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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO
UNIDADE DIDÁTICA
Autor: Professor PDE – Solaine da Silva Santos NRE: Londrina Escola: Colégio Estadual Machado de Assis - Londrina Disciplina: Língua Portuguesa –1º ano do Ensino Médio Conteúdo estruturante: Discurso enquanto prática social Conteúdo específico: Leitura, interpretação e produção de crônicas Tema: O gênero discursivo crônica Título: A crônica: aperfeiçoamento da leitura, interpretação e escrita Professor Orientador: Luiz Carlos Santos Simon IES: UEL – Universidade Estadual de Londrina
O DIA A DIA...
O INUSITADO... O FATO MIÚDO...
A IRONIA...
A CRÍTICA SOCIAL...
O INESPERADO...
TUDO ISSO
“VIRA”CRÔNICA.
3
APRESENTAÇÃO
O Gênero Discursivo Crônica será o instrumento utilizado para promover
o interesse quanto à leitura, interpretação e escrita dos alunos do primeiro ano do
ensino médio.
Acredita-se na eficácia do gênero para desenvolver o gosto e o prazer pela
leitura. Trabalhar o texto escrito é bastante difícil. O aluno crê-se incapaz de
escrever e acaba por negar-se a ler; ou não acredita na leitura como algo capaz de
interferir na escrita.
O que acontece é que, para ser capaz de escrever, o aluno deverá aceitar a
leitura como um caminho para a escrita, quase que, obrigatório a ser trilhado. Não
há como aprender a ler se não for lendo. Assim como não se aprende a escrever, se
não for escrevendo. Não se pode obrigar uma pessoa a ler e esperar que ela goste.
O educador francês Daniel Pennac consegue fazer-nos entender muito
bem essa relação de ler por prazer, sem obrigação, no trecho citado abaixo:
“O verbo ler não suporta o imperativo, tal como os verbos sonhar e amar. Não é possível ser obedecido quando se ordena a alguém: Ame! Sonhe! ou Leia! Por isso, para que se consiga conquistar alguém para que nos ame ou para que leia, é preciso seduzir esse alguém. É preciso fasciná-lo para a leitura”.
É essa “sedução” o que se espera que a crônica promova no aluno.
A crônica traz consigo a leveza do dia a dia, a tranquilidade do fato banal,
corriqueiro, rápido... Ela é capaz de, sendo apenas “miolo”, ilustrar o momento
político, ironizar o empresário bem sucedido, criticar o funcionário público,
desmascarar a farsa econômica, relatar uma experiência doméstica ou familiar,
denunciar um crime...
É na leveza e brevidade da crônica que o aluno será levado a crer-se
capaz de escrever aquilo que, para ele, até então, não era interessante o suficiente
para ser considerado algo a preencher as páginas de um jornal, revista ou mesmo
de um livro.
4
1 Bate-papo
“Todo dia, você acorda de manhã e pega um jornal para saber as últimas novidades enquanto toma café. Em seguida, vai até a caixa de correio e descobre que recebeu folhetos de propaganda e (surpresa!) uma carta de um amigo que está morando em outro país” (Nova Escola- ano XXIV – nº. 224 – Agosto de 2009, pág. 49.)
A essa carta que recebemos de um amigo e mesmo aos folhetos de
propaganda chamamos de gênero. É impossível se comunicar verbalmente a não
ser por algum gênero, assim como é impossível se comunicar verbalmente a não ser
por um texto.
Em geral, os tipos textuais abrangem cerca de meia dúzia de categorias
conhecidas como: narração, argumentação, exposição, descrição e injunção.
Já os gêneros textuais são abrangentes e infinitos. Aparecem no dia a dia
das pessoas quando se comunicam. Podem ser: correspondência, charge, blog, e-mail, propaganda, telegrama, carta, fábula, conto, cartum, canções, poemas e
tantos outros que nos rodeiam.
Quando alguém utiliza a língua sempre o faz apoiado em um tipo de texto,
ainda que inconscientemente. Ao escolher um tipo de texto deu o primeiro passo
para que ocorra um processo de comunicação.
O ser humano utiliza-se dos gêneros o tempo todo: quando lê o jornal, ao
apanhar e ler sua correspondência, no trânsito, no trabalho, quando assiste a um
filme... Os gêneros o “perseguem” pelo dia afora.
Para começar, uma crônica sobre a crônica, de Machado de Assis (1994):
“Há um meio certo de começar a crônica por uma trivialidade. É dizer: Que calor! Que desenfreado calor! Diz-se isto, agitando as pontas do lenço, bufando como um touro, ou simplesmente sacudindo a sobrecasaca. Resvala-se do calor aos fenômenos atmosféricos, fazem-se algumas conjeturas acerca do sol e da lua, outras sobre a febre amarela, manda-se um suspiro a Petrópolis, e la glace est rompue está começada a crônica”.
5
2 Observe a charge abaixo
Esta charge traz um fato ocorrido no dia a dia do brasileiro.
a) Observe a personagem central. Como ela se comporta?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
b) Em sua opinião, a imagem criada pela autora corresponde ao momento atual?
Por quê?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
c) Um dos recursos utilizados para provocar humor é o exagero. Que exagero
você identifica na imagem?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
3 Sobre o próximo texto:
Você vai ler a seguir uma crônica.
a) Você já leu uma crônica? Quais as características desse gênero?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
6
b) Essa crônica fala de um comportamento próprio dos brasileiros. Você
consegue imaginar qual comportamento é?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
Prova Falsa (Stanislaw Ponte Preta)
“Quem teve a idéia foi o padrinho da caçula __ ele me conta. Trouxe o
cachorro de presente e logo a família inteira se apaixonou pelo bicho. Ele até que
não é contra isso de se ter um animalzinho em casa, desde que seja obediente e
com um mínimo de educação.
__ Mas o cachorro era um chato __ desabafou.
Desses cachorrinhos de caça, cheios de nhenhenhém, que comem
comidinha especial, precisam de muitos cuidados, enfim, um chato de galocha.
E, como se isto não bastasse, implicava com o dono da casa.
[...]” Observação: desta crônica e todas as constantes neste material foram colocados apenas fragmentos. Em sala de
aula, é preciso que ela seja apresentada na íntegra aos alunos. Vide referências.
01. Que qualidades o cachorro deveria possuir para ser agradável ao dono?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
02. Como a mulher recebia as reclamações do marido sobre o animal?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
03. O cachorro abalou a estrutura familiar? Como?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
04. Por que, para o marido, o cachorro era um cínico?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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05. “Venceu a guerra fria com o cachorro graças à má educação do
adversário”. De acordo com o texto, essa frase é verdadeira? Por quê?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
06. O comportamento próprio dos brasileiros que você imaginou corresponde ao que
leu no texto? Qual é?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
4 Leia, no boxe abaixo, uma apresentação sobre crônica. Assim, você conhecerá melhor suas características e auxiliará quando for redigir a sua.
- A palavra crônica deriva do Latim chronica que significava, no início da era
cristã, o relato de acontecimentos em ordem cronológica;
- no século XIX, com o desenvolvimento da imprensa, a crônica passou a fazer
parte dos jornais, tendo aparecido pela primeira vez em 1799, em Paris;
- a crônica é uma narrativa segundo a ordem temporal, cronologicamente, e traz
consigo personagens reais ou imaginários;
- a princípio ela foi escrita apenas para ser publicada nos jornais;
- com o passar dos tempos, ela passou a integrar também as páginas das
revistas e, há bastante tempo, ela foi para os livros;
- está relacionada aos acontecimentos diários;
- é a expressão do acontecimento diário sob a visão criativa do escritor, com uma
visão recriada da realidade;
- o cronista é, principalmente, um observador, capaz de, como espectador, narrar
literariamente a visão da sociedade em que vive, através dos fatos do dia a dia;
- na maioria dos casos, é um texto curto e narrado em primeira pessoa, ou seja, o
próprio escritor está “dialogando” com o leitor, fazendo com que a crônica
apresente uma visão totalmente pessoal de um determinado assunto: a visão do
cronista;
- geralmente apresenta linguagem simples, espontânea, situada entre a
linguagem oral e a literária.
8
5 Saiba a definição de alguns autores sobre crônica
- Antônio Cândido cita que a
crônica não foi feita para ficar
“aprisionada” em um livro, e sim
para “rechear” a página de algum
jornal que, no dia seguinte, teria o
mesmo destino de qualquer outra
matéria constante nele: papel de
embrulho ou forramento para o
chão. Ele ainda diz que encara de
forma positiva o novo espaço
ocupado pela crônica – quando
passa de jornal ao livro – pois sua
durabilidade pode ser maior.
- Davi Arrigucci Jr adverte sobre
divergências quanto à crônica: por
fazer parte do jornal ela, às vezes,
parece ser incerta, indeterminada.
Porém ela acaba duelando com
essa indeterminação e saindo-se
vitoriosa, graças ao seu valor
literário inerente.
- Afrânio Coutinho compara a
crônica aos animais que podem
viver tanto na água quanto na terra
ao citar, metaforicamente, que ela é
anfíbia, pois a mesma é capaz de
viver tanto na coluna de um jornal
quanto na página de um livro. Conta
ainda que “A crônica tem caráter de
relato histórico”. Foi o feitio que
assumiu a historiografia da Idade
Média e renascimento, em todas as
partes da Europa, a princípio em
Latim e depois em outros idiomas.
- Massaud Moisés defende que a
crônica perde se for lida em série,
isto é: o bom é ler uma a uma,
saboreando-se a imprevisibilidade,
o elemento surpresa, o imprevisto,
que só é possível nas páginas do
jornal, jamais nos livros. Fica bem
claro pela explicação quanto à
origem da palavra, relativo a tempo
sem necessariamente
aprofundamentos ou explicações.
Ela deve ter um estilo entre oral e
literário com temas do dia-a-dia,
deve ser subjetiva, breve e
ambígua. - Luiz Carlos Santos Simon afirma
que se as crônicas não fossem de
grande valor literário, e não
tivessem ocupado um espaço
importante junto a um público leitor
e consumidor, não estariam já há
quase cinquenta anos dentro das
páginas dos livros, e não apenas
nas páginas dos jornais e revistas.
Não ocorrem prejuízos e sim por
vezes até durabilidade e
permanência.
9
a) Qual dos autores acima você achou que melhor definiu o gênero crônica?
____________________________________________________________
____________________________________________________________
b) Crie uma definição sua baseada nas informações deles.
____________________________________________________________
____________________________________________________________
6 Agora, leia outra crônica. Esta aborda um fato corriqueiro, para alguns até banal, porém acaba por desencadear o início
de um relacionamento. a) Você arriscaria um palpite quanto ao fato que será abordado? ____________________________________________________________
____________________________________________________________
Lixo (Luís Fernando Veríssimo)
“Encontram-se na área de serviço. Cada um com o seu pacote de lixo. É
a primeira vez que se falam.
__ Bom dia...
__ Bom dia.
__ A senhora é do 610.
__ E o senhor do 612.
__ É.
__ Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente...
__ Pois é...
__ Desculpe a minha indiscrição, mas tenho visto o seu lixo...
__ O meu quê?
[...]”
01. No início da conversa, o tratamento entre os dois é cerimonioso ou
informal? Que pistas o texto nos dá para isso?
_______________________________________________________________
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_______________________________________________________________
02. Qual é a primeira coisa que a moça observa no lixo do vizinho?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
03. Que fato leva o homem a descobrir a profissão da mãe da vizinha?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
04. Damos nome de inferência quando uma pessoa decide algo sobre a vida
de alguém só por ver ou ouvir algo sobre ela. Localize trechos de inferência no
texto e explique o que sugerem.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
05. Você observou que as personagens não possuem nomes, mas números de
apartamento? Por que será?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
06. Dessa vez você acertou quanto ao fato que seria abordado? O que achou
de algo tão banal acabar por transformar-se em uma crônica?
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7 A crônica a seguir é baseada em algo mais inusitado ainda. a) Será que você, novamente, conseguirá adivinhar seu conteúdo ou pelo
menos chegará perto?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
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Recado ao Senhor 903 (Rubem Braga) “Vizinho __
Quem fala aqui é o homem do 1003. Recebi outro dia, consternado, a
visita do zelador, que me mostrou a carta em que o senhor reclamava contra o
barulho em meu apartamento. Recebi depois a sua própria visita pessoal __
devia ser meia-noite __ e a sua veemente reclamação verbal. Devo dizer que
estou desolado com tudo isso, e lhe dou inteira razão. O regulamento do prédio
é explícito e, se não o fosse, o senhor ainda teria ao seu lado a Lei e a Polícia.
Quem trabalha o dia inteiro tem direito ao repouso noturno e é impossível
repousar no 903 quando há vozes, passo e músicas no 1003.
[...]”
01. Dá para perceber no decorrer do texto a oposição entre submissão x autonomia. Explique:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
02. Pode-se dizer que o 1003 é irônico em dado momento. Localize e explique
essa ironia.
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03. Quando o vizinho, que recebeu a reclamação diz “Entra, vizinho, e come de meu pão e bebe de meu vinho.” ele está fazendo uma referência a qual
texto conhecido? Por quê?
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04. O narrador utiliza várias vezes numeral para se referir ao cotidiano do seu
vizinho e ao modo de vida que os cerca. Que efeito de sentido produz esse
recurso?
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05. Qual é o ponto de semelhança entre o narrador e o Oceano Atlântico?
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06. Qual o elemento em comum entre Lixo e Recado ao senhor 903?
Justifique.
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8 Você consegue imaginar algo mais banal ainda? Parece impossível que exista, mas existe. A crônica a seguir trará
outro fato assim, porém com um pouco de ironia. a) Vai arriscar outro palpite?
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O Pingo (Marcos Rey)
“Um escritor famoso, já falecido, entrevistado por mim, como jornalista,
disse-me em tom de confissão e mágoa:
__ Todos me imaginam sempre concentrado no preparo de livros e
conferências. Infelizmente, não é verdade. Gasto a maior parte do tempo com
problemas domésticos como, por exemplo, acidentes hidráulicos do meu
apartamento. Canos que furam, torneiras que gotejam, ralos que entopem,
válvulas que soltam, privadas que vazam. Não é com intelectuais que mais
converso ou discuto, é com encanadores.
[...]”
01. Logo no princípio temos a impressão que o narrador relatará um fato
acontecido com um famoso escritor já falecido. Esse fato se concretiza? Que
fato é narrado e com quem ele ocorre?
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02. Pensar que algo tão pequeno possa perturbar tanto uma pessoa. Parece
mentira, porém acontece. Algum fato pequeno já incomodou você? Como?
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03. O narrador do texto nos fala do vizinho, do apartamento de cima, que viajou
para o Japão, por isso não será possível resolver o problema por enquanto.
Será uma dose de ironia o que ele usa aqui? Japão? Outro lado do mundo? Foi
intencional?
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04. O que quis o narrador do texto dizer com “estranho prazer neurastênico”?
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05. Depois de certo tempo o personagem “acha” uma suposta solução. Ela
resolve o problema? E quando, finalmente, a solução chega, o que acontece?
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06. Agora acredito que você está se acostumando aos temas, então diga:
conseguiu dessa vez acertar o fato que seria narrado? O que achou dos temas
escolhidos em cada uma das crônicas que leu?
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9 A atividade a seguir será de interpretação escrita. Vocês se
dividirão em grupos e cada grupo interpretará uma das
crônicas abaixo. Depois, lerão a crônica para os colegas da turma e farão a exploração oral junto com todos. Mãos à obra!
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GRUPO 01: A velha contrabandista (Stanislaw Ponte Preta)
“Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela
passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da
lambreta. O pessoal da alfândega __ tudo malandro velho __ começou a
desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da
alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim
pra ela:
__ Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse
saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
[...]”
01. Trace um perfil das personagens: a velha e o fiscal.
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_______________________________________________________________
02. O tempo em que se passa a história é determinado pelo narrador?
Justifique sua resposta transcrevendo trechos do texto.
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03. O que intrigava o pessoal da alfândega?
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04. De que artifício se utilizava a velhinha para disfarçar a sua atividade?
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05. No começo do texto o narrador usa: “Diz que”..., e depois volta a usar
“Diz que...”. Qual o sentido dele usar essa forma?
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06. Em vez de dizer apenas “velha” o narrador usa a forma “velhinha” várias
vezes. Explique essa escolha.
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07. Qual o momento que mais indica humor ou algo inesperado?
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08. Por que o narrador diz “maldito” com relação ao saco?
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09. O texto explora bastante um estilo coloquial, informal, marcado pelo uso
deliberado de gírias (tudo malandro velho, muamba, manjo, pra burro, diz
que era, pra ela chateou). Entretanto, em certas passagens, o enunciador
emprega um vocábulo mais formal (fiscal da alfândega, odontólogo),
imprevisível e em contraste com as características gerais do texto. Por quê?
_______________________________________________________________
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10. Qual terá sido a intenção do narrador ao utilizar “espáia” em dado
momento do texto?
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11. Relacione o fato narrado nessa crônica a alguma das outras crônicas
analisadas anteriormente e explique.
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GRUPO 02: Um pé de milho (Rubem Braga)
“Os americanos, através do radar, entraram em contato com a Lua, o
que não deixa de ser emocionante. Mas o fato mais importante da semana
aconteceu com o meu pé de milho.
Aconteceu que, no meu quintal, em um monte de terra trazida pelo
jardineiro, nasceu alguma coisa que podia ser um pé de capim __ mas descobri
que era um pé de milho. Transplantei-o para o exíguo canteiro da casa.
Secaram as pequenas folhas; pensei que fosse morrer. Mas ele reagiu.
[...]”
01. Qual o motivo que levou o autor a escrever a crônica?
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02. A introdução do texto fala do que é mais importante no mundo do narrador?
O que é?
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03. Por que as pessoas tinham opiniões diversas sobre o que era a planta?
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04. Por que o cronista ficou tão contente com o nascimento de uma flor no pé
de milho?
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05. A flor do milho não é a mais linda do mundo, conforme o próprio narrador
diz. Em que se acha o valor da flor do pé de milho, na visão dele?
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06. O que existe em especial em o narrador comparar a emoção de os
americanos terem ido à Lua com a importância do pé de milho do texto?
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07. Por que será que o narrador fala que um pé de milho é diferente de um
milharal?
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08. “Um pé de milho... não é um número... é um ser vivo e independente”.
Explique.
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09. “Sou um ignorante, um pobre homem da cidade”. Por que o autor
expressou-se assim?
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10 “Detesto comparações surrealistas”. O que é surreal? Por que, apesar de
detestar essas comparações, o narrador as faz?
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11. Relacione o fato narrado nessa crônica a alguma das outras crônicas
analisadas anteriormente e explique.
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GRUPO 03: O Coração Roubado (Marcos Rey)
“Eu cursava o último ano do primário e como já estava com o diplominha
garantido, meu pai me deu um presente muito cobiçado: O coração, famoso
livro do escritor italiano Edmondo de Amicis, best-seller mundial do gênero
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infanto-juvenil. Na página de abertura lá esta a dedicatória do velho, com sua
inconfundível letra esparramada.
[...]”
01. Qual foi o delito supostamente praticado pelo Plínio?
_______________________________________________________________
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02. Esse equívoco provocou consequências? Quais?
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03. Pode-se dizer que, após uma primeira leitura do texto, descobrimos o erro
de julgamento cometido pelo narrador. Relendo, você deve localizar pistas que
foram sendo deixadas, ao longo do texto, para que o leitor imaginasse o
desfecho.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
04. Quem, indiretamente, tornou-se o verdadeiro ladrão do texto. Por quê?
_______________________________________________________________
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05. Você já ouviu falar em dano moral? Sabe o que é? Acha que serviria para
esse caso? Por quê?
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06. “O coração roubado”, sem ler o texto, você pensaria em qual
tema?Justifique.
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07. “Curioso, a decepção prolongou-se ao livro de Amicis,...” O narrador
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diz isso por quê?
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08. “Não, eu amargava minha primeira decepção.” Você observa aqui que
ele, de fato, gostava do amigo e por isso sofria. Comente.
_______________________________________________________________
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09. O que significa toldar a sua crença na humanidade?
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10. Em uma parte do texto o narrador cita “o menino é o pai do homem”. A
qual significado podemos chegar com esse comentário?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
11. Relacione o fato narrado nessa crônica a alguma das outras crônicas
analisadas anteriormente e explique.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
GRUPO 04: O Nariz (Luís Fernando Veríssimo)
“Era um dentista, respeitadíssimo. Com seus quarenta e poucos anos,
um filha quase na faculdade. Um homem sério, sóbrio, sem opiniões
surpreendentes, mas de uma sólida reputação como profissional e cidadão. Um
dia, apareceu em casa com um nariz postiço. Passado o susto, a mulher e a
filha sorriram com fingida tolerância. Era um daqueles narizes de borracha com
óculos de aros pretos, sobrancelhas e bigodes que fazem a pessoa ficar
parecida com o Groucho Marx.
[...] ”
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01. O enredo da crônica é baseado na vida de um respeitado dentista que, um
belo dia, passou a usar um nariz postiço. Como todos encararam o fato?
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02. Por mais que a esposa e a filha o pedissem continuava irredutível: queria
usar o nariz postiço, por quê?
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03. Aos poucos as pessoas foram se afastando dele, como ele reagia a isso?
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04. Qual o sentido de “sorriram com fingida tolerância”?
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05.“Pense nos vizinhos” “Pense nos clientes”. A que interpretação pode-se
chegar com essas duas expressões da mulher?
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06. Apesar de ser casado há muito tempo, quem o incentivou a procurar um
psiquiatra foram os amigos. A que conclusão é possível chegar?
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07. Pode-se observar pela crônica uma crítica social bastante acentuada.
Justifique.
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08. Julgar pela aparência é o que a maioria das pessoas faz. O preconceito,
apesar de muitos pensarem ao contrário, não é apenas com relação a credo ou
cor. Aqui fica claro o preconceito quanto ao posicionamento da personagem.
Comente isso.
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09. Agora não é mais uma questão de nariz. Agora é uma questão de
princípios. Que princípios e por quê?
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10. Qual a temática da crônica lida?
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11. Relacione o fato narrado nessa crônica a alguma das outras crônicas
analisadas anteriormente e explique.
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10 Até aqui você leu e interpretou crônicas que relatavam fatos corriqueiros, banais, surpreendentes, engraçados... Agora
iremos procurar por esses fatos. Que tal sairmos todos juntos para um passeio? Nada melhor que “buscar”, pelas ruas, temas
que, depois, utilizaremos na produção de uma crônica.
11 Agora você é o escritor! Lembre-se do que viu, ouviu ou falou durante o passeio. Pense nas situações rotineiras que o
cercam, nos fatos que vivencia no seu dia a dia e produza uma
crônica. Não se esqueça de por título e o nome do autor.
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Título:_____________________
Autor:_______________________
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12 Tarefas cumpridas, metas atingidas. É hora de socializar
nossas preciosas produções. Como? Unam-se novamente aos
seus grupos e montem um painel que contenha pequenos trechos ilustrativos sobre a vida e a obra dos autores vistos
por vocês. Lembrem-se de colocar, também, um pequeno trecho das crônicas produzidas por vocês. A escola adorará
ver o trabalho por vocês realizado.
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