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Janeiro/Fevereiro de 2012 | Ano II | nº 7 O dia a dia do produtor rural Imperatriz/MA Sabino assume Sinrural de Imperatriz COLUNA MINHA FAZENDA Exportações Soja representa 20% das vendas externas do MA Maranhão Pecuária ANTONIO WAGNER Representação rural Eleição no Sinrural foi politizada e mobilizou diversos segmentos. O novo presidente foi empossado e prometeu prestação de contas mensal Para esta primeira edição de 2012, o Diário da Fazenda foi conhecer a Fazenda Arco-íris - de propriedade dos irmãos Kit - que é uma referência na produção de animais de elite não só no Maranhão, mas também em estados vizinhos, como o Pará. Assim, a coluna Minha Fazenda, que a cada mês visita uma propriedade rural, conta nessa edição a história do grupo que mantém hoje 900 cabeças de gado PO em 515 hectares e ainda tem uma meta audaciosa: gerar 400 touros reprodutores por ano no MA. Página 15. Arco-íris é referência em gado de elite As exportações maranhen- ses de soja registraram aumento de 45% em 2011, com receita que atingiu US$ 597 milhões, contra US$ 411 milhões em 2010, se- gundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). O grão já é o terceiro maior item da pauta de exportação estadual e, sozinho, representou quase 20% de tudo o que o Maranhão exportou en- tre janeiro e dezembro de 2011. A presença de produtos do agronegócio na pauta de expor- tações do MA é crescente e já representa parcela significativa dos embarques totais. PÁGINA 04 Com 140 votos, a chapa União e Trabalho, encabeçada pelo empresário Sabino Costa, foi a vencedora nas eleições do Sindicato Rural de Imperatriz. A concorrente, União Rural, que tinha como cabeça de chapa o empresário José de Ribamar Cunha Filho, o Ribinha, teve 112 votos. A disputa aconteceu no dia 16 de janeiro no Parque de Exposições Lourenço Vieira da Silva e contou com 255 votos, sendo que 310 sócios estavam aptos a votar. Páginas 8 e 9. IMAGEM Safra: área com grãos cresce 9,2% A ampliação maranhense das áreas ocupadas pelas lavou- ras é a segunda maior do país, na safra 2011/2012, atrás ape- nas do Distrito Federal. PÁGINA 05 Criar gado na sombra eleva a produtividade Pesquisas comprovam que gado criado em pastagens com árvores tem menor temperatura corporal, consomem menos água e produzem mais leite e carne. PÁGINA 06 Investimentos Valorização Palate amplia indústria no MA A Palate vai praticamente dobrar a industrialização de leite em Imperatriz a partir de julho, com o início da produção de queijo mussarela. PÁGINA 14 Crescimento de Imperatriz eleva preço das terras A vinda de empresas e o bom momento econômico têm favorecido também os valores das terras maranhenses e pre- ços devem crescer mais. PÁGINA 07 DIÁRIO DA FAZENDA

DIário da Fazenda Ed07

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Jornal Diário da Fazenda - Edição 07

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Page 1: DIário da Fazenda Ed07

Janeiro/Fevereiro de 2012 | Ano II | nº 7 O dia a dia do produtor rural Imperatriz/MA

Sabino assume Sinrural de Imperatriz

COLUNA MINHA FAZENDA Exportações

Soja representa 20% das vendas externas do MA

Maranhão

Pecuária

ANTONIO WAGNER

Representação ruralEleição no Sinrural foi politizada e mobilizou diversos segmentos. O novo presidente foi empossado e prometeu prestação de contas mensal

Para esta primeira edição de 2012, o Diário da Fazenda foi conhecer a Fazenda Arco-íris - de propriedade dos irmãos Kit - que é uma referência na produção de animais de elite não só no Maranhão, mas também em estados vizinhos, como o Pará. Assim, a coluna Minha Fazenda, que a cada mês visita uma propriedade rural, conta nessa edição a história do grupo que mantém hoje 900 cabeças de gado PO em 515 hectares e ainda tem uma meta audaciosa: gerar 400 touros reprodutores por ano no MA.

Página 15.

Arco-íris é referência em gado de elite

As exportações maranhen-ses de soja registraram aumento de 45% em 2011, com receita que atingiu US$ 597 milhões, contra US$ 411 milhões em 2010, se-gundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). O grão já é o terceiro maior item da pauta de exportação estadual e, sozinho, representou quase 20% de tudo o que o Maranhão exportou en-tre janeiro e dezembro de 2011. A presença de produtos do agronegócio na pauta de expor-tações do MA é crescente e já representa parcela significativa dos embarques totais.

PágInA 04

Com 140 votos, a chapa União e Trabalho, encabeçada pelo empresário Sabino Costa,

foi a vencedora nas eleições do Sindicato Rural de Imperatriz. A concorrente, União Rural, que

tinha como cabeça de chapa o empresário José de Ribamar Cunha Filho, o Ribinha, teve 112

votos. A disputa aconteceu no dia 16 de janeiro no Parque de Exposições Lourenço Vieira da

Silva e contou com 255 votos, sendo que 310 sócios estavam aptos a votar. Páginas 8 e 9.

IMAGEM

Safra: área com grãos cresce 9,2%

A ampliação maranhense das áreas ocupadas pelas lavou-ras é a segunda maior do país, na safra 2011/2012, atrás ape-nas do Distrito Federal.

PágInA 05

Criar gado na sombra eleva a produtividade

Pesquisas comprovam que gado criado em pastagens com árvores tem menor temperatura corporal, consomem menos água e produzem mais leite e carne.

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Investimentos

Valorização

Palate amplia indústria no MA

A Palate vai praticamente dobrar a industrialização de leite em Imperatriz a partir de julho, com o início da produção de queijo mussarela.

PágInA 14

Crescimento de Imperatriz eleva preço das terras

A vinda de empresas e o bom momento econômico têm favorecido também os valores das terras maranhenses e pre-ços devem crescer mais.

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DIÁRIO DA FAZENDA

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Expediente

02 Janeiro/Fevereiro 2012

desde antibióticos e vermífugos, passando por anti-inflamatórios e corticóides, analgésicos, diuréticos, além de remédios que atuam no tra-to gastro-intestinal e reprodutivo.

Todos apresentam efeitos be-néficos ou maléficos, dependendo, entre outros fatores, da dose, da via de administração e especificamen-te, do medicamento em questão. Por exemplo, alguns anti-inflama-tórios podem causar maior ou me-

nor efeitos colaterais no estômago e nos rins, de acordo com a classe a que pertencem, se esteróides ou não-esteróides.

Sem dúvida nenhuma, os fato-res mais importantes envolvidos em falhas nos tratamentos de doenças em animais e utilização indiscrimi-nada de antibióticos veterinários, é o surgimento e a proliferação de bactérias resistentes, que desenvol-vem capacidade de resistir a múlti-plos antibióticos.

Outro problema na utiliza-ção de antibióticos e vermífugos em animais são os resíduos dessas substâncias que podem se acumu-lar na carne e no leite. O tratamento de doenças animais não deve deixar resíduos nos tecidos animais, espe-cialmente após a fase de carência, que é o período compreendido en-tre a suspensão do medicamento antes do abate e consumo da carne ou leite.

A proliferação das superbac-térias, resistentes aos fármacos, e a permanência de resíduos de medi-camentos nos alimentos de origem animal deve ser uma preocupação constante por parte dos pesqui-sadores, em virtude das possíveis consequências para o homem.

A produção animal tem expe-rimentado grande evolução pro-dutiva nas últimas décadas e, esses incrementos, são resultantes de modificações substanciais no ma-nejo, seleção genética, progressos na nutrição animal e erradicação de muitas doenças infecto-conta-giosas. Mas claro que grande par-te desses avanços zootécnicos fo-ram devidos também ao emprego de diversos fármacos, onde muitos são usados como medicamentos preventivos na alimentação animal e outros tantos para o tratamento das doenças infecciosas e parasitá-rias. A saúde dos animais deve ser buscada, mas devemos estar atentos para enfrentar tais desa-fios, não menos importantes que suas enfermidades

A vida é o grande dom da na-tureza e o cuidado sobre ela depende de questões

emocionais, culturais, éticas, téc-nico-científicas e econômicas. No último artigo que escrevi, abordei sobre os 250 anos da Medicina Ve-terinária e, após todo esse tempo, o progresso tem sido muito grande. Muitas áreas dessa profissão pro-grediram bastante e, entre outras, está a Farmacologia.

Os conhecimentos da Farma-cologia permitem ao Médico Vete-rinário distinguir-se do leigo, pois enquanto este último medica sem nenhum conhecimento de causa e efeito, aquele pode até mesmo pre-ver o que ocorrerá com o organis-mo animal, uma vez que prescreve o medicamento de forma adequa-da, tanto quanto a forma de admi-nistração, quanto a correta indica-ção terapêutica.

O arsenal farmacológico exis-tente é muito amplo, porém o uso destes medicamentos deve ser ra-cional. Desde a descoberta dos pri-meiros antibióticos, muitas outras substâncias também surgiram e, para animais, nunca é demais dizer que sua venda e aplicação somente se for sob a prescrição e orientação do Médico Veterinário.

Os recursos terapêuticos vão

Plantamos em 2011ditorialE

A Importância da prescrição correta de medicamentos para animais

rtigoA

Uma publicação mensal da Palavra Assessoria de Comunicação

(99) 8111.1818 | 8138.4433

Textos e FotosEquipe Diário da FazendaAndré WallysonAntonio WagnerDiego Leonardo BoaventuraJanaína Amorim

Conselho EditorialMarco A. Gehlen - Jornalista - MTB 132-MSThaísa Bueno - Jornalista - MTB 36-MSDiego Leonardo Boaventura Sindicato Rural de Imperatriz

Jornal Diário da FazendaAno II, Edição 7, Jan/Fev de 2012

Mensal. Distribuição Dirigida.Tiragem: 2 mil exemplares

Imperatriz, Maranhão.

Contatos:

[email protected](99) 8111.1818/8138.4433www.diariodafazenda.com.br

Distribuído e apoiado porSindicato Rural de ImperatrizManá Expresso

*Esta edição contém na página 10o boletim informativo O Berrante, desenvolvido, autorizado e sob responsabilidade do Sindicato Rural de Imperatriz.

Participe do Diário da FazendaEnvie sua sugestões de pauta, de entrevistas e artigos para:[email protected]

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Identidade VisualLuciana Souza Reino

Editoração gráfica, edição e revisãoEquipe Diário da Fazenda

“O arsenal farmacológico é muito amplo, mas o uso deve

ser racional”

O Brasil sabe o que querKátia abreu*

*senadora (PSD/TO) e presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), escreve aos sábados, a cada 14

dias, no caderno Mercado, do Jornal Folha de S. Paulo

Uma coisa que o nosso país aprendeu a fazer nos últi-mos tempos é pensar com

a própria cabeça e andar com as próprias pernas. Rompendo uma longa tradição de isolamento e até de certo complexo de inferiorida-de, depois dos anos 1990 o Brasil abriu-se para o exterior e integrou-se à economia e à política do mun-do.

Aprendemos, nesse processo, que cada país tem de ser capaz de reconhecer seus próprios proble-mas e resolvê-los por si mesmo. A votação do novo Código Florestal é um bom exemplo.

Todo o processo de votação, na Câmara e no Senado, mostrou duas coisas: a maturidade da socie-dade brasileira e o rigor democrá-tico no funcionamento das nossas Casas legislativas.

A sociedade mostrou maturi-dade ao reconhecer a necessidade de reformar e de modernizar um Código Florestal velho, de qua-se meio século, editado quando o Brasil era uma fração do que é hoje e cujo território ainda não havia sido ocupado em sua maior parte.

Mostrou maturidade quando soube equilibrar, no seu espírito, as necessidades da produção e do desenvolvimento em um país de população ainda pobre, com as exigências da preservação ambien-tal. E mostrou, finalmente, muita maturidade quando não se rendeu à propaganda ambientalista, voca-lizada por organizações interna-cionais, cujo interesse principal não é o destino do Brasil, nem a sorte dos brasileiros.

As vicissitudes desse processo deixaram claro que os principais movimentos de propaganda am-bientalista não acreditam na polí-tica e não aceitam que a sociedade

decida suas questões através dos mecanismos da política.

Segundo eles, o parlamento brasileiro não é o foro próprio para discutir e decidir questões ambientais, que devem ficar res-tritas ao âmbito de comissões do Poder Executivo, integradas por “especialistas” em ambiente.

Concluído o processo legis-lativo, as organizações ambien-talistas internacionais se voltam contra a presidente da República, acusando o governo de apatia e de celebrações com ruralistas. Senten-ciam que, ao enfrentar a sanção da nova lei, votada democraticamente por impressionantes maiorias na Câmara e no Senado, a presidente estará pondo à prova suas promes-sas de campanha e sua palavra em-penhada. E ao dizer isso, mais uma vez, valem-se de uma falsidade.

O novo código não contém nenhuma forma de anistia. Per-mite que se suspenda a cobrança de multas se -e apenas se- o pro-prietário rural recompuser a área desmatada. Do ponto de vista do ambiente, o que seria melhor: uma multa, que se perderá nos cofres dos governos, ou a terra recupera-da?

O compromisso assumido em 2009 pelo Brasil na Conferência da Organização das Nações Uni-das sobre o clima (COP-15), de re-duzir em 80% o desmatamento na Amazônia até 2020, está próximo de ser alcançado. E, como disse a presidente nesta semana, a par-tir de 2015 a Amazônia brasileira passará a captar mais carbono do que emite.O resumo de tudo é que a sociedade brasileira, o Congresso Nacional e o governo não preci-sam de conselhos alheios. Fizemos uma nova lei e vamos cumpri-la, em benefício dos brasileiros e tam-bém da humanidade.

rtigoA

Plantamos as sementes do Diário da Fazenda em 2011 e nesse ano começaremos a

colher a nossa safra. Uma colheita não necessariamente de resulta-dos financeiros, já que os custos de produção, como no campo, são altos. Mas uma safra de parcerias

sólidas, de construção de credibi-lidade e de um jornalismo especia-lizado e responsável, voltado para informar os produtores rurais de Imperatriz e região. Entramos em 2012 contando com um número significativo de empresas do seg-mento agropecuário que apoiam

essa publicação e elegeram nossas páginas para divulgar suas marcas e produtos. E é para os produtores e para essas empresas, que acredi-tam na força do plantar e colher, que mês a mês nos dedicamos a uma nova edição desse jornal ru-ral e dessa terra. Boa leitura!

POr JaiLSON HONOratO*Médico Veterinário, mestre em Ciência Veterinária,

professor de Farmacologia e Anestesiologia Veterináriana Universidade Estadual do Maranhão - Campus de Imperatriz

[email protected]

Errata Na página 4 da edição número 6, de novembro/dezembro de 2011, do Diário da Fazenda, a notícia sobre pitiose equina deveria ser finalizada antes do intertítulo “Talento de Família”, sendo que todo o conteúdo desse bloco foi publicado equivocadamente no teor da notícia, mas não corresponde à mesma. O jornal se desculpa pelo erro e com os personagens eventualmente citados.

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Janeiro/Fevereiro 2012 03

Uema pode perder terreno doado pelo Sinrural se não agilizar obras de novo campus de AgráriasEstá em tramitação na Câmara dos Deputados a liberação de R$ 4,5 milhões para início das obras em Imperatriz

Diego Leonardo Boaventura

Mais de um ano se passou e o projeto de construção do

campus de ciências agrárias da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), em Im-peratriz, não saiu do papel. Não podendo esquecer que o Sindicato Rural de Imperatriz (Sinrural), doador do terreno, deu um prazo de dois anos para que a obra fosse inicia-da, caso contrário, a área de cinco hectares dentro do Par-que de Exposições volta a ser patrimônio do Sindicato. Em julho deste ano vence o prazo e até agora continua a inde-finição em relação ao início das obras.

Está em tramitação na Câmara dos Deputados a li-beração de uma verba de R$

17 milhões, conseguida pela bancada maranhense, desti-nada para os campi da Uema de São Luís, Balsas, Grajaú e Imperatriz. Deste montante, R$ 4,5 milhões é para cons-trução do novo campus de Imperatriz.

“Com esses quatro mi-lhões e meio não vai dar para construir tudo, mas nós fize-mos um projeto em cima des-sa verba. No projeto constam 24 salas de aula, 20 laborató-rios, uma biblioteca e um au-ditório. Além de sala adminis-trativa para os três cursos”, explica coordenador do curso de Agronomia da instituição, Wilson Araújo.

O projeto do campus de agrárias da Uema é modular, ou seja, se disponibilizada essa verba, serão construí-dos os módulos iniciais e, em

outras etapas, o projeto vai sendo complementado, até a finalização total da obra.

Segundo o professor, o mês de dezembro passado se-ria o divisor de águas. “Em de-zembro iríamos saber se esse recurso ia ser repassado ou não, mas o mês passou e ainda não sabemos, então, estamos aguardando. O deputado da região, Chiquinho Escórcio, é um dos líderes da bancada maranhense e está cobrando a liberação da verba”.

Parceria antiga

Há muito tempo os cur-sos de agrárias da Uema têm parceria com o Sinrural. Os alunos e professores utili-zam o espaço para pesquisas e aulas práticas. Foi por meio desta aproximação que sur-

giu a ideia da doação da área para a universidade.

Karlo Marques, ex- presi-dente do Sindicato Rural de Imperatriz, levou a proposta a uma assembleia geral do Sindicato e os membros apro-varam a doação. Em uma so-lenidade realizada no dia 8 de julho 2010, a Uema recebeu legalmente o terreno.

“É de suma importância o campus dentro da área do Parque de Exposições de Im-peratriz. Os alunos de Agro-nomia, Medicina Veterinária e Engenharia Florestal irão ter uma melhor estrutura, já que o projeto do campus é bem moderno e aqui dentro do Parque terão um contato mais direto com o produtor rural, ou seja, vão se aproxi-mar dos seus futuros empre-gadores. Essa aproximação é

fundamental para os alunos”, comenta Karlo Marques.

A ideia é que os cursos de ciências agrárias do Ce-si-Uema sejam transferidos para o Parque de Exposições assim que a estrutura estiver construída. Todos - alunos, professores, produtores ru-rais e vestibulandos – estão com grande expectativa com a possiblidade do início das obras nesse primeiro semes-tre.

“Nós precisamos demais desse prédio construído, para que esses cursos consigam ficar ainda melhores. Como são de bacharelado, esses cursos são diferentes, a gente precisa da parte teórica, mas precisamos fazer pesquisa e praticar. Nós precisamos plantar”, finaliza o professor Wilson Araújo.

trasoA

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04 Janeiro/Fevereiro de 2012

mbarquesE

Soja representa 20% das exportações do MADiário da Fazenda

As exportações mara-nhenses de soja cres-ceram 45% no ano pas-

sado, com receita que saltou de US$ 411 milhões em 2010 para US$ 597 milhões em 2011, segundo dados do Mi-nistério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). O grão já é o terceiro maior item da pauta de exportação estadual e, sozinho, repre-sentou quase 20% de tudo o que o Maranhão exportou entre janeiro e dezembro de 2011. À frente da oleaginosa aparecem apenas o minério de ferro e a alumina calcina-da.

No ano passado, as re-messas maranhenses de soja alcançaram 1,2 milhão de to-neladas, um aumento real de 200 mil toneladas frente ao total de 1 milhão de tonela-das embarcadas em 2010.

De acordo com o MDIC, os embarques estaduais de algodão também foram ex-pressivos no ano passado, com alta de 105% frente ao ano de 2010. Foram exporta-dos US$ 34 milhões em 2011, contra US$ 16 milhões no ano imediatamente anterior, o que colocou o algodão como o oitavo item mais exporta-do pelo Maranhão. O volume embarcado no ano passado foi de 17,7 mil toneladas do produto.

Couro As vendas de cou-

ro do Maranhão também se destacaram no ano passado. O segmento ampliou as ex-

portações em 173% em 2011, na comparação com 2010. Segundo o MDIC, foram em-barcados o equivalente a US$ 11,3 milhões em couro, contra US$ 4,1 milhões em 2010. O destaque foi a venda de cou-ro seco de bovinos (pena flor) que registou crescimento de 425% no ano passado, quan-do atingiu receita de US$ 4,3 milhões, sendo que em 2010 o valor obtido havia sido de US$ 834 mil.

CarneOs embarques maranhen-

ses de carne bovina desossa-da e congelada somaram US$ 3,6 milhões (908 toneladas), alta de 14% frente aos US$ 3,1 milhões (836 toneladas) obti-dos com as vendas de 2010.

Vendas totaisEm 2011, considerando

todos os produtos exporta-dos pelo Maranhão, as ven-das estaduais alcançaram

receita superior a US$ 3 bi-lhões, alta de 4,34% na com-paração com os pouco mais de US$ 2,9 bilhões obtidos com as remessas de 2010. Os itens do setor minero-siderúrgico aparecem como os líderes em embarques do Estado, mas a presença de produtos do agronegócio, na pauta maranhense de expor-tações, é crescente e já repre-senta parcela significativa dos embarques totais.

No ano passado, as remessas de soja cresceram 45% na comparação com os embarques realizados em 2010

Maranhão exportou o equivalente a US$ 597 milhões em

soja no ano de 2011, contra US$ 411 milhões

em 2010

AGêNcIA bRAsIl

Complexo da soja e outros produtos do agronegócio representam a força produtiva da região centro-sul do Estado e aparecem com destaque na pauta de exportações do Maranhão

Representante SALBLOCO em Imperatriz e região:

Rua Minas Gerais, 103 (Esq.com Benedito Leite) Centro - Imperatriz - MA

Fone: (99) 3254-2036 | Fax: (99) 3524-3477

Page 5: DIário da Fazenda Ed07

Janeiro/Fevereiro de 2012 05

Diário da Fazenda

O Maranhão deve consoli-dar nessa safra 2011/12 um crescimento de 9,2%

na área plantada com grãos, a segundo maior expansão agrí-cola do Brasil, atrás apenas do índice do Distrito Federal (9,8%). De acordo com dados do quarto levantamento da safra realizado em dezembro, pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o Estado vai cultivar 146 mil hectares a mais na atual safra, passando de 1,583 milhão de hectares no ciclo 2010/11 para 1,729 milhão de hectares. Em todo o País, a média de expansão da área com grão foi de apenas 1,5%.

Apesar do crescimento na área, a produtividade média

por hectare deve cair frente à safra passada, considerando todos os produtos cultivados, passando de 2.089 quilos por hectare do ano passado para 1.957 quilos/ha nesse ano, uma retração de 6,3%. Como resulta-do, segundo estima a Conab, o Maranhão terá uma produção de 3,384 milhões de toneladas de grão na atual safra, aumento de 2,3%, na comparação com os 3,308 milhões de toneladas co-lhidos no ano passado.

SojaOs sojicultores do Mara-

nhão devem ampliar a pro-dução da oleaginosa em 5,2% nesse ano, passando de 1,599 milhão de toneladas na safra passada para 1,682 milhão de toneladas em 2012. Embora a

produtividade média por hec-tare esteja estimada em 2.970 kg/ha, queda de 3,8% frente aos 3.087 kg/ha alcançados no ano passado, a ampliação de 9,3% área cultivada deve garantir o aumento da produção estadual. Nesse ano são esperados pela Conab 566 mil hectares com soja, contra 518 mil hectares, de 2011.

Arroz A produção maranhen-

se do arroz na safra 2011/12

deve ocupar 469 mil hectares, área idêntica a da última safra, mas a produtividade será 12,2% menor nesse ano, com média de 1.373 quilos por hectare con-tra o patamar de 1.564 kg/ha do ano passado. Com isso, o Esta-do produzirá 644 mil toneladas de arroz nesse ano, redução de 90 mil toneladas (-12,2%) na comparação com as 734 mil to-neladas produzidas no ano pas-sado.

Milho

Já a produção de milho deve ser ampliada em 11% esse ano, saltando de 879 mil tone-ladas no ano passado, para 977 mil toneladas na atual safra agrícola maranhense. A pro-dutividade média nesse ano no Estado deve cair 10,4% (de 1.842 kg/ha para 1.650 kg/ha), mas os produtores rurais de-vem aumentar a área plantada com milho em 24%, saltando de 477 mil hectares cultivados ano passado para 592 mil hectares neste ano.

rãosg

Expansão da área plantada no MA é a 2º maior do PaísMA ampliou área em 9,2% contra 1,5% na média nacional

AcEAV

Área com milho deve ser ampliada em 24% no Maranhão. Já a produção de soja deve ocupar área 9,2% maior que na safra passada

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06 Janeiro/Fevereiro 2012

ecuáriaP

Diego Leonardo Boaventura

Pesquisas do Centro para la Investigación en Siste-mas Sostenibles de Pro-

ducción Agropecuária (CIPAV), na Colômbia, comprovam que o gado criado na sombra, em pastagens que possuem ár-vores para amenizar o calor, tem uma menor temperatura corporal, consequentemente, consome menos água e produz mais carne e leite por animal/hectare. As árvores funcio-nam como um abrigo ao ani-mal, protegendo-o do excesso de radiação e diminuindo o stress ocasionado pelas altas temperaturas. Em pastagens com árvores, a temperatura é de 2 a 3 graus mais amena. Se-gundo pesquisa realizada pelo doutor em Sistemas Agrícolas, Jairo Mora Delgado, em dias frios os animais andam em média 8.500 metros, enquan-to que em dias quentes apenas 6.200 metros.

De acordo com estudos da Embrapa, a sombra natu-ral em pastagens, obtida com o plantio ou preservação de árvores, garante o conforto para o gado, mas também traz outras vantagens para pro-dutor rural, entre as quais se incluem: ajuda no controle de erosão e melhoramento da fertilidade do solo, melhora o aproveitamento da água da chuva, melhora a produção e

a qualidade da forragem, fa-vorece a produtividade das vacas em lactação e a repro-dução animal.

Esse sistema de produção pecuária em que ocorre a in-tegração da pastagem com ár-vores é denominado Sistema Silvipastoril. Ainda segundo a Embrapa, o Sistema Silvi-pastoril (SSP) é a combinação intencional de árvores, pasta-gem e gado numa mesma área, ao mesmo tempo, e maneja-dos de forma integrada, com o objetivo de incrementar a produtividade por unidade de área. Nesses sistemas, ocor-rem interações em todos os sentidos e em diferentes mag-nitudes.

Forrageiras“Quando dispomos de

uma pastagem com apenas um tipo de gramínea, esse sistema é frágil, susceptível a pragas e doenças. O que fazemos en-tão? Introduzimos forrageiras arbustivas como a Leucena e Botão de Ouro e plantamos árvores, preferencialmente leguminosas, ao longo das cercas. Dessa forma, criamos um ambiente mais diversifi-cado e resistente ao ataque de pragas, doenças e, sobretudo, a seca”, destaca o engenheiro agrônomo Amaury Cezar Ma-cedo, membro do Centro Bra-sileiro de Pecuária Sustentável (CBPS).

Os SSPs apresentam gran-de potencial de benefícios eco-nômicos e ambientais para os produtores e para a sociedade. São sistemas multifuncionais, onde existe a possibilidade de intensificar a produção pelo manejo integrado dos recur-sos naturais evitando sua de-gradação, além de recuperar sua capacidade produtiva. Por exemplo, a criação de animais com árvores dispersas na pas-tagem, árvores em divisas e em barreiras de quebra-ventos, podem reduzir a erosão, me-lhorar a conservação da água, reduzir a necessidade de fer-tilizantes minerais, capturar e fixar carbono, diversificar a produção, aumentar a renda e a biodiversidade e melhorar o conforto dos animais.

Inúmeras pesquisas fo-ram realizadas na Colômbia mostrando a produtividade animal em diferentes sistemas produtivos.

Como podemos observar na tabela, o SSPi + Madeira - Sistema Silvipastoril Inten-sivo com mais árvores para

produção de madeira - obteve uma carga animal de 4,7 ani-mais por hectare. Em visita técnica, o engenheiro agrô-nomo viu tudo isso de perto. No ano de 2011, Amaury Cezar foi convidado pelo CBPS para participar de um curso na Co-lômbia - Cali promovido pela Universidade de Yale/ELTI. “Lá vi alguns conceitos técnicos e fui apresentado a algumas alternativas de Pecuária ren-tável e sustentável”, conclui. Ele retorna em maio para a

Colômbia, em uma visita de 15 dias, com a finalidade de con-cluir o curso.

Hoje, o Centro Brasilei-ro de Pecuária Sustentável (CBPS), com sede em Impe-ratriz-MA, está implantando um projeto piloto na Fazenda Pantera - em Dom Eliseu-PA -, de propriedade do pecuaris-ta João Ernesto Feuerstein. O objetivo é apresentar aos pro-dutores da região uma alter-nativa em relação à pecuária tradicional.

Criar boi na sombra faz produtividade crescer no campoGado criado na sombra tem menor temperatura corporal, consome menos água e produz mais carne

FOTOs: DIÁRIO DA FAZENDA

Em pastagens com árvores, a temperatura é de 2 a 3 graus mais amena, o que leva os animais a procurar a sombra

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Janeiro/Fevereiro 2012 07

m altaE

Crescimento de Imperatriz valoriza as terras da região A chegada de grandes empresas acelera a economia e valoriza o campo

Antônio Wagner

O cenário rural de Im-peratriz vive seu mo-mento ímpar. Com a

chegada de grandes empresas e a ligação da cidade ao estado do Tocantins pela ponte Dom Felipe Gregory, a super valori-zação de terras rurais nos ar-redores do município cresceu quase 100% este ano.

A avaliação é das empre-sas que comercializam terras na região. Segundo esses da-dos, um alqueire que custava há pouco tempo em média R$ 15 mil, hoje não sai abaixo de R$ 25 mil, ou seja, uma valori-zação de pelo menos 80% por alqueire.

Para o gerente de usados e avulsos da Ademar Mariano Empreendimentos Imobiliá-rios, Jarbas Morais, de modo geral, o Brasil esteve estagnado

durante um tempo, e a cidade, pela sua localização estratégi-ca não foi abatida por isso e, pelo contrário, aproveitou o momento para investir no seu desenvolvimento financeiro.

“Os imóveis rurais estão supervalorizados e estão aci-ma da média. O motivo pelo qual essa supervalorização é sentida foi a vinda de várias empresas para a cidade e a construção da ponte que liga o Maranhão ao Tocantins”, diz.

E vai melhorarE ao que tudo indica a va-

lorização das terras e produtos voltados ao agronegócio tende a melhorar. Na visão de dire-tor da Paulo Gundim Imóveis, Paulo Gundim, a valorização de terras rurais será sentida, efetivamente, com a chegada de mais empreendimentos em Imperatriz. “A valorização de

terras no campo tende a melho-rar. As pessoas estão investindo bem. A vinda de mais empresas irá melhorar esta situação e essa valorização já está sendo sentida e crescerá mais daqui a 2 ou 3 anos”, comenta.

Conforme destaca, desde 2008 a cidade recebe empreen-dimentos de várias localidades do Brasil e que aquecem os ne-gócios da região. As áreas pró-ximas da cidade que em tese são intituladas de “rurais”, es-tão com grandes projetos em fase de andamento. “Até 2014, os valores das terras tendem a crescer ainda mais”, diz.

Oferta e procuraSegundo ele, apesar da va-

lorização, a cidade ainda en-frente o problema do excesso de ofertas para vendas e pou-ca procura. “A procura de área rural ainda é pouca e o valor

do alqueire está alto”, diz.Ele explica que devido as

terras da região estarem na linha do Bioma Amazônico –área protegida contra a de-vastação – os compradores têm adquirido terras rurais nas cidades de Formosa da Serra Negra, Grajaú, Barra do Corda.

BrasilEm outras regiões do Bra-

sil, a alta nos preços de imó-

veis rurais está contida pela indefinição sobre as regras para a aquisição de terras por estrangeiros. Esta retração foi sentida nos estados SP, PR, MG e BA. A queda chegou até 19% em relação ao ano passado.

A avaliação é da consul-toria Commercial Properties (Empresa Especializada no Desenvolvimento e Adminis-tração de Empreendimentos) que diagnosticou a retração de valores.

Cidade cresce, atrai novos investimentos e campo registra valorização das terras

ElsON ARAújO

Page 8: DIário da Fazenda Ed07

08 Janeiro/Fevereiro 2012

isputaD

Janaína Amorim

Com 140 votos, a chapa União e Trabalho, encabe-çada pelo empresário Sa-

bino Costa, foi a vencedora nas eleições do Sindicato Rural de Imperatriz. A concorrente, União e Trabalho, que tinha como cabe-ça de chapa o empresário José de Ribamar Cunha Filho, conhecido como Ribinha, teve 112 votos. A disputa aconteceu no dia 16 de janeiro no Parque de Exposições Lourenço Vieira da Silva e con-tou com 255 votos, sendo que 310 sócios estavam aptos a votar. Duas pessoas votaram em bran-co e uma anulou o voto.

Entre os votantes, estava o presidente da Câmara de Verea-dores de Imperatriz, Hamilton Miranda. Segundo o vereador, as eleições oportunizam o debate sobre as questões do Sindicato Rural. “Vários temas foram de-batidos. São debates como esses que fortalecem o Sindicato. Es-pero que a nova diretoria dê con-tinuidade ao trabalho já desem-penhado”, acrescentou Miranda.

As eleições para a escolha da diretoria do Sinrural aconte-cem a cada três anos. Para votar, os sócios devem estar filiados há

Sindicato Rural tem a primeira eleição politizadaSabino e Ribinha travaram uma corrida pré-eleitoral que movimentou diversos segmentos de Imperatriz

DIÁRIO DA FAZENDA

Sabino e Ribinha se cumprimentam durante votação no Parque de Exposições no dia 16 de janeiro

Presidente sabino siqueira da costa

Vice Renato josé Nogueira Pereira

1º secretário Karlo Marques

2º secretário Paulo Roberto Machado

1º tesoureiro Erivaldo Marques Abreu

2º tesoureiro George Araújo Raposo

Conselho Fiscaljosé Aparecido Machado Pedro Filho Motaluis Moreira Gomes josé Martins jales sobrinho josé Genivaldo silva costajosé benedito Garcia Pereira

Diretoria ExecutivaAluísio Fernandes Oliveira cosme Otoni Mesquita chagas Damasio Dias do Nascimento Emanuel Geraldo carneiro de Oliveirajosé Alfredo de Farias júniorjudas Tadeu Vieira coutinho Mendesluis Augusto Araújo Pereira Marcelino cortez Moreira Dourado Paulo Roberto Machado Filho Roberto cotta Pacheco Vilmar Franco do Nascimento Vinicius Oliveira Machado

Conheça a nova diretoria do Sinrural

A proximidade das eleições municipais influenciou a disputa no Sinrural, com uma segmentação ideológica que já dá pistas da polarização no pleito para a Prefeitura. Apesar destas influências, o setor acomoda-se agora em torno de se fortalecer unido e na expectativa de maior abertura para participação na entidade

mais de seis meses e em dias com as obrigações sindicais. O prazo para a regularização dos asso-ciados terminou no último 14 de janeiro. Esse ano, de última hora, a Justiça foi acionada e impediu votos por procuração.

De acordo com o presidente em exercício, Karlo Marques, o que levou o sindicato a acreditar no grupo eleito foi a parceria já realizada entre os membros da chapa e o Sinrural. “Este é um gru-po que estou junto desde 1989, quando fui eleito pela primeira vez. Mas são dois bons nomes. Acredito que o Sinrural será bem representado”, afirmou Marques. Ele acrescentou que a eleição é um reflexo do regime democrá-tico adotado pela instituição. “Além da confraternização entre sócios, é uma forma democráti-ca de promover abertura para os associados participarem do sin-dicato”, disse.

Sabino Costa pretende tra-balhar para “fortalecer a entida-de e defender os interesses dos produtores” diante de problemá-ticas como a Febre Aftosa e de questões ambientais, como a do Código Florestal.

Perfil do novo presidente

Sabino Costa é produtor ru-ral e empresário no ramo de veí-culos e distribuição de alimentos. Natural do Piauí, há cerca de dez anos vive em Imperatriz. Foi vice-presidente do Sinrural na última gestão e participa do sindicado desde 1998. Além de participação nos movimentos sociais, o novo presidente é também secretário de Desenvolvimento Econômico e Social de Imperatriz.

Page 9: DIário da Fazenda Ed07

Janeiro/Fevereiro 2012 09

estãog

Sabino toma posse como presidente do Sinrurale promete prestação de contas mensalAutoridades, homenagens e a inauguração do novo auditório no parque de exposição compuseram o evento que empossou a diretoria do Sinrural

Diário da Fazenda

Sabino Siqueira da Costa é o novo presidente do Sin-dicato Rural de Impera-

triz. A cerimônia que deu posse ao empresário aconteceu no dia 27 de janeiro e marcou a inau-guração oficial do auditório da entidade no Parque Lourenço Vieira da Silva.

“Ser presidente significa apenas aumentar a minha res-ponsabilidade, porque sempre procurei, nesses anos todos, dar minha modesta contribui-ção à entidade”, disse no dis-curso da posse.

No evento ele aproveitou para ratificar algumas pro-messas de campanha, entre elas a de divulgar, mês a mês, as contas do sindicato para os associados e manter em dia as contas da entidade. “Quem não serve para pagar contas serve para pouca coisa nessa vida. E a minha gestão vai ter como pilar a transparência”, frisou.

Num discurso cheio de fra-ses de efeito, Sabino lembrou o adversário de chapa, José de Ri-bamar Cunha Filho, e disse que a partir do fim da contagem de votos todos estão juntos pelo bem da categoria.

Sem constrangimentos, disse que conhece bem a fama que carrega de ser centralizador nas decisões, mas que durante os três últimos mandatos como vice-presidente, na gestão de Karlo Marques, ‘sempre soube exercer o papel de vice’.

Em sua avaliação, o que pode parecer autoritarismo, na

verdade, é uma característica sua de ‘não ter medo do tra-balho”, afinal, como brincou: “nunca conheci ninguém que morresse de trabalhar”.

Por fim comprometeu-se em honrar os votos com muita dedicação: “Só não erra quem não faz. E eu quero errar, por-que eu faço sempre”, finalizou.

AutoridadesA solenidade contou a pre-

sença de diversas autoridades locais e nomes importantes da classe ruralista. O secretário de Agricultura, Pecuária e Pes-ca (Sagrima), Cláudio Azevedo, aproveitou a posse para garan-tir que até agosto o Maranhão estará livre de aftosa para o co-mércio nacional e que a próxi-ma luta do governo do Estado é para diminuir a reserva legal de 80% para 35% previstos no novo Código Florestal Brasi-leiro. “Aqui em Imperatriz eu respiro pecuária, me sinto em casa. Fiz questão de participar dessa posse porque reconheço a representatividade do Sinrural para o Estado e para o Brasil”, finalizou.

O prefeito da cidade, Se-bastião Madeira, também pa-rabenizou o novo presidente e lembrou que como secretário de Desenvolvimento, na Prefeitu-ra, Sabino tem contribuído para o sucesso de grandes empreen-dimentos locais. “Pouca gente sabe, mas eu quero aproveitar para reconhecer o ótimo traba-lho que tem feito pela cidade”, finalizou.

O ex-presidente da entida-

de, Karlo Marques, aproveitou o momento para agradecer aos amigos que o acompanharam nos dez anos de sua gestão. “Deus não me deu o dom da ora-tória, mas o de fazer amigos e aqui eu conquistei vários que me permitiram ajudar a construir a entidade forte que construímos nessa década”, defendeu.

HomenagemA posse do novo presiden-

te do Sinrural também foi mar-cada por uma homenagem à família Machado. O auditório onde foi organizada a soleni-dade recebeu o nome de Juca Machado, pecuarista de Cajuru

que construiu uma história de vida em Imperatriz. “Juca foi um professor para todos nós”, resu-

miu Karlo Marques. Familiares e amigos prestigiaram essa ho-menagem.

Mesa formada para a cerimônia de posse de Sabino Siqueira Costa, que presidirá o Sinrural até 2014

FOTOs: DIÁRIO DA FAZENDA

Nova diretoria foi apresentada na posse realizada em 27 de janeiro

Page 10: DIário da Fazenda Ed07

10 Janeiro/Fevereiro 2012

Depois de dez anos à frente da entidade que repre-senta do produtor rural em Imperatriz, Karlo Marques se despede da presidência do Sinrual. Deixa a presidência, mas não o grupo, já que as-sume, na nova gestão, o cargo de primeiro secretário. “Para contribuir com o sindicato não precisa estar na diretoria. Basta ser sócio”, comenta.

E é justamente esse espí-rito participativo que marcou a década em que esteve na presidência da entidade. Com ele, o Sinrural deixou o es-critório no centro da cidade para instalar sua sede admi-

nistrativa no Parque Louren-ço Vieira de Sousa, permitin-do que a estrutura do local, que antes era subutilizada, sendo aproveitada apenas no período da feira, hoje conte com uma agenda de eventos e locações permanentes. “Pelo menos vinte shows são orga-nizados todos os anos no lo-cal”, avalia.

Outra marca da sua ges-tão foi o equilíbrio financei-ro. “Hoje não temos nenhuma dívida”, diz Karlo Marques.

Nesses dez anos o Sin-rural também estreitou a re-lação com Faema (Federação da Agricultura e Pecuária do

Estado do Maranhã) e CNA (Confederação Nacional de Agricultura). Inclusive por conta dessa aproximação a cidade recebeu a única audi-ência pública do Estado para discutir código Florestal.

“O debate mostrou que não estamos isolados.”, des-taca Karlo Marques.

Tanto é assim que em julho a CNA inaugurou no município a primeira sala do Programa de Inclusão Digital Rural do País. Para o Mara-nhão, 18 salas estão previstas, cada uma delas com dez com-putadores. No país, 500 serão inauguradas.

Karlo Marques deixa a presidência do Sinrural depois de dez anos

O berrante é um informativo mensal do:

Na diretoria eleita, Karlo Marques ocupa a função de primeiro secretário

Karlo Marques, ao centro, destaca equilíbrio financeiro do Sindicato em sua gestão

DIÁRIO DA FAZENDA

Obras• Saneamentobásicoedrenagem

de grande parte do Parque. • Ampliaçãodo estacionamento

em 30%. Hoje a capacidade fixa do es-paço é de 2 mil carros

• Total reestruturação da redeelétrica

• Iluminação definitiva nas pis-tas de Vaquejada, Julgamento, Equestre e de Equoterapia;

• ConstruçãodeAuditório;

FazendinhaO projeto “Fazendinha” tornou

produtivos os 96 hectares, sendo auto-suficiente em produção de forragens e grãos durante todo o ano. A produ-ção atende totalmente a grande feira Expoimp. “O maior problema da expo-sição era com a alimentação dos ani-mais, que gerava um alto custo. Hoje, o parque oferece isso aos produtores”, garante Karlo.

Ações sociais• Equoterapia: projeto em par-

ceria com a Prefeitura oferece aula de equitação para crianças e adolescentes especiais, atendidos pela APAE. O tra-balho no local acontece todos os dias e atende em média 80 jovens

• Universidade:Disponibilizaçãoda área do parque para dos alunos de Veterinária e Zootecnia da cidade;

• Qualificação:Poranosãoofe-recido cerca de 30 cursos diversos.

ExpoimpA Expoimp, que completou 43 edi-

ções em 2011, é a grande vitrine do Sin-dicato Rural de Imperatriz. Nesta gestão a diretoria da entidade assumiu toda a administração da feira. Anteriormente, para produzir o evento contratava-se uma equipe terceirizada.

ServiçosForam implementados os serviços

de Orientação Contábil e Jurídica.

Confira algumas ações desses dez anos

Page 11: DIário da Fazenda Ed07

Janeiro/Fevereiro 2012 11

Diego Leonardo Boaventura

Quais as maiores demandas do agronegócio hoje na região?

Olha, realmente é a soja que temos em Balsas, pois so-mos o segundo maior produtor do grão do Brasil. Hoje já exis-tem algumas indústrias esma-gadoras de soja instaladas em Porto Franco, com o objetivo de aproveitar parte da Ferrovia Norte-Sul e facilitar a exporta-ção. Somos grandes produtores de grãos de milho, de feijão, de carne bovina, que distribuímos internamente para o país, mas, também, exportamos. Aqui, a nossa intenção é fortalecer desde a folhagem (hortaliças) e exportar para outras regiões do país, como também levar para o exterior - algo que está acontecendo no Nordeste, mais precisamente no município de Petrolina (PE). Lá, hoje, a cida-de exporta frutas e, semanal-mente, sai um avião com 600 toneladas de frutas para Euro-pa. Isto também pode aconte-cer na nossa região.

Quais os desafios que o setor ainda precisa enfrentar até o fim deste ano em Imperatriz?

Os desafios estão ligados exatamente à explosão de cres-cimento econômico que está acontecendo, não só em Impe-

ratriz, mas na região. Impera-triz, realmente, tem chamado atenção do Brasil. Tem atraído pesquisadores.

Por que ainda não fomos de-clarados área livre da aftosa?

Isso depende de muitos fatores. As autoridades devem atuar mais, cobrar mais e, so-bretudo, planejar mais. Imple-mentar projetos de conscien-tização, criar espaços para a agricultura, não só a agricultu-

ra familiar, mas também a agri-cultura de médio porte e gran-de porte. Temos que cobrar dos nossos representantes – depu-tados estaduais, deputados fe-derais e senadores – medidas que incentivem campanhas de vacinação para que finalmente consigamos ser uma área livre da aftosa.

Como o senhor avalia o impac-to do atual Código Florestal no agronegócio regional?

O novo Código Florestal é muito importante, porque não é realmente a floresta que atrapalha a produção agrí-cola, ao contrário, a floresta soma. Desde que se respeitem as normas ambientais, tudo isso irá somar para o desen-volvimento da nossa região.

Qual o papel da agricultura familiar hoje no mundo do agronegócio da cidade?

A agricultura familiar, hoje, em Imperatriz, está em um grande crescimento. Te-mos uma determinação do nosso prefeito, Sebastião Ma-deira, para que a Secretaria se aproxime cada vez mais do pequeno produtor, pois é dele que nós precisamos, é dele que vem realmente o alimen-to da nossa mesa. Os grandes produtores pensam na expor-tação, já o pequeno produtor pensa em produzir o alimento e levar à mesa do cidadão.

Qual a contribuição do agro-negócio para o crescimento visível que Imperatriz passa nos últimos meses?

A contribuição do agrone-gócio é muito grande. Impera-triz é o maior centro distri-buidor da nossa região. São dezesseis municípios que de-pendem de Imperatriz. Tudo que esses municípios produ-

zem vem pra cá e daqui é dis-tribuído. O grande problema hoje não é só produzir, e sim a comercialização. Como prin-cipal eixo de distribuição, a cidade fornece produtos para mais de dois milhões de habi-tantes, num raio de cobertura que varia de 400 a 500 km.

A Secretaria de Agricul-

tura é um desafio, em par-ticular para encontrar um nome que tenha familiarida-de com o dia a dia do produ-tor. Como o senhor chegou à pasta e como avalia seu tra-balho nesses quase quatro anos?

No início foi dramático, porque a gente quando entra

pensa que tudo está favorá-vel. Mas a pasta de agricultu-ra municipal anteriormente - eu não quero diminuir nin-guém - parece-me que depen-dia principalmente de um ma-tadouro. Nós hoje já fizemos um levantamento de todos os pequenos e médios produto-res. Temos um cadastro, te-mos 38 associações e, dessas 38, a secretaria tem 1614 pe-quenos produtores cadastra-dos. Nós damos assistência técnica, orientação para pre-paração do solo, correção, distribuição das sementes, principalmente ao pequeno produtor. Este pequeno pro-dutor assistido secretaria tira parte da produção para seu sustento e a outra parte o município compra para distri-buir por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Esses alimentos são distri-buídos nas creches, escolas, abrigos, hospitais e restau-rantes populares da cidade. O processo termina lá no Banco do Brasil, onde cada produtor tem sua conta. Então, esse é o processo, é dar assistência lá na roça, adquirir a produção, e repassar o valor para cada produtor.

O secretário municipal de Agricultura, Abaste-cimento e Produção, José Fernandes Dantas, é paraibano e mora em Imperatriz há 30 anos. Ele

é fundador do povoado “Pé de Galinha”, arraial locali-zado próximo ao município de João Lisboa, cujo nome é devido à granja que instalou por lá.

Quando chegou à cidade não existia avicultura, sendo o primeiro a introduzir este tipo de cultura na

região. É pioneiro, também, no mercado de frango as-sado. Orgulha-se de fazer parte do desenvolvimento de Imperatriz e, principalmente, de ter formado os filhos aqui. Hoje têm dois filhos advogados e uma filha médica – cirurgiã vascular -, todos trabalhando na região. Em entrevista concedida ao Diário da Fazenda, José Fernan-des Dantas, comenta o panorama atual do agronegócio na região.

José Fernandes DantasntrevistaE

Secretário municipal de Agricultura, Abastecimento e Produção

Os desafios estão ligados à explosão do

crescimento econômico que está ocorrendo

em Imperatriz

Temos uma determinação do prefeito

para que a Secretaria se aproxime cada vez mais

do pequeno produtor

FOTO: sIDNEy RODRIGuEs

Page 12: DIário da Fazenda Ed07

12 Janeiro/Fevereiro 2012

Novo Código estabelece parâmetros para a preservação da vegetação nativa e compensações em propriedades rurais brasileiras

DIÁRIO DA FAZENDA

Criado em 1965, o Código Florestal regulamenta a exploração da terra no

Brasil, baseado no fato de que ela é bem de interesse comum a toda a população. Ele estabelece parâmetros e limites para preser-var a vegetação nativa e determi-na o tipo de compensação que deve ser feito por setores que usem matérias-primas, como reflorestamento, assim como as penas para responsáveis por des-mate e outros crimes ambientais relacionados. Sua elaboração du-rou mais de dois anos e foi feita por uma equipe de técnicos.

Entenda abaixo as princi-pais mudanças do Código Flores-tal, de acordo com informações do projeto de lei e da Agência Senado.

Reserva LegalÉ a área de mata nativa que

deve ser preservada dentro da propriedade. De acordo com o

texto aprovado na Câmara, a área a ser protegida na Amazô-nia Legal corresponde a 80% da propriedade; 35% no cerrado; e 20% em outras regiões. O proje-to aprovado no Senado perma-nece com as especificações ci-tadas, mas possibilita a redução da reserva para 50% em estados com mais de 65% das suas áreas em reservas ambientais, desde que a redução seja autorizada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente.

Áreas de Preservação Perma-nente (APPs)

São locais vulneráveis, como beira de rios, topo de morros e encostas, que não podem ser desmatados. Atualmente, pro-dutores devem recompor 30 me-tros de mata ciliar para rios com até 10 metros de largura.

O texto prevê redução para 15 metros de recuperação de mata para rios com largura de até 10 metros - a mudança foi feita na Câmara. A novidade no

Senado foi a obrigação, aos pro-prietários com até quatro módu-los fiscais - o módulo varia entre estados de 20 a 440 hectares -, de não exceder a recuperação em 20% da área da propriedade.

Para propriedades maiores que quatro módulos fiscais em margem de rios, os conselhos estaduais de meio ambiente es-tabelecerão as áreas mínimas de matas ciliares, respeitando o limite correspondente à metade da largura do rio, observando o mínimo de 30 metros e máximo de 100 metros.

O novo texto também asse-gura a todas as propriedades ru-rais a manutenção de atividades agrossilvopastoris nas margens dos rios, desde que consolida-das até 2008, e autoriza o uso de APPs para alguns tipos de culti-vos, como maçã e café. A pecu-ária também ficaria permitida em encostas de até 45 graus. No texto aprovado na Câmara, a ati-vidade precisaria ser regulamen-tada em lei posterior.

Conversão de MultasProdutores rurais com pro-

priedade de até 4 módulos fiscais, autuados até julho de 2008, po-deriam converter multas com re-florestamento, de acordo com o texto aprovado pela Câmara. Com a nova redação, estes benefícios passam a valer também para os grandes proprietários rurais que desmataram até julho de 2008.

Pequenos ProdutoresDe acordo com a Agência Se-

nado, a pequena propriedade ou posse rural familiar poderá man-ter cultivos e outras atividades de baixo impacto ambiental em Áreas de Preservação Permanen-te (APPs) e de reserva legal, desde que o imóvel esteja inscrito no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e que as atividades sejam declara-das ao órgão ambiental. O regis-tro da reserva legal no CAR será gratuito para as unidades rurais familiares.

O CAR estabelece prazo de um ano, prorrogável uma única

vez por igual período, para que os donos de terras registrem suas propriedades nesse cadastro. O cadastro servirá para armazenar informações ambientais de todas as propriedades rurais. Essa base de dados servirá para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e comba-te ao desmatamento.

Incentivos EconômicosHouve também ampliação

dos mecanismos de incentivos econômicos ao produtor rural para garantir a preservação do meio ambiente: pagamento ao agricultor que preserva matas nativas, conservar a beleza cêni-ca natural, conservar a biodiver-sidade, preservar a regulação do clima, manter a Área de Preserva-ção Permanente (APP) e de reser-va legal. O poder público terá até 180 dias, depois da publicação do novo código, para instituir pro-grama para incentivar a preser-vação e a recuperação ambiental. (Com G1)

ique por dentroF

Veja as principais mudanças no Código Florestal

Page 13: DIário da Fazenda Ed07

Diária da Fazenda

Propriedades pequenas, com 10 animais; ou grandes, com 400 cabeças: Nenhu-

ma no sul do Maranhão adota o manejo adequado dos plantéis de caprinos e ovinos, inviabilizando a expansão do setor na região.

O dado pouco animador está no relatório preliminar de uma pesquisa que pretende ma-pear 70% das fazendas que criam esses animais no Estado e saber quais as deficiências que estão impedindo que o produtor invis-ta nesse ramo, ainda que o clima e o mercado sejam favoráveis para o setor.

“A criação de caprinos e ovi-nos por aqui deveria ser vista com uma boa alternativa para um mercado lucrativo. Esses plantéis ocupam espaços menores de ter-ra, o clima daqui favorece, além de o mercado da carne ser bem

atraente”, garante a pesquisadora Michele Moreira Martins de Oli-veira, doutora em Ciência Veteri-nária e coordenadora o estudo.

Segundo ela, a falta de higie-ne no trato com os animais, além de medidas simples como vaci-nação e suplementação alimen-tar, fazem com que hoje 45% das fazendas na região tenham seus plantéis acometidos por vermi-noses e outras doenças. “Numa situação ideal esse valor não de-veria ultrapassar a faixa dos cin-co por cento”, explica.

NúmerosDe acordo com dados o

IBGE, no Brasil os rebanhos ca-prino e ovino representam 2,1% e 1,7% do efetivo mundial, respec-tivamente. Os maiores plantéis nacionais estão nas Regiões Sul e Nordeste que, juntas, possuem 91,7%.

No Maranhão a criação

de caprinos e ovinos represen-ta 4,01% e 1,39% da criação na região Nordeste e, conforme Michele, apesar de apresentar condições geoclimáticas favorá-veis à sua criação, a população destes animais em Imperatriz é muito pequena, sendo estimada em, aproximadamente, 11,5 mil de caprinos e 34,5 mil cabeças de ovinos.

“A queda no número de ani-mais no Estado como um todo e a pequena representação destas espécies na microrregião de Im-peratriz pode refletir uma queda da produção e da produtividade destes rebanhos, causada por problemas advindos da má im-plantação dos manejos alimentar e higiênico-sanitários”, enfatiza.

O estudo, desenvolvido pela Facimp (Faculdade de Impera-triz), começou este ano e só ter-mina em 2013. A proposta é fazer um mapeamento das condições

de criação e das doenças mais co-muns que acometem essas cria-ções. Serão analisados plantéis em 16 municípios da microrre-gião de Imperatriz. “Hoje posso dizer que não temos na região nenhuma fazenda modelo na criação desses animais”, destaca.

DoençasEntre as doenças mais co-

muns entre cabritos e ovelhas por aqui uma tem merecido des-taque: as causadas pelo vírus Len-tivírus de Pequenos Ruminantes. Trata-se de um agente que faz com que 25% dos caprinos e ovinos infectados por ele desen-volvam artrite, emagrecimento e complicações respiratórias.

Conforme o relatório do estudo, a infecção causa perdas econômicas significativas como: a diminuição em até 0,3 quilos de peso da cria ao nascer e de 6 quilos no peso das crias até 120

dias, além do aumento em 25% nos distúrbios reprodutivos de cabras, e uma redução média na produção leiteira de 88 quilos de leite/lactação.

“Como não existe tratamen-to e nem vacina, o controle é rea-lizado pela adoção de medidas de manejo que diminuam o risco de transmissão do vírus”, explica.

Ações que exigem mais uma mudança de postura que de in-vestimentos. Conforme Michele, entre as medidas preventivas es-tão a separação das crias após o nascimento, evitando o contato com secreções; e isolamento dos adultos; administração de colos-tro tratado de mães não infecta-das ou de vaca; alimentação das crias com substituto do leite, en-tre outros.

Depois do mapeamento a proposta da pesquisadora é criar uma cartilha de orientação para os produtores.

Janeiro/Fevereiro 2012 13

Manejo inadequado compromete expansão do mercado de caprinos e ovinos no MaranhãoPesquisa que pretende mapear 70% das fazendas que criam esses animais no Estado sinaliza deficiências na produção

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14 Janeiro/Fevereiro 2012

nvestimentoI

Palate expande a produção em Imperatriz e começa a produzir mussarela em julho A Palate - gigante do setor

lácteo - vai praticamente dobrar o processamento

de leite na unidade industrial de Imperatriz (MA), a partir da con-clusão das obras de expansão da empresa, prevista para julho deste ano. Serão processados 160 mil litros de leite por dia, se-gundo o gerente industrial José Paulino Siqueira, sendo que hoje o volume é de 100 mil litros di-ários.

Com os investimentos nas obras de ampliação da infraes-trutura industrial, a Palate vai aumentar também sua linha de produtos, dando início à produ-ção de mussarela, em julho, e de compostos lácteos, em uma se-gunda etapa. Atualmente, a uni-dade de Imperatriz produz leite em pó e manteiga. José Paulino lembra que a sazonalidade da oferta de leite ainda é um pro-blema a ser superado, mas a cap-tação do produto na região será fortemente ampliada. “Já esta-mos remunerando com até cinco

centavos por litro, como prêmio por qualidade, para aqueles pro-dutores que atendem as exigên-cias”, lembrou o gerente. Hoje, o número de produtores fornece-dores de leite na região é de 274 no Maranhão, 105 no Pará e 33 no Tocantins.

A geração de vagas de traba-lho também será favorecida na planta de Imperatriz, com cria-ção de cerca de 20 novos empre-gos diretos, um aumento de 20% frente ao contingente atual de 104 colaboradores na unidade industrial.

ObrasAs obras de ampliação da

unidade de Imperatriz estão sen-do coordenadas pelo engenheiro industrial Amaury Bellini, da São Caetano Projetos e Consultoria LTDA., de Minas Gerais, que há 30 anos tem atuação voltada para a atividade de laticínios.

Bellini iniciou as visitas à planta maranhense em outubro do ano passado, depois da apro-

vação do projeto, e, em fevereiro deste ano, deve concluir as obras civis da reforma e ampliação da unidade, com previsão de come-çar a montagem industrial em março. “As obras estão dentro de um cronograma que contempla os inícios dos testes de produção no mês de julho”, comenta o en-genheiro, ao ressaltar que conta com uma equipe de mais de 20

trabalhadores atuando direta-mente nas obras e montagem da indústria.

O projeto, segundo Bellini, é bastante racional, buscando cus-tos de operação adequados para que os produtos possam chegar aos consumidores com qualida-de e preço. “O prédio apresen-tava áreas internas ociosas que foram aproveitadas, possibili-

tando melhor utilização do leite e dando suporte para que a em-presa possa fornecer sua linha conforme a necessidade do mer-cado consumidor”, disse. Segun-do o engenheiro, a unidade será capacitada para realizar a seca-gem de leite e soro. “Agora, com a fabricação de mussarela será gerado soro como subproduto. Com isso, completaremos todo o processo a partir da secagem desse soro, evitando despejos indevidos no meio ambiente, e ainda poderemos transformá-lo em um produto, como o soro de leite em pó, a ser comercializa-do”, detalhou.

Para fazer frente à diversifi-cação da linha de produtos e am-pliação da produção, o gerente da unidade José Paulino ressal-tou que a Palate já deu início à atividade de distribuição em Im-peratriz, com equipe própria re-alizando atendimento ao merca-do local, o que deve intensificar a presença dos produtos da mar-ca nos pontos de venda região.

Obras de expansão da unidade devem ser finalizadas em julho, quando começarão os testes

DIÁRIO DA FAZENDA

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Diário da Fazenda

Das cinco propriedades rurais que os irmãos Kyt – Gerson, Gilson e

Tadeu – mantêm no Maranhão e no Pará, em atividade agrosil-vopastoril, foi na Fazenda Ar-co-íris que resolveram investir no ramo que fez da família re-ferência não só no Estado, mas também no Pará: a criação de Gado de Elite.

“No ano passado ficamos em primeiro lugar no ranking da ACNB para os criadores do Maranhão e em terceiro na classificação do Pará”, come-mora Gerson.

Os bons resultados são vistos na baia. Entre os ani-mais da fazenda que prome-tem trazer mais prêmios em 2012 estão um touro de 27 me-ses que já pesa uma tonelada. Há, ainda, outro bezerro, fi-lho de Bitelo – número um do ranking nacional –, e que em um ano já alcançou a marca de 518 quilos. “É um recorde de peso para a idade na fazenda”,

comenta o proprietário.Em apenas 515 hectares

de terra o grupo mantém hoje 900 cabeças de gado PO e uma meta audaciosa: “Nosso propó-sito é gerar 400 touros repro-dutores por ano, além de um time de pista compatível com os melhores criadores do cená-rio nacional”.

O mercado é tão promissor que os irmãos já começaram a ampliar o espaço. Novas baias estão sendo construídas. “Vão abrigar mais 24 animais de pis-ta”, explica.

Isso tudo para dar conta da procura e apurar melhor a ge-nética. Segundo Gerson, hoje, a fazenda não tem dificulda-des para negociar seus animais e, mais que isso, a demanda é maior que a oferta. “Temos mais compradores do que con-seguimos atender”, garante.

E olha que os preços não são dos mais acessíveis. Na Expoimp do ano passado, por exemplo, o leilão do grupo ven-deu todos os animais expostos por uma média superior a R$ 9

mil. “Animais para o dia a dia do campo”, explica. Sim, por-que o plantel conta com vacas doadoras que valem até R$ 200 mil cada, no cenário nacional. E uma Novilha campeã saiu da fazenda por R$ 37 mil.

Na lida Mas para chegar a este ní-

vel de excelência o trabalho é árduo. “O trabalho com gado de elite é bem diferente dos outros ramos da pecuária. É uma dedicação muito grande. Você tem de estar de olho todo o tempo”, diz.

E estar de olho significa, segundo Gerson, avaliar cada detalhe do bicho para promo-ver os cruzamentos necessários e chegar, depois vários cruza-mentos, ao animal mais per-feito dentro das características da raça. “Às vezes você tem um animal que tem um corpo forte e bonito, mas a cabeça é des-proporcional, então precisa ter atenção nas escolhas do cruza-mento para buscar o melhor de cada genitor”, detalha.

Para isso há dois anos o fa-zendeiro instalou na proprieda-de um laboratório de melhora-mento genético e fertilização. A cada 21 dias as matrizes são submetidas a uma rotina que começa com ultra-som nas no-vilhas, seleção e pesagem das receptoras, além do implante para sincronização do cio para a recepção dos embriões de FIV (Fertilização In Vitro). Hoje, nessas condições, cada doado-ra pode produzir 50 crias por gestação em barrigas de alu-guel. “Todo o trabalho aqui na fazenda é feito com essa trans-ferência de embriões”, explica.

Para ajudar no trabalho, além dos peões que acompa-nham o dia a dia de cada ani-mal, contam com o apoio de cinco veterinários do grupo In Vitro, de Xinguara (PA). “O acompanhamento é diário e a pesagem é mensal para saber o que ganha, além orientar a conversão alimentar e o mane-jo”, detalha.

Sim, porque a alimenta-ção é outra preocupação para

quem vai investir nesse ramo. “Antes de decidir o que se colo-ca no cocho temos de saber o peso de cada animal. É a partir disso que se calcula a porcen-tagem de ração e silagem de cada um dos animais de baia”, detalha.

E apesar do trabalho ser grande, Gerson garante que vale a pena. “Antigamente de-morava-se 30 anos para obter resultados nesse ramo. Hoje, com genética e tecnologia os resultados já podem ser senti-dos em quatro ou cinco anos”, comenta.

Resultado que eles já co-meçam a comemorar, afinal, quando compraram a fazenda Arco-Íris, que havia sido da família Paulo Machado, ainda não sabiam direito que tipo de investimento iam fazer ali. Segundo Gerson, a única cer-teza que tinham era que não iam mudar o nome da fazenda. “Dizem os mais antigos que dá azar mudar o nome da proprie-dade”, explica. Ao que parece o ditado popular estava certo!

Jan/Fev de 2012

Fazenda Arco-íris: referência em gado de elite

FOTOs: ANTONIO WAGNER

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