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O descompasso entre o que os docentes acreditam realizar e aquilo que realmente realizam demonstra o descompasso entre a própria compreensão que têm de suas teorias de base; quer dizer, uma compreensão também equivocada.
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DA ESPISTEMOLOGIA DO PROFESSOR
ÀPRAGMÁTICA DO
EDUCADOR
• “A exigência que Auschwitz não se repita é a primeira de todas para a educação. (...) Qualquer debate acerca de metas educacionais carece de significado e importância frente a essa meta: que Auschwitz não se repita. Ela foi a barbárie contra a qual se dirige toda a educação.”
(Adorno, Educação e Emancipação, 2000, p. 119)
• A Educação é um processo humano.
• A Educação é um processo profundamente pessoal, mas também social.
• A Educação é um processo profundamente ético e moral.
Pitágoras
• “Educai os jovens e não será preciso punir os adultos!”
Adorno
• “Se existe algo que pode ajudar contra a frieza como condição da desgraça, então trata-se do conhecimento dos próprios pressupostos desta, bem como da tentativa de trabalhar previamente no plano individual contra esses pressupostos. Agrada pensar que a chance é tanto maior quanto menos se erra na infância, quanto melhor são tratadas as crianças. Mas mesmo aqui pode haver ilusões. Crianças que não suspeitam de nada da crueldade e da dureza da vida acabam por ser particularmente expostas à barbárie depois que deixam de ser protegidas.”
• “(...) O amor não pode ser exigido em relações profissionalmente intermediadas, como entre professor e aluno, médico e paciente, advogado e cliente. Ele é algo direto e contraditório com relações que em sua essência são intermediadas. O incentivo ao amor – provavelmente na forma mais imperativa, de um dever – constitui ele próprio parte de uma ideologia que perpetua a frieza.”
Professora / Professor
• A professora e o professor são os responsáveis diretos pelo processo educacional.
• A pedagoga e o pedagogo são os especialistas em Educação.
• Ambos são profissionais “institucionalizados”.
EDUCADOR / EDUCADORA
• O educar é algo extensível – embora nem sempre assim entendido – a todas as pessoas que, vinculadas à instituição promotora dos processos educativos – interagem, direta ou indiretamente, com os sujeitos e beneficiários do educar ofertado institucionalmente.
• EDUCAÇÃO é coisa do coração.
EDUCAÇÃO – tarefa humana
• Na Educação podem-se destacar dois objetivos significativos:– INFORMAÇÃO: transmissão de
conhecimentos, instrumentalização para produção de conhecimentos.
– FORMAÇÃO: construção da pessoa, preparação do cidadão consciente, autônomo, responsável, democrático.
EDUCAÇÃO – tarefa humana
• O ser humano é um animal comunicacional
• A comunicação humana pode ser utilizada para humanizar ou “coisificar”
• “Quem educa o educador?” (Marx)
Epistemologia do Professor
• Pesquisa de Becker (2002):
• 39 docentes de todos os níveis de ensino, de ambos os sexos, com idade entre 19 e 53 anos e tempo de magistério variando entre três meses e 34 anos, ministrando diversas disciplinas em escolas da rede pública ou particular.
• O professor é majoritariamente empirista e apriorista (quando não inatista).
• Crê-se construtivista.
• Cisão entre o que julga ou reflete e o que faz; entre a reflexão e a prática.
“Pragmática” do Educador
A educação é um processo fundamentalmente humano, e mais:
• Por ser social...• Por interferir na “formação” da pessoa...• Porque pode decidir o “vir-a-ser” do Outro...
... É intrínseca e fundamentalmente ÉTICA!
(Implica em consciência moral)
“Pragmática” do Educador
• O desenvolvimento moral e da consciência moral destaca:– Descentração de si– Autonomia– Emancipação– Responsabilidade– Eqüidade– PÓS-CONVENCIONALIDADE– AGIR COMUNICATIVO
RAZÃO INSTRUMENTAL• COMO / MEIO“Não se sabe com certeza como se verifica a
fetichização da técnica na psicologia individual dos indivíduos, onde está o ponto de transição entre uma relação racional com ela e aquela supervalorização, que leva, em última análise, quem projeta um sistema ferroviário para conduzir as vítimas a Auschwitz com maior rapidez e fluência, a esquecer o que acontece com estas vítimas em Auschwitz.”
(Adorno, 2000,p,133)
RAZÃO COMUNICATIVA
• FIM / CONSENSO– Procedural– Dialógica– Respeito ao “Outro” – respeito mútuo– Performática– Democrática– Pretensões de “validez”
“Pragmática”
• Educador deve ter – ele mesmo – um PROJETO de Vida e de Mundo.
• Esclarecer para si próprio seu projeto e “comunicá-lo” – co-operativamente.
• Buscar a solidariedade entre a Teoria e a Prática.
“REALIDADE” escolar
• Desânimo dos educandos
• Descrença na Educação
• Deslealdade dos colegas
• Desestruturação do ambiente físico
• Descaso das autoridades competentes
• Descompromisso da sociedade
• Violência
• ...
Síndrome do Burnout• “Já se viu que o professor faz muito mais do que
as condições de trabalho permitem; já se viu que comparece no tecido social compondo o futuro de milhares e milhares de jovens que antes dele sequer poderiam sonhar. Mas existe um outro professor habitando nossas lembranças: um homem, uma mulher cansados, abatidos, sem mais vontade de ensinar, um professor que desistiu. O que nos interessa aqui são estes professores que desistiram, entraram em burnout.”
(Codo & Vasques-Menezes, 1999, p. 237)
Características
–Exaustão emocional
–Despersonalização
–Falta de envolvimento pessoal no trabalho
• A atitude performática, o agir comunicativo podem conduzir à construção de um ambiente mais solidário, mais transparente, ou, no fim, menos falso.
• As pessoas não se conduzirão pelo agir comunicativo por quererem, mas por ser necessário.
E a instituição/organização ESCOLA?
1. Será que, tanto na teoria como na prática, está clara a missão da escola?
2. Que resultados temos obtido nos últimos processos de avaliação? SAEB – PROVÃO – PISA – VESTIBULARES – EXAMES DE ORDEM …
3. Em que aspectos a Escola evoluiu? (Físico? Tecnológico? Didático-pedagógico? Epistemológico?)
EDUCAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DE
COMPETÊNCIAS• BASE: fazer cada vez melhor o que se tem a
fazer!.• QUESTÃO-CHAVE: que profissionais-
cidadãos a escola ajuda a preparar?• ALERTA : não há paradigma melhor e nem pior;
há o mais adequado para responder ao contexto.• PARALELO : paradigma dominante versus
paradigma da educação para o desenvolvimento de competências.
COMPETÊNCIA:
Capacidade de mobilizar recursos visando abordar e resolver uma
situação complexa.
Desempenho e competência.O desempenho é um indicador da competência.
Nem sempre desempenho fraco significa falta de competência.
Analise as afirmações abaixo e assinale com V as que podem ser consideradas verdadeiras, e com F as falsas, tendo em vista o conceito de competência que apresentamos: (Coloque PS quando pode ser verdadeira ou falsa)
1.( ) M. Schumacher é competente para dirigir carros de Fórmula I.
2.( ) Rubinho Barrichello é competente para dirigir carros de Fórmula I.
3.( ) O Schumacher tem demonstrado, por seu desempenho, ser mais competente que o Rubinho para dirigir carros de Fórmula I.
4. ( ) O Lula (L.I.L. da S.) é competente como Presidente do Brasil.
5.( ) O Guga (Gustavo Kuerten) é mais competente que o Vasco Moretto para dar aulas de Física.
6.( ) Não podemos afirmar que um médico é mais competente do que um advogado, pois eles enfrentam situações complexas diferentes.
Um modelo escolar baseado na competência – Vasco Moretto
Competência CompromissoC C
H
LVC
AE
dar aula
planejar a aula
avaliar a aprendizagem
• CC = conteúdos• H = habilidades: habilidade é saber fazer• L = linguagem: nenhuma palavra tem sentido em
si mesma, quem lhe dá o sentido é o contexto em que é utilizada.
• VC = valores culturais: os VC estabelecem âncoras para a linguagem e a construção de representações.
• AE = administração do emocional
Valores culturais especiais:ética e moral!!
Ética e moral: como diferenciar?– MORAL: normas obrigação punição justiça
– ETICA: princípios aconselhável felicidade generosidade
Pela Ética do utilitarismo:
“devemos examinar as conseqüências de nossas ações”
“As ações são éticas se as conseqüências forem boas para a maior parte dos sujeitos, isto é, se aumentar a felicidade e diminuir o sofrimento da maior parte das pessoas do grupo social”
A ética e a moral do profissional da educação
– Preparar bem as aulas.– Elaborar com cuidado os instrumentos de
avaliação.– Buscar a formação continuada– Participar com responsabilidade dos conselhos
de classe.– Não aprovar quem não tem as condições
mínimas para isso.
• CONCLUSÃO: A competência é a condição ética nas relações entre professor e aluno.
Modelo de mudança dos professores
Processos
Sistema educativo Escola
Comunidade educativa Alunos
Mudança dos professoresÉtica prática
Fatores de mudança
Interações
Tensionais
Tipos de mudança
Ação
Retrocesso
Níveis de m
udança
Padrões de ação
Teorias da prática
Níveis de m
udança
Single loop change
Double loop change
Áreas demudança
Conteúdos demudança
Teoria
Reflexã
o Colaboração
Investigação
Bibliografia
• ADORNO, T. Educação e emancipação.• CODO & VASQUES-MENEZES. Síndrome do
Burnout.• MORETTO, V. “Evolução da instituição escolar
por meio do desenvolvimento de competências.” – slides
• SIMÃO; CAETANO & FLORES. “Contextos e processos de mudança dos professores: uma proposta de modelo.”