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degusta ESTADO DE MINAS D O M I N G O , 1 1 D E D E Z E M B R O D E 2 0 1 1 EDUARDO AVELAR 2 MUITO prazer RAFAEL MOTTA/TV ALTEROSA Doce conspiração Kit básico de degustação ESTADO DE MINAS D O M I N G O , 1 1 D E D E Z E M B R O D E 2 0 1 1 3 HELBERT ALESSANDRO SOMMELIER DO RESTAURANTE VECCHIO SOGNO HORA DO vinho degusta ‘Dar de comer é dar a vida’ Cardiologista Marcio Kalil trata do coração e do paladar. A culinária é sua válvula de escape para fugir do estresse da profissão LILIAN MONTEIRO A prendi com o cardio- logista Marcio Kalil, médico com currícu- lo respeitável, que o bom árabe come na alegria, na tristeza, na briga, no nascimento ou na morte. De ori- gem síria, desde criança ele val- oriza a comida. A família veio pa- ra o Brasil entre as duas grandes guerras e teve que lidar com a falta de alimento. Daí surgiu a preocupação com a fartura. Ao longo das gerações, a vida do clã melhorou e o prazer em comer ficou enraizado: “Quando a cozi- nha árabe se uniu à mineira, es- se viés dobrou. Em casa, tudo acaba na cozinha”, diz. Os Natais em família estão en- tre as mais fortes referências gas- tronômicas de Marcio. Na casa do avô Assad Kalil, além da mesa far- ta e do tradicional carneiro rechea- do compartilhado por todos, cada um tinha direito “a um frango in- teiro”. Com os anos e a morte dos avós, os três irmãos casados, inclu- sive seu pai, foram morar lado a la- do na Pampulha. Durante a sema- na, ele escolhia a casa onde iria al- moçar depois de visitar cada uma delas, e os almoços de domingo, a cada semana sob a responsabilida- de de uma das famílias, eram uma farra para a criançada: “A comida começava a ser preparada no sába- do e eu e a minha irmã, Carla, ía- no acabar o prato. Sonho em fazer um curso na Cordon Blue, em Pa- ris, ou mesmo na Itália. No entan- to, a medicina me absorve. Por ou- tro lado, como trabalho sempre no limite, cozinhar é uma válvula de escape. Tanto que vou pouco a res- taurantes, prefiro fazer tudo em ca- sa. E não dou conta de cozinha su- ja, quando termino está tudo lim- po”. Felizes são Ângela e os filhos, Ana Luiza e Lucas: “O Lucas come- ça a mostrar interesse. Já a Ana Lui- za prefere degustar, mas acha ba- cana e, no fim, os dois ajudam”. CLÍNICA Com profundo interesse por áreas tão díspares, o cardiolo- gista encontrou um meio de uni- las. Na sua clínica, a Doctus Medi- cina a la Carte, no Bairro São Pe- dro, ele montou uma equipe mustidisciplinar que vai além do tratamento clínico e da doença: “A ideia é intervir nos hábitos de vi- da dos pacientes de maneira efi- caz e com custo efetivo. A gente é o que come e há uma falta de compromisso das pessoas com a saúde”. Ele garante que se pode comer de tudo, eventualmente até bacon. “É preciso aprender que a forma de fazer determina a qua- lidade dos alimentos.” Marcio explica que não se deve ingerir líquido durante a refeição, porque o gosto da comida será “la- vado” e a pessoa vai consumir mais do que precisa. E avisa: uma refeição precisa durar, no mínimo, mos para a cozinha ajudar a minha mãe”. Os encontros, apesar da au- sênciadosavósedospaisdeMarcio, foram preservados. “Reunimos os primos para lembrar os pratos da família e para resgatar a culinária árabe.” Muitos deles põem a mão na massa, conta, mas outros se con- tentam com “a boca na massa”. Marcio é um curioso na cozinha. Apesar de não ter feito nenhum curso regular e não pleitear o diplo- ma de chef, é criativo, tem paladar refinado, se arrisca e sente prazer em cozinhar e capricha na monta- gem da comida, que desenha an- tes: “Vejo o prato como uma tela, e a comida é a minha tinta”. Assim, depois de um curso domiciliar rá- pido de comida japonesa e de espo- rádicas aulas com Ivo Faria, do Vec- chio Sogno, viu-se envolvido nessa arte comprando livros, criando re- ceitas, fazendo testes e tendo os mercados como o primeiro desti- no, seja no Brasil ou no exterior: “Comida boa é a benfeita”. A sua é aprovada até em con- cursos. Chegou a duas semifinais de eventos promovidos pela Sofi- tel, um deles preparado com o amigo e parceiro de fogão Wilson Mayrink Filho e o outro elogiado pela embaixatriz da Noruega. O gosto de ser campeão, porém, sen- tiu graças a um desafio lançado pela marca portuguesa de azeites Andorinha. A receita vencedora recebeu o nome de pesto nordes- tino, com agrião, castanha-de-ca- ju e queijo de coalho no lugar dos ingredientes tradicionais do clás- sico italiano, manjericão, pinóli e queijo parmiggiano ou pecorino. Para substituir o espaguete, usou tapioca fatiada. Ao lado de outros cardiologis- tas, Marcio faz parte da Confraria Chefes do Coração, a Triplo C, que tem marca estilizada e até proje- to de livro. Eles adoram desafios e, apesar de reforçar que não são chefs, já encararam eventos gran- diosos, como um jantar para 400 convidados da Sociedade Minei- ra de Cardiologia. Ele também já preparou sua famosa paella para 150 pessoas. Marcio faz de tudo, mas é exi- gente: “Acho que me falta refino Miolo de alcatra com legumes ao pesto nordestino INGREDIENTES PARA 4 PORÇÕES 400g de miolo de alcatra em bifes; 2 batatas; 4 aspargos frescos; 4 cenouras; 100g de folhas de agrião; 100g de castanha-de-caju picada, sem sal; 100g de queijo de coalho ralado; 120ml de azeite extravirgem; pimenta-do-reino e sal a gosto e flores de agrião para enfeitar. MODO DE FAZER Descasque as batatas e as cenouras e corte-as em cubos. Separe as pontas dos aspargos. Leve a ferver em água com um pouco de sal até amaciar e reserve. Tempere os bifes com sal e pimenta-do-reino a gosto e deixe descansar por alguns minutos. Grelhe em frigideira bem quente, com um fio de azeite. Processe o agrião, a castanha-de-caju e o queijo de coalho com azeite. Acerte o sal. MONTAGEM Em uma travessa, ponha o bife grelhado e os legumes. Ferva um pouco de água para diluir o pesto e jogue sobre o bife e os legumes. Sirva imediatamente. Enfeite com flores de agrião. 20 minutos. Aliás, na equipe multi- disciplinar de Marcio há uma nutri- cionista, uma endocrinologista, uma fisioterapeuta e a chef de cozi- nha Cristina Gatti. E mais, na clínica há uma cozinha toda equipada: “Buscar saúde é viver melhor”, ensi- na o médico cozinheiro. “Há um di- tado árabe que diz: ‘Você dar de co- mer é dar a vida’. Acho que é isso”. Nesta edição do Degusta, Marcio ensina como fazer mio- lo de alcatra com legumes ao pesto nordestino. “Vejo o prato como uma tela, e a comida é a minha tinta”, diz Marcio Kalil, que já teve seu talento como cozinheiro premiado com viagem a Portugal FOTOS: PEDRO MOTTA/ESP. EM Hoje convido você a conspirar um pouco, mas não no estilo tradicional do mineiro. Estou pregando aos brados humorados a desobediência civil contra esta onda de politicamente correto que afronta nossos costumes e, principalmente, as nossas alegrias à mesa ou até mesmo fora dela. Inspirei-me numa cena cotidiana para escrever este texto. Ao passear pelas imediações tentadoras da padaria do Verdemar, me deparei com uma senhora bonita, esbelta – dentro dos padrões que alguns teimam em transformar em lei (há controvérsias) –, lutando contra o desejo de avançar num lindo pedaço de torta que uma promotora de vendas lhe oferecia. Discretamente, continuei reparando e aguardando o desfecho da luta. Até onde iria aquele sofrimento? Venceria a ditadura do diet ou o prazer? Para o meu deleite, venceu o prazer, e até compartilhei silenciosamente a vitória, pela alegria indescritível estampada no rosto da senhora ao dar a primeira mordida. Deu vontade de socar o ar e gritar: “Açúcar já!”. Até imaginei uma cena de revista de quadrinhos, com aquele balãozinho sobre a cabeça da senhora indicando que ela pensava assim: “Quantas calorias será que tem só neste pedacinho? Ai, meu Formado pela Associação Brasileira de Sommeliers-RJ, trabalho no Restau- rante Vecchio Sogno há 10 anos e também dou cursos para grupos de enófilos e presto consultoria na área. Ao longo desses anos de carreira, aprendi que para apreciar tudo o que um vinho tem a oferecer as taças ade- quadas são fundamentais. Ao entrar numa loja, não se deve escolhê-las pe- lo valor estético, mas por suas carac- terísticas técnicas, já que recipientes inapropriados podem tanto mascarar os defeitos de um rótulo quanto es- conder as suas virtudes. O kit básico para alguém que co- meça a se interessar por essa bebida fascinante deve conter, pelo menos, quatro tipos de recipiente: 1) taça flu- te para espumantes – o formato alon- gado preserva os aromas desse tipo de vinho. Prefira os modelos com fundo texturizado, desenhados para proporcionar melhor desprendimen- to da perlage (as borbulhas) do líqui- do; 2) taça para brancos – o bojo mé- dio serve a dois objetivos: conservar por mais tempo a temperatura ideal de consumo desse tipo de bebida, mais baixa que a dos tintos, e preser- var os aromas mais delicados que os brancos normalmente apresentam. Pode ser usada também para apreciar rosés; 3) taça bordeaux – de bojo Garoto (inteira) e tomando sorvete na São Domingos. Desde então, e até sempre, amamos goiabada com queijo, doce de leite, torta de nozes bem molhadinha, ambrosia de qualquer roça, arroz-doce com canela, chocolates suíços bem macios, macarrons e tarteletes francesas, doces sírios muuuito doces, pastéis de Belém, tiramissu bem geladinho, doces em calda (todos), cocada, pé de moleque... Açúcar, açúcar! É uma ótima época para refletir e praticar um pouco de solidariedade e generosidade. Elogie sempre as medidas da sua mulher ou do seu marido, dos seus amigos, se admire como você é e aproveite as festas para usufruir e presentear alguém com uma caixa de doçuras. E como estamos nos insurgindo, e hoje é domingo, adoce o seu dia com muito prazer e nenhuma culpa. Deixe para equilibrar as calorias amanhã, mas lembre-se: sem sofrer. Experimente! frutos do mar, salmão e pratos das cozinhas japonesa (inclusive com sushis) e asiática, pois seu frescor ressalta o sabor desses preparos. O italiano Negramaro Appolonio (R$ 58 na Casa do Vinho, fone 3286- 7891), da região da Puglia, é uma bebi- da rica, de boa estrutura, com taninos domados e aromas complexos (café, compota de frutas vermelhas, um pouco de couro). Um vinho clássico 100% negroamaro, harmoniza bem com o leitão e o lombo de porco da ceia natalina. A sugestão de espumante é o na- cional Vallontano Brut Rosé (R$ 44,90, Importadora Mistral, fone 31-3115-2100), de deliciosa acidez. Vinho muito fresco e com fruta bem acentuada, acompanha muito bem os petiscos servidos antes da ceia de Natal ou ano-novo. Aliás, além de ser excelente escolha para a hora do brinde, combina com tu- do, harmoniza bem com qualquer prato apresentado numa refeição, do início ao fim. alongado e bordas ligeiramente fe- chadas, é a mais procurada para a apreciação de tintos de mais corpo (à base de uvas cabernet sauvignon, malbec, carmenére, chianti e brune- llo). Oferece mais espaço para a aera- ção da bebida e também a direciona às papilas gustativas na ordem corre- ta; e 4) taça borgonha – de bojo mais largo e borda mais aberta, é indicada para vinhos mais delicados (pinot noir, cabernet franc, gamay e outros tintos leves). Um decanter, peça usada para dei- xar a bebida descansar um pouco an- tes de ser consumida, também é ne- cessário para um enófilo. O tema fica- rá, porém, para uma próxima ocasião. Agora, vamos às dicas de rótulos de bom custo-benefício de hoje. O Beso de Vino Rosé (R$ 36 a gar- rafa no Athelier do Vinho, fone 31- 2535-9488) vem da região de Carine- ña, no Nordeste da Espanha), e é ela- borado com a uva garnacha/grena- che. Frutado e com uma acidez su- pergostosa, harmoniza bem com Deus, quanto tempo de esteira pra queimar…? Será que a balança vai me punir? Ah! Mas só um pedacinho não faz mal, né?. “ Gente, acho que vou pedir ao meu médico ortomolecular que faça um estudo sobre a quantidade de venenos que são produzidos em nosso organismo quando sofremos intensamente por uma dúvida “moral” como essa. Chega, né, pessoal? Já não bastam os “especialistas em desprazer” para nos convencer que balas e outras doçuras são do mal? Há mãe que não dá bala para criança! Absurdo! Como vai crescer esse menino sem conhecer os doces prazeres imprescindíveis a uma infância feliz? Nós, que fomos crianças normais, adoramos tudo assim, balas, pirulitos, paçoquinha, picolé. Fomos também adolescentes rebeldes e românticos, levando balinha de maçã da Lalka, Nhá Benta e o Chumbinho, da Kopenhagen, e drops Dulcora para o cinema, comendo caixa de bombons ‘Dar de comer é dar a vida’ PATRICIA CRESPO Quando usamos a expressão popular “que abacaxi!”, queremos dizer que a situação está complicada, difícil de resolver. A frase provavel- mente foi inspirada na tarefa um tanto desa- gradável de descascar a fruta. Sua casca rugosa e coroa espinhenta afastam preguiçosos e me- lindrosos. Entretanto, concluído o trabalho, o paladar agradece. Degustado ao natural, bem ao jeito dos mineiros, acostumados a comprá- lo em caminhões estrategicamente estaciona- dos pelas ruas, ou como ingrediente de incon- táveis receitas nacionais e internacionais, o aba- caxi encanta pelo sabor e pelo aroma. Natural da América tropical, é fruta de tem- po quente. Portugueses e espanhóis, durante o período das grandes navegações, se encarre- garam de espalhar a planta pela Europa e di- fundi-la por todo o Oriente, onde se adaptou e criou raízes no solo e na cultura. Sua aparência exótica e o apêndice que ostenta na parte su- perior, que lembra uma coroa – na realidade, pétalas que restaram da sua floração –, lhe va- leram o merecido apelido de rei dos frutos. Ca- ribe, Ásia, América Latina, Hemisfério Norte, por toda parte ele é incluído nos cardápios. Popular na China, na Índia, na Tailândia e nas Filipinas, países responsáveis por boa par- te da produção mundial, na Inglaterra ele ain- da marca presença, esculpido em pedra, nas fa- chadas de propriedades centenárias, simboli- zando status e hospitalidade. Terra de clima frio e úmido, sem o calor da sua região de ori- gem, na Grã-Bretanha o cultivo da fruta deu trabalho a gerações de jardineiros da nobreza, que se gabava ao apresentá-lo à mesa. Coorde- nador da gastronomia da rede de supermerca- dos Super Nosso, Fernando Mendonça conta: “Trabalhei por um período na cozinha do Res- taurante The Dorchester, em Londres, sob a ba- tuta do afamado chef francês Alain Ducasse, laureado com três estrelas pelo Guia Michelin. Naquele país, o abacaxi justifica o seu reinado. No menu das sobremesas, o pineapple theme (abacaxi temático) convida o paladar a harmo- nizar os sabores doce, cítrico e meio amargo da fruta, transformada e servida em forma de cre- me, carpaccio e sorbet”, conta. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de abacaxi, uma das frutas mais consumidas pelo mundo afora, tanto ao natu- ral quanto em forma de conserva. No país, as variedades mais cultivadas, apreciadas e ex- portadas são a pérola e a cayenne, essa última considerada a queridinha dos mineiros, popu- larmente conhecida como abacaxi de massa amarela. Faz parte do circuito turístico de Belo Horizonte provar a fruta amarelinha, espeta- da no palito, em bancas do Mercado Central. O abacaxi é bastante utilizado para acom- panhar pratos natalinos. Vistosas fatias cara- meladas ou cristalizadas acompanham os pe- rus e cortes de porco tradicionais das ceias. No entanto, o seu uso na gastronomia se res- tringe aos festejos da época. Chefs mineiros privilegiam o fruto o ano inteiro e criam re- ceitas inusitadas como a servida pelo chef Guilherme Melo, do Restaurante Hermengar- da, no Carmo: “Adoro valorizar os sabores re- gionais e, para servir a fruta, criei uma calda quente de cachaça e açaí. Os clientes adoram,” conta Guilherme. Famoso por suas criações, o requisitado chef Ivo Faria, do Restaurante Vecchio Sogno, gosta de usar o abacaxi grelhado, assado e fri- to em farinha japonesa como acompanha- mento de diversos tipos de carnes. Para finali- zar uma refeição, ele ousa propor uma sobre- mesa formada pela fruta crua servida com pi- menta-do-reino e calda de lavanda. Mas Ivo avisa: “Abacaxi não amacia carnes, ele as estra- ga, pelo efeito de sua poderosa enzima, a bro- melina, que destrói as fibras das proteínas”. Por isso, aconselha: “Se for usá-lo em marina- das, é preciso ter muito cuidado para que as carnes não se desmanchem”. Para esta edição do Degusta propomos uma releitura do tradicional lombo com abacaxi. De execução simples e rápida, o es- peto de lombinho com a fruta grelhada é uma ótima opção de petisco para reuniões de confraternização. *Formada em jornalismo pela PUC Minas e em gastronomia pela Estácio de Sá. Espeto de lombinho com abacaxi INGREDIENTES 1/2kg de lombinho (mignonzinho) de porco cortado em cubos; 1/2 abacaxi cortado em cubos; suco de 1/2 limão; 1 dente de alho amassado; pimenta-calabresa a gosto; 1 colher de sopa de melado de cana; 1 colher de sopa de molho shoyu e 2 colheres de sopa de azeite. MODO DE FAZER Misture o suco de limão, o alho e a pimenta e tempere o lombinho. Aqueça o azeite numa frigideira e salteie a carne até ficar com uma cor bem dourada. Acrescente o molho shoyu e deixe secar. Enquanto isso, em outra frigideira, doure os cubos de abacaxi com o melado de cana. Monte os espetinhos intercalando pedaços de lombinho e abacaxi e sirva. Em Belo Horizonte, ele faz parte do roteiro turístico, vendido em metades espetadas em palitos nas bancas do Mercado Central FOTOS: PEDRO MOTTA/ESP. EM das frutas O rei coroado Usado o ano inteiro na cozinha caseira e na alta gastronomia, abacaxi tem lugar de destaque nas festas de fim de ano JUNIO AMARO/DIVULGAÇÃO

Degusta 08/01/2012

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Coluna Muito Prazer, caderno degusta 08/01/2012

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Page 1: Degusta 08/01/2012

degustaE S T A D O D E M I N A S ● D O M I N G O , 1 1 D E D E Z E M B R O D E 2 0 1 1

EDUARDO AVELAR

2

MUITOprazer

RAFAEL MOTTA/TV ALTEROSA

Doceconspiração

Kit básico dedegustação

E S T A D O D E M I N A S ● D O M I N G O , 1 1 D E D E Z E M B R O D E 2 0 1 1

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HELBERT ALESSANDRO

SOMMELIER DORESTAURANTE

VECCHIO SOGNO

HORA DO

vinho

degusta

‘Dar de comeré dar a vida’

CardiologistaMarcio Kaliltrata docoração e dopaladar. Aculinária ésua válvulade escapepara fugir doestresse daprofissão

LILIAN MONTEIRO

Aprendi com o cardio-logista Marcio Kalil,médico com currícu-lo respeitável, que obom árabe come na

alegria, na tristeza, na briga, nonascimento ou na morte. De ori-gem síria, desde criança ele val-oriza a comida. A família veio pa-ra o Brasil entre as duas grandesguerras e teve que lidar com afalta de alimento. Daí surgiu apreocupação com a fartura. Aolongo das gerações, a vida do clãmelhorou e o prazer em comerficou enraizado: “Quando a cozi-nha árabe se uniu à mineira, es-se viés dobrou. Em casa, tudoacaba na cozinha”, diz.

Os Natais em família estão en-tre as mais fortes referências gas-tronômicas de Marcio. Na casa doavô Assad Kalil, além da mesa far-taedotradicionalcarneirorechea-do compartilhado por todos, cadaum tinha direito “a um frango in-teiro”. Com os anos e a morte dosavós, os três irmãos casados, inclu-siveseupai, forammorarladoala-do na Pampulha. Durante a sema-na, ele escolhia a casa onde iria al-moçar depois de visitar cada umadelas, e os almoços de domingo, acadasemanasobaresponsabilida-de de uma das famílias, eram umafarra para a criançada: “A comidacomeçavaaserpreparadanosába-do e eu e a minha irmã, Carla, ía-

no acabar o prato. Sonho em fazerum curso na Cordon Blue, em Pa-ris, ou mesmo na Itália. No entan-to, a medicina me absorve. Por ou-trolado,comotrabalhosemprenolimite, cozinhar é uma válvula deescape.Tantoquevoupoucoares-taurantes,prefirofazertudoemca-sa. E não dou conta de cozinha su-ja, quando termino está tudo lim-po”. Felizes são Ângela e os filhos,Ana Luiza e Lucas: “O Lucas come-çaamostrarinteresse. JáaAnaLui-za prefere degustar, mas acha ba-cana e, no fim, os dois ajudam”.

CLÍNICA Com profundo interessepor áreas tão díspares, o cardiolo-gista encontrou um meio de uni-las. Na sua clínica, a Doctus Medi-cina a la Carte, no Bairro São Pe-dro, ele montou uma equipemustidisciplinar que vai além dotratamento clínico e da doença: “Aideia é intervir nos hábitos de vi-da dos pacientes de maneira efi-caz e com custo efetivo. A gente éo que come e há uma falta decompromisso das pessoas com asaúde”. Ele garante que se podecomer de tudo, eventualmenteaté bacon. “É preciso aprender quea forma de fazer determina a qua-lidade dos alimentos.”

Marcio explica que não se deveingerir líquido durante a refeição,porque o gosto da comida será “la-vado” e a pessoa vai consumirmais do que precisa. E avisa: umarefeiçãoprecisadurar,nomínimo,

mosparaacozinhaajudaraminhamãe”. Os encontros, apesar da au-sênciadosavósedospaisdeMarcio,foram preservados. “Reunimos osprimos para lembrar os pratos dafamília e para resgatar a culináriaárabe.” Muitos deles põem a mãonamassa,conta,masoutrossecon-tentamcom“abocanamassa”.

Marcioéumcuriosonacozinha.Apesar de não ter feito nenhumcursoregularenãopleitearodiplo-ma de chef, é criativo, tem paladarrefinado, se arrisca e sente prazerem cozinhar e capricha na monta-gem da comida, que desenha an-tes: “Vejo o prato como uma tela, ea comida é a minha tinta”. Assim,depois de um curso domiciliar rá-pidodecomidajaponesaedeespo-

rádicasaulascomIvoFaria,doVec-chio Sogno, viu-se envolvido nessaarte comprando livros, criando re-ceitas, fazendo testes e tendo osmercados como o primeiro desti-no, seja no Brasil ou no exterior:“Comida boa é a benfeita”.

A sua é aprovada até em con-cursos. Chegou a duas semifinaisde eventos promovidos pela Sofi-tel, um deles preparado com oamigo e parceiro de fogão WilsonMayrink Filho e o outro elogiadopela embaixatriz da Noruega. Ogosto de ser campeão, porém, sen-tiu graças a um desafio lançadopela marca portuguesa de azeitesAndorinha. A receita vencedorarecebeu o nome de pesto nordes-tino, com agrião, castanha-de-ca-

ju e queijo de coalho no lugar dosingredientes tradicionais do clás-sico italiano, manjericão, pinóli equeijo parmiggiano ou pecorino.Para substituir o espaguete, usoutapioca fatiada.

Ao lado de outros cardiologis-tas, Marcio faz parte da ConfrariaChefes do Coração, a Triplo C, quetem marca estilizada e até proje-to de livro. Eles adoram desafiose, apesar de reforçar que não sãochefs, já encararam eventos gran-diosos, como um jantar para 400convidados da Sociedade Minei-ra de Cardiologia. Ele também jápreparou sua famosa paella para150 pessoas.

Marcio faz de tudo, mas é exi-gente: “Acho que me falta refino

MMiioolloo ddee aallccaattrraa ccoommlleegguummeess aaoo ppeessttoo nnoorrddeessttiinnoo

●● INGREDIENTESPARA 4 PORÇÕES

400g de miolo dealcatra em bifes; 2batatas; 4 aspargosfrescos; 4 cenouras;100g de folhas deagrião; 100g decastanha-de-cajupicada, sem sal;100g de queijo decoalho ralado; 120mlde azeiteextravirgem;pimenta-do-reino esal a gosto e flores deagrião para enfeitar.

●● MODO DE FAZER

Descasque as batatas e as cenouras e corte-asem cubos. Separe as pontas dos aspargos. Leve aferver em água com um pouco de sal atéamaciar e reserve. Tempere os bifes com sal epimenta-do-reino a gosto e deixe descansarpor alguns minutos. Grelhe em frigideira bemquente, com um fio de azeite. Processe o agrião,a castanha-de-caju e o queijo de coalho comazeite. Acerte o sal.

●● MONTAGEM

Em uma travessa, ponha o bife grelhado e oslegumes. Ferva um pouco de água para diluir opesto e jogue sobre o bife e os legumes. Sirvaimediatamente. Enfeite com flores de agrião.

20 minutos. Aliás, na equipe multi-disciplinardeMarcioháumanutri-cionista, uma endocrinologista,umafisioterapeutaeachefdecozi-nhaCristinaGatti.Emais,naclínicahá uma cozinha toda equipada:“Buscarsaúdeévivermelhor”,ensi-nao médicocozinheiro.“Háumdi-tadoárabequediz: ‘Vocêdardeco-merédaravida’.Achoqueéisso”.

Nesta edição do Degusta,Marcio ensina como fazer mio-lo de alcatra com legumes aopesto nordestino.

“Vejo o prato como uma tela, e acomida é a minha tinta”, dizMarcio Kalil, que já teve seutalento como cozinheiropremiado com viagem a Portugal

FOTOS: PEDRO MOTTA/ESP. EM

Hoje convido você a conspirar umpouco, mas não no estilo tradicionaldo mineiro. Estou pregando aosbrados humorados a desobediênciacivil contra esta onda depoliticamente correto que afrontanossos costumes e, principalmente,as nossas alegrias à mesa ou atémesmo fora dela.

Inspirei-me numa cena cotidianapara escrever este texto. Ao passearpelas imediações tentadoras dapadaria do Verdemar, me depareicom uma senhora bonita, esbelta –dentro dos padrões que algunsteimam em transformar em lei (hácontrovérsias) –, lutando contra odesejo de avançar num lindo pedaço

de torta que uma promotora devendas lhe oferecia. Discretamente,continuei reparando e aguardando odesfecho da luta. Até onde iria aquelesofrimento? Venceria a ditadura dodiet ou o prazer? Para o meu deleite,venceu o prazer, e até compartilheisilenciosamente a vitória, pelaalegria indescritível estampada norosto da senhora ao dar a primeiramordida. Deu vontade de socar o ar egritar: “Açúcar já!”.

Até imaginei uma cena de revistade quadrinhos, com aquelebalãozinho sobre a cabeça dasenhora indicando que ela pensavaassim: “Quantas calorias será quetem só neste pedacinho? Ai, meu

Formado pela Associação Brasileirade Sommeliers-RJ, trabalho no Restau-rante Vecchio Sogno há 10 anos etambém dou cursos para grupos deenófilos e presto consultoria na área.Ao longo desses anos de carreira,aprendi que para apreciar tudo o queum vinho tem a oferecer as taças ade-quadas são fundamentais. Ao entrarnuma loja, não se deve escolhê-las pe-lo valor estético, mas por suas carac-terísticas técnicas, já que recipientesinapropriados podem tanto mascararos defeitos de um rótulo quanto es-conder as suas virtudes.

O kit básico para alguém que co-meça a se interessar por essa bebida

fascinante deve conter, pelo menos,quatro tipos de recipiente: 1) taça flu-te para espumantes – o formato alon-gado preserva os aromas desse tipode vinho. Prefira os modelos comfundo texturizado, desenhados paraproporcionar melhor desprendimen-to da perlage (as borbulhas) do líqui-do; 2) taça para brancos – o bojo mé-dio serve a dois objetivos: conservarpor mais tempo a temperatura idealde consumo desse tipo de bebida,mais baixa que a dos tintos, e preser-var os aromas mais delicados que osbrancos normalmente apresentam.Pode ser usada também para apreciarrosés; 3) taça bordeaux – de bojo

Garoto (inteira) e tomando sorvete naSão Domingos. Desde então, e atésempre, amamos goiabada comqueijo, doce de leite, torta de nozesbem molhadinha, ambrosia dequalquer roça, arroz-doce com canela,chocolates suíços bem macios,macarrons e tarteletes francesas,doces sírios muuuito doces, pastéisde Belém, tiramissu bem geladinho,doces em calda (todos), cocada, pé demoleque... Açúcar, açúcar!

É uma ótima época para refletir epraticar um pouco de solidariedade egenerosidade. Elogie sempre asmedidas da sua mulher ou do seumarido, dos seus amigos, se admirecomo você é e aproveite as festas parausufruir e presentear alguém comuma caixa de doçuras. E comoestamos nos insurgindo, e hoje édomingo, adoce o seu dia com muitoprazer e nenhuma culpa.

Deixe para equilibrar as caloriasamanhã, mas lembre-se: semsofrer. Experimente!

frutos do mar, salmão e pratos dascozinhas japonesa (inclusive comsushis) e asiática, pois seu frescorressalta o sabor desses preparos.

O italiano Negramaro Appolonio(R$ 58 na Casa do Vinho, fone 3286-7891), da região da Puglia, é uma bebi-da rica, de boa estrutura, com taninosdomados e aromas complexos (café,compota de frutas vermelhas, umpouco de couro). Um vinho clássico100% negroamaro, harmoniza bemcom o leitão e o lombo de porco daceia natalina.

A sugestão de espumante é o na-cional Vallontano Brut Rosé (R$44,90, Importadora Mistral, fone31-3115-2100), de deliciosa acidez.Vinho muito fresco e com frutabem acentuada, acompanha muitobem os petiscos servidos antes daceia de Natal ou ano-novo. Aliás,além de ser excelente escolha paraa hora do brinde, combina com tu-do, harmoniza bem com qualquerprato apresentado numa refeição,do início ao fim.

alongado e bordas ligeiramente fe-chadas, é a mais procurada para aapreciação de tintos de mais corpo (àbase de uvas cabernet sauvignon,malbec, carmenére, chianti e brune-llo). Oferece mais espaço para a aera-ção da bebida e também a direcionaàs papilas gustativas na ordem corre-ta; e 4) taça borgonha – de bojo maislargo e borda mais aberta, é indicadapara vinhos mais delicados (pinotnoir, cabernet franc, gamay e outrostintos leves).

Um decanter, peça usada para dei-xar a bebida descansar um pouco an-tes de ser consumida, também é ne-cessário para um enófilo. O tema fica-rá, porém, para uma próxima ocasião.

Agora, vamos às dicas de rótulos debom custo-benefício de hoje.

O Beso de Vino Rosé (R$ 36 a gar-rafa no Athelier do Vinho, fone 31-2535-9488) vem da região de Carine-ña, no Nordeste da Espanha), e é ela-borado com a uva garnacha/grena-che. Frutado e com uma acidez su-pergostosa, harmoniza bem com

Deus, quanto tempo de esteira praqueimar…? Será que a balança vai mepunir? Ah! Mas só um pedacinho nãofaz mal, né?. “ Gente, acho que voupedir ao meu médico ortomolecularque faça um estudo sobre aquantidade de venenos que sãoproduzidos em nosso organismoquando sofremos intensamente poruma dúvida “moral” como essa.

Chega, né, pessoal? Já não bastamos “especialistas em desprazer” paranos convencer que balas e outrasdoçuras são do mal? Há mãe que nãodá bala para criança! Absurdo! Comovai crescer esse menino semconhecer os doces prazeresimprescindíveis a uma infância feliz?Nós, que fomos crianças normais,adoramos tudo assim, balas, pirulitos,paçoquinha, picolé. Fomos tambémadolescentes rebeldes e românticos,levando balinha de maçã da Lalka,Nhá Benta e o Chumbinho, daKopenhagen, e drops Dulcora para ocinema, comendo caixa de bombons

‘Dar de comeré dar a vida’

PATRICIA CRESPO

Quando usamos a expressão popular “queabacaxi!”, queremos dizer que a situação estácomplicada,difícilderesolver.Afraseprovavel-mente foi inspirada na tarefa um tanto desa-gradável de descascar a fruta. Sua casca rugosae coroa espinhenta afastam preguiçosos e me-lindrosos. Entretanto, concluído o trabalho, opaladar agradece. Degustado ao natural, bemao jeito dos mineiros, acostumados a comprá-lo em caminhões estrategicamente estaciona-dos pelas ruas, ou como ingrediente de incon-táveisreceitasnacionaiseinternacionais,oaba-caxi encanta pelo sabor e pelo aroma.

Natural da América tropical, é fruta de tem-po quente. Portugueses e espanhóis, duranteo período das grandes navegações, se encarre-garam de espalhar a planta pela Europa e di-fundi-la por todo o Oriente, onde se adaptou ecriou raízes no solo e na cultura. Sua aparênciaexótica e o apêndice que ostenta na parte su-perior, que lembra uma coroa – na realidade,pétalas que restaram da sua floração –, lhe va-leram o merecido apelido de rei dos frutos. Ca-ribe, Ásia, América Latina, Hemisfério Norte,por toda parte ele é incluído nos cardápios.

Popular na China, na Índia, na Tailândia enas Filipinas, países responsáveis por boa par-te da produção mundial, na Inglaterra ele ain-da marca presença, esculpido em pedra, nas fa-chadas de propriedades centenárias, simboli-

zando status e hospitalidade. Terra de climafrio e úmido, sem o calor da sua região de ori-gem, na Grã-Bretanha o cultivo da fruta deutrabalho a gerações de jardineiros da nobreza,que se gabava ao apresentá-lo à mesa. Coorde-nador da gastronomia da rede de supermerca-dos Super Nosso, Fernando Mendonça conta:“Trabalhei por um período na cozinha do Res-taurante The Dorchester, em Londres, sob a ba-tuta do afamado chef francês Alain Ducasse,laureado com três estrelas pelo Guia Michelin.Naquele país, o abacaxi justifica o seu reinado.No menu das sobremesas, o pineapple theme(abacaxi temático) convida o paladar a harmo-nizar os sabores doce, cítrico e meio amargo dafruta, transformada e servida em forma de cre-me, carpaccio e sorbet”, conta.

O Brasil é um dos maiores produtoresmundiais de abacaxi, uma das frutas maisconsumidas pelo mundo afora, tanto ao natu-ral quanto em forma de conserva. No país, asvariedades mais cultivadas, apreciadas e ex-portadas são a pérola e a cayenne, essa últimaconsiderada a queridinha dos mineiros, popu-larmente conhecida como abacaxi de massaamarela. Faz parte do circuito turístico de BeloHorizonte provar a fruta amarelinha, espeta-da no palito, em bancas do Mercado Central.

O abacaxi é bastante utilizado para acom-panhar pratos natalinos. Vistosas fatias cara-meladas ou cristalizadas acompanham os pe-rus e cortes de porco tradicionais das ceias.

No entanto, o seu uso na gastronomia se res-tringe aos festejos da época. Chefs mineirosprivilegiam o fruto o ano inteiro e criam re-ceitas inusitadas como a servida pelo chefGuilherme Melo, do Restaurante Hermengar-da, no Carmo: “Adoro valorizar os sabores re-gionais e, para servir a fruta, criei uma caldaquente de cachaça e açaí. Os clientes adoram,”conta Guilherme.

Famoso por suas criações, o requisitadochef Ivo Faria, do Restaurante Vecchio Sogno,gosta de usar o abacaxi grelhado, assado e fri-to em farinha japonesa como acompanha-mento de diversos tipos de carnes. Para finali-zar uma refeição, ele ousa propor uma sobre-mesa formada pela fruta crua servida com pi-menta-do-reino e calda de lavanda. Mas Ivoavisa: “Abacaxi não amacia carnes, ele as estra-ga, pelo efeito de sua poderosa enzima, a bro-melina, que destrói as fibras das proteínas”.Por isso, aconselha: “Se for usá-lo em marina-das, é preciso ter muito cuidado para que ascarnes não se desmanchem”.

Para esta edição do Degusta propomosuma releitura do tradicional lombo comabacaxi. De execução simples e rápida, o es-peto de lombinho com a fruta grelhada éuma ótima opção de petisco para reuniõesde confraternização.

*Formada em jornalismo pela PUC Minas e

em gastronomia pela Estácio de Sá.

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●● INGREDIENTES

1/2kg de lombinho (mignonzinho) de porco cortado em cubos;1/2 abacaxi cortado em cubos; suco de 1/2 limão; 1 dente dealho amassado; pimenta-calabresa a gosto; 1 colher de sopade melado de cana; 1 colher de sopa de molho shoyu e 2colheres de sopa de azeite.

●● MODO DE FAZER

Misture o suco de limão, o alho e a pimenta e tempere olombinho. Aqueça o azeite numa frigideira e salteie a carne atéficar com uma cor bem dourada. Acrescente o molho shoyu edeixe secar. Enquanto isso, em outra frigideira, doure os cubosde abacaxi com o melado de cana. Monte os espetinhosintercalando pedaços de lombinho e abacaxi e sirva.

Em Belo Horizonte,ele faz parte doroteiro turístico,vendido emmetades espetadasem palitos nasbancas do MercadoCentral

FOTOS: PEDRO MOTTA/ESP. EM

das frutasO rei coroado Usado o ano inteiro

na cozinha caseira e naalta gastronomia,abacaxi tem lugar dedestaque nas festasde fim de ano

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