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FUNDAÇÃO ESCOLA TÉCNICA LIBERATO SALZANO VIEIRA DA CUNHA CURSO TÉCNICO DE MECÂNICA CARLOS EDUARDO MARQUES SEIVA IGOR PETRY LUCCA DICKEL SIMULADOR DE ESPAÇOS CONFINADOS ROTATIVO Orientador: Diógenes Dias Coorientador: Paulo Ricardo Matielo Lemos Novo Hamburgo, setembro de 2016.

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FUNDAÇÃO ESCOLA TÉCNICA LIBERATO SALZANO VIEIRA DA CUNHA

CURSO TÉCNICO DE MECÂNICA

CARLOS EDUARDO MARQUES SEIVA

IGOR PETRY

LUCCA DICKEL

SIMULADOR DE ESPAÇOS CONFINADOS ROTATIVO

Orientador: Diógenes Dias

Coorientador: Paulo Ricardo Matielo Lemos

Novo Hamburgo, setembro de 2016.

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CARLOS EDUARDO MARQUES SEIVA

IGOR PETRY

LUCCA DICKEL

SIMULADOR DE ESPAÇOS CONFINADOS ROTATIVO

Relatório apresentado ao Curso de Mecânica, ao

CESP e à Fundação Liberato, como parte de

nosso Projeto de Integração Disciplinar (PID).

Orientador: Professor Diógenes Dias

Coorientador: Paulo Ricardo Matielo Lemos

Novo Hamburgo, setembro de 2016.

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FOLHA DE ASSINATURAS

CARLOS EDUARDO MARQUES SEIVA

IGOR PETRY

LUCCA DICKEL

SIMULADOR DE ESPAÇO CONFINADO ROTATIVO

FUNDAÇÃO ESCOLA TÉCNICA LIBERATO SALZANO VIEIRA DA CUNHA

CURSO TÉCNICO DE MECÂNICA

Novo Hamburgo, setembro de 2016

__________________________

Carlos Eduardo – 9299-0818

_________________________

Igor Petry – 8594-2285

_________________________

Lucca Dickel – 9885-4900

________________________

Diógenes Dias

Professor Orientador

________________________

Paulo Matielo

Coorientador

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RESUMO

O seguinte trabalho consiste em desenvolver um simulador de espaço

confiado rotativo, ou seja, um modelo de simulador para agregar no treinamento

prático de resgate em espaço confinado no curso da NR-33. O curso de espaço

confinado, ou seja, de acordo com a norma NR-33, a qual aborda sobre os

procedimentos e licenças que o trabalhador precisa obedecer para poder entrar em

um espaço confinado, tem uma parte teórica e a outra parte prática que instrui ao

aluno como se comportar durante um resgate ou trabalho dentro de um espaço

confinado. Ter um profissional mais habilitado para este tipo de trabalho é muito

importante para que diminua os riscos de acidente, ou, se houver, o resgatista

estará mais preparado para acidentes como: falta de oxigênio, explosões, entre

outros. O protótipo proposto pelo grupo não tem como objetivo substituir os

simuladores de espaço confinado já existentes, mas sim agregar ao conjunto para

melhor treinamento do trabalhador, fazendo com que o mesmo esteja preparado

para diversas situações. Para representar virtualmente o corpo do simulador, foi feito

um projeto no software 3D de CAD, Inventor. Para comprovar que é válido o uso do

simulador de espaço rotativo nos treinamentos de NR-33, realizou-se algumas

pesquisas em empresas e consultando alguns profissionais da área. Além deste

método para comprovar a hipótese do projeto, também foi feito um treinamento

utilizando o próprio simulador desenvolvido, para analisar o aprendizado do grupo de

alunos do curso de reciclagem da NR-33.

Palavras chave: Simulador. Espaço Confinado. Rotativo. NR-33. Segurança do

trabalho.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos, primeiramente, ao nosso coorientador Paulo Matielo Lemos,

diretor presidente do CT Nascer, por ter nos atendido desde de o primeiro contato no

início do projeto até o presente momento e por nos permitir o uso de seu centro de

treinamento, em Esteio, e seus materiais.

Agradecemos ao nosso orientador Diógenes Dias, pelas ótimas dicas e

orientações ao longo do projeto e por sempre nos ouvir nos momentos que

precisávamos.

Agradecemos aos profissionais que nos concederam entrevistas para

apresentar o projeto e pedir ajuda no mesmo: Gilvan Soares, técnico de segurança

da Braskem, Gabriel Ferri, técnico de processos da Inova, Rossandro, supervisor de

solda da Braskem e Márcio Giovani, responsável pela segurança da DuPont. Suas

palavras foram essenciais para o desenvolvimento do projeto.

Também agradecemos aos professores do Centro de Treinamento Nascer,

Edmundo Cosme e Moisés, que ministraram o curso de reciclagem da NR-33, cujo

mesmo foi de grande importância para a construção do relatório.

Por último, agradecemos aos nossos familiares, pois sem seu apoio,

conselhos e motivação não conseguiríamos finalizar os trabalhos do projeto.

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Sumário

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7

2 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 8

2.1 Espaço confinado................................................................................................ 8

2.2 – Incidência de Acidentes em Espaços Confinados. ....................................... 8

2.3 Simuladores de espaço confinado .................................................................... 9

2.3.1 Tipos de Simuladores ....................................................................................... 10

2.4 – Normas ............................................................................................................ 11

2.5 – Espaço confinado nas empresas .................................................................. 12

2.6 Funcionamento do motor ................................................................................. 13

2.7 Funcionamento do Simulador de Espaço Confinado Rotativo ..................... 13

3 METODOLOGIA .................................................................................................... 14

3.1 Local do desenvolvimento ............................................................................... 15

3.2 Materiais utilizados ........................................................................................... 15

3.3 Desenvolvimento no software .......................................................................... 15

3.4 Desenvolvimento do protótipo ......................................................................... 18

3.5 Treinamento ....................................................................................................... 19

4 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 20

5 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 22

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1 INTRODUÇÃO

O PID, Projeto de Integração Disciplinar, tem como objetivo a elaboração de

projetos de pesquisa inovadores na área da mecânica, realizados pelos alunos de

terceiras e quartas séries no decorrer do ano letivo. A nossa pesquisa classifica-se

como pesquisa tecnológica, partindo de um conhecimento pré-existente, no caso, os

simuladores convencionais, buscando desenvolver um novo método para uma

melhor preparação dos resgatistas. O tema abordado pelo grupo é um simulador de

espaço confinado rotativo com mudanças progressivas de dificuldades, reproduzindo

com maior realidade o cenário encontrado em situações de resgate em espaço

confinado.

O principal propósito do projeto é desenvolver um simulador de espaço

confinado rotativo com a possibilidade de alteração do nível de dificuldade.

O problema predominante da proposta idealizada pelo grupo é compreender

se é possível a construção de um protótipo, visando que o projeto é baseado em um

simulador particularizado dos convencionais, chegando, assim à hipótese: há

possibilidade do desenvolvimento deste simulador proposto pelo grupo,

apresentaremos, então, neste relatório, os dados encontrados sobre os simuladores

já existentes e o modo como poderemos desenvolver a nossa ideia respeitando a

norma NR-33, que trata sobre o trabalho em espaço confinado. Junto ao referencial

teórico, apresentaremos também o funcionamento dos treinamentos oferecidos aos

trabalhadores nessa área. Após as pesquisas feitas, faremos a representação

gráfica do nosso simulador no software de CAD Inventor e depois a construção do

protótipo, concluindo, assim, se é ou não possível o desenvolvimento do simulador.

O relatório está disposto em 4 capítulos, sendo estes: referencial teórico,

metodologia e conclusão.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo é apresentada uma pesquisa teórica sobre o tema, com estudo

sobre os simuladores e treinamentos em espaço confinado, o trabalho nas

empresas, normas que tratam sobre o assunto e materiais pesquisados para o

desenvolvimento do nosso simulador.

2.1 Espaço confinado

Espaço Confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para

ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio.(NR-33, 2006)

O treinamento avançado no espaço confinado é um dos mais importantes em

todos os locais onde possuem trabalhos nesse tipo de condição, pois ocorrem

muitos acidentes nesses locais, e por possuírem cenários muito diferentes,

dificultando assim o trabalho do resgatista, que muitas vezes pode se tornar mais

uma vitima se não tiver o preparo necessário, ou seja, qualquer treinamento que

agregue para a formação é preparação do resgatista, é válido.

2.2 Incidência de Acidentes em Espaços Confinados.

Primeiramente, é importante definir quais são os riscos de trabalho em um

espaço confinado.

A deficiência de oxigênio para o trabalhador é um dos maiores riscos, pois a

partir de estudos realizados pela Universidade Federal Fluminense, em um trabalho

de pós-graduação em engenharia da segurança do trabalho efetuado por Luiz

Carlos Saraiva Serrão (Eng° de Segurança), Osvaldo Luis Gonçalves Quelhas

(D.Sc) e Gilson Brito Alves Lima (Eng° de segurança, M.Sc.), se a concentração de

oxigênio no ar for inferior á 18%, significa um perigo real a saúde do empregado.

Tendo como base, de que a concentração normal de ar atmosférico é

aproximadamente de 20,9%.

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Os principais fatores que podem fazer com que a concentração do ar no

espaço confinado seja inferior á 18%, segundo os estudos recém citados no

parágrafo anterior, é o deslocamento do ar por gás ou vapor devido a inertização,

desvaporização, elevada concentração de gases e vapores e do incêndio;

decomposição de matéria orgânica por microorganismos; e, por final, a ferrugem.

Outro grande risco do trabalho no espaço confinado, é a exposição aos

agentes químicos e físicos presentes no ambiente. Alguns exemplos de agentes

químicos são poeiras, fumaças, fumos, gases e vapores. Exemplos de agentes

físicos são ruídos, vibração, pressão, temperaturas anormais e iluminação.

Incêndios e explosões são mais riscos que o trabalhador corre enquanto faz o

seu serviço, a presença de gases ou vapores, bem como poeiras combustíveis, se

não forem detectados previamente em um espaço confinado, podem comprometer a

saúde e até a vida do empregado.

Riscos elétricos e mecânicos dependem do tipo de serviço que o trabalhador

está realizando dentro do espaço confinado, mas mesmo não sendo riscos

constantes e sempre presentes, são perigos reais e que devem ser evitados.

A incidência de acidentes em espaços confinados varia de acordo com a área

de trabalho. De acordo com uma pesquisa realizada entre os anos de 1983 e 1993

nos Estados Unidos da América, o índice de acidentes fatais na área da construção

em espaços confinados é de 22,93%, na área da administração publica é de

20,18%, na área da fabricação é de 19,27%, na agricultura/pesca é de 17,43%, no

transporte é de 11,01%, nos serviços é de 7,34% e no comércio é de 1,83%.

2.3 Simuladores de espaço confinado

O empregador, ou seu representante com habilitação legal, deve providenciar treinamento inicial e periódico de tal forma que todos os trabalhadores envolvidos com a questão do espaço confinado adquiram capacitação, conhecimento e habilidades necessárias para o desempenho seguro de suas obrigações designadas. (NBR-14787, 2001)

Os simuladores convencionais são utilizados nos treinamentos com intuito de

reproduzir um espaço confinado e uma situação de risco, onde o resgatista deve

preparar uma estratégia para o salvamento da pessoa que esta e risco dentro do

simulador.

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2.3.1 Tipos de Simuladores

As decorrências de acidentes nos espaços confinados e a preocupação com

a segurança dos trabalhadores e na qualificação de um resgatista para estes casos,

viram a necessidade da criação de treinamentos e de espaços que remetem as

situações reais desses ambientes. Os simuladores dito convencionais geralmente

são tubos, sendo posicionados na vertical ou horizontal como mostram nas figuras 1

e 2, dependendo do modelo, em que os resgatistas entram, realizam o procedimento

de colocar a vítima na maca e retirá-la do local, com maior agilidade possível.

Figura 1 – Simulador de Espaço Confinado Vertical

Fonte: os autores

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Figura 2 – Simulador de Espaço Confinado Horizontal

Fonte: os autores

2.4 Normas

A principal norma na qual nos baseamos, é a NR-33, ela estabelece os

requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o reconhecimento,

avaliação, monitoramento contínuo e controle dos riscos existentes, de forma a

garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem

direta ou indiretamente nestes espaços.

Essa mesma norma, define as responsabilidades dos empregadores e dos

trabalhadores em relação aos seus deveres dentro do ambiente de trabalho em que

envolva espaço confinado.

Determina também a gestão de segurança e saúde nos trabalhos em espaços

confinados, assim como o procedimento para emergência e salvamento.

É importante destacar que a NR-33 determina que nas empresas, os

trabalhadores que desempenham serviços em algum espaço confinado, devem ter o

treinamento devido para desempenhar o seu trabalho.

Outra norma utilizada pelo grupo foi a NR-10 (segurança em instalações e

serviços em eletricidade). Ela determina as medidas de controle, a segurança em

projetos, a segurança em construção, montagem, operação e manutenção, s

segurança em instalações elétricas desenergizadas, a segurança em instalações

elétricas energizadas, os trabalhos envolvendo alta tensão, a habilitação,

qualificação, capacitação e autorização dos trabalhadores, a proteção contra

incêndio e explosão, a sinalização de segurança, os procedimentos de trabalho, a

situação de emergência, as responsabilidades e as disposições finais.

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2.5 Espaço confinado nas empresas

Para ter um conhecimento dos espaços confinados nas empresas, foi

marcada uma reunião com o chefe da segurança do trabalho da empresa DuPont,

Marcio Oliveira. O profissional informou sobre os tipos de trabalho que envolvem

espaço confinado dentro da empresa, dentre eles estão: a limpeza de tanques, a

troca de filtros manga, a regulagem e verificação das pás, a limpeza dos silos de

soja e a verificação do equipamento.

O encarregado da segurança do trabalho, nos inteirou sobre a sigla utilizada

pela empresa para iniciar o trabalho em espaço confinado. O procedimento utilizado

pela DuPont, localizada em Esteio, é de trancar, verificar e etiquetar (TVE).

Primeiramente, chama-se um eletricista para coordenar o processo de bloqueio da

rede elétrica. Em seguida, verifica-se a área para assegurar que esta apta para a

entrada do trabalhador. E por final, quando todos os passos foram realizados com

sucesso, etiqueta-se o local para isolar a área e identificar que haverá trabalho em

espaço confinado.

Figura 3 – Silos de soja na empresa Dupont

Fonte: Edimundo Cosme, Funcionário Dupont (2016)

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2.6 Funcionamento do motor

Para a rotação do simulador inicialmente foi testado a utilização de um motor

de portão eletrônico basculante, porém o mesmo não obteve êxito nos testes por

não possuir o torque necessário para girar a estrutura, assim então houve a

mudança para um motor de indução da fabricante Weg, acoplado a um motorredutor

de 30/1, ou seja, a cada 30 rotações realizadas pelo motor, gera uma rotação no

eixo de saída do motorredutor, gerando assim a rotação e o torque necessários. O

teste feito com essa alteração no motor teve resultados positivos, o motor cumpriu

corretamente sua função.

Figura 4 – Motor W21 WEG

Fonte: Soto Filhos

2.7 Funcionamento do Simulador de Espaço Confinado Rotativo

O simulador desenvolvido pelo grupo em conjunto com o CT Nascer , tem o

funcionamento da seguinte forma, o simulador tem como base um módulo de torre

eólica de formato dodecaédrico, com dimensões de 6 metros de comprimento e 1,2

metros e 1,5 metros de diâmetro progressivamente. Com divisórias internas de

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compensado naval, a seção será divida em quatro partes, resultando em 24 metros

de diferentes cenários de zona de resgate. Com o sistema de rotação, é possível

que a cada 90 graus de giro, podem ser alterados mais uma vez esse cenário,

sendo assim, ao completar a rotação completa de 360 graus, são possíveis 96

metros de diferentes tipos de cenário de resgate, possibilitando chegar no nosso

objetivo, que é preparar o resgatista da melhor forma possível, induzindo-os à níveis

cada vez mais elevados de treinamento. Além desta função a rotação do simulador

tem com objetivo trazer a tensão e complicações que podem ser encontradas em

situações reais, que induzem o resgatista a ter a percepção de desligar o

equipamento antes de iniciar o resgate propriamente dito, questões essas essenciais

para um procedimento bem sucedido, evitando vítimas fatais ou até mesmo que o

resgatista se torne mais uma vítima.

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3 METODOLOGIA

Este capítulo aborda o planejamento dos procedimentos para o

desenvolvimento do simulador de espaço confinado rotativo, que é composto em 3

fases. Na primeira foram feitos o desenho em 3D de como seria o simulador e o

detalhamento das vistas completas e em corte. Na segunda partiu-se para o

desenvolvimento do protótipo do simulador. E na terceira o treinamento realizado

pelos alunos do curso de reciclagem da NR-33, realizado no CT Nascer.

3.1 Local do desenvolvimento

O trabalho com o software Inventor da empresa AutoDesk, tanto o

desenvolvimento em 3D como o detalhamento foram feitos nos laboratórios de

informática da Fundação Liberato. Já o desenvolvimento do protótipo foi realizado no

Centro de Treinamento Nascer em Esteio, em conjunto com nosso coorientador.

3.2 Materiais utilizados

Para a compra dos materiais utilizados tivemos o apoio do CT Nascer e o seu

responsável Paulo Matielo, nosso coorientador, que arcou com os custos do projeto,

pois o simulador ficará no CT e será utilizado no curso de NR-33, trabalho em

espaço confinado.

3.3 Desenvolvimento no software

A base para o desenvolvimento do simulador, foi um pedaço de um módulo

de torre eólica, doado pela empresa Baram Energy para o CT, que foi de onde

partimos para a elaboração do desenho no Inventor. A geometria desse módulo é

um tubo de secção dodecaédrica com 6 metros de comprimento e diâmetros de 1,2

metros e 1,5 metros nas extremidades, ou seja, ele é cônico.

O processo foi iniciado com a criação de um projeto dentro do software,

podendo assim fazer os desenhos separadamente e montando posteriormente

dando origem ao conjunto e depois o detalhamento das peças, tudo isso de uma

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maneira mais fácil e eficiente, pois todos os processos ficam armazenados dentro do

projeto.

Após retiradas as medidas do módulo, foi feita a representação gráfica dele

no software. Para que ele pudesse ser acoplado nos trilhos, que dariam origem a

rotação, era necessário a acoplagem de anéis em volta do módulo, então foram

desenhados esses anéis e a ligação deles com o corpo da estrutura. Por fim as

dificuldades dentro do simulador propostas em desenho pelo coorientador, foram

acopladas dentro da estrutura, terminando assim o desenho do corpo do simulador.

Com o corpo pronto, partiu-se para o desenho das tampas de entrada, sendo

a tampa com menor diâmetro bipartida e outra com 3 bocas de entrada, essas com

as geometrias geralmente encontradas nas entradas de espaços confinados em

situações reais, uma delas circular, a segunda retangular e a terceira elíptica.

Os processos utilizados nos desenhos foram básicos, processos de extrusão,

casca, revolução e algumas restrições na montagem.

O detalhamento, foi feito da vista frontal, isométrica e lateral, sendo a lateral

em dois sentidos, nos sentidos das divisórias que dividem o tubo em quatro, e as

suas respectivas vistas em corte, mostrando assim os detalhes internos das divisões

feitas.

Figura 5 – Simulador Rotativo em 3D no software Inventor

Fonte: os autores (2016)

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Figura 6 – Simulador Rotativo em 3D no software Inventor

Fonte: os autores (2016)

Figura 7 – Detalhamento do Simulador Rotativo

Fonte: os autores (2016)

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3.4 Desenvolvimento do protótipo

A primeira etapa, que deu origem à ideia, foi a doação do módulo para o

Centro de Treinamento, sendo usado como base para todas as outras etapas. Como

citado anteriormente, foi desenvolvido o desenho de como seria o simulador. A

segunda etapa foi a compra e montagem das chapas de compensado naval,

utilizadas como divisórias dentro do simulador para gerar dificuldades na locomoção

dentro do mesmo. A terceira etapa então foi a calandragem dos dois anéis tubulares

e a soldagem deles no corpo do módulo, para serem apoiados nos trilhos e servir

como suporte para a rotação do simulador. Após isso, foi feito a construção das

duas tampas do simulador, nas quais uma é divida ao meio, e a outra divida em três

bocas de visita, simulando as que geralmente são apresentadas nos espaços

confinados em empresas. Para produzir os roletes conectados aos mancais,

contratou-se o serviço de um torneiro mecânico para o dimensionamento da peça.

Para a montagem do motor e sistema elétrico do simulador, terceirizou-se o serviço

de um eletricista, no qual o mesmo instalou toda parte ligada a fonte de energia

elétrica do protótipo, baseando-se nas citações da NR-10, norma que regulamenta o

trabalho de instalações elétricas. A justificativa para as terceirizações de algumas

etapas está presente nos anexos.

Com todas as etapas concluídas foram feitos os testes de funcionamento do

simulador antes de realizar os treinamentos com os alunos do curso.

Figura 8 – Protótipo pronto

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Fonte: os autores (2016)

3.5 Treinamento

Após o término do protótipo, houve a possibilidade de utilizá-lo no treinamento

de uma turma de alunos do curso de reciclagem de NR-33, ou seja, pessoas que

possuem o curso de NR-33 propriamente dito e estão revendo alguns detalhes.

Como a ideia não é eliminar o uso dos simuladores já existentes e sim agregar essa

experiência no treinamento do resgatista, então o simulador foi testado e utilizado

com pessoas que já possuem o curso e consequentemente uma certa experiência

em espaço confinado, por possuir um nível de dificuldade maior que os outros

simuladores, ou seja, é necessário que o aluno passe pelo treinamento no simulador

convencional antes de partir para o simulador rotativo.

Como todos os cursos a parte teórica antes da prática é essencial, então o

curso iniciou-se com a teoria, revendo algumas normas, conceitos e os cuidados

necessários. A segunda etapa foi a realização do treinamento em si. A turma foi

divida em dois grupos, cada um realizando um resgate. A prática iniciou-se com a

verificação dos equipamentos que seriam utilizados e de quem entraria no simulador

para efetuar o salvamento. Após a entrada do aluno, o simulador foi acionado e

começou a rotacionar dificultando assim o resgate, mas com o intuito de que alguém

percebesse esse detalhe e desligasse a energia, tentando aproximar ao máximo a

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tensão de uma situação de grande risco real, preparando de maneira melhor o

resgatista. O aluno então deveria colocar devidamente a vítima na maca e retirá-lo,

passando pelas dificuldades internas que são as divisórias de compensado naval,

isso tudo de maneira mais ágil possível.

Figura 8 – Primeiro treinamento no Simulador Rotativo

Fonte: os autores (2016)

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4 CONCLUSÃO

Com os resultados obtidos, chegou-se a algumas conclusões em relação ao

uso, em treinamentos, do protótipo construído e das pesquisas feitas apresentadas

no referencial teórico do presente relatório.

O protótipo do simulador de espaço confinado rotativo desenvolvido, já se

apresenta sendo utilizado pelo centro de treinamento Nascer em treinamentos de

turmas de trabalhadores que necessitam do curso de NR-33 Resgate em Espaço

Confinado, projetado pelo próprio CT. Na questão da análise dos resultados

alcançados do protótipo do simulador, acompanhou-se um curso de reciclagem da

NR-33, ministrado para turmas que já obtém o curso completo da norma, porém,

necessitam anualmente, uma revisão dos conceitos.

O funcionamento do simulador durante o treinamento realizado dentro do

curso, foi dentro do que esperou-se do mesmo, sem maiores oscilações do corpo e

com a chave seccionadora, presente no painel elétrico, funcionando perfeitamente

no momento que foi necessário seu uso. Com relação a finalidade do simulador

rotativo, que seria apresentar novos níveis de dificuldade no trabalho do profissional

no treinamento, os resultados foram mais positivos do que esperou-se, pois segundo

a análise do coorientador junto ao grupo e dos próprios professores que ministraram

o curso, os alunos que realizaram o treinamento no simulador de espaço confinado

rotativo, saíram do curso de reciclagem da NR-33 mais preparados para qualquer

imprevisto que possa ocorrer em um trabalho real dentro da empresa. O projeto

também apresentou ótimos resultados após ser apresentado a alguns profissionais

da área, que demonstraram grandes interesses em ter trabalhadores treinados

dentro do simulador rotativo.

Após esta análise, finalizando os trabalhos com relação ao relatório aqui

apresentado, concluiu-se que a primeira hipótese elaborada é a verdadeira, foi

possível o desenvolvimento um simulador de espaço confinado rotativo, atendendo a

norma regulamentadora. O objetivo específico de realizar uma representação gráfica

no Software 3D Inventor também foi concluído.

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5 REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NR 10: SEGURANÇA EM

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ANEXO A – Nota emitida pelo coorientador