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DESENVOLVIMENTO DE DIETAS PARA RESTAURANTES UNIVERSITÁRIOS POR MEIO DE MODELAGEM MATEMÁTICA Camila Clivati Justus (UTFPR ) [email protected] Marcia Danieli Szeremeta Spak (UTFPR ) [email protected] Joao Carlos Colmenero (UTFPR ) [email protected] O objetivo deste trabalho foi selecionar cardápios para serem servidos em restaurantes universitários através de um modelo matemático, com a finalidade de atender as exigências nutricionais dos jovens estudantes que realizam suas refeições no RU, a um baixo custo e considerando os alimentos disponíveis na região onde o restaurante está localizado. Após a implementação de um modelo de programação linear inteira e através da utilização de um algoritmo foi possível obter cinco refeições distintas para serem servidas, considerando que todas obedeceram as restrições nutricionais estipuladas. Conclui-se que o emprego da programação matemática para solucionar problemas de dieta trás resultados satisfatórios e eficientes, uma vez que o custo médio das refeições foi relativamente baixo e viável aos estudantes universitários. Palavras-chaves: Modelagem matemática, programação linear, dieta, restaurante universitário XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.

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DESENVOLVIMENTO DE DIETAS PARA

RESTAURANTES UNIVERSITÁRIOS

POR MEIO DE MODELAGEM

MATEMÁTICA

Camila Clivati Justus (UTFPR )

[email protected]

Marcia Danieli Szeremeta Spak (UTFPR )

[email protected]

Joao Carlos Colmenero (UTFPR )

[email protected]

O objetivo deste trabalho foi selecionar cardápios para serem servidos

em restaurantes universitários através de um modelo matemático, com

a finalidade de atender as exigências nutricionais dos jovens

estudantes que realizam suas refeições no RU, a um baixo custo e

considerando os alimentos disponíveis na região onde o restaurante

está localizado. Após a implementação de um modelo de programação

linear inteira e através da utilização de um algoritmo foi possível obter

cinco refeições distintas para serem servidas, considerando que todas

obedeceram as restrições nutricionais estipuladas. Conclui-se que o

emprego da programação matemática para solucionar problemas de

dieta trás resultados satisfatórios e eficientes, uma vez que o custo

médio das refeições foi relativamente baixo e viável aos estudantes

universitários.

Palavras-chaves: Modelagem matemática, programação linear, dieta,

restaurante universitário

XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos

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Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.

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1. Introdução

No atual contexto mundial, os fenômenos da globalização, urbanização e as transformações

no mercado consumidor vêm modificando a rotina da população. Estas alterações no estilo de

vida refletem diretamente nos hábitos alimentares (BLEIL, 1998). Entre os indivíduos

atingidos por essas mudanças encontram-se os jovens universitários.

Ao ingressar na universidade os estudantes sofrem mudanças pessoais e adquirem senso

critico para tomar suas próprias decisões em relação ao que comer. Segundo Krešić et al.

(2008) do ponto de vista nutricional, os estudantes universitários são propensos e vulneráveis

a refeições com alto teor calórico e com poucos nutrientes essenciais. Em virtude da falta de

tempo, realizam poucas refeições ao longo do dia, se alimentam de forma irregular em

lanchonetes e fast foods, substituindo refeições completas e saudáveis por lanches

(GAMBARDELLA et al., 1999; OSSUCCI, 2008). Geralmente, esses estabelecimentos

possuem ausência de informações nutricionais importantes, servindo refeições não

balanceadas que podem interferir nos hábitos alimentares dos consumidores (MAESTRO E

SALAY, 2008). A alta frequência de consumo dessas refeições acarreta em uma alimentação

com alto teor de gordura e baixo teor de nutrientes.

Os jovens universitários migrantes, ou seja, que moram distante do ambiente familiar

colocam-se em situações restritas de escolha nutricional em virtude de mudanças de ambiente

(BORGES E FILHO, 2004). Em geral, os estudantes brasileiros costumam alimentar-se no

restaurante universitário (RU), ou em locais que servem comidas prontas, devido à falta de

tempo para preparar a própria refeição. Tais locais comumente servem poucas frutas, verduras

e hortaliças, além de alimentos com alto teor calórico, excesso de gordura e açúcar.

Isto ocorre em um período final do desenvolvimento e crescimento dos jovens, onde a

alimentação é o fator determinante para qualidade de vida, saúde e redução da incidência de

possíveis doenças crônicas na fase adulta e idosa. De acordo com Borges e Filho (2004) os

adultos definem suas preferências alimentares, hábitos e costumes que passam a fazer parte da

sua rotina no período de transição para a fase adulta, onde os jovens estão ingressando na

universidade.

A importância de refeições que supram as necessidades nutricionais dos acadêmicos a um

preço acessível deixa de ser apenas interesse dos alunos, e passa a ser também de

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responsabilidade da administração dos restaurantes universitários (CONNORS E SIMPSON,

2004). Os RU’s devem fornecer refeições que estejam de acordo com as recomendações

nutricionais diárias de estudantes homens e mulheres, com cardápios diversificados, a um

preço fixo e relativamente baixo para o orçamento dos jovens que realizam as refeições nestes

locais. Todavia, nem sempre os restaurantes universitários servem refeições com alimentos

nutritivos, uma vez que isto interfere diretamente nos gastos e despesas do RU. Oliveira et al.

(2005) afirmam que a atenção destes restaurantes é voltada, principalmente, para a redução de

custos e para a oferta de produtos com qualidade. Desta forma, é necessário ter controle dos

custos fixos e variáveis dos alimentos a serem servidos nos restaurantes.

A crescente preocupação com a saúde dos estudantes e questões relacionadas aos hábitos

alimentares tem sido o motivo da criação de novas políticas e métodos para avaliar e intervir

no comportamento dos jovens de modo a se obter uma rotina alimentar saudável

(AVELIGANO, 1999).

Diante deste cenário, o presente trabalho tem por objetivo elaborar um modelo de

programação matemática para a seleção de cardápios balanceados para estudantes

universitários que atendam as exigências nutricionais requeridas para um jovem adulto, a um

baixo custo para os RU’s e considerando a oferta de alimentos disponíveis na região onde se

localiza o restaurante.

2. Revisão Bibliográfica

O conhecimento sobre a composição e quantidades de nutrientes dos alimentos são

conhecimentos básicos para a educação nutricional, controle da qualidade dos alimentos e

avaliação do consumo nutricional de uma população. Conhecer o que se consome diariamente

é fundamental para a constituição de uma dieta equilibrada e diversificada e,

consequentemente, formar bons hábitos alimentares em qualquer fase da vida (LIMA et al.,

2011).

Uma forma de planejar dietas balanceadas e saudáveis é por meio de modelos de programação

matemática. Estes modelos permitem definir refeições que supram as necessidades

nutricionais exigidas para uma determinada população e excluir, via composição de

nutrientes, os alimentos que não satisfazem as restrições mínimas e máximas requeridas para

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uma dada refeição, substituindo os mesmos por outros que atendam os requisitos necessários

(SKLAN E DARIEL, 1993).

A técnica de programação linear inteira mista também é utilizada para a elaboração de dietas.

Segundo Sklan e Dariel (1993), a principal vantagem deste método é permitir a inserção tanto

dos custos fixos como dos custos variáveis.

Vários autores utilizaram a modelagem matemática com a finalidade de formular dietas para

humanos. Gedrich et al. (1999) empregaram a abordagem fuzzy para propor dietas que

auxiliam na reeducação alimentar de pessoas adultas. Por meio de programação linear,

Castrodeza et al. (2005) formularam modelos de dieta para adultos com a finalidade de

reduzir os custos das refeições. Connors e Simpson (2004) utilizaram a programação

matemática para calcular a composição de nutrientes dos lanches de escolas secundárias.

Banlitfy e Lancaster (1998) simularam técnicas computacionais para planejamento de

almoços em escolas com o intuito de mostrar que é possível obter o controle dos nutrientes

adequados para as crianças através de métodos matemáticos e simulações. Briend et al. (2001)

usaram a programação linear para reduzir custos das refeições e suprir as necessidades

nutricionais de crianças.

Segundo Oliveira (2007) o problema da dieta não é restrito apenas para os seres humanos, os

modelos matemáticos são utilizados também para a composição de dietas animais. Munford

(1996) mostrou que a utilização da programação linear como uma ferramenta para formulação

de rações para animais e para a determinação do custo mínimo de refeições para gado e

equinos, permite uma visão ampla e sistêmica do problema, rapidez e fácil manuseio. Ritchie

(1988) elaborou uma dieta ótima para esquilos colombianos de vida livre através de

programação linear. Lanna et al. (1999) construíram modelos lineares e não-lineares para

minimizar os custos de dietas de bovinos. Por meio de modelagem fatorial, Shearer (1995)

determinou as refeições ideais para peixes.

Existem alguns softwares utilizados para o desenvolvimento de dietas. Sterling et al. (1996)

aplicaram os softwares ESOMP (Expert System on Menu Planning) e PRISM (Pattern

Regulator for the Intelligent Selection of Menus) para o planejamento de menus. Namen e

Bornstein (2004) empregaram vários modelos a fim de criar um software para avaliação de

dietas para humanos. Todavia, a maioria destes métodos possui pouca flexibilidade na escolha

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de cardápios e não permite gerar distintas soluções para um planejamento em médio prazo,

além de não considerar os custos dos alimentos.

3. Metodologia

A elaboração do cardápio para estudantes universitários foi realizada através de um modelo de

programação linear inteira. Para a construção do modelo de dieta foram considerados três

tipos de dados: valores nutricionais recomendados, alimentos e suas características

nutricionais e custos dos alimentos.

Para atender as orientações e recomendações necessárias para a dieta alimentar dos

estudantes, o modelo utilizou os dados das tabelas nutricionais americanas DRI (Dietary

Reference Intakes) disponíveis em NAP (1997), NAP (1998), NAP (2000), NAP (2001) e

NAP (2004). Em relação aos valores nutricionais de referência dos alimentos foram utilizados

os dados da Tabela Brasileira de Composição dos Alimentos – TACO (LIMA et al. (2011)).

Finalmente, os custos dos alimentos foram coletados de CEASA e CEAGESP, os quais

comercializam os produtos hortigranjeiros no nível de atacado. Todos os dados referentes a

alimentos foram adaptados para porções unitárias de 50g ou 100g.

Foram selecionados quarenta alimentos de consumo tradicional e usualmente ofertados em

qualquer época do ano. Tais alimentos foram classificados em seis grupos de acordo com as

características de similaridade dos mesmos (ANVISA, 2005). Para cada grupo foi definido o

tamanho das porções de cada alimento em função do consumo médio por refeição do

alimento. Desta forma, nos grupos 1, 2 e 3 encontram-se os alimentos ricos em carboidratos,

nos grupos 4 e 5 estão contidos os alimentos ricos em vitaminas e sais minerais e no grupo 6

estão os alimentos com quantidades elevadas de proteínas.

Por serem alimentos típicos da culinária brasileira, o arroz e um tipo de feijão (grupos 1 e 2,

respectivamente) foram mantidos fixos no modelo. O grupo dos carboidratos (grupo 3)

compreende três alimentos (macarrão ao sugo, bolinho de arroz e batata inglesa sauté), dos

quais apenas um é servido na refeição. No grupo 4 foram considerados os vegetais crus e

cozidos, sendo que pelo menos dois alimentos devem ser servidos. Para o grupo 5, duas

sobremesas devem ser escolhidas entre tipo de fruta (banana prata, laranja pêra, melancia e

mexerica) ou gelatina. No grupo 6 as proteínas foram organizadas em diversos tipos de carne

e ovo cozido, todavia, apenas um tipo de carne deve ser servida. Assim, todos os grupos

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devem compor a refeição. O Quadro 1 mostra os alimentos classificados em grupos e os

tamanho das porções de cada alimento.

Quadro 1 – Classificação dos alimentos e tamanho das porções

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Grupo Categoria No. Alimentos Peso (g)

1 arroz 1 Arroz tipo 1 cozido 100

2 Feijão carioca cozido

3 Feijão preto cozido

4 Macarrao ao sugo

5 Batata inglesa sauté

6 Bolinho de arroz

7 Abobrinha,pescoço, crua

8 Alface crespa crua

9 Alface lisa

10 Milho verde cru

11 Ervilha enlatada

12 Beterraba crua

13 Beterraba cozida

14 Brócolis cozido

15 Chuchu cozido

16 Couve flor cozida

17 Cenoura crua

18 Cenoura cozida

19 Pepino cru

20 Rabanete cru

21 Repolho branco cru

22 Tomate cru

23 Banana, prata, crua

24 Laranja, pêra, crua

25 Melancia

26 Mexerica, crua

27 Gelatina sabores variados

28 Pescada filé frito

29 Pintado grelhado

30 Manjuba frita

31 Acém moída cozida

32 Almôndegas fritas

33 Coxão duro cozido

34 Músculo cozido

35 Frango, coxa com pele assada

36 Filé de frango à milanesa

37 Lingüiça de porco frita

38 Peito de frango sem pele grelhado

39 Porco bisteca grelhado

40 Ovo galinha inteiro cozido

2 feijão 100

3 carboidratos 100

6 proteínas 100

4 vegetais 100

5 sobremesas 50

Fonte: Desenvolvido pelos autores (2012)

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Os nutrientes considerados para a dieta dos estudantes universitários e seus respectivos

valores de quantidades mínimas e máximas estão presentes no Quadro 2. As recomendações

nutricionais foram estabelecidas de acordo com as tabelas nutricionais da DRI (Dietary

Reference Intakes) realizadas pelo Institute of Medicine dos Estados Unidos. Padovani (2006)

cita as DRI como uma recente revisão de valores energéticos e nutricionais, os quais podem

ser usados para rotulagem, levantamento de valores de referência para avaliação e

planejamento do consumo, bem como a fortificação de alimentos.

Tais valores de referência mínimos e máximos foram estabelecidos com a finalidade de

satisfazer as necessidades nutricionais de estudantes do sexo feminino e masculino, uma vez

que o atendimento em um RU não discrimina os gêneros. Para que a dieta atendesse a todos,

foi considerado o maior limite inferior da quantidade de nutrientes recomendados a jovens

adultos para estipular os dados de nutrientes mínimos, para a quantidade máxima de

nutrientes foram utilizados os menores limites superiores. Todos os valores dos limites

nutricionais foram ajustados para satisfazer 30% das necessidades diárias, ou seja, estas

quantidades nutricionais equivalem à necessidade nutricional referente ao almoço dos

estudantes universitários (Quadro 2). Os valores máximos nutricionais representados por traço

indicam que não há uma quantidade máxima estipulada para o consumo de tal nutriente,

podendo então ser consumido à vontade.

Foi admitido o valor calórico diário de referência recomendado para uma dieta de estudantes

de no mínimo 2000 Kcal e, portanto, estipulou-se que o almoço deve atender a 30% dessa

necessidade diária mínima, ou seja, 600 Kcal. O nutriente cálcio não foi incluído na relação

de nutrientes, pois a restrição relacionada ao cálcio torna o modelo inviável uma vez que não

há alimentos usualmente utilizados no almoço que supram os 30% da necessidade mínima

necessária (400 mg). A dieta exigiria que fosse servido durante o almoço um copo de leite, e

consumir este tipo de bebida durante o almoço não faz parte do hábito alimentar estudantil.

Assim, foi considerado que os estudantes consomem leite pelo café da manhã, para que

supram suas necessidades nutricionais de cálcio.

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Quadro 2 – Nutrientes e suas quantidades consideradas no modelo

Nutrientes (mg) Mínimo (mg) Máximo (mg)

Ferro 7,2 18

Cobre 0,36 4

Manganês 0,92 4,4

Zinco 4,4 16

Tiamina 0,48 -

Riboflavina 0,52 -

Vitamina C 30 800

Niacina 6,4 14

Carboidratos 5200 -

Fibra 15200 -

Gordura 0 -

Proteína 16800 -

Fonte: Desenvolvido pelos autores (2012)

O Quadro 3 mostra os alimentos considerados no modelo, suas respectivas quantidades de

nutrientes e os custos por porção.

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Quadro 3 – Nutrientes e suas quantidades consideradas no modelo

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Fonte: Desenvolvido pelos autores (2012)

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25

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O modelo de dieta utilizado para a determinação da composição das refeições possui a

seguinte formulação geral:

=1

1

1

1

Minimizar 1

Sujeito a :

2

1 3

1 4

1 5

Ζ 1 6

k

J

j j

j

J

j j min

j

J

ij j i

j

J*

ij j i

j

J

j k

j N

j

C X

e X E

a X D para i , ,I

a X D para i , ,I

X H para k , ,K

X para j , ,J

onde:

Xj = quantidade de porções do alimento j

Cj = custo do alimento j por porção

ej = energia total do alimento j

Emin = energia mínima a ser consumida na refeição

aij = quantidade do nutriente i no alimento j

Di = quantidade mínima do nutriente i na refeição

Di* = quantidade máxima do nutriente i na refeição

Hk = quantidade de porções permitidas para os alimentos Nk da categoria k

A função objetivo [1] minimiza o custo total da refeição. A restrição [2] refere-se à

quantidade mínima de calorias recomendadas para o almoço de cada estudante universitário;

desta forma, cada refeição deve proporcionar uma quantidade mínima de Emin = 600 kcal. O

conjunto de restrições [3] e [4] determinam, respectivamente, as quantidades mínimas e

máximas de nutrientes consumidos na refeição. O conjunto de restrições [5] refere-se à

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quantidade da porção de cada grupo Nk, para k = 1, ..., 6. As restrições [6] estabelecem que a

quantidade das porções dos alimentos devem ser números inteiros não negativos.

Para a geração de soluções distintas foi utilizado um algoritmo simples de verificação de

ocorrências que não permite a repetição de alimentos por um período Pk definido conforme o

grupo ao qual o alimento pertence. O modelo foi solucionado utilizando-se o otimizador

Lingo 13.0, com dados implementados por meio de planilha eletrônica.

4. Resultados

A partir da implementação do modelo para solucionar o problema, foram obtidas cinco

respostas distintas para serem servidas no RU ao longo da semana, considerando que alguns

alimentos não poderiam se repetir dentro de um período definido conforme cada grupo. A

primeira resposta obtida totalizou um valor de R$ 1,824. Fazendo o uso do algoritmo que

permitiu a não repetição de alguns alimentos, a refeição obtida no segundo dia possuiu um

custo de R$ 2,976.

Desta forma, para que alguns destes alimentos não fossem escolhidos pelo modelo na terceira

refeição consecutiva, foi estabelecido que macarrão ao sugo, cenoura crua e cozida, repolho

branco cru, mexerica, acém moída e coxa de frango assada não deveriam estar presentes, ou

seja, suas variáveis foram zeradas no modelo, gerando, assim, uma nova refeição a ser servida

no RU com um custo de R$ 1,892. O mesmo raciocínio foi estabelecido para elaborar a

refeição do quarto dia, no qual, batata inglesa sauté, cenoura cozida, repolho branco cru,

linguiça de porco frita e ovo de galinha cozido não poderiam aparecer na solução do

programa. Assim, o valor da função objetivo foi de R$ 2,834.

Por fim, foi estabelecido que no quinto dia não constassem na refeição: o feijão preto, o

bolinho de arroz, a alface crespa, a cenoura cozida, o repolho branco cru, a manjuba frita, a

acém moído, a almôndega frita e a linguiça de porco frita, o que gerou um prato no valor de

R$ 2,997.

A partir dos custos das refeições oferecidas ao restaurante, foi realizada a média aritmética

destes valores, totalizando R$ 2,505. Isto significa que o modelo proposto no trabalho ofertou

pratos com um baixo custo e obedecendo as necessidades nutricionais dos estudantes,

tornando-as viáveis aos jovens que se alimentam no restaurante universitário.

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O Quadro 4 mostra os alimentos utilizados para as refeições servidas no RU durante a

semana, bem como a quantidade de porções e o custo de cada prato elaborado.

Quadro 4 – Nutrientes e suas quantidades consideradas no modelo

Dia Custo (R$) AlimentosQuantidade

de Porções

Arroz tipo 1 cozido 2

Feijão preto cozido 1

Bolinho de arroz 1

Alface crespa crua 1

Repolho branco cru 1

Tomate cru 1

Laranja Pêra, crua 2

Frango, coxa com pele assada 1

Ovo galinha inteiro cozido 1

Arroz tipo 1 cozido 2

Feijão carioca cozido 1

Macarrao ao sugo 1

Alface crespa crua 1

Cenoura crua 1

Cenoura cozida 2

Mexerica, crua 2

Acém moída cozida 1

Arroz tipo 1 cozido 2

Feijão preto cozido 1

Batata inglesa sauté 1

Alface lisa 1

Tomate cru 2

Laranja, pêra, crua 2

Lingüiça de porco frita 1

Ovo galinha inteiro cozido 1

Arroz tipo 1 cozido 2

Feijão preto cozido 1

Bolinho de arroz 1

Alface crespa crua 2

Alface lisa 1

Mexerica, crua 2

Almôndegas fritas 1

Arroz tipo 1 cozido 2

Feijão carioca cozido 1

Batata inglesa sauté 1

Ervilha enlatada 1

Tomate cru 2

Mexerica, crua 2

Pescada filé frito 1

Ovo galinha inteiro cozido 1

5

4 2,834

2 2,976

1,8241

3 1,892

2,997

Fonte: Autoria própria

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5. Conclusões

Neste trabalho foi apresentado um modelo de programação linear inteira para formular

refeições servidas em RU’s a um baixo custo e que atendesse as exigências nutricionais dos

jovens adultos, com os alimentos disponíveis na região do restaurante. Ainda, é importante

salientar que o uso de tal método pode ser eficiente em qualquer problema de dieta, tanto para

humanos nas diversas faixas etárias e fases da vida quanto para animais de diversas espécies.

Considerando que o objetivo de minimizar o custo das refeições é uma das principais metas a

serem atingidas pelos administradores dos RUs, pode-se verificar que o modelo empregado

representa uma alternativa prática a ser utilizada pelos restaurantes que visam à geração de

refeições economicamente viáveis aos estudantes e que atendam seus requisitos nutricionais,

uma vez que o custo médio foi de R$2,505.

Por sua vez, a utilização do algoritmo permitiu a obtenção de refeições distintas para o

período de uma semana, satisfazendo todas as restrições relacionadas à repetição de grupos de

alimentos. Embora os alimentos utilizados no modelo estejam disponíveis na culinária local o

ano todo, a pouca quantidade de alimentos considerados para o trabalho fez com que se

tornasse difícil gerar mais soluções que satisfizessem as exigências nutricionais;

Desta forma, a versatilidade encontrada no modelo de programação linear inteira resulta em

uma ferramenta com elevado potencial de utilização em sistemas de escolha de cardápios,

permitindo a seleção de alimentos que melhor se enquadram no problema formulado. Além

disso, a vantagem do modelo é que este é facilmente readequado a problemas semelhantes de

tomada de decisão.

Agradecimentos: Este trabalho foi financiado pela Fundação Araucária de Apoio ao

Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná.

REFERÊNCIAS

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