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APRESENTAÇÃO DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO FUTURO REGIME DA MOBILIDADE DE DOENTES Ponciano Oliveira

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APRESENTAÇÃO

DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO FUTURO REGIME DA MOBILIDADE DE DOENTES

Ponciano Oliveira

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DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO FUTURO REGIME DA MOBILIDADE DE DOENTES

ÍNDICE

ÍNDICE

O Mercado Interno e os Sistemas de Saúde na UE 03

O Mercado Interno e a Mobilidade de Doentes na UE 04

A Mobilidade de Doentes e a Litigância Comunitária 05

Evolução para o Novo Regime da Mobilidade de Doentes 06

Diretiva de Cuidados de Saúde Transfronteiriços 07

Desafios do Novo Quadro Normativo 12

Oportunidades do Novo Quadro Normativo 13

Cooperação transfronteiriça – Projeto ARSN 14

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O MERCADO INTERNO E OS SISTEMAS DE SAÚDE NA UE

Mercado Interno na UE - artigo 49.º do TCE/56.º do TFUE

(…)são proibidas as restrições à livre prestação de serviços na Comunidade em relação aos nacionais dos Estados-Membros estabelecidos num Estado da Comunidade que não seja o do destinatário da prestação.

A organização dos sistemas de saúde na UE - artigo 152.º/n.º 5 do TCE/168.º/n.º7 do TFUE

A acção da Comunidade no domínio da saúde pública respeita plenamente as responsabilidades dos Estados-Membros em matéria de organização e prestação de serviços de saúde e de cuidados médicos…

Sistemas de Saúde (prestação direta e/ou indireta)

Juízos éticos e equidade no acesso

Incerteza e o isolamento do risco

Informação imperfeita e assimetria

Regulação

Volume de utentes e recursos humanos e materiais envolvidos

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O MERCADO INTERNO E A MOBILIDADE DE DOENTES

Necessidade acrescida de eficiência

Rigoroso planeamento dos cuidados de saúde

Referenciação e/ou contratualização

Afiliação num sistema de segurança social/saúde/seguradora

Como compatibilizar o planeamento rigoroso destes sistemas com a mobilidade dos doentes, no âmbito do mercado interno?

Como compatibilizar a referenciação, contratualização com a livre escolha e prestação de cuidados de saúde noutro estado? Autorização prévia?

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O MERCADO INTERNO E A LITIGÂNCIA COMUNITÁRIA

Litigância entre utentes contribuintes ou segurados vs sistemas de saúde - reembolso das despesas com cuidados de saúde prestados num estado diferente do estado de afiliação.

Acórdãos do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias – Reconhecem o direito ao reembolso, contudo, legitimam a sujeição a autorização prévia e a recusa em casos de imperioso interesse geral

-Preservação do equilíbrio financeiro do sistema – Decker e Khöll

-Planificação de infra-estruturas – Smits Gereats e Peerbooms, Müller-Fouré e Van Riet

-Garantia de serviço de saúde adequado, de qualidade e permanentemente acessível a toda a população - ibidem

-Garantir o controlo de custos e evitar o desperdício de recursos - Watts

-Preservação das características essenciais do sistema organizativo - Müller-Fouré e Van Riet

-Proteção na Saúde - Khöll

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EVOLUÇÃO PARA O NOVO REGIME DA MOBILIDADE DE DOENTES

2002 - A Comissão Europeia e o status quo dos regimes nacionais

2006 - Processos de contencioso comunitário da CE contra

2006 - Exclusão do âmbito da Diretiva de Serviços do Mercado Interno 2006/123/CE de 12 de Dezembro de 2006

2008 - Proposta para a nova Diretiva relativa à mobilidade dos doentes

Críticas- não respeita a organização do Sistema de Saúde Nacional

- Regime incompatível com sistemas organizados em serviço nacional de saúde – desproporcional e não subsidiária artigo n.º 5 TUE

- Âmbito de aplicação geral a todos os prestadores privados e não apenas com os convencionados - ingerência na organização do sistema de saúde português

- Ausência de sistema de aferição da necessidade dos cuidados – referenciação

- Inexistência da autorização prévia

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DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO FUTURO REGIME DA MOBILIDADE DE DOENTES

DIRETIVA DE CUIDADOS DE SAÚDE TRANSFRONTEIRIÇOS

Diretiva 2011/24/EU do Parlamento Europeu e do Conselho de 9 de Março de 2011, relativa ao exercício dos direitos dos doentes em matéria de cuidados de saúde transfronteiriços

1. Opção pela obtenção de cuidados de saúde transfronteiriços

Direito ao reembolso dos custos com os cuidados entre as prestações seguras no Estado-membro de afiliação e no limite dessa assunção

2.1 Planeamento da prestação de cuidados de saúde

O reembolso está sujeito aos condicionalismos administrativos e clínicos existentes na prestação de cuidados de saúde prestados no Estado-membro de afiliação – sistema de gatekepper (por MCG ou MGF) ou administrador de cuidados de saúde

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DIRETIVA DE CUIDADOS DE SAÚDE TRANSFRONTEIRIÇOS

Diretiva 2011/24/EU de 9 de Março

2.2 Planeamento - sistema de autorização prévia

Reembolso de despesas mediante autorização prévia nos casos de:

- requisitos de planeamento tendentes a garantir a manutenção permanente do acesso a uma gama equilibrada de tratamentos de elevada qualidade no Estado-Membro; o controlo de custos e a evitar o desperdício de recursos (casos de internamento hospitalar de pelo menos uma noite e emprego de infra-estruturas e materiais onerosos);

- tratamentos que envolvam risco para o doente ou população;

- tratamentos prestados por prestador que, por decisão do Estado-Membro de afiliação, suscite dúvidas quanto à qualidade e segurança dos cuidados, exceto nos casos em que a legislação comunitária assegura um nível mínimo de qualidade;

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DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO FUTURO REGIME DA MOBILIDADE DE DOENTES

DIRETIVA DE CUIDADOS DE SAÚDE TRANSFRONTEIRIÇOS

Diretiva 2011/24/EU de 9 de Março

3. Obrigação de informação dos Estados-Membros

Direito à informação sobre:

a) prestadores, seu licenciamento e eventuais restrições à sua prática;

b) normas e orientações de qualidade e segurança que vigoram sobre os prestadores e disposições de supervisão e avaliação;

c) acessibilidade dos hospitais a doente portadores de deficiências, bem como direito dos doentes em geral e procedimentos de reclamação e resolução de conflitos emergentes da prestação de cuidados de saúde.

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DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO FUTURO REGIME DA MOBILIDADE DE DOENTES

DIRETIVA DE CUIDADOS DE SAÚDE TRANSFRONTEIRIÇOS

Diretiva 2011/24/EU de 9 de Março

4. Outras obrigação dos Estados-Membros

a) Garantir a informação, pelos prestadores, de informação relevante e para uma escolha esclarecida (opções de tratamento, qualidade, segurança, preços, seguros de responsabilidade civil, etc…)

b) Garantir a existência dum seguro de responsabilidade civil profissional ou disposição de garantia similar para cuidados de saúde prestados no seu território

c) Garantir o acesso a cópia do processo clínico eletrónico ou escrito;

d) Garantir existência de vias de obtenção de informação pelos doentes sobre direitos e vias de os reclamar.

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DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO FUTURO REGIME DA MOBILIDADE DE DOENTES

DIRETIVA DE CUIDADOS DE SAÚDE TRANSFRONTEIRIÇOS

Diretiva 2011/24/EU de 9 de Março

5. Outros Aspectos para a concretização da mobilidade

Reconhecimento de receitas médicas

Estímulo à cooperação nas zonas transfronteiriças e incentivo à celebração de acordos entre Estados limítrofes

Incentivo à cooperação no domínio das doenças raras

Apoio à criação de redes europeias de referência e centros de especialização

Apoio e promoção à cooperação em avaliação das tecnologias de saúde

Apoio e incentivo à interoperabilidade de sistemas de informação

Normas e orientações sobre qualidade e segurança

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DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO FUTURO REGIME DA MOBILIDADE DE DOENTES

DESAFIOS DO NOVO QUADRO NORMATIVO

Reembolso dos custos com os cuidados de saúde

Que cuidados e quanto valem – carteira de serviços, a universalidade e a tabela de preços

Planeamento da prestação de cuidados de saúde

Que gatekeepper e como se articula a livre escolha transfronteiriça

com a referenciação clínica interna

Sistema de autorização prévia

Que materiais e infra-estruturas onerosas; que tratamentos envolvem risco para o doente ou população; que critérios de qualidade e segurança;

Recusa de autorização prévia

1) Exposição do doente a risco de segurança inaceitável face ao benefício esperado; 2) exposição do público a risco de segurança inaceitável em resultado dos cuidados prestados; 3) Dúvidas quanto ao respeito pelo prestador das normas a que está sujeito; 4) Possibilidade de prestação dos cuidados em tempo útil, no território

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DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO FUTURO REGIME DA MOBILIDADE DE DOENTES

OPPORTUNIDADES DO NOVO QUADRO NORMATIVO

Reembolso dos custos com os cuidados de saúde

Aumento de utentes em potência, com ganhos de escala e casuística, assentes no financiamento de sistemas de segurança social doutros países, contrariando envelhecimento dos contribuintes do sistema

Planeamento da prestação de cuidados de saúde e Sistema de autorização prévia

Empoderamento do papel das normas de orientação clínica na avaliação clínica, dos tempos de espera e normalização das melhores práticas

Desenvolvimento das redes dos centros de excelência e de especialização e das doenças raras

Desenvolvimento da custo-efectividade das tecnologias de saúde e da interoperabilidade dos sistemas de informação em saúde europeus

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DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO FUTURO REGIME DA MOBILIDADE DE DOENTES

COOPERAÇÃO TRANSFRONTEIRIÇA – PROJETO ARSN

Áreas fronteiriças

Fluxos migratórios acrescidos

Contacto regular e quotidiano com diferentes sistemas de saúde

Comunhão cultural das populações transfronteiriças – estilos de vida

Perfis de saúde tendencialmente similares

Planeamento numa lógica fronteiriça

Referência no limite geográfico periférico

Custos acrescidos

Maior limitação no acesso e na equidade (menos valências e maior distância)

Menor eficácia na promoção da saúde e prevenção da doença

Desactualizada face ao conceito da cidadania europeia

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DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO FUTURO REGIME DA MOBILIDADE DE DOENTES

COOPERAÇÃO TRANSFRONTEIRIÇA – PROJETO ARSN

Planeamento numa lógica transfronteiriça

Referência na capacidade e na população alvo

Maior eficiência e eficácia

Potencia o acesso, a qualidade e a equidade (mais valências e mais próximas)

Conformada com o conceito da cidadania europeia

Cooperação transfronteiriça assume-se como um factor de sustentabilidade da prestação de cuidados de saúde seguros e de elevados padrões de qualidade

Instrumentos para cooperar

Acordo-Quadro sobre a Cooperação Sanitária Transfronteiriça entre a República

Portuguesa e o Reino de Espanha

Acordo Administrativo que fixa as modalidades de aplicação do Acordo-

Quadro Zamora, a 22 de Janeiro de 2009, XXIV Cimeira Luso-Espanhola

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DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO FUTURO REGIME DA MOBILIDADE DE DOENTES

COOPERAÇÃO TRANSFRONTEIRIÇA – PROJETO ARSN

Protocolos de cooperação entre a ARSN e:

a) Concelhia de Saúde da Galiza

b) Concelhia de Saúde da Junta de Castela e Leão

Proposta de planeamento conjunto das áreas fronteiriças

Eixos de cooperação a explorar

- acessibilidade e gestão de cuidados

- formação

- investimentos e compras

- programas de saúde

- organização e gestão da colaboração

- investigação e desenvolvimento

- novas tecnologias e sistemas de informação

Cenários de colaboração transfronteiriça a explorar

- transferência e partilha de conhecimento

- compromisso em áreas chave

- gestão concertada da prestação de cuidados