CUSTO E RETORNOS PISCICULTURA SP

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CUSTOS E RETORNOS NA PISCICULTURA EM SO PAULO1

Nelson Batista Martin2 Joo Donato Scorvo Filho3 Eduardo Gomes Sanches4 Paulo Fernando Colherinhas Novato3 Luiz Marques da Silva Ayrosa3

1 - INTRODUO Das prticas zootcnicas em atividade no Brasil, uma que surgiu recentemente e que tem crescido rapidamente, com aumento na oferta e ganhos de produtividade, a aqicultura. A partir dos anos 80, a aqicultura assumiu caractersticas de atividade econmica. Essa nova posio fruto de uma srie de fatores que possibilitaram a sua real implantao. Pode-se citar como um deles a existncia de tecnologia compatvel com uma criao racional, viabilizando diferentes processos de produo que permitem o escoamento da produo, tanto em larga como em pequena escala. Utilizando-se de tcnicas de criao extensiva e semi-intensiva, as tecnologias vm sendo aprimoradas para melhorar a produtividade das criaes, a qualidade dos produtos e o retorno da atividade (CASTAGNOLLI, 1992; MAINARDES PINTO, 1989). O avano das tcnicas de reproduo, manejo, alimentao e de melhoria das instalaes desenvolvidas no Pas e mesmo importadas de pases onde a aqicultura atingiu elevado grau de desenvolvimento econmico e tecnolgico, como Israel e Japo, gerou condies bsicas para o incio da expanso de uma piscicultura em bases empresariais no Estado de So Paulo (SO PAULO. Secretaria de Agricultura e Abastecimento & IDEADECO, 1989). Assim, a piscicultura tem se firmado como uma alternativa econmica promissora da agropecuria em diferentes regies do Estado de So Paulo. A reduo na oferta de produtos de pesca de gua doce, tanto dos rios e lagos, do interior do Estado e quanto do Centro-Oeste, associada aos avanos tecnolgicos nos processos de produo na aqicultura, temInformaes Econmicas, SP, v.25, n.1, jan. 1995.

viabilizado ao nvel das empresas agrcolas uma piscicultura competitiva, que vem se incorporando no leque de diversificao da agricultura do Estado. medida que cresce a demanda por produtos de qualidade da pesca de gua doce aliada ao surgimento de novos equipamentos varejistas na regio metropolitana e no interior, tais como os supermercados e hipermercados, alm de peixarias especializadas, ampliam-se as oportunidades para novos empreendimentos na piscicultura para a produo de pescado in natura e processamento de fils. Alm disso, a expanso dos pesque-pague como uma atividade de lazer, em todo o Estado de So Paulo, est gerando enorme demanda, promovendo preos remuneradores aos produtores de diferentes espcies de peixes. Cabe destacar ainda a ocorrncia de novos empreendimentos com o objetivo de produzir fils de qualidade, de espcies selecionadas de peixe de gua doce, visando s exportaes para os mercados americano e japons (O MILAGRE, 1994). A produo mundial de pescado em 1991, segundo a Organizao das Naes Unidas para Alimentao e Agricultura (FAO), foi de 94 milhes de toneladas, sendo que 16% constituam produtos da aqicultura (criao). No Brasil, no entanto, a produo de pescado est na ordem de 800.000 toneladas nos ltimos anos, sendo que a produo aqcola ainda insignificante no atingindo 1,00% do total com cerca de 8.000 toneladas (ENCONTRO, 1993; O MILAGRE, 1994). A produo paulista de produtos originrios da criao de organismos aquticos de gua doce muito pequena. Estima-se que em 1993, essa produo atingiu o nvel de 1,2 mil toneladas, com grande potencial de expanso nos prximos anos. medida que os novos empreendimentos se consolidam

10 possvel que essa produo seja multiplicada por dez at 1996. Isso porque novos projetos vm sendo implantados, principalmente no Vale do Ribeira, onde se estima que dever ser atingida uma rea de 1.500 hectares de viveiros, com grande capacidade produtiva. Ao mesmo tempo, a piscicultura se expande no Norte, Oeste, Centro e Sudeste do Estado. Como toda nova atividade, a obteno de resultados numa produo econmica envolve uma fase de aprendizagem, pois a piscicultura constitui uma atividade de alta tecnologia necessitando de um gerenciamento eficiente, alm de instalaes adequadas. A expectativa que, at o final da dcada de 90, a piscicultura se torne uma atividade de importncia econmica na agropecuria paulista (SO PAULO. Secretaria de Agricultura e Abastecimento & IDEADECO, 1989). O presente trabalho foi realizado com o objetivo de fornecer um suporte aos empresrios que se iniciaram na piscicultura e informaes para novos empreendedores. Este estudo procura definir sistemas de produo na piscicultura com respectivos investimentos, envolvendo diferentes espcies, analisando custos e retornos. Assim, os resultados tentam oferecer informaes sobre retornos econmicos de empreendimentos tpicos e custos de produo em diferentes condies de manejo e produtividade. Portanto, o trabalho envolve trs nveis de investimentos (construes de viveiros), quatro espcies de peixe (pacu/tambacu/tambaqui, bagre africano, carpa e tilpia) e para cada uma dessas espcies seis sistemas de produo (tecnologias) em funo de parmetros pr-definidos como: densidade inicial, taxa de sobrevivncia, peso final na venda, taxa de converso e manejo da criao, que correspondem a diferentes nveis de rendimento por hectare e por ano. Espera-se que as anlises de viabilidade tcnico-econmica possam atender s necessidades dessa atividade emergente, tendo em vista a pequena disponibilidade de informaes existentes na qual se destacaram os trabalhos de CHABALIN; SENHORINI; FERRAZ DE LIMA (1989), LOMBARDI & LOBO (1989), CHABALIN & FERRAZ DE LIMA (1988), ASSOCIAO DE ASSISTNCIA TCNICA E EXTENSO RURAL DE RONDNIA (1991), SO PAULO. Secretaria de Agricultura e Abastecimento & IDEADECO (1989).Informaes Econmicas, SP, v.25, n.1, jan. 1995.

2 - METODOLOGIA E FONTE DOS DADOS Para o desenvolvimento do estudo, adotou-se como base um modelo tpico de criao de peixes para cada um dos diferentes sistemas de produo, elaborado em funo da otimizao dos investimentos fixos necessrios para a implantao do empreendimento na piscicultura. O modelo tpico foi constitudo considerando-se um empreendimento em piscicultura ocupando uma rea total de 15 hectares, sendo uma rea de produo com 11,80 hectares de espelho d'gua em viveiros e 2 hectares de represa de captao d'gua para atender s necessidades da explorao. A essa infra-estrutura de viveiros, represas e rea total incorporou-se um conjunto de mquinas, veculos, equipamentos gerais e de pesca e instalaes, de acordo com a necessidade da explorao da atividade. Para se formular os modelos utilizados, envolvendo trs nveis de investimentos, consideraramse trs tipos de viveiros com barramento e dois nveis de viveiros escavados, dependendo da topografia; e 6 sistemas de produo para cada uma das quatro espcies consideradas: peixes redondos (pacu/tambaqui/tambacu), carpa, bagre africano e tilpia do nilo.

2.1 - Sistemas de Produo De um modo geral caracterizaram-se os sistemas de produo (criao) da seguinte forma: a) Sistema semi-intensivo com baixa renovao de gua: constitui uma tecnologia de explorao com baixa renovao de gua dos viveiros (menos de 5% ao dia), baixo nvel de monitoramento da qualidade da gua, com acompanhamento apenas da transparncia da gua pelo disco de Secchi e com baixa produtividade anual por hectare (inferior a 5.500kg de peixe/ha/ano). b) Sistema semi-intensivo: caracteriza uma tecnologia de produo com renovao de 5% a 10% da gua do viveiro ao dia, nvel intermedirio de monitoramento da qualidade da mesma, com acompanhamento de transferncia, temperaturas mxima e mnima, pH e alcalinidade e o uso de viveiros berrios, objetivando obter uma produtividade mdia anual entre 6.000 e 10.000kg/ha.

11 c) Sistema intensivo: caracteriza uma tecnologia de produo envolvendo renovao de mais de 10% da gua do viveiro por dia, intensivo monitoramento da gua com acompanhamento da transferncia, temperaturas mxima e mnima, pH, alcalinidade, oxignio dissolvido e amnia, alm da utilizao de aeradores mecnicos na proporo de 4HP/ha e o uso de viveiros berrios, alcanando a produtividade anual acima de 10.000kg/ha. Os sistemas de produo (tecnologias), utilizados no estudo, so um total de seis por espcie analisada, cada qual com um dado rendimento (kg/ha x ano) e ciclo de produo (em meses) (Tabela 1).

TABELA 1 - Indicadores de Rendimento Utilizados por Espcie de Peixe e por Sistema de Produo (Tecnologia) na Piscicultura, Estado de So Paulo, 19941Espcie Indicador Semi-intensivo (A) A1 Pacu/tambaqui/tambacu Rendimento (kg/ha x ano) Ciclo (meses) Bagre africano Rendimento (kg/ha x ano) Ciclo (meses) Carpa Rendimento (kg/ha x ano) Ciclo (meses) Tilpia - peso 0,50kg Rendimento (kg/ha x ano) Ciclo (meses) - peso 0,60kg Rendimento (kg/ha x ano) Ciclo (meses)1

Sistema de produo (tecnologia) Semi-intensivo (B) B1 6.000 15 6.000 9 6.000 11 13.500 11 16.200 11 B2 7.200 15 10.800 9 7.200 11 20.250 8 24.300 8 Intensivo (C) C1 8.400 15 8.400 9 8.400 11 18.000 11 21.600 11 C2 11.200 15 16.800 9 11.200 11 27.000 8 32.400 8

A2 5.400 15 5.400 9 5.400 11 10.125 8 12.150 8

3.600 15 3.600 9 3.600 11 6.750 11 8.100 11

Os demais indicadores por tecnologia podem ser vistos nos Anexos de 3 a 6.

Fonte: Instituto de Economia Agrcola (IEA) e Instituto de Pesca (IP).

2.2 - Nveis de Investimentos A implantao de um negcio pisccola necessita de investimentos que crescem medida que envolvem grande movimentao de terra para a construo dos viveiros. Como um dos objetivos da anlise avaliar a viabilidade dos investimentos em piscicultura, procurou-se trabalhar com trs diferentes alternativas de construo de viveiros para a atividade. Os tipos de viveiros considerados foram os seguintes: I - Viveiros por barramento (intercepo deInformaes Econmicas, SP, v.25, n.1, jan. 1995.

um curso de gua): esse tipo de viveiro possui um custo de construo mais baixo, porm apresenta manejo mais difcil, com fundo irregular e sem condies para controlar o caudal de gua que entra no viveiro, a ao de predadores e mesmo a densidade (peixe/m2) no viveiro. Assim, vrios fatores interferem negativamente na produtividade final, uma vez que no permitem que sejam controlados pelos produtores. II - Viveiros por derivao (viveiros escavados): nesse caso o tipo de viveiro possui um custo de construo mais elevado, em funo do maior grau de dificuldade na terraplanagem, porm apresenta

12 maior facilidade de manejo, com fundo regular que facilita as despesas e a possibilidade do controle de todo o caudal de gua que entra no viveiro, de predadores, da densidade e de outras variveis que interferem positivamente na produtividade. Nesse tipo de viveiro considerou-se que para construir 1m2 de superfcie de viveiros necessrio movimentar 0,80m3 de terra. III - Viveiros por derivao (viveiros escavados): so semelhantes ao tipo II, s que envolvem reas mais planas e com menor grau de dificuldades na terraplanagem, de tal forma que para cada 1m2 de viveiro construdo tem-se cerca de 0,60m3 de movimentao de terra, o que reduz o nvel de investimento dos mesmos. Os viveiros tipo I, com barramento, so de tamanho varivel e incluem sistema de drenagem, uma vez que o abastecimento efetuado diretamente pelo curso de gua. Esse tipo de viveiro est associado tecnologia A de produo e definiu-se o nmero de 6 viveiros num total de 10,00 hectares. Quanto aos viveiros tipo II e III, necessrio construir represas de captao para o abastecimento dos viveiros, numa rea aproximada de 2,00 hectares. Nesse caso, ao estar associado com as tecnologias B e C, envolvem viveiros de produo com rea de 5.000m2, num total de 20 unidades, para facilitar o manejo e gerenciamento da produo; viveiros berrios (crescimento) de 1.500m2 na proporo de 1:1,7 viveiros de produo, para o crescimento inicial dos alevinos, num total de 12 unidades. Alm disso, para cada modelo de investimento, independente do tipo de viveiro, foram includos: 12 tanques de alvenaria de 50m2 de rea, para depurao do pescado antes da comercializao, um conjunto de mquinas e equipamentos constitudo por trator de 66 cv, carreta de 3 toneladas, roadeira, 50% de um caminho diesel de 4 toneladas e equipamentos auxiliares como freezer, caixas de isopor, balanas, caixas de fibro-cimento, redes, termmetros, entre outros. Incluiu-se tambm nos investimentos dois galpes (mquinas e depsitos), uma residncia e um escritrio (Anexo 1). Os modelos de investimentos no incluem a instalao de rede eltrica externa, uma vez que considerou-se que as propriedades rurais j dispem de eletrificao rural. Nos processos intensivos de produo incorporou-se um aerador de 2HP porInformaes Econmicas, SP, v.25, n.1, jan. 1995.

viveiro de 5.000m2. Para todos os viveiros escavados foi includo o sistema de abastecimento e drenagem para manejo da gua e da criao5.

2.3 - Dados Utilizados Todos os dados utilizados na anlise foram obtidos por levantamento nas principais regies do Estado de So Paulo, onde a piscicultura est se implantando, como: Vale do Ribeira, regio de Ribeiro Preto, Vale do Paranapanema, Presidente Prudente, So Jos do Rio Preto e Barretos. Para se formular os modelos de produo utilizados efetuou-se levantamentos junto a 20 piscicultores e a suas associaes, nas regies de produo no estado, alm de consultas efetuadas a tcnicos e pesquisadores que atuam no setor, e bibliografia nacional e internacional em aqicultura. O levantamento dos dados bsicos foi efetuado no perodo de setembro a dezembro de 1993. Esses dados permitiram definir os sistemas de produo e os seus respectivos coeficientes tcnicos. Os preos utilizados foram levantados em fevereiro de 1994 e foram convertidos em reais pela Unidade Real de Valor (URV) da data do levantamento e equivalem ao dlar, pois utilizou-se a converso de R$1,00 = US$1,00 dada a paridade 1 URV = US$1,00 prevalecente no perodo. Para mquinas, equipamentos, veculos, audes, viveiros e construes, adotou-se o sistema de depreciao linear considerando a vida til do bem e o preo de aquisio ou construo inicial. Para o uso de mquinas, veculos e equipamentos considerou-se o consumo mdio de combustvel, trocas de leo, filtros e graxa, de acordo com a especificao de fbrica, e os reparos foram estimados como sendo 5% do valor de aquisio (novo) (Anexo 1). No caso das construes, audes, viveiros e demais instala-es foram considerados reparos anuais de 2% do valor das construes. Para o capital fixo em mquinas, construes, audes, viveiros, veculos e equipamentos foi considerada uma remunerao anual de 12% ao ano, sobre metade do valor de cada bem, de acordo com a vida til (Anexo 1). Para o caso da terra, a remunerao anual sobre o capital foi estabelecida em R$100,00/ha, que foi o valor mdio de arrendamento

13 no Estado de So Paulo. Para mo-de-obra consideraram-se trs categorias: a) Mo-de-obra permanente: quatro trabalhadores com salrios de R$130,00/ms mais encargos diretos de 33%. b) Administrador: um administrador em tempo integral com treinamento para o gerenciamento de empreendimento em piscicultura, com um salrio de R$500,00/ms e encargos diretos de 33%. c) Mo-de-obra eventual: visa atender s necessidades complementares de mo-de-obra na manuteno, limpeza e poca de despesca com salrio de R$2,71 por dia mais encargos de 33%6. o dos investimentos e um horizonte de vinte anos de explorao. Para isso determinaram-se os desembolsos e receitas, que ocorreram ao longo do tempo, na implantao e conduo da criao. Para os dois primeiros anos do empreendimento tendo em vista os ajustes e o aprendizado necessrio para atingir as metas de produo e gerenciais pretendidas (Tabela 1), considerou-se que no primeiro ano se atingisse 50% do rendimento previsto e no 2o ano 75%, estabilizando a partir do 3o ano. Para a anlise de viabilidade de novos investimentos em piscicultura considerou-se como taxa mnima de atratividade a taxa de juros de 10% a.a., isto , o retorno real que o investidor poderia obter em investimentos alternativos, em relao a qual sero comparadas as TIRs das diversas hipteses de anlise. Os desembolsos envolvem todas as despesas anuais: despesas com aquisies de terra, mquinas, veculos, equipamentos, construes de audes, viveiros e instalaes e suas respectivas reposies ao longo do horizonte do projeto e as despesas operacionais efetuadas anualmente para implantao e explorao da piscicultura. Portanto, o fluxo de caixa tem como componente positivo anualmente as receitas por hectare de viveiro, a partir do 1o ano. Os componentes do desembolso (valores negativos) do fluxo de caixa anual so: despesas operacionais totais (alevinos, rao, mode-obra, administrador, encargos sociais, contribuio ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), esterco de galinha, operao de mquinas e veculos, materiais de limpeza, medicamentos e outras despesas), adicionado aos investimentos anuais (e as suas reposies) com terra, construes, trator, equipamentos e veculo (Anexo 1). No final da vida til do empreendimento, o no 20 ano, s se considerou como valor residual o valor integral da terra nua e os das mquinas, veculos, equipamentos e construes descontadas as depreciaes.

2.4 - Anlise dos Retornos aos Investimentos em Piscicultura Para a realizao das anlises sobre os retornos aos investimentos em piscicultura, considerou-se trs nveis de investimentos e at seis alternativas por espcie (Tabela 1). Para cada uma das espcies foram adotados at 6 nveis de preos para venda dos peixes produzidos, gerando um total de at 60 alternativas analisadas. Nas anlises de retorno aos investimentos utilizou-se o mtodo da taxa interna de retorno (TIR) e o da taxa de retorno do investimento incremental quando se analisou alternativas mutuamente exclusivas, tais como a construo de viveiros escavados em relao aos com barramento (FARO, 1979; MEADE, 1989). Segundo FARO (1979), por definio, tratando-se de um projeto simples ou convencional, a taxa interna de retorno de um projeto a taxa de juros real e no negativa, para qual se verifica a relao:

a (1 + )j j=0

n

-j

=0

onde: n = horizonte do projeto aj = fluxo de caixa do projeto = taxa interna de retorno j = observao anual do projeto Assim, no caso em anlise para a utilizao da metodologia adotada construram-se os fluxos de caixa, considerando-se o ano zero como o da realizaInformaes Econmicas, SP, v.25, n.1, jan. 1995.

2.5 - Custos e Rentabilidade da Piscicultura em Plena Produo As anlises de custo de produo e da rentabilidade na piscicultura foram desenvolvidas

14 considerando at seis sistemas de produo por espcie. Sendo que no caso da tilpia consideraramse dois nveis de peso mdio final de venda do peixe: 0,50kg e 0,60kg. A metodologia de custo de produo e anlise utilizada so as desenvolvidas por MARTIN et alii (1994), que procuram agregar os componentes de custos objetivando aloc-los diretamente na atividade, a fim de permitir uma anlise de custos e retornos para a tomada de deciso do piscicultor. Os componentes de custos considerados nos diversos sistemas de produo foram: a) Desembolso (D): so as despesas com alevinos, rao, mo-de-obra permanente e eventual, administrador, esterco de galinha, calcrio, operao de mquinas e veculos, material de limpeza e medicamentos; b) Despesa Operacional Total (DOT): so as despesas com desembolso (D), acrescido dos encargos sociais, contribuio ao INSS e outras despesas (10% do desembolso); c) Custos Fixos (CF): so os custos com arrendamento da terra; juros sobre o capital de custeio (12% a.a. sobre a metade das despesas operacionais totais); depreciao anual; juros anuais sobre o capital fixo; custos de manuteno das instalaes, viveiros, audes e custo de arrendamento; d) Custo Total de Produo (CTP): DOT + CF; e) Receita Bruta (RB): o produto do rendimento por hectare e o preo de venda; f) Fluxo de Caixa (FC): o fluxo de caixa anual do empreendimento em plena produo, estimado pela diferena entre a receita bruta, para um preo referncia, e as despesas operacionais totais, por hectare de viveiro de engorda; g) Rentabilidade: analisada considerando os diferentes nveis de preos de venda e os itens de custo (desembolso, despesa operacional total e custo total de produo). complementos, instalaes, aquisies de mquinas, veculos e equipamentos, podem comear a gerar retorno logo aps a sua realizao, atingindo a plena maturidade no terceiro ano, continuando at o vigsimo ano do empreendimento. Mas esses investimentos realizados na implantao do negcio em piscicultura variam de R$13.015,00 por hectare de engorda, para a alternativa I, que envolve a construo de viveiros com barramento e sistema de drenagem, sem viveiros berrios, a R$32.149,60/ha para o nvel II, quando considerados viveiros escavados, com audes de captao de gua, sistema de abastecimento, drenagem e aeradores, com maior movimentao de terra; e, no caso de investimentos com menor movimentao de terra e semelhantes ao anterior, tem-se o nvel III, com R$28.549,60/ha de viveiros de engorda (Tabela 2). A composio dos vrios nveis de investimentos considerados nas anlises de retorno foi diferenciada. O item B (construo dos viveiros e captao de gua) varia de 27,43% no nvel I, 64,04% no nvel III e 68,33% no nvel II, dependendo da movimentao de terra, tipo de viveiro e complementos (sistema de abastecimento, drenagem e viveiros berrios e de depurao). Os investimentos na aquisio de terra tm maior participao no nvel I, viveiros com barramento, onde a movimentao de terra menor. Neste caso constitui 20,75% do investimento total do empreendimento, enquanto no nvel II, atinge apenas 8,40% (Tabela 2)7. Dados os nveis de mobilizao de recursos, os riscos tecnolgicos de produo e de mercado tornase necessrio simular diferentes alternativas para que se possa avaliar o comportamento dos retornos dos investimentos realizados. Essa questo mais relevante para os novos empreendedores na piscicultura, fornecendo-lhes um conjunto de informaes para a tomada de deciso (MEADE, 1989; SHANG, 1981). Assim, para a anlise consideraram-se os investimentos em piscicultura, numa escala de produo de 10 hectares de viveiros de engorda, adicionados dos complementos, numa rea de 15 hectares, num total de 3 nveis (I, II, III). Associado a esses trs nveis de investimentos, formularam-se 6 sistemas de produo (A1, A2, B1, B2, C1 e C2), envolvendo quatro espcies, sendo que para o caso da tilpia foram considerados dois nveis de peso final

3 - ANLISE DOS RETORNOS AOS INVESTIMENTOS EM PISCICULTURA Os investimentos realizados em piscicultura, envolvendo a construo de viveiros e seusInformaes Econmicas, SP, v.25, n.1, jan. 1995.

15 TABELA 2 - Nveis de Investimentos por Hectare de Viveiro de Engorda para Diferentes Modelos de Produo em Piscicultura, Estado de So Paulo, 19941 (em R$1,00 por hectare, de fevereiro de 1994)Item I R$ A - Levantamento da rea B - Construo de viveiros e d'gua C - Construes D - Mquinas, veculos, equipautenslios de pesca E - Adubao bsica inicial F - Terra Total Item III R$ A - Levantamento da rea B - Construo de viveiros e d'gua C - Construes D - Mquinas, veculos, equipautenslios de pesca E - Adubao bsica inicial F - Terra Total mentos e 4.573,20 115,80 2.700,00 26.549,60 17,23 0,44 10,16 100,00 6.573,20 115,80 2.700,00 28.549,60 23,02 0,41 9,46 100,00 captao 17.002,00 1.840,00 64,04 6,93 17.002,00 1.840,00 59,55 6,44 318,60 % 1,20 R$ 318,60 mentos e 4.573,20 115,80 2.700,00 13.015,00 35,14 0,89 20,75 100,00 4.573,20 115,80 2.700,00 30.149,60 15,17 0,38 8,96 100,00 6.573,20 115,80 2.700,00 32.149,60 0,36 8,40 100,00 captao 3.570,00 1.840,00 27,43 14,14 20.602,00 1.840,00 68,33 6,10 20.602,00 1.840,00 64,08 5,72 20,45 216,00 % 1,65 R$ 318,60 Nvel de investimento II % 1,06 R$ 318,60 IIa2 % 0,99

Nvel de investimento IIIa2 % 1,12

1 2

Obtidos a partir do Anexo 1. Inclui dois aeradores por hectare de viveiro de engorda.

Fonte: Instituto de Economia Agrcola (IEA) e Instituto de Pesca (IP).

Informaes Econmicas, SP, v.25, n.1, jan. 1995.

16 de venda (Tabela 1). Combinando-se os investimentos com os sistemas de produo, tm-se 10 alternativas por espcie. Como o horizonte do empreendimento modelo de vinte anos, nesse perodo os preos de venda podero flutuar em funo da demanda e da oferta, especialmente da pesca extrativa do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e Regio Amaznica. Assim, decidiu-se analisar os retornos considerando diferentes preos de venda para as espcies produzidas. Para o pacu/tambaqui/tambacu e bagre africano, os preos adotados foram de R$1,30/kg, R$1,50/kg, R$1,80/kg, R$2,00/kg, R$2,20/kg e R$2,50 kg. Para a carpa os preos variam de R$1,00/kg a R$2,20/kg; enquanto para a tilpia de R$0,80/kg a R$1,75kg, para o produto destinado produo industrial de fils. Esses preos foram obtidos a partir dos nveis de preos recebidos pelos piscicultores nos ltimos anos e a partir de expectativas mnima e mxima desses mesmos produtores. Para cotejar alternativas mutuamente exclusivas, como o caso dos trs nveis de investimentos em viveiros, calculou-se tambm a taxa de retorno do investimento incremental, comparando-a taxa mnima de atratividade, a fim de analisar as melhores opes do empreendedor (FARO, 1979). Aquela taxa obtida determinando-se a diferena dos fluxos de caixa de duas alternativas em anlise, em todo o horizonte de vinte anos de cada modelo de produo. Portanto da combinao das dez alternativas (investimento x sistemas de produo) por espcie e os preos para cada espcie que se construram as diferentes opes de anlise. Para cada opo organizaram-se os respectivos fluxos de caixa objetivando obter as estimativas de taxas internas de retorno (TIR) e o tempo de recuperao do capital investido (TRC) na atividade. os retornos so positivos apenas para preos acima de R$1,80/kg e que crescem com nveis de preos mais elevados e com a intensificao dos sistemas de produo (Tabela 3). Empreendimentos com baixos nveis de investimento como o nvel I, com viveiros construdos por barramento, onde o controle do fluxo de gua, de predadores e outras variveis produtivas levam a uma baixa taxa de sobrevivncia, os retornos s comeam a viabilizar com um preo de venda de R$2,00/kg e com um rendimento de 4.500kg/ha. Para rendimento menor, de 3.000kg/ha, a TIR de 13,2% a.a. ao preo de R$2,50, onde os retornos sero superiores a 10% a.a., taxa mnima de atratividade como sendo aquela que os empresrios obteriam em investimentos alternativos. Para o maior nvel de produtividade (8.000kg/ha) e nvel de investimento II com nvel de preo de R$2,00/kg, a TIR de 20,10% e a TRC de 5 anos, indicando como sendo uma excelente alternativa de investimento. Para nveis de preos mais elevados como R$2,50/kg, atinge esta alternativa uma TIR de 34,50% a.a. e uma TRC de 3,2 anos. Numa visualizao geral de como a taxa interna de retorno varia com o nvel de investimento, sistema de produo (tecnologia) e os preos de venda, observa-se que no caso do pacu (e peixes redondos) todas as alternativas analisadas apresentam TIR superior a 10% a.a., ao preo de venda de R$2,50/kg. Quando esse preo se reduz para R$2,20/kg, as alternativas A1 e B1 (II) e B1 (III) apresentam TIR abaixo de 10% a.a. Para um preo de venda de R$1,80, apenas as alternativas C2 (III) e C2 (II), com rendimento de 8t/ha, apresentam TIR superior a 10% (Figuras 1 e 2). Quanto ao TRC (tempo para recuperar o capital investido), verifica-se que, medida que aumenta a TIR, ele se reduz. Assim para uma TIR menor ou igual a zero tem-se um TRC maior ou igual a vinte anos. No caso em anlise, o TRC decresce e atinge o nvel mnimo na alternativa C2 (III), atingindo 3,2 anos, para uma TIR de 34,5% a.a. para um preo de venda de R$2,50/kg. A intensificao do sistema de produo mesmo no nvel I de investimento, como o caso A2, o fator mais relevante para se elevar a TIR dos empreendimentos na criao do pacu (e demais peixes redondos).

3.1 - Anlises da TIR e TRC para Investimentos na Produo do Pacu/Tambaqui/Tambacu As taxas internas de retorno e o tempo para recuperar o capital investido na produo de pacu, para diferentes preos de venda, trs nveis de investimento e at seis sistemas de produo, mostram a primeira informao importante que de queInformaes Econmicas, SP, v.25, n.1, jan. 1995.

17 TABELA 3 - Custos de Produo e Retornos aos Investimentos na Produo de Pacu/Tambacu/Tambaqui por Hectare de Viveiro de Engorda, Estado de So Paulo, 1994 (preos de fevereiro de 1994, em R$1,00)Nvel de investimento1 Item A1 Densidade inicial (alevinos/m2) Ciclos (meses) Taxa de sobrevivncia (%) Taxa de converso (kg) Nmero de peixe final Peso mdio de venda (kg) Rendimento (kg/ha) Uso de aeradores Custos (R$/kg) Desembolso direto Despesas operacionais totais Custo total de produo Fluxo de caixa (R$/ha)2 Taxa interna de retorno (%) e Tempo para recuperao do capital3 1,30 1,50 Preo 1,80 (R$/kg) 2,00 2,20 2,50 Investimento mdio inicial (R$/ha)1

I Tecnologia A2 1 15 45 1:2,50 4.500 1,20 5.400 1,33 1,57 1,95 2.317,00 B1 1 15 50 1:2,50 5.000 1,20 6.000 1,41 1,67 2,40 1.994,00 B2 1 15 30 1:2,50 3.000 1,20 3.600 1,56 1,85 2,39 529,00

II Tecnologia C1 1 15 70 1:2,50 7.000 1,20 8.400 x 1,26 1,48 2,05 4.378,00 C2 1 15 80 1:2,50 8.000 1,40 11.200 x 1,16 1,36 1,80 7.160,00 B1 1 15 50 1:2,50 5.000 1,20 6.000 1,41 1,67 2,32 1.994,00 1 15 60 1:2,50 6.000 1,20 7.200 1,32 1,56 2,17 3.120,00

III Tecnologia B2 1 15 60 1:2,50 6.000 1,20 7.200 1,32 1,56 2,11 3.186,00

C1 1 15 70 1:2,50 7.000 1,20 8.400 x

C2 1 15 80 1:2,50 8.000 1,40 11.200 x 1,16 1,36 1,76 7.160,00

1,26 1,48 2,00 4.378,00

20) 20) 20) 20) 5,5(13,2) 13,2(7,2) 13.015

20) 20) 5,8(14,0) 13,4(7,1) 20,0(5,1) 29,0(3,7) 13.015

20) 20) 20) 2,3(17,2) 7,0(11,1) 12,9(7,30) 30.150

20) 20) 1,2(19,0) 7,0(11,1) 11,7(7,8) 17,9(5,6) 30.150

20) 20) 4,2(14,3) 9,9(8,6) 14,7(6,5) 21,2(4,8) 32.150

20) 20) 11,7(7,7) 17,8(5,6) 23,3(4,4) 31,0(3,5) 32.150

20) 20) 20) 3,5(15,3]) 8,5(9,8) 14,9(6,5) 26.550

20) 20) 2,3(17,2) 8,5(9,9) 13,6(7,0) 20,4(5,0) 26.550

20) 20) 5,5(12,9) 11,5(7,7) 16,8(5,8) 23,8(4,4) 28.550

20) 0,7(20) 13,5(6,9) 20,1(5,0) 26,1(4,0) 34,5(3,2) 28.550

O nvel de investimento I envolve a construo de viveiros de engorda por barramento; enquanto os nveis II e III envolvem viveiros escavados de engorda, berrio e tanques para depurao. 2 Ao preo de venda de R$2,00/kg de peixe. 3 O dado entre parnteses o tempo de recuperao do capital (em anos). Fonte: Instituto de Economia Agrcola (IEA) e Instituto de Pesca (IP).

Informaes Econmicas, SP, v.25, n.1, jan. 1995.

18 Comparando-se os vrios sistemas de produo e nveis de investimentos analisados atravs do mtodo da taxa interna de retorno do investimento incremental (TIRI), verificou-se que s se justificaria o investimento adicional do nvel I para os nveis II e III se fossem adotados os sistemas de produo intensivos (C1 e C2), pois nesses casos a TIRI seria superior taxa de atratividade adotada que foi de 10% a.a., variando de 16% a.a. at 25% a.a. para os investimentos adicionais. Portanto, se os sistemas de produo a ter como meta forem os B1 e B2, no se justifica o investimento incremental II e III, uma vez que as TIRIs so menores que 10% a.a. Nesse caso, a melhor soluo seria aperfeioar o sistema A2 no nvel I de investimento. II e III e para os sistemas de produo analisados, essa taxa indicava que os investimentos adicionais apresentavam uma TIRI superior a 10% a.a., podendo atingir 56,2% a.a. na tecnologia C2 e nvel de investimento II, mostrando que os investimentos adicionais eram altamente vantajosos. A nica alternativa que no justificou os investimentos adicionais foi a B1 com investimento III, onde a TIRI foi menor que 10% a.a.

3.3 - Anlise da TIR e TRC para Investimentos na Produo de Carpa No caso dos investimentos na criao de carpa, os resultados obtidos indicam que somente acima do preo de venda de R$1,80 obtm-se taxas internas de retorno superior a 10% a.a., que a taxa de atratividade adotada. Para esse nvel de preo, apenas os sistemas intensivos (A2 (I), C2 (II), C1 (III) e C2 (III)) obtm-se taxas internas de retorno superior a esse nvel. Mas preos de venda de R$2,20/kg viabilizam todos os sistemas de produo considerados (Tabela 5 e Figuras 5 e 6). As TCRs variaram de mais de vinte anos at 3,4 anos (na alternativa C2 (III)), mostrando que em nvel de TIR de 10% a.a. situavam-se em torno de 8,5 anos (Tabela 5). Considerando que os preos de venda de carpa tm sido prximos de R$2,00/kg, observa-se que, aps as alternativas A1 (I), B1 (II) e B1 (III), no atingiram TIR superior a 10% a.a. O que indica que a melhoria da produtividade, mesmo nas alternativas de maiores nveis de investimentos, vital para viabilizar maiores taxas de retorno (Figuras 5 e 6). Quando se comparou os trs nveis de investimentos e os sistemas de produo utilizados nos modelos de produo de carpa, observou-se que a evoluo dos sistemas de produo A1 e A2, com nvel de investimento I, para os B1 e B2 nos nveis II e III no se justificava, uma vez que a TIRI obtida era inferior a 10% a.a. Mas quando essa evoluo era para o C1 e C2 com nveis de investimento II e III as TIRI chegavam at 25,6% a.a., mostrando-se viveis. Isto , a adoo de nveis crescentes de investimentos em viveiros devem estar diretamente associados adoo de sistemas de produo intensivos, pois se isto no ocorrer, os investimentos

3.2 - Anlise da TIR e TRC para Investimentos na Produo do Bagre Africano Da anlise das vrias alternativas de investimento e produo para o bagre africano (PISCICULTURA, 1993) e as taxas internas de retorno em funo dos seis nveis de preo de venda, verificou-se que somente ao preo de R$2,20 todas as alternativas apresentam uma taxa interna de retorno acima de 10% a.a., enquanto ao preo de R$1,30, para nenhuma alternativa a TIR atingiu esse nvel mnimo (Tabela 4 e Figuras 3 e 4). Ao nvel de preo de R$2,00 apenas as alternativas A1 (I), B1 (II) e B1 (III) no atingiram taxa interna de retorno superior a 10% a.a. Quanto ao tempo para recuperao do capital investido (TRC), observa-se uma relao inversa a TIR, isto , quanto maior a TIR menor a TRC e vice-versa. Todas as alternativas com TIR em torno de 10% apresentam um TRC em torno de 8 anos; para TIR prximo a 20% a.a. os TRCs estavam prximas a 5 anos e para TIR na forma de 30% a.a. os TRCs foram de 3,5 anos. As alternativas analisadas para os investimentos na criao do bagre africano mostram que as TIRs crescem rapidamente medida que se intensificava a produo, para um dado nvel de preo, mesmo no nvel I de investimento. Mas, quando se compara os vrios sistemas de produo e nveis de investimentos atravs da TIRI, verificou-se que, para os investimentos adicionais a partir do nvel I para oInformaes Econmicas, SP, v.25, n.1, jan. 1995.

19 TABELA 4 - Custos de Produo e Retornos aos Investimentos na Produo de Bagre Africano por Hectare de Viveiro de Engorda, Estado de So Paulo, 1994 (preos de fevereiro de 1994, em R$1,00)Nvel de investimento1 Item A1 Densidade inicial (alevinos/m ) Ciclos (meses) Taxa de sobrevivncia (%) Taxa de converso (kg) Nmero de peixe final Peso mdio de venda (kg) Rendimento (kg/ha) Uso de aeradores Custos (R$/kg) Desembolso direto Despesas operacionais totais Custo total de produo Fluxo de caixa (R$/ha)2 Taxa interna de retorno (%) e Tempo para recuperao do capital3 1,30 1,50 Preo (R$/kg) 1,80 2,00 2,20 2,50 Investimento mdio inicial (R$/ha)1 2 3 2

I Tecnologia A2 1,0 9 45 1:2 4.500 1,20 5.400 1,15 1,38 1,74 3.357 9 30 1:2 3.000 1,20 3.600 1,38 1,66 2,19 1.222 B1 1,0 9 50 1:2 5.000 1,20 6.000 1,24 1,48 2,19 3.149 B2 1,5 9 60 1:2 9.000 1,20 10.800 1,03 1,22 1,64 8.457 1,0

II Tecnologia C1 1,0 9 70 1:2 7.000 1,20 8.400 x 1,08 1,29 1,85 5.995 C2 2,0 9 70 1:2 14.000 1,20 16.800 x 0,94 1,10 1,42 15.188 B1 1,0 9 50 1:2 5.000 1,20 6.000 1,24 1,48 2,11 3.149 B2 1,5 9 60 1:2 9.000 1,20 10.800 1,03 1,22 1,60 8.457

III Tecnologia C1 1,0 9 70 1:2 7.000 1,20 8.400 x 1,08 1,29 1,79 5.995 C2 2,0 9 70 1:2 14.000 1,20 16.800 x 0,94 1,10 1,39 15.158

20) 20) 20) 5,4(13,4) 10,7(8,4) 17,7(5,7) 13.015

20) 20) 13,3(7,2) 19,9((5,0) 26,0(4,1) 34,6(3,2) 13.015

20) 20) 2,1(17,4) 6,9(11,2) 10,9(8,2) 16,2(6,0) 30.150

20) 6,8(11,3) 16,8(5,9) 22,4(4,6) 27,7(3,9) 35,2(3,1) 30.150

20) 0,7(20) 10,0(8,7) 14,7(6,5) 19,1(5,2) 25,2(4,1) 32.150

7,4(8,4) 17,0(5,8) 29,0(3,7) 36,2(3,0) 43,2(2,7) 53,2(2,3) 32.150

20) 20) 3,3(15,5) 8,4(10,0) 12,7(7,3) 18,5(5,4) 26.550

20) 8,3(10,0) 19,1(5,3) 25,3(4,2) 31,1(3,5) 39,4(2,9) 26.550

20) 1,8(18,5) 11,5(7,8) 16,7(6,50) 21,5(4,7) 28,2(3,7) 28.550

8,9(9,8) 19,2(5,2) 32,3(3,4) 40,3(2,8) 47,9(2,5) 59,0(2,1) 28.550

O nvel de investimento I envolve a construo de viveiros de engorda por barramento; enquanto os nveis II e III envolvem viveiros escavados de engorda, berrio e tanques para depurao. Ao preo de venda de R$2,00/kg de peixe. O dado entre parnteses o tempo de recuperao do capital (em anos).

Fonte: Instituto de Economia Agrcola (IEA) e Instituto de Pesca (IP).

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Informaes Econmicas, SP, v.25, n.1, jan. 1995.

21 TABELA 5 - Custos de Produo e Retornos aos Investimentos na Produo de Carpa por Hectare de Viveiro de Engorda, Estado de So Paulo, 1994 (preos de fevereiro de 1994, em R$1,00)Nvel de investimento1 Item A1 Densidade inicial (alevinos/m2) Ciclos (meses) Taxa de sobrevivncia (%) Taxa de converso (kg) Nmero de peixe final Peso mdio de venda (kg) Rendimento (kg/ha) Uso de aeradores Custos (R$/kg) Desembolso direto Despesas operacionais totais Custo total de produo Fluxo de caixa (R$/ha)2 Taxa interna de retorno (%) e Tempo para recuperao do capital3 1,00 1,30 Preo (R$/kg) 1,50 1,80 2,00 2,20 Investimento mdio inicial (R$/ha)1 2 3

I Tecnologia A2 1 11 30 1:2 3.000 1,20 3.600 1,39 1,67 2,20 474 1 11 45 1:2 4.500 1,20 5.400 1,16 1,38 1,75 2.257 B1 1 11 50 1:2 5.000 1,20 6.000 1,24 1,48 2,20 1.931 B2 1 11 60 1:2 6.000 1,20 7.200 1,15 1,37 1,97 3.120

II Tecnologia C1 1 11 70 1:2 7.000 1,20 8.400 x 1,09 1,29 1,85 4.308 C2 1 11 80 1:2 8.000 1,40 11.200 x 0,99 1,16 1,60 7.082 B1 1 11 50 1:2 5.000 1,20 6.000 1,24 1,48 2,12 1.931 B2 1 11 60 1:2 6.000 1,20 7.200 1,15 1,37 1,91 3.120

III Tecnologia C1 1 11 70 1:2 7.000 1,20 8.400 x 1,09 1,29 1,79 4.308 C2 1 11 80 1:2 8.000 1,40 11.200 x 0,99 1,16 1,56 7.082

20) 20) 20) 20) 5,0(13,9) 10,4(8,6) 13.015

20) 20) 0,5(20) 13,0(7,3) 19,6(5,2) 25,7(4,2) 13.015

20) 20) 20) 2,0(17,6) 6,8(11,3) 10,8(8,3) 30.150

20) 20) 20) 6,8(11,3) 11,6(7,8) 15,8(6,2) 30.150

20) 20) 0,5(20) 9,7(8,7) 14,5(6,5) 18,9(5,3) 32.150

20) 20) 8,0(10,5) 17,6(5,6) 23,1(4,5) 28,3(3,8) 32.150

20) 20) 20) 3,1(15,9) 8,2(10,2) 12,5(7,4) 26.550

20) 20) 20) 8,2(10,2) 13,4(7,0) 18,0(5,6) 26.550

20) 20) 1,5(18,5) 11,3(7,8) 16,5(5,9) 21,3(4,8) 28.550

20) 0,3(20) 9,5(8,8) 19,8(5,10) 25,9(4,0) 31,6(3,4) 28.550

O nvel de investimento I envolve a construo de viveiros de engorda por barramento; enquanto os nveis II e III envolvem viveiros escavados de engorda, berrio e tanques para depurao. Ao preo de venda de R$1,80/kg de peixe. O dado entre parnteses o tempo de recuperao do capital (em anos).

Fonte: Instituto de Economia Agrcola (IEA) e Instituto de Pesca (IP).

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Informaes Econmicas, SP, v.25, n.1, jan. 1995.

23 adicionais no se mostram viveis. envolvendo melhoria nos viveiros, manejo e gerenciamento, permitiram obter maiores taxas de retorno para um dado preo de venda (Figuras 9 e 10). Para a criao da tilpia os investimentos adicionais necessrios para se intensificar o sistema produtivo s no se mostraram viveis na alternativa B1 e nveis III e II de investimentos, para os quais a TIRI para os investimentos adicionais a partir do nvel I foi menor que 10% a.a., para produo de tilpia com peso mdio de 0,50kg/peixe. Quando o peso mdio crescia para 0,60kg/peixe, apenas a alternativa B1 e nvel III de investimento no era vivel. Assim para todas as demais alternativas analisadas a TIRI foi superior a 10%, viabilizando a intensificao da produo associada a investimentos crescentes em viveiros e equipamentos.

3.4 - Anlise da TIR e TRC para Investimentos na Produo de Tilpia (industrial) Para a anlise dos retornos aos investimentos na produo da tilpia (industrial), considerou-se duas alternativas de peso final de venda de 0,50kg (Tabela 6 e Figuras 7 e 8) e de 0,60kg (Tabela 7 e Figuras 9 e 10), alm das alternativas de nveis de investimento, de sistemas de produo e cinco nveis de preo de venda (R$0,80/kg, R$1,00/kg, R$1,25/kg, R$1,50/kg e R$1,75/kg). Inicialmente precisamos destacar que a meta de produzir tilpias como produto padronizado para venda in natura ou para industrializao de fils, com peso mdio de venda de 0,50kg/unidade. Nesse caso verifica-se que a um preo de venda de R$1,50 reais, todas as alternativas apresentam TIR superior a 10% a.a. Mas ao nvel de preo de R$1,25 apenas as alternativas C2 (II) e C2 (III) apresentam TIR superior a 10% a.a. (Figuras 7 e 8). Como os sistemas de produo de tilpia com 1,5 ciclos de produo por ano (3 ciclos em dois anos) so sistemas intensivos, nesses sistemas as taxas de retorno foram substancialmente mais elevadas (A2 (I), B2 (II), C2 (II), B2 (III) e C2 (III)), (Figuras 7 e 8). Os TCRs, tal como nas demais espcies, so inversamente proporcionais s TIRs. Para a meta de se obter tilpias com peso final de 0,60kg/unidade, para todos os sistemas de produo, em funo da melhoria no manejo da produo e no gerenciamento dos empreendimentos, verificou-se que para o preo de venda de R$1,25/kg, apenas as alternativas A1 (I) e B1 (II) e B1 (III) no atingiram taxa interna igual ou superior a 10% a.a. Para o preo de R$1,50 todas as alternativas apresentam TIR superior a 10% a.a., atingindo no caso da C2 (III) uma TIR de 40,1%, com um tempo de recuperao do capital (TCR) de 3 anos (Tabela 7 e Figuras 9 e 10). Para se produzir um produto nobre como o fil de tilpia, com padro e qualidade, a um custo da ordem de R$4,50/kg, deriva um preo de 1,50/kg de tilpia, com um rendimento de 35%. Obtendo-se assim um produto competitivo. A intensificao do sistema produtivo,Informaes Econmicas, SP, v.25, n.1, jan. 1995.

4 - CUSTO DE PRODUO E RENTABILIDADE NA PISCICULTURA Os piscicultores, que j instalaram suas criaes e esto explorando-as e dados os nveis de preos que esto obtendo na venda de seus produtos, esto conseguindo uma rentabilidade compatvel com os investimentos e o gerenciamento que o empreendimento exige? A resposta a essa questo complexa, pois vai depender da eficincia tcnica do sistema de produo adotado, do gerenciamento da atividade, da qualidade do produto (peso e padro) e dos nveis de preos de venda. Os fatores que afetam a rentabilidade do piscicultor, elaborados por SHANG (1981), decompem-se em trs: a) Os que afetam o rendimento (t/ha) que so: a.1) densidade (peixe/m2): a qual depende de: - fertilizao e alimentao; - monocultivo e/ou policultivo; - tecnologia para elevar densidade (tecnologia denejo e gerenciamento); - aerao. a.2) taxa de sobrevivncia (%) que depende de: - densidade adequada; - espcie, fertilizao e alimentao;

24 TABELA 6 - Custos de Produo e Retornos aos Investimentos na Produo de Tilpia (Industrial) por Hectare de Viveiro de Engorda, com Peso Mdio de Venda de 0,50kg por Peixe, Estado de So Paulo, 1994 (preos de fevereiro de 1994, em R$1,00)Nvel de investimento1 Item A1 Ciclo/ano Densidade inicial (alevinos/m2) Ciclo de produo (meses) Taxa de sobrevivncia (%) Taxa de converso (kg) Nmero de peixe final Peso mdio de venda (kg) Rendimento (kg/ha) Uso de aeradores Custos (R$/kg) Desembolso direto Despesas operacionais totais Custo total de produo Fluxo de caixa (R$/ha)2 Taxa interna de retorno (%) e Tempo para recuperao do capital3 0,80 Preo (R$/kg) 1,00 1,25 1,50 1,75 Investimento mdio inicial (R$/ha)1 2 3

I Tecnologia A2 1 1,5 11 90 1:2 13.500 0,50 6.750 1,07 1,26 1,56 - 48 1,5 1,5 8 90 1:2 20.250 0,50 10.125 0,98 1,15 1,37 1.067 B1 1 3 11 90 1:2 27.000 0,50 13.500 1,00 1,16 1,50 1.262 B2 1,5 3 8 90 1:2 40.500 0,50 20.250 x 0,93 1,08 1,33 3.491

II Tecnologia C1 1 4 11 90 1:2 36.000 0,50 18.000 x 0,96 1,11 1,40 2.748 C2 1,5 4 8 90 1:2 54.000 0,50 27.000 x 0,91 1,05 1,26 5.721 B1 1 3 11 90 1:2 27.000 0,50 13.500 1,00 1,16 1,47 1.262 B2 1,5 3 8 90 1:2 40.500 0,50 20.250 x 0,93 1,08 1,30 3.491

III Tecnologia C1 1 4 11 90 1:2 36.000 0,50 18.000 x 0,96 1,11 1,37 2.748 C2 1,5 4 8 90 1:2 54.000 0,50 27.000 x 0,91 1,05 1,24 5.721

20) 20) 20) 7,1(12,3) 18,5(5,3) 13.015

20) 20) 1,9(19,2) 18,6(5,4) 31,6(3,5) 13.015

20) 20) 20) 10,9(8,0) 20,5(4,9) 30.150

20) 20) 6,1(13,0) 19,9(5,2) 31,1(3,5) 32.150

20) 20) 3,4(15,7) 17,1(5,7) 27,9(4,5) 32.150

20) 20) 12,7(7,3) 28,5(3,7) 42,1(2,9) 32.150

20) 20) 20) 12,7(7,2) 23,1(4,5) 26.550

20) 20) 7,3(11,6) 22,2(4,7) 34,4(3,3) 28.550

20) 20) 4,5(14,4) 19,2(5,2) 30,9(3,5) 28.550

20) 20) 14,4(6,5) 31,5(3,5) 46,3(2,6) 28.550

O nvel de investimento I envolve a construo de viveiros de engorda por barramento; enquanto os nveis II e III envolvem viveiros escavados de engorda, berrio e tanques para depurao. Ao preo de venda de R$1,25/kg de peixe. O dado entre parnteses o tempo de recuperao do capital (em anos).

Fonte: Instituto de Economia Agrcola (IEA) e Instituto de Pesca (IP).

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TABELA 7 - Custos de Produo e Retornos aos Investimentos na Produo de Tilpia (Industrial) por Hectare de Viveiro de Engorda, com Peso Mdio de Venda de 0,60kg por Peixe, Estado de So Paulo, 1994 (preos de fevereiro de 1994, em R$1,00)Nvel de investimento1 Item I Tecnologia II Tecnologia III Tecnologia B2 C1 1,5 1 3 4 8 11 90 90 1:2 1:2 40.500 36.000 0,60 0,60 24.300 21.600 x x

A1 A2 B1 B2 C1 C2 B1 C2 Ciclo/ano 1 1,5 1 1,5 1 1,5 1 1,5 Densidade inicial (alevinos/m2) 1,5 1,5 3 3 4 4 3 4 Ciclo de produo (meses) 11 8 11 8 11 8 11 8 Taxa de sobrevivncia (%) 90 90 90 90 90 90 90 90 Taxa de converso (kg) 1:2 1:2 1:2 1:2 1:2 1:2 1:2 1:2 Nmero de peixe final 13.500 20.250 27.000 40.500 36.000 54.000 27.000 54.000 Peso mdio de venda (kg) 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 Rendimento (kg/ha) 8.100 12.150 16.200 24.300 21.600 32.400 16.200 32.400 Uso de aeradores x x x x Custos (R$/kg) Desembolso direto 1,01 0,94 0,95 0,90 0,90 0,87 0,95 0,90 0,90 0,87 Despesas operacionais totais 1,18 1,09 1,10 1,03 1,04 0,99 1,10 1,03 1,04 0,99 Custo total de produo 1,43 1,28 1,40 1,25 1,29 1,18 1,37 1,23 1,27 1,16 Fluxo de caixa (R$/ha)2 563 1.983 2.484 5.324 4.377 8.164 2.484 5.324 4.377 8.164 (Preo de R$1,25/kg) Taxa interna de retorno (%) e Tempo para recuperao do capital3 Preo 0,80 20) 20) 20) 20) 20) 20) 20) 20) 20) 20) (R$/kg) 1,00 20) 20) 20) 20) 20) 20) 20) 20) 20) 20) 1,25 20) 9,7(8,5) 3,4(15,5) 11,8(7,5) 9,1(8,8) 19,0(5,3) 4,6(14,0) 13,4(7,0) 10,6(8,0) 21,2(5,0) 1,50 13,9(6,6) 27,4(3,8) 16,6(5,9) 26,5(3,8) 23,4(4,4) 36,4(3,2) 18,8(5,3) 29,3(3,6) 26,0(4,0) 40,1(3,0) 1,75 26,1(4,0) 42,2(3,0) 27,0(3,9) 39,0(3,1) 35,4(3,1) 51,7(2,2) 30,2(3,6) 43,0(2,8) 39,2(2,9) 56,9(2,0) Investimento mdio inicial (R$/ha) 13.015 13.015 30.150 32.150 32.150 32.150 26.550 28.550 28.550 28.550 1 O nvel de investimento I envolve a construo de viveiros de engorda por barramento; enquanto os nveis II e III envolvem viveiros escavados de engorda, berrio e tanques para depurao. 2 Ao preo de venda de R$1,25/kg de peixe. 3 O dado entre parnteses o tempo de recuperao do capital (em anos). Fonte: Instituto de Economia Agrcola (IEA) e Instituto de Pesca (IP).

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27 - quantidade e qualidade adequada da gua; - preveno de parasitas e doenas; - eliminao de predadores. a.3) taxa de crescimento (ganho de peso ao longo da engorda). b) Os que afetam os preos recebidos, que so: - qualidade do peixe; - sazonalidade da produo e costumes sociais; - organizao dos produtores; - explorao de diferentes mercados e produtos; - prazo de recebimento. c) Os fatores que afetam os custos de produo, que so: - custo de construo; - custo dos fertilizantes e alimentos; - custo da mo-de-obra; - custo da gua; - taxa de juros; - custos de comercializao; - custo de uso da terra (arrendamento) (Figura 11). Na anlise que est se realizando vai-se considerar e discutir os fatores que afetam os custos de produo. evidente que para um determinado sistema de produo o custo por kg produzido em hectare de viveiro de engorda vai depender diretamente do rendimento obtido. Mas como o rendimento afetado pela densidade, taxa de sobrevivncia e taxa de crescimento, o gerenciamento adequado dessas variveis pelo produtor ser de suma importncia para atingir as metas de rendimento. Foi considerando essas variveis que se elaboraram os sistemas de produo em anlise que foram utilizados para as anlises de custos e rentabilidade na piscicultura em So Paulo (SHANG, 1981; MEADE, 1989). nimo de R$1,16/kg para os sistemas C2, com rendimento de 11.200kg/ha. Se consideramos um preo de venda de R$2,00/kg, verifica-se que a margem bruta variou de 28% para o desembolso mais elevado, at 72% para o mais baixo, indicando nesse caso uma boa margem, permitindo gerar um fluxo de caixa lquido da ordem de R$7.160,00/ha x ano (Tabela 3 e Figura 12). Quanto s despesas operacionais totais (diretas e indiretas na produo), obteve-se maior valor para o sistema A1, de R$1,85/kg e menor para o sistema C2 de R$1,36/kg. O custo total de produo atingiu maior nvel na atividade A1 e menor na C2, com o nvel III de investimento (Figura 12). Quando se compara esse custo com o preo de venda de R$2,00/kg, verifica-se que apenas as alternativas A2 e C2 apresentam rentabilidade positiva, o que equivale a um retorno para remunerao do risco e da capacidade empresarial, uma vez que todos os custos foram remunerados. Visualizando-se o comportamento dos custos e do fluxo de caixa gerado em cada sistema de produo, nota-se que o fluxo de caixa (com a receita ao preo de R$2,00/kg menos as sadas de caixa para produo) variou de R$529,00/ha x ano para a alternativa A1 (3.600kg/ha) a R$7.160,00/ha x ano para a alternativa C2 (11.200kg/ha) (Figura 12). Esses valores podero se elevar caso o produtor obtenha melhores preos para seus produtos e/ou melhor gerenciamento do empreendimento, com reduo nos custos de produo.

4.2 - Custos e Rentabilidade na Produo de Bagre Africano Analisando-se os componentes de custo na produo do bagre africano tem-se: o desembolso direto variou de R$1,38/kg na alternativa A1 a R$0,94/ha na alternativa C2; as despesas operacionais totais variaram de R$1,66/kg na alternativa A1 a R$1,10/kg na alternativa C2; e o custo total de produo decresceu de R$2,19/kg na alternativa A1 a R$1,39 na alternativa C2, nvel III de investimento (Tabela 4). Esses dados mostram como os custos decrescem medida que se intensifica o processo produtivo na piscicultura (Figura 13). Para um preo de venda da ordem de

4.1 - Custos e Rentabilidade na Produo do Pacu/Tambaqui/Tambacu Considerando inicialmente o desembolso direto (financeiro) que o produtor utiliza para produzir 1,00kg de pacu, verifica-se que variou de R$1,56/kg no sistema A1 com rendimento de 3.600kg/ha at o mInformaes Econmicas, SP, v.25, n.1, jan. 1995.

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FIGURA 11 - Fatores que Afetam a Rentabilidade do Piscicultor. Fonte: SHANG (1981).

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30 R$2,00/kg apenas as alternativas A1 e B1 apresentaram piores margens de retornos. Para esse preo o fluxo de caixa cresceu de R$1.222,00/ha x ano na alternativa A1 a R$15.188,00/ha x ano na alternativa C2. Para essa ltima alternativa, que consiste num sistema de produo intensivo, a margem bruta foi de 113% para o desembolso direto, de 82% para DOT e de 44% para CTP, considerando-se o preo de venda de R$2,00/kg e o rendimento de 16.800kg/ha x ano de viveiro de engorda. Nesse caso, os resultados foram promissores, mas para atingir a meta de produtividade o empreendimento necessitar de mo-de-obra treinada e um eficiente gerenciamento tcnico-financeiro. (Figura 14).

4.4 - Custos e Rentabilidade na Produo de Tilpia A produo de tilpia monossexo, com padro, tamanho e qualidade, visando ao mercado consumidor e indstria de processamento de fils, uma atividade emergente que vem se consolidando no Estado e se tornando uma nova opo para os piscicultores. Para a anlise da atividade consideraram-se duas alternativas de peso final: 0,50kg/u. e 0,60kg/u.; o qual depende basicamente de melhora no manejo e no gerenciamento da alimentao, gua e aerao. No caso da produo de tilpia, com peso final de 0,50kg/u., maiores custos foram observados na alternativa A1 (6.750kg/ha x ano) e os menores valores na alternativa C2 (rendimento de 27.000kg/ha x ano (Tabela 6 e Figura 15). Quando se comparou com o preo mdio de venda de R$1,25/kg, observouse que apenas a alternativa C2 cobriria o custo total de produo. Os retornos cresceriam apenas em nveis de preo em torno de R$1,50 (Figura 15). Mas, considerando o preo de venda de R$1,25/kg, o menor fluxo de caixa/ha x ano seria obtido na alternativa A1 (6.750kg/ha), de R$48,00/ha x ano, e o maior fluxo de caixa seria obtido pela alternativa C2 (27.000kg/ha), de R$5.712,00/ha x ano. Como os preos de venda para uma tilpia de qualidade variam de R$1,25/kg a R$1,50/kg, o fluxo de caixa a esses preos pode se elevar substancialmente. Para a produo de tilpia com peso final de 0,60kg/unidade, os custos de produo so relativamente menores que a hiptese anterior. Assim, para a alternativa A1 (8.100kg/ha) o desembolso atingiu R$1,01/kg, a DOT R$1,18/kg e o CTP R$1,43/kg; enquanto para a alternativa C2 (32.400kg/ha), o desembolso foi de R$0,87/kg, a DOT de R$0,99 e o CTP de R$1,16/kg. Contrapondo-se a esses custos o preo de venda de R$1,25/kg, as alternativas A1, A2, B1 e C1 apresentam custos superiores a esse preo (Tabela 7 e Figura 16). A esse nvel de preo de venda, o fluxo de caixa por hectare variou de R$563,00 na alternativa

4.3 - Custos e Rentabilidade na Produo de Carpa O cultivo da carpa um dos mais antigos no Estado de So Paulo e visa atender segmentos especficos do mercado, de origem oriental. Assim, a sua produo eficiente pode ser uma alternativa ao piscicultor. Da a anlise dos custos e rentabilidade da criao de carpa. Objetivando analisar um leque amplo de alternativas de sistemas de produo, trabalhou-se com sistemas mais extensivos A1, com rendimento de 3.600kg/ha x ano a sistemas mais intensivos como o C2, com rendimento de 11.200kg/ha. Para o nvel menor de rendimento (A1), o desembolso direto foi de R$1,39/kg, a despesa operacional total de R$1,67/kg e o custo total de produo de R$2,20/kg. Enquanto para o maior nvel de rendimento e nvel de investimento C2 (III), o desembolso direto atingiu R$0,99/kg, a DOT de R$1,16/kg e o CTP de R$1,56/kg (Tabela 5 e Figura 14). Se considerarmos um preo mdio de venda de carpa de R$1,80/kg, verifica-se que para a maioria das alternativas a rentabilidade negativa, com exceo da A2, C1 e C2. Isso indica que para os produtores obterem uma maior rentabilidade, necessrio administrar os componentes de custo e melhorar o produto visando obter um preo em torno de R$2,00/kg. O fluxo de caixa por hectare estimado para o preo de R$1,80/kg variou de R$474,00/ha para a alternativa A1 a R$7.082,00/ha para a alternativa C2Informaes Econmicas, SP, v.25, n.1, jan. 1995.

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32 A1 para R$8.164,00 na alternativa A2. A tilpia industrial de qualidade, ao contrrio da tilpia capturada nas represas do Estado e vendida no atacado a preos que variam de R$0,40 a R$0,80/kg ao longo do ano, tem de ser produzida visando atender mercados especficos tanto in natura como para o processamento de fils. Essa questo de vital importncia para viabilizao de piscicultura com tilpia (MAINARDES PINTO, 1989). sistemas extensivos) para 13,73% nos mais intensivos (Tabela 8).

5 - CONSIDERAES FINAIS A piscicultura uma atividade emergente no Estado de So Paulo e no Brasil e tende a se expandir rapidamente em funo do crescimento da demanda e da estagnao da produo extrativa do interior do Estado e do Pas. Mas a viabilidade da piscicultura est diretamente associada a um manejo e gerenciamento que permitam obter um rendimento compatvel com os investimentos efetuados. Assim, no basta construir bons viveiros a baixo custo, necessrio que a quantidade e a qualidade da gua, o manejo da densidade e a alimentao seja adequada visando obter uma produo econmica. Ao longo do trabalho nota-se que mesmo nos sistemas de produo A2 com viveiros construdos por barramento, uma melhoria no manejo que envolva maior taxa de sobrevivncia e uma alimentao adequada so possveis para se obter bons resultados. evidente que nesse tipo de viveiro o controle da densidade, sobrevivncia, alimentao e predadores dificultado pelas suas caractersticas e nem sempre se obtm bons nveis de rendimento. Entre os resultados obtidos tem-se que para um mesmo nvel de preo, a taxa interna de retorno crescente medida que se melhora o manejo e o gerenciamento, obtendo-se nveis crescentes de rendimento. Maiores taxas internas de retorno levam a um menor tempo de recuperao do capital investido nos empreendimentos em piscicultura. Ao mesmo tempo observou-se que, em geral, o aumento no nvel dos investimentos s se tornou vivel com sistemas intensivos de produo. Para todas as espcies de peixe analisadas, os custos e a rentabilidade mostraram-se muito sensveis a variaes no rendimento (sistemas de produo alternativo). Para nveis de investimentos mais elevados, em funo de movimentao de terra e tipo de construo dos viveiros, a produo para ser competitiva envolve sistemas mais intensivos de produo. Pois s assim se obter produto de melhor qualidade a menores custos unitrios,

4.5 - Composio dos Custos de Produo na Piscicultura O conhecimento da composio do custo de produo de uma atividade produtiva um componente importante do gerenciamento. Pois atravs dele ser possvel conhecer os itens mais relevantes tanto em importncia relativa como na contribuio na gerao da receita do empreendimento. Assim, poder fornecer informaes que permitam um gerenciamento eficiente (GOLDRATT & FOX, 1989). Na composio dos custos de produo na piscicultura para as espcies e sistemas de produo analisados, o componente de custo mais relevante o custo com o consumo de rao, que variou de 31,62% a 59,08% do custo total de produo (Tabela 8). A participao desse componente crescia medida que se caminhava de sistemas extensivos de produo para os mais intensivos, para todas as espcies analisadas8. Quando se considerava a importncia do gasto com rao nas despesas operacionais totais, verificou-se que a sua participao variou de 41,65% (carpa-A1) e 68,35% (tilpia III-C2). Esses dados indicam que o consumo de rao a varivel mais importante na piscicultura, sobre a qual o produtor deve atuar. Uma melhoria na eficincia e no uso da rao vai contribuir para menores custos de produo e, ao mesmo tempo, aumentar a produtividade de todos os demais componentes. O produtor deve sempre estar atento a qualidade, distribuio e consumo da rao, nas diferentes fases de crescimento dos peixes. Considerando agora os agregados de custos, verifica-se que as despesas operacionais totais (DOTs) variaram de 67,27% a 86,44% do custo total; enquanto os custos fixos cresceram de 32,73% (nosInformaes Econmicas, SP, v.25, n.1, jan. 1995.

33 TABELA 8 - Composio do Custo de Produo na Piscicultura por Espcie Explorada, Nvel de Investimento e Sistema de Produo (Tecnologia), Estado de So Paulo, 1994 (em percentagem)Item Pacu/Tambaqui/Tambacu Nvel de investimento I Tecnologia A1 Alevinos Rao Mo-de-obra Administrador Calcrio Operao de mquinas Veculo Material de limpeza Medicamentos Encargos sociais Contribuio ao INSS Outras despesas Despesa operacional total Encargos financeiros de custeio Arrendamento Depreciao construes, maq. e eq. Manuteno das instalaes Remunerao ao capital fixo Custo total de produo 7,95 36,82 6,28 5,02 0,42 4,60 3,35 0,42 0,42 3,77 1,67 6,69 77,41 4,60 1,26 8,37 1,67 6,69 100,00 A2 6,67 44,62 5,13 4,10 0,39 3,59 2,56 0,51 0,51 3,20 2,05 7,18 80,51 4,62 1,03 6,67 1,54 5,63 100,00 B1 5,00 36,65 4,50 3,75 0,16 4,50 3,69 0,42 0,42 2,80 1,67 6,02 69,58 4,17 0,83 10,83 3,34 11,25 100,00 II Tecnologia B2 4,50 40,45 4,11 3,60 0,15 4,00 3,60 0,46 0,46 2,30 1,84 6,42 71,89 4,15 0,46 10,14 3,23 10,13 100,00 C1 4,00 42,62 3,90 3,00 0,14 3,90 2,93 0,49 0,49 2,44 1,95 6,34 72,20 4,30 0,49 10,00 2,93 10,08 100,00 C2 3,30 48,33 3,30 2,78 0,14 3,33 2,76 0,30 0,28 2,22 2,22 6,60 75,56 4,30 0,56 8,80 2,78 8,00 100,00 B1 5,00 37,80 4,74 3,88 0,16 4,60 3,88 0,43 0,43 3,02 1,72 6,32 71,98 4,32 0,86 9,91 3,02 9,91 100,00 III Tecnologia B2 4,74 41,71 4,27 3,79 0,15 4,10 3,79 0,47 0,47 2,20 1,90 6,34 73,93 4,57 0,66 9,00 2,84 9,00 100,00 C1 4,00 43,50 4,18 3,00 0,14 4,00 3,00 0,50 0,50 2,50 2,00 6,68 74,00 4,50 0,50 9,50 2,50 9,00 100,00 C2 3,41 49,18 3,41 2,84 0,14 3,41 2,84 0,50 0,30 2,27 2,27 6,70 77,27 4,55 0,57 7,95 2,27 7,39 100,00

(continua)

Fonte: Instituto de Economia Agrcola (IEA) e Instituto de Pesca (IP).

Informaes Econmicas, SP, v.25, n.1, jan. 1995.

34 TABELA 8 - Composio do Custo de Produo na Piscicultura por Espcie Explorada, Nvel de Investimento e Sistema de Produo (Tecnologia), Estado de So Paulo, 1994 (em percentagem)Item Bagre africano Nvel de investimento I Tecnologia A1 Alevinos Rao Mo-de-obra Administrador Calcrio Operao de mquinas Veculo Material de limpeza Medicamentos Encargos sociais Contribuio ao INSS Outras despesas Despesa operacional total Encargos financeiros de custeio Arrendamento Depreciao construes, maq. e eq. Manuteno das instalaes Remunerao ao capital fixo Custo total de produo 8,68 31,96 6,85 5,48 0,46 5,02 3,65 0,46 0,46 4,11 1,83 6,84 75,80 4,57 1,37 9,13 1,83 7,30 100,00 A2 7,47 40,23 5,75 4,75 0,29 4,02 2,87 0,57 0,57 3,54 2,30 6,95 79,31 4,60 1,15 7,12 1,72 6,10 100,00 B1 5,38 31,96 5,02 4,11 0,23 5,02 4,11 0,46 0,46 3,20 1,83 5,80 67,58 4,11 0,91 11,75 3,65 12,00 100,00 II Tecnologia B2 6,10 42,50 3,66 3,05 0,30 3,50 3,05 0,51 0,24 2,44 2,44 6,60 74,39 4,27 0,60 8,54 3,05 9,15 100,00 C1 4,40 37,84 4,45 3,24 0,22 4,45 3,24 0,54 0,54 2,70 2,16 5,95 69,73 4,32 0,54 11,17 3,24 11,00 100,00 C2 5,63 50,00 2,82 2,11 0,21 2,82 2,11 0,28 0,21 1,41 2,82 7,04 77,46 4,93 0,70 7,75 2,11 7,05 100,00 B1 5,49 33,18 5,31 4,27 0,19 5,21 4,27 0,47 0,47 3,32 1,90 6,06 70,14 4,27 0,95 10,42 3,32 10,90 100,00 III Tecnologia B2 6,15 43,75 3,75 3,13 0,25 3,75 3,13 0,38 0,25 2,50 2,50 6,71 76,25 4,38 0,63 8,13 2,50 8,11 100,00 C1 4,47 39,49 4,47 3,35 0,22 4,47 3,35 0,56 0,56 2,60 2,23 6,30 72,07 4,21 0,56 10,31 2,79 10,06 100,00 C2 5,76 51,08 2,88 2,16 0,22 2,88 2,16 0,29 0,29 1,44 2,88 7,10 79,14 5,04 0,72 6,47 2,16 6,47 100,00

(continua)

Fonte: Instituto de Economia Agrcola (IEA) e Instituto de Pesca (IP).

Informaes Econmicas, SP, v.25, n.1, jan. 1995.

35 TABELA 8 - Composio do Custo de Produo na Piscicultura por Espcie Explorada, Nvel de Investimento e Sistema de Produo (Tecnologia), Estado de So Paulo, 1994 (em percentagem)Item Carpa Nvel de investimento I Tecnologia A1 Alevinos Rao Mo-de-obra Administrador Calcrio Operao de mquinas Veculo Material de limpeza Medicamentos Encargos sociais Contribuio ao INSS Esterco de galinha Outras despesas Despesa operacional total Encargos financeiros de custeio Arrendamento Depreciao construes e maq. Manuteno das instalaes Remunerao ao capital fixo Custo total de produo 6,36 31,62 6,82 5,45 0,45 5,00 3,64 0,45 0,45 4,09 1,82 3,18 6,58 75,91 4,55 1,36 9,09 1,82 7,27 100,00 A2 5,42 40,00 5,71 4,63 0,23 4,00 2,86 0,57 0,57 3,43 2,29 2,29 6,86 78,86 4,57 1,14 7,43 1,71 6,29 100,00 B1 3,64 31,73 5,00 4,09 0,18 5,00 4,00 0,45 0,45 3,18 1,82 1,82 5,91 67,27 4,09 0,91 11,82 3,64 12,27 100,00 II Tecnologia B2 3,55 35,43 4,57 4,06 0,20 4,57 4,06 0,51 0,50 2,54 2,03 1,52 6,00 69,54 4,06 0,51 11,17 3,55 11,17 100,00 C1 3,24 37,74 4,32 3,24 0,22 4,32 3,24 0,54 0,54 2,70 2,16 1,62 5,85 69,73 4,32 0,54 11,00 3,24 11,17 100,00 C2 2,50 43,22 3,75 3,13 0,19 3,75 3,13 0,33 0,25 2,50 2,50 1,25 6,00 72,50 4,38 0,63 10,00 3,13 9,36 100,00 B1 3,77 33,02 5,09 4,25 0,19 5,19 4,25 0,47 0,47 3,30 1,89 1,89 6,03 69,81 4,25 0,94 10,85 3,30 10,85 100,00 III Tecnologia B2 3,66 36,65 4,71 4,19 0,21 4,71 4,19 0,43 0,42 2,62 2,09 1,57 6,28 71,73 4,29 0,77 9,95 3,31 9,95 100,00 C1 3,35 39,11 4,47 3,35 0,21 4,47 3,35 0,46 0,45 2,79 2,23 1,68 6,15 72,07 4,31 0,46 10,31 2,79 10,06 100,00 C2 2,56 44,50 3,85 3,21 0,19 3,65 3,21 0,34 0,26 2,56 2,56 1,28 6,19 74,36 4,64 0,64 8,97 2,56 8,83 100,00

(continua)

Fonte: Instituto de Economia Agrcola (IEA) e Instituto de Pesca (IP).

Informaes Econmicas, SP, v.25, n.1, jan. 1995.

36 TABELA 8 - Composio do Custo de Produo na Piscicultura por Espcie Explorada, Nvel de Investimento e Sistema de Produo (Tecnologia), Estado de So Paulo, 1994 (em percentagem)Item Tilpia (industrial) Nvel de investimento I Tecnologia A1 Alevinos Rao Mo-de-obra Administrador Calcrio Operao de mquinas Veculo Material de limpeza Medicamentos Encargos sociais Contribuio ao INSS Esterco de galinha Outras despesas Despesa operacional total Encargos financeiros de custeio Arrendamento Depreciao construes e maq. Manuteno das instalaes Remunerao ao capital fixo Custo total de produo 7,05 44,61 5,13 3,85 0,26 3,85 2,56 0,64 0,64 3,21 1,92 7,05 80,77 5,13 0,64 6,41 1,28 5,77 100,00 A2 8,66 55,12 3,15 2,36 0,24 2,36 1,57 0,31 0,31 1,57 2,36 7,82 85,83 5,50 0,79 3,94 0,79 3,15 100,00 B1 7,33 46,67 3,33 2,67 0,20 3,33 2,67 0,20 0,20 2,06 2,00 6,67 77,33 4,67 0,67 7,33 2,67 7,33 100,00 II Tecnologia B2 8,87 56,49 1,91 1,91 0,16 1,81 1,81 0,16 0,26 0,81 2,42 7,26 83,87 4,84 0,24 4,84 1,61 4,60 100,00 C1 7,86 50,12 2,86 2,14 0,20 2,86 2,14 0,20 0,20 1,43 2,14 7,14 79,29 5,00 0,71 6,52 2,14 6,34 100,00 C2 9,24 58,31 1,68 1,68 0,17 1,68 1,68 0,18 0,17 0,84 2,52 7,56 85,71 5,04 0,25 3,96 0,84 4,20 100,00 B1 7,48 47,62 3,40 2,72 0,29 3,40 2,72 0,20 0,20 2,04 2,04 6,80 78,91 4,76 0,68 6,81 2,04 6,80 100,00 III Tecnologia B2 9,09 57,38 1,94 1,94 0,16 1,84 1,84 0,20 0,20 0,82 2,46 7,38 85,25 4,66 0,25 4,10 1,64 4,10 100,00 C1 8,03 51,26 2,92 2,19 0,16 2,92 2,19 0,20 0,20 1,46 2,19 7,30 81,02 5,00 0,73 6,47 1,46 5,32 100,00 C2 9,32 59,08 1,69 1,69 0,16 1,69 1,69 0,20 0,20 0,85 2,54 7,33 86,44 5,08 0,35 3,89 0,85 3,39 100,00

(concluso)

Fonte: Instituto de Economia Agrcola (IEA) e Instituto de Pesca (IP).

Informaes Econmicas, SP, v.25, n.1, jan. 1995.

37 melhorando a rentabilidade e o retorno da atividade. Finalmente cabe destacar que este trabalho uma primeira aproximao sobre o retorno aos investimentos e aos custos rentabilidade na piscicultura. medida que se dispuser de processos de produo mais eficiente, mo-de-obra treinada e modelo de gerenciamento adequado para empreendimentos em piscicultura, novas anlises devero ser efetuadas visando por um lado fornecer novas informaes para deciso sobre novos investimentos para os que desejam se dedicar atividade e, por outro, fornecer novas informaes para piscicultores em plena produo a fim de que disponham de parmetros para avaliao e anlise objetivando aumentar a eficincia de seu negcio.

NOTAS1 Este trabalho parte integrante do projeto SPTC 16-037/93 e produto de uma parceria entre o Instituto de Economia Agrcola e o Instituto de Pesca, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de So Paulo. Um resumo deste trabalho foi apresentado no VIII Simpsio Brasileiro de Aqicultura, realizado de 11 a 14 de outubro de 1994, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de So Paulo (ESALQ/USP), Piracicaba (SP). Encaminhado para publicao em 07/12/94. Liberado em 03/01/95.

2

Engenheiro Agrnomo, MS, Pesquisador Cientfico do Instituto de Economia Agrcola. Zootecnista, Pesquisador Cientfico do Instituto de Pesca. Zootecnista, Assistente Tcnico de Pesquisa do Instituto de Pesca. O detalhamento dos itens e nveis de investimentos adotados para cada modelo de produo apresentado no Anexo 1.

3

4

5

6 Os demais preos dos materiais utilizados, bem como os coeficientes tcnicos por sistema de produo (tecnologia), so apresentados nos Anexos de 2 a 6.

7

Outros detalhes sobre a composio de cada nvel de investimento podem ser observados na tabela 2.

8

Os dados da tabela 8 fornecem a composio detalhada dos custos de produo e permitem aos produtores uma anlise dos demais itens e suas relevncias, alm dos citados acima, como os alevinos, mo-de-obra, administrador, encargos, etc.

LITERATURA CITADA ASSOCIAO DE ASSISTNCIA TCNICA E EXTENSO RURAL DE RONDNIA. Sistema de produo para criao de tambaqui. Porto Velho, 1991. 44p. CHABALIN, E. & FERRAZ DE LIMA J.A. A-nlise econmica de um cultivo intensivo de pacu (Colossoma mitrei) no Centro-Oeste do Brasil. Boletim Tcnico CEPTA, Pirassununga, 1(1):61-68, jan. 1988. ; SENHORINI, J.A.; FERRAZ DE LIMA, J.A. Estimativa de custo de produo de larvas eInformaes Econmicas, SP, v.25, n.1, jan. 1995.

alevinos. Boletim Tcnico CEPTA, Pirassununga, 2(nico):61-74, 1989. CASTAGNOLLI, gua doce. 53p. Newton. Jaboticabal, Piscicultura de FUNEP, 1992.

ENCONTRO DE AQICULTURA DO VALE DO RIBEIRA, 5. Pariquera-Au, SP, 27-30 jul. 1993. So Paulo, Instituto de Pesca, 1993. mimeo. FARO, Clovis. Elementos de engenharia econmica. 3.ed. rev. ampl. So Paulo, Atlas, 1979. 328p.

38 GOLDRATT, Eliyahu M. & FOX, Robert E. A corrida pela vantagem competitiva. So Paulo, Instituto de Movimentao e Armazenagem de Materiais, 1989. 178p. MEADE, James W. Aquaculturemanagement. New York. Van Nostrand Reinhold, 1989. 175p. O MILAGRE dos peixes. 10(108):42-51, out. 1994. LOMBARDI, J. V. & LOBO, Vera L. Estimativas de custo e benefcios na engorda de Macrobrachium resembergui (Camaro Gigante da Malsia) em mdulo de 1,2ha. So Paulo, Instituto da Pesca, 1989. 16p. (Boletim Tcnico, 10). MAINARDES PINTO, Cleide S. R. Criao de tilpia. So Paulo, Instituto de Pesca, 1989. 13p. (Boletim Tcnico, 10). MARTIN, Nelson B. et alii. Custos: sistema de custo de produo agrcola. Informaes Econmicas, SP, 24(9):97-122, set. 1994. Globo Rural, SP,

PISCICULTURA: o bagre de briga. Globo Rural, SP, 9(96):29-32, out. 1993. SO PAULO. Secretaria de Agricultura e Abastecimento & IDEADECO. Projeto de estabelecimento de um polo de aquacultura de alta tecnologia no Vale do Ribeira So Paulo, IEA, 1989. 2v. mimeo. SHANG, Yung C. Aquaculture economics: basic concepts and methods of analysis. Boulder- Colorado, Westview Press Croom Helm-London, 1981. 123p.

CUSTOS E RETORNOS NA PISCICULTURA EM SO PAULO SINOPSE: O estudo envolve anlises de custos e retornos na piscicultura, de modelos de produo com 15,00 hectares, sendo 10,00 hectares de viveiros de engorda, trs nveis de investimentos na construo de viveiros, quatro espcies de peixe (pacu/tambaqui/tambacu, bagre africano, carpa e tilpia) e para cada uma dessas espcies seis sistemas de produo (tecnologias) em funo de parmetros como: densidade inicial, taxa de sobrevivncia, peso final de venda, taxa de converso e manejo da criao, correspondendo a diferentes nveis de rendimento por hectare e por ano. Entre os resultados obtidos tem-se que para um mesmo nvel de preo, a taxa interna de retorno das alternativas analisadas crescente medida que se melhora o manejo e o gerenciamento, obtendo-se nveis crescentes de rendimento. Palavras-chave: economia da piscicultura, custo de produo, retorno aos investimentos, rentabilidade, sistemas de produo, modelos tpico de produo.

COSTS AND RETURNS IN FISH FARMS OF SAO PAULO ABSTRACT: The essay analyses costs and returns in fish farms of production models with 15 hectares, from which 10 hectares of fattening fish-pool, three levels of investments in fish-pool construction, four species of fish like pacu (Colossoma mitrei), african catfish (Clarias gariepinus), carp and tilapia and for each one specie six production sistems (technologies) according to parameters like initial density, rate of survival, final weight of sale, rate ofInformaes Econmicas, SP, v.25, n.1, jan. 1995.

39 convertion and handling of creation, corresponding to different levels of yield by hectare and by year. Among others outcomes, for a same level of price the internal rate of return of analysed alternatives is increasing as much as intensification of handling and management, getting increasing levels of yield. Key-words: fish culture economy, production cost, investments return, earnings, production sistems, production typical models.

Informaes Econmicas, SP, v.25, n.1, jan. 1995.

40 CUSTOS E RETORNOS NA PISCICULTURA EM SO PAULO Anexo 1 TABELA A.1.1 - Investimentos Considerados para os Modelos de Produo na Piscicultura, Estado de So Paulo, 1994 (em R$1,00 de fevereiro de 1994)Item A. 1. Levantamento da rea (ha) A. 2. Levantamento da rea (ha) B. Viveiros e captao 3. Viveiros - barramento (ha) 4. Viveiros - escavados (ha) 5. Viveiros - escavados (ha) 6. Aude captao (ha) 7. Monge viveiro - barramento (u.) 8. Monge aude captao (u.) 9. Viveiros - berrio (u.) 10. Tanques de depurao (u.) 11. Sistema abastecimento 12. Proteo - viveiros (ha) 13. Proteo - viveiros (ha) 14. Sistema drenagem (ha) 15. Galpo (2 de 50m2) 16. Residncia (60m2) 17. Escritrio (60m2) C. Mquinas, veculos e equipamentos 18. Trator 66cv 19. Carreta 3t 20. Roadeira 21. Caminho 4t 22. Freezer 480 l 23. Caixas isopor 500 l 24. Balana 5kg 25. Balana 150kg 26. Caixa fibrocimento 500 l 27. Redes - arrasto 28. Termmetro max. e min. 29. Outros equipamentos 30. Aerador D. Adubao bsica 31. Esterco galinha (t) 32. Calcrio (t) 33. Sulfato amnia (t) 34. Superfosfato simples (t) E. Terra (ha) Modelo de investimento1 I II e III I II III II e III I II e III II e III II e III II e III I II e III II e III I a III I a III I a III I a III I a III I a III I a III I a III I a III I a III I a III I a III I a III II e III I a III II e III I a III I a III I a III I a III I a III Quantidade (no) 12 13,8 12 10 10 2 6 2 12 12 11,8 15 13 11,8 2 1 1 1 1 1 0,5 6 10 1 1 5 4 18 1 20 14,40 18,00 1,20 1,20 15 Vida til e reposio (ano)2 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 10 (11) 10 (11) 10 (11) 10 (11) 10 (11) 3(4,8,12,16) 10 (11) 10 (11) 10 (11) 3(4,8,12,16) 10 (11) 10 (11) 10 (11) 20 20 20 20 -

(continua)Preo unitrio 180,00 270,00 2.700,00 14.400,00 10.800,00 3.000,00 300,00 300,00 2.700,00 500,00 500,00 100,00 220,00 700,00 2.000,00 7.200,00 7.200,00 17.000,00 1.100,00 1.600,00 40.000,00 400,00 70,00 100,00 200,00 100,00 300,00 24,00 500,00 1.000,00 40,00 15,00 130,00 130,00 1.800,00 -

I Total3 Total II Total IIa Total III Total IIIa 1 Itens por modelo de investimento e total. 2 Os dados entre parnteses indicam os anos em que o investimento reposto. 3 Total por tipo de investimento: quando inclui a envolve aeradores. Fonte: Instituto de Economia Agrcola (IEA) e Instituto de Pesca (IP).

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41 TABELA A.1.1 - Investimentos Considerados para os Modelos de Produo na Piscicultura, Estado de So Paulo, 1994 (em R$1,00 de fevereiro de 1994)Item Valor Total (R$10/ha) 2.160,00 3.186,00 32.400,00 144.000,00 108.000,00 6.000,00 1.800,00 600,00 32.400,00 6.000,00 5.900,00 1.500,00 2.860,00 8.260,00 4.000,00 7.200,00 7.200,00 17.000,00 1.100,00 1.600,00 20.000,00 2.400,00 700,00 100,00 200,00 500,00 1.200,00 432,00 500,00 20.000,00 576,00 270,00 156,00 156,00 27.000,00 130.150,00 301.496,00 321.496,00 265.496,00 285.496,00 (ha)1 (R$) 216,00 318,60 3.240,00 14.400,00 10.800,00 600,00 180,00 60,00 3.240,00 600,00 590,00 150,00 286,00 826,00 400,00 720,00 720,00 1.700,00 110,00 160,00 2.000,00 240,00 70,00 10,00 20,00 50,00 120,00 43,20 50,00 2.000,00 57,60 27,00 15,60 15,60 2.700,00 13.015,00 30.149,60 32.149,60 26.549,60 28.549,60 Depreciao anual2 (R$/ha) 10,80 15,93 162,00 720,00 540,00 30,00 9,00 3,00 162,00 30,00 29,50 7,50 14,30 41,30 20,00 36,00 36,00 136,00 8,80 12,80 160,00 24,00 23,10 1,00 2,00 5,00 36,00 4,32 5,00 200,00 2,88 1,35 0,78 0,78 705,11 1.558,84 1.758,38 1.378,84 1.578,84

(concluso)Juros3 anuais do Total de capital depreciao e juros (R$/ha) anuais (R$/ha) 12,96 19,12 194,40 864,00 648,00 36,00 10,80 3,60 194,40 36,00 35,40 9,00 17,16 49,56 24,00 43,20 43,20 85,00 6,60 9,60 120,00 14,40 4,20 0,60 1,20 3,00 7,20 2,59 3,00 120,00 3,46 1,62 0,94 0,94 581,90 1.606,38 1.726,38 1.390,38 1.510,38 23,76 35,05 356,40 1.584,00 1.188,00 66,00 19,80 6,60 356,40 66,00 64,90 16,50 31,46 90,86 44,00 79,20 79,20 221,00 15,40 22,40 280,00 38,40 27,30 1,60 3,20 8,00 43,20 6,91 8,00 320,00 6,34 2,97 1,72 1,72 1.287,01 3.165,22 3.485,22 2.769,22 3.089,22

A. 1. Levantamento da rea (ha) A. 2. Levantamento da rea (ha) B. Viveiros e captao 3. Viveiros - barramento (ha) 4. Viveiros - escavados (ha) 5. Viveiros - escavados (ha) 6. Aude captao (ha) 7. Monge viveiro - barramento (u.) 8. Monge aude captao (u.) 9. Viveiros - berrio (u.) 10. Tanques de depurao (u.) 11. Sistema abastecimento 12. Proteo - viveiros (ha) 13. Proteo - viveiros (ha) 14. Sistema drenagem (ha) 15. Galpo (2 de 50m2) 16. Residncia (60m2) 17. Escritrio (60m2) C. Mquinas, veculos e equipamentos 18. Trator 66cv 19. Carreta 3t 20. Roadeira 21. Caminho 4t 22. Freezer 480 l 23. Caixas isopor 500 l 24. Balana 5kg 25. Balana 150kg 26. Caixa fibrocimento 500 l 27. Redes - arrasto 28. Termmetro max. e min. 29. Outros equipamentos 30. Aerador D. Adubao bsica 31. Esterco galinha (t) 32. Calcrio (t) 33. Sulfato amnia (t) 34. Superfosfato simples (t) E. Terra (ha) Total4 Total Total Total Total1 2

Foi considerado para uma superfcie de gua dos viveiros de engorda de 10,00ha. Depreciao estimada de acordo com a vida til. 3 Os juros anuais para remunerar o capital foi de 12% a.a., para metade do capital no ciclo do empreendimento de vinte anos, o que equivale a uma taxa de 6% a.a. sobre o capital inicial. 4 Total por tipo de investimento: quando inclui a envolve aeradores. Fonte: Instituto de Economia Agrcola (IEA) e Instituto de Pesca (IP).

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42 Anexo 2 TABELA A.2.1 - Preos de Fatores e Produtos Utilizados na Anlise de Sistemas de Produo na Piscicultura, Estado de So Paulo, 19941Item Pacu/tambaqui/tambacu/bagre africano Pacu/tambaqui/tambacu/bagre africano Pacu/tambaqui/tambacu/bagre africano Pacu/tambaqui/tambacu/bagre africano Pacu/tambaqui/tambacu/bagre africano Pacu/tambaqui/tambacu/bagre africano Carpa Carpa Carpa Carpa Carpa Carpa Tilpia (industrial) Tilpia (industrial) Tilpia (industrial) Tilpia (industrial) Tilpia (industrial) Alevinos pacu/tambaqui/tambacu Alevinos carpa Alevinos bagre africano Alevinos tilpia monossexo Rao para peixe Mo-de-obra permanente Mo-de-obra eventual2 Mo-de-obra administrador2 Esterco de galinha Sulfato de amnia Superfosfato simples Calcrio de dolomtico Trator de 66CV + equipamento Caminho 4t Arrendamento de terra Materiais de limpeza-tecnologia A Materiais de limpeza-tecnologias B e C Medicamentos Movimentao e compactao terra1 2 2

Unidade kg de peso vivo kg de peso vivo kg de peso vivo kg de peso vivo kg de peso vivo kg de peso vivo kg de peso vivo kg de peso vivo kg de peso vivo kg de peso vivo kg de peso vivo kg de peso vivo kg de peso vivo kg de peso vivo kg de peso vivo kg de peso vivo kg de peso vivo mil mil mil mil kg dh dh dh t t t t hora-operao hora-operao ha ha ha ha m3

Valor unitrio (R$) 1,30 1,50 1,80 2,00 2,20 2,50 1,00 1,30 1,50 1,80 2,00 2,20 0,80 1,00 1,25 1,50 1,75 70,00 50,00 70,00 50,00 0,35 5,42 2,71 20,83 40,00 130,00 130,00 15,00 6,47 7,22 100,00 40,00 60,00 50,00 1,80

Preos em R$1,00 de fevereiro de 1994. No inclui encargos sociais.

Fonte: Instituto de Economia Agrcola (IEA) e Instituto de Pesca (IP).

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43 Anexo 3 TABELA A.3.1 - Fatores de Produo para os Sistemas de Produo de Piscicultura do Pacu/Tambaqui/Tambacu, por Hectare de Viveiro de Engorda, Estado de So Paulo, 1994Item Unidade A1 Ano 1 Ciclo/ano Densidade inicial Ciclo de produo Taxa de converso Taxa de sobrevivncia Nmero final peixe Peso mdio na venda Rendimento Alevinos Mo-de-obra permanente Mo-de-obra eventual Administrador Rao Calcrio Trator + equipamentos Caminho 4t Material de limpeza Medicamentos Item u. alevinos/m2 ms kg rao/kg % no kg kg mil dh dh dh kg t hora hora R$ R$ Unidade B2 Ano 1 Ciclo/ano Densidade inicial Ciclo de produo Taxa de converso Taxa de sobrevivncia Nmero final peixe Peso mdio na venda Rendimento Alevinos Mo-de-obra permanente Mo-de-obra eventual Administrador Rao Calcrio Trator + equipamentos Caminho 4t Material de limpeza Medicamentos u. alevinos/m2 ms kg rao/kg % no kg kg mil dh dh dh kg t hora hora R$ R$ 1 1 15 2,5 36 3.600 1,00 3.600 10 80 24 26 9.000 1,5 60 40 60 50 2 1 1 15 2,5 54 5.400 1,00 5.400 10 105 30 26 13.500 1,5 100 75 60 50 3-20 1 1 15 2,5 60 6.000 1,20 7.200 10 105 30 26 18.000 1,5 100 75 60 50 1 1 1 15 2,5 42 4.200 1,00 4.200 10 80 24 26 10.500 1,5 60 40 60 50 1 1 15 2,5 18 1.800 1,00 1.800 10 60 24 21 4.500 1,5 30 30 40 50 2 1 1 15 2,5 27 2.700 1,00 2.700 10 85 24 21 6.750 1,5 60 40 40 50 3-20 1 1 15 2,5 30 3.000 1,20 3.600 10 85 24 21 9.000 1,5 60 40 40 50 1 1 1 15 2,5 27 2.700 1,00 2.700 10 60 24 21 6.750 1,5 30 30 40 50 Sistema de produo A2 Ano 2 1 1 15 2,5 40,50 4.050 1,00 4.050 10 85 24 21 10.125 1,5 60 40 40 50 C1 Ano 2 1 1 15 2,5 63 6.300 1,00 6.300 10 105 30 26 15.750 1,5 100 75 60 50 3-20 1 1 15 2,5 70 7.000 1,20 8.400 10 105 30 26 21.000 1,5 100 75 60 50 1 1 1 15 2,5 56 5.600 1,00 5.600 10 80 24 26 14.000 1,5 60 40 60 50 3-20 1 1 15 2,5 45 4.500 1,20 5.400 10 85 24 21 13.500 1,5 60 40 40 50 1 1 1 15 2,5 30 3.000 1,00 3.000 10 80 24 26 7.500 1,5 60 40 60 50 B1 Ano 2 1 1 15 2,5 45 4.500 1,00 4.500 10 105 30 26 10.500 1,5 100 75 60 50 C2 Ano 2 1 1 15 2,5 70 7.000 1,20 8.400 10 105 30 26 21.000 1,5 100 75 60 50 3-20 1 1 15 2,5 80 8.000 1,40 11.200 10 105 30 26 28.000 1,5 100 75 60 50 3-20 1 1 15 2,5 50 5.000 1,20 6.000 10 105 30 26 15.000 1,5 100 75 60 50

Sistema de produo

Fonte: Instituto de Economia Agrcola (IEA) e Instituto de Pesca (IP).

Informaes Econmicas, SP, v.25, n.1, jan. 1995.

44 Anexo 4 TABELA A.4.1 - Fatores de Produo para os Sistemas de Produo na Piscicultura da Carpa, por Hectare de Viveiro de Engorda, Estado de So Paulo, 1994Sistema de produo Item Unidade A1 Ano 2 1 1 11 2 27 2.700 1,00 2.700 10 85 24 21 5.400 6 1,5 60 40 40 50 A2 Ano 2 1 1 11 2 40,50 4.050 1,00 4.050 10 85 24 21 8.100 6 1,5 60 40 40 50 B1 Ano 2 1 1 11 2 45 4.500 1,00 4.500 10 105 30 26 9.000 6 1,5 100 75 60 50

Ciclo/ano Densidade inicial Ciclo de produo Taxa de converso Taxa de sobrevivncia Nmero final peixe Peso mdio na venda Rendimento Alevinos Mo-de-obra permanente Mo-de-obra eventual Administrador Rao Esterco de galinha Calcrio Trator + equipamentos Caminho 4t Material de limpeza Medicamentos Item

u. alevinos/m2 ms kg rao/kg % no kg kg mil dh dh dh kg t t hora hora R$ R$ Unidade

1 1 1 11 2 18 1.800 1,00 1.800 10 60 24 21 3.600 6 1,5 30 30 40 50

3-20 1 1 11 2 30 3.000 1,20 3.600 10 85 24 21 7.200 6 1,5 60 40 40 50

1 1 1 11 2 27 2.700 1,00 2.700 10 60 24 21 5.400 6 1,5 30 30 40 50

3-20 1 1 11 2 45 4.500 1,20 5.400 10 85 24 21 10.800 6 1,5 60 40 40 50

1 1 1 11 2 30 3.000 1,00 3.000 10 80 24 26 6.000 6 1,5 60 40 60 50

3-20 1 1 11 2 50 5.000 1,20 6.000 10 105 30 26 12.000 6 1,5 100 75 60 50

Sistema de produo B2 Ano 2 1 1 11 2 54 5.400 1,00 5.400 10 105 30 26 10.800 6 1,5 100 75 60 50 C1 Ano 2 1 1 11 2 63 6.300 1,00 6.300 10 105 30 26 12.600 6 1,5 100 75 60 50 C2 Ano 2 1 1 11 2 70 7.000 1,20 8.400 10 105 30 26 16.800 6 1,5 100 75 60 50

Ciclo/ano Densidade inicial Ciclo de produo Taxa de converso Taxa de sobrevivncia Nmero final peixe Peso mdio na venda Rendimento Alevinos Mo-de-obra permanente Mo-de-obra eventual Administrador Rao Esterco de galinha Calcrio Trator + equipamentos Caminho 4t Material de limpeza Medicamentos

u. alevinos/m2 ms kg rao/kg % no kg kg mil dh dh dh kg t t hora hora R$ R$

1 1 1 11 2 36 3.600 1,00 3.600 10 80 24 26 7.200 6 1,5 60 40 60 50

3-20 1 1 11 2 60 6.000 1,20 7.200 10 105 30 26 14.400 6 1,5 100 75 60 50

1 1 1 11 2 42 4.200 1,00 4.200 10 80 24 26 8.400 6 1,5 60 40 60 50

3-20 1 1 11 2 70 7.000 1,20 8.400 10 105 30 26 16.800 6 1,5 100 75 60 50

1 1 1 11 2 56 5.600 1,00 5.600 10 80 24 26 11.200 6 1,5 60 40 60 50

3-20 1 1 11 2 80 8.000 1,40 11.200 10 105 30 26 22.400 6 1,5 100 75 60 50

Fonte: Instituto de Economia Agrcola (IEA) e Instituto de Pesca (IP).

Informaes Econmicas, SP, v.25, n.1, jan. 1995.

45 Anexo 5 TABELA A.5.1 - Fatores de Produo para os Sistemas de Produo na Piscicultura do Bagre Africano, por Hectare de Viveiro de Engorda, Estado de So Paulo, 1994Sistema de produo Item Unidade A1 Ano 2 1 1 9 2 27 2.700 1,00 2.700 10 85 24 21 5.400 1,5 60 40 40 50 A2 Ano 2 1 1 9 2 40,50 4.050 1,00 4.050 10 85 24 21 8.100 1,5 60 40 40 50 B1 Ano 2 1 1 9 2 45 4.500 1,00 4.500 10 105 30 26 9.000 1,5 100 75 60 50

Ciclo/ano Densidade inicial Ciclo de produo Taxa de converso Taxa de sobrevivncia Nmero final peixe Peso mdio na venda Rendimento Alevinos Mo-de-obra permanente Mo-de-obra eventual Administrador Rao Calcrio Trator + equipamentos Caminho 4t Material de limpeza Medicamentos Item

u. alevinos/m2 ms kg rao/kg % no kg kg mil dh dh dh kg t hora hora R$ R$ Unidade

1 1 1 9 2 18 1.800 1,00 1.800 10 60 24 21 3.600 1,5 30 30 40 50

3-20 1 1 9 2 30 3.000 1,20 3.600 10 85 24 21 7.200 1,5 60 40 40 50

1 1 1 9 2 27 2.700 1,00 2.700 10 60 24 21 5.400 1,5 30 30 40 50

3-20 1 1 9 2 45 4.500 1,20 5.400 10 85 24 21 10.800 1,5 60 40 40 50

1 1 1 9 2 30 3.000 1,00 3.000 10 80 24 26 6.000 1,5 60 40 60 50

3-20 1 1 9 2 50 5.000 1,20 6.000 10 105 30 26 12.000 1,5 100 75 60 50

Sistema de produo B2 Ano 2 1 1,5 9 2 54 8.100 1,00 8.100 15 105 30 26 16.200 1,5 100 75 60 50 C1 Ano 2 1 1 9 2 63 6.300 1,00 6.300 10 105 30 26 12.600 1,5 100 75 60 50 C2 Ano 2 1 2 9 2 60 12.000 1,00 12.600 20 105 30 26 25.200 1,5 100 75 60 50

1 Ciclo/ano Densidade inicial Ciclo de produo Taxa de converso Taxa de sobrevivncia Nmero final peixe Peso mdio na venda Rendimento Alevinos Mo-de-obra permanente Mo-de-obra eventual Administrador Rao Calcrio Trator + equipamentos Caminho 4t Material de limpeza Medicamentos u. alevinos/m2 ms kg rao/kg % no kg kg mil dh dh dh kg t hora hora R$ R$ 1 1,5 9 2 36 5.400 1,00 5.400 15 85 24 26 10.800 1,5 60 40 60 50

3-20 1 1,5 9 2 60 9.000 1,20 10.800 15 105 30 26 21.600 1,5 100 75 60 50

1 1 1 9 2 42 4.200 1,00 4.200 10 85 24 26 8.400 1,5 60 40 60 50

3-20 1 1 9 2 70 7.000 1,20 8.400 10 105 30 26 16.800 1,5 100 75 60 50

1 1 2 9 2 42 8.400 1,00 8.400 20 85 24 26 16.800 1,5 60 40 60 50

3-20 1 2 9 2 70 14.000 1,20 16.800 20 105 30 26 33.600 1,5 100 75 60 50

Fonte: Instituto de Economia Agrcola (IEA) e Instituto de Pesca (IP).

Informaes Econmicas, SP, v.25, n.1, jan. 1995.

46 Anexo 6 TABELA A.6.1 - Fatores de Produo para os Sistemas de Produo na Piscicultura da Tilpia (Industrial), por Hectare de Viveiro de Engorda, Estado de So Paulo, 1994 (continua)Sistema de produo Item Unidade A1 Ano 1 A - Alternativa de peso de venda de 0,5kg/peixe Ciclo/ano Densidade inicial Ciclo de produo Taxa de converso Taxa de sobrevivncia Nmero final peixe Peso mdio na venda Rendimento Alevinos Mo-de-obra permanente Mo-de-obra eventual Administrador Rao Calcrio Trator + equipamentos Caminho 4t Material de limpeza Medicamentos B - Alternativa de peso de venda de 0,60kg/peixe Peso mdio de venda Rendimento Rao kg kg kg 0,60 4.050 8.100 0,60 6.074 12.150 0,60 8.100 16.200 0,60 4.050 8.100 0,60 12.150 24.300 0,60 12.150 24.300 0,60 8.100 16.200 0,60 12.150 24.300 0,60 16.200 32.400 u. alevinos/m2 ms kg rao/kg % no kg kg mil dh dh dh kg t hora hora R$ R$ 1 1,5 11 2 56 8.438 0,40 3.375 15 60 24 21 6.750 1,5 30 30 40 50 1 1,5 11 2 84 12.655 0,40 5.062 15 85 24 21 10.125 1,5 60 40 40 50 1 1,5 11 2 90 13.500 0,50 6.750 15 85 24 21 13.500 1,5 60 40 40 50 1 1,5 8 2 56 8.438 0,40 3.375 15 60 24 21 6.750 1,5 30 30 40 50 2 1,5 8 2 84 25.313 0,40 10.125 30 85 24 21 20.250 1,5 60 40 40 50 1,5 1,5 8 2 90 20.250 0,50 10.125 22,50 85 24 21 20.250 1,5 60 40 40 50 1 3 11 2 56 16.875 0,40 6.750 30 85 24 26 13.500 1,5 60 40 60 50 1 3 11 2 84 25.313 0,40 10.125 30 105 30 26 20.250 1,5 100 75 60 50 1 3 11 2 90 27.000 0,50 13.500 30 105 30 26 27.000 1,5 100 75 60 50 2 3-20 1 A2 Ano 2 3-20 1 B1 Ano 2 3-20

Fonte: Instituto de Economia Agrcola (IEA) e Instituto de Pesca (IP).

Informaes Econmicas, SP, v.25, n.1, jan. 1995.

47 TABELA A.6.1 - Fatores de Produo para os Sistemas de Produo na Piscicultura da Tilpia (Industrial), por Hectare de Viveiro de Engorda, Estado de So Paulo, 1994 (concluso)Sistema de produo Item Unidade B21 Ano 1 A - Alternativa de peso de venda de 0,5kg/peixe 2 3-20 1 C1 Ano 2 3-20 1 C21 Ano 2 3-20

Ciclo/ano Densidade inicial Ciclo de produo Taxa de converso Taxa de sobrevivncia Nmero final peixe Peso mdio na venda Rendimento Alevinos Mo-de-obra permanente Mo-de-obra eventual Administrador Rao Calcrio Trator + equipamentos Caminho 4t Material de limpeza Medicamentos

u. alevinos/m ms kg rao/kg % no 2

1 3 8 2 56 16.875 0,40 6.750 30 85 24 26 13.500 1,5 60 40 60 50

2 3 8 2 84 50.625 0,40 20.250 60 105 30 26 40.500 1,5 100 75 60 50

1,5 3 8 2 90 40.500 0,50 20.250 45 105 30 26 40.500 1,5 100 75 60 50

1 4 11 2 56 22.500 0,40 9.000 40 85 24 26 18.000 1,5 60 40 60 50

1 4 11