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Engenharia Civil Interdisciplinar 1 | Página MPBCastro Desempenho Lumínico DESEMPENHO LUMÍNICO Considerando apenas a iluminação artificial, a norma ABNT NBR 5413 estipula as iluminâncias requeridas para várias tarefas e atividades, para diferentes tipos de edificações (habitações, escolas, comércio etc). A norma de desempenho 15575 estipula níveis requeridos de iluminância natural e artificial nas habitações, reproduzindo, neste último caso, as próprias exigências da NBR 5413. NÍVEIS REQUERIDOS DE ILUMINÂNCIA NATURAL - PROCESSO DE SIMULAÇÃO Contando unicamente com iluminação natural, os níveis gerais de iluminância nas diferentes dependências das construções habitacionais devem atender ao disposto na Tabela E.3, pág 63 da NBR 15575-1. As simulações devem ser realizadas com emprego do algoritmo apresentado na NBR 152153, atendendo a diversas condições relacionadas no critério acima indicado. Tabela 1 - Níveis de iluminância para iluminação natural (Tabela E.3, pág 63 da NBR 15575-1) O desempenho lumínico pode ser obtido ou melhorado mediante diversos recursos, particularmente aplicação de cores claras nos tetos/paredes internas e adoção de caixilhos com áreas envidraçadas relativamente grandes. No segundo caso, contudo, o envidraçamento comum permitirá não só a passagem de luz como também de grande quantidade de radiação solar, podendo comprometer o desempenho térmico. O posicionamento das janelas nas paredes é importante não só para garantir a iluminação, mas também a comunicação com o exterior, sendo que neste particular a NBR 15575-1 recomenda que as cotas dos peitoris estejam posicionadas no máximo a 100 cm do piso interno, e a cota das testeiras dos vãos no máximo a 220 cm a partir do piso interno. Distanciamento apropriado entre edificações, e destas a taludes, muros e outros obstáculos, é essencial para garantir condições adequadas de ventilação e de iluminação natural.

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Desempenho Lumínico

DESEMPENHO LUMÍNICO

Considerando apenas a iluminação artificial, a norma ABNT NBR 5413 estipula as iluminâncias

requeridas para várias tarefas e atividades, para diferentes tipos de edificações (habitações, escolas,

comércio etc). A norma de desempenho 15575 estipula níveis requeridos de iluminância natural e

artificial nas habitações, reproduzindo, neste último caso, as próprias exigências da NBR 5413.

NÍVEIS REQUERIDOS DE ILUMINÂNCIA NATURAL - PROCESSO DE SIMULAÇÃO

Contando unicamente com iluminação natural, os níveis gerais de iluminância nas diferentes

dependências das construções habitacionais devem atender ao disposto na Tabela E.3, pág 63 da

NBR 15575-1. As simulações devem ser realizadas com emprego do algoritmo apresentado na

NBR 15215–3, atendendo a diversas condições relacionadas no critério acima indicado.

Tabela 1 - Níveis de iluminância para iluminação natural (Tabela E.3, pág 63 da NBR 15575-1)

O desempenho lumínico pode ser obtido ou melhorado mediante diversos recursos, particularmente

aplicação de cores claras nos tetos/paredes internas e adoção de caixilhos com áreas envidraçadas

relativamente grandes. No segundo caso, contudo, o envidraçamento comum permitirá não só a

passagem de luz como também de grande quantidade de radiação solar, podendo comprometer o

desempenho térmico.

O posicionamento das janelas nas paredes é importante não só para garantir a iluminação, mas

também a comunicação com o exterior, sendo que neste particular a NBR 15575-1 recomenda que as

cotas dos peitoris estejam posicionadas no máximo a 100 cm do piso interno, e a cota das testeiras dos

vãos no máximo a 220 cm a partir do piso interno.

Distanciamento apropriado entre edificações, e destas a taludes, muros e outros obstáculos, é essencial

para garantir condições adequadas de ventilação e de iluminação natural.

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MEDIÇÃO IN LOCO: NÍVEIS REQUERIDOS DE FATOR DE LUZ DIURNA (FLD)

Contando unicamente com iluminação natural, o Fator de Luz Diurna (FLD)1 nas diferentes

dependências das construções habitacionais deve atender ao disposto na Tabela E.4, pág 64 da NBR

15575-1. O FLD deve ser determinado de acordo com a ISO 5034–1: “Daylight In Interiors - General

Requirements”.

Tabela 2 - Fator de luz diurna para os diferentes ambientes da habitação (Tabela E.4, pág 64 da NBR 15575-1)

NÍVEIS REQUERIDOS DE ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL

Os níveis gerais de iluminação promovidos nas diferentes dependências dos edifícios habitacionais por

iluminação artificial devem atender ao disposto na Tabela E.5, pág 64 da NBR 15575-1. Para

iluminação de emergência, deve ser atendida a norma NBR 10898.

Tabela 3 - Níveis de iluminamento geral para iluminação artificial (Tabela E.5, pág 64 da NBR 15575-1)

1 FLD - Fator de Luz Diurna: parcela da luz difusa proveniente do exterior que atinge o ponto interno de medida. Razão percentual entre a iluminância interna no ponto de referência (centro do cômodo, a 0,75m de altura) e a iluminância externa disponível, sem incidência da radiação direta do sol.

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CONFORTO VISUAL

O Conforto Visual é um importante fator a ser considerado na determinação da necessidade de

iluminação em um edifício. A boa iluminação deve ter direcionamento adequado e intensidade

suficiente sobre o local de trabalho, bem como proporcionar boa definição de cores e ausência de

ofuscamento. Os ambientes construídos (internos e externos) são iluminados para permitir o

desenvolvimento de tarefas visuais (como leitura, visão, manufatura ou consertos). É, portanto, muito

importante que se saiba o que influencia a habilidade das pessoas em desempenhar estas tarefas. A

consideração dos aspectos fundamentais a respeito da iluminação de ambientes no projeto é, sem

dúvida, a medida mais efetiva no controle das qualidades visuais destes ambientes. Conforto Visual é

entendido como a existência de um conjunto de condições, num determinado ambiente, no qual o ser

humano pode desenvolver suas tarefas visuais com o máximo de acuidade e precisão visual, com o

menor esforço, com menor risco de prejuízos à vista e com reduzidos riscos de acidentes. Estas

condições, que estão relacionadas aos requisitos necessários para a ocorrência tranquila do processo

visual (visão), podem ser classificadas como seguem (European Commission Directorate 1994):

Iluminância suficiente;

Boa distribuição de iluminâncias;

Ausência de ofuscamento;

Contrastes adequados (proporção de luminâncias) e

Bom padrão e direção de sombras.

Deve-se ressaltar que a boa distribuição de iluminâncias não é sinônimo de uniformidade e que o

contraste e o padrão das sombras ideal dependem da tarefa visual.

Nível de Iluminação

É importante balancear a qualidade e a quantidade de iluminação em um ambiente, bem como

escolher adequadamente a fonte de luz natural ou artificial. Torna-se difícil, no entanto, estimar as

preferências humanas à iluminação, visto que este fator varia conforme a idade da pessoa, a hora do

dia e as relações contextuais com o local. O emprego preferencial da luz natural permite às pessoas

maior tolerância à variação do nível de iluminação ou iluminância. Também se pode dizer que quanto

mais complicada a tarefa a ser desempenhada em um ambiente e quanto mais velha for a pessoa, tanto

maior deverá ser o nível de iluminação de um local. A iluminação inadequada pode causar fadiga

visual, dor de cabeça e irritabilidade, além de provocar erros e acidentes (European Commission

Directorate, 1994).

No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), através da NBR 5413 (ABNT 1992), fixa

as iluminâncias mínimas a serem atingidas em função do tipo de tarefa visual.

De forma simplificada pode ser feita uma verificação inicial do nível de iluminação necessário em um

ambiente com a utilização de um luxímetro, medindo, segundo o procedimento exposto na NBR 15215-

4 (ABNT 2005), a iluminância no local onde a tarefa visual é realizada e seguindo como diretriz os

valores da Tabela 2-3. Entretanto, para uma verificação mais precisa, os valores constantes na NBR

5413 devem ser seguidos.

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REFERÊNCIAS NORMATIVAS

ABNT NBR 15575-1, Edificações Habitacionais - Desempenho – Parte 1: Requisitos gerais

ABNT NBR 15575-2, Edificações Habitacionais - Desempenho – Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais;

ABNT NBR 15575-3, Edificações Habitacionais - Desempenho – Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos;

ABNT NBR 15575-4, Edificações Habitacionais - Desempenho – Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas

ABNT NBR 15575-5, Edificações Habitacionais - Desempenho – Parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas

ABNT NBR 15575-6, Edificações Habitacionais - Desempenho – Parte 6: Requisitos para os sistemas hidrossanitários

CBIC. Desempenho de edificações habitacionais: guia orientativo para atendimento à norma ABNT NBR 15575/2013./Câmara Brasileira da Indústria da Construção.—Fortaleza: Gadioli Cipolla Comunicação, 2013.