Upload
vodung
View
212
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
1
IES: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO
PARANÁ, UNIOESTE.
UNIDADE TEMÁTICA – MATERIAL DIDÁTICO
PEDAGÓGICO
PROF. PDE: SÔNIA AP. BELIN ANGÉLICO
PROFESSOR ORIENTADOR: PAULO JOSÉ KOLING
ESCOLA INDICADA: COLÉGIO ESTADUAL DR. JOÃO
FERREIRA NEVES-CATANDUVAS P-R
TEMA: HISTÓRIA E MEMÓRIA
TÍTULO: A REVOLUÇÃO TENENTISTA EM SÃO PAULO E
SEU DESDOBRAMENTO NO OESTE DO PARANÁ-
CATANDUVAS
UMA HISTÓRIA PARA SER CONTADA
2
INTRODUÇÃO
Este trabalho apresenta um estudo sobre a Revolução Tenentista em
São Paulo e seu desdobramento no Oeste do Paraná, enfatizando o desfecho
final no município de Catanduvas-Paraná. Sendo assim relata uma breve
pesquisa com relação a junção dos revolucionários gaúchos “Coluna Prestes” e
rebeldes paulistas no Oeste paranaense. Conclui ratificando as estratégias
utilizadas pelo exército legalista no combate aos rebeldes, que se utilizando de
todos os meios disponíveis da época para conter a rebelião buscou o contato com
o “inimigo” com a intenção de suprimi-lo e não de realizar concessões ou acordos
que de uma forma ou de outra beneficiasse os revolucionários ou justificassem
seus atos em relação aos objetivos da rebelião.
Foto-01:Município de Catanduvas/PR 2006. Fonte: Prefeitura de Catanduvas.
A escrita da história local no presente projeto tem a intenção de costurar
ambientes intelectuais, ações políticas, processos econômicos que envolvem
comunidades regionais, nacionais e globais, na sua totalidade. Reporta-se à
recuperação da importância do “local”, dando dignidade epistemológica e
representa uma nova atitude frente ao conhecimento histórico, na medida em
que o “individual”, não se traduz mais em obstáculos, mas sim em via de acesso.
3
Dessa forma é possível afirmar, conforme Levi (1992) que:
O princípio unificador de toda a pesquisa micro histórica é a crença em que a observação microscópica revelará fatores previamente não observados numa abordagem tradicional. A descrição micro-histórica,serve para registrar uma série de conhecimentos ou fatos significativos que, de outra forma , seriam imperceptíveis e que, no entanto, podem ser interpretados por sua inserção num contexto mais amplo, ou seja na trama do discurso social (LEVI,1992,p12).
De acordo com o autor verifica-se que a presente proposta na produção
didático pedagógica ora construída, representa também profícua contribuição dos
professores da rede no curso GTR História e Memória que ao enfatizar a
necessidade urgente de inserir no interior da escola pública o estudo da história
local/regional, por entender que a pesquisa relacionada com base no lugar e o
cotidiano do aluno propiciam um maior interesse pela disciplina de história e
consequentemente um melhor aprendizado,na formação da consciência
social,histórica e cultural capaz então de fazer dos nossos alunos agentes de
transformações que se concretizam com atitudes,cheias de intencionalidade em
relação ao mundo que vivem,além do mais trás a tona acontecimentos, atores e
lugares comuns aos educandos e faz com que estes se aproximem da
disciplina,percebendo a relação entre o passado desconhecido e o presente tão
próximo.
A presente produção Didática Pedagógica utilizou-se da história oral
realizando entrevistas com moradores antigos, e seus familiares que vivenciaram
o período da revolução paulista de 1924 e seu desdobramento em Catanduvas.
Pois como cita Le Goff (1996):
A propriedade de conservar certas informações remete em primeiro lugar a um conjunto de informações psíquicas, graças ás quais o homem pode atualizar imersas ou informações passadas, ou que ele representa como passadas (LE GOFF,1996/p/.419).
Nesta perspectiva, ao analisar a memória é necessário ter clareza de que
se trata da reconstrução psíquica e intelectual, uma representação seletiva, do
passado, que envolve além do individuo elementos do contexto no qual esta
inserido como família, amigos grupo social e político. Desta forma, a memória
4
individual é sempre compartilhada por uma coletividade, constituindo elemento
importante na análise de interpretações do passado.
A valorização e recuperação da memória na escrita da história têm neste
trabalho uma estrutura mais ampla e abrangente. É o próprio cimento da vida
cotidiana. É ao mesmo tempo, uma habilidade natural e uma construção social. A
memória individual ou coletiva, não é um repositório passivo, mas ativo e atuante,
um imenso produto cultural. Memória é o vínculo, material ou ideal entre passado
e presente que permite manter as identidades a despeito do fluxo do tempo.
Neste sentido a presente produção utilizou-se da história oral realizando
entrevistas com antigos moradores que vivenciaram o período da revolução
paulista de 1924 e seu desdobramento em Catanduvas.Perceber os diferentes
agentes históricos e desmistificar a história tradicional pautada em uma única
verdade histórica e focada somente na história oficial documentada e
comprovada.É interessante como a pesquisa voltada ao cotidiano do aluno ou de
seus antepassados motiva e mostra um “novo olhar para a história”, não mais
somente aqueles amontoados de datas e fatos históricos muitas vezes alheios
aos educandos.Porém é necessário afirmar que aqui não se cai no relativismo
histórico, mas procura-se traçar um elo entre a história cientificamente
sistematizada e a história daqueles que não fizeram parte do registro histórico
mas que fizeram parte da história como sujeitos atuantes e não meros
expectadores da história. Burke (1992) relata que :
A história tradicional oferece uma visão de cima, no sentido de que tem sempre se concentrado no feito de grandes homens, estadistas, generais ou ocasionalmente eclesiásticos. Ao resto da humanidade foi destinado o papel secundário no drama da história (BURKE, 1992, p.12).
Mediante os desafios enfrentados no ensino de História em relação a
desmistificação do dogmatismo histórico,voltado aos heróis da história ao registro
documentado oficialmente como verdade única e absoluta, esta unidade visa
auxiliar na superação do uso de uma única corrente historiográfica como verdade
histórica,adotando uma proposta metodológica pluralista como prática
educacional, pois o professor mediador na construção do conhecimento ,também
é sabedor que seus alunos aprendem de modos diferentes sendo assim deve
buscar diversas abordagens para alcançar seu objetivo.
5
Nesta perspectiva as DCEs( Diretrizes Curriculares da Educação Básica de
História do Paraná) sugere que:
A produção científica, as manifestações artísticas e o legado filosófico da humanidade, como dimensões para diversas disciplinas do currículo, possibilitam um trabalho pedagógico que aponte na direção da totalidade do conhecimento e sua relação com o cotidiano (DCEs, 2008, p.13).
Com isso, entende-se a escola como espaço do confronto e diálogo entre
conhecimentos sistematizados e os conhecimentos do cotidiano, em que o
professor exercerá assim um papel pedagógico fundamental para a formação de
cidadãos localmente situados, socialmente engajados e culturalmente
identificados, capazes de aprender as diferentes faces da realidade local, de
relacioná-las com os fenômenos globais, de criarem alternativas e de promover
mudança social.
As DCES do Ensino de História 2008 preconizam ainda que a produção do
conhecimento, pelo historiador, requer um método específico, baseado na
explicação e interpretação de fatos do passado. Construída a partir dos
documentos e da experiência do historiador, a problematizarão produz uma
narrativa histórica que tem como desafio contemplar a diversidade das
experiências sociais,culturais e políticas dos sujeitos e suas relações.
CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE CATANDUVAS
Segundo o site http //citybrazil. uol.com. br/pr/catanduvas/história da
cidade.Acessado em 25/05/2010, Catanduvas esta localizada no centro do Estado
do Paraná seu nome origina-se do tupi “kaa ta-duba”...local de mato ralo,”ka á
tãg tiba”... Local de mato ralo, pouco crescido, mato rasteiro. No limiar do século
XX, a região do atual município já era habitada pelas famílias de Theóphilo
Lacerda, Krammer e Pureza. Em 1907 chega a família de Rodrigues da Cunha,
surge então o primeiro núcleo de povoação. A localidade inicialmente denominou-
se Barro Preto, prevalecendo posteriormente, o nome de Catanduvas. Pela Lei
Estadual número 1.383, de 14 de março de 1914, foi criado o distrito, e em
seguida instalou-se uma estação telegráfica, um posto intermediário de
6
comunicação pela posição estratégica da região, pois em 1889 o Governo da
República havia instalado uma linha telegráfica de Guarapuava a Foz do Iguaçu.
Em setembro de 1924, um acontecimento histórico transformou a rotina do
pequeno povoado paranaense. Chega a região um contingente de soldados
revoltosos, adeptos do “Levante Tenentista” iniciado em São Paulo no ano de
1924. Em março de 1938 o núcleo teve sua denominação alterada para Rocinha,
sendo que no mesmo ano voltou a chamar-se Catanduvas. Em 25 de julho de
1960, através da Lei Estadual número 4.245. Foi criado o município de
Catanduvas. A instalação do município se deu em 08 de dezembro de 1961, data
em que foi empossado o Sr.Augusto Gomes de Oliveira Junior, primeiro prefeito
municipal eleito.Segundo o pesquisador José Carlo Veiga Lopes pela lei 6.667 de
31 de março de 1938, o distrito passou a denominar-se Rocinha, porém em 20 de
outubro de 1938, pela Lei 7.573, voltou a denominar-se Catanduvas.Com a
criação do Território do Iguaçu, pelo Decreto 5.812, de 13/09/1943, ainda quando
Getúlio Vargas era presidente do Brasil, parte do distrito de Catanduvas passou
para ele, já que as divisas originais do citado território com o Estado do Paraná
eram dadas pelos rios Cascudo e Guarani, mais tarde alterada.
ORIGEM DO TENENTISMO
A partir da década de 1920, as mudanças ocorridas no mundo,
modificaram o comportamento ideológico do Brasil que possuía apenas correntes
conservadoras como condutoras do poder político do Estado. O surgimento do
incipiente movimento do operariado urbano fruto de uma industrialização precária
e lenta, preocupou de imediato o governo. Os confrontos regionais expuseram as
contradições e os movimentos oposicionistas começaram a surgir. Os militares de
certa forma, encontravam se divididos. Oficiais superiores, mais antigos ligados
mais a vida dos quartéis, permaneceram conscientes de sua missão de
mantenedores da ordem e ao lado da oligarquia conservadora. Contudo a
oficialidade mais jovem descontente com a situação vigente no país passou a
participar mais ativamente do processo político nacional.
7
No Brasil, com o avanço das relações capitalistas, com o papel de crescente importância que a burguesia passava a desempenhar, ao mesmo passo que surgia um proletariado já numericamente significativo, enquanto que a pequena burguesia desempenhava um papel de destaque nas decisões políticas (SODRÈ, 1998, p.16)
A Revolução Paulista de 1924 teve origem anterior as eleições
presidenciais de 1922, ocorreram no Brasil numa conjuntura de profunda crise
econômica, gerada, sobretudo pela diminuição das exportações de café.
Concorriam os candidatos Artur Bernardes, da situação, e Nilo Peçanha
oposicionista apoiado pelos militares. A disputa foi acirrada alimentada ainda mais
pelas cartas atribuídas a Bernardes, nas quais, em linguagem agressiva, o autor
ridicularizava a figura do Marechal Hermes da Fonseca, líder dos insatisfeitos e
presidente do clube militar.
Os presidentes eram escolhidos por consenso entre os grandes
latifundiários políticos, daí o “revezamento” entre governadores de Minas e São
Paulo.
A o contrapor-se a candidatura de Artur Bernardes, governador de Minas Gerais e a quem no “revezamento” tradicional caberiam a vez a candidatura de Nilo Peçanha traduzia a realidade da crescente contestação e descontentamento com a forma como se processava o jogo político reduzido ao arbítrio de poucas pessoas (SODRÉ, 1998, p.17).
As relações entre Bernardes e parte do Exército, já não eram as melhores.
Inconformados com a vitória deste nas eleições os militares reagiram
imediatamente, organizando para 05 de julho de 1922, ainda antes da posse, uma
tentativa de golpe no Rio de Janeiro .O Movimento conhecido como o Levante do
Forte de Copacabana- foi rapidamente debelado:seus líderes foram presos e
instaurou-se um inquérito militar.As perseguições políticas e o uso da violência
eram garantidos pela vigência do estado de sítio.Ainda assim persistiam os
boatos de conspiração, que aumentaram depois do julgamento e condenação dos
agentes de 1922.
Para Sodré (1998), a carta atribuída ao candidato oficial Artur Bernardes ao
Jornal Correio da Manha 09/101922, Cartas Forjadas, com pesados insultos aos
militares .O Clube Militar, presidido pelo Marechal Hermes ,por 433 votos a 122
8
declara os textos autênticos e ofensivos ao Exército.Eleito Bernardes com fraudes
de praxe, os tenentes se opõem a posse marcada para 15/11.
O estopim do levante de 1922 é a prisão do Marechal Hermes da Fonseca
e a suspensão do clube militar em 02/07/1922 com base na lei da repressão do
anarquismo.
A 02 de julho de 1922, o Marechal Hermes da Fonseca foi preso. Estava armada a espoleta do disparo que vinha sendo preparado há muito a 05 de julho os rebeldes estourava no Rio de Janeiros. (SODRÉ, 1998, p22).
Falava-se nos quartéis que a “procissão” a tropa ia sair o capitão Euclides
(filho do Marechal) Hermes da Fonseca,os tenentes Eduardo Gomes e Celso
Mendes marcaram a revolta para 05/07/1922. Mas ninguém aderiu ao sinal do
Forte de Copacabana, comandado por Euclides. A s forças Legalistas sufocam o
Levante.
Sob o comando do Tenente Antonio de Siqueira Campos, reduzido grupo
de oficiais e praças, decidiram enfrentar as tropas governistas que se
concentravam em Copacabana. Siqueira Campos, depois de abrir as portas aos
que desejassem abandonar o movimento partiu a Bandeira do Forte em 18
pedaços e entregou aos dezoito que haviam optado pela luta até o fim.
O INÍCIO DA REVOLUÇÃO TENENTISTA DE SÃO PAULO
Alguns oficiais do Exército, como Isidoro Dias Lopes, Joaquim Távora e
Eduardo Gomes, começaram a articular um golpe de grande amplitude,
abrangendo as unidades do Exército pelo país inteiro. Com um trabalho
sistemático de propaganda e aliciamento, esses líderes traçaram um plano de
ação que teria início em São Paulo e culminaria na destituição do presidente da
República instalado no Rio de Janeiro.
Previsto inicialmente para março de 1924, o movimento teve de ser adiado
especialmente por causa da divergência entre alguns líderes quanto a data da
deflagração do golpe. A escolha do dia 05 de julho remetia, evidentemente, ao
Levante do Rio de Janeiro e restabelecia uma continuidade de princípios e de
ação. Revistos todos os passos, fixada a data, o general Isidoro Dias Lopes
desembarcava em São Paulo na noite do dia 04 de julho.
9
Dois dias depois do extraordinário feito dos dezoito do Forte de
Copacabana, surgia a rebelião que teve como sede a cidade de São Paulo.
O segundo 05 de julho de 1924, teve dimensão muito maior do que o primeiro, ficava marcado pelo sacrifício heróico dos dezoito do Forte de Copacabana.Tratava-se agora, do controle sobre a segunda , cidade do país, na época e seu maior parque industrial, onde, portanto estava concentrada massa operária de dimensão já significativa (SODRÉ,apud WERNECK, p.27).
De acordo com a Revista História Viva Brasil Revolução de 24.A Paulicéia
Atacada.Por Ilka Stern, historiadora.p.94/95,quem chega hoje no centro de São
Paulo, em especial na Avenida Tiradentes, em Frente ao Quartel da Polícia
Militar, não pode imaginar que aquele foi o cenário de um conflito militar que
transformou a cidade de São Paulo em um verdadeiro caos durante 23 dias. Dali
partiu armas pesadas de guerra para o ataque da cidade. A população acordou
com o barulho dos canhões, sem saber ao certo o que estava acontecendo,
alguns confundiram com barulho de trovões anunciando copiosa chuva, mas
infelizmente era o anúncio de um conflito que deixara a população temerosa sem
saber ao certo o que estava acontecendo.
Deflagrada a “guerra” soldados revolucionários liderados por Isidoro Dias
Lopes invadem São Paulo na fria madrugada de 05 de julho de 1924. O centro da
cidade de São Paulo transformou-se num verdadeiro campo de guerra, era
enorme o ruído de fuzilaria, foram construídas trincheiras pelos soldados
revolucionários, para se proteger do inimigo, fardos de feno, cercas de arame
farpado. Após intensos combates em São Paulo, os soldados rebelados
continuam a luta. O seu plano inicial havia fracassado.Mas recuaram em boa
ordem, com homens armados, víveres, munições, montarias e principalmente
muito prestígio, o que facilitaria adesões.
Seguindo para o Oeste Paulista, em direção a fronteira, o comando revolucionário considerou a possibilidade de continuação da luta, estabelecendo um território rebelde no Sul do Mato Grosso, e a partir dali, fazer uma guerra de posições contra o governo federal (MEIRELLES, 1997p. 174).
O novo plano era criar um Estado Livre Revolucionário.No entanto
empecilhos surgem novamente e os planos são refeitos.Chegam ao interior do
10
Paraná com o objetivo de fazer a junção com a Coluna Prestes em Foz do
Iguaçu.
O Levante em São Paulo o mais bem organizado de todos os deflagrados
pelo movimento tenentista, que reivindicava o afastamento do presidente Artur
Bernardes, mudanças radicais no sistema político, adoção do voto secreto e a
independência do poder legislativo, além da modernização do país. Depois de 23
dias de combates sangrentos na cidade de São Paulo, Isidoro e seus homens
decidiram recuar para o interior,fazendo a junção, na fronteira do Paraná,com
tropas gauchas comandadas pelo Capitão Luis Carlos Prestes, que haviam se
rebelado no sul.Nasceu aí a coluna Miguel Costa-Carlos Prestes,simplesmente
como Coluna Prestes.
A CHEGADA DOS REVOLUCIONÁRIOS PAULISTAS A REGIÃO OESTE DO
PARANÁ.
UMA HISTÓRIA PARA SER CONTADA.
Sabe-se que o governo do Paraná tomou medidas de precauções para
conter o avanço paulista, fazendo construir o telégrafo até Lopeí e enviando à
região o Regimento de Cavalaria Provisório – a primeira unidade militar
paranaense motorizada.
Seis mil combatentes revolucionários, durante 22 dias resistiram a um formidável exército legalista de 14 mil homens, nos arredores da capital. Desde a madrugada do dia 05 até o dia 27,o exército revolucionário de 6 mil homens comandados pelo general Isidoro Dias Lopes, o major Miguel Costa e o tenente coronel Bernardo Araújo Padilha resistiu aos 14 mil legalistas,comandados por 6 generais e retirou-se tranquilamente da capital,embarcando em numerosos trens da sorocabana e da santos Jundiaí, antiga São Paulo Railway,levando 07 mil fuzis, duzentas metralhadoras ,aproximadamente 06 canhões Krupp,06 a 10 milhões de cartuchos,500 animais todo o tipo de armas e equipamento do exército brasileiro,além de 5 aparelhos de avião (FILHO, Apud, FRANCISCO , 1992 ,p.10)
.Conclui-se que ao saírem de São Paulo os revoltosos como ficaram
conhecidos sofreram ofensivas do exército legalista, mas não de forma contínua.
11
Um dos motivos deve-se ao fato de estarem adentrando em território
desconhecido.Os Rios Iguaçu e Piquiri serviram de defesa natural ao Oeste
o Rio Paraná e a fronteira com o Paraguai, a leste a Serra de Medeiros,
localizada hoje no município de Guaraniaçu, referência nos combates e defesa
certa aos revolucionários rebeldes.
De acordo com Filho (1992):
A 14 de setembro tomou Guaíra a 15 avançou para Guarapuava, e a 15 de novembro, teve o primeiro contato com os legalistas na Serra de Medeiros, e uma batalha de 40 dias e 40 noites fora travadas sem cessar. (FILHO, 1992 p.10).
O Rio Piqueri serviu de escudo aos revolucionários, pelo lado norte, ao
lado sul o rio Iguaçu, e ao Oeste temos o grande Rio Paraná, fronteira com o país
vizinho, o Paraguai e já muito utilizado pelos vapores argentinos na retirada ilegal
da madeira e erva mate pelas denominadas OBRAGES. Assim sugeria-se que
aos poucos as forças legalistas fossem empurrando os soldados revoltosos, até
as barrancas do Rio Paraná, chegando a região da fronteira nacional. E ao leste
a geografia propícia a serra do Medeiros, onde teve o primeiro combate entre
revolucionários e legalistas, em batalhas constantes.Como cita Filho(1992),a
linha de combate nessa região partia de salto, passava por
Catanduvas,Floresta,Centenário,Encruzilhada,Piqueri e Guairá.
O que os revolucionários paulistas encontraram aqui? O Oeste que os
revolucionários encontraram nos anos de 1924/1925, era uma região política,
econômica e culturalmente isolada do resto do país. ,Nem o português se falava
e , sim o espanhol, poucas casas comercias, algumas famílias que aqui
residiam., um pacato povoado num meio geográfico rodeado por densas florestas.
O que se via em abundância no seu meio natural era a erva-mate e a madeira,
motivo pelo qual aqui estava instaladas as chamadas “OBRAGES’ –Empresas
Anglo Argentina responsáveis pela extração da erva-mate e da madeira em sua
forma natural.
. As evidências da ausência de brasileiros e conseqüentemente da cultura brasileira,são freqüentes, principalmente a partir da década de 1920. O isolamento das fronteiras brasileiras, notadamente na região das barrancas do Rio Paraná e a influência dos poderes públicos para sanar estas deficiências, provocavam no início de manifestações por parte da
12
inteligência brasileira,no sentido de enfrentar o problema (WACHOWICZ,2002, p.120)
O espanhol era o idioma predominante, da Argentina vinham produtos
alimentícios, roupas, calçados. Do país vizinho o Paraguai vinham os peões que
trabalhavam nas Obrages.
Se as línguas mais utilizadas era o espanhol e o guarani, o mesmo ocorria com o dinheiro circulante. o predomínio do peso argentino era total e absoluto. o comércio só se utilizava do peso argentino, inclusive o de foz de Iguaçu.” o então secretário de estado do Paraná em 1924 Cezar Pietro Martinez, percorreu a região ,pouco antes da revolução,e pode constatar “in loco” a grande influência argentina e paraguaia ao entrar numa casa de comércio em catanduvas para pedir uma informação,o balconista lhe responde em espanhol(WACHOWICZ, .2002, p.129).
A partir da fala dos trabalhadores na construção de estradas nas
proximidades de Catanduvas, percebe-se a numerosa presença de descendentes
espanhóis e, como também nas poucas casas comerciais que aqui existiam.O
comércio era realizado através do Rio Paraná com Argentinos e
Paraguaios.Enfatiza-se a presença estrangeira quando da fala de comerciantes
que respondem em espanhol, por não conhecer o português.
A forte presença de estrangeiros em especial na região Oeste do Paraná,
Como nos mostra Wachowicz (1986) que as leis que imperavam eram as leis
argentinas e paraguaias.
.Os que trabalhavam na construção e conservação da estrada de rodagem eram paraguaios. Esta influência acentuava-se a partir da localidade de Catanduvas. Entro em casa de negócio para tomar informação. O caixeiro responde-me em espanhol (WACHOWICZ, 2002, p.129).
Esta é a fala do então secretário do Paraná César Pietro Martinez, que teve
conhecimento da situação somente á partir da concentração dos revolucionários
na região. As terras do Oeste paranaense estavam sob o domínio das empresas
Anglo-Argentinas denominadas Obrages. A língua falada era o espanhol, a
moeda era o peso argentino, não se conhecia por aqui o mil réis.
O livro Obrageros Mensus e Colonos de Wachowicz nos relatam que este
movimento serviu também para chamar a atenção das autoridades brasileiras em
relação ao abandono da região oeste:
13
De Salto a Cascavel nada existia a não ser galhos nas estradas. Esta última localidade possuía na ocasião apenas cinco casas, ao longo do caminho. Deste ponto começavam os domínios das OBRAGES. A primeira bem próxima a Cascavel, era empresa Barthe. Todas as informações fornecidas no depósito central, sede da mesma, fora dadas em espanhol. Sem falar da moeda circulante que era o peso argentino. Desconhecia-se praticamente o mil reis.Todo o comércio da região estava ligado a estabelecimentos argentinos sediados em Posadas e Correntes, que possuíam seus próprios vapores para abastecer o Oeste via Rio Paraná (WACHOWICZ, 2002, p.69).
Percebe-se neste episódio a presença no território nacional brasileiro pelos
países vizinhos, que se utilizava das Obrages para retirada das riquezas naturais
desta região.
Os revolucionários não pouparam nem mesmos as grandes empresas de
extração de erva-mate, e madeira, pois confiscaram o que podiam e o que
precisavam para dar respaldo a revolução, inclusive alimentos, agasalhos.
O pequeno povoado de Catanduvas, e onde hoje fica Cascavel era a
região que mais se encontrava presença de estrangeiros, na extração da erva-
mate, na construção de estradas e na retirada da madeira, todo o retorno via rio -
Paraná para a Argentina onde ficava a sede das empresas denominadas
OBRAGES.
A denominada Revolta Tenentista de 1924 de São Paulo, serviu também e
em especial para chamar a atenção das autoridades brasileiras em relação a
região Oeste pelo governo federal.
Em virtude do avanço das tropas federais, os rebeldes adentravam cada
vez mais para Catanduvas. O objetivo era o de chegar a Foz do Iguaçu para dali
manter contato com os revolucionários gaúchos. Porém ficaram em nossa região
pelos ataque legalistas.
Não foi possível a vitória Tenentista de 1924. Percebe-se claramente nos
documentos oficiais pesquisados a preocupação das forças leais ao governo em
acabar com o movimento.,era uma ameaça ao poder vigente,resistiu mais do que
devia.Segundo Prestes(1996):
Nos últimos dias de março de 1925; os rebeldes paulistas que resistiam na frente de Catanduvas capitularam, após um sítio de 04 meses.Os soldados aprisionados pelo general Rondom foram mandados para Clevelândia um verdadeiro campo de concentração criado na Amazônia
14
pelo governo Bernardes.A situação ficou crítica.As tropas legalistas avançavam em direção a Foz do Iguaçu,local em que o general Rondom pensava obrigar os rebelde gaúchos a rendição final. (PRESTES, 1996, p.60).
Quando nos referimos a esse movimento é necessário estarmos atentos
a algumas questões básicas que norteiam este estudo, que são: Quais são
os sujeitos históricos envolvidos? Quais seus objetivos? As forças centrais ou
legalistas nos mostram essa história á partir de seu viés, ou seja, usando de sua
força política econômica, no sentido de mostrar que o exército se dividiu em um
grupo de pessoas leais ao governo e os que queriam estabelecer a ordem o outro
grupo considerado “rebelde, desordeiro”, que a qualquer custo queria vencer as
forças do governo.
A PRESENÇA DOS REVOLUCIONÁRIOS PAULISTAS NO MUNICÍPIO DE
CATANDUVAS
O ano de 1925 chegou sem
muitas esperanças para os
rebeldes paulistas chefiados por
Isidoro. As tropas atravessaram o
ano novo sitiados em Catanduvas,
no Paraná, onde resistem ao
cerco do general legalista Cândido
Mariano Rondon.
Os combates além de se
intensificarem, cada vez mais, são
também mais cruéis e
prolongados.Foto-02:Estação Telegráfica que serviu de abrigo aosRevolucionários Rebeldes – 1925. (Fonte: arquivopessoal Adelar Antonio Paganini).
Assim o silêncio dos sertões do oeste e sudoeste do Paraná foi rompido
pelo barulho do fuzil, metralhadores e canhões.
Dessa forma Meirelles (1997) cita que:
15
As forças revolucionárias lutam por Catanduvas, um arraial miserável, encarapitado no alto de uma serra, no oeste do Paraná, por causa de seu valor estratégico. Desse ponto privilegiado, os rebeldes podem controlar a única passagem do planalto de Guarapuava. Além de dominar importante entroncamento telegráfico que liga Foz do Iguaçu a Porto Mendes. Com o telégrafo nas mãos, os rebeldes podem comunicar-se com o resto do país e, principalmente com o exterior (MEIRELLES,1997, p.312).
O primeiro encontro entre soldados revolucionários e soldados legalistas,
deu-se próximo onde hoje é o município de Catanduvas, na chamada Serra de
Medeiros que hoje pertence ao município de Guaraniaçu. Diante do grande
poderio de fogo dos legalistas os revolucionários paulistas tiveram de retirar-se
para Belarmino, localidade que pertence hoje ao município de Guaraniaçu, onde
era à base de operações da tropa revolucionária. Os combates se tornam cada
vez mais freqüentes. Pela primeira vez foram escavadas as trincheiras, que
serviram de defesa tanto para os revolucionários quanto para os legalistas. Eram
buracos enormes cavados na terra, onde se formava uma espécie de túnel.
Ficavam ali horas dias até. Algumas trincheiras resistiram ao tempo e são visíveis
ainda hoje na região de Catanduvas, alguns proprietários de terras daqui, muitas
vezes sem saber ao certo o que significava, ao cultivar a terra desviavam os
enormes túneis. É comum também encontrar nesta região vestígios de
armamentos bélicos, como balas canhões, restos de fuzis. Cemitérios foram
cavados para acolher os corpos tanto de legalistas como de soldados
rebeldes.Com o passar do tempo e a sucessão dos interesses utilitários e
tratando-se de vestígios materiais vão se encobrindo relegando-se ao
esquecimento.
Os rebeldes enfiados em trincheiras improvisadas, cavadas as pressas na Serra de Medeiros, para conter o avanço das tropas legalistas. Os combates intensos, as noites frias e o calor sufocante, durante o dia, corroem lentamente o moral das tropas revolucionárias, que lutam contra um inimigo mais numeroso e armado com o que há de melhor (MEIRELLES, 1997, p 320).
A exaustão humana chega ao seu limite, os soldados rebeldes são
testados constantemente, diariamente, e resistem entrincheirados e usando dos
elementos topográficos como defesa.
16
OS TESTEMUNHOS DA HISTÓRIA.
Recorrer aos testemunhos históricos, valorizando a história oral, deixada
por nossos antepassados é como recuperar a história que nos torna mais
próximos do processo histórico e do conhecimento produzido, porém levando
nosso aluno a sentir-se partícipe dessa história, sujeito atuante e protagonista do
presente. Sendo assim servimo-nos de testemunhos que vivenciaram esta
história, juntamente com seus familiares como veremos no trecho da revista a
seguir:
As lembranças que tenho não são as melhores, são tristes.Eles os revolucionários eram Donos de tudo.Para nós matarmos um novilho para nosso consumo,era necessário pedir Autorização ao comandante Estilac Leal Eurídes Caetano, em entrevista a (REVISTA O RESGATE-A HISTÓRIA PASSADA A LIMPO.CATANDUVAS p. 4 E 5 ).
Para garantia de sua sobrevivência e em meio a guerra, os revolucionários
rebeldes, como foram chamados, eram obrigados a coagir os moradores do
pequeno povoado, o contato entre revolucionários rebeldes e moradores locais
não era nada amistoso, mas necessário.
Na época seu Caetano tinha 12 anos, sua família trabalhava com a
lavoura e a pecuária. Seus pais chegaram na região em 1923.Pouco antes que as
primeiras forças militares se alojassem no local.
As funções das famílias que aqui viviam eram de fornecer mantimentos
aos revolucionários e tudo isso sem receber nada em troca.
Seu Eurídes lembra que seu trabalho era de levar melancias e outros
alimentos até as trincheiras. Seu pai matava criação que tinha e fornecia a carne.
Recorda que seu pai buscava bois em Guarapuava e trazia até Catanduvas. As
viagens duravam dias e eram feitas num misto de montaria e a pé
Entrevista com o pioneiro Juca Rodrigues, que junto com sua família, viu a
chegada dos rebeldes paulistas ao povoado de Catanduvas:
.
O que mais me deixa triste quando lembro da Revolta de 24 é que meu pai, minha família, perdemos quase tudo o que tínhamos levado uma
17
vida inteira para conseguir:casa de comércio, moradia, criação, vacas, galinhas, porcos e além do mais tivemos que buscar abrigo em lugar seguro abandonando nossa casa e tudo o que a gente tinha. Enquanto isso nossa casa de comércio, nossa moradia era invadida pelos soldados rebeldes. Eles chegavam e levavam tudo, as criações alimentos e até pedaços de fazenda. O governo prometeu nos indenizar depois que acabou a revolta, mas isso não aconteceu, até hoje eu tenho as notas aqui ( RODRIGUES, ENTREVISTA EM 25/05/1998).
A pequena população que habitava essa região eram subservientes aos
rebeldes, pois passaram a conviver com os mesmos durante todo o período em
que ficaram cercados pelos legalistas em nossa região , que foi praticamente 06
meses.
Como nos relata Meirelles Domingues em seu livro As Noites das Grandes
Fogueiras. As chuvas torrenciais de vários dias que caía sobre o sertão do
Paraná entre os meses de janeiro e fevereiro,inundou as trincheiras de
Catanduvas e protelou um ataque já planejado pelo General Legalista Cândido
Mariano Rondon. E mesmo com o aguaceiro, depois de longa e dramática
estiagem,os rebeldes e os soldados legalistas continuaram firmes em suas
posições.Depois da estiagem a chuva que caia sobre a região oeste,o que
mantinha esses homens na luta ? O ideal de Justiça? A destituição do então
presidente da república Artur Bernardes, conhecido pelos seus desmandos
políticos e apoio a oligarquia brasileira em detrimento das outras classes sociais?
O direito ao voto? Maior liberdade política? Ou quem sabe simplesmente uma
troca de poder. Pois sabemos que a década de 20 no Brasil foi rica em
movimentos de contestação, a burguesia, (comerciantes) em busca de ascensão
social e econômica, pleiteava também ascensão política, quem sabe juntamente
com parte do exército brasileiro, cansado dever a sucessão oligárquica dos
grandes proprietários e seus desmandos políticos.
O comandante das forças leais ao governo Cândido Mariano da Silva Rondom era general do exército brasileiro, fiel as ordens do presidente do Brasil Artur Bernardes. Fora nomeado pelo próprio presidente chefe e comandante das tropas legalistas acantonadas em santa Catarina e no Paraná.Era a primeira vez, desde que se alistou no Exército imperial, em 1881,que ele participava de uma operação militar.Bernardes não poderia ter feito melhor escolha.Disciplinado,o general Cândido Rondom tinha o perfil ideal para o cumprimento dessa missão (MEIRELLES, 1997, p.327).
18
As tropas legalistas comandadas pelo general Candido Rondon era de
cerca de 12.000 mil homens, enquanto os rebeldes em torno 3000 mil no Paraná.
Instalado em seu quartel general, em Ponta Grossa, Rondon tem cerca de 12.000 mil homens sob o seu comando, enquanto os rebeldes, no Paraná não chegam a 3000 mil (MEIRELLES, 1997, p.327).
Rondon tinha um plano, mandou construir em Laranjeiras do Sul um
aeroporto de onde os aviões deveriam alcançar os revolucionários
bombardeando-os na Serra de Medeiros, onde o contingente revolucionário
rebelde estava concentrado. O plano de Rondon não deu certo,alguns aviões
tiveram panes diversas e o mais agravante foram as chuvas torrenciais.
Segundo Meirelles (1997),a estratégia de Rondon é extremamente simples:
acumular o maior número possível de tropas e armamentos pesados para ir
empurrando lentamente os rebeldes para a fronteira da Argentina e do Paraguai.
Em meados de janeiro de 1925 soldados legalistas permanecem em
Formiga(região localizada entre os município de Ibema e Catanduvas).As
condições são péssimas e as chuvas não cessam em toda a região oeste do
Paraná.Os soldados rebeldes numa extrema ousadia conseguem infiltrar-se por
entre a retaguarda das tropas legalistas e chegam até Formigas, para tentar
surpreender o general Cândido Rondon.
Meirelles (1997) cita que os vultos que rastejam na lama, em volta do
acampamento, parecem bonecos de barro. Eles se movem no atoleiro sob a
inspiração de um mito: João Cabanas.
Liderados pelo líder João Cabanas, conhecido pela sua coragem e
ousadia formavam a célebre “Coluna da Morte”.Na observação da posição do
inimigo escolheriam o momento certo para então deflagrar o ataque sobre as
tropas do governo.
Segundo o mesmo autor estavam ali instalados chefe de seu estado maior
o general Mariano da Silva Rondon e seus oficiais.
O grito de guerra da Coluna da Morte é anunciado e os soldados erguem-
se do chão e começam a atirar. A intenção é “varrer” o acampamento, avançam
aos berros: Cabanas chegou. Para os soldados rebeldes o conflito armado cara a
cara com o inimigo parecia ser a solução.
19
Foto 03: Acampamento da “Coluna da Morte”, na localidade do Roncador – 1925.(Fonte: arquivo pessoal de Adelar Antonio Paganini.)
A “Coluna da Morte”, liderada por João cabanas ficou conhecida tanto
pelos soldados legalistas como pela população e entre os próprios soldados
rebeldes pelo seu destemor,eram soldados muito bem treinados, inclusive no uso
de armas brancas e também tinham enorme habilidade na “guerra de
Movimento”.
Os soldados legalistas foram despertados pela gritaria e surpreendidos
pelo tiroteio, abandonam as casas e as barracas em pânico muitos ainda
descalços e seminus, refugiam-se no mato.Cabanas volta-se para seus homens e
ordena:preparar para a carga! Desembainhar facões!
É a Célebre briga dos facões onde os soldados legalistas X soldados
rebeldes lutavam sem saber ao certo quem era quem, em meio a densa mata
com chuva e lama na escuridão da noite.Um agravante maior os legalistas não
foram treinados para lidar com armas brancas, não sabiam defender-se dos
facões.Sendo assim os soldados legalistas foram tomados de um verdadeiro
pânico e debandam em desordem, deixando para trás armas bagagem e muita
munição.
A intenção de Cabanas ao defender o povoado de Formigas era prender o
general Cândido Rondon. Ter ele como refém era um grande negócio, mas logo
perdeu as esperanças ao saber por um dos soldados que a limusine de Rondon
havia atolado na estradinha que ligava Formigas a Laranjeiras.O mais
20
preocupante foi saber também que as tropas legalistas avançavam em grande
número em direção a Formigas .
Protegidos pela escuridão a “Coluna da Morte” rompe o cerco e abandona
Formigas, carregando uma multidão de feridos, a maioria em estado grave.O
objetivo agora:abrir picadas no mato para alcançar Catanduvas.Foram os
últimos combates vitoriosos dos revolucionários paulistas na região.
Segundo Meirelles (1997), o jornal “ A gazeta do Povo,” de Curitiba, ao
comentar o impacto do temporal sobre o que restou das plantações, observa que
a chuva ameaça agora destruir o pouco que a seca deixara vivo e em pé.A
mesma ameaça paira sobre os rebeldes.Enquanto a Coluna avança para
Catanduvas, na Serra de Medeiros, as trincheiras estavam alagadas, os
combatentes dos dois lados permanecem enfiados nos buracos, com a água
pelos joelhos.
Foto 04: Estrada que ligava a localidade de Formigas – 1925.(Fonte: arquivo pessoal de Adelar Antonio Paganini.)
TENENTES PAULISTAS E A COLUNA PRESTES
21
O encontro entre a Coluna Prestes e Paulistas no Paraná, já não tinha mais
razão de ser. O governo central na figura do ministro de guerra propunha aos
revolucionários um armistício, uma proposta de paz aos revolucionários que se
entregassem pacificamente.Difícil decisão por parte dos líderes, ao mesmo tempo
que o governo prometia paz e tratamento diferenciado aos rebeldes também não
garantia nas mesas de negociação a real promessa que fazia.As negociações
entre Isidoro e João Suplício enviado pelo governo avançavam já a dois
dias.Primeiro um encontro em posadas na Argentina, depois dois dias
intermináveis de intensa negociação na Cidade de Los Libres.O governo federal
na figura de Artur Bernardes através de um telegrama confidencial ao deputado
Suplicio inclue uma declaração solene de todos os rebeldes ao governo.
As exigências do governo central são retratadas no livro de Domingos
Meirelles A Noite das Grandes Fogueiras, os revolucionários brasileiros,
inspirados pelos sentimentos de concórdia, indispensáveis a vida da família
brasileira, e tendo em vista os mais altos e vitais interesses da pátria e da própria
nacionalidade, resolvem (...) considerar terminado a luta revolucionária,
renunciando as idéias de subversão da ordem pública e constitucional do
país.Este acordo de paz desde que fossem respeitadas estas condições, deveria
ser assinado na cidade de Uruguaiana no Rio Grande do Sul.
Porém ao ler o telegrama aos seus comandados percebe-se em seus
rostos um insulto recebido por parte de Bernardes. A proposta era muito vaga e
não merecia confiança, pois havia mais de mil oficiais presos em São Paulo
recebendo tratamento humilhante de presos comuns. Diante dos impasses as
negociações são suspensas.
As forças comandadas por Prestes preparavam-se para sair da cidade de
Barracão e avançar pelo sudoeste do Paraná em direção a Foz do Iguaçu, como
também prestar socorro aos combatentes na Serra de Medeiros e em
Catanduvas. Porém o tempo e o mal tempo não permitiu que a Coluna se
aproximasse, bem como informações que Prestes esperava sobre a localização
destas cidades na região Oeste, e assim não podia avançar sem antes ter um
mapa da localização correta.Prestes também estava com o número de soldados
cada vez mais reduzido.
As fortes chuvas que caiam na fronteira de Santa Catarina e Paraná
ajudava a dificultar o acesso dos homens comandados por Prestes. Além do que
22
foram obrigados a abandonar seus cavalos e abrir picadas a pé nas matas do
interior do Paraná.
Há um mês que Prestes e seus homens estão praticamente inertes, acampados na localidade de Barracão, no Paraná,em frente a cidade Argentina de Bernardo de Irigoyen, a espera de uma ligação com os revolucionários do Paraná (MEIRELLES,1997p.347)
Em relatório a Prestes Isidoro expõe com franqueza a situação em que se
encontram as forças paulistas no Paraná.
(...) Nossa situação aqui é esta: temos 300.000 tiros de infantaria e muito pouco de artilharia; temos em caixa vinte contos de réis, existem disponíveis 1.500 armas (fuzi);os oficiais e muitos soldados estão seminus e descalços,a República Argentina nos sitia. (MEIRELLES, 1997p. 346)
A situação exposta por Isidoro a Prestes era a real situação que se
passava com os revolucionários paulistas na região oeste do Paraná, e isso talvez
seria mudado se a Coluna prestes e seus homens chegassem a tempo para dar
respaldo aos revolucionários paulistas. Porém os soldados gaúchos também
passavam por dificuldades semelhantes, falta de informação, baixas significativa s
dos soldados e ainda, como já foi citado não conheciam a região .
As tropas gaúchas escondidas em Barracão passam a ser alvo das forças
legalistas. O governo mobiliza batalhões de soldados provisórios para alcançar os
rebeldes no Paraná.
A o pressentir o avanço de uma força considerável organizada pelo coronel Claudino Nunes Pereira, comandante da brigada do Rio Grande do Norte, Prestes ordena o abandono imediato de Barracão. As chuvas transformam as cangalhas difíceis de carregar, os arreios imensos que levam nas costas. Os rebeldes, com facões, abrem caminho através da densa floresta indevassável e úmida do interior do Paraná onde o sol dificilmente penetra (MEIRELLES, 1997p345/349)
A espera insustentável das tropas gaúchas comandadas por Luis Carlos
Prestes não tinha, portanto, mais razão de ser.Os revolucionários paulistas
haviam se submetido a todo tipo de martírio na expectativa de que os rebeldes do
sul (Coluna Prestes), juntassem se a eles o mais rapidamente possível.
O CERCO LEGALISTA SE FECHA SOBRE CATANDUVAS
23
Há seis meses os rebeldes revolucionários mantem-se entrincheirados. É
gigantesca a ofensiva das tropas legalistas. São 400 homens que defendem
Catanduvas, e estavam literalmente sitiados pelas tropas legalistas que somavam
mais de 4.000 soldados, comandados por 17 generais.
Há muito que o cessar fogo não declarado fora rompido. A cada dia que passa o exército é mais implacável. Graças a trégua espontânea ocorrida nos últimos dias de fevereiro, o governo conseguiu formar minucioso dossiê das dificuldades em que os rebelde se debatiam. Os rebeldes não dispõem de dois recursos fundamentais para manter aceso o fogo da revolução: armas e comida. A resistência em Catanduvas desmorona, com a perda de um ponto estratégico: Cajati, conquistada por soldados de a brigada militar do Rio Grande do Sul. O saldo dos combates é trágico: 30 mortos. A fazenda Floresta outro ponto vital, desaba diante da superioridade do inimigo. Alguns soldados sob o comando de Juarez Távora conseguem escapar (MEIRELLES, 1997, p. 353).
Catanduvas passou para as páginas da história como um marco de
destruição, porém para os rebeldes revolucionários que aqui se renderam ou para
aqueles que conseguiram embrenhar-se nas matas e fugir, a luta não foi em vão,
e mesmo dentro de suas corporações souberam como incutir na cabeça de seus
pares os idéias pelo quais lutaram: um: Brasil mais democrático, com a instituição
de um novo sistema político e faziam crítica ao corrupto regime , qualificando as
eleições como um mecanismo de perpetuação dos mesmos grupos no poder e
por isso propunham o voto secreto.Assim com o uso da força tentaram mudar os
rumos da política no Brasil da década de 20.(MEIRELLES, 1997p.354).
Catanduvas é cercada pelos soldados legalistas. O primeiro bombardeio se
fechava.Para os soldados sitiados não havia mais esperança.A munição estava
quase esgotada e da retaguarda, onde se achavam os depósitos maiores, não
havia mais chance de receber suprimentos.A rendição torna-se a única saída.
Não havia razão para deixarmos de atender aquele apelo. Não era só a nossa vida que estava em jogo, era de 400 companheiros dedicados que se sacrificaram durante muitos meses, combatendo com fome e com sede, sob chuva, maltrapilha e friorenta. Eram duas horas do dia 30 quando chegamos as posições governistas, de cabeça erguida , sem sentir humilhação de espécie alguma, não tendo havido lágrimas nem outros pieguismos semelhantes(WACHOWICZ, 2002,p.12).
24
O relato acima foi de um testemunho do tenente paulista Castro Afilhado,
um dos revolucionários que se rendeu.
Como nos relata Wachowich (2002), em seu livro Obrageros Mensus e
Colonos: Era uma segunda feira, 30 de março de 1925, duas horas da manhã.Os
rebeldes erguem-se do chão, com os braços levantados, caminham com passos
firmes, porém em silêncio.Não se sentem humilhados nem mesmo derrotados,
caminham com dignidade.
Renderam-se naquela noite de verão 407 revolucionários. Estillac Leal, o
comandante de Catanduvas, e mais alguns oficiais conseguiram fugir através das
linhas inimigas.Não havia mais condições de receber reforços.A queda de
Catanduvas, tornou a revolução insustentável no extremo oeste.
As informações sobre a vitória legalista no Paraná foram liberadas pela
censura com uma rapidez incomum.
A IMPRENSA E A REVOLUÇÃO
As informações correm conforme a vontade do governo central, num
exemplar da Revista da Semana do Rio de Janeiro a derrocada de Catanduvas é
matéria exclusiva e aparece na capa como:Tomada de Catanduvas.
As fotografias da revista retratam com ampla divulgação a luta no Paraná,A
queda de Catanduvas.Enfatizando o papel dos soldados legalistas em acabar
com a, revolta garantindo assim a ordem da nação e a proteção devida que a
população merece.
O desastre de Catanduvas produz um milagre industrial na imprensa do Rio:os jornais,ainda de manhãzinha ,conseguem colocar a rendição dos rebeldes, antes mesmo de o comércio começar a funcionar.A noticia estampa em letras grandes na primeira página:virtualmente terminado o movimento revolucionário.O tenente Cabanas esta ferido (MEIRELLES,1997, p. 359).
A seguir um retrato da imprensa carioca na importante revista “A Semana”,
exemplar editado em 1925, mas precisamente dois meses após o fim da
revolução.
EDIÇÃO ESPECIAL DA REVISTA DA SEMANA-RIO DE JANEIRO 23 DE
MAIO DE 1925
A LUTA NO PARANÁ/A QUEDA DE CATANDUVAS
25
Damos neste número iniciando-a nesta pagina, ampla reportagem
photografhia, autorizada pelo Ministro de
Guerra, dos acontecimentos
desenrolados no Paraná entre as forças
legaes e os revoltosos. Trata de
documentos importantes e históricos cuja
a publicidade é de alcance
incontestável.A região em que esses
acontecimentos se desenrolaram é por
aqui desconhecida e as phothografhias
mostram quão áspera foi a luta ai travada
luta essa que devido as condições
thopograficas locaes, se prolongou
extraordinariamente com grandes
sacrifícios.Após a queda de Catanduvas,
o reducto dos revoltosos.Grupo feito no
arroio Tormentinhas .Os revoltosos
tomaram a Estação Telegráfica que foi
usada como ermo das forças
revoltosas,onde transformaram em
reducto onde centralizaram as suas operações .Catanduvas foi ocupada pelas
forças Legaes no dia 30 de março de 1925.A Estação telegráfica provavelmente
serviu de quartel general dos rebeldes.No Roncador o General Azeredo
Coutinho,chegou com seu Estado-Maior.
Ainda como cita a Revista Semana, editada em maio do ano de 1925,
percebe-se que o desfecho final da revolta tenentista em Catanduvas vem única e
exclusivamente pelo esforço das forças legais em manter a ordem da nação e
“proteger a população”, é anunciada com uma rapidez em comum.Parte do
exército brasileiro que havia se rebelado foram tratados como:perturbadores da
ordem e ameaça a tranqüilidade da população brasileira”, por isso deveria ser
contido.
Foto 05: Estrada do Roncador – 2006(Fonte: arquivo pessoal de Adelar Antonio
Paganini).
26
A queda de Catanduvas determinou o aprisionamento de cerca de 400
soldados rebeldes, onde permaneceram por alguns meses e de onde foram
desalojados no dia 30 de março. Alguns foram levados aos campos de
concentração do Roncador e outros para Guarapuava, onde existia um posto de
comando geral do governo.
No Roncador, localizada no interior do município e por onde passava uma
estradinha carroçável até Formigas e depois a Serra de Medeiros, ali nesta
localidade foi “construído pelas tropas legalistas um primitivo campo de
concentração, onde
eram deixados os
prisioneiros rebeldes.
Foi também na
localidade do
Roncador que foi
rezada uma missa
pelas almas dos
soldados mortos em
combate. A presença
do padre junto aos
soldados legalistas,
como que para justificar
através da fé e da oração tantas atrocidades.
A MODA DA REVOLUÇÃO
Foto 06: Cemitério da localidade de Roncador - 2006.Fonte: arquivo pessoal de Adelar Antonio Paganini)
27
Autor Cornélio Pires e Arlindo Santana
Interprete: Cornélio Pires e Arlindo Santana.
A revolta de São Paulo
Para mim já não foi bão
Pela notícia que corre
Os revoltosos tem razão
Aí estou me referindo
A essa nossa situação
Se os revortosos ganhar
Aí eu pulo e rolo no chão.
Quando cheguei em São Paulo
O que cortou meu coração
Eu vi a bandeira de guerra
La na torre da estação
Se encontrava gente morto
Por meio dos quarteirão
Dava pena e dava dó
Aí, era só judiação.
Na hora que nós seguimos
Perseguindo o batalhão
Saimo por baixo de bala,
Aí sem ter aliviação
E a gente ali deitado
Sem alevantar do chão
É só bala que passava
Roncava que nem trovão
28
Zidoro se arretirou
Ai, lá pro centro do sertão
Potiguara acompanhou
Ai,mais pra fazer a traição
Zidoro mandou um presente
Que foi feito por sua mão
Acabaram com Potiguara
E acabou-se o valentão
Nós tinha um 42
Que atirava noite e dia
Cada tiro que ele dava
é só mineiro que caia
E tinha um metralhador
Que encangaiava com quanto havia .
De acordo com o Site:Conexão Política Franklin Martins,esta moda de
viola somente foi gravada em 1929, mas pela letra deve ter sido composta em
1924 ou, no Maximo, em 1925, quando da sorte da revolta das guarnições
militares da capital paulista, liderada pelo general Isidoro Dias Lopes, ainda não
estava decidida.Tanto que a dupla caipira sonha com a vitória dos revoltosos que
se retiraram para o sertão.
(Dois esclarecimentos: a) O General Isidoro Dias Lopes exilou-se na
Argentina em 1925; b)O potiguara, que comandou os ataques ao bairro Mooca e
participou da perseguição aos rebeldes ao interior de São Paulo,citado na moda
de viola é o general legalista Tertuliano de Albuquerque.
.
METODOLOGIA
29
A História oral foi bastante pertinente nesse estudo, o qual busca
recuperar uma história do vivido daqueles que não são contemplados pela
Grande História:por meio de entrevistas realizadas com moradores pioneiros do
município de Catanduvas, tentou-se dar voz aqueles agentes da história local,
que devem ser encarados não como meros coadjuvantes, mas como atores
principais de suas trajetórias individuais e de grupo.O estudo da História Local foi
outro referencial adotado nessa produção didático pedagógica, a qual não deve
ser entendida como apêndice da História , mas como uma História em si, com
suas particularidades, sem que se perca de vista sua inserção na Grande História.
Assim sendo será realizada a leitura e análise dos relatos constados nas
bibliografias da produção didático pedagógica e posteriormente organizados
debates a respeito das questões citadas pelos autores sendo respeitada as
diferentes interpretações e idéias contidas nas mesmas.
Em outro momento será feita a análise e interpretação das partes da
Moda de Viola(Autor:Cornélio Pires e Arlindo Fontana.Interpretação Cornélio
Pires e Arlindo Fontana) referente Revolução Paulista de 1924.
Serão organizadas visitas a lugares históricos do Município de
Catanduvas, cemitério, trincheiras,local onde será construído o Memorial da
Revolução como também a Prefeitura Municipal de Catanduvas,bem como na
Assembléia Legislativa para o conhecimento do Projeto do Memorial.
Posterior a realização dos encaminhamentos já citados anteriormente e
após os levantamentos de dados será Construído um material o qual será
projetado no multimídia para uso em sala de aula, como também a criação de
um Blog juntamente com os alunos da segunda série de ensino Médio,para
que a história local tratada nesse material, possa ser disseminada virtualmente, e
em primeira instância a comunidade escolar e posteriormente a comunidade local.
Para finalizar as atividades, os alunos da 2a série serão divididos em
grupos para realizarem a interpretação, estudo e debate do Material Didático
sendo eles os colaboradores e posteriormente multiplicadores da história local
para as outras séries de estabelecimento de ensino em que o projeto vem
sendo aplicado.
BIBLIOGRAFIA
30
BURKE, Peter-A Escrita da História (org);tradução de Magda Lopes-São
Paulo:Editora UNESP 1992-(Biblioteca Básica).
DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA/PARANÁ - História-
2008 SEED.
LE-GOFF,Jaques.História e Memória.Edição Campinas;UNICAMP.1996.
LEVI,Giovani, sobre a micro História.In Burke, Peter.A Escrita da História.São
Paulo, SP.Unesp,1992. .
MEIRELLES, Domingos. A Noite das Grandes Fogueiras:Uma História da
Coluna
MONOGRAFIA: A Revolução tenentista de 1924 e Seu desdobramento no Oeste do Paraná.UNIOESTE 1998-Sonia Aparecida Belin Angélico.
O resgate A História Passada a limpo-Catanduvas. A Revolução
Esquecida/Projeto Experimental do Curso de Jornalismo da
Unipar-2008.Acadêmicos:Adelar Paganini,Joel Perez, Kassiane de Moura,
Luciana Orso, e Luiz Roberto Almeida.
IMAGENS. Revolução Tenentista de São Paulo. 1924/1925. Arquivo pessoal
Adelar Antonio paganini.
IMAGENS. Revolução Tenentista de São Paulo 1924/1925. Site Prefeitura
Municipal de Catanduvas.
PRESTES, Anita Leocadia –Uma Epopéia Brasileira:A Coluna Prestes- São
Paulo:Moderna 1997.(Coleção polêmica)
Revista da Semana Ano: XXVI Número 22 23 de maio de 1925/Imprensa Rio de
Janeiro.
REVISTA HISTÓRIA Viva-Editora: Duettto (WWW.históriaviva.com.br) Reportagem Brasil Revolução de 1924-A Paulicéia Atacada,por Ilka Stern.
REVISTA –ORESGATE-A História Passada a Limpo Catanduvas-A Revolução SANTOS, Filho, Davino Francisco dos, 1932-A Coluna Miguel Costa e Não a Coluna Prestes primeira edição-São Paulo:Edicon,1992.
SITE:HTTP//citybrazil.UOL.com.br.pr Catanduvas/história da cidade.
SITE. Oficial. Conexão Política (Http//WWWfranklinmartins.com. br). WACHOWICZ, Ruy Christovam, 1939-Obrageros Mensus e Colonos: História
do Oeste Paranaense-Curitiba: Editora Vicentina, 2002.