34
Orientações para a definição dos NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO PÚBLICO DE TRANSPORTE DE PASSAGEIROS Grupo de Trabalho para a Capacitação das Autoridades de Transportes

DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

Orientações para a definição dos

NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO PÚBLICO DE TRANSPORTE DE

PASSAGEIROS

Grupo de Trabalho para a Capacitação das Autoridades de Transportes

Page 2: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

- 1 -

Declaração de exoneração de responsabilidade

A presente versão do documento é ainda um documento de trabalho. Foi preparado e

desenvolvido no âmbito do GTAT - Grupo de Trabalho para capacitação das Autoridades

de Transporte, criado pelo Despacho n.º 5947/2017, de 6 de julho e destina-se a facilitar os

processos de decisão das autoridades de transportes no cumprimento na aplicação do

disposto no art.º 14.º do REGIME JURÍDICO DO SERVIÇO PÚBLICO DE TRANSPORTE

DE PASSAGEIROS, aprovado pela Lei n.º 52/2015, sobre níveis mínimos de serviço

público de transporte de passageiros

Os conceitos e recomendações expostos não são juridicamente vinculativos, podendo ser

adaptados em função das especificidades com que as autoridades de transportes se

confrontam. Também não representam nem vinculam a interpretação de qualquer das

entidades com responsabilidades de coordenação do sistema de transportes.

Grupo de Trabalho para a Capacitação

das Autoridades de Transportes

Page 3: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

- 2 -

Índice

I. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 4

1) OBJETIVOS E ÂMBITO ............................................................................................................ 4

2) DESAFIOS E TENDÊNCIAS NOS TRANSPORTES PÚBLICOS ...................................................... 5

II. CRITÉRIOS E PARÂMETROS DE ORIENTAÇÃO ................................................................................ 7

1) COBERTURA TERRITORIAL ..................................................................................................... 9

2) COBERTURA TEMPORAL ...................................................................................................... 11

3) COMODIDADE ...................................................................................................................... 12

4) DIMENSIONAMENTO DO SERVIÇO ...................................................................................... 13

5) INFORMAÇÃO AO PÚBLICO ................................................................................................. 14

III. ESPECIFICAÇÃO DOS «NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO» ........................................................... 16

1) RECURSOS E INSTRUMENTOS DE PLANEAMENTO .............................................................. 16

2) METODOLOGIA DE APLICAÇÃO ........................................................................................... 21

Figuras 1 - SUBSECÇÕES ESTATÍSTICAS NUMA FREGUESIA URBANA .................................................................................................... 17

2 - SUBSECÇÕES ESTATÍSTICAS NUMA FREGUESIA RURAL ..................................................................................................... 18

3 – DELIMITAÇÃO E CARATERIZAÇÃO DE BGRI COM MAIS DE 40 HABITANTES (1) ............................................................. 23

4 - DELIMITAÇÃO E CARATERIZAÇÃO DE BGRI COM MAIS DE 40 HABITANTES (2) .............................................................. 24

5 - AVALIAÇÃO DA «ACESSIBILIDADE» AOS SERVIÇOS MUNICIPAIS DA PÓVOA DO VARZIM (1) ..................................... 25

6 - AVALIAÇÃO DA «ACESSIBILIDADE» AOS SERVIÇOS MUNICIPAIS DA PÓVOA DO VARZIM (2) ..................................... 26

7 - AVALIAÇÃO DA «ACESSIBILIDADE» AOS SERVIÇOS MUNICIPAIS DA PÓVOA DO VARZIM (3) ..................................... 27

8 - AVALIAÇÃO DA «ACESSIBILIDADE» AOS SERVIÇOS MUNICIPAIS DA PÓVOA DO VARZIM (4) ..................................... 28

9 - COBERTURA ESPACIAL DE SERVIÇOS DE TRANSPORTES NO MUNICÍPIO DA MAIA .................................................... 29

10 - COBERTURA ESPACIAL DE SERVIÇOS DE TRANSPORTES – ESCOLAS BÁSICAS 2/3 ................................................. 30

11 - COBERTURA ESPACIAL DE SERVIÇOS DE TRANSPORTES – ESCOLAS SECUNDÁRIAS E PROFISSIONAIS......... 31

12 - COBERTURA ESPACIAL DE SERVIÇOS DE TRANSPORTES – EQUIPAMENTOS DE SAÚDE ....................................... 32

Page 4: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

- 3 -

Informação!

Perguntas e Respostas 1 - É OBRIGATÓRIA A OFERTA DE «NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO»? ...............................................................................7

2 - QUAIS AS ENTIDADES COMPETENTES PELA IMPLEMENTAÇÃO DOS «NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO»? ................8

3 - QUANDO DEVEM IMPLEMENTADOS OS «NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO»?.................................................................8

4 - QUAL O CONCEITO DE «LOCAL»? ...................................................................................................................................9

5 - QUAIS OS «EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PÚBLICOS» A CONSIDERAR? ................................................................. 10

6 - COMO IDENTIFICAR OS «LOCAIS» COM MAIS DE 40 HABITANTES? .......................................................................... 10

8 - QUAL O CONCEITO DE «PERÍMETRO URBANO»? ........................................................................................................ 11

9 - COMO DETERMINAR O «TEMPO MÉDIO DE ESPERA»?............................................................................................... 12

9 - QUAIS AS «CLASSES» DE VEÍCULOS PARA TRANSPORTE DE PASSAGEIROS EM PÉ? ......................................... 13

10 – QUAL A INFORMAÇÃO A DISPONIBILIZAR NOS DIFERENTES TIPOS DE PONTOS DE ACESSO À REDE? ........... 14

11 - COMO SE VERIFICA SE UM DETERMINADO LOCAL SE ENCONTRA «MINIMAMENTE» SERVIDO? ....................... 19

12 - OS NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO GARANTEM A ADEQUAÇÃO DA OFERTA À PROCURA? ................................... 19

13 - EM QUE CASOS PODE SER DISPENSADA A OFERTA DE «NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO»? ................................. 20

14 - COMO PODE SER AVALIADA A VIABILIDADE DE IMPLEMENTAÇÃO DE «SERVIÇOS MÍNIMOS»? .......................... 20

Pergunta e Resposta!

?

1

Page 5: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

- 4 -

NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO PÚBLICO

DE TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

I. INTRODUÇÃO

1) OBJETIVOS E ÂMBITO

Uma parte significativa da população não tem acesso a «uma rede adequada de

transportes»1) e há numerosos lugares e freguesias que não têm sequer serviços públicos

de transportes. Estas situações ocorrem, tipicamente, em territórios de baixa densidade

populacional ou de procura muito reduzida.

Constata-se, também, que com frequência

os serviços de transportes estão organizados

em função da procura de transporte escolar e

que parte significativa da população fica sem

acesso a serviços de transportes nos períodos

de férias escolares. Além disso, verifica-se

com frequência, a ocorrência situações de não

compatibilização adequada dos horários dos

serviços de transportes com os horários de

funcionamento de equipamentos e serviços.

O estabelecimento de «níveis mínimos de

serviço público de transportes» permite

atenuar as desigualdades e discrepâncias

referidas e assegurar a todos os cidadãos o

«direito de se deslocarem e fixarem livremente

em qualquer parte do território nacional».2)

Contribui, simultaneamente, para a

promoção da «coesão económica e social de

todo o território nacional, orientando o

desenvolvimento no sentido de um

crescimento equilibrado de todos os setores e

regiões e eliminando progressivamente as

diferenças económicas e sociais entre a

cidade e o campo e entre o litoral e o

interior».3)

O objetivo final do presente documento é o de fornecer orientações e diretrizes

específicas, constituindo um «guião orientador da definição dos serviços mínimos de

transporte» por parte das autoridades de transportes, como se refere no artigo 14.º da Lei

n.º 52/2015, de 9 de junho, que aprova o Regime Jurídico do Serviço Público de

Transporte de Passageiros (RJSPTP).

1)

Artigo 65.º da Constituição da República Portuguesa. 2)

Artigo 44.º da Constituição da República Portuguesa. 3)

Artigo 81.º da Constituição da República Portuguesa.

REGIME JURÍDICO DO SERVIÇO

PÚBLICO DE TRANSPORTE DE

PASSAGEIROS, APROVADO PELA

LEI N.º 52/2015.

Art.º 14.º - Níveis mínimos de

serviço público de transporte de

passageiros

1 — As autoridades de transportes

planeiam e coordenam os serviços

públicos de transporte de passageiros

da sua competência, por forma a

promover a equidade de tratamento e de

oportunidades dos cidadãos no acesso

aos transportes, contribuindo para a

coesão económica, social e territorial,

devendo, para o efeito, assegurar, de

forma progressiva até 3 de dezembro de

2019, no mínimo, os níveis de serviço

público de transporte de passageiros

constantes do anexo ao presente

RJSPTP, que dele faz parte integrante.

Page 6: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

- 5 -

2) DESAFIOS E TENDÊNCIAS NOS TRANSPORTES PÚBLICOS

Atualmente os transportes públicos desempenham um papel essencial no tratamento

das deseconomias de aglomerações urbanas, especialmente em grandes cidades, como o

congestionamento do tráfego, a poluição atmosférica e o ruído e na prossecução de

objetivos de redução das emissões de CO2.

Compatibilizar estes objetivos com a sustentabilidade financeira dos sistemas de

transportes é um grande desafio com que as autoridades de transporte são confrontadas.

As tarifas cobradas diretamente aos utilizadores e outras receitas diretas, normalmente

não são suficientes para cobrir os custos de prestação dos serviços, uma vez que as

tarifas devem ser suficientemente baixas de forma a que o sistema de transportes públicos

constitua alternativa efetiva ao transporte individual. Na prática, parte dos custos de

operação e manutenção têm muitas vezes de ser cobertos por indemnizações e

compensações públicas.

Acresce que nas últimas décadas se acentuou a extensão e contiguidade das zonas

urbanas, ocorreu uma profunda alteração dos padrões da deslocação de vários segmentos

populacionais e a há maiores exigências ambientais. Surgem tecnologias e serviços

inovadores de mobilidade urbana.

O envelhecimento populacional, especialmente em zonas rurais com consequente

despovoamento e desertificação, muitas vezes não permite a existência de fluxos que

justifiquem a disponibilização de uma oferta regular de transporte público.

Todas estas tendências colocam novos desafios às autoridades de transporte,

especialmente no que respeita à reconfiguração da oferta de transporte público, à

mobilização de recursos para investimento e à sustentabilidade financeira dos sistemas.

A implementação de soluções de transporte flexível e a especificação de níveis

mínimos de serviço público de transportes são opções ou recursos a adotar em múltiplas

situações, quer em ambiente rural quer em ambiente urbano. 4)

4)

Pilot project study on innovative ways of sustainably financing public transport - CENIT, PROGNOS COWI para a CE, março de 2018

Page 7: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

- 6 -

DESAFIOS E TENDÊNCIAS NOS TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

i) Crescimento urbano e envelhecimento populacional

Novas necessidades de mobilidade e uma proporção mais elevada de tarifas reduzidas

implicam uma pressão acrescida para os orçamentos dos sistemas de transportes.

ii) Alteração dos padrões de deslocação

As alterações sociais e comportamentais estão em acelerada transformação refletindo-se

nas expectativas dos utilizadores em relação aos serviços de transporte. Por exemplo, os

jovens adultos de áreas urbana mostram menos interesse na propriedade do automóvel.

As alterações referidas requerem mais flexibilidade aos sistemas de transporte público ao

nível urbano, tanto na fase de planeamento como na fase de operação e,

frequentemente, investimentos suplementares em infraestruturas e veículos.

iii) Digitalização de sistemas

A digitalização crescente dos sistemas permite uma integração de fluxos de dados em

tempo real permite uma melhor adaptabilidade dos serviços às necessidades dos

utilizadores. Por exemplo, o «e-ticketing» facilita a integração de tarifas e possibilita

esquemas tarifários mais diversificados baseados nos perfis de utilização. Esta

transformação requer investimentos iniciais significativos, mas pode levar a custos

operacionais mais reduzidos e, futuramente, ao aumento da receita tarifária.

iv) Serviços emergentes de mobilidade urbana

Os serviços emergentes de mobilidade partilhada e a pedido, nomeadamente através da

integração num quadro de «Mobility as a Service», constituem simultaneamente um

desafio e uma oportunidade para a sustentabilidade financeira dos sistemas de

transportes públicos.

Embora estes serviços possam aumentar a capilaridade dos serviços de transportes e

diminuir a necessidade de posse de automóvel, podem representar uma redução severa

da disponibilidade para a utilização dos tradicionais serviços de transportes. Esta

tendência irá provavelmente exigir adaptações nos diferentes modelos de negócio

visando uma maior colaboração entre serviços de transporte público e privado.

v) Padrões ambientais

Atingir os objetivos de maior disponibilidade de espaço público, menor poluição

atmosférica e ruído nas áreas urbanas e progresso para uma mobilidade de baixo

carbono requer uma mudança do uso de transporte privado para transporte público. Por

outro lado, os sistemas de transportes estão progressivamente a avançar para frotas

mais limpas. Esta substituição implica um esforço financeiro significativo.

vi) Financiamento sustentável

Conceito emergente que engloba o financiamento para o crescimento sustentável com

um desempenho financeiro elevado. Representa uma oportunidade para orientar fluxos

de capitais privados para investimentos nos sistemas de transportes.

Page 8: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

- 7 -

CRITÉRIOS PARA A

ESPECIFICAÇÃO DE «NÍVEIS

MÍNIMOS DE SERVIÇO»

O Regime Jurídico do Serviço

Público de Transporte de

Passageiros (RJSPTP) fixa cinco

critérios para a especificação e

monitorização de níveis mínimos de

serviço público de transporte:

1. Cobertura territorial;

2. Cobertura temporal;

3. Comodidade;

4. Dimensionamento do serviço;

5. Informação ao público.

Sim. A oferta de níveis mínimos de serviço público de transporte público de

passageiros é obrigatória em todos os locais com mais de 40 habitantes.

Circunstancialmente, em casos devidamente fundamentados, em que a plena

operacionalização dos níveis mínimos de serviço obrigue à mobilização de recursos,

financeiros ou outros, muito desproporcionados ou não disponíveis, as autoridades de

transportes são pontualmente dispensadas da sua aplicação.

É OBRIGATÓRIA A OFERTA DE «NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO»?

Q1 - É OBRIGATÓRIO NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO PÚBLICO DE TRANSPORTES?

?

1

II. CRITÉRIOS E PARÂMETROS DE ORIENTAÇÃO

O conceito de «NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO» é aplicável a serviços públicos de

transportes municipais e intermunicipais, quer em ambiente urbano quer em ambiente

rural. A sua definição e consequente operacionalização, deverá permitir corresponder às

mais elementares expectativas e necessidades de mobilidade e de acessibilidade, de

utilizadores e população em geral, designadamente:

Aceder aos principais «equipamentos e serviços públicos», que na generalidade se

concentram em sedes de municípios;

Estabilidade e regularidade da oferta de transporte público durante todo o ano;

Realizar deslocações a horas diferenciadas, designadamente de um qualquer «local»

para a sede do respetivo município e

vice-versa;

Pretende simultaneamente assegurar:

Que a estruturação da rede é orientada

para a minimização do número de

transbordos, quer entre veículos do

mesmo modo de transporte quer entre

veículos modos distintos;

Que a oferta de transporte está bem

dimensionada, isto é, que as frequências

de serviço e a capacidade dos veículos

permitem o transporte dos passageiros

sem sobreocupação nem subocupação;

Uma divulgação adequada da oferta de

transportes.

1 - É OBRIGATÓRIA A OFERTA DE «NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO»?

Page 9: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

- 8 -

2 - QUAIS AS ENTIDADES COMPETENTES PELA IMPLEMENTAÇÃO DOS «NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO»?

3 - QUANDO DEVEM IMPLEMENTADOS OS «NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO»?

QUANDO DEVE SER ASSEGURADA A

IMPLEMENTAÇÃO DOS «NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO»?

As Autoridades de Transportes devem assegurar que todos os lugares com mais de

40 habitantes têm acesso a serviços públicos de transporte com «níveis mínimos de

serviço», até 3 de dezembro de 2019.

?

1

A QUEM CABE A RESPONSABILIDADE PELA ESPECIFICAÇÃO E

IMPLEMENTAÇÃO DOS «NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO»?

As Autoridades de Transportes definidas no Capítulo II do Regime Jurídico do Serviço

Público de Transporte de Passageiros são as entidades responsáveis pela

especificação e implementação dos «níveis mínimos de serviço».

?

1

Page 10: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

- 9 -

PARÂMETROS DE COBERTURA

TERRITORIAL A RESPEITAR

Os locais com população residente

superior a 40 habitantes devem ser

servidos, no mínimo, por um serviço

público de transporte de passageiros

flexível que assegure a ligação à sede

do respetivo município.

As sedes de município devem dispor,

no mínimo, de um serviço público de

transporte de passageiros - regular ou

flexível - que assegure a sua ligação

com as sedes dos municípios da

respetiva comunidade intermunicipal ou

área metropolitana.

Os serviços públicos de transporte

incluídos numa rede com interesse

comercial devem ser estabelecidos de

forma regular sempre que possível.

1) COBERTURA TERRITORIAL

Este critério visa assegurar que a

oferta de transporte público garante

uma eficaz cobertura territorial,

permitindo que a generalidade da

população, independentemente da

localização, dimensão e importância do

«LOCAL» de residência, tenha acesso

à sede do respetivo município e aos

principais equipamentos e serviços

públicos. Desta forma é, também,

assegurada a «conectividade interna»

em cada município, ou seja, a rede

assim estabelecida permite a ligação,

direta ou com transbordo, entre todos

os «locais».

Fixou-se em 40 habitantes a

população residente mínima do

«LOCAL». Todavia, as autoridades de

transporte devem tomar medidas para

assegurar a não exclusão de nenhum

cidadão do acesso a serviços de

transporte.

A definição de «lugar» estabelecida pelo INE é uma opção adequada para a

representação de «LOCAL» em muitos casos. Por «lugar» entende-se um aglomerado

populacional com designação própria e com 10 ou mais edificações destinadas à

habitação. Um lugar com população superior a 2000 habitantes designa-se por «lugar

urbano».

---=--- Todavia, em zonas urbanas e suburbanas de grande população ou dimensão, é

recomendável uma análise com base nas «BGRI - Base Geográfica de Referenciação

da Informação» ou agrupamentos de BGRIS, com vista a uma melhor caracterização

das condições de acesso da população à rede de transportes, que é normalmente

realizado nos locais de paragem de transporte público.

---=--- As BGRI são as delimitações cartográficas de suporte aos Censos. Dividem as

unidades administrativas de base, freguesias, em áreas estatísticas de menor

dimensão: as secções e subsecções estatísticas.

?

QUAL O CONCEITO DE «LOCAL»?

4 - QUAL O CONCEITO DE «LOCAL»?

Page 11: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

- 10 -

QUAIS OS «EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PÚBLICOS» A CONSIDERAR?

Para garantir o acesso a necessidades básicas devem ser considerados, no mínimo,

os seguintes equipamentos e serviços:

Serviços municipais;

Juntas de freguesia;

Tribunais;

Serviços tributários e de finanças;

Hospitais e centros de saúde;

Escolas básicas, secundárias e profissionais.

?

1

COMO IDENTIFICAR OS «LOCAIS» COM MAIS DE 40 HABITANTES?

Os locais com mais de 40 habitantes devem ser identificados com base nos dados do

mais recente Censo disponível, sem prejuízo do recurso a outras fontes de

informação que possam atualizar esses dados.

?

1

5 - QUAIS OS «EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PÚBLICOS» A CONSIDERAR?

6 - COMO IDENTIFICAR OS «LOCAIS» COM MAIS DE 40 HABITANTES?

Page 12: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

- 11 -

PARÂMETROS DE COBERTURA

TEMPORAL A RESPEITAR

Entre um «LOCAL» e a sede do respetivo

município deve ser assegurada, no mínimo

em três dias por semana:

– Uma circulação no sentido local sede

do município, durante a manhã;

– Uma circulação no sentido sede do

município local, na parte da tarde.

Entre a sede de um município e as sedes dos

municípios da mesma comunidade

intermunicipal ou mesma área metropolitana,

deve ser assegurada:

– Uma circulação em cada sentido

durante a manhã;

– Uma circulação em cada sentido

durante a tarde.

Dentro de um «PERÍMETRO URBANO» com

mais de 50 mil habitantes devem ser

asseguradas no mínimo:

– Duas circulações por hora nos períodos

de ponta da manhã e da tarde;

– Uma circulação por hora nos restantes

períodos.

QUAL O CONCEITO DE «PERÍMETRO URBANO»?

O perímetro urbano definido nos PDM e noutros instrumentos de gestão territorial,

delimitam em muitos casos de forma apropriada a extensão de território a considerar

para os efeitos previstos no critério de COBERTURA TEMPORAL. Todavia, por vezes

ocorrem situações de crescimento geográfico que unem diferentes áreas urbanas

com diferentes administrações territoriais, que devem ser avaliadas em conjunto.

A oferta de transportes em áreas urbanas mais densamente povoadas deve

caracterizar-se por maiores frequências do que as habitualmente verificadas em

transportes municipais ou intermunicipais. O estabelecimento de uma dimensão

mínima de população, abaixo da qual não são «necessários» serviços urbanos varia

em função da estrutura do território. A fundamentação da necessidade de transportes

urbanos deve ser analisada caso a caso, considerando designadamente distâncias,

topografia, características de mobilidade da população, etc.

?

1

7 - QUAL O CONCEITO DE «PERÍMETRO URBANO»?

2) COBERTURA TEMPORAL

Este critério visa assegurar

que a oferta de transporte público

responde às diferentes

necessidades de transporte da

população ao longo de todo o ano.

Nos perímetros urbanos com

menos de 50 mil habitantes, as

necessidades de deslocação

devem ser analisadas caso a

caso, visando assegurar a sua

satisfação em condições

adequadas.

Os horários praticados devem

ser ajustados aos ritmos e

necessidades da população e ao

período de funcionamento dos

«EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS

PÚBLICOS», do comércio e dos

horários de trabalho.

Page 13: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

- 12 -

PARÂMETROS DE COBERTURA TEMPORAL A RESPEITAR

Em regra, a oferta de transporte público deve permitir deslocações entre um

«local» e a sede do respetivo município com:

– No máximo 1 «TRANSBORDO»;

– «TEMPO MÉDIO DE ESPERA» no transbordo não superior a 15 minutos;

Deslocações entre sedes de municípios contíguos:

– No máximo 1 «TRANSBORDO»;

– «TEMPO MÉDIO DE ESPERA» no transbordo não superior a 30 minutos;

Dentro de um «PERÍMETRO URBANO» não são limitados o número de

transbordos, mas devem ser adotados os seguintes critérios de tempo médio de

espera:

– «TEMPO MÉDIO DE ESPERA» em transbordos não superior a 15 minutos.

3) COMODIDADE

Este critério visa assegurar que as ligações se estabelecem com adequada

coordenação de horários entre diferentes meios ou modos de transporte.

Como orientações gerais devem prever-se ligações diretas entre diferentes locais de

uma mesma área geográfica e destes aos centros de importância municipal ou

supramunicipal mais próximos e limitar o número de transbordos.

COMO DETERMINAR O «TEMPO MÉDIO DE ESPERA»?

No caso dos transbordos, a condição de TEMPO MÉDIO DE ESPERA deve ser

verificada a partir dos intervalos tempo entre horários de chegadas e partidas

sucessivas correlacionadas.

Em meio urbano o «tempo médio de espera» de 15 minutos admitido pode ser

excessivamente penalizador em muitos casos, quer para operadores quer para

utilizadores. Pressupõe intervalos entre serviços não superiores a 30 minutos, por

vezes pouco justificável. Nesses casos deverá ser dada especial atenção à

regularidade dos serviços e à divulgação dos horários.

?

1

8 - COMO DETERMINAR O «TEMPO MÉDIO DE ESPERA»?

Page 14: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

- 13 -

PARÂMETROS DE COBERTURA TEMPORAL A RESPEITAR

A ocupação dos veículos deve igual ou inferior ao número de lugares - sentados e

em pé - homologado para a respetiva categoria e classe.

É permitido o transporte de passageiros em pé nas seguintes condições:

– Em veículos homologados em «CLASSE» própria para o efeito;

– Velocidade máxima de 70 km/h em modo rodoviário;

– Percursos realizado maioritariamente no interior de perímetros urbanos.

A ocupação dos veículos deve igual ou inferior ao número de lugares - sentados e

em pé - homologado para a respetiva categoria e classe.

4) DIMENSIONAMENTO DO SERVIÇO

O critério de dimensionamento do serviço pretende assegurar essencialmente que as

frequências e a capacidade dos veículos de utilizados, quer em serviços de transporte

flexível quer regular, permitem o transporte dos passageiros sem sobreocupação nem

subocupação excessiva e são respeitadas as normas elementares de segurança.

QUAIS AS «CLASSES» DE VEÍCULOS PARA TRANSPORTE DE PASSAGEIROS EM PÉ?

No caso dos veículos de lotação superior a 22 passageiros além do condutor,

distinguem-se as três classes seguintes:

Classe I: Veículos construídos com zonas para passageiros de pé, que permitem a

movimentação frequente destes;

Classe II: Veículos construídos principalmente para o transporte de passageiros

sentados, concebidos de modo a poderem transportar passageiros de pé

no corredor e ou numa zona cuja área não exceda o espaço

correspondente a dois bancos duplos;

Classe III: Veículos construídos exclusivamente para o transporte de passageiros

sentados.

No caso dos veículos de lotação não superior a 22 passageiros além do condutor,

distinguem-se duas classes:

Classe A: Veículos concebidos para o transporte de passageiros de pé; os veículos

desta classe estão equipados com bancos e devem estar preparados para

transportar passageiros de pé;

Classe B: Veículos não concebidos para o transporte de passageiros de pé.

Mais informação em www.imt.pt

?

1

9 - QUAIS AS «CLASSES» DE VEÍCULOS PARA TRANSPORTE DE PASSAGEIROS EM PÉ?

Page 15: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

- 14 -

5) INFORMAÇÃO AO PÚBLICO

Com o critério de informação ao público pretende-se assegurar que a informação respeitante à oferta de serviços públicos de transporte que é disponibilizada, designadamente quanto à sua atualidade na sequência de ajustamentos ou alterações circunstanciais da oferta, é a adequada e a necessária para uma boa compreensão.

INFORMAÇÃO A DISPONIBILIZAR EM ESTAÇÕES E PARAGENS

Deverá ser disponibilizada informação clara e adequada sobre os serviços públicos

de transporte em todas as estações e paragens contendo:

A designação da estação ou paragem e dos serviços que a servem, bem como

horários e diagramas dos respetivos percursos, assinalando e identificando as

interfaces com outros serviços;

Em especial deverão explicitar-se os serviços e horários para acesso à sede do

município ou ao centro urbano de referência, incluindo transbordos e meios de

transporte a utilizar para o efeito;

As tarifas e títulos de transportes para os percursos e utilizações mais comuns,

incluindo as dos meios de transporte com seja efetuado interface, bem como as

condições de acesso a bonificações e descontos;

Informação clara e adequada sobre os direitos dos passageiros nos vários modos

de transporte, bem como dos deveres a observar e as cláusulas contratuais

gerais aplicáveis ao contrato de transporte entre o operador de transportes e o

passageiro.

QUE INFORMAÇÃO DISPONIBILIZAR NOS DIFERENTES

TIPOS DE PONTOS DE ACESSO À REDE?

A informação a disponibilizar nos pontos de acesso deve adequada aos suportes físicos onde vai ser afixada, e descrever de forma facilmente compreensível pela população a oferta disponibilizada nesse ponto.

Em paragens intermédias, no mínimo deve ser disponibilizada e permanentemente atualizada, a seguinte informação:

- Operadores; - Linhas e principais destinos; - Títulos de transporte; - Horários;

Em paragens intermédias com abrigo para passageiros e nos terminais, esta

informação deve ser mais completa e incluir referências às correspondências com

outros serviços de transporte e informação sobre direitos dos passageiros.

?

1

10 – QUAL A INFORMAÇÃO A DISPONIBILIZAR NOS DIFERENTES TIPOS DE PONTOS DE ACESSO À REDE?

Page 16: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

- 15 -

SÍNTESE DOS PARÂMETOS DE ORIENTAÇÃO PARA A DEFINIÇÃO DE «NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO»

CRITÉRIO TRANSPORTE URBANO LIGAÇÕES DE ÂMBITO MUNICIPAL LIGAÇÕES INTERMUNICIPAIS

I) COBERTURA

TERRITORIAL

Os locais com mais de 40 habitantes devem ter ligação em TP à sede do respetivo município e aos equipamentos e serviços públicos de referência ao nível municipal.

Os locais com mais de 40 habitantes devem ter ligação em TP à sede do respetivo município e aos equipamentos e serviços públicos de referência ao nível municipal.

Como orientação 1 circulação em cada sentido de manhã e outra à tarde, pelo menos 3 dias por semana.

II) COBERTURA

TEMPORAL

Os horários praticados devem ser ajustados às necessidades da população e ao período de funcionamento dos equipamentos, serviços públicos, comércio e emprego.

Os horários praticados devem ser ajustados às necessidades da população e ao período de funcionamento dos equipamentos e serviços públicos, comércio e emprego.

Os horários praticados devem ser ajustados às necessidades da população e ao período de funcionamento dos equipamentos e serviços públicos, comércio e emprego.

Deslocações dentro de um perímetro urbano com mais de 50 mil habitantes

‒ 2 circulações por hora nos períodos de ponta da manhã e da tarde durante os períodos letivos e de férias escolares

‒ 1 circulação por hora no corpo de dia, durante todo o ano.

Em no mínimo 3 dias úteis por semana:

‒ 1 circulação no sentido local — sede de concelho, no período da manhã

‒ 1 circulação no sentido sede de concelho — local, no período da tarde:

‒ Todos os dias úteis do ano.

Todos os dias úteis do ano:

‒ 1 circulação por sentido no período da manhã;

‒ 1 circulação por sentido no período da tarde.

Deslocações dentro de um perímetro urbano com menos de 50 mil habitantes

‒ analisado caso a caso, de forma a estruturar uma cobertura temporal de serviços que assegure uma adequada satisfação das necessidades das populações.

Em 3 dias da semana todos os dias úteis do ano:

‒ 1 circulação no sentido local — sede de concelho, no período da manhã

‒ 1 circulação no sentido sede de concelho — local, no período da tarde:

Todos os dias úteis do ano:

‒ 1 circulação por sentido no período da manhã;

‒ 1 circulação por sentido no período da tarde.

III) COMODIDADE ‒ Nº transbordos não limitado.

‒ Tempo médio de espera em transbordo ≤ 15 min.

‒ Nº transbordos ≤ 1

‒ Tempo médio de espera em transbordo ≤ 15 min.

‒ Nº transbordos ≤ 1

‒ Tempo médio de espera em transbordo ≤ 30 min.

IV) DIMENSIONAMENTO ‒ Taxas de ocupação ≤ 100%

O número total de passageiros não pode ultrapassar a capacidade de transporte do veículo.

‒ Taxas de ocupação ≤ 100%

O número total de passageiros não pode ultrapassar a capacidade de transporte do veículo.

‒ Taxas de ocupação ≤ 100%

O número total de passageiros não pode ultrapassar a capacidade de transporte do veículo.

V) INFORMAÇÃO AO

PÚBLICO

Devem ser disponibilizados diagramas nos pontos de acesso à rede e proceder à divulgação das características do serviço público prestado, incluindo:

‒ A identificação do percurso e paragens, interfaces, horários e ponto de acesso em que se encontra o passageiro.

A fácil leitura da rota e horários para acesso, incluindo transbordos e modos de transporte:

‒ As tarifas e títulos de transportes disponibilizados no percurso, a área geográfica, e utilizados em conjunto com outros modos de transporte ou operadores.

‒ As condições de acesso a bonificações e descontos.

‒ Os direitos e deveres dos passageiros e obrigações dos operadores, bem como regras gerais aplicáveis ao contrato de transporte entre o operador de transportes e o passageiro

Page 17: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

- 16 -

III. ESPECIFICAÇÃO DOS «NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO»

1) RECURSOS E INSTRUMENTOS DE PLANEAMENTO

A reconfiguração da oferta de transporte público de passageiros decorre, em regra,

da necessidade de adequação da oferta à procura, por se terem verificado alterações

nos padrões de mobilidade e na localização de zonas residenciais ou de polos

geradores de viagens, designadamente de serviços de saúde e de educação.

Transformações tecnológicas que

modificam a perspetiva de qualidade das

autoridades de transportes e da sociedade

em geral, especialmente no que se refere à

eficiência energética e ambiental, são

também razões que, com frequência,

determinam o ajustamento da oferta de

transporte público.

A definição do conceito de «níveis

mínimos de serviço público de transporte»

fundamenta-se numa perspetiva de qualidade

mais ampla, visando um sistema mais

inclusivo, não discriminatório, acessível a

todos os cidadãos e economicamente

sustentável.

Como decorre no número 2, do Anexo a que

se refere o Art.º 14.º do RJSPTP (ver caixa),

para a especificação de «níveis mínimos de

serviço público de transporte» deve

identificada, caracterizada e correlacionada

informação, designadamente respeitante:

À população das áreas geográficas

abrangidas pelos serviços de transporte;

Às estruturas territoriais e aos sistemas

urbanos estabelecidos nos instrumentos

de planeamento;

Infraestruturas e redes de transportes;1

Oferta e procura de transporte;

Padrões de mobilidade e movimentos

pendulares;

Orientações de planos de transportes ou

de mobilidade existentes.

1 Transporte regular, flexível, escolar, de táxi e outros; transporte ferroviário, fluvial, rodoviário em sítio

próprio e expresso, que atravessem ou sirvam a área geográfica em estudo; serviços estruturantes em áreas geográficas adjacentes.

Anexo a que se refere o Art.º 14.º do

REGIME JURÍDICO DO SERVIÇO

PÚBLICO DE TRANSPORTE DE

PASSAGEIROS

2 — A operacionalização dos níveis

mínimos de serviço público de

transporte de passageiros, referida no

número anterior, deve considerar as

seguintes referências:

a) A área geográfica em que o serviço

público se desenvolve, bem como as

estruturas territoriais e sistemas

urbanos estabelecidos em sede de

instrumentos de planeamento

territorial, nomeadamente no Programa

Nacional da Política de Ordenamento

do Território, programas regionais de

ordenamento do território e nos planos

diretores municipais;

b) Os instrumentos de planeamento de

transportes e mobilidade existentes, os

padrões de mobilidade associados

tanto às necessidades de acesso a

polos geradores ou atratores de

deslocações e a equipamentos e

serviços públicos de referência,

designadamente nas áreas da saúde e

educação, bem como os movimentos

pendulares decorrentes dos resultados

do recenseamento geral da população

(censo) mais recente ou noutras fontes

de recolha de informação.

Page 18: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

- 17 -

1 - SUBSECÇÕES ESTATÍSTICAS NUMA FREGUESIA URBANA

1 - SUBSECÇÕES ESTATÍSTICAS NUMA FREGUESIA URBANA

Page 19: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

- 18 -

2 - SUBSECÇÕES ESTATÍSTICAS NUMA FREGUESIA RURAL

Page 20: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

- 19 -

COMO SE VERIFICA SE UM DETERMINADO LOCAL SE

ENCONTRA «MINIMAMENTE» SERVIDO?

Um «local» ou um lugar, considera-se minimamente servido se existirem uma ou mais

paragens de transportes dentro do seu perímetro, ou se se a maior parte do seu

território se situar a uma distância suficientemente curta para ser percorrida a pé.

Sem prejuízo da avaliação dos percursos pedonais em cada caso, designadamente

em matérias de segurança, penosidade, conforto, etc., para determinar se um «local»

ou um lugar, se encontra minimamente servido, poderão adotar-se como referência

os seguintes valores de distância em linha reta entre esse local e a paragem mais

próxima:

Modos Áreas urbanas Zonas rurais

‒ Rodoviário 250 m 500 m

‒ Ferroviários e fluvial 500 m 1000 m

?

1

11 - COMO SE VERIFICA SE UM DETERMINADO LOCAL SE ENCONTRA «MINIMAMENTE» SERVIDO?

OS NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO GARANTEM A

ADEQUAÇÃO DA OFERTA À PROCURA?

Os critérios de qualidade dos serviços mínimos apenas garantem a não

ocorrência de situações de exclusão associadas à ausência de serviços de

transportes, que afetem para a coesão económica, social e territorial. Por si só,

os «serviços mínimos» não garantem a adequação da oferta à procura.

As autoridades de transportes podem, inclusivamente, contemplar locais com

dimensão igual ou inferior a 40 habitantes.

Em casos de maior procura ou de procura mais diversificada as autoridades de

transportes devem planear a cobertura territorial, os horários e as frequências de

forma a poder responder à procura de forma adequada.

As coberturas territoriais ou adequando frequências mais elevadas.

?

1

12 - OS NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO GARANTEM A ADEQUAÇÃO DA OFERTA À PROCURA?

Page 21: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

- 20 -

EM QUE CASOS PODE SER DISPENSADA A OFERTA

DE «NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO»?

As autoridades de transporte podem deliberar, de forma fundamentada, não

implementar «serviços mínimos» em casos concretos, designadamente nas seguintes

situações:

‒ Locais com procura muito reduzida e em que os custos associados à prestação do

serviço - mesmo com recurso a soluções de transporte flexível - são muito

superiores aos custos dos serviços comparáveis, quer sob o ponto de vista

económico quer financeiro;

‒ Que disponham de ligações já estabelecidas a localidades com funções

equivalentes às da sede do município ou que, por qualquer outra via, o acesso a

certos serviços básicos se encontre assegurado.

‒ As autoridades de transporte podem, também, deliberar de forma fundamentada,

não implementar «serviços mínimos» nas ligações entre sedes de municípios de

uma mesma comunidade intermunicipal, quando possam evidenciar que, pelo facto

de apresentarem um nível de funções similares, não se justificam essas ligações.

?

1

13 - EM QUE CASOS PODE SER DISPENSADA A OFERTA DE «NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO»?

COMO PODE SER AVALIADA A VIABILIDADE DE A

IMPLEMENTAÇÃO DE «SERVIÇOS MÍNIMOS»?

Cabe a cada uma das autoridades de transporte competentes avaliar de que

forma podem ser assegurados os «serviços mínimos» e determinar os

respetivos encargos, designadamente, através da criação de serviços

“experimentais” que permitam determinar a proporcionalidade entre a procura e

os custos da oferta de «serviços mínimos» de transporte.

?

1

14 - COMO PODE SER AVALIADA A VIABILIDADE DE IMPLEMENTAÇÃO DE «SERVIÇOS MÍNIMOS»?

Page 22: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

- 21 -

2) METODOLOGIA DE APLICAÇÃO

A aplicação das orientações sobre «serviços mínimos de transporte público de

passageiros» requer alguma disciplina na abordagem. A metodologia em seguida

indicada é adequada para o efeito.

Em meio rural podem ser adotadas outras distâncias.

Considera-se que os recursos mínimos necessários ao desenvolvimento de um

modelo de análise para a especificação de «níveis mínimos de serviço público de

transporte de passageiros» são os seguintes:

– Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP 2017);

– Localização das BGRI e respetiva população (Censos 2011);

– Localização dos equipamentos dos serviços públicos de referência;

– Horários, percursos e paragens das redes de transportes públicos

(rodoviárias e ferroviárias);

– Sistema de informação geográfica ou «software» de modelação de tráfego.

1 • Análise por munícipio e por tipo de equipamento

2 • Identificação das BGRI com 40 ou mais habitantes

3

• Identificação das linhas de transporte público que intersetam as áreas de influência dos equipamentos, inscrevendo círculos com raio de 250 metros centrados nas paragens e nos equipamentos (500 metros para a rede ferroviária). *

4 • Identificação das BGRI (locais) servidas pelas linhas identificadas no ponto anterior (ligações diretas). *

5

• Para as BGRI não servidas diretamente verificar se são servidas por linhas que intersetam as áreas de influência das linhas identificadas em 3 (eventual ligação com um transbordo).

6 • Verificação pelos horários das linhas do cumprimento das condições de tempo de espera do transbordo.

Page 23: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

- 22 -

INSTRUMENTOS DE ORDENAMENTO E DE PLANEAMENTO

De um modo geral os instrumentos de gestão territorial estão previstos na legislação

geral ou específica, em particular na Lei n.º 48/98 de 11 de agosto, alterada pela Lei

nº. 54/2007 de 31 de agosto - que estabelecem as bases da política de ordenamento

do territorial e de urbanismo - e no Decreto-Lei n.º 80/2015 de 14 de maio, que

precedeu à revisão do regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial.

As políticas de ordenamento do território e de urbanismo assentam no sistema de

gestão territorial que se envolve, num quadro de interação coordenada, os âmbitos

nacional, regional e municipal.

São instrumentos de desenvolvimento territorial:

– Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território;

– Planos Regionais de Ordenamento do Território;

– Planos Intermunicipais de Ordenamento do Território;

– Planos Especiais de Ordenamento do Território.

São instrumentos de planeamento territorial os planos municipais:

– Plano Diretor Municipal;

– Plano de Urbanização;

– Plano de Pormenor.

São instrumentos de política setorial os planos desenvolvidos pelos diversos setores

da administração central, nomeadamente nos domínios dos transportes, das

comunicações, da energia e recursos geológicos, da educação e da formação, da

cultura, da saúde, da habitação, do turismo, da agricultura, do comércio e indústria,

das florestas e do ambiente.

No presente contexto são especialmente relevantes os Planos de Transporte Escolar

(PTE), os Planos Estratégicos de Desenvolvimento Urbano (PEDU) e os Planos de

Ação de Mobilidade Urbana Sustentável (PAMUS).

---=---

Informação e recursos mínimos necessários ao desenvolvimento de um modelo de

análise com vista à especificação de «níveis mínimos de serviço público de transporte

de passageiros»:

– Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP 2017);

– Localização das BGRI e respetiva população (Censos 2011);

– Localização dos equipamentos dos serviços públicos de referência;

– Horários, percursos e paragens das redes de transportes públicos

(rodoviárias e ferroviárias);

– Sistema de informação geográfica ou «software» de modelação de

tráfego.

1 - SUBSECÇÕES ESTATÍSTICAS NUMA FREGUESIA URBANA

Page 24: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

3 – DELIMITAÇÃO E CARATERIZAÇÃO DE BGRI COM MAIS DE 40 HABITANTES (1)

Page 25: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

4 - DELIMITAÇÃO E CARATERIZAÇÃO DE BGRI COM MAIS DE 40 HABITANTES (2)

Page 26: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

5 - AVALIAÇÃO DA «ACESSIBILIDADE» AOS SERVIÇOS MUNICIPAIS DA PÓVOA DO VARZIM (1)

Page 27: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

6 - AVALIAÇÃO DA «ACESSIBILIDADE» AOS SERVIÇOS MUNICIPAIS DA PÓVOA DO VARZIM (2)

Page 28: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

7 - AVALIAÇÃO DA «ACESSIBILIDADE» AOS SERVIÇOS MUNICIPAIS DA PÓVOA DO VARZIM (3)

Page 29: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

8 - AVALIAÇÃO DA «ACESSIBILIDADE» AOS SERVIÇOS MUNICIPAIS DA PÓVOA DO VARZIM (4)

Page 30: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

9 - COBERTURA ESPACIAL DE SERVIÇOS DE TRANSPORTES NO MUNICÍPIO DA MAIA

Page 31: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

10 - COBERTURA ESPACIAL DE SERVIÇOS DE TRANSPORTES – ESCOLAS BÁSICAS 2/3

Page 32: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

11 - COBERTURA ESPACIAL DE SERVIÇOS DE TRANSPORTES – ESCOLAS SECUNDÁRIAS E PROFISSIONAIS

Page 33: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

12 - COBERTURA ESPACIAL DE SERVIÇOS DE TRANSPORTES – EQUIPAMENTOS DE SAÚDE

Page 34: DEFINIÇÃO DE NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇO NO TRANSPORTE

Grupo de Trabalho para a Capacitação

das Autoridades de Transportes

31 de outubro, 2018 (rev.)