Diario de Santa Faustina - Faustina Kowalska

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Santa Faustina Helena Kowalska nasceu em 25 de Agosto de 1905 em Glogowice, na Polonia. Sua famlia era pobre, mas profundamente religiosa. Helena era dotada de grande inteligncia, memria privilegiada e muito estudiosa. Mas, s pde frequentar a escola durante trs anos, pois necessitava ajudar a famlia. Foi preparada para receber a primeira comunho com 9 anos de idade. Orama muito e recebia a Eucarista todas as semanas na missa dominical. Aos 15 anos parte para a cidade vizinha em busca de trabalho para ajudar a familia. Fica um ano e regressa com o propsito firme de dizer sua me que deseja abraar a vida religiosa. Sua me se ope dizendo no possuir dinheiro para o dote exigido. A amargura invade seu corao. Aos 18 anos tenta novamente convencer os pais, mas em vo. parte, ento, para a cidade industrial de Ldz, em busca de trabalho. L cumpre seus deveres de crist levando uma vida comum de vaidades como suas companheiras, porm no encontrado satisfao em nada, mas sempre recebendo o chamado interior do Senhor. Sofria muito com isso, como relata em seus escritos: Numa ocasio eu estava com minhas irms num baile. Quando todos se divertiam, minha alma sentia tormentos interiores. No momento que comecei a danar, de repente vislumbrei Jesus ao meu lado, Jesus sofredor, despido de suas vestes, todo coberto de chagas, que me disse estas palavras: "At quando te suportarei e at quando tu me enganars?" Tentando disfarar o ocorrido, deixei dissimuladamente minhas irms e companheiras e fui Catedral de So Estanislau Kostka. Deixei-me cair diante do Santssimo Sacramento e

pedi ao Senhor que me desse a conhecer o que devia fazer. Ento ouvi estas palavras:"Vai imediatamente Varsvia e l entrars no convento.Imediatamente contei as minhas irms que deveria partir para Varsvia, fis minha mala e disse a elas que se despedissem por mim de meus pais. Desci do trem sem saber a quem me dirigir e disse Nossa Senhora: "Maria, dirigi-me, guia-me". Imediatamente ouvi em minha alma que sasse da cidade e fosse a certa aldeia, onde poderia passar a noite em segurana. Foi o que fiz. No dia seguinte bem cedo, vim cidade e e entrei na primeira igreja que encontrei e comecei a rezar. As missas se sucediam e em uma delas ouvi estas palavras: "Vai falar com esse padre e ele te dir o que deves fazer em seguida" Fui sacristia e contei o ocorrido e pedi conselho para saber qual convento ingressar. Por enquanto, disse o padre: vou enviar-te a uma senhora piedosa com a qual ficars at ingressar no convento, a qual me recebeu muito bem. Depois de muito procurar e ser recusada, bati porta do convento onde a madre superiora me recebeu e depois de uma breve conversao, disse-me que eu falasse com o Senhor da casa e perguntasse se ele me aceitaria. Fui at a capela e perguntei a Jesus: Senhor, Vs me aceitais? e logo ouvi esta voz: Eu te aceito, t ests em meu Corao. Voltei e madre me aguardava. Ento perguntou se o Senhor me aceitava. Respondi que sim ela me disse: Se o Senhor aceita, ento eu tambm aceito. Citado convento pertencia Congregao da Me de Deus da Divina Misericrdia. Mas Helena no poude entrar imediatamente, pois no tinha o dote. Teve que trabalhar durante um ano e juntar o dinheiro. Em 1 de Agosto de 1925, Helena atravessou , cheia de alegria, o umbral do convento. Aps trs semanas, Helena j no se achava to contente, pois percebeu que havia pouco tempo para as oraes. Comeou a achar que devia ingressar em uma congregao mais religiosa. Nos dias que se seguiram, este pensamento a atormentava e estava decidida a falar com a madre superiora, mas no conseguia. Certa noite entrou para a sua cela e as luzes estavam apagadas. Deitou-se no cho e rezou muito. Depois de um momento, sua cela clareou-se e viu o rosto de Nosso Senhor, muito triste.. Chagas vivas em toda a face e grandes lgrimas caiam na colcha da cama. Ento perguntou a Jesus: Jesus, quem vos infligiu tanta dor? e Jesus respondeu:"Tu me infligirs tamanha dor se sares desta ordem! Chamei-te para c e no a outro lugar e preparei muitas graas para ti." Helena disse ter pedido perdo a Ele e mudado a sua deciso. No dia seguinte confessouse e passei a sentiu-se feliz e satisfeita. Depois de dois anos, em 30 de Abril de 1928, Ir. Maria Faustina faz os votos temporrios. enviada para Varsvia e trabalha na cozinha das irms e das alunas. no ano de 1931 enviada ao convento da cidade de Plock e permanece at 1932. Em 1933 regressa casa de Cracvia e em 1 de maio faz a profisso perptua. Poucos dias depois Ir. Faustina enviada cidade de Vilna e l permanece trs anos. Esse perodo bastante importante em sua vida espiritual que encontra seu mentor espiritual o padre Miguel Sopocko, confessor do convento, que ajuda a no desenvolvimento do culto da "Divina Misericrdia", juntamente com a superiora do convento. O artista - pintor Edmundo Kazimierowski - pinta a imagem "Jesus, eu confio em vs", de acordo com as indicaes de Ir. Faustina. Em 11 de maio de 1936 ela regressa Cracvia. Sua sade j enfraquecida desde 1932, decai at o ponto de no mais poder executar as tarefas. A superiora a envia a uma casa de sade perto de Cracvia. Seu comportamento durante a doena um hino permanente Divina Misericrdia, bem como um exemplo de pacincia diante da dor, de humildade de completa entrega vontade divina. Em 05 de Outubro de 1938, Ir. Faustina abandona esta terra, com a vista cravada no crucifixo, tranqila, sem queixas. O DIRIO DA IR. FAUSTINA

O Dirio foi redigido por ordem expressa do Senhor. Diz o Senhor Ir. Faustina: "Tua tarefa escrever tudo que te dou a conhecer sobre a minha Misericrdia para o proveito das almas, as quais lendo estes escritos, experimentaro consolo na alma e tero coragem de se aproximar de mim. E, por isso, desejo que dediques todos os momentos livres a escrever" (n 1693). Seguindo os passos de Ir. Faustina, lembrem todas as almas e, em especial, aquelas afastadas de Deus e submersas no desespero, que Jesus espera-as com a sua infinita misericrdia e convida-as a mergulhar nela com total confiana. Finalmente, repitamos com a Ir. Faustina as palavras dirigidas a Jesus: "O meu maior desejo que as almas conheam que Vs sois a sua felicidade eterna, que creiam na Vossa bondade e glorifiquem para sempre a vossa misericrdia" (n 305). O TERO Sobre uma viso em 13 de setembro de 1935, Irm Faustina escreve: "Eu vi um anjo, o executor da clera de Deus... a ponto de atingir a terra ... Eu comecei a implorar intensamente a Deus pelo mundo, com palavras que ouvia interiormente. medida em que assim rezava, vi que o anjo ficava desamparado, e no mais podia executar a justa punio..." No dia seguinte, uma voz interior lhe ensinou esta orao nas contas do rosrio: "Primeiro reze um 'Pai Nosso', uma 'Ave Maria', e o 'Credo'. Ento, nas contas maiores diga as seguintes palavras: 'Eterno Pai, eu Vos ofereo o Corpo e Sangue, Alma e Divindade de Vosso diletssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiao dos nossos pecados e do mundo inteiro.' Nas contas menores, diga as seguintes palavras: 'Pela Sua dolorosa Paixo, tende misericrdia de ns e do mundo inteiro.' Conclua dizendo estas palavras trs vezes: 'Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de ns e do mundo inteiro.' Mais tarde, Jesus disse a Irm Faustina: "Pela recitao desse Tero agrada-me dar tudo que Me pedem. Quando o recitarem os pecadores empedernidos, encherei suas almas de paz, e a hora da morte deles ser feliz. Escreve isto para as almas atribuladas: Quando a alma v e reconhece a gravidade dos seus pecados, quando se desvenda diante dos seus olhos todo o abismo da misria em que mergulhou, que no desespere, mas se lance com confiana nos braos da minha

Misericrdia, como uma criana nos braos da me querida. Estas almas tm sobre meu Corao misericordioso um direito de precedncia. Dize que nenhuma alma que tenha recorrido a minha Misericrdia se decepcionou nem experimentou vexame..." "....Quando rezarem este Tero junto aos agonizantes, Eu me colocarei entre o Pai e a alma agonizante, no como justo Juiz, mas como Salvador misericordioso". A HORA DA DIVINA MISERICRDIA Em 1933, Deus ofereceu a Irm Faustina uma impressionante viso de Sua Misericrdia. A Irm nos conta: "Vi uma grande luz, e nela Deus Pai. Entre esta luz e a Terra vi Jesus pregado na Cruz de tal maneira que Deus, querendo olhar para a Terra, tinha que olhar atravs das chagas de Jesus. E compreendi que somente por causa de Jesus Deus est abenoando a Terra ." Jesus disse Santa Irm Faustina: "s trs horas da tarde implora Minha Misericrdia, especialmente pelos pecadores, e, ao menos por um breve tempo, reflete sobre a Minha Paixo, especialmente sobre o abandono em que Me encontrei no momento da agonia. Esta a hora de grande Misericrdia para o mundo inteiro. Permitirei que penetres na Minha tristeza mortal. Nessa hora nada negarei alma que Me pedir em nome da Minha Paixo." "Lembro-te, Minha filha, que todas as vezes que ouvires o bater do relgio, s trs horas da tarde, deves mergulhar toda na Minha misericrdia, adorando-a e glorificando-a. Invoca a sua onipotncia em favor do mundo inteiro e especialmente dos pobres pecadores, porque nesse momento ela est largamente aberta para cada alma. Nessa hora, conseguirs tudo para ti e para os outros. Naquela hora, ro mundo inteiro recebeu uma grande graa: a Misericrdia venceu a Justia. Procura rezar nessa hora a Via-Sacra, na medida em que te permitirem os teus deveres, e se no puderes rezar Via-Sacra, entra ao menos por um momento na capela, e adora a meu Corao, que est cheio de Misericrdia no Santssimo Sacramento. Se no puderes ir capela, recolhe-te em orao onde estiveres, ainda que seja por um breve momento." So poucas as almas que contemplam a Minha Paixo com um verdadeiro afeto. Concedo as graas mais abundantes s almas que meditam piedosamente sobre a Minha Paixo." Uma invocao que se pode dizer s trs horas da tarde : " Sangue e gua que jorrastes do Corao de Jesus como fonte de Misericrdia para ns, eu confio em Vs." Jesus estabeleceu trs condies indispensveis para atender s oraes feitas na hora da Misericrdia:

SANTA FAUSTINA KOWALSKA NO TERRVEL INFERNO Hoje, conduzida por um Anjo, fui levada s profundezas do Inferno um lugar de grande castigo, e como grande a sua extenso.

Tipos de tormentos que vi: Primeiro tormento que constitui o Inferno a perda de Deus; o segundo, o contnuo remorso de conscincia; o terceiro, o de que esse destino j no mudar nunca; o quarto tormento, o fogo que atravessa a alma, mas no a destri; um tormento terrvel, um fogo puramente espiritual, aceso pela ira de Deus; o quinto a contnua escurido, o terrvel cheiro sufocante e, embora haja escurido, os demnios e as almas condenadas vem-se mutuamente e vem todo o mal dos outros e o seu. O sexto a continua companhia do demnio; o stimo tormento, o terrvel desespero, dio a Deus, maldies, blasfmias. So tormentos que todos os condenados sofrem juntos. mas no fim dos tormentos.Existem tormentos especiais para as almas, os tormentos dos sentidos. Cada alma atormentada com o que pecou, de maneira horrivel e indescritvel. Existem terrveis prises subterrneas, abismos de castigo, onde um tormento se distingue do outro. Eu teria morrido vendo esses terriveis tormentos, se no me sustentasse a onipotncia de Deus. Que o pecador saiba que ser atormentado com o sentido com que pecou, por toda a eternidade. Estou escrevendo por ordem de Deus, para que nenhuma alma se escuse dizendo que no h inferno ou que ningum esteve 'l e no sabe como . Eu, Irm Faustina, por ordem de Deus, estive nos abismos para falar s almas e testemunhar que o Inferno existe. Sobre isso no posso falar agora, tenho ordem de Deus para deixar isso por escrito. Os demnios tinham grande dio contra mim, mas, por ordem de Deus tinham que me

obedecer. O que eu escrevi d apenas uma plida imagem das coisas que vi. Percebi, no entanto, uma coisa: o maior nmero das almas que l esto justamente daqueles que no acreditavam que o Inferno existisse. Quando voltei a mim, no podia me refazer do terror de ver como as almas, sofrem terrivelmente ali e, por isso, rezo com mais fervor ainda pela converso dos pecadores; incessantemente, peo a misericrdia de Deus para eles. "O meu Jesus, prefiro agonizar at o fim do mundo nos maiores suplcios a ter que vos ofender com o menor pecado que seja." 1) A perda de Deus Ento Ele dir aos que estiverem Sua esquerda: 'Malditos, apartem-se de Mim' (Mt 25:41). Aqueles sero punidos de uma perda eterna, afastados da face do Senhor e da glria da Sua fora (2 Ts 1:9). 2) O remordimento da concincia O seu verme no morrer (Mc 9,48).

3) O destino dos condenados nunca cambiar "E estes iro para o castigo eterno" (Mt 25:46).

4) O fogo 'Malditos, apartem-se de mim para o fogo eterno' (Mt 25:41).

5) As trevas Lancem-no para fora, nas trevas (Mt 22:13; Mt 25:30).

6) A companhia Sat "Ento Ele dir aos que estiverem Sua esquerda: 'Malditos, apartem-se de Mim para o fogo eterno preparado para o diabo e seus anjos." (Mt 25:41).

7) O desespero ali haver choro e ranger de dentes (Mt 22:13; Mt 24:51; Mt 25:30).

SANTA FAUSTINA No dia 05 de Outubro de 1938, s 22h45, a Irm Maria Faustina Kowalska - Santa Faustina - aps longos sofrimentos suportados com grande pacincia, parte para o encontro com o Senhor. um costume da Igreja Catlica celebrar o dia do santo no dia de sua morte, ou melhor, do seu "nascimento" para a vida eterna. Santa Faustina nasceu na Polnia no dia 25 de Agosto de 1905. Neste ano comemoramos o centenrio do seu nascimento. Ele entrou para o Convento da Congregao das Irms de Nossa Senhora da Misericrdia em 1925. Quando recebeu o hbito religioso Santa Faustina acrescentou ao seu nome acrescentou ao seu nome a expresso "do Santssimo Sacramento" tal era sua devoo Jesus na Eucaristia.

Em 1930, Santa Faustina recebeu de Nosso Senhor Jesus Cristo a mensagem da Divina Misericrdia, a qual ela deveria divulgar para o mundo. A ela foi atribuda a tarefa de ser a apstola e secretaria da Misericrdia de Deus, um modelo de como ser misericordioso e um instrumento para divulgar o plano de Deus de Misericrdia para o mundo.

AGORA O TEMPO DE MISERICRDIA As revelaes de Nosso Senhor a Irm Faustina falam de agora como tempo de misericrdia. Existe uma urgncia especial nessa mensagem. Repetidamente Nosso Senhor enfatizou que agora o dia da misericrdia, antes da vinda do dia do julgamento. Agora o tempo da preparao para a vinda do Senhor. "Escreva isto" - disse Nosso Senhor a ela: Antes de vir como justo Juiz, venho como Rei da Misericrdia... agora prolongo-lhes o tempo da Misericrdia, mas ai deles, se no reconhecerem o tempo da Minha visita... (Dirio 83, 1160). Ajude a divulgar nosso site ainda mais! Clique aqui e obtenha um cartaz para divulgar esta devoo na sua comunidade. Confiamos na promessa de Jesus: Coloquem a esperana na Minha misericrdia os maiores pecadores. Eles tm mais direito do que outros confiana no abismo da Minha misericrdia. (...) A estas almas concedo graas que excedem os seus pedidos. (Dirio, 1146) Todas as sextas-feiras na Hora da Misericrdia - 15 horas - rezamos por todos os devotos e divulgadores da Divina Misericrdia no Santurio aqui em Curitiba. Se possvel, una-se conosco nesta orao, mesmo que espiritualmente. Trs horas da tarde tem especial significado, porque foi a hora em que Nosso Senhor morreu por ns. Enquanto refletia nesta hora, o centurio romano Logino se deu conta de quem era Jesus. Logino foi aquele que atirou a lana no lado de Nosso Senhor Jesus Cristo. O Apstolo So Joo escreveu em seu Evangelho : "Chegando a JESUS e vendo-O morto, no lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados transpassou-Lhe o lado com a lana e imediatamente saiu sangue e gua". (Jo 19,33-34) Conta uma lenda que ele tinha um problema na vista, e que pegou um pouco do sangue e gua que saram do lado aberto de Jesus e esfregou em seus olhos e ficou curado. Ele se converteu ao cristianismo, foi martirizado, e mais tarde foi declarado santo pela Igreja.

A hora da Misericrdia Sabemos que Nosso Senhor quer que ns sempre rezemos e imploremos por misericrdia para o mundo. Ele deu Santa Faustina uma ordem especial sobre as Trs Horas da Tarde: "s trs horas da tarde, implora Minha misericrdia especialmente pelos pecadores e, ao menos por um breve tempo, reflete sobre a Minha Paixo, especialmente sobre o abandono em que Me encontrei no momento da agonia. Esta a Hora de grande misericrdia para o Mundo

inteiro. Permitirei que penetres na Minha tristeza mortal. Nessa hora nada negarei alma que Me pedir pela Minha Paixo" (Dirio da Santa Faustina, n. 1320). Em outra ocasio, Jesus Misericordioso disse a ela: "Lembro-te, Minha filha, que todas as vezes que ouvires o bater do relgio, s trs horas da tarde, deves mergulhar toda na Minha misericrdia, adorando-A e glorificando-A. Implora a onipotncia dela em favor do Mundo inteiro e especialmente dos pobres pecadores, porque nesse momento foi largamente aberta para toda a alma. Nessa hora, conseguirs tudo para ti e para os outros. Nessa hora, realizou-se a graa para todo o Mundo: a misericrdia venceu a justia. Minha filha, procura rezar, nessa hora, a Via-sacra, na medida em que te permitirem os teus deveres, e se no puderes fazer a Via-sacra, entra, ao menos por um momento na capela e adora o Meu Corao, que est cheio de misericrdia no Santssimo Sacramento. Se no puderes sequer ir capela, recolhe-te em orao onde estiveres, ainda que seja por um breve momento. Exijo honra Minha misericrdia de toda criatura, mas de ti em primeiro lugar, porque te dei a conhecer mais profundamente esse mistrio" (Dirio, 1572). Na Sexta-feira Santa, dia 10 de Abril de 1936, Santa Faustina teve uma viso e escreveu: "s trs horas vi Jesus crucificado, que olhou para mim e disse: Tenho sede. - Ento, vi que do Seu lado saam os mesmos dois raios que esto na Imagem. Ento, senti na alma um desejo de salvar almas e de aniquilar-me pelos pobres pecadores. Ofereci-me em sacrifcio ao Pai Eterno pelo mundo inteiro, com Jesus agonizante. Com Jesus, por Jesus e em Jesus est a minha unio Convosco, Pai Eterno..." (Dirio, 648). Ao mesmo tempo que o Senhor ns pediu para parar s 3 horas da tarde e meditar, mesmo que por alguns instantes, Ele tambm pediu que ns rezssemos o Tero da Divina Misericrdia freqentemente. Na verdade, Jesus Misericordioso disse Santa Faustina: "Recita, sem cessar, este Tero que te ensinei" (Dirio, 687). Logo, apropriado que paremos alguns instantes e reflitamos sobre a Grande Paixo de Jesus Cristo por ns ao longo do dia e, especialmente, s trs horas da tarde. Nas Filipinas acontece um fenmeno chamado "O hbito das Trs Horas da Tarde". Neste horrio todos no pas, a at mesmo na televiso, param e rezam a seguinte orao: " Sangue e gua que jorrastes do Corao de Jesus, como fonte de misericrdia para ns, eu confio em Vs!" (Dirio, 84). Como pecadores que precisam voltar para o amor e misericrdia de Deus, vamos sempre ter nos lembrar da Hora da Misericrdia, refletindo sobre sua Paixo e amor por ns, mesmo que apenas por um instante. A Confiana e a Divina Misericrdia O fundamento da mensagem da Divina Misericrdia a confiana. Somos como vasos de misericrdia e o quanto de misericrdia estes vasos iro armazenar e distribuir para os outros, depende da nossa confiana. E a confiana requer converso do nosso corao e de nossa alma para entendermos a Misericrdia de Deus, sermos misericordiosos com os outros, e para deixarmos Deus dirigir nossas vidas. Em Provrbios 3,5 est escrito, "Tem confiana no Senhor de todo o teu corao, e no te estribes na tua prudncia" . Confiar em Deus fcil quando as coisas vo bem, contudo, em tempos de provao, sofrimento, dvida, fraqueza e ansiedade, comeamos a imaginar "onde est Deus?"

"Ele realmente existe?" Se rezamos e acreditamos que estamos fazendo a Sua vontade, ento ns devemos pedir por fora e firmeza na f. Mas estamos to acostumados a controlar e se encarregar de tudo e somente mais tarde entendermos que Deus estava nos concedendo uma oportunidade de fortalecermos nossa f. A confiana a chave para se viver a mensagem da Divina Misericrdia. Quando nossa f testada em tempos de provao e sofrimento, reflitamos no que Jesus falou para Santa Faustina: "Quanto mais a alma confiar, tanto mais receber" (Dirio da Santa Faustina, 1577). Certamente haver momentos em nossas vidas em que o resultado de nossas aes no ser como planejado ou do jeito que pedimos em orao. Quando enfrentaros provaes e sofrimentos de alguma maneira, nossa reao normalmente "o que eu fiz para merecer isto?" ou "se Deus mesmo misericordioso, como pode Ele permitir que isto acontea?" Claro que h muitos tipos sofrimentos difceis de aceitar como doenas, vcios, perda de um ente querido, ofensas - na realidade a lista de sofrimentos sem fim. Qualquer que seja a causa do problema, dor sempre dor e ns devemos nos perguntar "o que Deus est tentando me ensinar com esta cruz?" Em cada passo de nossa vida enfrentamos adversidades. Nosso Senhor disse Santa Faustina "Minha filha, o sofrimento ser para ti um sinal de que estou contigo" (Dirio, 699) e em outra ocasio disse tambm, "Minha filha, no tenhas medo dos sofrimentos, Eu estou contigo" (Dirio, 151). Em Mateus 11, 28-30 est escrito: "Vinde a mim todos os que estais fatigados e carregados, e eu os aliviarei. Tomai sobre vs o meu jugo e aprendei de mim que sou manso e humilde de corao, e achareis descanso para as vossas almas, Porque o meu jugo suave, e o meu peso leve". Estas provaes na vida nos do oportunidade de rever nossa f e freqentemente nos foram a questionar nossa relao com Deus. Santa Faustina escreveu: "Deus s vezes permite coisas estranhas, mas isso acontece sempre para que se manifeste na alma a virtude" (Dirio, 166). Esta a razo para as provas. O sofrimento tem um sempre um propsito, assim como escreveu So Paulo: "Porque o que presentemente para ns uma tribulao momentnea e ligeira, produz em ns um peso eterno de uma sublime e incomparvel glria, no atendendo ns s coisas que se vem, mas sim s que se no vem" (2Cor 4, 17-18). Na Primeira Carta de So Pedro (1Pdr 4, 12-13) lemos, "Carssimos, no vos perturbeis com o fogo que se acendeu no meio de vs para vos provar, como se vos acontecesse alguma coisa de extraordinrio; mas alegrai-vos de serdes participantes dos sofrimentos de Cristo, para que vos alegreis tambm e exulteis, quando se manifestar a sua glria". Se entendermos e aceitarmos isso, nosso sofrimento abrir a porta para o crescimento espiritual e para a realizao da total confiana em Deus. Por exemplo, a pessoa com um vcio provavelmente ir negar o problema at chegar ao fundo do poo. A cura somente ir acontecer pela aceitao do problema e o reconhecimento de que ela precisa de Deus. Quando ns oferecemos nossos sofrimentos e cruzes para Jesus, ns vivemos as palavras de So Paulo aos Glatas: ... "Estou pregado com Cristo na cruz, e vivo, mas j no sou eu que vivo, Cristo que vive em mim. E a vida com que eu vivo agora na carne, vivo-a da f do Filho de Deus, que me amou e se entregou a si mesmo por mim" (Gal 2, 20). Vamos lutar pela paz interior, pela paz que somente Ele pode nos dar. Quando enfrentarmos adversidades, vamos rezar pedindo foras para fazermos a vontade de Deus e para responder a estas provaes com amor. Vamos pedir a Nosso Misericordioso Senhor para inundar nossas

almas com Seu amor e misericrdia. E, vamos refletir sobre a chaga do Corao de Jesus e clamar por Sua Misericrdia por todos os pecadores, dizendo: Sangue e gua que jorrastes do Corao de Jesus, como fonte de misericrdia para ns, eu confio em Vs! Sinal do Filho do Homem ESCREVE ISTO: ANTES DE VIR COMO JUSTO JUIZ, VENHO COMO REI DA MISERICORDIA. ANTES DE VIR O DIA DA JUSTIA, NOS CEUS SER DADO. AOS HOMENS ESTE SINAL: APAGAR-SE- TODA A LUZ NO CU E HAVER UMA GARNDE ESCURIDO SOBRE A TERRA. ENTO APARECER O SINAL DA CRUZ NO CU*, E DOS ORIFICIOS ONDE FORAM PREGADAS AS MOS E OS PS DO SALVADOR SAIRO GRANDES LUZES, QUE, POR ALGUM TEMPO ILUMINARO A TERRA. ISTO ACONTECER POUCO ANTES DO LTIMO DIA**. *"Logo aps estes dias de tribulao, o sol escurecer, a lua no ter claridade, cairo do cu as estrelas e as potncias dos cus sero abaladas. Ento aparecer no cu o sinal do Filho do Homem." (Mt 24,29-30) **"Entretanto, vir o dia do Senhor como ladro. Naquele dia os cus passaro com rudo, os elementos abrasados se dissolvero, e ser consumida a terra com todas as obras que ela contm." 2Pd 3,10 e "O sol se converter em trevas e a lua em sangue, antes que venha o grande e glorioso dia do Senhor." At 2,20 e "sim, o dia do Senhor ser trevas e no claridade, escurido, e no luz." Am 5,20 Fonte: Divina Misericrdia

DESEJO QUE O MUNDO TODO CONHEA A MINHA MISERICRDIA (Dirio, 687). A HUMANIDADE NO ENCONTRAR A PAZ ENQUANTO NO SE VOLTAR, COM CONFIANA, PARA A MINHA MISERICRDIA (Dirio, 300) (Palavras de Jesus Cristo do Dirio de santa Irm Faustina).

VATICANO, Praa de So Pedro. Solenidade da canonizao de Faustina Kowalski. No dia 30 de abril de 2000, o papa JOO PAULO II proclama a Irm Faustina Kowalski santa e institui a Festa da Misericrdia Divina para toda a Igreja. No dia 17 de agosto de 2002, em Cracvia-Lagiewniki, o Papa realiza o ato solene da entrega do mundo Divina Misericrdia, bem como a consagrao do Santurio da Divina Misericrdia. Trechos da homilia do Papa pronunciada durante a Santa Missa: " Misericrdia divina insondvel e inegotvel, Quem Vos poder venerar e glorificar dignamente? Atributo mximo de Deus Onipotente, Sois a doce esperana para o homem pecador" (Dirio, 951). "Caros Irmos e Irms! Repito hoje essas simples e sinceras palavras de Santa Faustina, para juntamente com ela e com vs todos glorificar o inconcebvel e insondvel mistrio da Divina Misericrdia. Da mesma forma que ela, queremos confessar que no existe para o homem uma outra fonte de esperana que no seja a misericrdia de Deus. Queremos repetir com f: Jesus, eu confio em Vs. Essa profisso, na qual se expressa a confiana no onipotente amor de Deus,

especialmente necessria em nossos tempos, nos quais o homem se sente desorientado em face das variadas manifestaes do mal. preciso que o apelo pela divina misericrdia brote do fundo dos coraes humanos, repletos de sofrimento, de inquietao e de dvida, que buscam uma fonte segura de esperana. (...) Por isso hoje, neste Santurio, desejo, confiar solenemente o mundo Misericrdia Divina. Fao-o com o desejo ardente de que a mensagem do amor misericordioso de Deus, proclamado por intermdio de Santa Faustina, chegue a todos os habitantes da terra e cumule os seus coraes de esperana. Esta mensagem se difunda deste lugar em toda a nossa Ptria e no mundo. (...)" ATO DE CONSAGRAO DO MUNDO DIVINA MISERICRDIA Deus, Pai misericordioso que revelaste o Teu amor no Teu Filho Jesus Cristo e o derramaste sobre ns no Esprito Santo, Consolador confiamos-te hoje o destino do mundo e de cada homem. Inclina-te sobre ns, pecadores cura a nossa debilidade vence o mal faz com que todos os habitantes da terra conheam a tua misericrdia para que em Ti, Deus Uno e Trino encontrem sempre a esperana. Pai eterno pela dolorosa Paixo e Ressurreio do teu Filho tem misericrdia de ns e do mundo inteiro. Amm!

"Amo a Polnia de maneira especial e, se ela for obediente Minha vontade, Eu a elevarei em poder e santidade. Dela sair a centelha que preparar o mundo para a Minha Vinda derradeira" (Dirio, 1732)

A MENSAGEM DA DIVINA MISERICRDIA A Santa Faustina, uma religiosa polonesa da Congregao de Nossa Senhora da Misericrdia, que tinha uma confiana ilimitada em Deus, Jesus Cristo confiou uma grande misso - a Mensagem da Misericrdia dirigida ao mundo inteiro. A sua misso consistia essencialmente em transmitir novas oraes e formas de devoo Divina Misericrdia, que devem lembrar a esquecida verdade do amor misericordioso de Deus para com toda criatura humana. Na mensagem transmitida, Deus misericordioso revela-se em Jesus Cristo Salvador como Pai de amor e de misericrdia, especialmente diante dos infelizes, dos que erram e dos pecadores. Santa Irm Maria Faustina Kowalska (1905-1938) "s a secretria da Minha misericrdia..." (Dirio, 1605). "A tua tarefa escrever tudo que te dou a conhecer sobre a Minha misericrdia para o proveito das almas, que lendo estes escritos experimentaro consolo na alma e tero coragem de se aproximar de Mim" (Dirio, 1693). "Hoje estou enviando-te a toda a humanidade com a Minha misericrdia. No quero castigar a sofrida humanidade, mas desejo cur-la estreitando-a ao Meu misericordioso Corao (...) Antes do dia da justia estou enviando o dia da Misericrdia" (Dirio, 1588). O Salvador deseja que o mundo inteiro conhea as novas formas do culto da Divina Misericrdia e as promessas com ele relacionadas, que Ele prometeu cumprir com a condio da nossa confiana na bondade de Deus e de misericrdia diante dos semelhantes. "Abri o Meu Corao como fonte viva de misericrdia; que dela tirem vida todas as almas, que se aproximem desse mar de misericrdia com grande confiana. Os pecadores alcanaro justificao, e os justos sero confirmados no bem" (Dirio, 1520). "...e tanto o pecador como o justo necessitam da Minha misericrdia. A converso e a perseverana so uma graa da Minha misericrdia" (Dirio, 1577-1578). "As graas da Minha misericrdia coIhem-se com o nico vaso, que a confiana. Quanto mais a alma confiar, tanto mais receber" (Dirio, 1578).

NOVAS FORMAS DE DEVOO DIVINA MISERICRDIA A IMAGEM DE JESUS MISERICORDIOSO No dia 22 de fevereiro de 1931, Jesus Cristo apareceu a Irm Faustina numa cela do convento de Plock (Polnia) e lhe recomendou que pintasse uma imagem, apresentando-lhe o modelo na viso. "Pinta uma Imagem de acordo com o modelo que ests vendo, com a inscrio: Jesus, eu confio em Vs. Desejo que esta Imagem seja venerada, primeiramente, na vossa capela e, depois, no mundo inteiro. Prometo que a alma que venerar esta Imagem no perecer. Prometo tambm, j aqui na Terra, a vitria sobre os inimigos e, especialmente, na hora da morte. Eu mesmo a defenderei como Minha prpria glria. (...) Eu desejo que haja a Festa da Misericrdia. Quero que essa Imagem, que pintars com o pnicel, seja benzida solenemente no primeiro domingo depois da Pscoa, e esse domingo deve ser a Festa da Misericrdia. Desejo que os sacerdotes anunciem essa Minha grande misericrdia para com as almas pecadoras" (Dirio, 47-49). "Por meio dessa Imagem concederei muitas graas s almas; que toda alma tenha, por isso, acesso a ela" (Dirio, 570).

A FESTA DA DIVINA MISERICRDIA "Desejo que a Festa da Misericrdia seja refgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pecadores. (...). Derramo todo um mar de graas sobre as almas que se aproximam da fonte da Minha misericrdia. A alma que se confessar e comungar alcanar o perdo das culpas e das penas. Nesse dia, esto abertas todas as comportas divinas, pelas quais fluem as graas. Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de Mim, ainda que seus pecados sejam como o escarlate. A Minha misericrdia to grande que, por toda a eternidade, nenhuma mente, nem humana, nem anglica a aprofundar" (Dirio, 699). "Ainda que a alma esteja em decomposio como um cadver e ainda que humanamente j no haja possibilidade de restaurao, e tudo j esteja perdido, Deus no v as coisas dessa maneira. O milagre da misericrdia de Deus far ressurgir aquela alma para uma vida plena" (Dirio, 1448).

O TERO DA DIVINA MISERICRDIA Jesus Cristo ditou a Irm Faustina o Tero da Misericrdia Divina em Vilnius (Litunia), nos dias 13-14 de setembro de 1935, como uma orao para aplacar a ira divina e pedir perdo pelos nossos pecados e pelos pecados do mundo inteiro. "Por ele [o Tero da Divina Misericrdia] conseguirs tudo, se o que pedires estiver de acordo com a Minha vontade" (Dirio, 1731). "Recita, sem cessar, este Tero que te ensinei. Todo aquele que o recitar alcanar grande misericrdia na hora da sua morte. Os sacerdotes o recomendaro aos pecadores como a ltima tbua de salvao. Ainda que o pecador seja o mais endurecido, se recitar este Tero uma s vez, alcanar a graa da Minha infinita misericrdia" (Dirio, 687). "Pela recitao deste Tero agrada-Me dar tudo o que Me peam. Quando os pecadores empedernidos o recitarem, encherei de paz as suas almas, e a hora da morte deles ser feliz. Escreve isto para as almas atribuladas: Quando a alma vir e reconhecer a gravidade dos seus pecados, quando se abrir diante dos seus olhos todo o abismo da misria em que mergulhou, que no se desespere, mas antes se lance com confiana nos braos da Minha misericrdia, como uma criana no abrao da sua querida me. Essas almas tm prioridade no Meu Corao compassivo, elas tm primazia Minha misericrdia. Diz que nenhuma alma que tenha invocado a Minha misericrdia se decepcionou ou experimentou vexame. Tenho predileo especial pela alma que confiou na Minha bondade. "Escreve que, quando recitarem esse Tero junto aos agonizantes, Eu Me colocarei entre o Pai e a alma agonizante no como justo Juiz, mas como Salvador misericordioso" (Dirio, 1541). "Defendo toda alma que recitar esse tero na hora da morte, como se fosse a Minha prpria glria, ou quando outros o recitarem junto a um agonizante, eles conseguem a mesma indulgncia. Quando recitam esse tero junto a um agonizante, aplaca-se a ira de Deus, a misericrdia insondvel envolve a alma " (Dirio, 811). Para ser rezado nas contas do tero. "No comeo: Pai nosso, que estais no cus, santificado seja o vosso nome; venha a ns o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no cu. O po nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como ns perdoamos a quem nos tem ofendido e no nos deixeis cair em tentao, mas livrai-nos do mal. Amm. Ave, Maria, cheia de graa, o Senhor convosco; bendita sois vs entre as mulheres e bendito o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Me de Deus, rogai por n6s, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amm. Creio em Deus Pai, todo poderoso, criador do Cu e da Terra; e em Jesus Cristo, seu nico Filho, nosso Senhor; que foi concebido pelo poder do Espirito Santo; nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu manso dos

mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos cus, est sentado direita de Deus Pai todopoderoso, de onde h de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espirito Santo, na santa Igreja Catlica, na comunho dos santos, na remisso dos pecados, na ressurreio da carne, na vida eterna Amm. Nas contas de Pai Nosso, dirs as seguintes palavras: Eterno Pai, eu Vos ofereo o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade de Vosso diletssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiao dos nossos pecados e dos do mundo inteiro. Nas contas de Ave Maria rezars as seguintes palavras: Pela Sua dolorosa Paixo, tende misericrdia de ns e do mundo inteiro. No fim, rezars trs vezes estas palavras: Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de ns e do mundo inteiro (Dirio, 476).

A HORA DA MISERICRDIA Em outubro de 1937, em Cracvia (Polnia), Jesus Cristo recomendou que fosse honrada a hora da Sua morte e que ao menos por um instante de orao se recorresse ao valor e aos mritos da Sua paixo. "...que todas as vezes que ouvires o bater do relgio, s trs horas da tarde, deves mergulhar toda na Minha misericrdia, adorando-A e glorificando-A. Implora a onipotncia dela em favor do Mundo inteiro e especialmente dos pobres pecadores, (...) Nessa hora, conseguirs tudo para ti e para os outros. Nessa hora, realizou-se a graa para todo o Mundo: a misericrdia venceu a justia (...) procura rezar, nessa hora, a Via-sacra, e se no puderes fazer a Via-sacra, entra, ao menos por um momento na capela e adora o Meu Corao, que est cheio de misericrdia no Santssimo Sacramento. Se no puderes sequer ir capela, recolhe-te em orao onde estiveres, ainda que seja por um breve momento. Exijo honra Minha misericrdia de toda criatura" (Dirio, 1572). "A fonte da Minha misericrdia foi na cruz aberta com a lana para todas as almas, no exclu a ningum" (Dirio, 1182).

DIVULGANDO A DEVOO DA DIVINA MISERICRDIA "Deves mostrar-te misericordiosa com os outros, sempre e em qualquer lugar. Tu no podes te omitir, desculpar-te ou justificar-te. Eu te indico trs maneiras de praticar a misericrdia para com o prximo: a primeira a ao, a segunda a palavra e a terceira a

orao. Nesses trs graus repousa a plenitude da misericrdia, pois constituem uma prova irrefutvel do amor por Mim. deste modo que a alma glorifica e honra a Minha misericrdia" (Dirio, 742). "...mas escreve-o para muitas almas que s vezes se preocupam por no possurem bens materiais, para com elas praticar a misericrdia. No entanto, tem um mrito muito maior a misericrdia do esprito, para a qual no preciso ter autorizao nem armazm e que acessvel a todos. Se a alma nao praticar a misericrdia de um ou outro modo, nao alcanar a Minha misericrdia no dia do Juzo" (Dirio, 1317). "...faz o que est ao teu alcance pela divulgao do culto da Minha misericrdia. Eu completarei o que no conseguires. Diz Humanidade sofredora que se aconchegue no Meu misericordioso Corao, e Eu a encherei de paz (...) Quando uma alma se aproxima de Mim com confiana, encho-a com tantas graas, que ela no pode encerr-las todas em si mesma e as irradia para as outras almas. As almas que divulgam o culto da Minha misericrdia, Eu as defendo por toda a vida como uma terna me defende seu filhinho..." (Dirio, 1074-1075). "Aos sacerdotes que proclamarem e glorificarem a Minha misericrdia darei um poder extraordinrio, ungindo as suas palavras, e tocarei os coraes daqueles a quem falarem" (Dirio, 1521).

NOVA CONGREGAO Irm Faustina procurava compreender o plano divino da fundao de uma nova congregao. Nessa inteno oferecia a Deus muitas oraes e sofrimentos. Em junho de 1935, em Vilnius (Litunia), anotou: "Deus est exigindo que haja uma Congregao que proclame ao mundo a misericrdia de Deus e que a pea para o mundo" (Dirio, 436). "Desejo que haja uma tal Congregao" (Dirio, 437). "Hoje vi o convento dessa nova Congregao. Amplas e grandes instalaes. Eu visitava cada pea sucessivamente. Via que em toda a parte a providncia de Deus havia fornecido o que era necessrio (...). Durante a Santa Missa veio-me a luz e uma profunda compreenso de toda essa obra, e no deixou em minha alma qualquer sombra de dvida. O Senhor deume a conhecer Sua vontade como que em trs matizes, mas uma s coisa. O primeiro: Que as almas separadas do mundo, ardero em sacrifcio diante do Trono de Deus e pediro misericrdia para o mundo inteiro... E pediro a bno para os sacerdotes e, por sua orao, prepararo o mundo para a ltima vinda de Cristo.

Segundo: A orao unida com o ato de misericrdia. Especialmente defendero do mal as almas das crianas. A orao e as obras de misericrdia encerram em si tudo que essas almas devem fazer; e na sua comunidade podem ser aceitas at as mais pobres, e, no mundo egosta, procuraro despertar o amor, a misericrdia de Jesus. Terceiro: A orao e as obras de misericrdia no obrigatrias por voto, mas, pela realizao, as pessoas possam participar de todos os mritos e privilgios da Comunidade. A este grupo podem pertencer todas as pessoas que vivem no mundo. O membro deste grupo deve praticar ao menos uma obra de misericrdia por dia, mas pode haver muitas, pois cada um, por mais pobre que seja. (...) existe uma trplice forma de praticar a misericrdia: a palavra misericordiosa pelo perdo e pelo consolo; em segundo lugar onde no possvel pela palavra, orao e isso tambm misericrdia; em terceiro obras de misericrdia. E, quando vier o ltimo dia, seremos julgados segundo tais disposies e, de acordo com isso, receberemos a sentena eterna" (Dirio, 1154-1158).

PADRE MIGUEL SOPOCKO "Eis a tua ajuda visvel na Terra. Ele te ajudar a cumprir a Minha vontade na Terra" (Dirio, 53). Na misso da santa Irm Faustina, a providncia Divina assinalou um papel especial ao seu confessor e diretor espiritual o pe. Miguel Sopocko, durante permanncia da Irm Faustina em Vilnius, Litunia (1933-36), que foi para ela um auxiliar insubstituvel no reconhecimento das vivncias e das revelaes interiores. Por recomendao sua ela escreveu um DIRIO, que era um documento de mstica catlica de valor excepcional. Nesse DIRIO apresenta-se tambm a figura singular do pe. Miguel Sopocko, bem como a contribuio do seu trabalho para a realizao das exigncias de Jesus Cristo. Servo de Deus pe. Miguel Sopocko (1888-1975)

" um sacerdote segundo o Meu Corao. (...) Por ele agradou-Me divulgar a honra Minha misericrdia" (Dirio, 1256). "O pensamento dele est estreitamente unido com o Meu e, portanto, fica tranqila quanto Minha obra. No permitirei que ele se engane e nada faas sem a permisso dele!" (Dirio, 1408).

A pintura da imagem, a sua exposio para o culto pblico, a divulgao do tero da Misericrdia Divina, a tomada das providncias iniciais pela instituio da festa da Misericrdia Divina e para a fundao de uma nova congregao religiosa realizou-se em Vilnius graas aos empenhos do pe. Miguel Sopocko. Desde aquela poca, a obra comum, alcanada graas orao e ao sofrimento de ambos, irradia-se pelo mundo inteiro. "Ao considerar o trabalho e a dedicao do padre Dr. Sopocko nesta questo, eu admirava a sua pacincia e humildade. Tudo isso custava muito, no apenas dificuldades e diversos dissabores, mas tambm muito dinheiro e, no entanto, o padre Dr. Sopocko fez todos os gastos. Noto que a Providncia Divina preparou-o para cumprir esta Obra da Misericrdia antes que eu pedisse isso a Deus. Oh! como so admirveis os Vossos caminhos, meu Deus, e como so felizes as almas que seguem o chamado da graa de Deus" (Dirio, 422). O padre Miguel Sopocko nasceu em Nowosady, nas proximidades de Vilnius (atual Litunia). Nos anos 1910-1914 estudou teologia na Universidade de Vilnius, e posteriormente em Varsvia, onde concluiu tambm o Instituto Superior de Pedagogia. Depois de obter o grau de doutor em teologia moral em 1926, foi nomeado diretor espiritual no seminrio de Vilnius. Defendeu sua tese de docente em 1934. Trabalhou como professor de teologia moral na Faculdade de Teologia Stefan Batory em Vilnius e no Seminrio Maior de Bialystok (19281962). Nos anos 1918-1932 foi capelo do exrcito polons em Varsvia e em Vilnius. Nos trabalhos cientficos que publicou, o padre Miguel Sopocko forneceu os fundamentos teolgicos para as novas formas do culto da Misericrdia Divina, que ele propagava com zelo, envolvendo-se na atividade evangelizadora e social. Foi confessor de diversas comunidades religiosas e leigas. Para a primeira comunidade de irmas, que deu origem a nova congregaao religiosa, escreveu cartas de formaao. A seguir, para a organizaao da congregaao fundada, redigiu as suas constituioes - de acordo com os ideais e as propostas de Irm Faustina. Com base nos textos da religiosa, compunha oraoes a Misericrdia Divina. Aps a morte de Irm Faustina, com a qual manteve contato at o final da vida dela, de forma coerente procurou realizar as tarefas assinaladas nas revelaoes. No DIRIO de Irm Faustina que escreveu, permaneceu o testemunho que apresenta a bela personalidade e a riqueza interior desse piedoso sacerdote. " meu Jesus, Vs vedes que grande gratido tenho para com o padre Sopocko, que levou to longe a Vossa obra. Essa alma to humilde soube suportar todas as tempestades e no se abalou com as adversidades, mas respondeu fielmente ao chamado de Deus" (Dirio, 1586). "Quando conversava com o meu diretor espiritual, vi interiormente, a sua alma em grande sofrimento, num tal martrio que s poucas almas o experimentam. sse sofrimento provm

dessa obra. Vir o tempo em que esta obra, que Deus tanto recomenda, ser como que totalmente destruda e, depois disso, a ao de Deus se manifestar com grande fora, que dar testemunho da verdade. Ela ser um novo splendor para a Igreja, ainda que h muito tempo nela j existe. Que Deus infinitamente misericordioso, ningum o poder negar; mas Ele deseja que todos saibam disso, antes que venha a segunda vez como Juiz; quer que primeiro as almas O conheam como Rei da Misericrdia. Quando esse triunfo sobrevier, ns j estaremos na vida nova, na qual no h sofrimentos. Mas, antes disso, a alma dele ser saciada de amargura vista da runa dos seus esforos. Contudo, essa destruio ser apenas ilusria, visto que Deus no muda o que uma vez tenha decidido; mas, ainda que a destruio seja aparente, o sofrimento ser bem real. Quando isso suseder, no sei; quanto tempo vai durar, no sei" (Dirio, 378). "Jesus, essa obra Vossa; por que ento procedeis com ele dessa maneira? Parece que Ihe crias dificuldades e ao mesmo tempo exigis que a faa. Escreve que dia e noite o Meu olhar repousa sobre ele, e se permito essas contrariedades s para multiplicar os mritos dele. No recompenso pelo bom xito, mas pela pacincia e pelo trabalho suportado por Minha causa" (Dirio, 86). "Haver tantas palmas na sua coroa quantas almas se salvarem por essa obra. No recompenso o bom xito no trabalho, mas o sofrimento" (Dirio, 90).

"Recebi uma carta do padre Sopocko. Fiquei sabendo que a causa de Deus est progredindo, embora aos poucos.(...) Conheci que neste momento Deus est exigindo de mim, nessa obra, oraes e sacrifcios.(...) Conheci nessa carta a grande luz que Deus est concedendo a esse sacerdote. Isso me confirma [na] convico de que Deus realizar essa obra atravs dele, apesar das contrariedades, de que realizar essa obra, ainda que as adversidades se acumulem. Bem sei que, quanto mais bela e maior a obra, tanto mais terrveis as tempestades que se desencadearo contra ela" (Dirio, 1401). "Deus permite, s vezes, em Seus insondveis desgnios, que aqueles que empreenderam os maiores esforos em alguma obra, na maioria das vezes no gozem o fruto dessa obra aqui na Terra. Deus reserva-lhes toda a felicidade para a eternidade, mas, apesar de tudo, algumas vezes Deus lhes d a conhecer quanto Lhe agradam os esforos deles; e esses momentos fortalecem-nas para novas lutas e provaes. So essas almas que mais se assemelham ao Salvador, o qual, em Sua obra fundada aqui na Terra, s sentiu amarguras" (Dirio, 1402).

"Jesus deu-me a conhecer como tudo depende de Sua vontade, dando-me assim uma profunda tranqilidade quanto a toda essa obra. Ouve, Minha filha! Embora todas as obras que surgem da Minha vontade estejam sujeitas a grandes sofrimentos, reflete se alguma delas esteve sujeita a maiores dificuldades do que a obra diretamente Minha a obra da Redeno. No deves preocupar-te demais com as adversidades. O mundo no to forte como parece; sua fora estritamente limitada" (Dirio, 1642-1643).

O padre Sopocko escreve em seu DIRIO: Existem verdades que so conhecidas e a respeito das quais com freqncia se ouve falar e se fala, mas que no so compreendidas. Foi o que aconteceu comigo no que diz respeito verdade da Misericrdia Divina. Tantas vezes eu havia lembrado essa verdade nos sermes, refletido a respeito dela nos retiros e repetido nas oraes da Igreja especialmente nos salmos mas eu no compreendia o seu significado nem penetrava o seu contedo mais profundo, o de ser o mais elevado atributo da atividade divina exterior. Foi preciso que aparecesse uma simples religiosa, S. Faustina, da Congregao da Proteo de Nossa Senhora (das Madalenas), que, levada pela intuio, falou-me a respeito dessa verdade de forma sucinta, e com freqncia repetia isso, estimulando-me a pesquisar, a estudar e a pensar com freqncia a seu respeito. (...) No incio eu no sabia bem do que se tratava. Eu ouvia, demonstrava descrena, refletia, pesquisava, buscava os conselhos de outras pessoas e somente anos mais tarde compreendi a importncia dessa obra, a grandeza desse ideal e me convenci da eficcia desse grande e vivificante culto, na realidade antigo, mas negligenciado e necessitado de renovao nos nossos tempos. (...) A confiana na Misericrdia Divina, a propagao desse culto da misericrdia entre os outros e a ilimitada dedicao a ele de todos os meus pensamentos, palavras e aes, sem sombra de busca de mim mesmo, ser o princpio fundamental de toda a minha vida subseqente, com a ajuda dessa imensurvel misericrdia. O Evangelho no consiste em anunciar que os pecadores devem tornar-se bons, mas que Deus bom para os pecadores (Pe. Miguel Sopocko). O padre Miguel Sopocko faleceu com fama de santidade no dia 15 de fevereiro de 1975 em Bialystok (no dia da festa onomstica de Irm Faustina). No dia 20 de dezembro de 2004 a Congregao de Assuntos de Canonizao, em Roma, promulgou o decreto que confirma o herosmo das virtudes do Servo de Deus pe. Sopocko. As solenidades da Beatificao do Servo de Deus pe. Miguel Sopocko, sero realizadas no dia 28 de setembro de 2008 em Santurio da Divina Misericrdia em Bialystok (Polnia).

SALA DA MEMRIA. Casa onde passou seus ltimos anos de vida o pe. Miguel Sopocko, Atualmente CASA DA CONGREGAO DAS IRMS DE JESUS MISERICORDIOSO. Bialystok, Rua Poleska 42.

SANTURIO DA MISERICRDIA DIVINA. Lugar de descanso dos restos mortais do padre Miguel Sopocko. Bialystok, Rua Radzyminska 1.

O padre Miguel Sopocko entre as suas filhas espirituais. "Pelos seus esforos uma nova luz brilhar na Igreja de Deus para o consolo das almas" (Dirio, 1390). "Aos ps de Jesus, estava o meu confessor, e, atrs dele, um grande nmero de altos dignitrios, cujas vestes nunca tinha visto, a no ser nesta viso. E, atrs deles, havia membros da vida consagrada; mais alm vi grandes multides de pessoas, que a minha vista no podia abarcar. Vi saindo da Hstia esses dois raios tal como na Imagem, que se uniram estreitamente, mas no se misturaram, e passaram s mos do meu confessor, e, depois, s mos desses religiosos, e de suas mos passaram s pessoas e voltaram Hstia... e, nesse momento, me vi na cela, como se mal tivesse acabado de entrar..." (Dirio, 344). ORAO para pedir graas ela intercesso do Servo de Deus pe. Miguel Sopocko Deus Misericordioso, que fizestes do Vosso Servo pe. Miguel Sopocko um apstolo da Vossa infinita Misericrdia e um fervoroso devoto de Maria, Me de Misericrdia, fazei com que para a propagao da Vossa Misericrdia e para que se desperte a confiana em Vossa paternal bondade eu alcance pela sua intercesso a graa..., que Vos peo por Cristo Senhor nosso. Amm. Pai nosso... Ave Maria... Glria ao Pai...

ORAO pela beatificao do Servo de Deus pe. Miguel Sopocko Deus Todo-Poderoso, que sempre acolheis com paternal bondade aqueles que com contrio e esperana aproximam-se de Vs a fim de alcanar a Vossa misericrdia, dignaivos envolver com a glria dos santos da Igreja o Vosso Servo Miguel, que pela palavra, pela ao e pelo testemunho da sua vida anunciou e apresentou ao mundo o mistrio da insondvel Misericrdia, que da forma mais perfeita foi revelada em Vosso Filho Jesus Cristo, que convosco vive e reina por todos os sculos dos sculos. Amm.

RECORDAES No original com a assinatura: Bialystok (Polnia), 27.01.1948. /-/ Pe. Miguel Sopocko confessor de Irm Faustina MINHAS RECORDAES SOBRE A FALECIDA IRM FAUSTINA

Existem verdades da santa f que na realidade a gente conhece e que recorda, mas que no compreende bem nem com elas vive. Assim aconteceu comigo quanto verdade da Misericrdia Divina. Tantas vezes pensei a respeito dessa verdade nas meditaes, especialmente nos retiros, tantas vezes dela falei nos sermes e a repeti nas oraes litrgicas, mas no penetrei o seu contedo e o seu significado para a vida espiritual; de maneira especial eu no compreendia, e num primeiro momento no podia concordar que a Misericrdia Divina seja o supremo atributo do Criador, Redentor e Santificador. Foi preciso que surgisse uma alma simples e piedosa, estreitamente unida com Deus, a qual como acredito por inspirao divina me falou sobre isso e me estimulou a estudos, pesquisas e reflexes a esse respeito. Essa alma foi a falecida Irm Faustina (Helena Kowalski), da Congregao das Irms de Nossa Senhora da Misericrdia, que aos poucos conseguiu fazer com que eu considerasse a questo do culto da Misericrdia Divina, e de maneira especial a instituio da festa da Misericrdia Divina no primeiro domingo depois da Pscoa, como um dos principais objetivos da minha vida. Eu conheci a Irm Faustina no vero (julho ou agosto) de 1933, como minha penitente na Congregao das Irms de Nossa Senhora da Misericrdia em Vilna (Vilnius, Litunia) (Rua Senatorska, 25), na qual eu era ento confessor comum. Ela chamou a minha ateno pela extraordinria delicadeza de conscincia e pela ntima unio com Deus; principalmente porque no havia matria para absolvio, e ela nunca ofendeu a Deus com um pecado grave. J no incio ela me declarou que me conhecia havia muito tempo de alguma viso, que eu devia ser o seu diretor de conscincia e que devia concretizar certos planos divinos que deviam ser por ela apresentados. Eu menosprezei esse seu relato e a submeti a certa prova, a qual fez com que, com a autorizao da Superiora, Ir. Faustina comeasse a procurar um outro confessor. Algum tempo depois voltou para falar comigo e declarou que suportaria tudo, mas que de mim j no se afastaria. No posso, aqui, repetir todos os detalhes da nossa conversa, que em parte encerra-se em seu Dirio, escrito por ela por minha recomendao, visto que lhe proibi depois falar das suas vivncias na confisso. Tendo conhecido mais de perto Irm Faustina, constatei que os dons do Esprito atuavam nela em estado oculto, mas que em certos momentos bem freqentes manifestavam-se de maneira evidente, concedendo parcialmente uma intuio que envolvia a sua alma, despertava mpetos de amor, de sublimes e hericos atos de sacrifcio e de abnegao de si mesma. De maneira especialmente freqente manifestava-se a ao dos dons da cincia, sabedoria e inteligncia, graas aos quais Irm Faustina via claramente a nulidade dos bens terrenos e a importncia dos sofrimentos e das humilhaes. Ela conhecia simplesmente os atributos de Deus, sobretudo a Sua Infinita Misericrdia, enquanto muitas outras vezes contemplava uma luz inacessvel e beatfica; mantinha por algum tempo fixo o seu olhar nessa luz inconcebivelmente beatfica, da qual surgia a figura de Cristo caminhando, abenoando o mundo com a mo direita e com a esquerda levantando o manto na regio do corao, de onde brotavam dois raios um branco e um

vermelho. Irm Faustina tinha essas e outras vises sensitivas e intelectuais j havia alguns anos e ouvia palavras sobrenaturais, captadas pelo sentido da audio, pela imaginao e pela mente. Temeroso da iluso, da alucinao e da fantasia de Irm Faustina, eu me dirigi Superiora, Irm Irene, a fim de que me informasse a respeito de quem era Irm Faustina, de que fama gozava na Congregao junto s Irms e Superioras, bem como solicitei um exame da sua sade psquica e fsica. Aps ter recebido uma resposta lisonjeira para ela sob todos os aspectos, por algum tempo continuei ainda a manter uma posio de expectativa; em parte eu no acreditava, refletia, rezava e investigava, da mesma forma que me aconselhava com alguns sacerdotes doutos a respeito do que fazer, sem revelar do que e de quem se tratava. E tratava-se da concretizao de supostas exigncias categricas de Jesus Cristo no sentido de pintar uma imagem que Irm Faustina via, bem como de instituir a festa da Misericrdia Divina no primeiro domingo depois da Pscoa. Finalmente, levado mais pela curiosidade de que tipo de imagem seria essa do que pela f na veracidade das vises de Irm Faustina, decidi dar incio pintura dessa imagem. Conversei com o artista e pintor Eugnio Kazimirowski, que residia juntamente comigo na mesma casa, o qual a troco de certa importncia prontificou-se a realizar a pintura, e ainda com a Irm Superiora, a qual permitiu que Irm Faustina duas vezes por semana fosse ter com o pintor a fim de mostrar como devia ser essa imagem. Esse trabalho durou alguns meses, e finalmente, em junho ou julho de 1934, a imagem estava pronta. Irm Faustina queixava-se de que a imagem no estava to bonita como ela a via, mas Jesus Cristo a tranqilizou e disse que naquela forma a imagem seria suficiente. E acrescentou: Estou fornecendo aos homens um vaso com que devem vir buscar as graas junto a Mim. Esse vaso esta imagem com a legenda: Jesus, confio em Vs De incio Irm Faustina no conseguia explicar o que significavam os raios na imagem. Mas depois de alguns dias disse que Jesus Cristo lhe havia explicado em orao: Os raios nessa imagem significam o Sangue e a gua. O raio plido significa a gua que justifica as almas, e o raio vermelho o Sangue, que a vida da alma. Eles brotam do Meu Corao, que foi aberto na Cruz. Esses raios protegero a alma diante da ira do Pai Celestial. Feliz aquele que viver sua sombra, porque no ser atingido pela justa mo de Deus... Prometo que a alma que venerar esta imagem no perecer. Prometo tambm j aqui na terra a vitria sobre os inimigos, especialmente na hora da morte. Eu mesmo a defenderei como a Minha glria... Desejo que o primeiro domingo depois da Pscoa seja a festa da Misericrdia Divina. Quem nesse dia participar do Sacramento do Amor, alcanar o perdo de todas as culpas e castigos... A humanidade no encontrar paz enquanto no se dirigir com confiana Misericrdia Divina. Antes de vir como juiz imparcial, venho como Rei de Misericrdia, para que ningum se escuse no dia do julgamento, que j no est distante...

Essa imagem tinha um contedo um pouco diferente, e por isso eu no podia coloc-la na igreja sem a autorizao do Arcebispo, a quem eu tinha vergonha de pedir isso, e mais ainda falar da origem dessa imagem. Por isso a coloquei num corredor escuro ao lado da igreja de Santa Miguel (no convento das Irms Beneditinas), da qual eu ento havia sido nomeado reitor. A respeito das dificuldades da permanncia junto a essa igreja j me havia predito Irm Faustina, e realmente acontecimentos extraordinrios comearam a ocorrer muito rpido. Irm Faustina exigia que a todo custo eu expusesse a imagem na igreja, mas eu no me apressava. Finalmente, na Sexta-Feira Santa de 1935 ela me declarou que Jesus Cristo estava exigindo que eu expusesse a imagem por trs dias no santurio de Ostra Brama (Ausros Vartau),onde haveria um trduo para o encerramento do jubileu da Redeno, que aconteceria no dia da festa projetada, no Domingo in albis. Em breve fiquei sabendo que haveria esse trduo, para o qual o proco de Ostra Brama (Ausros Vartau),o cnego Estanislau Zawadzki, me convidou para pregar um sermo. Eu aceitei, com a condio de expor aquela imagem como decorao no claustro, onde o quadro tinha uma aparncia imponente e chamava a ateno de todos, mais que a imagem de Nossa Senhora. Aps a celebrao a imagem foi levada de volta ao antigo lugar, escondido, e ali permaneceu por mais dois anos. Somente no dia 01.04.1937 pedi a Sua Excelncia o Arcebispo Metropolitano de Vilna (Vilnius, Litunia) a autorizao para expor essa imagem na igreja de Santa Miguel, da qual eu ainda ento era reitor. Sua Excelncia o Arcebispo Metropolitano disse que no queria decidir isso por conta prpria. Ordenou que a imagem fosse examinada por uma comisso que foi organizada pelo cnego Ado Sawicki, chanceler da Cria Metropolitana. O chanceler ordenou que a imagem fosse exposta no dia 2 de abril na sacristia da igreja de Santa Miguel, visto que no sabia a hora em que ocorreria a sua observao. Estando ocupado no meu trabalho no Seminrio religioso e na Universidade, no estive presente na observao da imagem e no sei como se compunha aquela comisso. No dia 3 de abril de 1937 Sua Excelncia o Arcebispo Metropolitano de Vilnius avisou-me que j tinha informaes exatas sobre essa imagem e que permitia a sua exposio na igreja com a restrio de que fosse exposta no altar e que a ningum fosse falado da sua origem. Nesse dia a imagem foi benta e exposta ao lado do altar-mor, do lado esquerdo, de onde por diversas vezes foi levada parquia de Santa Francisco (que havia sido dos Bernardinos) para a procisso de Corpus Christi, aos altares que eram preparados para a ocasio. No dia 28.12.1940 as Irms Bernardinas transferiram-na a um outro lugar, quando a imagem foi um pouco danificada, e em 1942, quando elas foram detidas pelas autoridades alems, a imagem voltou ao lugar antigo, ao lado do altar-mor, onde permanece at agora, cercada de grande venerao dos fiis e adornada de numerosos votos.

Alguns dias aps o trduo em Ostra Brama (Ausros Vartau), Irm Faustina contou-me as suas vivncias durante essa solenidade, que esto detalhadamente descritas em seu Dirio. A seguir, no dia 12 de maio, ela viu em esprito o agonizante Marechal Jos Pilsudski e falou-me dos seus terrveis sofrimentos. Jesus Cristo lhe teria mostrado isso e dito: V em que termina a grandeza deste mundo. Viu a seguir o seu julgamento e, quando perguntei como esse julgamento terminou, ela respondeu: Parece que a Misericrdia Divina, pela intercesso de Nossa Senhora, saiu vencedora. Em breve tiveram incio as grandes dificuldades preditas por Irm Faustina (e relacionadas com a minha permanncia junto igreja de S. Miguel) e que continuamente se intensificavam, e finalmente chegaram ao ponto culminante em janeiro de 1936. A respeito dessas dificuldades eu no falei a quase ningum, at que no dia crtico pedi a orao de Irm Faustina. Para o meu grande espanto, naquele mesmo dia todas as dificuldades desapareceram, como uma bolha de sabo, e Irm Faustina me disse que havia assumido os meus sofrimentos e que naquele dia eles haviam sido tantos como nunca antes em sua vida. Quando a seguir pediu a ajuda de Jesus Cristo, ouviu estas palavras: Tu mesma te dispuseste a sofrer por ele, e agora sentes averso? Eu permiti que sobre ti recasse apenas uma parte dos sofrimentos dele. Ento com toda a exatido contou-me o motivo dos meus sofrimentos, que lhe teriam sido comunicados de maneira sobrenatural. Essa exatido era muito surpreendente, tanto mais que de forma alguma ela podia ter conhecimento desses detalhes. Os acontecimentos desse tipo foram vrios. Em meados de abril de 1936 Irm Faustina, por ordem da Superiora Geral, viajou a Walendow, e a seguir a Cracvia, enquanto eu passei a refletir mais seriamente sobre a questo da Misericrdia Divina e comecei a buscar junto aos Padres da Igreja a confirmao de que ela o maior atributo de Deus, como dizia Ir. Faustina, porque nas obras dos telogos mais recentes nada havia encontrado a esse respeito. Com grande alegria encontrei expresses semelhantes em S. Fulgncio e em S. Ildefonso, e mais ainda em S. Toms e S. Agostinho, o qual comentando os salmos fazia amplos comentrios sobre a Misericrdia Divina, chamando-a de maior atributo divino. Ento eu j no tinha dvidas a respeito da seriedade das revelaes de Irm Faustina no que dizia respeito ao seu carter sobrenatural e de vez em quando comecei a publicar artigos a respeito da Misericrdia Divina em publicaes teolgicas, fundamentando de forma racional e litrgica a necessidade da uma Festa da Divina Misericrdia no primeiro domingo depois da Pscoa. Em junho de 1936 publiquei em Vilnius a primeira brochura, A Misericrdia Divina, com a imagem de Cristo Misericordiosssimo na capa. Enviei essa primeira publicao sobretudo aos Excelentssimos Bispos reunidos na conferncia do Episcopado em Czestochowa, mas de nenhum deles recebi uma resposta. No ano seguinte, em 1937, publiquei em Poznan uma outra brochura, intitulada A Misericrdia Divina na liturgia, cuja

resenha, em geral muito favorvel, encontrei em diversas publicaes teolgicas. Publiquei tambm diversos artigos nos jornais de Vilnius, sem jamais revelar que a Ir. Faustina era a causa movens. Em agosto de 1937 fiz uma vista a Irm Faustina em Lagiewniki e encontrei em seu Dirio a novena da Misericrdia Divina, da qual gostei muito. Quando lhe perguntei onde a havia conseguido, ela me respondeu que essa orao lhe havia sido ditada pelo prprio Jesus Cristo. Disse ainda que antes disso Jesus Cristo lhe havia ensinado o Tero da Misericrdia e outras oraes, que decidi publicar. Com base em algumas expresses contidas nessas oraes, redigi uma ladainha da Misericrdia Divina, que juntamente com o tero e a novena entreguei ao Sr. Cebulski (Cracvia, Rua Szewska, 22) com o objetivo de obter o imprimatur na Cria de Cracvia e de publicar essas oraes com a imagem da Divina Misericrdia na capa. A Cria de Cravvia concedeu o imprimatur sob o n. 671, e em outubro aquela novena, com o tero e a ladainha, estava disponvel nas estantes das livrarias. Em 1939 eu mandei trazer certa quantidade desses santinhos e novenas a Vilnius, e aps a ecloso da guerra e a invaso dos exrcitos da URSS (19.09.1939) pedi a Sua Excelncia o Arcebispo Metropolitano de Vilnius a autorizao para a sua divulgao, com a informao sobre a sua origem e a da imagem representada nesses teros, para o que obtive autorizao oral. Ento comecei a difundir o culto privado dessa imagem (para o que obtive autorizao oral), bem como das oraes compostas pela Irm Faustina e aprovadas em Cracvia. Quando se esgotou a edio de Cracvia, eu me vi forado a multiplicar essas oraes em cpias feitas mquina, e quando no podia mais dar conta, em razo da grande procura, pedi Cria Metropolitana de Vilnius a autorizao para uma reimpresso, com o acrscimo, na primeira pgina, de esclarecimentos sobre o contedo da imagem. Obtive essa autorizao com a assinatura do censor monsenhor Leon Zebrowski, do dia 06.02.1940, bem como de S. Exa. o Bispo Auxiliar Casimiro Michalkiewicz e do notrio da Cria, pe. J. Ostrewko, do dia 07.02.1940, sob o n. 35. Enfatizo que eu no sabia se o imprimatur seria assinado e por quem, e que a esse respeito no havia falado com S. Exa. o Bispo Auxiliar, que algumas semanas depois faleceu. Na qualidade de censor, o monsenhor pe. Zebrowski introduziu algumas correes estilsticas no texto da edio de Cracvia, mas a maioria dos fiis preferiu deixar esse texto sem mudanas. Por isso, com a aprovao do censor, eu me dirigi Cria novamente (j aps a morte de S. Exa. o Bispo Auxiliar) pedindo a aprovao dessas oraes sem as correes. O padre notrio J. Ostrewko levou o requerimento ao Metropolita, que atravs desse notrio disse que eu fizesse uso da aprovao assinada pelo falecido Bispo Auxiliar, o que acabei fazendo. Eu me estendi a respeito dessa circunstncia porque depois surgiram boatos (nas esferas oficiais) de que eu havia obtido essa aprovao atravs de algum ardil.

Ainda em Vilnius a Irm Faustina me contava que se sentia impelida a sair da Congregao de Nossa Senhora da Misericrdia com o objetivo de fundar uma nova congregao religiosa. Eu reconheci nisso uma tentao e aconselhei que ela no levasse isso a srio. Depois, nas cartas de Cracvia, ela sempre escrevia dessa presso e finalmente obteve a autorizao do seu novo confessor e da Superiora Geral para deixar a sua Congregao, com a condio de que eu concordasse com isso. Eu receava assumir a responsabilidade por isso e respondi que concordaria somente se o confessor de Cracvia e a Superiora Geral no apenas permitissem, mas ordenassem que ela se afastasse. Irm Faustina no obteve uma ordem desse tipo. Por isso tranqilizou-se e permaneceu em sua Congregao at a morte. Eu a visitei no decorrer da semana e entre outras coisas conversei a respeito dessa Congregao que ela queria fundar, e agora estava morte, assinalando que isso certamente havia sido uma iluso, da mesma forma que talvez tivessem sido uma iluso todas as outras coisas a respeito de que ela falara. Irm Faustina prometeu conversar a esse respeito com Jesus Cristo em orao. No dia seguinte celebrei uma missa na inteno de Irm Faustina, durante a qual tive a idia de que, da mesma forma que ela no havia sido capaz de pintar essa imagem, tendo apenas fornecido as informaes, tambm no seria capaz de fundar uma nova congregao, mas apenas de fornecer para isso as indicaes bsicas; e essas presses significavam que nos tempos terrveis que se aproximavam haveria a necessidade dessa nova Congregao. A seguir, quando cheguei ao hospital e perguntei se tinha algo a dizer a respeito desse assunto, ela respondeu que no precisava dizer nada, porque durante a missa Jesus Cristo j me havia iluminado. Em seguida acrescentou que eu devia principalmente preocupar-me com a festa da Divina Misericrdia no primeiro domingo depois da Pscoa; que com a nova Congregao eu no devia preocupar-me muito; que atravs de certos sinais eu saberia o que devia ser feito a esse respeito e por quem; que no sermo que naquele dia eu havia pronunciado pelo rdio no tinha havido uma inteno pura (e realmente assim foi) e que nessa questo eu devia empenhar-me principalmente por ela; e que estava vendo que numa pequena capela de madeira, noite, eu estava aceitando os votos das primeiras seis candidatas a essa Congregao; que ela morreria depressa; que tudo que tinha para dizer e escrever j havia feito. Ainda antes disso ela me descreveu a aparncia da igrejinha e da casa da primeira Congregao, lamentando o destino da Polnia, que ela muito amava e pela qual muitas vezes rezava. Seguindo o conselho de S. Joo da Cruz, quase sempre eu tratava os relatos de Irm Faustina com indiferena e no indagava a respeito de detalhes. Nesse caso tambm no perguntei que destino era esse que estava espera da Polnia e que a deixava to magoada. E ela mesma no me disse isso, mas, suspirando, cobriu o rosto diante do horror da imagem que provavelmente ento estava vendo.

Quase tudo que ela predisse a respeito dessa Congregao cumpriu-se nos mnimos detalhes. No dia 10 de novembro de 1944, quando em Vilnius eu estava aceitando noite os votos particulares das primeiras seis candidatas na capela de madeira das Irms Carmelitas, ou quando trs anos mais tarde eu fui primeira casa dessa Congregao em Myslibrz, eu me sentia assombrado com a impressionante semelhana com tudo que havia dito a falecida Irm Faustina. Ele predisse tambm, com muitos detalhes, as dificuldades e at as perseguies com que eu me defrontaria por motivo da difuso do culto da Misericrdia Divina e dos meus empenhos pela instituio da Festa com esse nome no Domingo da Pascoela. (Foi mais fcil suportar tudo isso com a convico de que desde o incio essa havia sido a vontade divina em toda essa questo.) Ela me predisse a sua morte para o dia 26 de setembro, dizendo que morreria dentro de dez dias, e faleceu no dia 5 de outubro. Por falta de tempo, no pude participar do seu sepultamento.

O QUE JULGAR DE IRMA FAUSTINA E DAS SUAS REVELAES? No que diz respeito ndole natural, era uma pessoa inteiramente equilibrada, sem sombra de psiconeurose ou de histeria. A naturalidade e a simplicidade eram as marcas da sua convivncia, tanto com as irms na congregao como com outras pessoas. No havia nela nenhuma artificialidade ou teatralidade, nenhum fingimento nem vontade de chamar a ateno dos outros para si. Pelo contrrio, ela procurava no se distinguir em nada das outras, e a respeito das suas vivncias interiores no falava a ningum, alm do confessor e das superioras. A sua sensibilidade era normal, controlada pela vontade, mas manifestavase facilmente em humores diferentes e emoes. No estava sujeita a nenhuma depresso psquica, nem ao nervosismo nos insucessos, que suportava tranqilamente, com submisso vontade divina. Sob o aspecto mental era prudente e distinguia-se por um sadio discernimento das coisas, embora no tivesse quase nenhuma instruo: mal sabia escrever com erros e ler. Dava acertados conselhos a suas companheiras quando a ela se dirigiam, e por diversas vezes eu mesmo, a ttulo de teste, apresentei-lhe certas dvidas, que ela resolveu com muito acerto. A sua imaginao era rica, mas no exaltada. Muitas vezes no era capaz de distinguir sozinha a ao da sua imaginao da ao sobrenatural, principalmente quando se tratava de recordaes do passado. E quando chamei a sua ateno a isso e mandei que sublinhasse no Dirio apenas aquilo a respeito do que pudesse jurar que no era um fruto da sua imaginao, ela deixou de lado uma boa parte das suas antigas recordaes. Sob o aspecto moral era inteiramente sincera, sem a mnima tendncia ao exagero ou sombra de mentira: sempre dizia a verdade, ainda que s vezes isso lhe causasse dissabor. No vero de 1934 fiquei ausente por algumas semanas, e Irm Faustina no confidenciava a outras pessoas as suas vivncias. Aps a minha volta, fiquei sabendo que ela havia

queimado o seu dirio, o que aconteceu nas seguintes circunstncias. Dizia ela que lhe havia aparecido um anjo, dizendo que lanasse esse dirio no forno, dizendo: uma bobagem o que ests escrevendo, expondo apenas a ti mesma e aos outros a grandes dissabores. O que tens a lucrar com essa misericrdia? Por que perdes o tempo escrevendo tais fantasias?! Queima tudo isso, e ficars mais tranqila e mais feliz! Irm Faustina no tinha com quem aconselhar-se e, quando essa viso se repetiu, cumpriu a recomendao do pretenso anjo. Depois percebeu que havia agido mal, contou-me tudo e cumpriu a minha ordem de escrever tudo novamente. No que diz respeito s virtudes sobrenaturais, ela fazia visveis progressos. Na realidade, desde o incio eu havia visto nela as fundamentadas e testadas virtudes da castidade, da humildade, do zelo, da obedincia, da pobreza e do amor a Deus e ao prximo, mas podia-se facilmente constatar o seu gradual crescimento, especialmente no final da vida a intensificao do amor a Deus, que ela manifestava em seus versos. Hoje no me lembro exatamente do seu contedo, mas de modo geral lembro-me do meu enlevo quanto ao seu contedo (no quanto forma), quando os lia no ano de 1938. Uma vez vi Irm Faustina em xtase. Foi no dia 2 de setembro e 1938, quando a visitei o hospital em Pradnik e dela me despedi para viajar a Vilnius. Tendo-me afastado alguns passos, lembrei que tinha trazido para ela alguns exemplares das oraes (novena, ladainha e tero) Misericrdia Divina por ela compostas e publicadas em Cracvia e ento voltei de imediato para entreg-los. Quando abri a porta do quarto em que se encontrava, eu a vi mergulhada em orao e sentada, mas quase elevando-se sobre a cama. O seu olhar estava fixo em algum objeto invisvel, as pupilas um tanto dilatadas. Ela no deu ateno minha entrada, mas eu no queria perturb-la e fiz meno de retirar-me. Em breve, no entanto, voltou a si, percebeu-me e pediu desculpas por no ter ouvido eu bater porta, dizendo que no me tinha ouvido bater nem entrar. Ento j no tive a mnima dvida de que o que constava no Dirio a respeito da santa Comunho oferecida no hospital por um Anjo correspondia realidade. No que diz respeito ao objeto das revelaes de Irm Faustina, no h nele nada que se oponha f ou aos bons costumes, ou que diga respeito a opinies controvertidas entre os telogos. Ao contrrio, tudo visa ao melhor conhecimento e ao amor de Deus. A imagem apresenta uma execuo artstica e constitui um valioso patrimnio na arte religiosa contempornea (Protocolo da Comisso encarregada da avaliao e conservao da imagem do Salvador Misericordiosssimo na igreja de S. Miguel em Vilnius, do dia 27 de maio de 1941, assinado pelos peritos: professor de histria da arte dr. M. Morelowski, professor de dogma pe. dr. L. Puchaty e conservador pe. dr. P. Sledziewski). O culto da Misericrdia Divina (privado, em forma de novena, tero e ladainha) no apenas no se ope em nada aos dogmas nem liturgia, mas visa a esclarecer as verdades da santa f e apresentao prtica daquilo que at ento tinha com a liturgia apenas uma relao; a enfatizar e apresentar ao mundo inteiro aquilo a respeito do que amplamente

haviam escrito os Padres da Igreja, o que tinha em mente o autor da liturgia e o que hoje exige a grande misria humana. A intuio de uma simples religiosa, que mal conhecia o catecismo, em coisas to delicadas, to acertadas e adequadas psicologia da sociedade de hoje no pode ser explicada de outra forma que no seja a ao e a iluminao sobrenatural. Muitos telogos, aps longos estudos, no seriam capazes nem de perto de resolver essas dificuldades de forma to acertada e fcil como o fez Irm Faustina. Na realidade, ao sobrenatural na alma de Irm Faustina muitas vezes aliava-se a ao da sua imaginao humana e bastante viva, em conseqncia do que certas coisas foram por ela inconscientemente um pouco deturpadas. Mas isso tem ocorrido com todas as pessoas desse tipo, como confirmam as suas biografias, p. ex.: S. Brgida, Catarina Emmerich, Maria de Zgreda, Joana dArc, etc. Com isso pode ser explicada a divergncia entre a descrio de Irm Faustina a respeito da sua aceitao no convento e os depoimentos da Reverendssima Madre Geral Michaela Moraczewski, e possivelmente tambm outras expresses semelhantes no Dirio. Alis trata-se de assuntos antigos, a respeito dos quais ambas as partes podiam ter-se esquecido ou que podiam ter parcialmente mudado, mas assuntos que no dizem respeito essncia da questo. Os efeitos das revelaes de Irm Faustina, tanto na sua alma como nas almas de outras pessoas, superaram todas as expectativas. Enquanto no incio Ir. Faustina estava um pouco assustada, temia a possibilidade de executar as ordens e esquivava-se a elas, aos poucos se tranqilizou e chegou a um estado de total segurana, certeza e profunda alegria interior: tornava-se cada vez mais humilde e obediente, cada vez mais unida a Deus e paciente, concordando inteiramente e em tudo com a Sua vontade. Parece que no h necessidade de nos estendermos sobre os efeitos dessas revelaes nas almas das outras pessoas que a respeito delas tiveram conhecimento, visto que os prprios fatos do a esse respeito o melhor testemunho. Os numerosos votos (cerca de 150) junto imagem do Salvador Misericordiosssimo em Vilnius e em muitas outras cidades testemunham suficientemente as graas concedidas aos devotos da Misericrdia Divina, tanto na Polnia como no exterior. De todos os lados chegam notcias a respeito de milagrosos atendimentos por parte da Misericrdia Divina, muitas vezes nitidamente milagrosos. Sintetizando o dito acima, poderamos facilmente tirar uma concluso; mas, visto que a deciso definitiva a esse respeito depende da infalvel instituio da Igreja, com toda a submisso a ela nos submetemos e com a mxima tranqilidade aguardamos o seu veredicto. /-/ Pe. Miguel Sopocko confessor de Irm Faustina

CONGREGAO DAS IRMS DE JESUS MISERICORDIOSO (O DIRIO de santa Irm Faustina) Vilnius, Litunia "29.06.1935. Quando conversava com o diretor da minha alma sbre diversos assuntos que o Senhor exiga de mim, pensei que me responderia que seria incapaz de cumprir essas coisas e que Nosso Senhor no utilizava almas to miserveis como a minha, para as obras que deseja realizar. Ouvi, porm, palavras de que Deus, na maioria das vezes, escolhe justamente almas assim para a realizao de Seus desgnios. Este sacerdote, por certo guiado pelo Esprito de Deus, penetrou no mais ntimo da minha alma e nos segredos mais ocultos que havia entre mim e Deus, sobre os quais nunca Ihe havia falado. E no o fizera, porque eu mesma no os tinha compreendido bem, o e Senhor no me havia ordenado claramente que falasse sobre isso. Esse segredo que Deus est exigindo que haja uma Congregao que proclame ao mundo a misericrdia de Deus e que a pea para o mundo. Quando esse sacerdote me perguntou se en no tinha inspiraes a esse respeito, respondi que ordens claras eu no tinha, porm, imediatamente penetrou uma luz na minha alma e tive a compreenso de que era realmente o Senhor que me falava atravs dele. Em vo me defendia, dizendo que no tenho uma ordem expressa, porque, no fim da conversa, vi Nosso Senhor no limiar da porta, na mesma forma que est pintada nessa Imagem, que me disse: Desejo que haja uma tal Congregao. (...) No dia seguinte, j no incio da Santa Missa, vi Jesus, em beleza indizvel. Disse-me que exigia que fosse essa Congregao fundada quanto antes. Tu vivers nela, com as tuas companheiras. O Meu esprito ser a regra da vossa vida. Vossa vida deve modelar-se pela Minha, desde a manjedoura at a morte na cruz. Penetra nos Meus mistrios e conhecers o abismo da Minha misericrdia para com as criaturas e a Minha insondvel bondade - e a dars a conhecer ao Mundo. Atravs da orao, sers medianeira entre a Terra e o Cu. Nesse instante, veio a hora de receber a Santa Comunho: Jesus desapareceu e vi uma grande claridade. Ento, ouvi estas palavras: Concedemos-te Nossa bno - e, imediatamente, daquela claridade saiu um raio fulgurante e atravessou o meu corao. Um fogo estranho acendeu-se na minha alma; pensei que morreria de alegria e felicidade; sentia a separao do esprito e do corpo, sentia uma total absoro em Deus, sentia que estava sendo arrebatada pelo Todo-poderoso, como um pozinho em vastides desconhecidas" (Dirio, 436-439). "Oh meu Jesus, como me alegro imensamente por me terdes dado a garantia de que esta Congregao vai existir. (...) e vejo que grande glria ela dar a Deus; ser o reflexo do maior atributo que existe em Deus, isto , a Misericrdia de Deus. Incessantemente pediro a misericrdia de Deus para si mesmas e para todo o mundo, (...) Esta Congregao da Misericrdia Divina ser, na Igreja de Deus, to escondida e silenciosa, como uma colmia num jardim magnfico; as irms trabalharo como abelhinhas" (Dirio, 664).

"O Meu prazer unir-Me contigo; espero e aguardo com grande ansiedade o momento em que possa habitar, sacramentalmente, no teu Convento. O Meu esprito descansar nesse Convento, e abenoarei especialmente a regio onde ele se encontrar" (Dirio, 570). "...penetra no esprito da Minha pobreza e dispe tudo de tal forma que os mais pobres em nada te possam invejar. No so grandes prdios e magnficas instalaes que Me do satisfao, mas um corao puro e humilde" (Dirio, 532). "Hoje, o Senhor deu-me a conhecer, em esprito, o Convento da Misericrdia Divina, que embora muito pobre e bastante modesto, reflete uma grande interioridade. meu Jesus, Vs me concedeis conviver espiritualmente com essas almas, mas talvez os meus ps l no pisem. Mas bendito seja o Vosso Nome e faa-se o que planejastes" (Dirio, 892). "Um dia, vi uma capelinha e nela seis Irms que recebiam a Santa Comunho, dada pelo nosso confessor, vestido de sobrepeliz e estola. Nessa capela no havia nem decorao, nem genuflexrios. Depois da Santa Comunho, vi Nosso Senhor como est representado na Imagem. Jesus ia-se afastando e eu exclamei: Senhor, como podeis passar por mim e no me dizer nada? Eu, sozinha, nada farei sem Vs, tendes que ficar comigo, abenoar-me, a mim e a esta Congregao e tambm a minha Ptria. Jesus fez o sinal da cruz e disse: Nada temas, Eu estou sempre contigo (Dirio, 613). Nas ltimas semanas que precederam a morte da Santa Irm Faustina, o padre Sopocko por duas vezes encontrou-se com ela em Cracvia. No decorrer desses encontros ele obteve as ltimas orientaes e o testamento que realizaria aps a morte da religiosa. "Eu fui visit-la durante a semana e com junto de outras coisas eu falei com ela sobre o assunto deste congregao a qual ela tinha encontrado mas estava morrendo agora. Eu indiquei-lhe que era um iluso, como outras coisas que ela falou. A Irm Faustina prometeu falar sobre este assunto com o Senhor Jesus, durante seu orao. No dia seguinte, rezei a Santa Missa na inteno da Irm Faustina. Durante a Santa Missa um pensamento veio a minha mente de que como ela era incapaz de pintar o retrato mas pode dar a instruo, era incapaz encontrar a congregao mas podia dar somente as instrues. A urgncia demonstrava necessidade deste nova congregao na vinda dos novos tempos terrveis. A prxima vez que eu vim ao hospital, eu perguntei-lhe se teve algo para me dizer sobre esse assunto. Disse que no no necessita dizer qualquer coisa porque a Nosso Senhor j me iluminou durante a Santa Missa. Enquanto eu estava me preparando para sair, ela falou-me a respeito de trs assuntos: I. Eu no devo parar de espalhar a devoo para Divina Misericrdia, e para trabalhar especialmente em estabelecer seu dia da festa no primeiro domingo aps a Pscoa. Nunca poderei dizer que eu fiz o bastante. Mesmo que as dificuldades acumulassem, mesmo que

parecesse que Deus no quer isto, eu no devia parar. A profundeza da Divina Misericrdia inesgotvel e nossa vida no o bastante para esgot-la. J, no demora muito, o mundo no existir. Deus quer ainda dar graas aos povos antes do fim do mundo de modo que ningum possam dizer durante o julgamento, que no sabia da bondade de Deus ou no ouvir falar de Sua Misericrdia. II. Eu devo ser indiferente com considerao ao assunto da congregao, que comear das coisas pequenas e minsculas e ento a iniciativa vir de outros (...) Deus por Ele mesmo trar uma pessoa do mundo que ter determinados sinais para reconhecer que essa pessoa mesmo. III. Tenha intenes puras em todos estes assuntos e trabalhos. No procurare por si mesmo, mas somente pela glria de Deus e pela salvao do prximo (...). mesmo se a congregao foi fundada, outros vo dirigi-l, no eu mesmo. Eu devo estarpreparado para as dificuldades as mais grandes, abandonos, desapontamentos, ingratido e perseguio (...) aps um momento, eu retornei a seu quarto, dar-lhe alguns mais retratos, encontrei-a no xtase da orao no como um ser terrena. Eu senti a dor grande em minha alma em ter me despedir desta pessoa incomum, aquela no presente que eu sou assim que abandonado por todos. Mas eu compreendi que de todos, eu devo sobretudo confiar na Divina Misericrdia." (Dirio do Padre M. Sopocko) O padre Miguel Sopocko foi obediente s palavras que ouviu de Irm Faustina no seu leito de morte. Por isso esperou pacientemente por um sinal da vontade Divina. Em 1939 eclodiu a II Guerra Mundial. Nesse tempo terrvel o padre Sopocko fez o que pde para falar aos homens da Misericrdia Divina. Em sua casa realizavam-se os encontros da Associao dos Intelectuais Catlicos e do Sodalcio Mariano das Acadmicas. Nessas reunies distinguia-se uma ex-aluna de filologia clssica da Universidade Stefan Batory em Vilnius Edviges Osinski. Certo dia ela confessou ao padre Sopocko que pretendia dedicar-se exclusivamente ao servio de Deus, mas no estava conseguindo encontrar uma congregao adequada. Pediu a orao e a ajuda do padre, acrescentado que tinha algumas colegas que estavam pensando em fazer a mesma coisa. Em novembro de 1940 o pe. Sopocko props a Edviges que passasse o perodo de frias na casa das Irms Anglicas sem hbito em Pryciny, para que pudesse conhecer mais de perto a regra da vida religiosa. Aps as frias, Edviges Osinski declarou que havia decidido dedicar-se ao servio do Salvador Misericordiosssimo e fundar uma nova congregao ou algo semelhante com o objetivo de bendizer a Deus em Sua infinita misericrdia e que desejava professar os votos particulares. Fascinada com a lembrana da irm Faustina Kowalski, adotou o novo nome religioso de Faustina tendo-se tornado a primeira Faustina. Em novembro de 1941, do grupo dirigido pelo padre Sopocko surgiu uma outra candidata Isabel Naborowski (Irm Benigna). A seguir, no dia 26 de janeiro de 1942, juntaram-se a

elas as outras religiosas: Ludmila Roszko, Sofia Komorowski, Adlia Alibekow e Edviges Malkiewicz. Dessa forma criou-se o primeiro sexteto. O padre Sopocko deu a todas elas nomes religiosos. Escreveu para elas um regulamento provisrio e programou uma conferncia semanal sobre vida interior. As irms planejavam iniciar a vida comum aps o trmino da guerra. No dia 3 de fevereiro de 1943, na residncia do padre Sopocko realizou-se o primeiro encontro das seis candidatas da congregao que se formava. Houve outras reunies desse tipo. Mas infelizmente, no dia 3 de maro de 1943, os alemes organizaram uma batida policial e prenderam quase todos os padres. O padre Miguel Sopocko, procurado pela polcia alem por proporcionar ajuda aos judeus, fugiu de Vilnius. Conseguiu chegar ao convento das Irms Ursulinas em Czarny Br, a quatro quilmetros de Vilnius, onde passou dois anos e meio trabalhando como carpinteiro. Com as irms mantinha contato epistolar. De vez em quando, individualmente, ia encontrar-se com ele algum do primeiro sexteto, em geral a irm Faustina Osinski. Naquele tempo as irms encontravam-se todas as semanas para uma conferncia com o pe. Zebrowski, a quem o pe. Sopocko havia pedido que lhes desse assistncia espiritual. No dia 11 de abril de 1942, na vspera da festa da Misericrdia Divina, as seis candidatas fizeram os votos religiosos temporrios. As irms adotaram o nome de Servas de Jesus Misericordioso e, embora continuassem residindo com suas famlias, a partir de ento a vida delas tinha um carter religioso. Para o pe. Sopocko, esse era o sinal esperado da Providncia. Eu vos felicito, prezadas Irms, pela graa especial da Misericrdia Divina que se manifestou em Vossa vocao, Escolhidas do Corao de Jesus, colunas da futura comunidade religiosa, confidentes dos mistrios divinos, por quem tenho ansiado e rezado diariamente h cinco anos, durante cada Missa (trecho de uma carta de Czarny Br).

Neste convento as irms da nova congregao professaram os primeiros votos religiosos. Vilnius - Carmel (Litunia).

O padre Sopocko voltou a Vilnius no dia 19 de setembro de 1944. Em novembro, Faustina Osinski e suas colegas pediram-lhe para em sua presena professarem os votos. Em razo disso, no dia 9 de novembro de 1944 ele iniciou com o primeiro sexteto um retiro, que era a preparao direta para a cerimnia da renovao dos votos, marcados para o dia 16 de novembro. Aps o retiro, no dia assinalado, nas primeiras horas da manh e no escuro, visto que ainda estava em vigor a hora policial, de diversos cantos da cidade seis moas chegam ao subrbio de Zarzece, capela das Irms Carmelitas, onde num ambiente que lembrava as catacumbas, aps ouvirem a santa Missa, s cinco horas fizeram os votos particulares e simples de fiel servio ao Salvador Misericordiosssimo e Sua Me de Misericrdia. No possvel expressar com palavras o clima de alegria que reinava entre essas esposas de Cristo. Durante uma modesta refeio, preparada na portaria do convento pelas hospitaleiras Irms Carmelitas, como elas estavam felizes, apesar das inmeras deficincias; como estavam ricas, apesar da pobreza que se assinalava por toda a parte; como eram valorosas e repletas de confiana, apesar dos perigos que espreitavam a cada passo! (Pe. Sopocko, Memrias). Aps o trmino da guerra em 1945, a Litunia foi anexada URSS. Ocorreu uma emigrao macia de pessoas de Vilnius e da regio para a Polnia. Tambm foi forado a deixar Vilniu