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DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DO PENSAMENTO ESOTÉRICO OCIDENTAL

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Abarcando uma variada gama de temas ligados ao esoterismo ocidental, magia, misticismo e espiritualidade, este dicionário é o guia mais abrangente e atualizado da história, das filosofias e das personalidades das tradições esotéricas e ocultistas ocidentais. Escrito por um estudioso e praticante do ocultismo, com a colaboração de centenas de especialistas, ele apresenta os últimos dados coletados pela pesquisa acadêmica e traz verdades muito mais interessantes e dramáticas do que muitas das histórias fictícias engendradas no passado acerca dos fatos do mundo do esoterismo, da magia e da filosofia oculta ocidental.

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DicionárioEnciclopédico

Do PensamentoEsotérico Ocidental

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John Michael Greer

Tradução:

MARCELLO BORGES

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Título original: The New Encyclopedia of the Occult.

Copyright © 2003 John Michael Greer.

Copyright da edição brasileira © 2012 Editora Pensamento-Cultrix Ltda.

Texto revisto segundo o novo acordo ortográfi co da língua portuguesa.

1a edição 2012.

Universal Tarot de Roberto De Angelis, usado com a permissão de Lo Scarabeo © 2000.

Publicado originalmente por Llewellyn Publications

Woodbury, MN 55125-2989, USA – www.llewellyn.com

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou usada de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópias, gravações ou sistema de armazenamento em banco de dados, sem permissão por escrito, exceto nos casos de trechos curtos citados em resenhas críticas ou artigos de revistas.

A Editora Pensamento não se responsabiliza por eventuais mudanças ocorridas nos endereços convencionais ou eletrônicos citados neste livro.

As opiniões do autor não refl etem necessariamente as opiniões da Editora Pensamento.

Coordenação editorial: Denise de C. Rocha Delela e Roseli de S. Ferraz

Preparação de originais: Thereza Pozzoli

Edição de texto e revisão técnica: Adilson Silva Ramachandra

Revisão: Maria Aparecida A. Salmeron

Diagramação: Join Bureau

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Greer, John MichaelDicionário enciclopédico do pensamento esotérico ocidental /

John Michael Greer ; tradução: Marcello Borges. – São Paulo : Pensamento, 2012.

Título original: The New Encyclopedia of the OccultBibliografi a.ISBN 978-85-315-1787-7

1. Ocultismo – América do Norte – Enciclopédias 2. Ocul-tismo – Europa Ocidental – Enciclopédias 3. Ocultismo – Histó-ria – América do Norte – Enciclopédias 4. Ocultismo – História – Europa Ocidental – Enciclopédias I. Título.

12-02657 CDD-133.03

Índices para catálogo sistemático:

1. Ocultismo : Enciclopédias 133.03

Direitos de tradução para o Brasiladquiridos com exclusividade pela

EDITORA PENSAMENTO-CULTRIX LTDA.Rua Dr. Mário Vicente, 368 — 04270-000 — São Paulo, SP

Fone: (11) 2066-9000 — Fax: (11) 2066-9008E-mail: [email protected]

http://www.editorapensamento.com.brque se reserva a propriedade literária desta tradução.

Foi feito o depósito legal.

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SUMÁRIO

Nota da equipe editorial 7

Nota introdutória 9

O Dicionário Enciclopédico

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13Bibliografi a 689

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NOTA DA EQUIPE EDITORIAL

A edição brasileira mantém os títulos das obras na língua em que aparecem no original em inglês, com exceção das obras mundialmente conhecidas ou dos clássicos das várias áreas do conhecimento humano, cujos títulos foram traduzidos. No caso de obras publicadas

pelas editoras Pensamento e Cultrix, mesmo que fora de catálogo, informa-se apenas o título em português da edição brasileira. Nas referências cronológicas, mantivemos Era Comum (e.c.) e Antes da Era Comum (a.e.c.), as formas escolhidas pelo autor, que equivalem às formas depois de Cristo (d.C.) e antes de Cristo (a.C.). Assim, o ano 50 a.e.c. é o mesmo que o ano 50 a.C., e o século II da Era Comum é o mesmo que século II d.C., ou simplesmente século II. As referências às estações do ano foram preservadas como no original, e aplicam-se portanto ao hemisfério Norte. Exemplo: verbete Aquário, Era de. Aparecem em vários trechos uma nota do tradutor [N. do T.] ou uma nota do editor [N. do E.] a fi m de explicar opções da tradução ou complementar a informação do original. Para o público brasileiro, muitos temas e assuntos que constam no original como ocultismo correspondem ao que é tratado como esoterismo; igualmente, muitos verbetes sobre magia e tradições mágicas correspondem ao que é conhecido como ocultismo. Assim, em diversos verbe-tes, termos como “tradição ocultista”, “organização ocultista”, “tradição mágica”, “práticas de magia” foram trocados na edição brasileira pelos equivalentes esotéricos ou ocultistas. De antemão solicitamos e agradecemos a compreensão do leitor caso encontre algum engano nessa classifi cação.

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NOTA INTRODUTÓRIA

O Dicionário Enciclopédico do Pensamento Esotérico Ocidental é uma obra de referência para os praticantes das diversas tradições ocultistas, de magia e esotéricas do mundo ociden-tal, bem como para pessoas que simplesmente têm curiosidade acerca de magia, alquimia,

astrologia, espiritualidade pagã ou qualquer um dos outros campos do conhecimento e da prática que constituem o complexo e dinâmico mundo do moderno ocultismo ocidental. Nas páginas a seguir, você encontrará o conhecimento essencial de que precisa para compreender o ocultismo, bem como referências a outros livros que irão lhe indicar onde procurar caso queira descobrir mais sobre o assunto.

Este livro procura abranger toda a gama da tradição, do conhecimento, da história, da fi lo-sofi a e da prática ocultista no mundo ocidental. Inclui a magia, em seus diversos ramos; alquimia; astrologia; outros métodos divinatórios (ou artes divinatórias), como cartas de tarô, quiromancia, geomancia e muitas outras; ordens mágicas como a Golden Dawn e os rosa-cruzes; tradições religiosas e espirituais associadas ao ocultismo, como Wicca, Thelema, Teosofi a e o movimento pagão moderno; as biografi as de ocultistas e esoteristas importantes; e muitos outros tópicos re-lacionados, de um modo ou de outro, com o ocultismo e o esoterismo ocidental. Em termos geográfi cos, a Europa ocidental e a América do Norte são as principais áreas abarcadas, visto que são os cernes das modernas culturas ocidentais e as áreas nas quais a maioria de suas tradições ocultistas e esotéricas surgiu e fl oresceu. A mais perceptível exclusão, provavelmente, é que, por diversos motivos, não incluí a biografi a de pessoas vivas.

Um dicionário enciclopédico deste gênero não poderia ter sido escrito antes dos tempos atuais. Até pouco tempo, a maioria das tradições ocultistas entesourava seus ensinamentos, res-tringindo-os a um punhado de iniciados que deviam jurar segredo a seu respeito. Até bem pouco tempo, na verdade, historiadores profi ssionais olhavam para o ocultismo com desdém; alguns tentavam fi ngir que não existiam tradições ocultistas no moderno mundo industrializado. Como os tempos mudaram! Hoje, os segredos mais antigos podem ser encontrados nas prateleiras de qualquer livraria com um bom acervo, e a história do ocultismo é uma especialidade acadêmica bastante movimentada, com suas próprias revistas e conferências.

Graças a isso, foi possível, pela primeira vez, reunir uma boa quantidade de informações precisas sobre o ocultismo. Também foi possível, pela primeira vez, comparar, de modo efi ciente, as tradições esotéricas com aquilo que se conhece sobre a história das ideias e das sociedades. O resultado foi perturbador: muitas ilusões carinhosamente acalentadas por ambos os lados tiveram de ser abandonadas. Os ocultistas tiveram de abrir mão da antiga alegação de que suas organizações e ensinamentos têm se mantido inalterados desde a aurora dos tempos; os historiadores tiveram

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de encarar o fato de que fi guras históricas de imenso prestígio, como Isaac Newton, estiveram profundamente envolvidas com práticas esotéricas ou ocultistas.

Mas são mudanças para melhor. As tradições ocultistas e esotéricas do mundo ocidental não precisam se envergonhar de sua verdadeira história, que é bem mais interessante e dramática do que as histórias fi ctícias engendradas no passado por grupos ocultistas. Um corpo de pensamentos e práticas que tem se desenvolvido por mais de 25 séculos no mundo ocidental, mudando e crescendo, mas sempre mantendo uma continuidade impressionante, pode ser comparado com as tradições espirituais de qualquer cultura sobre a Terra. Os historiadores profi ssionais também não precisam pedir desculpas por se interessarem por um conjunto de tradições vivas, que teve papel vital na formação das culturas, das ideias e da história da civilização ocidental e do mundo como um todo.

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Este dicionário enciclopédico difere signifi cativamente de outros trabalhos de referência sobre as tradições ocultistas ocidentais. Em primeiro lugar, foi escrito por um praticante do ocultismo, segundo o ponto de vista de um praticante. Embora possa haver algum valor na “mente iniciante” do escritor que não teve nenhum contato anterior com o assunto de que trata, muito mais pode ser dito quando se escreve sobre coisas que a pessoa realmente realizou. Normalmente, esperamos que textos de biologia sejam escritos por biólogos, que livros sobre a ciência da biblioteconomia sejam escritos por bibliotecários, livros sobre música sejam escritos por pessoas que têm passado boa parte de seu tempo ouvindo música (ou tocando algum instrumento) e assim por diante. O fato de que os livros mais eruditos sobre magia foram escritos por pessoas que literalmente não sabiam por qual lado segurar uma varinha ou bastão não é uma boa referência para a atual atitude acadêmica diante do ocultismo, e produziu uma safra abundante de erros evitáveis.

Ao mesmo tempo, ao contrário de muitos livros escritos por praticantes do ocultismo, este dicionário enciclopédico se vale muito da literatura acadêmica sobre a história e o desenvolvimento das tradições ocultistas. Se a maioria dos estudiosos não tem conhecimento prático de magia, também é verdade que livros sobre ocultismo escritos por ocultistas costumam estar repletos de vergonhosos erros históricos, que até a pesquisa mais elementar revela de imediato.

Você ainda vai encontrar livros à venda, por exemplo, que afi rmam que o nome do baralho do tarô provém das antigas palavras egípcias tar, “estrada”, e rosh, “real”. Pesquise cinco minutos em um dicionário de egípcio antigo e verá que tar e rosh não são palavras do egípcio antigo, e que as verdadeiras palavras do egípcio antigo para “estrada” e “real” são respectivamente w3t e nsw. Leva um pouco mais de tempo, mas não muito, para descobrir que a etimologia de tarô como tar-rosh foi proposta inicialmente pelo diletante francês do século XVIII Antoine Court de Ge-belin (1728-1784), mais de quarenta anos antes que Champollion decifrasse os hieróglifos egípcios pela primeira vez... numa época, em outras palavras, em que nem Court de Gebelin nem qualquer outra pessoa conhecia uma única palavra da antiga língua egípcia.

Informações errôneas desse tipo não deveriam ter lugar em estudos sérios sobre ocultismo. Para ser sincero, é vergonhoso constatar como ocultistas que nunca consagrariam um talismã com

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palavras de poder erradas se sentem perfeitamente confortáveis repetindo essas coisas sem se dar ao trabalho de revisar suas fontes. Este dicionário, entre outras coisas, vai facilitar muito isso, caso haja a disposição para não preservar o erro.

Por convenção, os nomes de textos sagrados como o Corpus Hermeticum, o Zohar e a Bíblia são apresentados com inicial maiúscula mas sem itálico, enquanto os demais títulos de publicações, manuais técnicos e outras práticas internas, como As Chaves de Salomão e os Exercícios Espirituais de Inácio de Loyola, são grafados em itálico.

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Sendo (entre outros) druida, maçom, geomante, mago cerimonial cabalista e ministro ordenado de uma igreja com raízes no tradicional hudu da Louisiana, tenho um currículo ocultista bastante amplo, mas as tradições ocultistas do Ocidente abrangem mais coisas do que qualquer pessoa poderia dominar sozinha. Em muitos campos, foi inevitável recorrer a pessoas com mais conhe-cimentos do que eu. De modo análogo, minha experiência em pesquisa histórica não chega nem perto de cobrir todo o escopo milenar e global do ocultismo ocidental, e me baseei muito no trabalho de competentes estudiosos em áreas externas à minha base de conhecimentos.

De um modo ou de outro, contei com a ajuda de bem mais de cem pessoas neste projeto. Em vez de preencher páginas com uma lista de nomes (e encontrar um modo de agradecer igual-mente aos que prefeririam que seus nomes não fossem mencionados), gostaria apenas de oferecer a todos meu muito obrigado e minha gratidão. Vocês sabem quem são!

Também gostaria de incentivar os leitores que discordarem de questões abordadas nas pági-nas seguintes, ou que tiverem informações sobre temas que não trato adequadamente, a entrarem em contato comigo por meio da editora e passarem as informações de que dispõem. Se as cir-cunstâncias assim permitirem, espero apresentar uma edição revisada do Dicionário Enciclopédico do Pensamento Esotérico Ocidental dentro de mais alguns anos, com novo material e erros corrigidos. Qualquer ajuda apresentada será muito bem recebida.

O mundo do ocultismo contém verdades e absurdos, profunda sabedoria e prodigiosa loucura. Quando os seres humanos se defrontam com os mundos de poderes de transformação situados um pouco além do âmbito da consciência normal, revelam mais plenamente sua faceta humana – com todos os seus pontos fortes e fracos, com o brilho e a tolice que isso implica. Tentei apre-sentar todos os lados de um tema da maneira mais clara que pude; as próprias tradições merecem isso. Espero que você, leitor, considere o resultado tão revelador e divertido quanto foi para mim pesquisá-lo e redigi-lo.

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A ∴ A ∴ VEJA ARGENTEUM ASTRUM. Aarab Tzereq. (hebraico AaRB ZRQ, “cor-vos da dispersão”) Nos ensinamentos cabalís-ticos, o Qlippoth ou poderes demoníacos correspondentes a Netzach, a sétima Sefi rah da Árvore da Vida. Sua forma tradicional é a de corvos com cabeças de demônios que saem de um vulcão em erupção, este também uma força demoníaca chamada Getzphiel. Seu córtex ou reino no Mundo das Cascas é Theu-miel, e seu arquidemônio é Baal Chanan. VEJA

QLIPPOTH.

Aatik Yomin. (hebraico AsThIK IVMIN) “Ancião dos Dias”, um título de Kether. VEJA

KETHER.

Ab. (hebraico AaB, “trevas, obscuridade”) Na cabala, nome secreto do mundo de Atziluth. O valor numérico da soma de suas letras é 72, que também é a soma de IVD HIH VIV HIH, grafi a do Tetragrammaton em Atziluth. VEJA

ATZILUTH; TETRAGRAMMATON.

Abaris. Segundo lendas narradas em antigas fontes gregas, mago cita que possuía uma fl echa

mágica que ele usava para cavalgar pelo ar. Dizem que teria vivido na época de Pitágoras, matemático e místico grego, e que o teria visitado em Crotona, na Itália. Autores do século XVIII em diante transformaram Abaris num druida, o que fazia parte da alegação de que Pitágoras teria estudado com os druidas (ou vice-versa). VEJA DRUIDAS; PITÁGORAS.

Abba. (hebraico, “pai”) No simbolismo da cabala, um título da Sefi rah Chokmah, e tam-bém da primeira letra do Tetragrammaton. VEJA CHOKMAH; TETRAGRAMMATON.

Abbadon. (hebraico ABDVN, “destruição”) Nome de um demônio cujos atributos têm sido descritos de maneira variada, ou perten-cente a uma parte ou nível do inferno defi nido com igual variabilidade. No corpo de conhe-cimentos da cabala, Abbadon é o nome do sexto inferno, que corresponde à Sefirah Chesed. VEJA INFERNOS, SETE.

Abel. Segundo fi lho de Adão, consoante o Livro do Gênesis, assassinado por seu irmão Caim. No pensamento gnóstico, Abel tornou--se o primeiro da classe “psíquica” da huma-

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Abracadabra Abraxas

nidade, aqueles que tinham o poder de adquirir a gnose mas não tinham a gnose de maneira inata. VEJA GNOSTICISMO.

Abracadabra. Palavra tradicional de poder usada por magos ocidentais desde os tempos clássicos até o presente. Escrita tal como indi-cado a seguir, era usada em talismãs para curar febres e asma:

Em épocas mais recentes, a Abracadabra tem sido usada principalmente por mágicos de auditório. O mago inglês Aleister Crowley (1875-1947) alterou sua grafi a para que se ajustasse à sua nova religião, a Thelema, e nessa nova forma a palavra tem sido muito usada pela comunidade thelemita; VEJA ABRAHADABRA.

VEJA TAMBÉM PALAVRAS BÁRBARAS.

Abrahadabra. Reformulação feita por Aleis-ter Crowley da antiga palavra mágica Abraca-dabra, reescrita para colocar o termo Had – forma abreviada de Hadith, a segunda pessoa da trindade thelemita – em seu centro. VEJA

CROWLEY, ALEISTER; THELEMA.

Abramelin, o Mago; O Livro da Magia

Sagrada de. Grimório preservado num único exemplar do século XVIII, na Biblioteca do Arsenal, em Paris. Escrito em francês, afi rma ser a tradução de um original hebreu datado de 1458, embora os estudiosos tenham dúvidas sobre essa alegação. Segundo o longo prefácio, representa os ensinamentos de um mago judeu chamado

Abramelin, transmitidos por ele a seu aluno Abraão e por este a seu fi lho Lameque. Esses ensinamentos, que Abraão descreve como o único sistema mágico válido do mundo, exi-gem que o estudante dedique seis mesesde preces, penitências e rituais para obter o “Conhecimento e Conversação com o Santo Anjo Guardião”. Depois disso, o estudante conquista o poder de comandar espíritos ma-lignos por meio de talismãs feitos com com-binações de letras. O Livro da Magia Sagrada de Abramelin, O Mago, foi redescoberto no fi nal da década de 1890 pelo fundador da Golden Dawn, Samuel Mathers (1854-1918), e a tradução que Ma-thers fez para o inglês foi publicada em 1898. Desde então, tem causado grande impacto no pensamento mágico, especialmente em função da infl uência exercida sobre Aleister Crowley (1875-1947), que o usou como gabarito para a maior parte de sua visão pessoal da magia. Até hoje, a ideia de que a magia é ou deve ser dirigida para o conhecimento e a contemplação de nosso próprio Santo Anjo Guardião – um conceito que não é encontrado em fontes mais antigas, exceto nessa obra – é lugar comum nos textos mágicos. Entretanto, o livro em si gerou uma re-putação sinistra entre ocultistas da primeira parte do século XX. Acidentes lúgubres e desequilíbrio mental teriam ocorrido com muitos daqueles que possuíam um exemplar da edição original, ou que tentaram utilizar os talismãs contidos na obra. VEJA TAMBÉM SANTO

ANJO GUARDIÃO. LEITURA ADICIONAL: MA-

THERS, 1974.

Abrasax. VEJA ABRAXAS.

Abraxas. Conhecida divindade mágica do mundo antigo, Abraxas (também grafado como Abrasax) era representada nas gemas clássicas

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Abred Abulafi a, Abraão

de amuletos como uma fi gura humanoide com cabeça de galo e serpentes no lugar dos pés, segurando o chicote de um charreteiro. A soma das letras desse nome em grego dá 365, número de dias do ano, o que o marcou como divindade solar e senhor do tempo. VEJA GEMATRIA. Modernamente, Abraxas adquiriu uma nova popularidade graças aos textos do psicó-logo Carl Jung, que lhe deu um lugar central em sua obra gnóstica Os Sete Sermões aos Mortos e em outros textos. VEJA JUNG, CARL GUSTAV.

Abred. No druidismo, um dos Três Mundos; o reino da vida vegetal e animal, pelo qual as almas viajam no decorrer de sua evolução espiritual. Cada alma inicia suas encarnações na forma mais simples, a de organismos uni-celulares, e progride gradativamente, apren-dendo as lições de cada espécie de planta ede animal, até chegar ao nível humano, na fronteira entre Abred e a vida superior de Gwynfydd. VEJA DRUIDISMO; TRÊS MUNDOS.

Abulafi a, Abraão. Cabalista judeu, 1240 – após 1292. Nascido em Zaragoza, na Espanha, estudou as escrituras judaicas e o Talmude com seu pai até a morte deste, em 1258. Em 1260, deixou a Espanha e foi à Terra Santa, chegando à cidade de Acre, mas a guerra irrompida entre cruzados cristãos e os árabes forçou-o a partir. Após uma breve parada na Grécia, foi a Capua, na Itália, onde encontrou um rabino notável, Hillel, que lhe ensinou fi losofi a, especialmente os escritos de Moisés Maimônides. Suas viagens o levaram a Roma e depois à Espanha, e foi em Barcelona, em 1271, que “Deus me despertou de meu sono, e aprendi o Sepher Yetzirah e seus comentários”, con-forme escreveu em sua autobiografi a. Isso se deu sob a orientação de Baruch Togarmi, um cabalista sobre o qual se conhece muito pouco. O despertar espiritual de Abulafi a inaugurou

um período de intensas experiências místicas, durante o qual ele escreveu muitos livros sobre os mistérios da cabala, ensinando um sistema de meditação muito idiossincrático, baseado em combinações de letras hebraicas. Depois desse período, ele teria adquirido poderes proféticos, uma afi rmação que o tornou pouco estimado pelos judeus mais ortodoxos. Em 1279, convencido de que Deus lhe havia ordenado que convertesse o papa Nico-lau III ao judaísmo, Abulafi a foi a Roma e depois a Saronno, onde o papa estava na ocasião. A notícia sobre sua missão o precedeu, e o papa ordenou que fosse preso e queimado na fogueira caso se apresentasse diante dele para uma audiência. Abulafi a foi informado dessa reação, mas apareceu mesmo assim – e fi cou sabendo que o papa havia morrido na noite anterior à sua chegada. Ele foi aprisio-nado pelos franciscanos durante um mês e depois solto. Voltou a Barcelona, mas em 1280 o ra-bino Shlomo ben Adret (1235-1310), distinto jurista e estudioso, além de cabalista, tornou--se o rabino-chefe da comunidade judaica de Barcelona. Sem paciência para as alegações proféticas de Abulafi a, o rabino Shlomo disse que ele era um lunático e uma fraude. Abu-lafi a mudou-se para a Sicília, morando pri-meiro em Palermo e depois em Messina, e conquistou diversos seguidores; no entanto, ali também enfrentou a oposição crescente de rabinos mais ortodoxos e foi forçado a se mudar para a pequena ilha de Comino, perto de Malta, na qual passou o resto da vida. A data de sua morte não é conhecida. As supostas virtudes proféticas e messiâni-cas de Abulafi a não foram aceitas pela maioria dos judeus (e até pela maioria dos cabalistas) durante sua vida, mas seus textos sobre o Derek ha-Shemoth, ou “Caminho dos Nomes”, seu método de contemplação usando combinações

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Ac Achad, Frater

de letras hebraicas, foi sendo gradualmente adotado pelos círculos cabalistas no século posterior à sua morte. VEJA TAMBÉM CABALA;

ALFABETO HEBRAICO. LEITURA ADICIONAL: IDEL, 1988; A. KAPLAN, 1982; SCHOLEM, 1974.

Ac. (inglês arcaico, “carvalho”) Vigésima quinta runa do futhorc anglo-saxão, descrita no poema rúnico como “forragem para porcos e madeira para navios em mares afi ados como a lança”. Representa o som ai em inglês, ouei em português. VEJA TAMBÉM FUTHORC

ANGLO-SAXÃO.

Runa Ac

Achad, Frater. (Jones, Charles Stanfi eld) Ocultista canadense, 1886-1950. Nascido em Londres, fi lho de um engenheiro, administrou uma tabacaria na juventude, enquanto estudava contabilidade. Em 1906, começou a estudar o espiritualismo na intenção de desmascarar seus praticantes, mas nesse processo interessou-se pelo ocultismo. Isso o levou à ordem mágica de Aleister Crowley, a Argenteum Astrum (A∴A∴), à qual se fi liou como aprendiz em 1909. Mudando-se para o Canadá em 1910, deu continuidade a seus estudos com um as-sociado de Crowley, J. F. C. Fuller. Foi ini-ciado na outra ordem mágica de Crowley, a Ordo Templi Orientis (OTO) em 1911, e depois fundou a primeira loja da OTO na América do Norte, a Loja Ágape, em 1914. VEJA ORDO TEMPLI ORIENTIS (OTO). Sua correspondência, bem como a visita de Crowley a Vancouver em 1915, impressio-naram muito Crowley em virtude do domínio da cabala exibido por Jones. A interpretação feita pelo jovem sobre uma passagem cifrada

do Livro da Lei levou Crowley a aclamar Jones como seu “fi lho mágico”. Sob a tutela de Crowley, Jones progrediu até o grau de Magister Templi na A∴A∴, e seu trabalho foi publicado em capítulos na publicação periódica de Crowley, The Equinox, sob o título “Um Mestre do Templo”. Em 1921, Jones se tornou o líder da Ordo Templi Orientis na América do Norte, recebendo uma carta de nomeação do líder da OTO, Theodor Reuss, e, durante algum tempo, envolveu-se na complexa política dessa ordem. Como quase todos os discípulos de Crowley, porém, per-cebeu que era impossível acompanhar a Besta por muito tempo, e sua abordagem da cabala acabou levando-o por rumos incompatíveis com as opiniões pessoais de Crowley. Como resultado de seus estudos cabalísti-cos, Jones idealizou um conjunto totalmente novo de correlações entre as cartas do tarô e a Árvore da Vida, e com isso uma cabala distinta, que ainda hoje é usada por alguns magos. Essas correlações são as seguintes:

O Louco. Caminho: 11. Letra: Aleph. Conexão: Malkuth-Yesod.O Mago. Caminho: 12. Letra: Beth. Conexão: Malkuth-Hod.A Sacerdotisa. Caminho: 13. Letra: Gimel. Conexão: Yesod-Hod.A Imperatriz. Caminho: 14. Letra: Daleth. Conexão: Malkuth-Netzach.O Imperador. Caminho: 15. Letra: Heh. Conexão: Tiphareth-Geburah.O Hierofante. Caminho: 16. Letra: Vau. Conexão: Hod-Netzach.Os Enamorados. Caminho: 17. Letra: Zayin. Conexão: Hod-Tiphareth.O Carro. Caminho: 18. Letra: Cheth. Conexão: Yesod-Netzach.A Força. Caminho: 19. Letra: Teth. Conexão: Netzach-Tiphareth.

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açoite Acquisitio

O Eremita. Caminho: 20. Letra: Yod. Conexão: Hod-Geburah.A Roda da Fortuna. Caminho: 21. Letra: Kaph. Conexão: Chokmah-Kether.A Justiça. Caminho: 22. Letra: Lamed. Conexão: Netzach-Chesed.O Enforcado. Caminho: 23. Letra: Mem. Conexão: Yesod-Tiphareth.A Morte. Caminho: 24. Letra: Nun. Conexão: Geburah-Chesed.A Temperança. Caminho: 25. Letra: Samech. Conexão: Chesed-Chokmah.O Diabo. Caminho: 26. Letra: Ayin. Conexão: Tiphareth-Binah.A Torre. Caminho: 27. Letra: Peh. Conexão: Geburah-Binah.A Estrela. Caminho: 28. Letra: Tzaddi. Conexão: Binah-Chokmah.A Lua. Caminho: 29. Letra: Qoph. Conexão: Tiphareth-Chesed.O Sol. Caminho: 30. Letra: Resh. Conexão: Tiphareth-Chokmah.O Julgamento. Caminho: 31. Letra: Shin. Conexão: Tiphareth-Kether.O Mundo. Caminho: 32. Letra: Tau. Conexão: Binah-Kether.

Depois de chegar ao grau de Magis ter Tem pli (Mestre do Templo), Jones voltou breve mente para a Inglaterra e fi liou-se à Igreja Católica Romana na tentativa de convencer os católicos a aceitarem a Lei de Thelema de Crow-ley. Como era de esperar, o gesto teve pouco efeito, e ele voltou a Vancouver, onde peram-bulou pelas ruas durante algum tempo usando apenas uma capa de chuva, que ele despiu em público, afi rmando que estava deixando de lado todos os véus da ilusão. Isso o levou a uma breve passagem por uma instituição de saúde mental. Na década de 1920, Jones morou em De-troit e em Nova York, e escreveu diversos livros

sobre seu sistema de misticismo cabalístico, entre outros Q.B.L., or the Bride’s Reception (1923); Chalice of Ecstasy (1923), um estudo das dimensões místicas da ópera Parsifal, de Wag-ner; e The Anatomy of the Body of God (1925), um estudo sobre a geometria da Árvore da Vida. Voltando à Colúmbia Britânica por volta de 1930, lentamente se convenceu de que Crow-ley não fora capaz de proclamar a Palavra do Éon de Hórus, e que ele mesmo estava desti-nado a proclamar um éon diferente, o de Maat ou Ma-Ion. Uma série de experiências místicas nas décadas de 1930 e 1940 o convenceu dessa missão, e, em abril de 1948, Jones anunciou formalmente que o Novo Éon tinha chegado. Fundou uma ordem mágica chamada Fraterni-dade de Ma-Ion, dedicada à vindoura “era Ma-Ion da verdade e da justiça”, que sobrevi-veu à sua morte e ainda tem lojas pelos Estados Unidos. VEJA TAMBÉM CROWLEY, ALEISTER.

açoite. Nos ramos mais tradicionais da Wicca, o iniciado é açoitado quarenta vezes como parte dos rituais de iniciação do primeiro grau. Isso se repete no segundo grau, mas então o iniciado açoita o iniciador 120 vezes, uma ilustração da “lei do triplo retorno”. A maioria dos covens usa um açoite com pontas de couro macio, o que torna o ato simbólico, na melhor das hipóteses. VEJA WICCA.

Acquisitio. (latim, “ganho, aquisição”) Figura geomântica governada por Júpiter. Acquisitio signifi ca boa sorte, especialmente em questões práticas. VEJA GEOMANCIA.

Figura geomântica Acquisitio

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adaga Adeptus Exemptus

adaga. Na magia cerimonial e em muitos outros ramos das tradições ocultistas ocidentais, uma das principais ferramentas do mago. Na Golden Dawn e em tradições similares, é a arma elemental do ar, usada para invocar e comandar os poderes desse elemento. VEJA AR (ELEMENTO). Algumas tradições mágicas rejeitam essa atribui-ção e associam a adaga ao elemento Fogo. O athame, a principal ferramenta da Wicca e da maioria das tradições neopagãs, geralmente é uma adaga de dois gumes; VEJA ATHAME.

A adaga como símbolo do elemento Ar

Adamah. (hebraico ADMH, “argila verme-lha”) A segunda das sete terras da tradição cabalística, correspondente a Chesed. VEJA

TERRAS, SETE.

Adão. (hebraico ADM, “vermelho”) No Livro do Gênesis e nas tradições judaicas e cristãs posteriores, o primeiro ser humano, criado por Deus no sexto dia da Criação. O relato orto-doxo diz que Adão foi criado a partir do pó da terra. Segundo os relatos do gnosticismo, a cabala e muitas outras tradições ocultistas, po-rém, ao ser criado Adão era um ser espiritual luminoso, dotado de qualidades quase divinas. Uma lenda muito repetida na Idade Média afi rma que Seth, terceiro fi lho de Adão e Eva, voltou ao portão do Jardim do Éden e recebeu dos guardiões angélicos três sementes da Ár-

vore da Vida. Quando Adão morreu, Seth colocou essas três sementes na boca do cadáver antes de seu enterro. Das sementes, brotou uma árvore que, após muitas outras aventuras, proporcionou o lenho para a cruz na qual Jesus de Nazaré foi crucifi cado. Nos textos cabalísticos posteriores, Adão costuma ser interpretado como a humanidade como um todo, ora como uma coleção de almas, ora como uma única entidade – o cha-mado Adão Kadmon ou “Adão Primordial” – da qual cada alma humana é uma minúscula parte. VEJA TAMBÉM EVA; QUEDA, A.

adepto. (do latim adeptus, “habilidoso”) Na maioria dos sistemas de pensamento ocultista ocidental, um título ou grau usado por (e para) estudantes avançados de magia, alquimia e outros temas ocultos. Na tradição alquímica, apenas aqueles capazes de conseguir a Pedra Filosofal eram considerados adeptos. VEJA

PEDRA FILOSOFAL. De modo análogo, na mo-derna magia cerimonial esse título costuma ser reservado para aqueles que penetraram o Véu do Santuário e entraram em contato com seu Gênio Superior ou Santo Anjo Guardião. VEJA

SANTO ANJO GUARDIÃO. Tem ocorrido certa confusão, ao longo dos anos, pelo uso de “adepto” em lojas ocul-tistas como um grau de iniciação, uma vez que aqueles que passaram por um dado ritual de grau podem ou não ter atingido a experiência espiritual que esse grau representa. Por isso, a expressão caiu em desuso em muitas partes da comunidade mágica, exceto como rótulo para esses graus. VEJA TAMBÉM MESTRES.

adeptos do plano interior. VEJA MESTRES.

Adeptus Exemptus. Nono grau do sistema iniciático da Golden Dawn, correspondente à Sefi rah Chesed. VEJA CHESED; GOLDEN DAWN.

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Adeptus Major adivinhação

Adeptus Major. Oitavo grau do sistema ini-ciático da Golden Dawn, correspondente à Sefi rah Geburah. VEJA GEBURAH; GOLDEN DAWN.

Adeptus Minor. Sétimo grau do sistema iniciático da Golden Dawn, correspondente à Sefi rah Tiphareth. Este era o mais alto grau com que se costumava trabalhar nos templos da Golden Dawn, e seu ritual de iniciação – que tem lugar numa reconstrução do Túmulo de Christian Rosenkreuz – é consideradopor muitos como a melhor das cerimônias de grau da Golden Dawn. VEJA GOLDEN DAWN;

TIPHARETH.

ADF. VEJA AR NDRAIOCHT FEIN.

ádito. Na antiga religião grega e romana, um santuário construído no nível mais baixo de um templo, usado para cerimônias fechadas ao público. A expressão tem sido usada por diver-sas organizações ocultistas, seja como sinônimo de “templo”, seja num sentido mais metafórico. VEJA CONSTRUTORES DO ÁDITO (BOTA).

adivinhação. Arte e ciência de obter infor-mações por meios ocultos, a adivinhação tem sido praticada por todas as culturas do planeta ao longo da história. Como lado receptivo de práticas ocultistas, como magia no lado ativo, a adivinhação é uma habilidade básica usada pela maioria dos magos, bruxos e outros praticantes do ocultismo, em uma ou em várias formas. Há quatro tipos básicos de adivinhação. A adivinhação por presságios consiste em formas de se ler sinais que costumam estar presentes no mundo das experiências humanas – como, por exemplo, um áugure romano que observava o voo dos pássaros, ou um astrólogo que usa um computador para calcular a posição das estrelas e dos planetas. A adivinhação por padrões consiste em métodos artifi ciais de se produzir padrões

ou imagens que podem ser lidas segundo regras fi xas – por exemplo, um adivinho moderno que lê padrões nas folhas de chá, ou um mago medieval que despeja cera quente em água fria e interpreta a forma que surge. A adivinhação por símbolos consiste em métodos de escolher um ou mais dentre um conjunto fi xo de sím-bolos divinatórios, cada um com sua própria interpretação – por exemplo, um sábio chinês consultando o I Ching ou um leitor de tarô embaralhando e distribuindo as cartas. Final-mente, a adivinhação por transe consiste em métodos que colocam um ser humano num estado alterado de consciência – por exemplo, um xamã que usa cogumelos alucinógenos para induzir um transe visionário, ou alguém que acorda subitamente de um sonho intenso e tenta interpretar seu signifi cado. Dentro dessas quatro classes de adivinha-ção, as técnicas se multiplicam quase até o infi nito. Diferentes métodos têm representado papéis bem diferentes nas tradições ocultistas e na imaginação popular. Astrologia, geoman-cia e o tarô têm exercido uma importante infl uência sobre o ocultismo ocidental, a ponto de ser difícil ou impossível trabalhar com muitos sistemas ocultistas sem que se tenha alguma experiência com um ou vários deles. Outros foram quase esquecidos pela comuni-dade ocultista. Além disso, há sistemas bastante associados com um ramo específi co do ocultismo mo-derno ou da espiritualidade mágica. É o caso do Ogham – um alfabeto celta arcaico usado hoje como conjunto de símbolos divinatórios – que é empregado principalmente por prati-cantes do druidismo e de outros caminhos celtas ou quase celtas, e do seidhr – um sistema de trabalho em transe baseado em antigos materiais nórdicos – que é quase que exclusi-vamente praticado pela comunidade Asatrú. VEJA OGHAM; SEIDHR.

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Adocentyn Aesh

Um número surpreendente de sistemas de adivinhação está associado a jogos de azar ou de estratégia. O tarô, com sua íntima conexão com as cartas de jogo, e os dados, usados para adivinhação há tanto tempo quanto são usados em jogos, constituem os dois exemplos mais conhecidos. Foram feitas algumas tentativas de reverter o processo; o exemplo mais conhecido é o do “xadrez enoquiano”, idealizado pela Ordem Hermética da Aurora Dourada e usado para fins divinatórios. VEJA XADREZ ENO-

QUIANO. VEJA TAMBÉM ALECTOROMANCIA;

ASTROLOGIA; CEROMANCIA; CLEDONOMANCIA;

COSCINOMANCIA; CRISTALOMANCIA; ESCRIA-

ÇÃO; FISIOGNOMONIA; GEOMANCIA; INTELIGÊN-

CIA; ORÁCULOS; PRESSÁGIOS; QUIROMANCIA;

RADIESTESIA; RUNAS; SACRIFÍCIO; SEIOS, ADIVI-

NHAÇÃO PELOS; SONHOS; TARÔ; TASSOMANCIA.

LEITURA ADICIONAL: FLACELIERE, 1965; LOEWE E

BLACKER, 1981; PENNICK, 1989.

Adocentyn. No Picatrix, manual árabe de magia hermética muito usado na Europa me-dieval e renascentista, uma cidade murada que teria sido construída por Hermes Trismegisto na região leste do Egito, com quatro portões guardados por estátuas mágicas falantes. Teria ainda sua cidadela encimada por uma torre com um farol que iluminava a cidade com uma de suas sete cores planetárias, e os muros gravados com imagens mágicas que mantinham seus moradores virtuosos e livres de qualquer dano. A cidade de Adocentyn parece ter inspirado muitos dos esquemas de utopias herméticas do fi m do Renascimento, como a A Cidade do Sol de Campanella e a Cristianópolis de J. V. An-dreae. VEJA TAMBÉM HERMETISMO; PICATRIX.

LEITURA ADICIONAL: YATES, 1964.

Adonai. (hebraico ADNI, “Senhor”) Um dos nomes hebraicos tradicionais de Deus, geral-mente associado com a décima Sefi rah da Ár-

vore da Vida, Malkuth. Quando a Bíblia é lida em voz alta nos serviços religiosos judaicos, esse nome é usado sempre que o texto exibe YHVH, o Tetragrammaton, considerado sagrado demais para ser verbalizado. VEJA TETRAGRAMMATON.

Adonai foi um dos primeiros nomes divi-nos judaicos a ser adotado por magos não ju-deus, e aparece frequentemente em textos mágicos clássicos como os papiros mágicos greco-egípcios. VEJA PAPIROS MÁGICOS GRECO-

-EGÍPCIOS. A relação entre esse nome e o Deus do Antigo Testamento ora era lembrada, ora completamente esquecida; em algumas fontes, Adonai ou Adonaios é um anjo, em outras é um ser divino independente, e ainda em outras um arconte – ou seja, um poder de ignorância ou de mal. VEJA TAMBÉM CABALA.

Adonai ha-Aretz. (hebraico, “Senhor da Terra”) Na cabala, um dos dois nomes divinos atribuídos à Sefi rah Malkuth; o outro é Adonai Malak. VEJA MALKUTH.

Adonai Malak. (hebraico, “Senhor Rei”) Na cabala, um dos dois nomes divinos atribuídos à Sefi rah Malkuth; o outro é Adonai ha-Aretz. VEJA MALKUTH.

Aesc. (inglês arcaico, “freixo”) A vigésima sexta runa do futhorc anglo-saxão, descrita no poema rúnico em inglês arcaico como “um escudo que protege o homem de todos os ataques”. Representa o som ae. VEJA FUTHORC

ANGLO-SAXÃO.

aRuna Aesc

Aesh. (hebraico, ASh, “fogo”) Palavra he-braica para o elemento Fogo, comumente

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aett Agharta

usada na magia cabalística. VEJA FOGO (ELE-

MENTO).

aett. (norueguês arcaico, “oito”) Nos textos rúnicos, uma das três divisões do futhark an-tigo; VEJA FUTHARK ANTIGO. A mesma expres-são é usada para as oito direções ou airts; VEJA

AIRT.

Agartha. VEJA AGHARTA.

Agathodaemon. (grego, “espírito bom”) Originalmente um espírito invocado nos ban-quetes gregos, Agathodaemon tornou-se de-pois uma divindade guardiã frequentemente invocada por magos do período clássico tardio. Seu nome aparece em muitos dos papiros mágicos greco-egípcios; VEJA PAPIROS MÁGI-

COS GRECO-EGÍPCIOS.

Agharta. Cidade subterrânea dos Mestres, que se supõe localizada em algum lugar da Ásia Central, tema recorrente da mitologia ocultista do fi nal do século XIX e do século XX, bem como de lendas da Nova Era. Também grafada como Agarta, Aghartta, Agharti, Agartha e Arghati, é um dos mais notáveis produtos da história ocultista – um rico conjunto de lendas salpicadas com antropologia vitoriana, política ocultista e rumores vazios. As origens de Agharta podem ser iden-tifi cadas nas tentativas realizadas no século XIX de se interpretar a mitologia em termos evemeristas como um registro da história de eras esquecidas; VEJA EVEMERISMO. Por mo-tivos que têm muito a ver com as ideologias racistas, em voga naquela época, os antigos mitos germânicos eram uma fonte popular para tais projetos, e Odin, bom como outros deuses e deusas de Asgard, foram transforma-dos em personagens pseudo-históricas por diversos autores.

Um deles foi Louis Jacolliot (1837-1890), funcionário colonial francês em Chandernagor, na Índia, que escreveu muitos livros de sucesso sobre mitos, história e religião. Em seu livro Le Fils de Dieu, Jacolliot afi rma ter visto ma-nuscritos antigos mostrados por alguns amigos brâmanes, revelando a história de 15 mil anos da Índia. Os “manuscritos antigos” de Jacolliot parecem ter saído de sua cabeça; a história que ele conta tem muito pouca coisa em comum com a tradicional história da Índia registrada nas escrituras e na literatura épica daquele país, e muito a ver com a mitologia nórdica e com as especulações sobre a pré-história feitas no século XIX. Segundo Jacolliot, a capital da Índia na Antiguidade teria sido a cidade de Asgartha – que é simplesmente Asgarth, grafi a alternativa de Asgard, com um a fi nal acrescentado para dar à palavra uma aparência sânscrita. Suas “fontes hindus” também apresentaram uma história detalhada de Asgartha, com ascensão e queda de seu grande império, que, em sua maior parte, assemelha-se de forma suspeita às tentativas de dar cunho histórico à mitologia nórdica mencionada anteriormente. O livro de Jacolliot foi muito divulgado na França, levando sua versão de “Asgartha” a um grande público. No entanto, não se sabe ao certo como essas histórias chegaram às mãos de outro personagem importante da gênese de Agharta, o ocultista francês J. A. Saint-Yves d’Alveydre. Saint-Yves, dedicado mas excên-trico estudioso do ocultismo e proponente de exóticas tramas políticas, afi rmou ter se infor-mado sobre Aghartta (forma como ele grafava) enquanto estudava sânscrito com um certo Haji Sharif, que ele descreveu como “alto membro da Igreja hindu”, mas que parece ter sido proprietário de uma loja de artigos para animais de estimação em Le Havre (e cujo nome é bem mais muçulmano do que hindu). O saldo das

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Agiel AGLA

evidências sugere que teria sido Haji Sharif quem apresentou Agharta a Saint-Yves, mas o próprio Saint-Yves teria remodelado a história e a transformado em sua versão conhecida. Em 1886, Saint-Yves escreveu um livro sobre Agharta, Missão da Índia na Europa, im-presso às suas próprias custas. Temendo ter falado demais sobre a cidade oculta, subita-mente mandou que todos os exemplares, ex-ceto dois, fossem destruídos. Em 1910, um ano após a morte de Saint-Yves, o livro foi reedi-tado. Descrevia como Saint-Yves havia domi-nado a arte da viagem astral em função de seus estudos com Haji Sharif. Isso permitiu-lhe chegar a Aghartta e relatar o que vira: uma vasta cidade subterrânea habitada por milhões de pessoas, sob o domínio absoluto de um Pontífi ce Soberano dotado de tecnologias avançadas e de poderes místicos. A história toda é marcada por conteúdos claramente inspirados em Jacolliot, no romance A Raça Vindoura, de Bulwer-Lytton, e nas “cartas dos Mahatmas” da Teosofi a. As obras de Saint-Yves eram leitura obri-gatória nos círculos martinistas de Paris e de outros lugares, e informações sobre Agharta e suas maravilhas circulavam desde antes da re-edição de Missão da Índia na Europa. Provavel-mente, foi por meio de canais martinistas que a descrição de Agharta feita por Saint-Yves chegou às mãos do grande divulgador da cidade oculta, o polonês Ferdinand Ossendowski. Em 1922, após percorrer uma Ásia Central devas-tada pelos efeitos posteriores da Revolução Russa, Ossendowski publicou Bestas, Homens e Deuses, um livro de imenso sucesso que contava suas aventuras. Os três capítulos iniciais são, basicamente, um resumo da obra de Saint--Yves, embora muitas das expressões sejam grafadas de maneira diferente; a Aghartta de Saint-Yves, por exemplo, tornou-se Agharti. Embora Ossendowski tenha negado veemen-

temente qualquer contato com o livro de Saint-Yves, as marcas do plágio são bem claras, e a honestidade e precisão de Ossendowski foram postas em xeque em outros relatos. LEI-

TURA ADICIONAL: PALLIS, 1983. O livro de Ossendowski deu à mitologia de Agharta a forma que esta assumiu desde então. Nas mãos do fi lósofo tradicionalista René Guénon, que dedicou seu livro O Rei do Mundo ao assunto, ela tornou-se a base de uma sutil exploração da metafísica e do mito. A maior parte de sua difusão posterior, porém, foi fi ltrada por canais como a revista de fi cção científi ca Amazing Stories, que abriu espaço para contos sobre Agharta na década de 1940, juntamente com relatos sobre sinistros deros (anões) subterrâneos, ciência marginal e tec-nologias para as quais o mundo ainda não es-taria preparado. VEJA DEROS; MISTÉRIO SHAVER.

Em pouco tempo, Agharta tornou-se um elemento importante da Nova Era e de cír-culos alternativos nos Estados Unidos e em outros lugares, uma posição que ocupa desde então. Com frequência, tem sido associada, e com a mesma frequência confundida, com outra misteriosa cidade da Ásia Central, Shambhala; VEJA SHAMBHALA. Entre estudio-sos sérios do ocultismo, porém, os relatos sobre Agharta encontraram pouco apoio nas últimas décadas. VEJA TAMBÉM MESTRES;

HISTÓRIA OCULTA; SAINT-YVES D’ALVEYDRE,

JOSEPH-ALEXANDRE. LEITURA ADICIONAL: J.

GODWIN, 1993; GUÉNON, 1983; KAFTON-MINKEL,

1989; OSSENDOWSKI, 1922; PALLIS, 1983.

Agiel. Na magia cerimonial, a inteligência planetária de Saturno. Seu espírito subordinado é Zazel. VEJA INTELIGÊNCIAS PLANETÁRIAS.

AGLA. Nome cabalístico divino formadopor notarikon da frase hebraica Ateh GiborLe-olam, Adonai (“Poderoso és Tu para sempre,

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Agrippa, Henrique Cornélio Água (elemento)

Senhor”). Muito usado em magia cerimonial medieval como palavra para obter poder sobre demônios. Na magia da Golden Dawn, esse nome governa o aspecto passivo do elemento espírito, e também é usado no quadrantenorte do Ritual Menor do Pentagrama. VEJA

NOTARIKON.

Agrippa, Henrique Cornélio. (também grafado Heinrich Cornelius Agrippa) Ocul-tista alemão, 1486-1535. Nascido numa fa-mília nobre, mas relativamente sem recursos, Agrippa revelou-se um promissor estudante desde cedo, e frequentou a Universidade de Colônia, onde encontrou livros sobre magia. Após formar-se em Colônia, passou algum tempo como soldado, e depois deu início a uma série de viagens pela maior parte da Eu-ropa. Havia muitos estudiosos perambulando pelo con tinente durante o Renascimento, mas Agrippa foi um dos mais constantes viajantes da época, dando sempre a impressão de con-tar com círculos bem organizados de amigos e cola boradores onde quer que estivesse. A pos si bilidade de ele ter sido emissário de uma sociedade mágica secreta foi levada em con-sideração até por historiadores absolutamente ortodoxos. Em 1509 e 1510, ele visitou o abade e mago Johannes Trithemius em Sponheim (Alemanha), e ali escreveu o primeiro rascunho de seu monumental Três Livros de Filosofi a Oculta, que circulou em manuscritos em meio a um pequeno círculo de amigos. VEJA TRITHE-

MIUS, JOHANNES. No fi nal de 1510, estava na Inglaterra, onde se encontrou com importan-tes estudiosos, e em 1511 foi à Itália, onde conversou com Francesco Giorgi, o cabalista veneziano e autor de De Harmonia Mundi, e outros estudiosos e praticantes da cabala e do hermetismo. VEJA GIORGI, FRANCESCO.

Depois de morar alguns anos na Itália, Agrippa voltou à Alemanha aproximadamente em 1520, permanecendo por algum tempo em Metz, e depois foi a Genebra, na Suíça, onde fi cou morando com amigos ocultistas. Em 1524, estava na França, onde publicou um livro satírico chamado De Vanitate Scientiarum; nele, disse que todo conhecimento humano é falho e incerto. Em 1528, Agrippa estava em Antuérpia, onde revisou o Três Livros de Filosofi a Oculta e o preparou para sua publicação, há muito re-tardada. Viajando depois pela França, fez um comentário impróprio sobre a rainha-mãe francesa Louise de Savoy, e passou por isso algum tempo na cadeia. Ao ser solto, conti-nuou a viajar até morrer em Grenoble, França, em 1535. VEJA TAMBÉM MAGIA CERIMONIAL;

HERMETISMO. LEITURA ADICIONAL: NAUERT,

1965; YATES, 1979.

Agshekelah. VEJA GA’ASHEKLAH.

Água (elemento). No simbolismo esotérico, um dos quatro (ou cinco) elementos, corres-pondendo à matéria no estado líquido, às qualidades fria e úmida, e ao humor fl eumático. Tal como ocorre com todos os elementos, há diversas associações com o elemento Água, mas as apresentadas a seguir são comuns à maioria dos atuais sistemas ocultistas do Ocidente:

Símbolo: Letra do Tetragrammaton: ה, HehNome de Deus: אל , AL, El (Deus)Arcanjo: ג ב ד י אל, GBRIAL, Gabriel (Força

de Deus)Anjo: ח ל י ה ד, TLIHD, TaliahadRegente: ת ד ש י ס, ThRShIS, TharsisRei Elemental: NichsaElemental: Ondinas

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águia Ain

Nome Hebraico do Elemento: מ י ם, MIM, Mayim

Direção: מ ע ד ב, MAaRB, Mearab, o OesteEstação: OutonoHora do Dia: OcasoQualidades: Frio e ÚmidoNatureza: União

VEJA TAMBÉM DIREÇÕES NO OCULTISMO; ELE-

MENTOS MÁGICOS; HUMORES.

águia. No simbolismo mágico, símbolo que-rubínico do elemento Água (e não do ar, como seria de imaginar). Deriva do complexo sim-bolismo mágico do signo zodiacal de Escor-pião. VEJA ESCORPIÃO; ÁGUA (ELEMENTO). Na alquimia, a águia é um símbolo co-mum, e geralmente representa mercúrio. Ao lado do leão, representa mercúrio e enxofre, princípios básicos de todas as substâncias me-tálicas. VEJA ALQUIMIA; MERCÚRIO.

Ahephi. VEJA HAPI.

Ahriman. Espírito da mentira na teologia zoroastrista, fonte de todo o mal e implacável inimigo do único deus verdadeiro, Ormuzd, Ahriman é o provável ancestral do diabo cris-tão. A forma original de seu nome, na arcaica língua avesta das mais antigas escrituras zoro-astristas, é Angra Mainyu. Seus servos incluem uma vasta gama de demônios e arquidemônios, dos quais o chefe é Aeshma Daeva; esse nome, alterado pelo tempo, tornou-se Asmodeus, um dos demônios mais famosos da tradição mágica posterior. VEJA ZOROASTRO. Nos ensinamentos da Antroposofia, o sistema de teoria e prática espirituais criado por Rudolf Steiner, Ahriman é uma das duas for-ças do mal que bloqueia o caminho da evolu-ção humana, representando o apego aos desejos e às experiências materiais. VEJA AN-

TROPOSOFIA; LÚCIFER.

Aia Aziz. VEJA THEON, MAX.

Ailm. (irlandês arcaico, “abeto”) Décima sexta letra do alfabeto Ogham, com o valor sonoro a. Corresponde ao abeto-prateado entre as árvores, à mexeriqueira entre as aves, ao preto e branco entre as cores e ao número um. Na versão de Robert Graves para o calendário das árvores Ogham, essa letra está associada ao solstício de inverno [no hemisfério Norte – N. do T.]. VEJA OGHAM.

KLetra Ailm do alfabeto Ogham

Aima. (hebraico AIMA, “mãe”) Princípio maternal no pensamento cabalístico, associado a Binah, a terceira Sefi rah da Árvore da Vida, e pareada com Abba, “pai”, um aspecto da segunda Sefi rah, Chokmah. Alguns textos cabalísticos fazem distinção entre Aima, a mãe fértil e luminosa, e Ama, a mãe estéril e som-bria; essa distinção teria base na gematria, uma vez que os valores das letras em Aima somam 52, o número de Ben, “fi lho”, enquanto os de Ama somam 42, número associado à severi-dade. VEJA CABALA; GEMATRIA.

Aima Elohim. (hebraico AIMA ALHIM, “mãe dos deuses e deusas”) Outro título de Aima, usado na tradição da Golden Dawn e em outros ramos da cabala oculta. VEJA AIMA.

Ain. (hebraico AIN, “nada”, “não”) Terceiro e mais elevado dos Três Véus do Imanifestado, localizado acima de Kether na Árvore da Vida e representando a incapacidade dos serescriados para experimentar o divino tal como ele realmente é. Os outros dois Véus são Ain

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Ain Soph akasha

Soph e Ain Soph Aur. VEJA CABALA; ÁRVORE

DA VIDA.

Ain Soph. (hebraico AIN SVP, “sem limite”, “infi nito”) Segundo dos Três Véus do Imani-festado; os outros dois são Ain e Ain Soph Aur. VEJA AIN.

Ain Soph Aur. (hebraico AIN SVP AVR, “luz sem limite”, “luz infi nita”) O primeiro e mais baixo dos Três Véus do Imanifestado; os outros dois são Ain e Ain Soph. VEJA AIN.

aion. VEJA ÉON.

Aiq beker. Método cabalístico de análise numerológica, também conhecido como a cabala das Nove Câmaras e da redução teosó-fi ca. Baseia-se nos valores numéricos das letras hebraicas. No Aiq beker, Aleph (que tem o valor 1), Yod (com valor 10) e Qoph (com valor 100) são iguais a 1; Beth (2), Kaph (20) e Resh (200) valem 2; Gimel (3), Lamed (30) e Shin (300) são iguais a 3, e assim por diante no alfabeto, até chegar a Teth (9), Tzaddi (90) e Tzaddi fi nal (900), que são iguais a 9. Cada um desses grupos de números é uma “câmara”, e as palavras sem sentido “Aiq beker” são simplesmente o que acontece quando alguém que fala hebraico pronuncia as letras das duas primeiras câmaras, AIQ BKR. Além de seu uso como ferramenta na gematria, Aiq beker também tem sido usado como base para códi-gos cifrados e outros métodos de comunicação secreta. VEJA TAMBÉM CABALA; GEMATRIA.

Aire. (também Aethyr) No sistema mágico enoquiano de John Dee, um dos trinta reinos que formam a atmosfera sutil da Terra, locali-zado entre a superfície da Terra e a órbita da Lua. Uma “chamada” ou “chave” na lingua-gem enoquiana, a mais longa unidade de prosa

enoquiana conectada, é usada para comandar os espíritos e anjos dos diversos Aires. VEJA

ENOQUIANA, LINGUAGEM ; ENOQUIANA, MAGIA.

airt. Nas tradições populares do noroeste da Europa, uma das oito direções e dos oito horá-rios correspondentes do dia. Airt é uma expres-são gaélica; a expressão nórdica corres pondente é aett.

Direção Hora do dia

Leste Aurora (morntide, 4h30-7h30)

Sudeste Dia (daytide, 7h30-10h30)

Sul Meio-dia (midday, 10h30-13h30)

Sudoeste Tarde (undorne, 13h30-16h30)

Oeste Crepúsculo (eventide, 16h30-19h30)

Noroeste Noite (nighttide, 19h30-22h30)

Norte Meia-noite (midnight, 22h30-1h30)

Nordeste Madrugada (uht, 1h30-4h30)

VEJA TAMBÉM DIREÇÕES NO OCULTISMO. LEI-

TURA ADICIONAL: PENNICK, 1989.

Aiwass. A entidade que transmitiu o Livro da Lei para Aleister Crowley. VEJA LIVRO DA

LEI; CROWLEY, ALEISTER.

akasha. Na fi losofi a hindu, o elemento espí-rito, um dos cinco tattvas, ou forças elementais do universo. Seu símbolo é uma oval preta ou anil. VEJA TATTVAS. Tomado em empréstimo pelos teósofos e depois pela Golden Dawn, o termo akasha entrou em uso comum no ocultismo ociden-tal e em círculos semiocultistas. Costuma ser usado como sinônimo para espírito em geral, para a “luz astral” ou substância sutil do plano astral, ou para o éter, a substância/energia sutil do plano etérico. VEJA LUZ ASTRAL; ÉTER;

ESPÍRITO (ELEMENTO).

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