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DANÇA PARA CRIANÇAS COM SINDROME DE DOWN: DESENVOLVIMENTO
CORPORAL E PSICOSSOCIAL.
DANCE FOR CHILDREN WITH DOWN SYNDROME: BODY AND
PSYCHOSOCIAL DEVELOPMENT.
Robson Rodrigo de Mello –[email protected] Graduando em Bacharel em Educação Física
Felipe Raphael Paiva da Silva - [email protected] Graduando em Pedagogia
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – Unisalesiano Prof. Me. Wonder Passoni Higino –[email protected]
Prof.Dra.Fabiana Sayuri Sameshima – [email protected]; Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – Unisalesiano
RESUMO
Este artigo aborda o quanto as atividades artísticas, em especifico a dança,
são imprescindíveis no desenvolvimento corporal e interpessoal da educação especial com crianças Síndrome de Down (SD), como estratégia interdisciplinar no desenvolvimento motor e psicossocial. A dança sendo um auxílio no aprendizado das crianças com SD; fazendo alusão específica ao aluno e abarcando o progresso conquistado com necessidades educativas especiais, quando alcançando por estratégias interdisciplinares que levam a criança com SD a um resultado de superação, cognitiva, motora e social. Os procedimentos foram divididos em três momentos, sendo eles: 1ª- Conhecimento corporal e musical; 2ª- Criação e Composição de Coreografia; 3ª- Apresentações de resultados alçados através de festivais de dança. A coleta foi realizada na clínica de Educação Física do Centro Universitário Católico Salesiano Auxillium na cidade de Lins, e abrangeu um período de 12 meses. A avaliação foi feita através do método Fonseca, que utilizada a Bateria Psicomotora (BPM) como principal ferramenta para analisar o processo motor da criança SD.
Palavras-chave: Dança. Síndrome. Down
ABSTRACT
This article discusses how the artistic activities in specific dance are essential in the development and interpersonal body of special education children with Down syndrome (DS), as a strategy interdisciplinary psychosocial and motor development. The dance being an aid in the learning of children with DS, making specific reference to the pupil and covering the progress achieved with special educational needs, when reaching for interdisciplinary strategies that take the child with DS to a result of overcoming, cognitive, motor and social. The procedures were divided into three
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stages, namely: 1st - Knowledge and musical body; 2nd - Establishment and Composition of Choreography; 3rd - Presentations results elevations through dance festivals. Data collection was performed at the Clinic of Physical Education Center Auxillium Salesian Catholic University in the city of Lins, and covered a period of 12 months. The evaluation was performed using the method Fonseca, who used the Psychomotor Battery (BPM) as the main tool for analyzing the process the child's motor SD. Keywords: Dance. Syndrome. Down
INTRODUÇÃO
A dança é uma ótima aliada do corpo, trazendo bem-estar, autoestima e
saúde. Ela desenvolve os aspectos físico, cognitivo, social e afetivo. Dentro do
aspecto físico seus benefícios vão muito além do gasto calórico; pois a dança,
previne e reduz os fatores de risco de doenças cardiovasculares, distúrbios do
aparelho locomotor, melhora a capacidade cardiorrespiratória e vascular, diminui a
pressão arterial, fortalece os músculos, protege as articulações e atenua as dores(
santos, 2005).
Para as crianças que praticam a dança, o psicossocial possibilita um aumento
do convívio social e pode ajudar a desinibir quem tem dificuldades de
relacionamento interpessoal. Reduz a depressão e ansiedade. Através da dança são
desenvolvidos os aspectos educativos globais da criança, como disciplina, estímulo
ao conhecimento e integração, respeito e trabalho em equipe (LABAN, 1990).
Síndrome de Down é uma alteração genética produzida pela presença de um
cromossomo a mais, “todos” nascemos com 46 cromossomos por células,
agrupados em 23 pares, já as crianças com SD nascem com 47 cromossomos, um a
mais, que está localizado no par de número 21; por essa alteração a SD também é
conhecida como trissomia 21.
Em 1959, o médico Lejeune e colegas, além de vários outros grupos,
confirmaram que a maioria dos pacientes com a Síndrome de Down possui 47
cromossomos e que o membro extra é um cromossomo acrocêntrico pequeno,
desde então designado cromossomo 21 (THOMPSON, 1993). Como mostram as
figuras 1, 2 e 3.
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Figura 1: cromossomo 21
A trissomia 21 simples é mais comum entre as crianças com SD, porém há variações desta disfunção cromossômica; existem outros diagnósticos da síndrome como:
Mosaico
Figura 2: Mosaico de cromossomo
uma não-disjunção numa divisão celular durante as primeiras divisões
do zigoto, ficando assim essa célula com uma trissomia 21, dando origem a mais
células iguais a si nas divisões seguintes e as restantes células permanecendo
normais;
um zigoto ou embrião com Síndrome de Down sofrer uma igual mutação,
revertendo assim as células para um estado de euploidia, isto é, correto número
de cromossomos, que não possuem trissomia 21.
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Translocação
Este tipo de síndrome de Down ocorre quando o cromossomo extra, tende a mudar de local.
Figura 3: Translocação de cromossomo.
A dança para uma criança Síndrome de Down é uma ferramenta e um canal
de inserção social, promovendo saúde na criança, melhorando a qualidade de vida
da mesma. Cada criança SD responde de maneira única aos estímulos que a dança
lhe proporciona; aumentando suas potencialidades. “Vi a alegria em seus olhos e me
emocionei com isso. Acreditei, a partir de então, ser possível mostrar às pessoas
que crianças com SD podem dançar e se auto ajudarem no desenvolver de suas
potencialidades” (Cintra, 1999). Toda e qualquer criança é capaz de realizar gestos,
movimentos e sentimentos, essas vertentes somadas levará a criança SD atuar
numa esfera cognitiva de motivações internas e superações; pois o corpo do
bailarino é simplesmente a manifestação luminosa da alma (DUNCAN, 1995).
A dança é um canal de transformação e pode tornar uma criança Down,
independente de outros, colocando-a na sociedade e conhecendo o mundo que lhe
cerca, quebrando barreiras, rompendo preconceitos, pois a dança não faz acepção e
sim uma unidade de conquistas ampliando os horizontes de muitos que tem a visão
“curta”.
1 OBJETIVOS
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Os objetivos desta pesquisa é verificar a influência da dança sobre o
desenvolvimento corporal e psicossocial de crianças com SD. Incluindo a criança de
maneira consolidada dentro da sociedade.
2 MATERIAL E MÉTODO
2.1Participantes
Participaram desta pesquisa 1 aluno do gênero feminino com idade 14 anos,
incluído na rede regular de ensino e que frequenta a sala de recurso e inclusão
escolar.
Participaram também dez estagiários de educação física, que realizam
Projeto de Extensão em parceria com a Secretaria Municipal de Educação. O projeto
tem como objetivo auxiliar nos atendimentos de alunos com deficiência nas áreas de
pedagogia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia, fisioterapia e educação
física.
2.2 Local e Período
A pesquisa foi realizada na clínica de Educação Física do Centro Universitário
Católico Salesiano Auxillium na cidade de Lins, mais especificadamente na sala de
rítmica. Seu desenvolvimento ocorreu no período de Outubro de 2011 á Outubro de
2012; com sessões de 60 minutos, duas vezes na semana.
2.3 Materiais e equipamentos Para o desenvolvimento da presente pesquisa, fez-se uso de filmadora e
máquina fotográfica para registros áudios-visuais, computador e diários, para
registros descritivos, figurinos apropriados para as apresentações em festivais de
dança, sala de dança com seus respectivos materiais e recursos (aparelhagem de
som, espelhos, barras, CD’s com músicas clássicas e circulares e bambolês).
2.4 Procedimentos para a coleta de dados
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Os procedimentos da pesquisa foram divididos 3 etapas, descritas a seguir:
1ª Etapa: Conhecimento corporal e musical.
Nesta etapa objetivou-se falar sobre o conhecimento corporal e musical
estudados com a aluna SD, demonstra que cada parte de seu corpo, fazendo uma
associação entre a Bateria Psicomotora (BPM); as tarefas que compõem a BPM dão
oportunidade suficiente para avaliar o grau de maturidade psicomotora da criança e
detectar sinais desviantes. Pode-se observar o tônus muscular, a postura em
relação à gravidade, o domínio do equilíbrio estático e dinâmico, a dominância
lateral, a dissociação, a planificação e seqüência dos movimentos, apreensão, o
ritmo, etc. Paralelamente dar oportunidades para observação da falta de atenção,
concentração, comportamento emocional (FONSECA, 1995), e os estudos da Dança
Moderna Educativa de Rudolf Laban dentro dos conceitos de movimentos e
conhecimentos corporais, exemplifica que os nomes dos membros, coordenação
global e de musicas infantis educativas, servem para movimentar e dar vida a cada
parte nova conhecida do corpo. A dança é o movimento configurado pelo ritmo
(CINTRA, 1999.).
1-Pressionar: Movimento que tem a ação de aprofunda-se para frente, porém a infinitas possibilidades de pressionar, utilizando além das mãos, os braços, os ombros, o tronco e pernas. É um movimento firme, direto, sustentado e também tem associação com o BPM de Fonseca. 2-Lambadas leves: Movimento ligeiro, flexível e súbito. Pode ser realizado com os ombros, a cabeça e os pés. 3-Dar socos ou arremeter: Movimento súbito, direto e firme; utiliza se em todas as dimensões (direito e esquerdo, alto, médio e baixo). 4-Flutuar ou voar: Movimento que usamos para saltar, pular e ativar as sensações e descobri-las. 5- Retorcer-se: Pode variar desde o movimento de puxar até o de enroscar, e se sente mais facilmente nos ombros, braços e mãos do que nos quadris e pernas. 6-Dar toques ligeiros: Sente-se esta ação com mais facilidade nas mãos ao fazer um movimento leve como pintor que dá toques ligeiros sobre manchas de cor ou nos dedos, ao se escrever a máquina. 7-Cortar o ar: Movimento súbito, firme e flexível. 8-Deslizar: Essa ação se sente mais com pés deslizando ao solo (LABAN, 1990).
Para uma melhor compreensão do corpo, o estagiário responsável fazia os
movimentos e como se fosse um espelho a criança repetia o mesmo, decorando a
parte do corpo trabalhada; com o desenvolver do trabalho a criança com SD não
precisava mais do estagiário “espelho”, era só perguntar sobre alguma parte do
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corpo que ela respondia ou, ao colocar a música, ela realizava os movimentos
propostos acima. A brincadeira e a imitação são atividades essenciais para o
desenvolvimento psicológico do indivíduo.
Observando essa reação positiva de se auto conhecer, inicia-se também aula
de ballet, para correção postural, aumento da flexibilidade, agilidade e leveza de
movimento.
No conceito do ballet, trabalhou-se as bases como: Pliê, Arabesque, giros e
saltos; a aluna se identificou com essa linguagem de dança e iniciou-se um trabalho
mais técnico dentro da dança, de acordo com o desenvolvimento da aluna.
Dentro das aulas de conhecimento corporal agregamos conhecimento
musical, para compreendermos o gosto musical da criança com SD e trabalhar
dentro do contexto de músicas que ela prefere.
O método era simples, foram aplicados vários sons e ritmos musicais desde
música instrumental a rock’n roll. Diante disso analisou-se os gostos musicais da
referida aluna, chegando-se a conclusão que ela se expressava melhor diante das
músicas clássicas e instrumentais. A música obriga a esquecer de si mesmo, da
verdadeira situação, ela transporta para alguma outra situação, estranha àquele
momento: sob o influxo da música, existindo a impressão de sentir o que
propriamente não sinta, de entender o que não entende, de poder o que não se
pode (VYGOTSKY, 1999).
2ª Etapa: Criação e Composição de coreografias
A criação é um processo de elaboração de algo novo; composição é uma
reunião de elementos isolados que, quando unidos, resultam em um todo destacado
das partes (Dicionário Aurélio, 2004, pg 178 e 205).
A partir do que foi apresentado com a aluna SD, em algumas aulas seus
olhos foram vendados, e, diante de uma música instrumental foi sugerido a ela que
se movimentasse da maneira que achasse que deveria.
Observou-se que na aula, alguns movimentos realizados pela aluna
começaram a costurar e dar segmentos coreográficos a eles, reafirmando que a
mesma conseguiu fazer uma junção entre um movimento e outro. Todo o conteúdo
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aprendido desde o início, vivenciados e ligados a sua realidade contribuiu para que
ela se expressasse formando, criando e compondo uma coreografia.
3ª Etapa: Apresentações de resultados alcançados através de festivais de
dança.
No dia 09 de Outubro de 2012 foi realizado dentro das instalações do
Unisalesiano Lins, em parceria com o Núcleo de Apoio Integrado ao Atendimento
Educacional Especializado, o I Festival de Arte Inclusiva que teve o objetivo de
proporcionar a todas as pessoas, inclusive com deficiência, a inserção no
maravilhoso mundo da dança, circo e esporte. O evento mostrou a oportunidade de
superação, frente às dificuldades motoras, sensoriais, comportamentais e
intelectuais; foi onde os alunos com SD e outras deficiências puderam através da
arte se expressarem, quebrando barreiras e preconceitos. Como mostram as
respectivas imagens 1,2 e 3.
Imagem 1: Momento de criação e composição de coreografia.
Imagem 2: I Festival de Arte Inclusiva; Apresentação da aluna SD
Coreografia: Princesa; Coreógrafo: Robson Mello.
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Imagem 3: Abertura da FEFIL Fest 2012Unisalesiano Lins.
O festival de Artes Inclusiva teve como objetivo utilizar todos os recursos
propostos pelo curso de Educação Física tais como musicas recreativas, elementos
da ginástica artística, natação e circo e num plano interdisciplinar fazer uma grande
mistura com a dança, ou seja, unificar as habilidades motoras aprendidas e
transformá-las em funcionalidade no contexto social. Transformar o esporte em arte,
ou melhor, entrelaçar Arte, Esporte e Superação. O festival de Arte Inclusiva foi
realizado com apresentações de todo o conteúdo que nossas crianças aprendem e
desenvolvem em aula de uma maneira prazerosa e divertida para elas, e para o
público uma quebra de preconceito, pois eles verão que a arte é para todos,
mostrando para sociedade que todas as crianças, quando trabalhadas conseguem
superar nossas expectativas.
3 RESULTADOS
Através da bateria psicomotora de Fonseca (1995) obteve-se um resultado de
melhora nos sete elementos da bateria psicomotora.
BATERIA PSICOMOTORA Conforme as tabelas 1,2 e 3.
Caso 1 Gênero: Feminino Idade: 14
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Data: 11/10/11 Período: Manhã Diagnóstico: Síndrome de Down
Tonicidade Extensibilidade
(4)
Passividade
( 3 )
Paratonia
( 3 )
Diacocinesias
( 3)
Sincinesias
(4 )
Equilíbrio Imobilidade
( 1 )
Estático
( 2 )
Dinâmico
( 2 )
Lateralidade Ocular
D/E
(D)
Auditiva
D/E
(D)
Manual
D/E
(D)
Pedal
D/E
(D)
Noção de corpo Sentido
cinestésico
( 3 )
Reconhecimento
direita/esquerda
( 2 )
Auto imagem
( 3 )
Imitação de
gestos
( 2 )
Desenho
do corpo
( 2 )
Estruturação
espaço
temporal
Organização
( 1 )
Dinâmica
(1 )
Representação
topográfica
( 1 )
Estruturação
rítmica
( 1 )
Coordenação
global
Óculo manual
( 2 )
Óculo pedal
( 2 )
Dissociação
( 1 )
Dismetria
( 1)
Coordenação
Fina
Dinâmica
manual
( 1 )
Tamborilar
( 2 )
Soma Total: 14,50
O resultado total da BPM é obtido somando todos os subfatores e tirando a média resultando o fator estudado. A cotação máxima da prova é 28 (4x7 fatores), mínima é de 7 pontos (1x7) e a média é 14 pontos. Com base nos pontos obtidos pode construir-se uma escala, que aponta os seguintes valores:
Tabela 1: Resultado total do BPM da aluna em sua primeira avaliação.
PONTOS BPM PERFIL PSICOMOTOR DIFICULDADES DE
APRENDIZAGEM
27 – 28 Superior -
22 – 26 Bom -
14 – 21 Normal -
09 – 13 Dispráxico Ligeiras( específicas )
07 -08 Deficitário Significativas ( severas )
Fonte: Fonseca (1995).
Caso Gênero: Feminino Idade: 14
Data: 11/10/12 Período: Tarde Diagnóstico: Síndrome de Down
Tonicidade Extensibilidade
(4)
Passividade
( 4 )
Paratonia
( 4 )
Diacocinesias
( 4)
Sincinesias
(4 )
Equilíbrio Imobilidade
( 4)
Estático
( 3 )
Dinâmico
( 4 )
Lateralidade Ocular
D/E
(D)
Auditiva
D/E
(D)
Manual
D/E
(D)
Pedal
D/E
(D)
Noção de Sentido Reconhecimento Auto imagem Imitação de Desenho
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corpo cinestésico
( 4)
direita/esquerda
( 4 )
( 4 )
gestos
( 4 )
do corpo
( 4 )
Estruturação
espaço
temporal
Organização
( 3 )
Dinâmica
(2 )
Representação
topográfica
( 2 )
Estruturação
rítmica
( 3 )
Coordenação
global
Óculo manual
( 3 )
Óculo pedal
( 3)
Dissociação
( 3 )
Dismetria
( 3 )
Coordenação
Fina
Dinâmica
manual
( 4 )
Tamborilar
( 4 )
Soma Total: 22,2
Tabela 2: Resultado total do BPM da aluna em sua avaliação após o trabalho com dança.
PONTOS BPM PERFIL PSICOMOTOR DIFICULDADES DE
APRENDIZAGEM
27 – 28 Superior -
22 – 26 Bom -
14 – 21 Normal -
09 – 13 Dispráxico Ligeiras( específicas )
07 -08 Deficitário Significativas ( severas ) Fonte: Fonseca (1995)
Analisando as duas tabelas, podemos ver um progresso grandioso no período
de 12 meses, a aluna que na tabela 1 tinha a pontuação de 14,5 que segundo
Fonseca é considera normal, este resultado foi analisado na primeira aula de dança
da aluna, após 12 meses de trabalho com dança a pontuação que era de 14,5 foi
para 22,2 saindo do normal e indo para o bom. Comparando as duas tabelas
podemos ver onde obtivemos um ganho e onde estão as necessidades que podem
ser trabalhadas.
1-Tonicidade Extensibilidade
(4)
Passividade
( 3 )
Paratonia
( 3 )
Diacocinesias
( 3)
Sincinesias
(4 )
2-Tonicidade Extensibilidade
(4)
Passividade
( 4)
Paratonia
( 4 )
Diacocinesias
( 4)
Sincinesias
(4 )
Melhora crescente ou igual em todos os elementos.
1-Equilíbrio Imobilidade
( 1 )
Estático
( 2 )
Dinâmico
( 2 )
2-Equilíbrio Imobilidade
( 4 )
Estático
( 3 )
Dinâmico
( 4 )
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Melhora crescente em todos os elementos, principalmente no elemento Imobilidade, saindo
do ponto 1 e indo para o ponto 4.
1-Noção de
corpo
Sentido
cinestésico
( 3 )
Reconhecimento
direita/esquerda
( 2 )
Auto
imagem
( 3 )
Imitação de
gestos
( 2 )
Desenho
do corpo
( 2 )
2-Noção de
corpo
Sentido
cinestésico
( 4 )
Reconhecimento
direita/esquerda
( 4 )
Auto
imagem
( 4 )
Imitação de
gestos
( 4 )
Desenho
do corpo
( 4 )
Melhora crescente em todos os elementos.
1-Estruturação
espaço
temporal
Organização
( 1 )
Dinâmica
(1 )
Representação
topográfica
( 1 )
Estruturação
rítmica
( 1 )
2-Estruturação
espaço
temporal
Organização
( 3 )
Dinâmica
(2 )
Representação
topográfica
( 2 )
Estruturação
rítmica
( 3 )
Melhora crescente em todos os elementos. Enfatizando que em estruturação espaço temporal,
temos a estruturação rítmica que usamos nas composições coreográficas e a aluna que estava
no ponto 1 atingiu o ponto 3. Através das coreografias e compreensão rítmica trabalhados na
aluna deu-se essa evolução.
1-Coordenação
global
Óculo manual
( 2 )
Óculo pedal
( 2)
Dissociação
( 1 )
Dismetria
(1 )
2-Coordenação
global
Óculo manual
( 3 )
Óculo pedal
( 3)
Dissociação
( 3 )
Dismetria
(3 )
Melhora crescente em todos os elementos.
1-Coordenação
Fina
Dinâmica manual
( 1 )
Tamborilar
( 2 )
2-Coordenação
Fina
Dinâmica manual
( 4 )
Tamborilar
( 4 )
Melhora crescente em todos os elementos, destaque para dinâmica manual que saio do ponto
1 para o ponto 4. No gráfico abaixo 1, 2, 3, 4 e 5 mostra a dimensão do processo da aluna.
Observa-se uma melhora cognitiva e corpórea dessa criança com SD; tem-se
uma melhora no peso corporal diminuindo o percentual de gordura do seu corpo,
deixando o sedentarismo de lado e começando a praticar a dança.
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A aluna com SD quando trabalhada em suas potencialidades conseguiu
superar a sua deficiência mostrando que realmente a arte está na alma e a alma não
tem deficiência.
Por isso usar a dança para melhorar a qualidade de vida dessas crianças é
muito qualitativo para o desenvolvimento motor e psicossocial, pois além de todos os
benefícios motor que a dança trás; a criança com SD depois das apresentações
começou a ter mais autonomia, vaidade, entendeu o mundo a sua volta e hoje
consegue se associar a um grupo novo de crianças na escola ou em qualquer outra
atividade em grupo que ela passe. Um momento interessante, após algumas aulas
de conhecimento corporal, a aluna começou a ficar vaidosa, vinha para aula muito
arrumada, cabelo bem feito; tudo para estar bem diante do espelho, que antes era
pouco utilizado pela aluna SD.
Após o I Festival de Arte Inclusiva, começaram os convites de outros festivais
de dança para as crianças apresentarem, uma conquista de todos. E a cada
apresentação observamos que as crianças ficam menos nervosas e se portam como
bailarinos, chegam bonitos, elegantes e prontos para apresentação.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As atividades desenvolvidas no projeto de extensão universitária Núcleo de
Apoio Integrado ao Atendimento Especializado proporcionaram aos estagiários de
Educação Física, o contato diário com os alunos SD podendo vivenciar experiências
e aprendizagens novas, e, a importância de uma linguagem artística e física para o
desenvolvimento da criança SD.
Dentro deste contexto, o uso de linguagens artísticas para suplementar e
educar a criança SD é uma alternativa de resultados e melhora nos aspectos motor
e social, principal característica da dança em benefício à criança SD ou com outras
deficiências, é que ela permite a integração de todas as pessoas, engendrando a
interação entre quem é e quem não é deficiente. Essa habilidade que a dança tem
cria nos deficientes a alegria e a vontade de viver. A dança para pessoas com
deficiência é um direito de acesso à arte. É uma prática de atividade física e
exercício de cidadania (Zausmer, 1998).
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A dança é uma porta de envergaduras estimulantes do organismo como um
todo da pessoa com deficiência mental, além de atuar na estimulação da
socialização e desenvolvimento global do deficiente mental, contudo, para que este
sujeito seja positivamente alcançado pela dança de maneira interdisciplinar, é
necessário que o profissional a estude.
A dança no setor da educação especial deve ser uma prática devidamente
planejada para que esteja alcançando não só o senso lúdico e emocional do aluno, e
sim para que se forme nele uma ponte ligada às áreas das ciências humanas,
biológicas, exatas e até mesmo tecnológicas, pois a dada arte passa
perpendicularmente sobre todas supracitadas, oferecendo então ao aluno uma
prática salutar ao seu rendimento biopsicossocial (Revista Eletrônica Aboré -
Publicação da Escola Superior de Artes e Turismo Manaus - Edição 04 Dez/2010).
Com os resultados conquistados, podemos concluir que as hipóteses
inicialmente feitas foram atingidas, pois a prática da dança em crianças SD
realmente oferece índices melhores de condições físicas (como nos mostra a tabela
1 e2) e psicossocial.
REFERÊNCIAS
CARLA R. G. G. C. Educação Especial x Dança um diálogo possível, 2002.
CINTRA, Rosana C.G.G. A dança como meio educativo para adolescentes com Síndrome de Down: desenvolvimento e avaliação de um programa. Campo Grande, 1999.Dissertação ( Mestrado em Educação) – Universaidade Católica Dom Bosco.
Dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira 2004
Duncan. Isadora, My Life, 1995
FONSECA, V.da. Educação especial: programa de estimulação precoce,Uma introdução ás ideias de Feuerstein. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995
LABAN R. Dança Educativa Moderna, 1990.
MOSKO. O teatro da criança, pela criança, para a criança, 2008.
Rua Dom Bosco, 265, Vila Alta - Lins/SP - CEP 16400-505 - fone: (14) 3533 5000
Revista Eletrônica Aboré - Publicação da Escola Superior de Artes e Turismo Manaus - Edição 04 Dez/2010 ISSN 1980-6930 170.
SANTOS, J. T. dos. Dança na escola: benefícios e contribuições na fase pré-escolar,2005.Disponívelem:<http://www.psicologia.com.pt/artigos/textos/TL0046.pdf. Acesso em 25.10.2011>.
THOMPSON, Margaret W; McINNES, RODERICK R. & WILLARD, HUNTINGTON F.. THOMPSON-GENÉTICA MÉDICA.5ed. Rio de Janeiro Guanabara Koogan, 1993.
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente : desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 4. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991._ Psicologia da arte. São Paulo : Martins Fontes, 1999.
ZAUSMER, E. Estimulação do desenvolvimento da motricidade grossa. In: PUESCHEL, S. Síndrome de Down guia para pais e educadores. 3. ed. Campinas: Papirus, 1998.