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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
FÁTIMA MARIA SIQUEIRA MARQUES DE SOUZA
CADERNO TEMÁTICO:
O TRABALHO DE CAMPO NO ENSINO FUNDAMENTAL
O PERCURSO DO RIBEIRÃO MUMBUCA
LONDRINA
2010
ii
FÁTIMA MARIA SIQUEIRA MARQUES DE SOUZA
CADERNO TEMÁTICO:
O TRABALHO DE CAMPO NO ENSINO FUNDAMENTAL
O PERCURSO DO RIBEIRÃO MUMBUCA
Produção Didático - Pedagógica
desenvolvida através do Programa de
Desenvolvimento Educacional (PDE),
turma 2009, na área de Geografia, com o
tema de estudo; O Trabalho de Campo no
ensino fundamental – o Percurso do
Ribeirão Mumbuca. Instituição de Ensino
Superior: Universidade Estadual de
Londrina (UEL).
Orientadora: Rosana Figueiredo
Salvi
LONDRINA
2010
iii
ESCOLA ESTADUAL MONTEIRO LOBATO
ENSINO FUNDAMENTAL
Lago Tabocó - SertanópolisFonte – Fátima Maria Siqueira Marques de Souza (2010)
TRABALHO DE CAMPO NO ENSINO FUNDAMENTAL
O PERCURSO DO RIBEIRÃO MUMBUCA
Professora – Fátima Maria Siqueira Marques de Souza
iv
AGRADECIMENTOS
Ao meu marido que sempre colaborou para que tudo desse certo.
Aos meus filhos que mesmo longe sempre acreditaram em mim.
A professora e orientadora Drª Rosana Figueiredo Salvi
Ao professor, poeta e amigo Gilberto Braz Almeida
As professoras e amigas Cláudia de Mello Favarão, Aparecida das Neves
Reis, Solange Ferreira e Janete Dancini,
Emater – Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural.
Mauro Jair Alves – Técnico em Agropecuária.
Carlos Manoel Jacinto – Administrador da Fazenda Santana.
v
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1. Mapa Mundi......................................................................................8
Figura 2. Mapa da América.............................................................................9
Figura 3. Mapa do Brasil..................................................................................10
Figura 4. Mapa da Região Sul do Brasil..........................................................11
Figura 5. Mapa do Paraná...............................................................................12
Figura 6. Mapa de Sertanópolis em relação ao Paraná e Brasil...................13
Figura 7. Mapa Sertanópolis – Limites Intermunicipais..................................14
Figura 8. Bacia Hidrográfica de Sertanópolis..................................................15
Figura 9. Nascente do Ribeirão Mumbuca – Sítio São Jorge.........................18
Figura 10. Nascente do Ribeirão Mumbuca – Sítio São Jorge.......................19
Figura 11. Ribeirão Mumbuca –Chácara Recanto da Paz..............................20
Figura 12. Ribeirão Mumbuca – Chácara Recanto da Paz.............................21
Figura 13. Ribeirão Mumbuca – Fazenda Santana........................................22
Figura 14. Ribeirão Mumbuca – Fazenda Santana........................................23
Figura 15. Foz do Ribeirão Mumbuca – Sítio Pelicano ..................................24
Figura 16. Foz do Ribeirão Mumbuca – Sítio Pelicano...................................25
vi
SUMÁRIO
SUMÁRIO...................................................................................................................vi
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................7
2.HIDROGRAFIA E VALORIZAÇÃO LOCAL.............................................................8
2.1. Mapa Mundi ................................................................................................8
2.2 Mapa da América..........................................................................................9
2.3 Mapa do Brasil............................................................................................10
2.4 Mapa da Região Sul do Brasil....................................................................11
2.5. Mapa do Paraná........................................................................................12
2.6 Mapa de Sertanópolis em relação ao Paraná e Brasil.............................13
2.7 Mapa - Sertanópolis e limites Intermunicipais...........................................14
2.8 Mapa da Bacia Hidrográfica de Sertanópolis.............................................15
3.1 Hidrografia..................................................................................................16
4. OBJETIVOS..........................................................................................................26
5.METODOLOGIA....................................................................................................27
6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................28
7.CONCLUSÃO........................................................................................................33
8.REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS......................................................................34
7
1. INTRODUÇÃO
Esta pesquisa visa dar um suporte teórico aos professores que queiram
trabalhar com Trabalho de Campo no Ensino Fundamental.
Este Trabalho de Campo surgiu da prática em sala de aula, quando alguns
alunos revelaram que nunca tiveram aulas de campo.
Diante desta expressão reivindicadora, elaboramos uma proposta
metodológica não nova mas necessária no campo de ensino da Geografia que
busca (em)volver o aluno no seu meio ambiente, compreendendo as alterações
ambientais , percebendo e sensibilizando-se com a problemática ambiental.
Grande parte dos conteúdos só terão significado para os alunos se
estiverem ligados à realidade mais próxima. Esta pesquisa é uma atividade
relacionada ao programa de Desenvolvimento Educacional (PDE).
A área escolhida para este Trabalho de Campo foi o Ribeirão Mumbuca da
Nascente à sua Foz. Este é um tema que até hoje pouco ou nada foi explorado
pelos pesquisadores, por esta razão as fontes de pesquisa são mínimas, contamos
com a colaboração da EMATER e algumas informações do Departamento de Meio
Ambiente do Município.
O nosso objetivo é que através desta produção didático - pedagógica alunos
e professores tenham algum material para ser usado como roteiro para o trabalho
de campo.
8
2.HIDROGRAFIA E VALORIZAÇÃO LOCAL
2.1. Mapa Mundi
Para realizarmos um Trabalho de Campo é necessário partirmos da realidade
do aluno, para isso é necessário situá-lo no espaço geográfico, partindo do macro
para então delimitar o espaço local.
Figura 1 – Mapa Mundi
Fonte – Baseado em IBGE. Atlas Geográfico. Rio de Janeiro – 1991.
Através do mapa –mundi o aluno observará a distribuição dos Oceanos e
Continentes.
9
2.2 Mapa da América
Figura 2 – Mapa da América.
Fonte: Simielli 2000.
Observar o Continente Americano, reconhecendo nele o Brasil, levar o aluno
a perceber a localização exata do Brasil dentro do Continente Americano, analisar
que o Brasil é um dos países mais extensos do mundo.
10
2.3 Mapa do Brasil.
Figura 3 – Mapa do Brasil .
Fonte – IBGE. Atlas Geográfico. Rio de Janeiro, FAE, 1991
Reconhecer no mapa do Brasil seus 26 estados , identificar a região Sul, e
localizar as demais regiões do Brasil, destacando a Região Sul.
11
2.4 Mapa da Região Sul do Brasil.
Figura 4 – Mapa da Região Sul do Brasil
Fonte – IBGE – Atlas Geográfico do Aluno, 2005
Reconhecer os três estados que fazem parte da Região Sul do Brasil,
destacando o estado do Paraná, localizando a região norte do Paraná.
12
2.5. Mapa do Paraná.
Figura 5 – Mapa do Paraná
Fonte – Secretaria de Estado do Meio Ambiente – Setor Cartografia.
Localizar o Município de Sertanópolis dentro do estado do Paraná,
reconhecendo seus 399 municípios. Observar os estados que fazem divisa com o
estado do Paraná.
13
2.6 Mapa de Sertanópolis em relação ao Paraná e Brasil.
Figura 6. Mapa de Sertanópolis em relação ao Paraná e Brasil.
Fonte: Aparecida de O. N. Reis; Maria Solange Ferreira, 2007
Localizar o município de Sertanópolis em relação ao Paraná e Brasil.
14
2.7 Mapa - Sertanópolis e limites Intermunicipais
Figura 7 – Mapa de Sertanópolis – Limites Intermunicipais
Fonte: Aparecida de O. N Reis; Maria Solange Ferreira, 2007
Localizar Sertanópolis e limites intermunicipais, reconhecer os municípios
vizinhos.
15
2.8 Mapa da Bacia Hidrográfica de Sertanópolis.
Figura 8 – Bacia Hidrográfica de Sertanópolis
Fonte: Secretaria de Estado do Meio Ambiente – Setor Cartografia.
Localizar o Ribeirão Mumbuca na Bacia Hidrográfica de Sertanópolis.
Localizar o encontro do Ribeirão Mumbuca com o Rio Cerne.
16
3. ASPECTOS HISTÓRICOS E GEOGRÁFICOS
A Localização Geográfica do Município de Sertanópolis é um município
brasileiro, do estado do Paraná, pertencente a Região Metropolitana de Londrina,
Latitude – 23’03’21” Sul. Longitude 51’02’10” Oeste. A área atual é de 453 Km
quadrados. . A altitude é de 320m. acima do nível do mar. A distãncia da Capital do
Estado – Curitiba é de 450 Km. População IBGE (Censo ano 2007) – 16.400
habitantes ,sendo 11880 eleitores. Densidade Populacional 27.89 habitantes por
Km quadrado .
O tipo de solo é Terra roxa avermelhada, terra argilosa com derrame
basáltico. A Temperatura média é de 25’. Os municípios limítrofes são ao norte –
Primeiro de Maio, ao Sul Ibiporã e Londrina, a Leste Sertaneja e Rancho Alegre e a
Oeste Bela Vista do Paraíso e Cambé.O clima é subtropical. O entroncamento
Rodoferroviário PR 323 e PR 090. O Rio Tibagi e cerca de 15 Ribeirões e
Córregos cortam o município.
O território do atual município de Sertanópolis começou a ser povoado em
1923, por algumas famílias vindas do estado de São Paulo, que se utilizaram do
regime oficial de colonização, criado e posto em prática por força do decreto nº
1642, de 5 de abril de 1916, e que ali se localizaram em vista da fertilidade da
terra, própria à cultura do café. A denominação de Sertanópolis ao município tem
seu fundamento na existência primitiva de enormes florestas e sertões virgens daí
resultou “Cidade Sertão” Sertanópolis,
Destacamos entre os pioneiros: Saturnino Borges Teixeira, Joaquim Felipe
de Souza, Manoel L. Santos, João Reichert, Sebastião do Prado, José Fagundes,
Olavo de Matos, Benedito Ribeiro da Silva, , Aristides Menck, João Augusto
Pereira, Luiz Deliberador.
O Distrito Judiciário de Sertanópolis foi criado pela lei Estadual nº 2448, de
25 de março de 1927, no município de São Jerônimo. Em 1929 o Distrito Judiciário
foi elevado à categoria de Distrito autônomo, perdeu sua autonomia em 1932,
sendo restabelecida em 1934.
17
3.1 Hidrografia
O Município de Sertanópolis possui uma ampla rede hidrográfica. Os rios
são de caráter perene e estão localizados no sentido oeste-leste, pois escoam
sobre o relevo que possui esta orientação genérica na margem esquerda do rio
Tibagi. As quinze bacias hidrográficas ( ou sub-bacias) e os outros vários pequenos
cursos hídricos que formam a rede de drenagem de Sertanópolis, desaguam
diretamente no rio Tibagi, fazendo portanto parte desta bacia hidrográfica.
O ribeirão Mumbuca nasce no sítio São Jorge no limite dos municípios de
Bela Vista do Paraíso e Sertanópolis, percorre dezenove quilômetros da Nascente
até a Foz, em solos férteis com intenso uso agrícola e alto grau de mecanização.
Corta terrenos de origem basáltica, que cobre toda a região norte do Paraná e dá
origem a terra roxa.
Ao longo de seu leito encontramos áreas totalmente desnudas, sem mata
ciliar, muitas vezes com o solo preparado para o plantio de soja até a margem do
rio, às vezes com quantidade significativa de resíduos em suas margens. Em
outras áreas já aconteceu o replantio da mata ciliar e a paisagem foi modificada.
A Foz do Ribeirão Mumbuca se localiza no Sítio Pelicano, no município de
Sertanópolis, onde suas águas encontram-se com as águas do rio Cerne.
18
Figura 9 – Nascente do Ribeirão Mumbuca – Sítio São Jorge
Fonte: Fátima Maria Siqueira Marques de Souza, 2010
O Ribeirão Mumbuca tem sua nascente no Sítio São Jorge no limite
dos municípios de Bela Vista do Paraíso e Sertanópolis. Percorre da
Nascente à Foz, dezenove quilômetros fazendo muitas curvas. Outrora já foi um
rio com águas limpas onde se avistavam cardumes de peixes, hoje, quase sem
mata ciliar, o rio sofre e pede socorro.
19
Figura 10 – Nascente do Ribeirão Mumbuca – Sítio São Jorge
Fonte: Fátima Maria Siqueira Marques de Souza, 2010
Sertanópolis, considerada a melhor terra do Brasil, terra roxa, de origem
basáltica, apropriada para agricultura. Terras férteis, devastadas pela erosão. Rios
e Ribeirões perdem milhares de peixes, que morrem devido ao uso indiscriminado
de agrotóxicos. Ribeirão assoreado, pela intensa mecanização das terras às
margens do Ribeirão.
20
Figura 11: Ribeirão Mumbuca – Chácara Recanto da Paz
Fonte: Fátima Maria Siqueira Marques de Souza, 2010.
O Ribeirão Mumbuca na altura da Chácara Recanto da Paz teve o replantio de sua
mata Ciliar, a partir do ano 2000. As mudas foram doadas pela prefeitura Municipal
de Sertanópolis, e Instituto Agronômico do Paraná (IAP) - Ibiporã e o plantio foi
realizado pelo proprietário Sr. Antonio Roberto Marques de Souza, juntamente com
internos em tratamento na casa de recuperação de dependentes químicos. .
21
Figura 12: Ribeirão Mumbuca – Chácara Recanto da Paz
Fonte: Fátima Maria Siqueira Marques de Souza, 2010
Algumas áreas do Ribeirão Mumbuca estão totalmente assoreadas, sua
correnteza fica reduzida pela obstrução de sedimentos e sujeira que ali são
jogadas. Algumas áreas são mais críticas pelo uso abusivo de agrotóxicos e
detritos.
22
Figura 13: Ribeirão Mumbuca – Fazenda Santana
Fonte: Fátima Maria Siqueira Marques de Souza, 2010
Galhos retorcidos e secos é o que resta da mata Ciliar em várias partes do
Ribeirão Mumbuca, a ponte que ainda é de madeira atravessa o Ribeirão. A
coloração da água é turva e a presença de fertilizantes químicos pioram a
qualidade da água.
23
Figura 14: Ribeirão Mumbuca – Fazenda Santana
Fonte: Fátima Maria Siqueira Marques de Souza, 2010.
O Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER)
fez o levantamento dos proprietários que moram às margens do Ribeirão
Mumbuca, e serão cobradas ações no sentido de um replantio da Mata Ciliar para
os próximos anos.
24
Figura 15: Foz do Ribeirão Mumbuca – Sitio Pelicano
Fonte: Fátima Maria Siqueira Marques de Souza, 2010.
Na Foz do Ribeirão Mumbuca temos algo extraordinário, o encontro das
águas do Ribeirão Mumbuca com as águas do Rio Cerne, na propriedade do
vereador Sérgio Reis. Nos finais de semana é uma área muito procurada pelos
moradores da cidade, os quais deixam quantidades significativas de resíduos em
suas margens.
25
Figura 16: Foz do Ribeirão Mumbuca – Sitio Pelicano
Fonte: Fátima Maria Siqueira Marques de Souza, 2010.
O Ribeirão Mumbuca é o mais importante afluente do Rio Cerne, no
encontro de suas águas, o Rio Cerne torna-se mais turbulento e veloz.
Este é um ponto maravilhoso, o acesso é mais difícil, o Ribeirão é pouco
assoreado e a Mata Ciliar é constante.
26
4. OBJETIVOS
• Melhorar a apropriação de conceitos através do Trabalho de Campo.
• Despertar no aluno o interesse pela observação, análise, e pesquisa.
• Proporcionar ao aluno a compreensão do mundo em que vive.
• Contribuir para a leitura de mundo através do entendimento do espaço
geográfico.
• Levar o educando a ter uma visão do espaço em que vive.
• Possibilitar reflexões críticas.
• Proporcionar a interação do espaço e possíveis intervenções.
• Compreender o lugar como totalidade do mundo.
27
5.METODOLOGIA
É necessário para um Trabalho de Campo, em primeiro lugar delimitar a
área a ser trabalhada e ter claro os objetivos a alcançar com este tipo de Trabalho.
No nosso caso verificar quantos rios tem no município de Sertanópolis, qual iremos
visitar, qual é o maior qual o menor, qual a direção que tomam os rios. A seguir
fazer um levantamento com os alunos na literatura e nos documentos existentes
das informações gerais sobre a área a ser percorrida. Caso não existam estas
fontes de informação procurar informações direto na fonte com os moradores ou
com os órgãos competentes do governo .
Um segundo passo é caracterizar a constituição física do Território com o
aluno, esclarecendo brevemente aspectos da localização, e geologia local por meio
da descrição do clima, relevo, vegetação e hidrografia.
Em seguida serão tabulados os dados populacionais, levantando o número
de habitantes, dinâmica populacional e densidade por km quadrado.logo após os
alunos irão observar as principais atividades desenvolvidas na região em termos de
distribuição geográfica e importância sócio-econômica.
Como terceiro passo delimitaremos o número de paradas a ser observada
no trabalho de Campo, no nosso caso foram realizadas quatro paradas.
Primeira parada – Nascente do Ribeirão Mumbuca – Sítio São Jorge –
Limite dos Município Bela Vista do Paraíso e Sertanópolis.
Segunda parada – Chácara Recanto da Paz,onde existe uma Clínica de
Recuperação de Dependentes Químicos, praticam a agricultura orgânica
Terceira parada – Fazenda Santana – uso do solo para agricultura de soja e
milho.
Quarta parada – Foz do Ribeirão Mumbuca no Sítio Pelicano –
Em cada parada anotar os problemas observados, analisando sempre a
fauna e a flora, verificando como a presença do homem vai modificando o meio . O
uso de queimadas, o processo de assoreamento do Ribeirão, lixo jogado muitas
vezes por aventureiros em busca de um lugar para recrear, embalagens de
agrotóxico as margens do rio , demonstrando contaminação das águas.
28
6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este trabalho tem como objetivo principal contribuir com a prática
educativa.A idéia de um projeto interdisciplinar de trabalho de campo, surgiu a
partir da necessidade quando verificamos que alunos ao longo de sua caminhada
escolar recebem o conhecimento compartimentado sem ter a noção do todo. O
currículo com suas inúmeras disciplinas tende a um conhecimento cada vez mais
fragmentado, disciplinas estanques, sem comunicação uma com as outras. O
acelerado processo de especialização do conhecimento científico que vem se
verificando traz graves consequências para o processo do ensino. Cabe à escola
experimentar práticas interdisciplinares e de integração dos saberes.
Segundo Silva ( 2004), p.2 ) a problemática da fragmentação do
conhecimento tem levado muitos educadores a se preocupar com a questão da
interdisciplinaridade , porém o que percebemos na prática é que esta palavra está
somente nos discursos , os professores não sabem o que fazer com ela ,
percebem-se incapacitados frente à possibilidade de sua implementação na
educação, uma vez que estão acostumados a currículos organizados por
disciplinas tradicionais que levam o aluno a um acúmulo de informações que pouco
ou nada valerão na sua vida profissional e pessoal.
Werneck (1998:20).após uma profunda análise crítica, constata que a
“interdisciplinaridade” é a grande mola para a preparação da era pós -industrial.
Considera que a eliminação dos compartimentos estanques, limitadores da ação
dos professores será o ponto de partida da ação pedagógica da escola. De modo
que não há como não dizer, por exemplo, que o professor de literatura não possa
abordar um assunto político ou social ou que a ecologia não esteja ligada à
geografia , à história, à sociologia, uma vez que constituem dimensões do ser
humano em formação e mudança. É preciso repensar a educação básica numa
perspectiva interdisciplinar ( Silva p. 8 ). Faz-se necessário no momento definir o
que é interdisciplinaridade.
Para Etges(1993,p.18) “A interdisciplinaridade é o princípio da máxima
exploração das potencialidades de cada ciência, da compreensão dos seus limites,
mas, acima de tudo, é o princípio da diversidade e da criatividade.”
Fazenda (1996:17) nos ensina que num projeto interdisciplinar “não se
ensina nem se aprende: vive-se, exerce-se”. Para ela a responsabilidade individual
é a marca do projeto interdisciplinar esta responsabilidade está imbuída do
29
envolvimento com o projeto em si, com as pessoas e com as instituições a ela
pertencentes.
Para Gadotti “ a interdisciplinaridade visa a garantir a construção de um
conhecimento globalizante rompendo com as fronteiras das disciplinas “.
Siqueira (1995,p 1 ) afirma que “trabalhar a interdisciplinaridade não significa
negar as especialidades e objetividades de cada ciência. O seu sentido, reside na
oposição na concepção de que o conhecimento se processa em campos fechados
em si mesmo , como se as teorias pudessem ser construídas em mundos
particulares sem uma posição unificadora que sirva de base para todas as ciências
, e isoladas dos processos e contextos históricos-culturais”, para Siqueira a
interdisciplinaridade não nega as especialidades, e respeita o território de cada
campo do conhecimento; o que se quer é superar a "separação extrema" entre as
disciplinas, ou seja, "a separação entre disciplinas do mesmo domínio e a
separação da reflexão filosófica"(Castoriadis); superar a "hiperespecialização" e
trabalhar o conhecimento através de interdependências e de conexões recíprocas.
Gusdorf deixa claro isto ao salientar a questão da "complementaridade", onde os
especialistas trabalham conscientes de seus limites e acolhendo as contribuições
de outras disciplinas.
Diante de todas estas definições há que se considerar a importância da
interdisciplinaridade como um elemento unificador de todas as disciplinas.
Elencaremos a seguir segundo Nilbo Ribeiro a diferença entre multi, pluri,
inter e transdisciplinaridade. A multidisciplinaridade - um termo que poderá ser
utilizado quando há integração de diferentes conteúdos de uma mesma disciplina
.Nesta caso, podemos citar o professor de ciências que trata dos temas agua, ar e
solo,integrando-os ao contexto por exemplo, do meio ambiente .Não tratando cada
um dos três conteúdos de forma estanque e compartimentada. Outra possibilidade
seria a justaposição de diferentes conteúdos de disciplinas distintas,porém sem
nenhuma preocupação de integração. Desta forma cada disciplina teria objetivos
próprios.. Não existe nenhuma relação entre as disciplinas, assim como todas
estariam no mesmo nível sem a prática de um trabalho cooperativo.
Pluridisciplinaridade- Nesta prática parece-nos que um passo foi dado a
partir da multi. Já existem sinais de uma pequena cooperação entre as diferentes
disciplinas. Mas que ainda mantém objetivos distintos.´Nesta prática não existe
uma coordenação , as possíveis e raras cooperações ocorrem de forma intuitiva.
Exemplo típico é quando todos estão trabalhando com um mesmo tema – Copa do
30
Mundo- sem integrá-lo. Ou seja , o professor de matemática reserva alguns
minutos de sua aula para medir algumas bandeiras dos países participantes da
copa,solicitando de seus alunos a relação entre as medidas . O professor de
geografia solicita uma pesquisa sobre algumas capitais dos países participantes. O
professor de português solicita uma redação sobre a Copa.. O professor de
ciências como estava trabalhando com poluição, solicita aos alunos que realizem
uma pesquisa sobre qual país participante é mais poluído, etc. Como não existe
uma coordenação dos trabalhos, as bandeiras trabalhadas em matemática não
correspondem aos países aos países tratados em geografia, a redação falará
sobre o cachê dos jogadores; e a poluição,de ciências,não será sobre nenhum dos
países mencionados nas disciplinas anteriores. Assim não existirá nenhuma
integração dos temas abordados, nem correlação entre diferentes disciplinas e a
Copa do Mundo. Nenhuma das disciplinas “ emprestou” psara outra seus
“diferentes saberes”, o conhecimento não foi integrado. Mesmo trabalhando com
um tema único, este não foi unificador; não foi possível demonstrar aos alunos as
relações existentes entre as diferentes áreas do conhecimento, e estas
continuaram, a ser tratadas de forma compartimentada. Eventualmente, neste tipo
de trabalho poderá ocorrer alguma “troca” até pela própria força exercida pelo tema
único, mas, esta não chegará a um nível de real integração e fusão de diferentes
conhecimentos. As diferentes disciplinas continuam no mesmo nível, com
pequenas e raras contribuições, mas sem uma coordenação.
Interdisciplinaridade- neste caso, a tônica é o trabalho de integração das
diferentes áreas do conhecimento. Um real trabalho de cooperação e troca, aberto
ao diálogo e ao planejamento.
As diferentes disciplinas não aparecem de forma fragmentada e
compartimentada, pois a problemática em questão conduzirá a unificação. Em se
tratando da distinção dos três casos até aqui abordados, podemos exemplificá-la:
..” a interdisciplinaridade se caracteriza pela intensidade das trocas entre os
especialistas e pelo grau de integração real das disciplinas, no interior de um
projeto específico de pesquisa . A distinção entre as duas primeiras formas de
colaboração e a terceira está em que o caráter do multi- e do pluridisciplinar de
uma pesquisa não implica outra coisa senão o apelo aos especialistas de duas ou
mais disciplinas: basta que justaponham os resultados de seus trabalhos, não
havendo integração conceitual, metodológica, etc. Por outro lado, podemos
retomar essa distinção ao fixarmos as exigências do conhecimento interdisciplinar
31
para além do simples monólogo de especialistas ou do “diálogo paralelo” entre dois
dentre eles, pertencendo a disciplinas vizinhas.
Neste caso diferente dos dois primeiros, é necessária uma coordenação,
que integre objetivos, atividades, procedimentos planejamentos e propicie o
intercâmbio, a troca, o diálogo etc.
O processo de integração entre as disciplinas deve ser feito e as diferentes
atividades das diversas disciplinas serão apenas o meio para atingir um
determinado fim.
Transdisciplinaridade - No momento histórico em que não conseguimos
ainda dar conta da interdisciplinaridade, a transdisciplinaridade parece utopia, já
que as relações não seriam apenas de integração das diferentes disciplinas, iriam
muito além, propondo um sistema sem fronteiras, em que a integração chegou a
um nível tão alto que é impossível distinguir onde começa e onde termina uma
disciplina.
Para Ivani Fazenda, a relação transdisciplinar é utopia, pois apresenta uma
incoerência básica, pois a própria idéia de uma transcendência pressupõe uma
instância científica que imponha sua autoridade às demais disciplinas , e esse
caráter impositivo da transdisciplinaridade negaria a possibilidade do diálogo,
condição sine qua non para o exercício efetivo da interdisciplinaridade.
De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica (2008p.27) as
disciplinas escolares são entendidas como campos do conhecimento, identificam-
se pelos respectivos conteúdos estruturantes e por seus quadros teóricos
conceituais. Considerando-se este constructo teórico, as disciplinas são o
pressuposto para a interdisciplinaridade. A partir das disciplinas, as relações
interdisciplinares se estabelecem quando: Conceitos, teorias ou práticas de uma
disciplina são chamadas à discussão e auxiliam a compreensão de um recorte de
um conteúdo qualquer de outra disciplina.
Ao tratar do objeto de estudo de uma disciplina, buscam-se nos quadros
conceituais de outras disciplinas referenciais teóricos que possibilitem uma
abordagem mais abrangente deste objeto. A interdisciplinaridade se concretiza na
articulação das disciplinas,cujos conceitos, teoria e práticas enriquecem a
compreensão dos conteúdos.
Neste projeto trabalharemos a Interdisciplinaridade a partir do Trabalho de
Campo . Ela se realizará seguindo as Etapas do prsso seguinte eixo. Os alunos
trabalharão a informática através do manuseio do computador, com orientações
32
sobre o uso do google Heart.na geografia a cartografia será utilizada a partir da
leitura de mapas e orientação espacial.
O Raciocínio lógico será desenvolvido através da Noção Espacial..
A Linguagem será aprimorada através dos depoimentos dos moradores,
elaboração de textos, construção de frases, vocabulário, ortografia.. na Educação
formal os alunos farão o acompanhamento de todo processo do empréstimo dos
ônibus da prefeitura Municipal; As entrevistas com os proprietários do ribeirão
mambuca. Na Matemática os alunos calcularão a distância em linha retado rio da
Nascente à Foz, e finalmente em Ciências farão a análise da água com a
participação da SAAE ( Serviço Autônomo de Agua e Esgoto) do Município de
Sertanópolis.
33
7.CONCLUSÃO
Esta Produção Didático - Pedagógica tem como base o Trabalho de
Campo no ensino fundamental e se apresenta como uma ferramenta alternativa de
suporte para o professor de sala de aula. A intenção é que este trabalho sirva
como material de apoio para os docentes que pretendem usar esta metodologia na
sua prática escolar, pois o trabalho de campo é uma alternativa rica para o aluno,
uma vez que este leva-o a analisar e detectar os problemas para uma tomada de
decisão.
Como o foco deste Trabalho de Campo é o percurso do Ribeirão
Mumbuca (um tema regional) esperamos que esta pesquisa contribua com
informações para a comunidade e sirva de incentivo e de base para outros
trabalhos neste tema.
Foi muito gratificante este trabalho. Agradeço a toda a equipe do PDE
esta oportunidade. Infelizmente esta produção apresenta limitações, pois
informações mais completas só poderíamos obter através de fotos com satélites
artificiais, o que requer uma despesa financeira muito alta e não possuímos
recurso para este tipo de pesquisa.
34
8.REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
ALMEIDA, GILBERTO BRAZ. O Casarão do Cerne. Litteris, 1998. Rio de Janeiro.
ALMEIDA, GILBERTO BRAZ. Vozes da Natureza. Gráfica Aleluia, 1992.
BUTTIMER, A. Aprendendo o dinamismo do mundo vivido. Difel,1982, p.165-
193.
DEPARTAMENTO DE CULTURA, Coletânea de Poesías, 2001.
ETGES, NOBERTO J. “Produção do conhecimento e interdisciplinaridade”,
Educação e Realidade, Porto Alegre.v 18 nº 2,pp 73-82, jul/dez,1993
FAZENDA, IVANI CATARINA ARANTES. Interdisciplinaridade:História,Teoria e
Pesquisa. Ed. Papirus,1999,4ª Ed.São Paulo
FAZENDA, IVANI CATARINA ARANTES. Práticas Interdisciplinares na Escola.
Ed.Cortêz, 1996. 3ª Ed. São Paulo.
FREIRE, PAULO. Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários à prática
educativa:Paz e Terra, (Coleção Leitura) 1997. Rio de Janeiro.
FRIGOTTO, GAUDÊNCIO. A Interdisciplinaridade como necessidade e como
problema nas Ciencias Sociais.1999.pp.25-47
GALINDO, EDNA DE OLIVEIRA, SALVIANO, SUELI. Cidade Sertão – História de
Sertanópolis. 1998. WA Ricieri Gráfica, Paraná.
GRATÃO, L.H.B., GOMES, M.F., SILVA, D. da. (Per) curso do Córrego Capivara:
na Trajetória Hidrológica e Ambiental. In: VII Simpósio Brasileiro de Geografia
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