28
Da intuição de um corpo que se move através das sombras...

Da intuição de um corpo que se move através das sombras

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Perfiferias, no Limiar do visível. As imagens deste projecto pretendem esconder o detalhe identificativo do particular no objecto fotografado, deixando apenas a distinção das formas para que estes fiquem no limiar do visível. A periferia colocada aqui na estética da imagem é a fronteira entre o visível e o invisível reduzindo o indivíduo particular ao anonimato.Carlos Muralhas

Citation preview

Page 1: Da intuição de um corpo que se move através das sombras

Da intuição de um corpo que se move através das sombras...

Page 2: Da intuição de um corpo que se move através das sombras

As imagens deste projecto pretendem esconder o detalhe identificativo do particular no objecto fotografado, deixando apenas a distinção das formas para que estes fiquem no limiar do visível.

A periferia colocada aqui na estética da imagem é a fronteira entre o visível e o invisível reduzindo o indivíduo particular ao anonimato.

Carlos Muralhas

PERIFERIAS, no limiar do Visível

Page 3: Da intuição de um corpo que se move através das sombras
Page 4: Da intuição de um corpo que se move através das sombras
Page 5: Da intuição de um corpo que se move através das sombras

PERIFERIAS

1

Page 6: Da intuição de um corpo que se move através das sombras

TemaOs temas centraram-se em elementos típicos da cidade de Lisboa e na sua relação com o ser humano que a habita. Não se pretendia apresentar um catálogo, ou sequer escolher os considerados mais importantes, mas antes dar um enfoque em alguns elementos simples que pudessem ser apresentados em poucas imagens.O número de temas que escolhi está intrinsecamente ligado com a forma concebida para a apresentação. Estes foram as linhas de eléctrico, a famosa calçada lisboeta e as passagens de peões. As linhas do eléctrico e a calçada lisboeta foram escolhidos pois considero-os importantes para a identidade da nossa cidade, quanto ao elemento passagem de peões escolhi-o pela referência à relação do humano com a cidade e a sua azáfama.Para integrar a ligação destes elementos com o factor humano escolhi fotos de

pessoa individual, pares de pessoas e de grupos de 3 ou mais pessoas. Sendo assim entre os 3 temas e os 3 agrupamentos diferentes de pessoas o trabalho apresenta 6 temas distintos.

EstéticaPara a captura da imagem, procurei obter fotogramas nos limites da visibilidade dos locais e objectos fotografados. Este limite entre o visível e o invisível que pretende transformar o identificável no anónimo, tem sido objecto de uma ampla reflexão por parte de filósofos como Husserl ou Maurice Merleau-Ponty, oude poetas como W. B. Yeats. As reflexões em torno dos limites do conhecimento, bem como as características que se estabelecem na relação entre sujeito e objecto, fazem parte das mais profundas inquietações que habitam o espírito humano.A figura do ser humano que aparece nestas imagens é ao mesmo tempo

identificável como um habitante da cidade e não identificável como um ser individual específico, diferente de todos os outros. Com esta perda de individualidade, que é ao mesmo tempo um ganho da característica de anonimato, pretendi realçar exactamente a periferia dos limites da visibilidade, a ténue linha entre luz e sombra, entre visível e invisível.Nas entrelinhas das imagens são colocadas algumas frases, pequenas reflexões sobre os limites do visível e do invisível, em várias línguas como forma de espelhar o cosmopolitismo lisboeta.

FormaPara a apresentação das imagens escolhi a forma de uma Sextina, um poema com 6 sextetos e um terceto.A sextina possui regras muito específicas a serem utilizadas ao longo das várias estrofes, conseguindo uma métrica entre as 6 palavras finais nos versos de cada

estrofe que é muito precisa e ritmada.Escolhi esta forma para testar a passagem desse ritmo para as imagens associadas aos temas seleccionados. A forma adoptada para fazer a tradução entre as 6 palavras utilizadas da sextina e as imagens deste trabalho foi substituir cada verso por uma imagem, sendo as 6 palavras da sextina os seis temas das imagens.A escolha de uma forma de poema para apresentação das imagens determina o modo como estas devem ser apresentadas, pois faz sentido que sejam vistas no seu todo. Assim, todo o poema deve ser visível como um conjunto indivisível.O formato escolhido é uma linha com uma sequência de 6 imagens para cada sexteto, e uma linha final com a sequência de 3 imagens para o terceto. Pretendo, deste modo, conseguir que a métrica e o ritmo impostos pela sextina fiquem visíveis no conjunto das imagens

No limiar do visível...

2

Page 7: Da intuição de um corpo que se move através das sombras

3

Page 8: Da intuição de um corpo que se move através das sombras

4

Page 9: Da intuição de um corpo que se move através das sombras

5

Page 10: Da intuição de um corpo que se move através das sombras

6

Page 11: Da intuição de um corpo que se move através das sombras

7

Page 12: Da intuição de um corpo que se move através das sombras

8

Page 13: Da intuição de um corpo que se move através das sombras

9

Page 14: Da intuição de um corpo que se move através das sombras

10

Page 15: Da intuição de um corpo que se move através das sombras
Page 16: Da intuição de um corpo que se move através das sombras
Page 17: Da intuição de um corpo que se move através das sombras

13

Page 18: Da intuição de um corpo que se move através das sombras

14

Page 19: Da intuição de um corpo que se move através das sombras

15

Page 20: Da intuição de um corpo que se move através das sombras

16

Page 21: Da intuição de um corpo que se move através das sombras

17

Page 22: Da intuição de um corpo que se move através das sombras

18

Page 23: Da intuição de um corpo que se move através das sombras

19

Page 24: Da intuição de um corpo que se move através das sombras

20

Page 25: Da intuição de um corpo que se move através das sombras
Page 26: Da intuição de um corpo que se move através das sombras
Page 27: Da intuição de um corpo que se move através das sombras

© 2010 Carlos Muralhas

A sextina possui regras muito específicas a serem utilizadas ao longo das várias estrofes, conseguindo uma métrica entre as 6 palavras finais nos versos de cada estrofe que é muito precisa e ritmada.As regras da métrica da sextina indicam que: 1) Nos sextetos cada verso termina com uma palavra, pela ordem 1,2,3,4,5,6. 2) Essas palavras têm sempre de ser utilizadas nos versos do sexteto seguinte naordem 6,1,5,2,4,3. 3) Para o terceto final cada verso utiliza duas das 6 palavras, uma a meio do versoe outra no final, sempre pela ordem em que estas apareceram na primeira estrofe.

SEXTINA

Page 28: Da intuição de um corpo que se move através das sombras

PeriferiasNo limiar do visível Da intuição de um corpo que se move através das sombras...

Este projecto foi construído para participar no concurso expositivo no MEF (http://www.mef.pt) com o Tema Periferias (http://periferias.mef.pt).

Foi aceite para a exposição que decorreu entre 18 de Junho e 4 de Julho de 2010 no Campo Grande 187.

Impressão em painel de 127x139cm em papel Mate.

Carlos Muralhas