Desenvolvendo Uma Igreja Missional - Gustavo Crocker

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    DESENVOLVENDO UMA IGREJAMISSIONAL

    “O MODO DE JESUS”

    Um Modelo Bíblico do Desenvolvimento da Igreja

    GUSTAVO CROCKER

    Região da Eurasia

     

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    Copyright © Gustavo A. Crocker, 2010

    Escritura tirada da Bíblia Sagrada, João Ferreira de Almeida Actualizada, Biblegateway, http://www.biblegateway.com

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     PREFÁCIO

    O Dr. Crocker elaborou o Modo de Jesus como um modelo para nósdesenvolvermos a igreja. Jesus tinha um plano que nos ajuda hoje.Reconhecendo os problemas que enfrentamos por todo o mundo iráajudar-nos com soluções para um desenvolvimento natural e holístico.

    Os princípios apresentados são universais e funcionarão à volta domundo. O Dr. Crocker tomou a vida de Jesus e deu-nos um planoparalelo para a igreja desenvolver baseada na lei divina de Deus.

    O crescimento natural é como respirar naturalmente. O desenvolvi-mento de uma igreja saudável está envolvido com o conceito de Jesusnos dois grandes mandamentos. O Amor por Deus e o Seu amor cra-vado em nós leva as nossas vidas na direcção que Deus pretendeu.É esse tipo de relação com Deus que faz um impacto na Igreja e noReino.

     Ao ler isto e colocar os princípios na vida da igreja e dos indivíduosverá novos resultados no seu alcance de outros que fará a diferença.Os exemplos práticos ajudarão os seus esforços para o mobilizar e oseu círculo de inuência.

    Recomendo-lhe este trabalho e à sua igreja para que captem um pla-no prático para fazer o trabalho e plano de Deus. Vá, mude o seumundo!

    Dr. Louie BustleDirector de Missão Global, Igreja do Nazareno

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    CONTEÚDO

    INTRODUÇÃO

    C APÍTULO I A LGUMAS DOENÇAS QUE AFECTAM A IGREJA (A NÍVEIS EPIDÉMICOS)

    C APÍTULO II“O MODO JESUS”

    C APÍTULO III…CRESCIA EM S ABEDORIA: CRESCIMENTO INTERNO

    C APÍTULO IV …CRESCIA EM ESTATURA: CRESCIMENTO E XTERNO

    C APÍTULO  V …CRESCIA EM GRAÇA PERANTE DEUS: CRESCIMENTO DEVOCIONAL

    C APÍTULO  VI…CRESCIMENTO NA GRAÇA PERANTE OS HOMENS: CRESCIMENTO TRANSFORMA-CIONAL

    CONCLUSÃOMOBILIZAÇÃO: A  CHAVE PARA UMA IGREJA MISSIONAL

     A PENDICE A UTO- A  VALIAÇÃO SOBRE DESENVOLVIMENTO DA IGREJA  

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    INTRODUÇÃO 

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    Muito tem sido escrito acerca do desenvolvimento da igreja. Pasto-res bem-sucedidos e plantadores de igrejas têm escrito muito bonslivros com a intenção de descrever os seus sucessos como mode-los práticos que possam ser usados por pastores à volta do mundo

    para repetir tal sucesso. Muitos deles são bons materiais práticos quedescrevem meticulosamente os passos que estes pastores e lideresseguiram no crescimento e desenvolvimento das suas congregações.Contudo, quando os pastores locais tentam usar estes métodos noseu próprio contexto, podem car frustrados porque nem todos osprincípios e práticas se transferem para as realidades dos seus minis-térios.

     Ao tentar responder a estas frustrações, vários destes métodos foramestudados e foi concluído que muitos deles se iniciaram com uma“interpretação pragmática da Escritura” que apoiou os seus modelos.Contudo, muito poucos (se alguns) modelaram o desenvolvimento daigreja, a igreja local, na própria pessoa de Jesus que é o verdadeiromodelo de crescimento e desenvolvimento para o corpo de Cristo.

     Assim, o propósito (e oração por detrás) deste documento é ajudarpastores e lideres a aprofundar a sua compreensão do desenvolvi-

    mento da “Igreja” (eclesiologia), ao estudar Cristo como modelo parao crescimento e desenvolvimento (Cristologia).

     Antes de apresentar o “Modo de Jesus”, os problemas básicos queafectam a igreja nos contextos moderno e pós-moderno precisam sercompreendidos. Isto irá ajudar-nos a modicar os nossos modelosmentais e preparar-nos para ver a igreja como “o corpo de Cristo,desenvolvendo como o corpo de Cristo.” Oro para que você e a sua

    congregação possam embarcar numa jornada que incluirá auto-ava-liação, reexão, e acção… no nome de Jesus.

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    CAPÍTULO I

     A LGUMAS DOENÇAS QUE AFECTAM A IGREJA (A NÍVEIS EPIDÉMICOS) 

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     A igreja em áreas antigas de ministério está a passar por um gravedeclínio. Fecham mais igrejas na Europa e na América do Norte doque o número de igrejas que se inicia e é organizado. Isto também éverdade em lugares onde as igrejas têm passado pelo seu primeiro

    ciclo geracional (entre 40 e 50 anos). Igrejas que antes eram lugaresde ministério entusiastas e vibrantes estão agora a enfrentar estagna-ção, declínio, e mesmo morte. Uma pesquisa anedótica das igrejas naEuropa, América do Norte, e campos de missões antigos diz-nos queuma igreja, no seu modelo antigo, está a enfrentar doenças graves eepidémicas relacionadas basicamente a modelos mentais obsoletos eCristologia errónea. Estas doenças impedem o desenvolvimento natu-ral e holístico da igreja através:

    • Templite• Clerite• Crentites• Estruturite• E a pior: Anemia Espiritual

    “Templite”: Quando a Igreja É o Edifício

     A maioria de nós cresceu dizendo “Vou à Igreja;” eu ainda o faço fre-quentemente. E contudo esquecemos que “nós somos a Igreja.” Nósherdámos a ideia de ir à igreja daqueles que creram rmemente que“a Igreja” e o “templo” eram sinónimos. Fomos ensinados que “igreja”somente acontece no contexto de quatro paredes do edifício. Comoresultado, achamos difícil compreender uma igreja sem paredes.

    Infelizmente, a maioria dos cristãos pensa desta forma. Nós celebra-mos a igreja dentro de um edifício. Dispendemos tempo, energia, edinheiro construindo edifícios para que as pessoas possam chegar eestar connosco. Concentramo-nos principalmente na noção de queJesus frequentou elmente a sinagoga como parte do cumprimentoda tradição, mas esquecemos o facto de que o ministério de Jesus foicumprido quando Ele viajou pelas aldeias e vilas, pregando, ensinando

    e curando.

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    Quando tornamos a Igreja equivalente ao edifício, connamos o poderde Cristo aos limites de um edifício. Uma canção popular na AméricaLatina durante a minha juventude costumava perguntar “A quem éque Jesus serve? Acorrentámos Jesus a palácios feitos de cimento.”

    Jesus pretendia que o Seu corpo fosse mais do que uma estruturamorta de tijolo e argamassa (ou bambu, ou lama).

    Outro sintoma de “templite” é a noção de que tudo tem de acontecerno edifício. Não actuamos como igreja a menos que exista um edifí-cio no qual actuemos como tal. Temos sido ensinados que oração,comunhão, adoração, discipulado e ministérios só podem acontecerquando temos um edifício formal com paredes sólidas, um lindo cam-

    panário e uma cruz (um parque de estacionamento e um jardim nãocariam mal também).

    Não me interpretem mal; precisamos de lugares de reunião para co-munhão, adoração cooperativa e instrução. Mas a Igreja não é o edi-ício. A Igreja primitiva já era conhecida como “a Igreja” e eles reuniam--se em todo o tipo de lugares: catacumbas, praças públicas, salas dotemplo, casas e mesmo no mercado. Precisamos de permitir modos

    criativos nos quais a igreja possa reunir, crescer e ministrar.

    “Clerite”: Quando a Igreja É o Pastor

    “Eu pertenço a Apolo, eu pertenço a Paulo…” Que dilema antigo! Des-de os seus primeiros dias a igreja tem enfrentado a tendência para“humanizar” a liderança da igreja. Nós gostamos de seguir o pastor.Nós vamos à “sua igreja” porque gostamos “da sua pregação, do

    seu estilo, e do seu carisma.” E quando o pastor se vai embora, nóstambém o fazemos. Como resultado, as igrejas experimentam altos ebaixos dependendo de quem for o pastor.

    Isto parece muito natural. As pessoas têm a tendência de seguir

    líderes baseados nas suas personalidades, carisma e estilo. Mas

    este não deve ser o pressuposto central da igreja. Se Cristo é a ca-beça da igreja, os pastores devem ser somente instrumentos para

    ajudar as pessoas a conhecer Cristo e fazê-Lo conhecido a outros.O culto à personalidade humana está a afectar o desenvolvimento da

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    igreja hoje a ponto dos pastores serem idolatrados até se tornarem o“símbolo da igreja.” Pelas minhas viagens à volta do mundo, tenho-mesurpreendido pelo número de crentes piedosos que dizem orgulhosa-mente: “Eu vou à igreja do (dando o nome de uma pessoa).”

    Este problema é reectido de duas formas igualmente negativas: deum lado, o pastor que acredita que “a igreja é o pastor” tende a tornar--se no “director/a da orquestra.” Ele ou ela faz tudo. Nada acontecesem o consentimento e envolvimento do pastor. O pastor está sempreno centro da vida da igreja. Por outro lado, as congregações que acre-ditam que “a igreja é o pastor” tendem a descarregar tudo sobre eleou ela. Os membros da igreja acreditam que pelo facto de pagarem

    ao pastor, supõem que ele ou ela faça tudo relacionado com a vidada igreja: visitação, evangelização, pregação, ensino e por aí adiante.

    “Clerite” resulta em apatia congregacional e faz regressar a igreja aoparadigma antes-de-Cristo, dos sacerdotes como intermediários. In-felizmente, muitas igrejas sofrem desta doença mesmo não sendoconscientes disso. Elas abdicaram da sua responsabilidade na Gran-de Comissão e no Grande Mandamento e esperam que o pastor seja

    quem faça isso por elas.

    “Crentites”: Quando o Crente É um Cliente

    “Eu não gosto mais da música por isso vou para uma igreja diferente.”“O pastor é demasiado evangelista e não me alimenta. Vou para umaigreja onde seja alimentado.” Crentes que se vêem como a “razãopara a existência da igreja,” frequentemente expressam estas e muitas

    outras reclamações. Expressões como estas, embora comuns, sãotípicas em igrejas que sofrem de “crentites.” Este problema é comum nas sociedades consumistas. As pessoasestão habituadas a serem servidas e a obterem o mais que puderempelo menor esforço possível. Elas esperam ter atenção máxima daslojas de serviço ou vão à loja do lado. Elas fazem isso com as mercea-rias, com os centros comerciais, e com as gasolineiras. Na sua mente,

    “o cliente é quem manda.”Infelizmente, esta mentalidade tem sido transferida para a igreja. Mui-

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    tos crentes pensam que a razão pela qual a igreja existe é para osalimentar, para cuidar deles, para os servir. Embora seja verdade que éna igreja que os crentes são nutridos, servidos e encorajados, algunscrentes levam isso a extremos. Se os seus requisitos pessoais não

    são satisfeitos vão de congregação para congregação até encontra-rem completa “satisfação de consumidor”. Nestes casos, os esforçosdo pastor e das equipas ministeriais são integralmente devotados acuidar das necessidades dos crentes. Os programas, pregação, ado-ração e mesmo as instalações são concebidos para manter os cren-tes felizes. Neste ritmo, as igrejas tornam-se clubes onde os membrosestão lá para sua própria satisfação e o pastor é considerado (semdizer isso) como o fã espiritual local e não o agente de transformação.

    O resultado natural da “crentites” é uma igreja que “vende por menos.”Onde o reducionismo teológico substitui a pregação profética e ondea programação “orientada para o consumidor” substitui a expansãomissional. As igrejas que sofrem deste problema terminam reciclandoos crentes e reinventando-se a elas mesmas para atrair um mercadocada vez mais exigente de consumidores religiosos.

    “Estruturite”: Quando a igreja É a estrutura

    Infelizmente em muitos lugares a igreja é mais conhecida pela sua es-trutura e organização do que pelas suas crenças, valores e doutrinas.Embora a estrutura seja importante no facilitar da missão da igreja,existem ocasiões onde a estrutura se torna um m nela mesma. Re-gras, regulamentos e tradições organizacionais parecem ter tomadoum papel central na vida das igrejas e alguns crentes bem-intenciona-

    dos até consideram a estrutura da igreja tão sagrada como a própriaigreja.

     Aprendi na escola de arquitectura que a “forma segue a função.” Naeclesiologoia, a estrutura deve seguir a missão. Por outras palavras,as estruturas da igreja devem ser concebidas para facilitar a função(ou missão) redentora da igreja. A falha em fazer isto resulta em igrejas onde a estrutura se torna o coração e o propósito.

    Um dos sintomas da “estruturite” é o modo dominante no qual as es-truturas, que foram concebidas no passado para facilitar a missão da

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    igreja, se tornam obsoletas, mas que os líderes e membros recusammudar “porque essa é a forma que elas foram concebidas como partedo coração da igreja.” Infelizmente, estes esquemas e instrumentosorganizacionais tornaram-se “vacas sagradas” que os crentes adoram

    à custa da missão da igreja.

    Em conversa com um líder da Igreja na Europa, ele disse que “umadas razões porque não avançamos é devido a todas as restriçõesestruturais impostas sobre a igreja.” Quando lhe perguntaram “quemimpõe estas restrições sobre si?” ele parou e, surpreendido pela suaauto-revelação – com tristeza no seu rosto – respondeu “Acho quefazemos isso a nós mesmos…”

    Um dos resultados do “estruturalismo” dominante é a batalha degerações, onde aqueles que cresceram com uma dada eclesiologiaestrutural tentam impor as respostas estruturais da sua geração àsnovas gerações que enfrentam realidades diferentes dentro e fora daigreja. Contrariamente, as novas gerações não tomam tempo paracompreender o valor desses requisitos corporativos (como no corpode Cristo), como são denidos na Escritura e tentam mudá-los através

    de processos violentos de re-concepção e mesmo anarquia.

    No nal, aprendemos que alguns estorvos estruturais, que parecemimpedir a igreja de avançar, eram anteriormente respostas a outrosproblemas estruturais de várias gerações. A coisa importante ao en-frentar “estruturite” é lembrar que as estruturas são meios para alcan-çar um m, que é o de alcançar a missão da igreja. 

     Anemia Espiritual: Quando Jesus está fora da igreja

    O lme cristão “Bem-Vindo ao Paraíso!” descreve a cena de um ho-mem sem-abrigo que, devido à sua condição, não é bem recebidopela congregação local na cidade do Paraíso. O novo pastor, umamulher com métodos ministeriais não-ortodoxos, aproxima-se delequando ele se senta no pórtico da igreja. Com uma voz triste, mascompreensiva, ela conta ao sem-abrigo a história que o pai dela, mi-

    nistro, lhe costumava contar:

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    “Houve um tempo quando um homem negro das plantaçõesandava exausto depois de um dia longo de trabalho. Ele estavasozinho e frustrado e, de repente, ele ouviu as vozes de umcoral cantando ‘Oh, Graça Excelsa.’ A música era convidativa e

    ele decidiu juntar-se à congregação mas não o deixaram. Tristee em desespero, ele sentou-se no pórtico da igreja tentando serabençoado pela harmonia que ele ouvia de dentro. De repente,uma mão tocou o seu ombro. Foi o próprio Jesus que, numavoz suave e amorosa, lhe disse “Não te preocupes lho por nãote deixarem entrar. Eu tenho tentado durante décadas entrar naigreja mas eles também não me deixam entrar…”

     

     Apesar da tristeza que a história deste lme soe, infelizmente, o pro-blema de muitas das nossas igrejas em lugares há muito “cristiani-zados” é muito semelhante. As igrejas estão ocupadas em organizarprogramas, preparando musicais, celebrando aniversários, juntando--se a marcas nacionais e, contudo, não têm tempo para Jesus. Infelizmente, a anemia espiritual é uma doença que afecta muitas igre-

     jas. Elas fracassaram em reconhecer que não existem para elas mes-

    mas ou para o propósito de providenciar “identidade cultural” às co-munidades onde estão instaladas. Estas igrejas podem ter começadohá décadas atrás no meio de um avivamento avassalador e compro-misso missional, mas depois de algum tempo elas tornaram-se con-fortáveis. Elas deixaram de ser os centros de renovação e expansãoespiritual de um clube nacional de pessoas para quem o Cristianismoé um símbolo de identidade cultural (e mesmo nacional).

     Ao descrever o estado do Cristianismo na Irlanda do Norte, um minis-tro amigo meu disse-me: “Quase sessenta por cento das pessoas aquisão protestantes e quarenta por cento são católicas; mas só quinzepor cento são crentes nascidos de novo.” Façam a conta. Quase cempor cento da população nesta nação pós-cristã alega ser “cristã” econtudo menos de um quarto deles arma activa e abertamente queJesus Cristo é seu Senhor e Salvador. Embora os números possamnão ser estatisticamente exactos, a realidade é que muitos países oci-

    dentais que se rotulam alinhados com o Cristianismo usam a fé comoidenticador nacional, político ou cultural e não como um testemunho

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    de transformação pessoal e social no nome de Jesus Cristo. As boas notícias são que mesmo que estas doenças tenham chegadoa proporções epidémicas em muitas partes do planeta, elas não sãoirreversíveis. As igrejas podem vacinar-se de qualquer e de todas es-

    tas doenças dominantes e avançar como o corpo saudável que foramconcebidas ser: O corpo de Cristo.

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    CAPÍTULO II

    “O MODO DE JESUS”

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    O paradoxo da Igreja hoje é que todos nós queremos crescer e de-senvolver mas estamos a olhar para outros modelos que não o próprioJesus. Se a Igreja é o Corpo de Cristo, como o Apóstolo Paulo refererepedidamente (Efésios 4:11-13), poderia pensar-se que é suposto

    crescer e desenvolver como Cristo. Se fosse o corpo de Elias, deveriacrescer como Elias. Se fosse o corpo do “pastor tal e tal,” então seriaaceitável para ele crescer como o “pastor tal e tal”. Mas é o corpo deCristo! Por isso, o único modelo aceitável para o seu crescimento edesenvolvimento é o próprio Cristo Jesus.

     A maior parte do conteúdo dos evangelhos narra parte do ministé-rio de Jesus na terra. Uma porção dos Evangelhos considera o nas-

    cimento de Jesus como o cumprimento da profecia. Embora muitopouco seja mencionado acerca da Sua infância, Lucas 2:52 resumeos primeiros anos de Jesus e preparação para o ministério: “…e cres-cia Jesus em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus edos homens.” Embora este relato seja curto, este versículo diz tudo.O “modo de Jesus” de se preparar para o ministério público foi holís-tico, integrado e abrangente. Isso signica crescimento interno, exter-no, devocional e transformacional.

     “Crescendo em sabedoria”  representa o crescimento interno deum indivíduo e de uma congregação. À medida que Ele crescia, oinfante Jesus interiorizou a Escritura, aprendeu a cultura e observouas tradições piedosas do povo terreno com quem Ele viveu. O seucrescimento interior foi tanto cognitivo como experiencial. Ele interagiucom o povo de Nazaré. Ele visitou Jerusalém e foi apresentado notemplo como teria acontecido com qualquer bom rapaz judeu. Ele

    conhecia as leis divinas e as regras da terra. Ele tinha uma comunhãoprofunda com o povo à Sua volta.

     A igreja primitiva experimentou crescimento dinâmico e profundo. Ac-tos 2:47 dá o relato de uma igreja que perseverou na doutrina dosapóstolos, a comunhão dos crentes e no partir do pão. Isto deveriatambém ser verdade acerca da igreja hoje. Uma igreja que cresce emsabedoria é uma igreja que está comprometida em desenvolver raí-

    zes profundas. É uma igreja que está comprometida em ajudar cadaum dos crentes a aprofundar a sua experiência com Deus através do

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    conhecimento da Palavra, a doutrina dos Apóstolos, e a prática dacomunhão. “Crescendo em estatura” representa o crescimento físico, externo

    dos indivíduos e das congregações. Enquanto a profundidade da sa-bedoria e conhecimento de Jesus maravilhava os líderes religiosos doSeu tempo, Ele não estava limitado somente à sabedoria profunda.Ele cresceu em estatura como qualquer outra criança normal da Suaaldeia. Ele experimentou o mesmo crescimento físico que era espera-do de qualquer rapaz em Nazaré. Imagino que Ele jogou com as crian-ças da Sua idade e aprendeu a ser um carpinteiro robusto ao investirtempo nas disciplinas físicas exigidas de um homem que trabalhava

    com madeira.

    Isto também era verdade acerca da igreja primitiva. Raízes profundase testemunho profundo eram reectidos no crescimento exponencialnumérico da igreja. “… E cada dia acrescentava-Lhes o Senhor osque iam sendo salvos.” (Actos 2:47) Um pequeno grupo de segui-dores capacitados deixou o Cenáculo e envolveu-se em testemunhoprático e comportamental que resultou em milhares de crentes sendo

    sempre acrescentados.

    Crescer em estatura não é uma opção para a igreja hoje. As evidên-cias mais visíveis das raízes profundas de uma árvore são a força doseu tronco, a largura dos seus ramos e o seu fruto. Uma igreja sau-dável que alegue ter raízes profundas (raízes de sabedoria) mostranaturalmente essa profundidade pelo crescimento numérico, pelaevangelização de outros e por dar à luz outras igrejas como centros

    de esperança e transformação.

    “Crescendo na graça diante de Deus” refere-se ao nível de desen-volvimento devocional e espiritual de um indivíduo e de uma congre-gação. O crescimento na graça é o processo no qual indivíduos e igre-

     jas aumentam a sua intimidade e relacionamento com Deus atravésda pessoa de Jesus Cristo, como dirigidas pelo Seu Santo Espírito.Quanto mais chegado for o andar de uma pessoa com Deus, mais

    profundo o relacionamento e maior a experiência de graça diante deDeus.

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    Jesus crescia em graça diante de Deus. Embora Ele fosse o Deusencarnado, Ele deixou as pessoas saber que Ele e o Pai tinham umrelacionamento íntimo e intrínseco. Ele buscou o coração do Pai emoração. Ele ministrou a Palavra de Deus que se tinha tornado carne.

    Ele chamou os Seus discípulos para serem verdadeiros adoradores.Os Seus ensinos reectiam a vida de alguém que estava completa-mente ligada ao Pai.

    Quando Jesus orou pelos Seus discípulos em João 17, Ele orou paraque a igreja crescesse em graça diante de Deus da mesma forma queEle o tinha demonstrado enquanto esteve na terra. Ele orou por nóspara sermos um “tal como Ele e o Pai são um.” Ele orou para que fos-

    semos enviados “tal como o Pai O tinha enviado.” E Ele orou para quefossemos santicados “tal como Ele tinha sido santicado.” Ele oroupara que a igreja evidenciasse a presença do Seu Espírito ao crescerna graça diante do Pai.

    “Crescendo na graça diante dos homens” revela o poder trans-formacional que os indivíduos e as congregações têm na sociedade.O testemunho de amor de Jesus foi visto no modo como Ele che-

    gou para pregar aos pobres e marginalizados. Ele curou os doentese libertou os oprimidos. Ele pregou acerca do Jubileu verdadeiro nãosomente para o povo de Israel mas para a Sua inteira criação. Eleviveu uma vida de simplicidade e amor. Ele ouviu o clamor dos neces-sitados e, na altura certa, proclamou a Sua missão de transformaçãocompleta.

    Foi o mesmo para a igreja primitiva. O estilo de vida dos crentes era

    de tal forma que não havia necessidade física entre eles. Eles estavamaté dispostos a desistir das suas possessões para que aqueles menosafortunados pudessem ter comida, roupa, e abrigo. Eles estavam areectir o modelo transformacional de Jesus que “…não veio para serservido, mas para servir, E para dar a sua vida em resgate de muitos.”Marcos 10:45 (ênfase acrescentada).

    Uma igreja vibrante e saudável também exibe a profundidade do seu

    compromisso espiritual ao crescer em graça perante os homens. Je-sus espera que a Sua igreja se envolva activamente em transformar in-

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    divíduos e comunidades. Ele espera que pratiquemos a justiça, ame-mos a benevolência e andemos humildemente diante d’Ele (Miqueias6:8).Este modelo de crescimento orgânico e holístico é parte do plano

    de Deus para a Sua criação. Ele concebeu-o para os indivíduos. Eleaté o concebou para as plantas. Os seres vivos devem crescer ho-lísticamente. Os humanos devem crescer holísticamente e diligentesno seu relacionamento com Deus e as suas comunidades. Não é deadmirar que Jesus, o nosso modelo de desenvolvimento, resumiu osdois grandes mandamentos em amar a Deus “de todo o teu coração,de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuasforças” (Marcos 12:30) e amar o próximo “como a ti mesmo” (Marcos

    12:31).

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    CAPÍTULO III

    …CRESCIA EM S ABEDORIA: CRESCIMENTO INTERNO

     

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     As raíses profundas são essenciais na vida de uma árvore. Desenvol-vimento da identidade, desenvolvimento cognitivo e desenvolvimentoda personalidade são essenciaais nos anos de formação de um in-divíduo. O crescimento interno é também essencial na vida de uma

    igreja que desenvolve organicamente. Tal como a verdade precisa deraízes profundas que susterão troncos largos e altos, ramos extensose fruto saudável e tal como os anos iniciais de uma pessoa determi-nam a profundeza da sua personalidade, uma igreja precisa de forçaprofunda e interna para a suster durante os anos importantes do seudesenvolvimento. Já que os primeiros anos de uma criança denem a maior parte da

    sua personalidade para o resto da sua vida, é importante para os paise o ambiente da criança providenciar tal “profundidade de entidade”à medida que vai crescendo. O escritor manda: “Instrui o menino nocaminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviarádele…” (Provérbios 22:6). A instrução aqui ressalta a importância deestabelecer raízes profundas na vida de uma criança porque estasraízes são aquelas que a susterão para a grande parte da sua vida edesenvolvimento.

    Semelhantemente, uma igreja com um fundamento profundo e sólidoé capaz de sobreviver a todos os ventos de doutrina (Efésios 4:14).Uma igreja com raízes profundas será capaz de resistir aos desaos eameaças que enfrentará como instituição e como agregado dos seusmembros. Tal como Jesus Cristo cresceu internamente em sabedoria,a igreja deve fazer provisão para que todos os seus membros apro-fundem as suas raízes na sua fé. O propósito da igreja é “o aperfeiço-

    amento dos santos, para a obra do ministério…até que todos chegue-mos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, aoestado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo.“ (Efésios 4:12-13).

    Embora existam muitas formas nas quais uma igreja local desenvolveraízes profundas, as evidências mais críticas de tal crescimento inter-no intencional são discipulado, comunhão, e mordomia.

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    Discipulado: Crentes que crescentes à estatura de Cristo

    Um dos legados do movimento missionário moderno foi uma ênfa-se exagerada no crescimento numérico e exponencial. Como lerá no

    próximo capítulo, o crescimento numérico é um indicador essencialda saúde e vida de uma igreja. Contudo, o crescimento numérico semdiscipulado intencional é tão irresponsável como ser pai de crianças eesperar que elas se eduquem e criem sozinhas. Um dos meios maisefectivos para fechar a a famosa “porta de trás”, através da qual mui-tos novos crentes saem das nossas congregações é o discipulado.

     A realidade é que a missão essencial da igreja é fazer discípulos. Fazer

    discípulos signica ajudar os crentes a aprender e pôr em prática ascoisas que Jesus ensinou e ordenou para que eles, também, possamser como Ele. Embora possa parecer simples, o discipulado efectivorequer intencionalidade.

    Existem várias escolas de pensamento acerca da abordagem correctapara o discipulado. Alguns acreditam que o discipulado é essencial-mente cognitivo e, por isso, o foco é na provisão dos recursos de

    ensino e aprendizagem para o viver cristão. Outros acreditam que odiscipulado é um processo de uma vida inteira de exemplo e conse-quentemente, o seu foco é no mentoreamente e sistemas de apoio.

     Ao olhar para o modelo e ordem de Jesus para os discípulos em Ma-teus 28, devemos concluir que o discipulado é tanto ensino comoexemplo. Em termos práticos, uma igreja que cresce internamente está inten-

    cionalmente comprometida a ajudar cada e todos os crentes a crescerde bebés na fé para um discípulo de Cristo que, em medida crescen-te, procura e reecte a própria pessoa de Jesus Cristo. “Fazer discí -pulos semelhantes a Cristo,” é então, o propósito de cada congrega-ção. Para a primeira igreja, fazer discí pulos incluiu perseverança nadoutrina dos apóstolos e aprender os ensinos e instruções deJesus. 

    Embora os métodos e modelos do discipulado intencional variem deacordo com a cultura, contexto e disponibilidade, cada igreja deve 

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    interrogar-se, tendo em conta, os seguintes aspectos:• Tem a igreja programas contínuos para pessoas de todas as ida-des e todos os estágios do seu percurso cristão que as ajudem aamadurecer como crentes na fé?

    • O discipulado inclui ajudar os crentes a compreender os prin-cipais princípios da fé cristã mas também a doutrina, valores, ecrenças da igreja?• O discipulado ajuda os crentes a crescerem de discípulos paraserem pessoas que ajudam outros discípulos a crescer?

    Comunhão: Praticando o conceito do corpo

    O Dr. Oliver Philips estava a dirigir um seminário em Paris, França, eperguntou aos membros da congregação: “Se alguém entrar nesteedifício hoje, será ele ou ela bem recebido(a)? O que é que vocês têmnesta comunidade de crentes que convidará esta pessoa a voltar?”Estas pessoas são chave para igrejas que pretendam crescer inten-cionalmente. O livro de Actos descreve a comunhão como um dosingredientes chave que manteve a igreja unida. Os primeiros crentesreuniam-se, comiam juntos, oravam juntos. Juntos.

    Comunhão é mais do que apenas ajuntamento. Comunhão signicaque todo aquele que se juntou ao corpo de crentes se sente bem--vindo como parte do corpo. A comunhão não signica “rodas dentrode rodas”, mas membros unidos de um corpo, que se abraçam mutu-amente, celebram e sofrem juntos e crescem juntos. Eu gosto muito dos tempos de comunhão com os meus irmãos e

    irmãs do Médio Oriente. Eles ensinaram-me que quando Jesus disseem Apocalipse 3:20 “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir aminha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e elecomigo.” A ênfase não é somente no entrar, mas no cear juntos. Istosignica que a comunhão é inclusiva e leva tempo. Comunhão signi-ca a aceitação dos outros que os deixa entrar nos nossos círculosculturais e sociais privados e ser parte deles, tal como nos sentimosbem-recebidos nos deles. Comunhão signica tomar tempo para co-

    mer juntos, participar no partir diário do pão.

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    Claro, a comunhão é cultural. Para algumas culturas, a comunhão in-clui comida (de facto, para a maioria das culturas, a comida parece serparte da comunhão). Enquanto para outras, a comunhão anda à voltade eventos, celebrações ou intercâmbios culturais. A despeito disso,

    todas as igrejas que procuram desenvolver raízes profundas devemcolocar a si mesmas estas questões relativamente à comunhão:• Será que a igreja enfatiza ajuntamentos frequentes onde todos(experientes, novos crentes, e convidados) se sintam igualmenteincluídos?• Existe a sensação de uma família que recebe bem na nossa con-gregação ou somos mais parecidos com uma família fechada queresulta em círculos mais pequenos, fechados, círculos familiares

    dentro da congregação?• Será que a nossa convivência conduz ao fortalecimento dos laçosda congregação através da oração, apoio mútuo, e comunhão?

    Mordomia: Mostrar preocupação pelo reino de Deus e a Suacriação

    Estava a visitar a igreja do Nazareno em Mesquita, no Brasil, e o pastor

    contou-me a história de uma moça que se tinha tornado crente recen-temente e que fazia parte da nova classe de discipulado dos crentes.Esta moça era muito pobre e, graças à ajuda da igreja, ela conseguiuo seu primeiro emprego depois de terminar a escola secundária. Parasurpresa do pastor, a moça trouxe o seu primeiro cheque endossadoem nome da igreja. O pastor, sabendo que ela era pobre e que preci-sava do dinheiro, recusou receber o cheque. “Você precisa dele paracomprar comida para a semana,” disse-lhe. A resposta dela chocou

    até o pastor. “Estamos a aprender da Bíblica que as pessoas gratasdevem trazer os primeiros frutos ao Senhor. Este é o meu primeirosalário, por isso é o meu primeiro fruto. Eu vou encontrar comida,porque até agora, a igreja tem-me ajudado amorosamente. Não poderecusar-me o privilégio de dar o primeiro fruto.”

    Esta moça tinha abraçado radicalmente as lições de mordomia que aigreja tinha estado a ensinar-lhe desde os primeiros dias da sua vida

    como crente. Ela sabia que a melhor “acção de graças” é quandodamos graças dando. Para ela, tal como para a viúva que deu tudo

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    o que tinha, a mordomia é baseada no dar tudo a Deus – e a bençãoé que Ele nos dá de volta exactamente o que precisamos para viveruma vida abundante.O ensino sobre a mordomia é a terceira perna do banco de crescimen-

    to interno. Às vezes as igrejas focam-se principalmente no discipuladoe comunhão e, quando é um pouco tarde, descobrem que têm estadoa criar crentes bem alimentados, bem socializados e egoístas. Ensinarcrentes acerca da importância de gerir os recursos de Deus para aglória do Seu nome e para a extensão do Seu reino deve ser parteda prática nomal de todas as congregações. Este ensino desenvolveem cada crente uma preocupação altruísta pela criação de Deus, umsentido responsável de possessão da igreja local e uma preocupação

    apaixonada pelos perdidos do outro lado da rua e à volta do mundo.  Algumas das questões que todas as igrejas precisam considerar acer-ca do seu próprio foco na mordomia são:

    • Ensina a igreja todos os crentes acerca da “mordomia da vidaintegral” – mordomia do tempo, talentos, e tesouro?• Os membros da congregação são responsáveis por apoiar o or-çamento da igreja incluindo uma remuneração justa para o pastor

    e qualquer outro pessoal?• A igreja considera um privilégio e uma alegria participar no empre-endimento missionário global apoiando aqueles que estão envolvi-dos em ir e enviar por si?

    Quando viagei pela Estrada Deserta no Jordão vi dúzias de árvoresque estavam abruptamente inclinadas na direcção do vento. Aparen-tamente, os ventos e as tempestades de areia são ocorrências co-

    muns naquela parte do país. Contudo, apesar da força que os ventospossam ter, aquelas árvores têm permanecido rmes durante décadase o mais certo é que permaneçam durante mais décadas por vir. Osegredo: raízes profundas e sólidas. Não é necessário um especialistade orestas para saber que a razão daquelas árvores terem resistidoaos piores ventos e tempestades é porque elas têm raízes que assustêm. O mesmo é verdade para a igreja. As raízes profundas per-mitirão à igreja sobreviver aos ventos e tempestadas, e também muito

    importante, providenciar os nutrientes saudáveis para o crescimentoamplo e abrangente.

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    CAPÍTULO IV 

    …CRESCIA EM ESTATURA: CRESCIMENTO E XTERNO

     

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    O tamanho é a evidência externa mais comum do crescimento deuma criança. Quando vemos uma criança, não sabemos normalmentese ele ou ela está a andar bem na escola, se ele ou ela se está com-portar bem, se ele ou ela se socializa bem, etc. A primeira coisa que

    notamos é que a criança está a crescer em estatura. O crescimentofísico é uma indicação óbvia de saúde e deve ser constantementepromovida e monitorizada por causa do bem-estar da pessoa.

    Semelhantemente, uma evidência de saúde para um corpo orgânicocomo a igreja é a forma na qual tem experimentado crescimento nu-mérico. Tal como podemos dizer a profundidade, largura, e saúde deuma árvore olhando para a robustez do seu tronco, o comprimento

    dos seus ramos, e a riqueza dos seus frutos, podemos ver a saúde deuma igreja pela forma na qual ela cresce em tamanho e no seu traba-lho de alcance de outros. Uma das ilusões do cristianismo ocidental é que focamos na qualida-de e não na quantidade. Esta ilusão tem levado muitos líderes de igrejaa sentir-se confortáveis com o ser “poucos mas bons” ou, como um lí-der evangélico da Índia os chama, “os escolhidos congelados.” Se um

    grupo crescente de crentes sem discipulado cria irresponsavelmente,desenvolvendo raízes profundas (crescimento interno) sem frutos ecrescimento numérico é um indicador de raízes doentes ou presun-ção. Jesus disse-o claramente aos discípulos em João 15 quando Elediz que todo o ramo que não dê fruto será cortado.

    Se quiserem determinar a largura, profundidade e saúde das raízes deuma árvore, basta olhar a largura dos seus ramos e a vitalidade do seu

    fruto. Interessante, dois dos indicadores mais comuns do desenvolvi-mento dos indivíduos é o crescimento físico saudável e a capacidadeem dar à luz crianças. Estes princípios orgânicos também são verda-deiros acerca das igrejas. As duas evidências mais notáveis de cres-cimento externo saudável para uma congregação são: o evangelismoque resulta em novos crentes e membros, e a plantação de igrejas queresultam em novas igrejas-lhas. 

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    Evangelismo: Partilhando as Boas Novas

     As boas novas são que “terminou!” Esta é a melhor notícia alguma vezcontada. Com o Seu sacrifício ma cruz, Jesus complementou a obra

    de redenção de toda a humanidade. Não mais sacrifícios, não maisintermediários. Terminou.

    O problema é que nem todos sabem disso. Nós sabemos disso; nósencontrámos a fonte da vida eterna. Nós recebemos o dom da graçaque foi garantido na cruz. Agora é imperativo que vamos e contemosaos outros que eles, também, podem encontrar vida abundante coma certeza que eles podem ter comunhão plena com Deus através do

    sacrifício de Jesus Cristo. Não fazer isso, é egoísta. Existem bilhõesde pessoas que ainda não sabem que a obra da redenção está com-pleta. Alguns deles estão na nossa casa, entre os nossos membros danossa família. Alguns deles estão nas nossas escolas, no nosso localde trabalho, no restaurante onde comemos, ou do outro lado da rua.Outros estão a milhares de quilómetros de distância. A despeito disso,todos precisam de saber. Contar-lhes é evangelismo. Nada mais com-plicado do que isso; só contar-lhes.

     Talvez a denição do evangelismo que eu gosto mais é a atribuída aoevangelista, líder ecuménico e escritor de hinos, D.T. Niles: “Evange-lismo é só um pedinte a contar a outro pedinte onde encontrar pão.”É só isso. A diferença é que nós já encontrámos o pão da vida e orecurso é interminável. Só precisamos de contar aos outros onde oencontrar.

    Se todos nós tivéssemos tal sentido de responsabiliade e urgência,o mundo seria um lugar melhor. Tudo o que é preciso é que todosos crentes, em gratidão pelo pão eterno que têm, vão e partilhem asBoas Novas. As igrejas que enfatizam esta urgência são as igrejas quealcançam outros e, naturalmente, crescem.

    Uma igreja saudável é uma igreja que evangeliza. Com as centenasde métodos desenvolvidos e melhorados durante anos, o propósito

    deste livro não é ensinar igrejas a evangelizar. Cada igreja, e mesmocada indivíduo, deve procurar os métodos que são apropriados ao

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    contexto, à personalidade, ao terreno, etc. A coisa mais importante éque cada membro deve partilhar as Boas Novas com os outros.

    Embora existam literalmente centenas de métodos de evangelismo,

    existem algumas perguntas básicas que a igreja precisa de fazer aoavaliar a sua saúde:• A igreja acrescenta novos aderentes, todos os anos, por pros-são de fé ou principalmente através da “reciclagem de santos”?• O membro médio da nossa congregação participa no partilhar asBoas Novas pelo menos a uma pessoa em cada ano?• A igreja, como corpo corporativo, tem um plano de evangelismointencional que é próprio da congregação?

    Plantação de Igrejas: Reproduzindo Pontos de Vida e Luz

    Eu passei a maior parte da minha juventude a frequentar a Igreja doNazareno de Landivar, na cidade de Guatemala, na Guatemala. Depoisde ser eleito para a junta da igreja como líder de jovens, familiarizei--me com a história longa da igreja sobre plantação bem-sucedida deigrejas. Durante os seus mais de quinze anos, a igreja do Nazareno de

    Landivar tem plantado, fundado, e suprido recursos a pelo menos seisigrejas lhas. Hoje, todas estas igrejas lhas são congregações vibran-tes que continuam a dar vida a novas congregações com o mesmo

     ADN missional da igreja mãe. 

     A minha família em El Milagro, um subúrbio da classe operária da cida-de da Guatemala, esteve no centro de uma plantação de igreja. Quan-do a minha mãe, uma nazarena de longa data, sofreu um AVC que a

    impediu de viajar de autocarro para se juntar à igreja em Landivar, elae o pai, juntamente com os lhos, decidiram plantar um igreja em casaem parceria com a igreja mãe.

    Familiarizada com o ADN de plantação de igrejas de Landivar, a nossafamília convidou o pastor e a igreja mãe a patrocinarem uma igreja lhana nossa casa. Da sala, a igreja mudou-se para uma garagem alugadapróxima. Hoje, a Igreja do Nazareno de El Milagro na Guatemala tem

    mais de 200 membros, com o seu próprio pastor e equipa de lide-rança, e um edifício lindo iniciado pelos próprios membros. Tudo isto

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    aconteceu porque uma igreja vibrante creu na sua própria multiplica-ção para que mais comunidades pudessem ser alcançadas com asBoas Novas transformadoras. 

     A plantação de igrejas requer uma mentalidade e uma paixão pelosperdidos. Quando nos reunimos com a liderança da Igreja do Naza-reno em Bangladeshe para debater a sua estratégia de plantação deigrejas, o nosso estratega do campo perguntou-lhes “quantas maisigrejas vão plantar antes de dividirem o distrito?” Depois de algumtempo de debate, eles decidiram que 1.000 igrejas seria um bom nú-mero para um distrito gerir (naquele tempo eles tinham 560 igrejasorganizadas e aproximadamente 1.000 pontos de pregação). Eles es-

    tavam prontos para terminar a reunião quando um dos plantadoresde igrejas começou a chorar. Pensando que ele tinha provavelmentecolocado demasiada pressão na liderança local ao estabelecer umalvo tão elevado, o estratega do campo desculpou-se para com oplantador de igrejas. “Não choro por causa do alvo,” disse ele. “O pro-blema é que existem 69.000 aldeias neste país. Se limitarmos o nossoalvo a 1.000, o que iremos fazer com as outras 68.000 que precisamde ouvir acerca do amor de Cristo?”

    Com paixão e uma mentalidade renovada, as igrejas podem encon-trar o método mais ecaz que funciona para elas ao se multiplicarem,patrocinando novos centros de esperança e fé. A este respeito, umaigreja precisa fazer as seguintes perguntas: 

    • É a plantação de igrejas parte do ADN da nossa congregação?• Quantas plantações de igrejas bem-sucedidas foram iniciadas

    durante a vida da congregação?• A igreja tem um plano para iniciar um novo ponto de pregação ouigreja missão?

    Uma das minhas alegrias pessoais na vida tem sido ver igrejas cres-cer numericamente ao redor do mundo. Tenho tido o privilégio de vercrentes e congregações a multiplicar-se como parte do movimentode Deus no seu país. É parte da Sua promessa. Jesus prometeu que

    Ele edicaria a Sua igreja. A nossa tarefa é ampliar a tenda e não nosretermos, alongar as cordas, para preparar espaço para a colheita…e

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    para aprofundar as estacas para que o nosso crescimento seja tantoqualitativo (interno) como quantitativo (externo) – Isaías 54:1-3.

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    CAPÍTULO V 

    …CRESCIA EM GRAÇA PERANTE DEUS: CRESCIMENTO DEVOCIONAL

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    Não foi suciente para Jesus crescer em sabedoria e estatura. A evi-dência mais signicativa de tal desenvolvimento pessoal tinha de sermoldado pela cruz. A cruz é mais do que o símbolo de sacrifício; é osímbolo de interacção dos dois maiores mandamentos: “Ama o Se-

    nhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua lama e comtoda a mente e com todas as tuas forças” (a dimensão vertical dorelacionamento) e “Ama o teu próximo como a ti mesmo” (a dimensãohorizontal do relacionamento). O desenvolvimento qualitativo e quan-titativo dos indivíduos é denido pelo modo como se relacionam comDeus o Pai, e com as pessoas à sua volta.

    Quando eu era um líder de jovens na igreja, um amigo de outra fé

    chegou-se a mim e fez-me uma pergunta muito comum: “Como é quesabes que encontraste a fé?” A minha resposta foi curta e instantânea:“Evidência.” Eu disse-lhe que eu tinha no meu coração a evidênciade um relacionamento com o Pai, um relacionamento directo que medava a certeza de ser ouvido, amado e redimido. A segunda evidênciaque realcei foi o facto que, em Cristo, e pelo poder do Espírito San-to, fomos transformados para viver em harmonia e reconciliação comas pessoas à nossa volta. A profundidade da nossa convicção deve

    tornar-se evidente.

    “Crescendo em Graça (favor) perante Deus” é um assunto natural davida para um cristão cujas raízes têm sido aprofundadas e fortaleci-das. Um crente e uma congregação crescem no favor de Deus atra-vés da oração, adoração espiritual e verdadeira e o conhecimento daPalavra de Deus. 

    Oração: Buscando a presença e vontade de Deus

    Cada movimento do Espírito começa com oração. No livro de Actos,a igreja primitiva esperou, em oração, pela vinda do Espírito Santoantes de serem enviados como testemunhas em Jerusalém, Judeia,Samaria, e os ns da terra. Da mesma forma, o Avivamento de Asburyem 1970 no Kentucky, E.U.A., ocorreu quando os estudantes se inte-ressaram pela oração e oraram durante 30 dias, 30 minutos diários.

    Como resultado, tal como no cenáculo, o Espírito de Deus desceu e“encheu o lugar.” Isto iniciou um movimento entre os estudantes da

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    parte ocidental na América do Norte. De facto, o que foi programadopara ser só um “culto normal” de cinquenta minutos, durou 158 lon-gas horas. Então continuou intermitentemente durante semanas atéque atravessou a nação e mesmo o mundo… e tudo começou com

    um movimento de oração.  A história dos avivamentos na igreja cristã, embora diversos nos locaise eventos, tem um traço comum: todos começaram quando as pes-soas oraram. A oração intencional tem sido o motor que tem unido opovo de Deus, preparando os seus corações, e movendo o coraçãode Deus para abençoar aqueles que O procuram com paixão e hu-mildade. Por isso, antes de uma igreja se decidir a alcançar outros,

    é imperativo que os crentes esperem e recebam em oração o podermobilizador do Espírito Santo e ir.

    Não há fórmulas especícas para a oração. De facto, aprendi, ao cres-cer, que a oração é acerca de relacionamento e não regras. Algumaspessoas oram de joelhos, outros oram enquanto andam, enquantooutros oram ao conversarem. A coisa importante, contudo, é consis-tência intencional. A oração tem de ser parte da vida de uma igreja,

    infalivelmente e deliberadamente.

    Por outro lado, tenho visitado igrejas onde a reunião de oração é amenos frequentada durante a semana ou o mês. Quando pergunteiaos pastores ou líderes da reunião de oração acerca disso, notei queo problema principal é que a reunião ou programa de oração se torna-ram numa rotina onde as pessoas só fazem os gestos de oração – aversão evangélica das orações pré-escritas repetidas que eu costu-

    mava ouvir quando frequentava uma escola católica durante a minha juventude.

    Por isso, para uma igreja que está a crescer em graça perante Deus,a oração precisa ser activa, dinâmica e de coração. As igrejas devemfazer a oração essencial à vida da congregação. As congregações de-vem permitir ao Espírito de Deus mover-se livremente quando O bus-carmos – e estar pronto pelo Seu movimento entre nós. Precisamos

    permitir a Deus ditar o curso de acção e não o contrário. 

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    Muitas igrejas têm limitado a oração a um ponto no boletim. Tenhovisto até um plano de culto minuto-a-minuto de igrejas onde a oraçãoé limitada a “uma oração pastoral de três minutos.” Imaginem o queaconteceria se Deus decidisse mover-se no meio do culto e a oração

    se prolongasse durante horas? Para muitos pastores, infelizmente,isto mudaria o programa para o dia. Para a maioria dos cristãos, con-tudo, este deve ser o ponto de viragem na vida da congregação.

     A despeito da metodologia que as igrejas usem para se envolver cor-porativamene em oração, as igrejas devem fazer as seguintes pergun-tas:

    • A oração é uma parte essencial da vida da igreja medida pela

    forma como os indivíduos, grupos da igreja, e a igreja como umtodo devotam tempo sério para buscar a presença de Deus atravésda oração?• A igreja tem um plano de oração e devocional intencional queajuda os crentes, novos e de há muito tempo, a experimentar aoração como uma disciplina espiritual?• É o programa da igreja sucientemente exível para permitir que aoração prepare o terreno para a mensagem de Deus para a igreja?

     Adoração e Louvor: Contar a Deus e aos outros acerca da Suamajestade

     Venho de uma cultura que gosta de adoração. O meu pai e avô erammúsicos que, ao se converterem, devotaram todos os seus talentosmusicais para servir e adorar Deus. O meu avô, um homem iliteradoque recebeu Cristo com 65 anos de idade, tocou e gravou os cânticos

    de louvor que ele queria que fossem usados no seu funeral. Acho queele foi dos poucos crentes que tocou no seu próprio funeral…

     Apesar de gostarmos de adoração, contudo, as nossas igrejas têmrestringido a adoração e louvor às suas próprias preferências culturaise sociológicas e temos feito isso à custa do seu verdadeiro signicado.Quando adoramos dizemos a Deus aquilo que Ele já sabe, mas queprecisa ser dito pelos nossos lábios: que Ele é grande, que Ele é o

    único que merece toda a glória e honra e majestade, que somente Eleé Deus. Através da adoração agradecemos a Deus por nos permitir

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    chegar à Sua presença através da pessoa de Jesus e pelo poder doSeu Espírito. A adoração é direccionada para o Deus Trino. Ele é a ra-zão e o propósito da nossa adoração. Mas a adoração não se limita àmúsica. A adoração toma qualquer forma que nos ajude a reverenciar

    o único digno do nosso sacrifício vivo.

    Os nossos cânticos de louvor são um veículo para falar aos outrosda grandeza de Deus. O louvor é um convite à comunidade para se

     juntar a nós na celebração da majestade do nosso Criador, Salvador eSanticador. O louvor é o acto de adoração em cântico, em qualquerforma, com qualquer instrumento, com qualquer estilo…mas em Es-pírito e em verdade.

     Louvor e adoração ecazes levam-nos corporativamente à presençade Deus a despeito do formato. É dirigida para Deus e concebida àvolta da pessoa do Deus Trino. É uma resposta ao amor e grandezade Deus mas também leva à resposta agradável de Deus – ou seja,não é concebida para obter uma resposta agradável da multidão masa resposta agradável de Deus. Finalmente, a resposta ecaz integraindivíduos, comunidade, e cultura.

     Uma das razões pelas quais o tema da adoração tem sido contro-verso nas últimas décadas, é o facto de que os crentes se concen-tram neles e nas suas preferências (o terceiro elemento da ecáciada adoração) em vez de se concentrarem na reverência a Deus e naSua resposta agradável. Ambos os campos, nas infames e globais“guerras de adoração”, estão em falta. O ponto é que a adoração nãoé acerca de nós. A adoração é acerca de Deus. Quando uma igreja

    compreende esta dimensão importante, as tensões desaparecem eos crentes compreendem que o estilo da adoração não é mais do queuma expressão da geração do mesmo desejo para celebrar Deus nagrandeza da Sua majestade. Este equilíbrio é essencial para ajudaras congregações a crescer para além da dicotomia do desempenhoversus tradição.

    Independente do estilo e da tradição de adoração que uma congre-

    gação tenha, todas as igrejas, quando avaliam a sua saúde missionalholística, devem pelo menos ponderar nas seguintes perguntas:

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    • A adoração e o louvor na nossa igreja conduzem à honra a Deuse não àqueles que a dirigem?• A adoração e o louvor na nossa igreja ajudam os indivíduos acar mais perto de Deus ao inspirá-los a tornarem-se adoradores

    em espírito e em verdade?• Na nossa igreja, o propósito da adoração e do louvor é maisimportante que o formato, ou é o formato mais importante que opropósito?

    Pregação Escriturística:

     Viajando por lugares e culturas tem-me dado o grande privilégio de

    testemunhar a igreja ao expressar-se numa variedade de modos. Tam-bém me tem permitido ver coisas que outros não vêem na ocorrênciadiária da vida da igreja. Por exemplo, eu estava a visitar uma igreja,de alguma forma grande, quando ouvi uma das pregações temáticasmais excepcionais sobre mordomia e ofertas. Tomei notas no boletimdistribuído que me ajudaram a seguir o esboço da pregação do pas-tor enquanto preenchia os espaços. Senti que foi uma óptima prega-ção, que usou boas fontes, e um excelente método para acompanhar.

    Houve um pequeno problema: eu tinha ouvido a mesma pregação,usando o mesmo esboço e o mesmo método quatro semanas antesno outro lado da costa daquele país. Em vez de uma pregação cuida-dosamente preparada que foi inspirada para a congregação especí-ca, um dos pastores (ou mesmo, os dois) tinha ido buscar o materialà internet que eu próprio encontrei mais tarde, que providencia “ajudade pregação para pastores.”

    Embora isto não seja problema em muitas tradições cristãs – a igrejacatólica em muitos lugares emite a mesma homília a todos os padresnuma dada jurisdição para ser lida em todas as igrejas num dadodomingo – a realidade é que congregações vibrantes precisam sernutridas por pregação ungida que resulta de um estudo profundo daPalavra de Deus pelo pregador. Uma tragédia em muitas igrejas hojeé que os pastores “importam” pregações de fontes escritas ou da in-ternet. Isto pode ser aceitável para uma dada ênfase mensal ou uma

    celebração da igreja, mas fazer isto rotineiramente resulta numa pre-gação seca que impacta negativamente a vida da igreja.

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    O apóstolo Paulo encorajou os crentes, líderes, e supervisores da igre- ja primitiva a procurar a vontade de Deus pelo estudo e pregação daSua Palavra. A Palavra de Deus é a fonte tangível mais poderosa queDeus deixou para a Sua igreja encontrar direcção, correcção, inspira-

    ção, profecia, e visão para o futuro. De facto, uma das admoestaçõesmais directas que Paulo deixou ao jovem ministro Timóteo foi muitoclaro: “Prega a Palavra…” (II Tim. 4:2).

     Tem sido a minha observação que igrejas onde os pastores dispen-dem muito tempo partilhando temas que são basicamente abordadosa partir de uma perspectiva sociológica ou comportamental e somen-te temperados com referência escriturística, acabam por ter membros

    que são inspirados por motivação, mas biblicamente ocos ou mesmoiliterados escrituristicamente.

    Já que a pregação bíblica é essencial na vida de uma congregação,ao avaliar a sua saúde, as igrejas devem rever as seguintes perguntas:

    • A pregação do pastor é claramente inspirada por um estudoprofundo da Palavra de Deus?

    • A pregação na igreja conduz ao crescimento pessoal contínuo,compromisso, e renovação dos crentes?• A pregação na igreja mantém a sua vantagem profética mesmoquando, às vezes, possa não ser popular para os membros?

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    CAPÍTULO VI

    …CRESCIMENTO NA GRAÇA PERANTE OS HOMENS: CRESCIMENTO TRANSFORMACIONAL

     

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    É dito que o líder do movimento independente da Índia, Mohandas(Mahatma) Gandhi, disse uma vez ao seu amigo, o missionário E.Stanley Jones, “Eu gosto do vosso Cristo, eu não gosto dos vossoscristãos. Os vossos cristãos são tão pouco parecidos com o vos-

    so Cristo.” Infelizmente, esta armação, tão bem conhecida, não éum exagero. Muitos crentes, consumidos pelo seu próprio presentee desejos eternos, fracassam em exibir a pessoa de Cristo àquelaspessoas que os rodeiam. Cristo cresceu na graça perante os homens. A profundidade do Seurelacionamento com o Pai foi expressa no relacionamento transforma-dor que Ele tinha com aqueles à Sua volta. Ele vivia o que falava. Ele

    habitou com as pessoas e ministrou às suas necessidades através dapregação, ensino, e cura (Mateus 9:32).

    Se a igreja é o corpo de Cristo, então, somos as Suas mãos, os Seuspés, e as Suas testemunhas vivas. Uma igreja que alega ser a in-corporação de Jesus Cristo alcança as comunidades não somenteatravés da proclamação do Evangelho mas também demonstrando oseu poder amoroso e transformador. Para fazer isso, uma igreja deve

    mobilizar todos os crentes como um exemplo vivo de encarnação,amor, e abraço. Ministério em Movimento: O sacerdócio de todos os crentes

     Alguns dos anos mais animados que tenho vivido na igreja foram quan-do participava como leigo envolvido. O segredo foi a posse e a paixãoque me inspiraram a viver como um membro da minha congregação

    local. Ainda me lembro como é que havia tantos de nós envolvidos aotrabalharmos juntos com o pastor e a equipa de liderança, ao sermosa igreja dentro e fora das paredes das instalações da nossa igreja. O Rev. Leonel de Leon era o nosso pastor. Ele era muito jovem, mascompreendia a importância de mobilizar todos os crentes na trans-formação da igreja e das nossas comunidades. Ele ajudou a todos acrer que éramos parte do sacerdócio de todos os crentes e fez isso

    ao ajudar-nos a descobrir os nossos talentos, a colocá-los em acçãoe a ajudar outros no processo. Do grupo original que ele ajudou a mo-

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    bilizar, a maior parte de nós ainda está envolvido no ministério. Algunsde nós responderam à chamada para o ministério de tempo integral,outros ainda são leigos comprometidos nas suas congregações res-pectivas, mas todos nós ainda estão activos como líderes transforma-

    dores na igreja, comunidade, e país.

     Talvez o processo que a nossa igreja usou não tenha sido completa-mente sistemático. Contudo, ao olhar para trás, podemos identicarvários princípios que a nossa igreja, como muitas outras congrega-ções vibrantes, usou para mobilizar tantos crentes quanto possível:

    • Identifcação. Ajude os crentes a identicar os seus dons, ta-lentos, pontos fortes e chamada. Ao fazer isso os líderes e crentes

    descobrem a variedade de dons e capacidades disponíveis para aigreja. Este processo também desperta o sentido de valor e capaci-dades nos crentes porque muitos deles não acham que podem fa-zer algo. De repente, cada crente sabe que ele ou ela tem um papela cumprir na vida da igreja ao ministrar ao corpo e à comunidade.• Envolvimento. Ajude os crentes a se envolver em áreas mi-nisteriais de acordo com os seus dons e pontos fortes. Já que, aprincípio, o envolvimento no ministério pode ser ameaçador para

    os crentes que de outra forma estavam habituados a estar no “ladoreceptor,” é importante que durante esta fase os crentes se envol-vam em ministérios que estejam sob a responsabilidade e super-visão de ministros mentoreadores (por ministros compreendemosleigos ou elementos do clero já envolvidos no ministério).• Implementação. Permita aos crentes tornarem-se responsá-veis por áreas especícas de ministério, implementando iniciativasde ministério por eles próprios. Ao serem parte de uma equipa mi-

    nisterial, os crentes podem tomar uma responsabilidade ministeriale implementar ministérios necessários na igreja e comunidade. Oenvolvimento ministerial é o modo mais ecaz de abordar a “cren-tites” dominante porque permite aos crentes pensarem para alémdas suas próprias necessidades e interesses e concentrarem-senas necessidades dos outros.• Integração. Um dos riscos dos crentes envolvidos é que elescam tão entusiasmados com a sua área especíca de ministério

    que podem fazer isso à custa de outros ministérios importantes noCorpo de Cristo. A integração ministerial ajuda a evitar o problema,

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    enquanto se ensina aos crentes o conceito de corpo. Uma vez queos crentes têm estado activamente envolvidos na implementaçãode ministérios por si mesmos, é importante ajudá-los a tornar-separte de equipas ministerias holísticas para que possam compre-

    ender que os ministérios de serviço são tão importantes como osoutros ministérios visíveis como o louvor e a pregação.

    Igrejas cujos membros se concentram nas necessidades dos outrosacham natural crescerem na “graça perante os homens.” Consequen-temente, o alcance da comunidade, o evangelismo e a transformaçãosocial tornam-se características espontâneas na vida da igreja.

    • A igreja ajuda intencionalmente os crentes a descobrir os seusdons e pontos fortes e encontrar plataformas para que esses donssejam exercidos?• São os ministérios na igreja delegados à maioria dos crentes ouestão eles concentrados nas mãos do pastor, do pessoal pago, edos líderes da igreja?• É o alcance da comuniadde uma ocorrência normal na vida daigreja?

    Transformação Social:

    “Um saco vazio não ca de pé” é uma declaração comum que aprendide crentes no Haiti quando visitei as suas comunidades desoladas,afectadas pela seca e a fome. Esta armação signica basicamenteque as pessoas estão dispostas a ouvir a pregação da Palavra, masas nossas palavras precisam chegar com demonstrações tangíveis

    do amor de Deus, ao responder às necessidades físicas, emocionaise sociais que eles enfrentam.

    John Wesley, o fundador do movimento metodista, cria e pregava que“não existe nenhuma santidade particular sem uma santidade social.”Por outras palavras, as pessoas que têm experimentado a graça sal-vadora e santicadora de Deus exibem tal dom ao transformar acti-vamente as comunidades e sociedades onde estão plantadas. Uma

    igreja viva e vibrante tem um testemunho activo na comunidade aoabordar as suas necessidades, problemas e sofrimentos.

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    Na transformação social, os ministérios aos pobres e marginalizadosnão são um meio para um m. Os crentes não se envolvem em minis-térios sociais como uma desculpa para trazer pessoas à igreja, mascomo uma demonstração social do amor de Deus nas suas vidas. Os

    versículos em João 3:16-17 resumem o plano de salvação de Deuspara toda a humanidade: “Porque Deus amou o mundo de tal maneiraque deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crê nãopereça, mas tenha vida eterna. Porque Deus enviou o Seu lho aomundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fos-se salvo por ele.” Semelhantemente, os versículos em I João 3:16-17completam a equação da salvação e transformação social: “Nisto co-nhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e nós devemos

    dar a vida pelos irmãos. Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendoo seu irmão necessitado, lhe fechar o seu coração, como permane-ce nele o amor de Deus?” Assim, os ministérios sociais práticos nãoprecedem necessariamente a proclamação do Evangelho. Eles acon-tecem como uma expressão visível da pessoa de Cristo habitando emnós.

     As igrejas muitas vezes lutam para encontrar um equilíbrio entre a pro-

    clamação e os ministérios de demonstração. Algumas delas crêemque os ministérios sociais são uma distracção aos ministérios evange-lísticos da igreja. Esta perspectiva, contudo é tanto não-bíblica comotacanha. A Escritura está cheia de exortações para o povo de Deusajudar e defender os pobres, as viúvas, os órfãos, os estrangeiros, eaqueles em aição.

    “Favor perante os homens” é amplamente descrito no Velho Testa-

    mento: “Acaso não é este o jejum que escolhi? Que soltes as ligadu-ras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo? E que deixes irlivres os oprimidos, e despedaces todo jugo? Porventura não é tam-bém que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa ospobres desamparados? Que vendo o nu, o cubras, e não te escondasda tua carne? Então romperá a tua luz como a alva, e a tua curaapressadamente brotará...” (Isaías 58:6-8 – ênfase adicionada).

    Uma igreja missional é conhecida por uma integração visível dos mi-nistérios da igreja na comuniade. As igrejas vibrantes concentram-se

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    tanto na proclamação como na demonstração do Evangelho para queas pessoas creiam em Cristo pelo testemunho e amor daqueles queO Seguem.

    • A igreja é conhecida na comunidade pela forma como respode

    activamente às necessidades do seu próprio povo e da comuniad-de como um todo?• Os crentes na igreja crêem e comportam-se de acordo com achamada de Deus para que “pratiques a justiça, e ames a bene-volência, e andes humildemente com o teu Deus” (Miqueias 6:8)?• A igreja está presente na vida da comunidade como um agentede mudança e transformação positiva?

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     A igreja é acerca de pessoas: pessoas crescendo em Cristo, paraserem como Cristo e servirem por Cristo. Eu acredito rmemente queuma igreja que cresce como Cristo é saudável, vibrante e transforma-cional como Cristo. Tenho visto igrejas à volta do mundo a aplicar es-

    tes princípios básicos, mas profundos, para se desenvolver como umtodo. Os resultados têm sido surpreendentes. Estas igrejas têm sidouma evidência contemporânea da obra do Espírito Santo da mesmaforma que foi evidente na vida da igreja primitiva. Eles não procuravamideias eclesiásticas sosticadas. Eles simplesmente estavam empe-nhados em reectir Jesus e ser moldados por Jesus.

    Em Bangladeshe, por exemplo, a igreja está a crescer num ritmo ex-

    ponencial. Uma igreja que começou em 1992 com somente duas pe-quenas congregações, agora tem mais de 1.000 igrejas organizadas,num número equivalente de aldeias, espalhadas por toda a nação. Omodelo que empregaram não era sosticado. Elas escolheram apli-car o “Modo de Jesus” de forma sistemática e dirigida pelo Espírito.

     A igreja média em Bangladeshe tem sido estabelecida, desde o seuinício, para crescer em sabedoria, estatura e graça perante Deus e oshomens.

     A despeito do método que tenham empregado, os crentes em Ban-gladeshe têm estado empenhados em aprofundar a identidade e acompreensão doutrinal dos novos crentes. Eles têm evangelizadoatravés de uma míriade de métodos contextuais: encorajaram cadanova congregação a começar a pensar no planeamento de novascongregações; enfatizaram a importância de um andar mais profundocom Deus e a procura do Seu Espírito; e a tornarem-se testemunhas

    evidentes da transformação social em cada aldeia, cuidando dos po-bres, dos excomungados e dos marginalizados. Como resultado, oSenhor continua a acrescentar à igreja em Bangladeshe aqueles quese vão salvando…

    O “Modo de Jesus” é simples. Tudo o que é necessário é que as igre- jas se tornem parte dele. Alguns passos práticos para chegar lá sãosimples também:

    •  Auto-avaliação: Uma igreja local precisa de avaliar honestamen-te se está a desenvolver-se em todas as áreas. Várias questões bá-

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    sicas de auto-avaliação estão incluídas neste livro. Contudo, este ésomente um instrumento para ajudar as igrejas a começar. Existemdúzias de instrumentos e formas de ajudar as igrejas a avaliar o seuestado actual de “desenvolvimento em todas as áreas.” A coisa im-

    portante é que a igreja olhe honestamente para a sua própria vidae ministério e determine as áreas de desenvolvimento nas quaisprecisa de actuar.•  Acção imediata: Não é suciente que uma igreja faça umaauto-avaliação. Uma igreja que está disposta a desenvolver “comoCristo” deve agir naquelas áreas onde o desenvolvimento não estáa ocorrer. Novamente, existem dúzias de instrumentos que, quan-do contextualizados, podem ajudar uma igreja a iniciar a jornada

    para a vitalidade. Não neglegenciem nenhuma área de desenvol-vimento.• Mobilização: Não limitem a acção curativa à liderança da igre-

     ja. Um dos erros comuns da igreja hoje é que os líderes tendem amonopolizar a vida da igreja (esteja saúdavel ou não). O segredo deuma igreja missional é mobilização. A mobilização da igreja signicaque cada crente, homens, mulheres, crianças, jovens, adultos, osletrados e iletrados, todos que têm sido transformados, empenha-

    -se em reectir o poder transformador de Jesus Cristo ao experi-mentá-lo, partilhá-lo e liberá-lo.• Distribuição constante da visão: Ter uma visão e uma paixãopara uma igreja missional não é suciente. Eu creio que a distribui-ção da visão é um processo constante no qual todos os crentesdevem captar a visão. Habacuque 2:2-3 ressalta a importância dadistribuição clara e persuasiva da visão: “Escreve a visão, e torna-abem legível sobre tábuas, para que a possa ler quem passa corren-

    do. Pois a visão é ainda para o tempo determinado…” Igrejas e lí-deres não se devem limitar a registar e partilhar a visão só uma vez. A captação da visão pela maioria dos membros da congregaçãoexige persistência, comunicação, e acompanhamento. Enquantoalgumas pessoas captam a visão na primeira vez que a ouvem,a verdade é que a maioria dos humanos desenvolve visões porestágios:

    • Na primeira vez eles vêem-na, é um instântaneo

    • Na segunda vez, a visão tornar-se uma ideia• Na terceira vez, torna-se uma imagem

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    • Na quarta vez, a visão tornar-se uma concepção• Na quinta vez, a visão torna-se um plano• Na sexta vez, a visão torna-se um projecto• Na sétima vez, a visão torna-se uma realidade

    Uma igreja missional é uma igreja em movimento. Uma igreja missionalé uma igreja que vai e envia. Uma igreja missional cresce em “sabedo-ria, estatura, e graça perante Deus e os homens…” 

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     APENDICE

     A UTO- A  VALIAÇÃO SOBRE DESENVOLVIMENTO DA IGREJA 

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    Instruções:

    • Reúna-se com a equipa de liderança e/ou equipas ministeriais naigreja e responda a cada uma das perguntas.

    • Faça um círculo em cada uma das respostas que reectem me-lhor a vida da sua igreja (pontue com “1” se a amarção se aplicanuma pequena medida ou de maneira nenhuma; pontue com “2”se a armação se aplica somente às vezes; e pontue “3” se a ar-mação é uma ocorrência comum na vida da igreja).• Encontre a “classicação do desenvolvimento da igreja” ao so-mar os resultados que circulou.• A classicação pode ser intepretada da seguinte maneira:

    • 30-75 pontos: A igreja tem necessida de uma renovaçãomissional. A maioria das áreas de desenvolvimento está fraca.• 76-100 pontos: A igreja mostra alguns pontos fortes mas temalgumas áreas fracas que precisam ser abordadas para garantirvitalidade missional.• 101-150 pontos: A igreja está saudável e mobilizada para oimpacto missional. Identique aquelas áreas fracas e trabalhenelas como congregação.

    Numapequenamedida

     Àsvezes(50%)

    S e m p r eou a maiorparte das

    vezes

     Tem a igreja programas continuos

    para pessoas de todas as idades etodos os estágios do seu percursocristão que as ajudem a amadurecercomo crentes na fé?

    1 3 5

    O discipulado inclui ajudar os crentesa compreender os principais princípiosda fé cristã mas também a doutrina,valores, e crenças da igreja?

    1 3 5

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    Numapequenamedida

     Àsvezes(50%)

    S e m p r eou a maiorparte das

    vezes

    O discipulado ajuda os crentes a cres-cerem de discipulos para serem pes-soas que ajudam outros discipulos acrescer?

    1 3 5

    Será que a igreja enfatiza ajuntamen-tos frequentes onde todos (experien-tes, novos crentes, e convidados) se

    sintam igualmente incluídos?

    1 3 5

    Existe a sensação de uma família querecebe bem na nossa congregação ousomos mais parecidos com uma fa-mília fechada que resulta em círculosmais pequenos, fechados, círculos fa-miliares dentro da congregação?

    1 3 5

    Será que a nossa convivência conduzao fortalecimento dos laços da con-gregação através da oração, apoiomútuo, e comunhão?

    1 3 5

    Ensina a igreja todos os crentes acercada “mordomia da vida integral” – mor-domia do tempo, talentos, e tesouro?

    1 3 5

    Os membros da congregação sãoresponsáveis por apoiar o orçamentoda igreja incluindo uma remuneração justa para o pastor e qualquer outropessoal?

    1 3 5

     A igreja considera um privilégio e umaalegria participar no empreendimentomissionário global apoiando aqueles

    que estão envolvidos em ir e enviarpor si?

    1 3 5

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    vezes

     A igreja acrescenta novos aderentes,todos os anos, por prossão de fé ouprincipalmente através da “reciclagemde santos”?

    1 3 5

    O membro médio da nossa congre-gação participa no partilhar as BoasNovas pelo menos a uma pessoa em

    cada ano?

    1 3 5

     A igreja, como corpo corporativo, temum plano de evangelismo intencionalque é próprio da congregação?

    1 3 5

    É a plantação de igrejas parte do ADNda nossa congregação?

    1 3 5

    Quantas plantações de igrejas bem

    sucedidas foram iniciadas durante avida da congregação?

    Nenhuma

    1

    Uma

    3

    Mais de duas

    5

     A igreja tem um plano para iniciar umnovo ponto de pregação ou igreja mis-são?

    1 3 5

     A oração é uma parte essencial davida da igreja medida pela forma como

    os indivíduos, grupos da igreja, e aigreja como um todo devotam temposério para buscar a presença de Deusatravés da oração?

    1 3 5

     A igreja tem um plano de oração edevocional intencional que ajuda oscrentes, novos e de há muito tempo,a experimentar a oração como uma

    disciplina espiritual?

    1 3 5

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    É o programa da igreja sucientemen-te exível para permitir que a oraçãoprepare o terreno para a mensagemde Deus para a igreja?

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     A adoração e o louvor na nossa igrejaconduzem ao honrarmos Deus e nãoàqueles que a dirigem?

    1 3 5

     A adoração e o louvor na nossa igrejaajudam os indivíduos a car mais pertode Deus ao inspirá-los a tornarem-seadoradores em espírito e em verdade?

    1 3 5

    Na nossa igreja, o propósito da adora-ção e do louvor é mais importante queo formato, ou é o formato mais impor-

    tante que o propósito?

    1 3 5

     A pregação do pastor é claramenteinspirada por um estudo profundo daPalavra de Deus?

    1 3 5

     A pregação na igreja conduz ao cres-cimento pessoal contínuo, compro-misso, e renovação dos crentes?

    1 3 5

     A pregação na igreja mantém a suavantagem profética mesmo quando,às vezes, possa não ser popular paraos membros?

    1 3 5

     A igreja ajuda intencionalmente oscrentes a descobrir os seus dons epontos fortes e encontrar plataformaspara que esses dons sejam exercidos?

    1 3 5

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    São os ministérios na igreja delegadosà maioria dos crentes ou estão elesconcentrados nas mãos do pastor, dopessoal pago, e dos líderes da igreja?

    1 3 5

    É o alcance da comuniadde uma ocor-rência normal na vida da igreja?

    1 3 5

     A igreja é conhecida na comunidade

    pela forma como respode activamenteàs necessidades do seu próprio povoe da comuniadde como um todo?

    1 3 5

     A igreja é conhecida na comunidadepela forma como respode activamenteàs necessidades do seu próprio povoe da comuniadde como um todo?

    1 3 5

    Os crentes na igreja crêem e compor-tam-se de acordo com a chamada deDeus para que “pratiques a justiça, eames a benevolência, e andes humil-demente com o teu Deus” (Miqueias6:8)?

    1 3 5

     A igreja está presente na vida da co-munidade como um agente de mu-

    dança e transformação positiva?

    1 3 5

      Total: ____________________________ 

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    Notas

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