévio aviso à
autoridade competente. Esse direito poderá ser restringido
no Estado de defesa e durante o Estado de Sítio.
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Direito de Associação – art. 5º, XVII , XVIII, XIX, XX e XXI
Deve ser exercido para fins lícitos, sem caráter paramilitar. A criação
de associações na forma da lei e a de cooperativas independem de
autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu
funcionamento. Outrossim, ninguém será compelido a associar-se.
Direito à propriedade – art. 5º, XXII, XXIII, XXIV, XXV e XXVI
Trata-se de direito que não é absoluto, visto que a propriedade
pode ser desapropriada por necessidade ou utilidade pública e,
desde que esteja cumprindo a sua função social, será paga justa
e prévia indenização em dinheiro. Entretanto, se não cumprida a
sua função social, poderá haver a chamada desapropriação
sanção com pagamento de títulos da dívida pública pelo Município
ou a desapropriação para fins de reforma agrária, com pagamento
de títulos da dívida agrária pela União.
Direito ao Sigilo de correspondência e comunicações – art. 5º,
XII
Sigilo de correspondência – em regra é inviolável, exceto quando
ocorrer Estado de Sítio e de Defesa, momentos em que poderá ser
restringido.
Sigilo das comunicações telefônicas – sua quebra é permitida na
forma em que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou
instrução penal.
Sigilo bancário – LC 105/01 disciplina as regras sobre o sigilo das
operações financeiras, quando houver processo administrativo
instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam
considerados indispensáveis pela autoridade administrativa
competente, devendo o resultado dos exames, as informações e os
documentos ser conservados em sigilo, observada a legislação
tributária
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Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição – art. 5º, XXXV
“A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”.
Trata-se do “acesso à ordem jurídica justa” ou “acesso ao Judiciário” ou “acesso ao Judiciário”.
Direito de Petição e Obtenção de certidões - art. 5º, XXXIV
Direito de petição: aos Poderes Públicos em defesa de direito ou contra ilegalidade ou abuso de poder.
Obtenção de certidões: em repartições públicas, para a defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.
Limites à retroatividade da lei – art. 5º, XXXVI
Direito adquirido: direito cujo começo do exercício tenha termo prefixo ou condição preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
Ato jurídico perfeito: ato já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.
Coisa Julgada: decisão judicial de que não caiba mais recurso.
A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu - art. 5º, XL
Habeas Corpus
Habeas Corpus – art. 5º, LXVIII:
“Conceder-se-á habeas-corpus sempre que alguém
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade
ou abuso de poder.”
Defesa de lesão à liberdade de ir e vir;
Pode ser impetrado por qualquer pessoa. Não requer
advogado.
O autor dessa ação constitucional é o impetrante,
enquanto que o indivíduo em favor do qual se impetra é
o paciente (podendo ser o próprio impetrante). A
autoridade que pratica a ilegalidade ou abuso de poder,
autoridade coatora ou impetrado.
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Mandado de Segurança
Mandado de Segurança - art. 5º, LXIX:
“Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.”
Ação de natureza cível, qualquer que seja a natureza da ilegalidade;
Lei 1.533/51, alterada pela Lei 12.016/09;
Direito Líquido e certo – pode ser demonstrado de plano sem prova pré-constituída e dilação probatória.
Ilegalidade (ato vinculado) ou abuso de poder (ato discricionário)
Mandado de Segurança Coletivo
Art. 5, LXX:
“O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado:
a – partido político com representação no Congresso Nacional;
b – organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados”
- art. 21 da Lei 12.016/09: - direitos coletivos e individuais homogêneos;
- prazo: art. 23 da Lei 12.016/09 – 120 dias (da ciência);
- vedações: art. 5 da Lei 12.016/09;
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Mandado de Injunção
Mandado de Injunção – art. 5º, LXXI
“Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.”
Requisitos:
- norma constitucional de eficácia limitada, prescrevendo direitos, liberdades constitucionais e prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
- falta de norma regulamentadora, impossibilitando o exercício das liberdades e prerrogativas ali mencionadas – (omissão do Poder Público)
- ação constitucional de garantia individual – controle concreto ou incidental da constitucionalidade por omissão.
- combate a chamada “síndrome de inefetividade das normas constitucionais”.
- legitimado: qualquer pessoa cuja falta da norma regulamentadora tiver inviabilizado o exercícios dos direitos, liberdades e prerrogativas ali descritas;
- admite-se o MI coletivo;
- admite-se a impetração por Pessoa Jurídica de Direito Público;
- polo passivo: a Pessoa Jurídica Estatal responsável pela edição da Norma Regulamentadora;
05/08/2015
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Habeas Data
art. 5º, LXXII
“Conceder-se-á "habeas-data":
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.”
- polo ativo: qualquer pessoa;
- polo passivo: entidade governamental ou entidade de caráter público;
- não confundir com o “Direito de Certidão”, XXXIV, ou com o Direito à Informação dos Órgão Públicos, XXXIII.
Ação Popular
Art. 5, LXXIII:
“qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade....”
Requisitos:
- Lesividade ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe;
- Lesividade à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural;
- proposta por cidadão (Lei 4.717/65, art. 1, § 3º);
- necessidade de assistência por advogado;
- presença do Ministério Público como parte pública autônoma;