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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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IDALINA APARECIDA COUTINHO FRANCISCO

SEQUÊNCIA DIDÁTICA – HISTÓRIA EM QUADRINHOS

LIDIANÓPOLIS 2010

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IDALINA APARECIDA COUTINHO FRANCISCO

SEQUÊNCIA DIDÁTICA – HISTÓRIA EM QUADRINHOS

Caderno pedagógico apresentado à Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED, como requisito parcial de participação no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE. Orientadora: Elvira Lopes Nascimento

LIDIANÓPOLIS 2010

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SUMARIO

IDENTIFICAÇÃO ............................................................................................................03

OFICINA 1 – RECONHECENDO O GÊNERO HQ.......................................................04

1.1 APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO ........................................................................................04

1.2 UM POUCO DE HISTÓRIA..................................................................................................05

1.2.1 A Sociohistória do Gênero Histórias em Quadrinhos...................................................05

1.2.2 Quadrinhos no Brasil...................................................................................................05

1.2.3 Mais um Pouco de História .........................................................................................06

1.3 CARACTERÍSTICAS DAS H.QS ..........................................................................................11

1.4 ITENS QUE CARACTERIZAM OS QUADRINHOS MODERNOS.................................................12

OFICINA 2 – O DISCURSO DIALOGAL DA HQ .........................................................17

OFICINA 3 – LINGUAGEM VISUAL E VERBAL .............. ..........................................25

OFICINA 4 – ANÁLISE LINGUÍSTICO-DISCURSIVA ......... ......................................29

OFICINA 5 – VOZES........................................................................................................32

OFICINA 6 – LABORATÓRIO DE CRIAÇÃO I ............... ............................................35

OFICINA 7 – LABORATÓRIO DE CRIAÇÃO II.............. ............................................40

FINAL DO PROJETO ......................................................................................................42

REFERÊNCIAS ................................................................................................................43

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IDENTIFICAÇÃO

Professora: Idalina Aparecida Coutinho Francisco

Escola: Colégio Estadual Dom Pedro I – Ensino Fundamental e Médio.

Série: Nono ano do Ensino Fundamental (antiga oitava série).

Período de implementação: 16/08/2010 a 22/10/2010.

Orientadora: Elvira Lopes Nascimento (UEL)

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OFICINA 1 – RECONHECENDO O GÊNERO HQ

Objetivos:

• Motivar o educando para o estudo e desenvolvimento do projeto;

• Reconhecer o gênero textual H.Q.

1.1 APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO

Conversa com o (a) professor (a):

A fim de motivar meus alunos ao estudo do gênero textual História em Quadrinhos

(doravante HQs), vou levá-los à biblioteca e incentivá-los a ler diversas histórias em

quadrinhos, com o objetivo de se fazer um reconhecimento do gênero.A leitura deve se

estender a vários suportes do gênero: gibis, jornais, revistas. Destaco que é importante

que o manuseio do material seja realizado de forma lúdica e prazerosa.

Ao voltar à sala de aula, farei questionamentos sobre personagens de HQs, títulos,

suporte em que circula, sobre a identificação de super heróis de HQ, de vilões de HQ, etc.

Os alunos irão verificar se a quantidade de gibis é suficiente para atender a todos,

caso contrário, faremos uma campanha de arrecadação de gibis para a biblioteca escolar.

Atividade 1: Leitura silenciosa seguida por discussão oral.

Certamente você já deve ter lido alguma história em quadrinhos, pois esta é uma

leitura que agrada a todos, mas principalmente, aos mais jovens. A partir de agora, você irá

aprofundar seus conhecimentos sobre o universo das histórias em quadrinhos.

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1.2 UM POUCO DE HISTÓRIA

1.2.1 A Sociohistória do Gênero Histórias em Quadrinhos

Alguns autores reportam o germe das H.Qs. à arte rupestre, já que várias dessas

manifestações representam cenas de caça, assemelhando-se à linguagem contemporânea dos

quadrinhos. McCloud (2005) afirma que certas inscrições em tumbas egípcias podem ser

consideradas como precursoras dos quadrinhos exatamente pela sequência de imagens que

contam uma história. Um outro fato relevante é que as cenas da paixão de Cristo também

fazem uso da justaposição sequenciada de imagens com a finalidade de contar uma história.

Há controvérsias sobre o início das H.Qs. Segundo Saraceni (2003), os quadrinhos, na

forma como são conhecidos surgiram na última metade do século XIX na Inglaterra, em 1833,

com “Histoire de Mr. Jabot” do suíço Rodolphe Töpffer. Já alguns autores, principalmente

estadunidenses, tomam o “Menino Amarelo” como o início das H.Qs. modernas. Publicadas

no jornal “The Sunday New York”, eram histórias ambientadas nos guetos de Nova York,

onde moravam os personagens, oriundos de diversas etnias.

1.2.2 Quadrinhos no Brasil

Segundo Angelo Agostini Cardoso (2005), italiano naturalizado brasileiro é apontado

como o verdadeiro criador das H.Qs., pois foi criador do personagem Nhô Quim cujas

aventuras se passaram em cenários locais, como as matas e as cidades brasileiras. A

republicação das histórias de Nhô Quim em fascículos, em 1886, é apontada como a primeira

revista de quadrinhos com um personagem fixo a ser lançado no Brasil.

Porém, de forma sistemática, a primeira revista a publicar H.Qs. no Brasil foi o “Tico

Tico”. Lançada em 1905, manteve sua periodicidade até 1960, marcando a infância de

gerações, embora publicasse plágios de autores estrangeiros, fez muito sucesso.

O mercado de H.Qs., nos anos seguintes, continuou sendo abastecido pela publicação

de versões traduzidas de quadrinhos estadunidenses, especialmente Walt Disney.

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Em relação aos autores brasileiros, Ziraldo obteve sucesso com “A Turma do Pererê”,

mas a referência em H.Qs. no Brasil continua sendo Maurício de Souza, que atingiu imensas

tiragens e consolidou a “Turma da Mônica” no país.

1.2.3 Mais um Pouco de História

As H.Qs. são valorizadas como um produto cultural e consideradas um instrumento

representativo dos anseios humanos e das críticas sociais.

Entretanto, nos anos cinquenta do século passado, os gibis eram vistos como

literatura de baixa qualidade e acusados de motivadores da deliquência entre os jovens

americanos, havia, inclusive, queima das revistas consideradas como inadequadas à leitura

das crianças e jovens para que eles não se disvirtuassem do bom caminho.

Atividade 2: Cada um de vocês vai escolher uma HQ da coletânea e vai fazer a leitura na sala

de aula. Divirtam-se!!

Atividade 3: Você vai conhecer mais sobre HQs produzidas em diferentes épocas observando

as que vamos lhe apresentar a seguir. Para isso fomos buscar ajuda no livro didático

Trabalhando com a Linguagem (FERREIRA et al., 2004) que, por sua vez, retirou a coletânea

da revista Nova Escola (1998).

Atividade 4: A partir da coletânea, elabore uma linha do tempo que vá , da primeira HQ até a

última – na ordem cronológica de aparecimento e publicação.

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Figura 1. Fonte: Revista Nova Escola. São Paulo, Editora Abril, abr. 1998.

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Figura 2. Fonte: Revista Nova Escola. São Paulo, Editora Abril, abr. 1998.

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Figura 3. Fonte: Revista Nova Escola. São Paulo, Editora Abril, abr. 1998.

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Figura 4. Fonte: Revista Nova Escola. São Paulo, Editora Abril, abr. 1998.

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Figura 5. Fonte: Revista Nova Escola. São Paulo, Editora Abril, abr. 1998.

Atividade 5: Exposição oral com a ferramenta retroprojetor ou datashow.

O objetivo dessa atividade é a de contribuir para que os alunos conheçam as características

do plano textual do gênero HQ.

1.3 CARACTERÍSTICAS DAS H.QS

As Histórias em Quadrinhos são enredos narrados quadro a quadro, utilizando a

linguagem verbal – textos com discurso direto, com linguagem coloquial – e linguagem não

verbal – os desenhos.

A história em quadrinhos apresenta características próprias: uma conversação face a

face e tem uma grande riqueza de recursos visuais, os quais nos ajudam a interpretá-la.

Os fatos podem se desenvolver numa tira, numa página ou em duas ou três, mas

sempre devem ocorrer em mais de uma cena para ser considerada história em quadrinhos.

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1.4 ITENS QUE CARACTERIZAM OS QUADRINHOS MODERNOS

• Narração em sequência de imagens;

• Permanência dos mesmos personagens nas histórias;

• Utilização de balões para acomodar as falas e pensamentos.

Observe a “tira-exemplo” em:

http://www.turmadamonica.com.br/comics/tirinhas/tira118.htm

Como você pode observar, houve uma narração sequencial, isto é, uma sequência de

quadrinhos. Também podemos constatar a presença do personagem Cebolinha nos cinco

quadros e a utilização de um balão para acomodar a fala do personagem citado.

Atividade 6: Agora iremos fazer uma pesquisa e trazer recortes de revista ou gibi ou impresso

da internet, a lista dos principais super-heróis americanos. Vamos colar na parede e fazer uma

exposição bem bonita (SARMATZ, 2002)

Super-Homem

Nascimento - Criado por Joe Schuster e Jerry Siegel, o Super-Homem nasceu em 1934. A DC Comics lançou a primeira história do herói em 1938.

Características - Para proteger seu filho da explosão do planeta Kripton, Jor-el resolve enviá-lo para a Terra. O E.T. aterrissa em Smalville, onde é resgatado por um casal. Adulto, vai viver na cidade de Metropolis e trabalhar como repórter do Planeta Diário.

Superpoderes - Visão de raio-X, força quase infinita e capacidade de voar.

Inimigos - Lex Luthor, Bizarro.

Curiosidade - O Super-Homem desembarcou no Brasil pela primeira vez em 1940. Clark Kent recebeu o nome de Edu, e Lois Lane ficou com pinta de vedete: Míriam Lane.

Batman

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Nascimento - Criado por Bob Kane, o Batman estreou no mundo em 1939.

Características - Depois de testemunhar o assassinato de seus pais, o menino Bruce Wayne decide orientar toda sua vida para a vingança. Sombrio, o milionário Wayne transforma-se em Batman, o justiceiro de Gothan City.

Superpoderes - Agilidade e apetrechos.

Inimigos - Coringa, Pingüim, Charada, entre outros.

Curiosidade - Para abrir a passagem da Bat-Caverna, Bruce Wayne acerta os ponteiros do relógio para a hora exata em que seus pais foram assassinados. Robin, o ex-trapezista de circo e “garoto prodígio” surgiu em 1940. Também tem um drama familiar: seus pais foram mortos por Duas Faces.

Fantasma

Nascimento - O Fantasma foi criado em 1936 por Lee Falk (1911-1999), que, anos antes, havia se celebrizado com o mágico Mandrake.

Características - Há quase 500 anos, um primeiro Fantasma foi morar na Caverna da Caveira, na Floresta Negra. A aventura do Fantasma que todos conhecemos começou quando, durante uma viagem de mar, seu pai foi assassinado por piratas chineses. Houve apenas um sobrevivente, o Fantasma, que foi levado pelas ondas até o Golfo de Bangala (país africano que só existe na geopolítica dos quadrinhos). Torna-se uma espécie de monarca dos pigmeus.

Superpoderes - Não tem.

Inimigos - General Bababu, Hidra, Gooroo, Quadrilha T.

Curiosidade - Pioneiro, o Fantasma é considerado o primeiro herói de quadrinhos a usar máscara e uniforme. Depois dele, o uniforme virou norma.

Capitão América

Nascimento - Criado para lutar pelos Estados Unidos na Segunda Guerra, o Capitão América surgiu em 1941, por obra de Joe Simon e Jack Kirby.

Características - Steve Rogers nasceu nos tempos da Grande Depressão. Em 1940, alistou-se no Exército americano, mas não preencheu os requisitos necessários para pegar em armas. É convidado para um experimento, a Operação Renascer, que pretendia criar um soldado com poderes fenomenais. Bombardeado por raios vita, Steve sofre uma mutação e se transforma num poderoso guardião da liberdade.

Superpoderes - Força descomunal (ajudada por um escudo indestrutível, formado por

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uma liga de vibranium e adamantium).

Inimigos - Caveira Vermelha e Barão Zemo.

Curiosidade - No número 1, o marmanjo aparecia dando uma sova em Adolf Hitler.

Homem-Aranha

Nascimento - Criado por Stan Lee, Steve Ditko e Jack Kirby, o Homem-Aranha veio ao mundo em 1962. O resultado foi tão bom que motivou a criação de uma revista própria para o novo herói.

Características - O adolescente Peter Parker vive com seus tios May e Ben Parker. Picado por uma aranha radiativa, o rapaz desenvolve atributos do inseto.

Superpoderes - Força capaz de suportar até 10 toneladas, capacidade para escalar prédios, Sentido da Aranha (para alertá-lo em face do perigo iminente).

Inimigos - Duende Verde, Escorpião, Dr. Octopus, Abutre, Lagarto e Electro.

Curiosidade - Ao contrário de outras histórias em quadrinhos, as aventuras do Homem-Aranha têm como palco uma cidade real, Nova York.

Incrível Hulk

Nascimento - Criado em 1962 por Stan Lee e Jack Kirby.

Características - Exposto à radiação gama durante experiências, o dr. Bruce

Banner transformou-se num assustador monstro verde.

Superpoderes - Bruto como um Sansão feroz, Hulk é capaz de levantar até 100 toneladas, além de saltar quilômetros como um canguru.

Inimigos - Bate em todo mundo.

Curiosidade - A primeira revista do Hulk não vingou e só foi publicada até o número 6. O filme The Hulk, dirigido por Ang Lee, promete ser o grande sucesso da temporada de 2003.

Wolverine

Nascimento - Criação de Len Wein e Herb Trimpe, Wolverine apareceu pela primeira

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vez em 1975, como rival do verdão Hulk.

Características - Logan (o nome do herói) tem um passado remoto como samurai no Japão medieval de ter participado da Segunda Guerra – só que grande parte dessas memórias podem ser falsas, resultado de implantes no projeto Arma X, onde foi construído seu esqueleto de adamantium.

Superpoderes – Sentidos aguçados e um grande fator de cura.

Inimigos - Dentes de Sabre, Tentáculo e Lady Letal.

Curiosidade - Wolverine é um herói de pavio curto, ranheta e violento.

Mulher Maravilha

Nascimento - A Mulher Maravilha foi criada em 1941, por William Moulton Marston.

Características - Diana, princesa amazona, é criada a partir do barro, pois sua mãe não dispunha de um homem para concebê-la. Nos Estados Unidos, torna-se a Mulher Maravilha.

Superpoderes - Capacidade de voar, o “laço da verdade” e o avião transparente.

Inimigos - Mulher-Leopardo e bandidos.

Curiosidade - Marston é o inventor do polígrafo, o popular detector de mentira.

Atividade 7: Agora nós iremos trabalhar juntos para realizar uma campanha e angarias gibis

para formar uma Gibiteca para a nossa sala de aula.

Atividade 8: Faça uma ficha para catalogar as informações sobre os gibis que você conseguir

ganhar de seus amigos:

� Nome do texto:

___________________________________________________________________

� Gênero Textual:

___________________________________________________________________

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� Autor:

___________________________________________________________________

� Fonte: ___________________________________________________________

� Objetivo do texto:

___________________________________________________________________

� Público alvo: ______________________________________________________

� Ano e mês de publicação: ____________________________________________

� Editora: __________________________________________________________

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OFICINA 2 – O DISCURSO DIALOGAL DA HQ

Objetivo:

• Conhecer e praticar o tipo de discurso predominante nas HQs

A HQ é constituída por um discurso interativo dialogal, pois as personagens

“conversam” nos quadrinhos ou balões. Essa “conversa’ é fictícia, pois as personagens são

criadas pelo autor para dar vida a uma situação imaginada por ele. Narrar é relatar fatos e

acontecimentos reais ou fictícios, vividos por indivíduos, envolvendo ação e movimento.

Na construção do texto utilizado nas histórias em quadrinhos, há um tipo de discurso

predominante, ou seja, é o que prevalece. De acordo com um estudioso de línguas da

Universidade de Genebra, Jean-Paul Bronckart (2000), o nome desse procedimento é o

discurso interativo, o qual se caracteriza pela presença de unidades lingüísticas que remetem à

própria interação verbal (seja esta interação real ou encenada) e também pela necessidade de

haver mais de um interlocutor.Essas unidades lingüísticas indicam a pessoa que fala (dêiticos

pessoais), o lugar onde se situam (dêiticos de lugar) e o tempo em que os fatos acontecem

(dêiticos temporais).

As sequências dialogais podem constituir-se de três fases maiores:

• "fase de abertura", em que os interlocutores iniciam o diálogo;

• "fase de transição", em que o conteúdo temático é desenvolvido;

• "fase de encerramento", em que os interlocutores encerram o diálogo.

Atividade 1: Pesquise em uma das H.Qs. lidas anteriormente, as três fases pertencentes à

sequência dialogal:

Atividade 2: Você vai pesquisar na internet, em livros ou revista o máximo de informações

sobre o mais importante autor de H.Qs. brasileiro: Maurício de Souza. Faça uma lista das

personagens criadas por esse autor e traga os resultados da sua pesquisa para a sala de aula.

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Atividade 3: Vamos aprender sobre a linguagem das H.Qs, analisando os tipos de balões que

podemos encontrar nas histórias.

� Diálogos e Pensamentos

Tanto os diálogos como os pensamentos são representados em balões idênticos, a

única diferença é a que do balão de diálogo sai uma seta que se dirige à personagem a que lhe

pertence enquanto que no pensamento, essa seta é formada por pequenos círculos. Ilustrações

1, 2, 3 e 4.

Vamos navegar juntos?

No site www.monica.com.br

você encontra várias

historinhas da Turma! Visite-o!

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� Balão de Sussurro

O sussurrar ou a fala em voz baixa é representada em balões idênticos aos anteriores,

porém seus limites não são desenhados com uma linha contínua, mas por uma linha tracejada.

Este balão serve para representar segredos, confidências, sussurros ou a voz fraca de alguém

prestes a morrer. Ilustração 7.

� Balão Elétrico

Este balão em forma de dentes de serra pode representar a voz saída de um alto falante

ou robô, assim como uma voz ao telefone ou um grito. Ilustração 6.

� Balão de Angústia

Este balão representa a voz trêmula de alguém em fim de vida ou que sente muito frio,

ou, ainda, a voz aterrorizada de um personagem. Ilustração 5.

� Duplo Balão

São dois balões unidos por uma junção e servem para indicar que entre um balão e

outro a personagem fez uma pausa no diálogo ou mudou de assunto. Ilustração 8.

Atividade 4: Leia as tiras abaixo e defina os tipos de balões utilizados, justificando a

importância desse recurso no desenvolvimento e entendimento do enredo.

1ª tira da atividade: http://www.turmadamonica.com.br/comics/tirinhas/tira25.htm

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___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

2ª tira da atividade:

http://www.turmadamonica.com.br/cookpage/cookpage.cgi?!pag=comics/tirinhas/tira281

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3ª tira da atividade:

http://www.turmadamonica.com.br/cookpage/cookpage.cgi?!pag=comics/tirinhas/tira245

___________________________________________________________________________

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4ª tira da atividade:

http://www.turmadamonica.com.br/cookpage/cookpage.cgi?!pag=comics/tirinhas/tira260

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

5ª tira da atividade:

http://www.turmadamonica.com.br/cookpage/cookpage.cgi?!pag=comics/tirinhas/tira293

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Atividade 5: Após a leitura das tiras, defina os nomes dos recursos utilizados e justifique a

sua importância para que haja entendimento do texto:

1ª tira da atividade: http://www.turmadamonica.com.br/comics/tirinhas/tira140.htm

___________________________________________________________________________

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___________________________________________________________________________

2ª tira da atividade:

http://www.turmadamonica.com.br/cookpage/cookpage.cgi?!pag=comics/tirinhas/tira272

Existem, ainda, outros recursos utilizados para que haja compreensão do sentido do texto:

• Onomatopeia: são palavras usadas para imitar sons e ruídos.

Observe a “tira-exemplo” em:

http://www.turmadamonica.com.br/comics/tirinhas/tira98.htm

• Metáfora: consiste no desenho de vários objetos ou pontos de

interrogação ou exclamação dentro de um balão usados para expressar sentimentos. As metáforas também podem ser chamadas de signos cinéticos por indicarem os movimentos do personagem.

Observe a “tira-exemplo” em:

http://www.turmadamonica.com.br/comics/tirinhas/tira206.htm

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3ª tira da atividade: http://www.turmadamonica.com.br/comics/tirinhas/tira9.htm

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4ª tira da atividade: http://www.turmadamonica.com.br/comics/tirinhas/tira19.htm

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5ª tira da atividade: http://www.turmadamonica.com.br/comics/tirinhas/tira21.htm

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� Inferência

É a construção de ideias a partir de nosso conhecimento de mundo.

Leia o texto “Chico Bento em: A Verdade Tem Pernas Compridas” de Maurício de

Sousa, localizado no Almanaque do Chico Bento número 39 publicada pela editora Globo,

nas páginas 46 a 50; para entender a mudança de atitude do personagem Chico Bento.

Através da H.Q. do personagem Chico Bento da Turma da Mônica é um exemplo da

necessidade de utilizar nosso conhecimento de mundo para que o texto faça sentido, isto é,

tenha significado. A chegada do vigário (“representante da moral e dos bons costumes”) faz

com que Chico apresse-se em dizer a verdade.

Atividade 6: Analise a tira e explique qual o significado dos gestos dos personagens

Cebolinha, Cascão e Xaveco:

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Tira da atividade:

http://www.turmadamonica.com.br/cookpage/cookpage.cgi?!pag=comics/tirinhas/tira259

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OFICINA 3 – LINGUAGEM VISUAL E VERBAL

Objetivo:

• Enfatizar a importância da linguagem visual das H.Qs.

Será possível conceber uma H.Q. baseada somente no texto verbal? Observe que o recurso da

linguagem visual não aparece neste texto, portanto, precisamos de nossa imaginação para

visualizar a situação narrada.

Atividade 1:

Analise o texto e responda.

– Xis veiz treis é iguar a nove! Qual é o valor di xis?

– Ei, Chico! Vamo pesca?

– Hum... Só se ocê disse quar qui é o valor di xis!

– Valor de xis? Ta bão! Peraí!

(...)

– Oi, seu Joaquim! Tem xis?

– Oia, Zé! Eu num vendo dessas coisas aqui na venda. Pru que ocê num vai numa bibrioteca?

Eles lá é qui intende di letra!

(...)

– A letra xis fica daquele lado!

– I quanto qui é o valor dela?

– Olha, nenhum dos nossos títulos está à venda. Por que você não vai a uma livraria?

(...)

– Xis!? Nunca ouvi falar disso! Por que não vai numa lanchonete? Lá tem muitos xis! X-

salada, x-burguer...

(...)

– Chico, ocê só mi fez anda feito loco. Num discubri o valor do danado do xir.

– Num carece mais! A mãe mi ajudo a resorvê o pobrema!

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– Quar qui é o valor do xis, afinar?

– É treis! Pruque xis veiz treis é iguar a nove!

– Bão... agora qui ocê resorveu seu pobrema, vamo pesca. O rio deve di ta cheio di pexe!

– Aliás, Zé, pexe é cum xis o cum ceagá?

– Como ocê é chato... o xato?

(SOUSA, 1999b)

1) O gênero H.Q. apresenta várias características, como, por exemplo, uma grande riqueza de

recursos visuais. O texto acima não possui este recurso, ou seja, sequência de imagens. Você

acha que este fato prejudicou o entendimento da história? Justifique sua resposta:

2) O que significa o seguinte símbolo: (...)?

3) No texto acima, você pode observar que há personagens que utilizam uma forma de fala

diferente de Chico Bento ou de Zé Lelé. Você pode deduzir quem são estes personagens?

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Leitura da H. Q. “A Paquera”

Atividade 2: Leia a H.Q. observando os diferentes aspectos da linguagem verbal e visual.

Observe o título, as falas dos personagens, o tamanho e o formato das letras utilizadas nos

balões. Preste muita atenção nas características físicas dos personagens.

Encontre a H.Q. no Almanaque da Mônica de janeiro de 1997 publicada pela editora

Globo.

Atividade 3:

Aponte algumas onomatopeias e metáforas presentes no texto e analise os significados que

esses recursos pretendem transmitir:

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Atividade 4: Em “A Paquera” foi estabelecido um diálogo entre Mônica e o garoto?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Atividade 5: A partir de que momento Mônica começou a criar hipóteses positivas a respeito

das intenções do menino?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Atividade 6: Se o menino tivesse chance de dizer algo sobre o ocorrido, o que você acha que

ele falaria para a Mônica?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

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Atividade 7: Dos balões que você conhece, qual foi o mais utilizado no texto “A Paquera”?

Justifique.

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Atividade 8: Nas histórias em quadrinhos, os sinais dão ao leitor ideias de movimento.

Também são usados para expressar sentimentos. Identifique na H.Q. “A Paquera” sinais

usados para indicar:

a) Movimento de cabeça: __________________________________________________

b) Sentimento de amor: ____________________________________________________

c) Raiva: _______________________________________________________________

d) Dúvida: ______________________________________________________________

e) Movimento de andar: ___________________________________________________

f) Dor:_________________________________________________________________

Atividade 9: Reescreva a história “A Paquera” sob o ponto de vista do menino.

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

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OFICINA 4 – ANÁLISE LINGUÍSTICO-DISCURSIVA

Objetivos:

• Conhecer e praticar mecanismos linguístico-discursivos;

• Analisar as estratégias de referenciação.

Atividade 1: Leitura e análise do texto “A Moral da História”:

Encontre a H.Q. em “Magali” número 386 publicado pela editora Globo.

Atividade 2: Quais são as histórias infantis que se apresentam “dialogando” nessa H.Q.?(esse

fenômeno se denomina “intertextualidade”)

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Atividade 3: O texto tem como contexto uma história bíblica. Você sabe qual é?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Atividade 4: Na história desta H.Q., a mãe de Magali tem um objetivo que não está explícito

no texto. Você pode perceber qual é este objetivo?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Atividade 5: Reescreva as expressões utilizadas para substituir os nomes dos personagens:

• Adão e Eva:_____________________________________________________

• Branca de Neve:__________________________________________________

• Cachinhos Aloirados:______________________________________________

• Joãozinho e Mariazinha:___________________________________________

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Atividade 6: Qual é o valor dos conectivos (conjunções) utilizados na H.Q.. Atenção! Os

quadrinhos estão enumerados abaixo para facilitar seu entendimento e realizar a atividade:

� “mas” – 4º quadro:________________________________________________

� “logo” – 5º quadro:________________________________________________

� “e” – 6º quadro:__________________________________________________

� “por isso” – 8ª quadro:_____________________________________________

� “só que” – 15º quadro:_____________________________________________

� “como” – 23º quadro:______________________________________________

� “mas” – 26º quadro:_______________________________________________

Atividade 7: Escreva todas as expressões utilizadas no texto da história para referir-se à

progressão temporal (indicando os quadros em que elas ocorrem):

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

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Atividade 8: Responda a que se referem as palavras destacadas:

a) “... e, por isso, os dois foram expulsos do paraíso!”

Na região destacada ”isso” refere-se a:_________________________________________

b) “Mas o que a senhora quis dizer com tudo isso?”

A expressão nominal “tudo” sumariza o quê?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

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OFICINA 5 – VOZES

Objetivo:

• Identificar as vozes que dialogam no texto.

Atenção! Todo enunciado é permeado de outras vozes. O termo “vozes” indica que “já-ditos”

anteriormente estão no texto. Por exemplo: vozes sociais (como a da publicidade), vozes de

cientistas que apresentam dados estatísticos, vozes de jornalistas que apresentam fatos

noticiados), mas também podem ser vozes de personagens. Essas vozes aparecem no discurso

do autor e servem para ajudá-lo a dizer o que pretende, confirmando ou contrariar os fatos ou

opiniões que ele defende. No caso do gênero estudado, a H.Q., a expressão “voz” não se

refere apenas à fala dos personagens, mas a toda informação externa ao texto.

Atividade 1: Vamos analisar as vozes presentes nas H.Qs. que constam neste trabalho:

� Em uma das tiras da Oficina 2, na qual Magali solicita ao pai que compre várias

guloseimas, verifica-se a questão das condições de trabalho, devido ao fato da própria

personagem chegar à conclusão que seu pai precisa de um aumento para adquirir os

produtos desejados. Voz do Capitalismo

� Na H.Q. da Oficina 2: “A Verdade Tem Pernas Compridas”, Chico Bento está

mentindo descaradamente para seus amigos. Assim que o vigário aproxima-se, Chico,

imediatamente, desmente a história. Voz da religião.

� Em uma das tiras da Oficina 2, Mônica pergunta aos personagens Cebolinha, Cascão e

Xaveco quem deu um nó na orelha de seu coelho. Pelo conhecido fato de não

quererem apanhar, isto é, sofrer as conseqüências de seu ato, os meninos assumem

uma posição de omissão total: não ouvem, não falam e não enxergam. Voz das

crianças que tem medo de castigo.

� Na história verbal de Chico Bento na Oficina 3, o personagem Zé Lelé procura uma

solução para uma equação de primeiro grau, encontrando respostas descabidas, tendo

em vista que as pessoas não entendem seu questionamento, devido a sua ignorância.

Voz das pessoas que tem preconceito.

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� Na H.Q. “A Paquera” na Oficina 3, a personagem Mônica somente percebe que o

menino não quer briga pelo seu olhar. A única referência que Mônica tem sobre

relações amorosas vem da novela das oito, fato que a leva a pensar que o menino

possa estar paquerando-a. Voz da mídia.

� Na H.Q. “A Moral da História” na Oficina 4, toda a construção narrrativa obedece a

um princípio de interpretabilidade do discurso, a qual requer do leitor um

conhecimento extra-textual que envolve saberes bíblicos, além de vários contos de

fadas: Branca de Neve, Cachinhos Aloirados e João e Maria. A história está sendo

narrada pela mãe de Magali com o objetivo de mostrar-lhe que todos os personagens

relatados sofreram sanções por deixaram-se levar pela gula. Voz do Estereótipo da

Magreza e Voz da Autoridade Materna.

Atividade 2: Releia a H.Q. “A moral da história” da Magali (Maurício de Sousa). Após,

pesquise e analise o contexto de produção dos contos infantis “Branca de Neve e os sete

anões”, “Cachinhos Aloirados” e “João e Maria” no que se refere ao fato de não analisar as

consequências dos atos que os personagens centrais cometem ao agir impulsivamente,

motivado pelo prazer proporcionado pelos alimentos.

Observe que os três contos infantis apresentam o mesmo elemento como provocador

de conflitos para a criação da narrativa.

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Atividade 3: Explique o título desta H.Q.: “A moral da história”:

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

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Atividade 4: Qual é o gênero textual que, geralmente, termina com uma moral?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Atividade 5: Dramatização das histórias em quadrinhos

Uma das formas de abordar a leitura em sala de aula e, assim, refletir sobre a

importância de se contar histórias para o desenvolvimento psicológico e sócio-comunicativo é

por meio da dramatização.

A dramatização cria oportunidades para que todos os tipos de situação sejam vistos de

forma prazerosa, então, que tal dramatizar a H.Q. “A Paquera” e o texto sobre o X do Chico

Bento?

Atividade 6: Pesquise o significado do termo dramatizar :

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OFICINA 6 – LABORATÓRIO DE CRIAÇÃO I

Objetivos:

• Criar uma H.Q. com linguagem verbal e visual;

• Utilizar os recursos de expressão relativos à estrutura da H.Q. na criação de texto;

• Explorar multimodalidades de desenhos, traços e cores.

Atividade 1: Você já conhece várias características sobre o gênero textual H.Q. Está na hora

de partir para a prática.

Inicialmente, cada um deve pensar no tema para a elaboração de uma H.Q.

Mãos à obra!

Atenção! É necessário ter repertório sobre

o tema que será explorado na criação da sua história em quadrinhos, portanto, você deve pesquisar em livros, revistas, gibis ou na internet.

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Atividade 2: É importante que você relembre algumas características das Histórias em

Quadrinhos:

� Na H.Q., o tempo e o lugar costumam ser indicados pela própria imagem;

� Algumas histórias apresentam quadrinhos com legenda. Trata-se de um pequeno

texto que descreve um fato ou informa alguma coisa, geralmente, relacionada

com o início da história;

� Existem diferentes tipos de balões que indicam a fala ou o pensamento dos

personagens;

� A letra usada no balão é de forma, maiúscula e parece desenhada à mão;

� Às vezes, há palavras em negrito que indicam que foram pronunciadas com tom

de voz mais alto ou para enfatizar algo;

� Há palavras que procuram imitar, na escrita, certos sons e ruídos. Essas palavras

são as onomatopeias. O sinal de pontuação que acompanha as onomatopeioas é

o ponto de exclamação;

� Já os desenhos (estrelas, espirais, fumacinhas etc.) são símbolos usados para

expressar sentimentos. São ícones chamados de metáforas.

� Geralmente, as personagens usam uma linguagem informal, próxima à

linguagem oral, isto é, a linguagem é parecida com o jeito como falamos no dia

a dia.

Atividade 3: Roteiro

Para facilitar seu trabalho, elabore um roteiro, depois veja quantos quadrinhos sua história vai

ter. Baseando-se nos quadrinhos, calcule quantas páginas terá seu gibi, não se esquecendo da

capa e da contracapa. Você também pode deixar a página central para passatempos, como, por

exemplo, palavras cruzadas, caça-palavras, jogo dos sete erros etc.

Observe um “passatempo” em:

http://senna.globo.com/senninha/passatempos/caca_palavras/pdf/caca_palavras35.pdf

Atividade 4: Diagramação

Diagramar é decidir a forma e o tamanho dos quadrinhos, lembrando que eles não precisam

ser uniformes: um pode ter o dobro de tamanho do que os outros ou ocupar uma tira e até

mesmo uma página inteira. Outro pode ser pequeno, somente com uma onomatopeia.

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Uma outra sugestão é fazer os quadrinhos separadamente e depois colá-los em uma

cartolina recortada do tamanho das páginas de um gibi original.

Atividade 5: Desenho

Desenhar não é uma atividade fácil para todos, entretanto, ninguém precisa ser um expert para

elaborar uma H.Q.

No site www.divertudo.com.br há muitas dicas para quem tem dificuldade em desenhar.

Por exemplo, uma esponja tornou-se um dos personagens mais famosos do mundo. Sem

dúvida, o criador do Bob Esponja foi muito criativo.

E sua imaginação também deve ser exercida.

Aquele tradicional desenho infantil que representa uma pessoa pode ser utilizado

como seu personagem.

Se for uma menina, um triângulo

é o corpo, uma bola é a cabeça.

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Atividade 6: Legenda

Uma dica importante: comece pela legenda ou pelo balão para que as letras não fiquem

encolhidas, prejudicando, dessa forma, o entendimento do texto. Lembre-se que deve

haver uma vírgula entre a pessoa ou pessoas com que o personagem fala. Este

procedimento é o vocativo. Por exemplo:

“Gente, vamos jogar bola!”

Vocativo vírgula para separar o vocativo do resto da frase.

Quando terminar sua história, escreva a palavra fim no último quadrinho, pois é

uma característica inerente ao gênero textual História em Quadrinhos.

Também é adequado pensar no título de sua história somente quando seu roteiro

já estiver pronto.

Atividade 7: Revisão:

Após a elaboração da H.Q., você deve revisá-la, portanto, analise, com muita atenção,

os seguintes aspectos:

⇒ O cenário está de acordo com o tempo e o espaço da ação?

⇒ Os balões estão dispostos de maneira que o leitor identifique quem é o

personagem que está falando?

⇒ Foram usados corretamente onomatopeias e outros recursos de expressão?

⇒ As palavras estão grafadas corretamente?

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⇒ O número de quadrinhos foi suficiente para o entendimento da história?

⇒ Há sequência e lógica no texto?

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OFICINA 7 – LABORATÓRIO DE CRIAÇÃO II

Objetivos:

• Adquirir habilidades para a prática da leitura visual;

• Desvendar os sentidos implícitos e os explícitos contidos nas representações

visuais.

Sabemos que todo texto constituído de imagens é compreendido quase que

imediatamente, porém, muitas vezes, a compreensão da imagem acontece de uma forma

diferente das intenções que o autor almejaria que fossem absorvidas pelo leitor. Uma

das razões pelas quais isto acontece é que os textos imagéticos ou verbais são dirigidos

à cultura de um determinado povo ou de um local.

Portanto, é importante que você capriche no visual de seu gibi, tendo em vista

que as imagens exercem forte influência no imaginário dos leitores.

Uma dica para você: peça ajuda ao (à) professor (a) de Artes no que se refere às

cores utilizadas em sua H.Q.

Atividade 1: Analise os elementos expressos da capa de um gibi: título, personagem

principal, as cores, o espaço (ambiente) e o traçado das letras.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Atividade 2: Analise novamente a história em quadrinhos “A Paquera” e observe a

conjugação imagem-texto. Você percebe que as cores são fundamentais para o

entendimento da história?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Atividade 3: Outra característica importante para que se estabeleça comunicação entre

autor e leitor das H.Qs. são as expressões faciais dos personagens. Veja a fisionomia da

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Mônica quando acha que está sendo paquerada, portanto é a expressividade das imagens

que dá sentido à história. Defina a expressão de Mônica no 17º quadrinho da H.Q.:

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

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FINAL DO PROJETO

Objetivos:

• Expor e divulgar os resultados das criações dos alunos;

• Demonstrar a aplicabilidade didático-pedagógica das Histórias em Quadrinhos.

Atividade 1: Que tal doar os gibis à biblioteca escolar? Porém, antes, com o auxílio do

(a) professor (a), vocês podem fazer uma exposição dos trabalhos confeccionados.

Atividade 2: Elaborar convites para os professores, alunos e funcionários da escola,

comunicando dia e horário da exposição. Esse convite pode ser oral, sendo que uma

pequena comitiva pode passar em todas as salas de aula representando toda a turma.

Atividade 3: Expor uma síntese sobre o contexto de criação das Histórias em

Quadrinhos no local da exposição.

Atividade 4: Selecionar alguns alunos para recepcionar os visitantes, outros para

mostrar a coletânea e outros para agradecer a visita.

Atividade 5: Você poderá elaborar uma lembrancinha para os visitantes (por exemplo:

um marcador de páginas em cartolina ou E.V.A.).

Atividade 6: Registre a exposição através de fotos. Elabore, com o auxílio do (a)

professor (a) uma reportagem para o jornal da cidade.

Para encerrar, PACIÊNCIA é a palavra chave, pois será preciso revisar várias vezes sua produção para checar possíveis falhas.

Boa Sorte!

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REFERÊNCIAS

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CARDOSO, A. E. As aventuras de Nhô-Quim e Zé Caipora: os primeiros quadrinhos brasileiros. 2. ed. Brasília: Senado Federal: Conselho Editorial, 2005.

DIVERTUDO. Disponível em: <http://www.divertudo.com.br>. Acesso em: 2 JUL. 2010.

DOLZ, J.; SCHNEUWLY, B. Gêneros e progressão em expressão oral e escrita: elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (francófona). In: SCHNEUWLY. B; DOLZ, J. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004.

FERREIRA, G. et al. Trabalhando com a linguagem. São Paulo: Quinteto Editorial, 2004.

KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e compreender os sentidos do texto. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2006.

McCLOUD, S. Desvendando os quadrinhos: história, criação, desenho, animação, roteiro. São Paulo: M. Book, 2005.

NASCIMENTO, E. L. (Org.). Gêneros textuais: da didática das línguas aos objetos de ensino. São Carlos: Claraluz, 2009.

______. A apropriação de gêneros textuais: um processo de letramento. Ponta Grossa: Ed. da UEPG, 2006.

______. Gêneros da atividade, gêneros textuais: repensando a interação em sala de aula. In: ______ (Org.). Gêneros textuais: da didática da língua aos objetos de ensino. São Carlos: Claraluz, 2009.

NASCIMENTO, E. L.; GONÇALVES, A. V.; SAITO, C. L. N. Gêneros textuais e ferramentas didáticas para a formação contínua de professores de língua portuguesa. Signum: Estudos de linguagem, Londrina, v. 11, n. 1, jul. 2008.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental. Curitiba: Secretaria de Estado da Educação: Superintendência da Educação, 2006.

PASSATEMPO: Caça-palavras. Disponível em: <http://senna.globo.com/senninha/passatempos/caca_palavras/pdf/caca_palavras35.pdf>. Acesso em: 2 jul. 2010.

SAITO, C. L. N. Nas teias do homem-aranha: um estudo do gênero discursivo

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“adaptação oficial de filme em quadrinhos”. 2007. Tese (Doutorado em Filologia e Língua Portuguesa) – Universidade Estadual Paulista, Assis.

SARACENI, M. The language of comics. London: Routledge, 2003.

SARMATZ, L. Homem-aranha, um herói (quase) como a gente. Super Interessante, São Paulo, edição 177, jun. 2002. Disponível em: <http://super.abril.com.br/cotidiano/homem-aranha-heroi-quase-como-gente-443089.shtml>. Acesso em: 2 jul. 2010.

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ZIRONDI, M. I. HQ: modelo didático do gênero segundo o interacionismo sociodiscursivo. 2007. Monografia (Especialização em Língua Portuguesa) - Universidade Estadual de Londrina, Londrina.